TIPO E NÚMERO DE BENS AFECTADOS... 82

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1 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DAS OBRAS PÚBLICAS, HABITAÇÃO E RECURSOS HÍDRICOS DIRECÇÃO NACIONAL DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS ADMINISTRAÇÃO REGIONAL DE ÁGUAS DO SUL PROGRAMA NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HÍDRICOS COMPONENTE AMBIENTAL E SOCIAL PROCESSO DE PLANEAMENTO DO REASSENTAMENTO FASES 2 e 3 PLANO DE REASSENTAMENTO E PLANO DE ACÇÃO DE IMPLEMENTAÇÃO DO REASSENTAMENTO Elaborado Para: Elaborado Por: Av. Mártires da Machava, 968 Tel Fax Maputo. Moçambique PROJECTO 6 DE NOVEMBRO DE 207

2 TABELA DE CONTEÚDOS ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS...viii SUMÁRIO EXECUTIVO... ix INTRODUÇÃO... 2 LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO A BARRAGEM DE CORUMANA... 3 OBRAS PARA A CONCLUSÃO DA BARRAGEM DE CORUMANA - O PROJECTO... 4 A ÁREA DO PROJECTO AQUISIÇÃO DE TERRA E REASSENTAMENTO TERRA A SER ADQUIRIDA PARA O PROJECTO... 8 IMPACTOS GERAIS DA AQUISIÇÃO DE TERRA... 9 MEDIDAS DE MITIGAÇÃO...0 PLANOS DE REASSENTAMENTO PROCESSO DE PLANEAMENTO DE REASSENTAMENTO OBJECTIVOS DO REASSENTAMENTO...2 PRINCÍPIOS DO REASSENTAMENTO...2 POLÍTICA GERAL E QUADRO JURÍDICO PARA O REASSENTAMENTO...3 Legislação Nacional...3 Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial...8 LICENÇA AMBIENTAL...9 PLANO DE REASSENTAMENTO DE DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAISS PARA O PLANEAMENTO E EXECUÇÃO DO REASSENTAMENTO...2 Agências de Implementação do Projecto...2 Comissões de Reassentamento...2 Representação da Comunidade...22 ENVOLVIMENTO E PARTICIPAÇÃO DAS PARTES INTERESSADAS...23 Principais interessados...23 Estratégia e Plano de Comunicação...24 Oficial de Ligação com a Comunidade...25 Participação Comunitária...25 Reuniões de Consulta Pública...26 MECANISMO DE GESTÃO DE RECLAMAÇÕES...27 Princípios Orientadores. Estratégia e Âmbito do MGR...27 Disposições Institucionais para a Gestão de Reclamações...28 Procedimentos para a Abordagem de Reclamações CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA DO PROJECTO CARACTERÍSTICAS NATURAIS...33 O Clima...33 Geologia e solos...33 CONFIGURAÇÃO ADMINISTRATIVA...34 i

3 ASSENTAMENTOS E COMUNIDADES...34 ORGANIZAÇÃO DA COMUNIDADE...35 INFRAESTRUTURAS E SERVIÇOS...36 PERFIL SOCIOECONÓMICO...37 Introdução...37 Metodologia de levantamento...37 Características Demográficas Gerais...38 Educação e Literacia...42 Saúde...44 Acesso à Terra...45 Habitações e Estruturas Auxiliares...46 Água e Saneamento...49 Energia e Combustível...5 Meios de Subsistência e de Renda...5 Segurança Alimentar e Nutrição...58 Transporte...59 Acesso a Mercados...59 Comunicações...60 Participação Comunitária...60 Famílias Potencialmente Vulneráveis...6 RESULTADOS DAS DISCUSSÕES DOS GRUPOS FOCAIS...62 Estatuto da Mulher e Acesso à Terra...62 Preocupações das Mulheres com o Reassentamento...63 Problemas e percepções dos homens...64 Gestão de Recursos Comunitários...65 Efeitos do reassentamento sobre os equilíbrios políticos tradicionais...65 Acesso à Terra e Disputas sobre a Terra...65 Divisão social do trabalho e percepções sociais sobre riqueza e poder...66 A perspectiva dos jovens...67 Percepções e expectativas dos jovens sobre o reassentamento...68 Problemas e percepções dos proprietários de gado...68 Problemas e percepções dos pescadores...69 Questões relativas à trasladação de sepulturas...70 Igrejas...7 Proprietários de Residências de Alto Valor...7 IMPACTOS RESULTANTES DA DESLOCAÇÃO FÍSICA NÚMERO E CATEGORIAS DE FAMÍLIAS AFECTADAS INTRODUÇÃO...74 MORATÓRIA...74 CATEGORIAS DE FAMÍLIAS AFECTADAS E OUTRAS ENTIDADES...74 NÚMERO DE FAMÍLIAS E OUTRAS ENTIDADES AFECTADAS...78 PAPs que vivem permanentemente dentro da Zona de Impacto...78 PAPs que vivem fora da zona de impacto...78 FAMÍLIAS VULNERÁVEIS TIPO E NÚMERO DE BENS AFECTADOS INTRODUÇÃO...82 ii

