Sensoriamento remoto e SIG



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Transcrição:

Multidisciplinar Sensoriamento remoto e SIG aplicados ao novo Código Florestal Allan Arnesen Frederico Genofre Marcelo Curtarelli Matheus Ferreira

CAPÍTULO 3 Mapeamento de APP e Reserva Legal APP de corpos d água 3.1. Introdução Neste capitulo serão tratados dois temas de grande importância para o Cadastro Ambiental Rural (CAR) e que foram responsáveis por grande parte das discussões referentes à implementação do Novo Código Florestal Brasileiro (Lei 12.651/2012): as Áreas de Preservação Permanente (APP) de corpos d água e as áreas de Reserva Legal (RL). Primeiramente, nas subsecções 3.1.1 e 3.1.2, são destacadas as importâncias das APP de corpos d água e Reserva Legal e apresentadas as dimensões que o Novo Código Florestal estabelece paraestas áreas. Na secção 3.2 são apresentadas algumas importantes fontes de dados geográficos para a realizaçãodo mapeamento das áreas de APP de corpos d água e RL. Já a secção 3.3 apresenta os métodos de mapeamento de APP de corpos d água (nascentes, lagos e lagoas e cursos d água de diferentes larguras) em um Sistema de Informações Geográficas (SIG).

Sensoriamento remoto e SIG aplicados ao novo Código Florestal 3.1.1. APP de corpos d água A mata ciliar é a vegetação localizada nas margens dos corpos d água (rios, córregos, lagos, represas e nascentes) e possui grande importância para preservação dos ecossistemas. A ausência de mata ciliar nos corpos d água pode causar impactos ambientais negativos, tais como: escassez de água (diminuição da infiltração e aumento do escoamento superficial), erosão e assoreamento (mata ciliar é uma proteção natural às margens); degradação a qualidade da água (sólidos carreados facilmente ao corpo d água na ausência de mata ciliar) e diminuição da biodiversidade. Tendo em vista a importância das matas ciliares, são consideradas APP, segundo o Novo Código Florestal(Lei Federal 12.651/2012, art. 4 ): (1) as faixas marginais de qualquer curso d água natural perene e intermitente, excluídos os efêmeros; (2) as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais; (3) as áreas no entorno dos reservatórios d água artificiais, decorrentes de barramento ou represamento de cursos d água naturais; (4) as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica. As áreas no entorno das nascentes e dos olhos d água perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, devem possuir um raio mínimo de 50 (cinquenta) metros (Lei 12.651/2012, art. 4º, IV). Para o caso das APP nas faixas marginais cursos d água natural perene e intermitente são preconizadas as seguintes larguras mínimas (Lei 12.651/2012, art. 4, I): a) 30 (trinta) metros, para os cursos d água de menos de 10 (dez) metros de largura; 70 IEPEC

Capítulo 3 Mapeamento de APP e Reserva Legal APP de corpos d água b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura; c) 100 (cem) metros, para os cursos d água que tenham de 50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura; d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d água que tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura; e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d água que tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros; Já para as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais preconizadas as seguintes larguras mínimas (Lei 12.651/2012, art. 4, II): a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo d água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa marginal será de 50 (cinquenta) metros; b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas; As dimensões das APP no entorno dos reservatórios d água artificiais são definidas com base na licença ambiental do empreendimento, variando de empreendimento para empreendimento. 3.1.2. Reserva Legal As áreas de RL são localizadas dentro dos imóveis rurais, que não sejam APP, que possuem a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar a conservação e a reabilitação dos processos O portal do agroconhecimento 71

Sensoriamento remoto e SIG aplicados ao novo Código Florestal ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa (Lei 12.651/2012). O Art.12 da Lei 12.651/2012 estabelece que todo imóvel rural deve manter área com vegetação nativa, a título de RL, observando os seguintes percentuais mínimos em relação à área do imóvel: I - localizado na Amazônia Legal: a - 80% (oitenta por cento), no imóvel situado em área de florestas; b - 35% (trinta e cinco por cento), no imóvel situado em área de cerrado; c - 20% (vinte por cento), no imóvel situado em área de campos gerais; II - localizado nas demais regiões do País: 20% (vinte por cento). 3.2. Fonte de dados para o mapeamento Para mapear as APP de corpos d água em um SIG através dos procedimentos que serão apresentados na secção 3, são necessários os seguintes planos de informação: hidrografia, nascentes, lagos e lagoas e área urbana. Estes planos de informação devem ser do tipo vetorial (ex: shapefile) e podem ser obtidos por meio da restituição com base em imagens de satélite. O ArcGIS disponibiliza uma base de imagens de satélite com variadas resoluções espaciais chamada Basemap (File>Add Data>AddBasemap>Imagery) que pode ser utilizada para esta extração de informações. 72 IEPEC