4 Pesquisas Iniciais de Inventário de Bens...82 Actualização do Censo e do Inventário Patrimonial...82 PERDA DE TERRENOS RESIDENCIAIS (PARCELAS)...83 PERDA DE ESTRUTURAS FÍSICAS...84 Estruturas Residenciais...84 Estruturas comerciais...85 Estruturas religiosas...86 Outras Estruturas...86 PERDA DA BASE DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA...86 PERDA DE ACESSO AO USO DE OUTROS RECURSOS NATURAIS...88 PERDA DE ACESSO A SEPULTURAS...88 PERDAS AO NÍVEL COMUNITÁRIO...89 PERDAS INSTITUCIONAIS...90 RESUMO DAS PERDAS POTENCIAIS...9 VALORIZAÇÃO DOS BENS PARA COMPENSAÇÃO...93 Estruturas...93 Culturas e Árvores não Colhidas MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E ELEGIBILIDADE FAMILIAS E INDIVIDUOS...95 Perda de PropriedaderResidencial...95 Perda de Habitações em Construção...96 Perda de Parcelas Residenciais Não Utilizadas...96 Perda de Estruturas Não Residenciais...97 Parcelas e Estruturas Abandonadas...97 Perda de acesso a terras agrícolas (machambas)...98 Perda de Árvores de Fruta...00 Perda de Acesso ao Emprego...00 COLECTIVOS...0 Perda de Estruturas Religiosas...0 Perda de Parcelas Não Utilizadas...0 Perda de Acampamentos de Pesca Sazonais...02 COMUNIDADES AFECTADAS...02 Perda de Pastagem Comunal...02 Perda de Lenha e Materiais de Contrução Locais...03 Perda de instalações recreativas...03 Perda de Acesso Rodoviário...03 ACORDOS SOBRE COMPENSAÇÕES...03 PROCEDIMENTOS DE PAGAMENTO E DE ENTREGA...04 REMOÇÃO DAS RESTANTES ESTRUTURAS AQUISIÇÃO DE TERRA DE SUBSTITUIÇÃO PARA FINS RESIDENCIAIS E AGRÍCOLAS ALDEIAS DE REASSENTAMENTO...0 Contexto...0 Processo...0 Princípios Orientadores... Cálculo da Quantidade de Terra Necessária para os Locais de Residência...2 iii

5 Resultados...2 TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO...3 Princípios Orientadores...4 Cálculo da Quantidade de Terra Necessária para Agricultura...4 Processo...5 Resultados REASSENTAMENTO EM CHAVANE ALDEIA DE REASSENTAMENTO Número de famílias a reassentar Localização Plano de urbanização Demarcação e Atribuição de Parcelas Residenciais Casas de reassentamento Fornecimento de Água Electricidade Escolas Unidades de Saúde Recreação Cemitério Organização Comunitária TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO Localização Planeamento e Demarcação de Campos Individuais Limpeza e Preparação dos Campos Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência...25 REASSENTAMENTO EM LIGONGOLO (FUNGOTINE) ALDEIA DE REASSENTAMENTO Número de famílias a reassentar Localização Plano de urbanização Demarcação e Atribuição de Parcelas Residenciais Casas de reassentamento Fornecimento de água e electricidade Outra infraestrutura e serviços Organização Comunitária TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO Localização Planeamento, Demarcação e Preparação de Machambas Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência REASSENTAMENTO EM BABTINE ALDEIA DE REASSENTAMENTO Número de famílias a reassentar Location Plano de urbanização Demarcação e Atribuição de Parcelas Residenciais Casas de reassentamento...34 iv

6 2..6 Fornecimento de água e electricidade Outras infraestruturas e serviços Organização Comunitária TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO Localização Planeamento, Demarcação e Preparação de Machambas Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência REASSENTAMENTO EM NDINDIZA ALDEIA DE REASSENTAMENTO Número de famílias a reassentar Localização Plano de urbanização Demarcação e Atribuição de Parcelas Residenciais Casas de reassentamento Fornecimento de água e electricidade Outras infraestruturas e serviços Organização Comunitária TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO Localização Planeamento, Demarcação e Preparação de Machambas Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência REASSENTAMENTO EM JONE ALDEIA DE REASSENTAMENTO TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO localização Planeamento, Demarcação e Preparação de Machambas Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência RESUMO DOS PLANOS PARA LOCAIS DE REASSENTAMENTO ALDEIAS DE REASSENTAMENTO Número da famílias a reassentar Infraestruturas e Serviços de Apoio TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO AVALIAÇÃO AMBIENTAL SIMPLIFICADA DAS ÁREAS HOSPEDEIRAS MEDIDAS DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIAS COMUNIDADES HOSPEDEIRAS...45 FAMÍLIAS RESIDENTES NOS LOCAIS DE REASSENTAMENTO...45 OUTRAS COMUNIDADES NA ÁREA DO PROJECTO MEDIDAS RELATIVAS A RECURSOS COMUNITÁRIOS CRIAÇÃO DE GADO Áreas de pastagem Água para abeberamento de gado LENHA E MATERIAIS DE CONTRUÇÃO LOCAIS PESCA ARTESANAL...49 v

7 8 PATRIMÓNIO CULTURAL LOCAIS ARQUEOLÓGICOS TRASLADAÇÃO DAS SEPULTURAS Medidas propostas para a trasladação das sepulturas Um caso precedente: as cerimónias de trasladação na Barragem de Moamba-Major PROCESSO DE IMPLEMENTAÇÃO ESTRUTURA DA IMPLEMENTAÇÃO DO PROJECTO...57 REIVINDICAÇÕES E RECLAMAÇÕES MONITORIZAÇÃO E AVALIAÇÃO MONITORIZAÇÃO E APRESENTAÇÃO DE RELATÓRIOS DOS PROGRESSOS REGISTADOS...64 AUDITORIA DE VALIDAÇÃO...64 IMPACTO SOCIOECONÓMICO OU MONITORIZAÇÃO DE RESULTADOS...65 AVALIAÇÃO EXTERNA EX POST ORÇAMENTO PARA A IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE REASSENTAMENTO CRONOGRAMA PARA A EXECUÇÃO DO PLANO DE REASSNTAMENTO PROGRAMA DE TRANSFERÊNCIA DE FAMÍLIAS E BENS DOMÉSTICOS PARA AS ALDEIAS DE REASSENTAMENTO...70 CRONOGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DAS OBRAS DE URBANIZAÇÃO PROGRAMA DE IMPLEMENTAÇÃO DE MEIOS DE SUBSISTÊNCIA LISTA DE TABELAS Tabela Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 0 Tabela Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 20 Tabela 2 Tabela 22 Tabela 23 Possíveis Impactos da Aquisição de Terra... 9 Reuniões de Consulta Pública Obrigatórias... 7 Resultados sumarizados do Censo e Inventário patrimonial de Reuniões de consulta pública realizadas na Fases, 2 e Comunidades na Área do Projecto Comunidades na Área do Projecto Número e Localização Residencial das Familias e Grupos Afectados pelo Projecto dentro da Zona de Impacto Número e localização de Parcelas Afectadas (terra não agrícola) dentro da zona de impacto83 Número e Localização de Estruturas Afectadas Número de Famílias e de Campos Afectados Número de Famílias com Árvores Afectadas e Número de Árvores Afectadas Número e Localização das Sepulturas Afectadas Resumo das Famílias e Grupos Afectados pelo Projecto e as perdas Incorridas Direitos Propostos e Outras Medidas de Mitigação Número de famílias a reassentar... 0 Terrenos adquiridos para aldeias de reinstalação... 3 Agricultores e área afectada... 3 Disponibilidade da terra agrícola em relação aos requisitos de terras agrícolas... 6 Distâncias Comparativas Chavane... 8 Número e custo unitário de Novas Casas em Chavane Distâncias comparativas Ligongolo (Fungotine) Número e custo unitário de Novas Casas em Ligongolo Distâncias comparativas Babtine vi

8 Tabela 24 Tabela 25 Tabela 26 Tabela 27 Tabela 28 Tabela 29 Tabela 30 Tabela 3 Tabela 32 Número custo unitário de Novas Casas em Babtine Distâncias comparativas Ndindiza Número e custo unitário de Novas Casas em Ndindiza Número de Novas Casas a ser Providenciadas As infraestruturas de apoio a ser disponibilizadas nas aldeias de reassentamento Resumo dasalocações de terra agrícola de substituição Matriz Institucional... 6 Orçamento para a Implementação do Cronograma para a Implementação do LISTA DE FIGURAS Figura Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 0 Figura Figura 2 Figura 3 Figura 4 Figura 5 Figura 6 Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 20 Figura 2 Figura 22 Figura 23 Localização da Barragem de Corumana... 3 Mapa da Área do Projecto... 7 Localização da Barragem de Corumana Mapa Geral da Área do Projecto Ilustrando as Principais Comunidades Exemplos de Estruturas Residenciais Afectadas Exemplos de estruturas domésticas auxiliares Localização de Parcelas e Campos Afectados Localização das Sepulturas Afectadas Locais propostos para Reassentamento na Área do Projecto... 3 Site proposto para reinstalação - Chavane... 7 Implantação dos talhões residenciais Chavane... 9 Planta da casa-tipo Representação 3D da casa-tipo Locais propostos para o Reassentamento Ligongolo (Fungotinee) Implantação dos talhões residenciais Ligongolo (Fungotine) Locais propostos para o Reassentamento Babtine Implantação dos talhões residenciais Babtine Locais propostos para o Reassentamento Ndindiza Implantação dos talhões residenciais Ndindiza Locais propostos para o Agriculutura - Jone... 4 Localização de Áreas de Pesquisa Arqueológica Sito arqueológico AR Estrutura simplificada de implementação do PR LISTA DE APÊNDICES APÊNDICE APÊNDICE 2 APÊNDICE 3 APÊNDICE 4 APÊNDICE 5 APÊNDICE 6 APÊNDICE 7 APÊNDICE 8 APÊNDICE 9 APÊNDICE 0 APÊNDICE APÊNDICE 2 APÊNDICE 3 Relatório sobre Consulta Pública (a ser elaborado após a divulgação pública deste projecto do ) Avaliação Simplificada do Impacto Ambiental para Áreas de Acolhimento Estudos Especializados de Solos Estudos sobre a Agricultura Estudo Preliminar do Fornecimento de Água e Energia Acordos Comunitários Planos Urbanos Preliminares Projectos Preliminares de Habitações Plano de Restauração de meio de Subsistência Plano e Estratégia de Comunicação Mecanismos de Gestão de Reclamações Confirmação da Disponibilidade de Terra para o Reassentamento Relatório de Actualização do Censo e Inventário de Bens vii

9 ABREVIATURAS E ACRÓNIMOS ARA-Sul OLC DINOTER DNGRH CDR EDM EGAS MGR GPS ha CIR km CLR m mamsl Mm3 MOPHRH ONG PNDRH OP PAP RLFSE PAIR PR SGIR SPSS CTMSRCTMSR UGBI WB Administração Regional de Águas do Sul Oficial de Ligação com a Comunidade Direcção Nacional de Ordenamento Territorial e Reassentamento Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos Comité Distrital de Reassentamento Electricidade de Moçambique Equipa de Gestão Ambiental e Social Mecanismo de Gestão de Reclamações Sistema Global de Posicionamento hectare Comité Inicial de Revisão Quilometro Comité Local de Reassentamento metro metros acima do nível médio do mar Milhões de metros cúbicos Ministério das Obras Públicas. Habitação e Recursos Hídricos. Organização Não governamental Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos Procedimento Operacional do (Banco Mundial) Pessoa (famílias e grupos) afectado(s) pelo projecto Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico Plano de Acção de Implementação do Reassentamento Sistema de Gestão de Informação de Reassentamento Pacote Estatístico para Ciências Sociais ComissãoTécnica para a Monitoria e Supervisão do Reassentamento Unidade de Gestão da Bacia do Incomati Banco Mundial viii