Capítulo 3 Mapeamento de APP e Reserva Legal APP de corpos d água Outra fonte de imagens de satélite de alta resolução é o Google Earth, sendo que o analista pode digitalizar os planos de informação diretamente neste software no formato.kml e posteriormente converter parashapefile. Existem também muitas bases de dados que oferecem os mencionados planos de informações já prontos, dentre os quais se podedestacar as bases da Agência Nacional de Águas (ANA www.ana.gov.br) e do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE www.ibge.gov.br). 3.3. Fonte de dados para o mapeamento O mapeamento de APP de corpos d água em um SIG, de acordo com a Lei 12.651/2012, pode ser dividido em mapeamentos de: APP de nascentes, APP de lagos e lagoas e APP de cursos d água. 3.3.1. Mapeamento de APP de nascentes O mapeamento de APP de nascentes em um SIG pode ser realizado seguindo as etapas apresentadas no fluxograma da Figura 20. Figura 20. Metodologia utilizada para o mapeamento de APP de nascentes. O portal do agroconhecimento 73

Sensoriamento remoto e SIG aplicados ao novo Código Florestal Se o SIG utilizado for o ArcGIS, os seguintes procedimentos são realizados para cada etapa do processo: A) Geração das áreas de APP de nascentes: a. Adição do shapefilede pontos de nascentes; b. Utilização da ferramenta Buffer para gerar o shapefile de APP de nascentes, sendo que deve ser definida a largura mínima de 50 metros (Art. 4º Lei 12.651/2012) no campo Linear unit e selecionada a opção ALL no campo Dissolve Type; c. Realização de ajustes no shapefile de APP (resultado da ferramenta Buffer): explosão das feições utilizando a ferramenta Explode Multi-partFeatures; B) Cálculo das áreas de APP de nascentes: a. Adição de duas colunas à tabela de atributos: APP (variável do tipo texto para conter a informação do tipo de APP) e Area (variável do tipo Double para conter a área dos polígonos); b. Preenchimento dos campos e cálculo da área através da tabela de atributos do shapefile com as APP de nascentes. 74 IEPEC

Capítulo 3 Mapeamento de APP e Reserva Legal APP de corpos d água 3.3.2. Mapeamento de APP de lagos e lagoas O mapeamento de APP de lagos e lagoas em um SIG pode ser realizado seguindo as etapas apresentadas no fluxograma da Figura 21. Figura 21. Metodologia utilizada para o mapeamento de APP de lagos e lagoas. Se o SIG utilizado for o ArcGIS, os seguintes procedimentos são realizados para cada etapa do processo: A) Separação dos lagos e lagoas urbanas e rurais: a. Adição dosshapefilesde lagos e lagoas e área urbana; b. Utilização da ferramenta Intersect para criar um shapefile contendo apenas os polígonos de lagos e lagoas que estão compreendidos dentro da área urbana; O portal do agroconhecimento 75

Sensoriamento remoto e SIG aplicados ao novo Código Florestal c. Utilização da ferramenta Erase para criar um shapefile contendo apenas os polígonos de lagos e lagoas que estão compreendidos fora das área urbana; B) Geração das áreas de APP de lagos e lagoas: a. Utilização da ferramenta Buffer para gerar oshapefile de APP de lagos e lagoas urbanas, sendo que deve ser definida a largura mínima de 30 metros (Art. 4º Lei 12.651/2012) no campo Linear unite selecionada a opção ALL no campo Dissolve Type; b. Excluir dos polígonos do shapefile criado pela ferramenta Buffer os polígonos de lagos e lagoas urbanas, de tal forma que permaneçam apenas as áreas marginais (ou de APP); c. Realização de ajustes no shapefile de APP (resultado da ferramenta Buffer): explosão das feições utilizando a ferramenta Explode Multi-partFeatures; d. Cálculo das áreas dos polígonos de lagos e lagoas rurais para verificar quais possuem áreas superiores a 20 hectares (APP com largura de 100 metros) e quais possuem áreas menores ou iguais a 20 hectares (APP com largura de 50 metros); e. Utilização da ferramenta Buffer para gerar o shapefile de APP de lagos e lagoas rurais, sendo que deve ser definida a largura mínima de 100 ou 50 metros (de acordo com a área dos lagos - Art. 4º Lei 12.651/2012) no campo Linear unit e selecionada a opção ALL no campo Dissolve Type; f. Excluir dos polígonos do shapefilecriado pela ferramenta Buffer os polígonos de lagos e lagoas rurais, de tal forma que permaneçam apenas as áreas marginais (ou de APP); 76 IEPEC