10 SUMÁRIO EXECUTIVO Introdução: O governo de Moçambique, através da Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) adstrito ao Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH) e com o apoio financeiro do Banco Mundial, está a implementar o Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos (PNDRH ). Dois componentes deste Programa referem-se a obras para aumentar a capacidade actual da albufeira da Barragem de Corumana no rio Sábiè, na província de Maputo, no sul de Moçambique (Projecto), a fim de aumentar o abastecimento de água para a região metropolitana de Maputo, fornecer água para irrigação, geração de Electricidade e permitir um controlo de cheias mais eficaz a jusante. Os dois componentes - obras civis e hidro-mecânicas e um componente ambiental e social associado - estão a ser implementados pela Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul), que inclui a Unidade de Gestão da Bacia do Rio Incomati (UGBI), responsável pela gestão e operação da Barragem de Corumana. O Projecto terá impactos positivos para muitas pessoas e empresas a jusante da Barragem e na região metropolitana de Maputo. No entanto, uma quantidade de terra adicional em torno da albufeira existente (zona de influência directa do Projecto) será inundada ou reservada para fins de protecção da albufeira e segurança humana. Todas as terras e benfeitorias (por exemplo infra-estruturas, campos agrícolas e culturas) que pertençam ou sejam usados por indivíduos, famílias, comunidades e outras entidades na zona de influência directa serão permanentemente adquiridas pelo Projecto. As pessoas poderão também perder algum, mas não todos, acesso aos recursos naturais e alocais sagrados ou de interesse cultural existentes nessas áreas. Caso não sejam convenientemente geridas, essas perdas poderão afectar negativamente os meios de subsistência das pessoas afectadas pelo Projecto (PAPs). Para mitigar as perdas físicas, económicas,culturais e outros impactos sociais, serão providenciadas medidas de mitigação apropriadas, tais como a elaboração de um (para os casos de deslocação física) e programas de restauração de meios de subsistência providenciados pelo Projecto2. Tal como prescrito pela legislação nacional e pelas boas práticas internacionais, o plano de reassentamento será elaborado através de um processo de negociação entre as PAPs e o Projecto. É requisito da Política Operacional do Banco Mundial sobre Reassentamento Involuntário3 e da legislação moçambicana que rege o processo de reassentamento4 que um plano de reassentamento (PR)/plano de acção de reassentamento (PAR) que aborda os impactos da aquisição de terras para um Projecto seja preparado e aprovado5. Em termos da legislação nacional, o processo de elaboração de planos de reassentamento ocorre em três fases: colecta e análise de informações físicas e socioeconómicas e elaboração de um Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico (Fase ); "Pessoa Afectada pelo Projecto" refere-se a qualquer indivíduo, família, comunidade ou outra entidade afectada pela aquisição de terras para o Projecto. 2 O termo "reassentamento" é usado para cobrir todas as medidas de mitigação necessárias, incluindo compensação monetária ou em espécie, deslocação física e restauração de meios de subsistência. 3 Política Operacional Principalmente, o Regulamento para o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto Nº 3/202, de 8 de Agosto). 5 Em Agosto de 20, um RAP para o Projecto foi elaborado pela Austral COWIE (em associação com a COWIE DK e a Aurecon) para a DNA, de acordo com a Política Operacional 4.2 do Banco Mundial sobre o Reassentamento Involuntário (Volume 4 do Plano de Acção Ambiental e Social para a Conclusão da Barragem de Corumana - Plano de Acção de Reassentamento, Agosto de 20). O RAP foi concluído antes da introdução da nova legislação de reassentamento em 202 e não é totalmente compatível com a nova legislação para permitir a implementação. ix

11 Preparação de um plano de reassentamento (Fase 2); Elaboração de um Plano de Acção para a Implementação do Reassentamento (Fase 3). Este relatório segue-se à aprovação do relatório da Fase (Relatório do Levantamento Físico e Socioeconómico) pela Direcção Nacional do Ordenamento Territorial e Reassentamento em Setembro de 206 e contém tanto o PR como o Plano de Acção de Implementação do Reassentamento (PAIR), apresentando assim os resultados das Fases 2 e 3 do processo de reassentamento do Projecto. O relatório detalha, conforme exigido por lei, os mecanismos de consulta, compensação por perdas, planos para os locais de reassentamento (incluindo habitações de substituição, planos de urbanização (incluindo infraestruturas e serviços de apoio), terras agrícolas de substituição. e todas as informações exigidas no âmbito do Artigo do Diploma Ministerial N 56/204 de 9 de Setembro. A planificação, calendarização e orçamento para a implementação do reassentamento são igualmente incluídos. O presente documento fornece, assim, as informações importantes para a aprovação do PR e do PAIR, habilitando o Projecto à emissão da respectiva Licença Ambiental. Descrição Resumida do Projecto: A Barragem de Corumana está localizada no rio Sábiè, a sul de Moçambique, imediatamente a jusante da fronteira com a República da África do Sul. Sob o ponto de vista administrativo, o Projecto situa-se no Posto Administrativo de Sábiè, no Distrito de Moamba, Província de Maputo, a aproximadamente 94 km a noroeste da cidade de Maputo. A região em que o Projecto está localizado é predominantemente rural. A agricultura de subsistência do sector familiar é a actividade económica mais importante, embora existam várias operações agrícolas comerciais que usam água dos rios Incomati e Sábiè. A pecuária (de subsistência e semi-comercial) é também uma actividade económica importante. Em geral, os solos na área do Projecto são férteis, sendo as principais limitações para a agricultura a baixa (e frequentemente errática) precipitação e, em alguns lugares, a profundidade dos solos. O Projecto está localizado terras pertencentes a quatro localidades do Posto Administrativo de Sábiè. Existem várias comunidades distintas no interior e em redor da área do Projecto, sendo a maior delas a de Chavane, perto da Barragem de Corumana, que é a comunidade mais densamente povoada. Chavanetem características semi-urbanas e é dotada de infraestruturas sociais comparativamente melhores, em comparação com as restantes comunidades afectadas pelo Projecto, que são tipicamente rurais, consistindo em assentamentos individuais dispersos e, muitas vezes, isolados. x

12 O Projecto incluirá trabalhos de reparação no descarregador existente, a instalação de seis coportas radiais no descarregador, a construção de um descarregador auxiliar de emergência adjacente ao descarregador principal e a construção de uma nova Barragem de Portela ao sul da Barragem principal. Estas obras aumentarão o nível de abastecimento total da albufeira dos actuais metros acima do nível médio do mar (mamsl) para 7 mamsl com um nível de máxima cheia de 20 mamsl. O aumento da capacidade da albufeira de Corumana exigirá a aquisição permanente de ha de terra ha de terras que serão permanente ou periodicamente inundadas e ha de terra em torno da albufeira compreendendo umaa zona de protecção parcial (exigida nos termos da lei) da albufeira e uma zona de segurança em torno da Barragem de Portela proposta. A aquisição destas terras levará à perda permanente de terras residenciais e agrícolas, habitações e outras infraestruturas domésticas, culturas e árvores, bens culturais e/oureligiosos e infra-estruturas comunitárias ou públicas dentro da zona de impacto. Não resultará na perda total de acesso às terras e recursos comunais,. Em alguns casos, essas perdas físicas também levarão a outros impactos sociais e económicos adversos que precisarão de ser mitigados. xi

13 O processo de reassentamento está a ser gerido pela ARA-Sul, com a assistência de um Provedor de Serviços Ambientais e Sociais e um Consultor em Assistência Técnica Estratégica. Quadro Político e Jurídico para o Reassentamento Involuntário: o principal instrumento jurídico que regula o processo de reassentamento é o Regulamento para o Processo de Reassentamento decorrente de Actividades Económicas (Decreto nº 3/202, de 8 de Agosto). De acordo com o Regulamento, o Proponente do Projecto é responsável pelo desenvolvimento e implementação do plano de reassentamento, bem como pelos custos do processo; a aprovação dos planos de reassentamento é da responsabilidade do Governo Distrital, sendo precedida pela emissão de parecer técnico favorável pelo sector encarregue do planeamento territorial. O Regulamento estipula ainda quee a aprovação do plano de reassentamento precede a emissão da Licença Ambiental para o Projecto. Em Setembro de 204, foram publicados dois novos instrumentos legais relacionados com o reassentamento: o Diploma Ministerial Nº 55/204, de 9 de Setembro, que estabelece os Regulamentos Internos para a Operação da Comissão Técnica de Monitoria e Supervisão do Reassentamento, e a Directiva Técnica sobre o Processo de Elaboração e Implementação de Planos de Reassentamento (Diploma Ministerial N 56/204 de 9 de Setembro), que estipula que a elaboração do deverá ser feita em três fases e descreve os processos a ser seguidos em cada uma dessas fases.. A Fase (Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico) coincide com a elaboração do estudo de impacto ambiental (EIA) do Projecto e inclui inventários e descrições de pessoas e bens potencialmente afectados, definição de possíveis impactos sociais e económicos, medidas de compensação e reassentamento, identificação de alternativas para locais de reassentamento, medidas de consulta e participação, medidas para a resolução de reclamações e definição dos termos de referência s para a elaboração do (Fase 2). A Fase 2 consiste na elaboração do plano detalhado de reassentamento, que começa após a conclusão final do relatório da Fase e quando o desenho final do Projecto é conhecido. Esta fase envolve, entre outras acções, a realização de um Censo e Inventário Patrimonial, a realização de estudos detalhados sobre a(s) área(s) hospedeira(s) seleccionada(s) e as comunidades de acolhimento (após a aprovação das áreas pelo Governo Distrital), a elaboração de Projectos das casas e Prlantas das aldeias de reassentamento, incluindo infra-estruturas sociais e de apoio associadas, e directrizes para planos de desenvolvimento comunitário. Durante a Fase 3 (Plano de Acção de Implementação do Reassentamento), são definidos os mecanismos institucionais para a implementação do Projecto e elaborados os cronogramas de implementação e o orçamento detalhado. A Lei recomenda igualmente um processo robusto de consulta pública durante o processo de reassentamento, que exige que sejam realizadas pelo menos quatro reuniões de consulta pública.. O actual Projecto está aindaalinhado com a Política Operacional do Banco Mundial sobre o Reassentamento Involuntário (OP 4.2). Quando os detalhes do Projecto são conhecidos e a natureza e as dimensões da deslocação de pessoas podem ser determinadas com precisão, a OP 4.2 exige a elaboração de um plano de reassentamento que deve assegurar que as pessoas afectadas sejam: informadas sobre as suas opções e direitos de reassentamento; xii