Capítulo 3 Mapeamento de APP e Reserva Legal APP de corpos d água g. Realização de ajustes no shapefile de APP (resultado da ferramenta Buffer): explosão das feições utilizando a ferramenta Explode Multi-partFeatures; C) Cálculo das áreas de APP de lagos e lagoas: a. Adição de duas colunas à tabela de atributos: APP (variável do tipo texto para conter a informação do tipo de APP) e Area (variável do tipo Double para conter a área dos polígonos); b. Preenchimento dos campos e cálculo da área através da tabela de atributos do shapefile com as APP de lagos e lagoas. 3.3.2. Mapeamento de APP de cursos d água O mapeamento de APP de cursos d água em um SIG pode ser realizado seguindo as etapas apresentadas no fluxograma da Figura 22. Figura 22. Metodologia utilizada para o mapeamento de APP de cursos d água. O portal do agroconhecimento 77

Sensoriamento remoto e SIG aplicados ao novo Código Florestal Se o SIG utilizado for o ArcGIS, os seguintes procedimentos são realizados para cada etapa do processo: A) Geração das áreas de APP de cursos d água: a. Adição dos shapefilesde linhas (para os rios com menores larguras até 10 metros) e de polígonos (para os rios com maiores larguras restituídos das imagens de sensoriamento remoto); b. Utilização da ferramenta Buffer para gerar o shapefile de APP de cursos d água para as diferentes faixas de largura, preconizadas pela Lei 12.651/2012, sendo que devem ser definidas asrespectivas larguras mínimaspara cada faixa no campo Linear unit e selecionada a opção ALL no campo Dissolve Type; c. No caso dos rios de maiores larguras, em que os rios são representados como polígonos, excluir dos polígonos do shapefilecriado pela ferramenta Buffer os polígonos de rios, de tal forma que permaneçam apenas as áreas marginais (ou de APP); d. Realização de ajustes no shapefile de APP (resultado da ferramenta Buffer): explosão das feições utilizando a ferramenta Explode Multi-partFeatures; B) Cálculo das áreas de APP de cursos d água: a. Adição de duas colunas à tabela de atributos: APP (variável do tipo texto para conter a informação do tipo de APP) e Area (variável do tipo Double para conter a área dos polígonos); 78 IEPEC

Capítulo 3 Mapeamento de APP e Reserva Legal APP de corpos d água b. Preenchimento dos campos e cálculo da área através da tabela de atributos do shapefile com as APP de cursos d água. Depois de gerar todas as APP de corpos d água, os diferentes tipos podem ser unidos no ArcGISutilizando a ferramenta Update. 3.4. Conclusões e recomendações As APP e Reserva Legal exercem papel fundamental na preservação dos ecossistemas naturais, sendo que as APP de corpos d água possuem função especial de preservação da quantidade e qualidade dos recursos hídricos. Neste capítulo foram apresentadas metodologias para mapeamento das APP de corpos d água em um SIG (neste caso, o ArcGIS). Apesar de simples (utilização de principalmente uma ferramenta: Buffer), o mapeamento de APP de curso d água deve ser feito de forma detalhada, levando em consideração as larguras dos rios e as intersecções entre as APP de diferentes tipos. 3.5. Referências Bibliográficas Brasil. Lei Nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis nos 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis nos 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória no 2.166-67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF (2012). Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12651.htm. Acesso em: outubro de 2014. O portal do agroconhecimento 79

Sensoriamento remoto e SIG aplicados ao novo Código Florestal 80 IEPEC

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