14 consultadas sobre o processo de reassentamento e possam optar entre alternativas técnicas e economicamente viáveis; pronta, efectiva e totalmente compensadas por qualquer perdas ou danos imputáveis ao Projecto. O processo deverá também ser compatível com os princípios e procedimentos identificados no RAP 20. Número de Agregados Familiares Potencialmente Afectados: Um levantamento das pessoas residentes no interior da área de influência directa do Projecto ou com bens dentro dessa área, foi realizado em Janeiro e Fevereiro de 205. O levantamento incluiu: o registo (Censo) de todos os indivíduos, famílias e outras entidades residentes e/ou com terra ou outros bens dentro da da área de influência directa do Projecto; um questionário socioeconómico de todos os agregados familiares domicílio recenseados) e um inventários de todas as terras e bens dentro da zona de impacto, incluindo informações sobre as características desses bens. As datas das moratórias para a elegibilidade foram anunciadas na Rádio Comunitária de Moamba nos dias 28 e 29 de Março de 205 e em avisos públicos publicados em todos os gabinetes do Governo Distrital em Moamba, no Posto Administrativo de Sábiè e nos gabinetes locais. Um levantamento de validação, para verificar e actualizar o levantamento anterior, foi realizado entre Julho e Setembro de 206. As comunidades afectadas vivem em vários assentamentos situados em quatro localidades do Posto Administrativo de Sábiè. A maioria das comunidades é rural, com assentamentos dispersos e, muitas vezes, isolados e não tem acesso, ou tem acesso limitado, a serviços públicos. Estas comunidades incluem Jone (localidade de Sunduíne), Mahungo e Ligongolo (localidade de Matucanhane) e Ndindiza e Babtine (localidade de Macaene). A comunidade de Chavane, que se situa próximo da Barragem de Corumana, enquadra-se na localidade de Sábiè-Sede e consiste de uma série de bairros que serão afectados pelo Projecto (Panganine, Quenhene, º de Maio, Aviação, Masicate e Tsacane). A comunidade de Chavane diferencia-se de todas as outras comunidades da área do Projecto por ter características urbanas mais distintas e ter acesso a vários serviços públicos, incluindo redes de água canalizada e de electricidade (embora limitados). O censo identificou 206 famílias, 2 Igrejas e uma associação de agricultores (um total de 209 entidades) que serão afectados pelo Projecto. Em resumo, estas PAPs incluem: 92 famílias que actualmente residem em casa própria, construídas em terrenos que possuem dentro da área do Projecto. Algumas dessas famílias (nem todas) também têm campos agrícolas, árvores e /ou sepulturas familiares no interior da área do Projecto; 35 famílias que vivem em residências próprias massituadas em parcelas que pertencem a outra(s) pessoa(s), (por exemplo, um parente). Estas pessoas não são inquilinos porque possuem as suas próprias estruturas residenciais. As parcelas compartilhadas em que vivem podem ser consideradas como "condomínios" familiares. Algumas dessas famílias (nem todas) também possuem campos agrícolas, árvores e/ou sepulturas familiares dentro da zona de impacto; 4 famílias que residem nas áreas hospedeiras propostas para o reassentamento em Ndindiza ( familia) e Babtine (3 familas). Estas famílias são também elegíveis para uma nova casa no local de reassentamento a deslocação será local, ocorrendo no interior das aldeias de reassentamento; 75 famílias que não vivem dentro da área do Projecto, mas têm bens afectados, tais como parcelas vagas, pequenas lojas, habitações de trabalhadores, campos agrícolas, árvores e sepulturas dentro da zona de impacto; 2 grupos religiosos (Igrejas) que possuem locais de culto dentro da área do Projecto; e xiii

15 A Associação de Pescadores de Corumana, que possui uma parcela vaga no interior da área do Projecto. Além disso, a Electricidade de Moçambique (EDM) possui quatro torres de transmissão de energia de alta tensão dentro da área, torres essas que estão abaixo do nível de máxima cheia da albufeira (20 mamsl). Existem duas comunidades anfitriãs. Uma (Malombo 2, comunidade vizinha de Chavane) ofereceu terra para o reassentamento de pessoas de Chavane. Embora esta terra esteja dentro da jurisdição da comunidade anfitriã, encontra-se muito perto da comunidade de Chavane e longe do assentamento principal da comunidade de Malombo 2. Assim, as famílias reassentadas não serão implantadas na comunidade anfitriã de Malombo 2, mas constituirão uma aldeia separada. Uma outra comunidade vizinha (Mabane) ofereceu terra que será usada para substituir as terras agrícolas afectadas na área de Chavane. Em ambos os casos, não haverá mudança na liderança6. Além disso, há uma família que vive no local de reassentamento proposto em Ndindiza e três que moram no bloco em Babtine. Essas famílias são consideradas famílias de acolhimento. Perfil Socioeconómico das Pessoas Afectadas: Em geral, na área do Projecto, as autoridades tradicionais exercem funções de autoridade (administrativa, religiosa e política) no interior das respectivas comunidades e no interior de divisões administrativas de origem costumeira que, na maior parte dos casos, não correspondem às divisões administrativas do Estado. As pessoas na área do Projecto geralmente conhecem os limites das terras da comunidade, embora estes limites não estejam claramente definidos. O tamanho médio das famílias afectadas é de 5.8 membros, o que está acima do tamanho médio de agregados familiares de 4.5 membros na Província de Maputo. A maioria das famílias afectadas (69.%) é liderada por homens, enquanto menos de um terço são chefiadas por mulheres. A maioria vive em casa própria. As mulheres chefes de famíli (idade média de 55 anos) tendem a ser mais velhos do que os chefes de família masculinos. Duas famílias são chefiadas por crianças. Mais de metade dos chefes de família são casados, principalmente em relacionamento monogâmico. A maioria das famílias fixou-se na área durante ou após a guerra civil, finda em 992. O tamanho das parcelas residenciais varia entre 0.0 ha e 6.0 ha e o tamanho dos campos agrícolas varia entre 0.2 ha e A grande maioria dos domicílios obteve terra através das lideranças locais. De um modo geral, uma residência familiar consiste em mais de um edifício e inclui estruturas complementares no terreno tais como habitações adicionais, quartos, cozinhas exteriores, celeiros, casas de banho exteriores e latrinas. A maioria das habitações é construída com materiais tradicionais. Apenas 3 habitações têm uma cozinha interior e 2 têm casas de banho interior. Apenas um pouco mais da metade dos membros da família sabem ler e escrever e a maioria destes são homens. Cerca de 20% daqueles com mais de 6 anos de idade nunca foram à escola. Metade das famílias afectadas tem filhos a frequentar o ensino primário e cerca de 5% tem filhos a frequentar o ensino secundário. A grande maioria dos alunos do ensino primário frequenta a escola primária em Chavane. Isto reflecte-se nos acordos assinados entre a liderança da comunidade de Chavane e os líderes de Malombo 2 e de Mabane. 6 xiv

16 As principais doenças que ocorrem na área incluem a malária e as diarreias. Em caso de doença, a grande maioria das famílias afectadas recorre à medicina formal, recebendo ajuda médica de um posto de saúde. Durante a estação seca, a maioria das habitações recolhe água para beber e cozinhar a na albufeira de Corumana. Durante a estação chuvosa, quase um terço das famílias usa água da chuva colectada através de tubos de calha dos telhados e mantida em tanques ao lado das habitações. Um terço das famílias afectadas usa uma latrina tradiciona, sendo que as restantes usam a floresta circundante. Em Sábiè-Sede, cinco das famílias afectadas possuemcasas de banho com uma fossa séptica, um possível indicador da existência na área de um pequeno estrato social relativamente abastado. O principal combustível usado pelas famílias afectadas para cozinhar é a lenha. Para a iluminação, quase 50% das famílias usam a electricidade (apenas em Chavane). O petróleo de iluminação é também de uso comum. A ocupação principal dos chefes das famílias afectadas é a agricultura de subsistência, seguida do trabalho remunerado e da pesca. Nenhum chefe de família afirmou estar desempregado, embora alguns não estejam a trabalhar devido a deficiência física. As actividades geradoras de renda são bastante diversificadas. Contudo, a actividade principal que assegura quase uma quarta parte de renda de todas as famílias que geram receita em dinheiro é a venda de animais e/ou de produtos de origem animal, seguidos por salários ou venda de peixe. Para dois terços das famílias afectadas, a despesa doméstica principal é a alimentação para o lar, seguida da electricidade e transporte. Em Chavane, a maioria dos domicílios (mais de 50%) possui telemóveis, rádios e camas. Poucas famílias possuem aparelhos de televisão, aparelhos de DVD, painéis solares, frigoríficos, bicicletas, motorizadas ou viaturas. Cerca de 25% possui barcos e redes de pesca próprios. Cerca de 20% das famílias possuem contas bancárias activas. A grande maioria das famílias afectadas pratica a agricultura de sequeiro, normalmente perto das suas residências. Mais de metade das famílias também cultivam em campos nas margens da albufeira da Barragem de Corumana. Mais de 90% das famílias cultivam o milho. Outras culturas importantes incluem a abóbora, o feijão, o amendoim e a batata doce. Cerca de 40% das famílias também cultivam vegetais nas baixas à beira da barragem. Apenas um terço das famílias vendem produtos agrícolas. A maioria dos agregados familiares utiliza mão-de-obra familiar para o cultivo dos seus campos, enquanto algumas famílias dependem do trabalho contratado. Por vezes, cerca de metade das famílias usam o trabalho familiar para lavrar os seus campos. Os outros usam as suas próprias juntas de bois ou alugam-nas. Poucas famílias compram sementes ou usam fertilizantes. Dois terços das famílias possuem árvores "próprias" de marula. Outras árvores de fruta populares são as papaeiras e os limoeiros. Mais de metade das famílias possuem gado bovino, particularmente em Matucanhane e Sunduíne. Contudo, mais de dois terços das famílias têm gado caprino, ovelhas e galinha. Apenas cerca de um quarto das famílias produz todos os alimentos que consomem, enquanto quase metade dos agregados familiares produz a maior parte dos alimentos, mas precisa de comprar outros produtos alimentares. Três famílias dependem de ofertas de alimentos de amigos ou parentes. Quando enfrenta escassez de alimentos, um terço das famílias vende os seus animais, enquanto outras famílias aceitam pequenos empregos, fazem trabalho casual, reduzem o número de refeições por dia ou pedem alimentos a outros familiares. xv

17 A lenha é o recurso natural que é colectado por quase todas as famílias afectadas pelo Projecto. Mais de metade das famílias também usam madeira das florestas para fins de construção. Outros usos dos recursos florestais incluem a recolha de areia, o corte de caniço, a recolha de argila, a colecta de plantas medicinais e de frutos e tubérculos selvagens. Cerca de um quarto dizem caçar animais ou capturar aves selvagens para o consumo doméstico. A pesquisa socioeconómica constatou que cerca de um terço dos chefes das famílias afectadas pelo Projecto tem idade superior a 65 anos e, por isso, podem ser considerado como potencialmente vulneráveis. Existem viúvas e mulheres solteiras como chefes de família em Sábiè-Sede e Macaene. Os chefes de famílias com deficiência física foram identificados em Sábiè-Sede em Matucanhane e em Macaene. Dois chefes de famílias sofrem de deficiência mental ou de doença crônica. Inventário de Bens Afectados: um total de 22 terrenos utilizados para fins residenciais e não agrícolas será afectado pelo Projecto. Existem benfeitorias de algum tipo dentro de 3 parcelas. Duas parcelas não possuem qualquer infraestrutura (parcelas vagas) e existem seis parcelas abandonadas. Um campo de futebol completa o número destas parcelas. Das 3 parcelas com estruturas, existem 99 parcelas residenciais com unidades habitacionais e, muitas vezes, outras estruturas auxiliares. Destas 99 parcelas, 73 são parcelas residenciais. ocupadas por uma única família, 23 estão ocupadas por várias famílias s (condomínios), uma contém a segunda casa de uma PAP e existem duas parcelas com habitações ainda em construção. Das restantes 4 parcelas com estruturas, existem três parcelas com igrejas, mas sem unidades residenciais (uma delas pertence a uma família e é considerada uma igreja "privada"). Existem também duas parcelas comerciais com pequenas lojas. Oito parcelas são consideradas postos de gado, estando equipadas com currais e habitações de trabalhadores. As restantes parcelas têm habitações de trabalhadores que são usadas sazonalmente para fins de pesca. Um total de 58 estruturas diferentes foi identificado nas 3 parcelas com estruturas. Estas estruturas incluem unidades habitacionais, lojas, armazéns, igrejas, cozinhas externas, casas de banho exteriores, latrinas, celeiros,, currais, pocilgas, capoeiras, barracões, pombais, vedações, áreas pavimentadas e santuários para cerimónias. O levantamento realizado constatou que 3 famílias tinham um total de 9 campos agrícolas (machambas) dentro da zona afectada pelo Projecto. Das 3 PAPs que vivem dentro da área do Projecto, 58 também têm campos afectados no interior dessa área. Há ainda 55 famílias que vivem fora da área do Projecto mas que têm campos afectados no seu interior. Os tamanhos dos campos agrícolas variam entre 0.2 ha e 2.86 ha e o tamanho médio por domicílio é de.96 ha. O total de áreas afectadas é de ha. O inventário identificou.062 árvores pertencentes a 7 PAPs. As famílias afectadas poderão também perder algum acesso a uma variedade de recursos naturais que algumas delas usam. No entanto, a perda não é total. Estes recursos incluem a lenha e o material de construção, mas também frutos e plantas medicinais. Assim, a perda de acesso a esses recursos, seja através da inundação da área ou através da deslocação das famílias, terá um impacto directo nos meios de subsistência dos agregados familiares. Um total de 47 sepulturas afectadas, pertencentes a 25 famílias diferentes, que terão de ser transferidos, forma identificadas e registadas. Não foram encontradas estruturas comunitárias dentro da zona afectada. Um total de ha de terra adicional em torno da albufeira existente, precisará de ser adquirido para o Projecto (zona xvi

18 tampão). A perda de terras de pastagem também terá um pequeno impacto na comunidade em geral como um todo, não só para as 206 famílias que possuem terras e bens dentro da zona de impacto. O mesmo se aplica à perda (ou perda de acesso) a outros recursos naturais. A Electricidade de Moçambique (EDM) tem quatro torres de transporte de energia de alta tensão para Ressano Garcia, que estão abaixo do nível de máxima cheia proposta da albufeira de 20 mamsl. Em resumo, foram identificadas as seguintes perdas: xvii

19 Categoria e sub-categoria a b 2 3 3a 3b 3c 3d 3e 3f 4 3g 4a 4b Familias proprietárias que vivem permanentemente dentro da zona de impacto: Que são os ocupantes principais das parcelas residenciais Que são ocupantes secundários das parcelas residenciais Famílias proprietárias que vivem permanentemente dentro dos locais de reassentamento propostos Ocupantes e usuários de terras, de bens e recursos afectados dentro da zona de impacto, mas que vivem fora da zona de impacto: Proprietários não residentes de habitações em construção Proprietários não residentes de pequenas lojas Proprietários não residentes de estruturas de "postos de gado" remotos Proprietários não residentes de estruturas em acampamentos de pesca de operadores privados Ocupantes não residentes de parcelas não desenvolvidas Antigos ocupantes de terras e / ou estruturas que abandonaram a terra ou estruturas Agricultores não residentes Grupos e associações sociais: Grupos religiosos Associações de pesca que receberam terras e que não as utilizam) TOTAL N de PAPs por Local de Residência Ligongolo/ Babtine Ndindiza Mahungo Jone Chavane TOTAL 22 Fora da Área do Projecto xviii

20 Um total de 3 famílias perderão as suas habitações e bens domésticos caso não haja mitigação - ou seja, através da deslocação e substituição de bens. Um total de 68 ha de terra residencial e 388 ha de campos agrícolas serão afectados, representando esta última uma perda da base agrícola e perda de potencial de alimentos e renda. Propõe-se que a maioria das famílias afectadas por deslocação física seja reassentada em áreas muito próximas dos locais onde actualmente vivem (a um ou dois quilômetros de distância). Também é proposto que estas famílias (e outros membros da comunidade) continuem a ter acesso à maior parte dos ha de pastagens em torno da albufeira que serão adquiridos pelo Projecto. Algumas famílias afectadas em Ndindiza têm membros que dispõem de emprego formal na Reserva de Caça de Sábiè. A menos que essas famílias sejam reassentadas perto dos locais onde vivem actualmente, existirá um risco potencial de que os recursos obtidos através do salário desses membros sejam interrompidos. O encerramento de uma secção da estrada que liga Jone e Panganine a Chavane (Quenhene), que atravessa a zona de segurança de 500 m em torno da Barragem de Portela proposta, irá prejudicar o acessos locais Este impacto, porém, pode ser mitigado através da construção de um simples ramal. Finalmente, e uma vez que se propõe queas famílias a deslocar físicamente sejam reassentadas muito perto dos seus actuais locais de residência e no seiodas mesmas comunidades, não se prevê que haja um impacto significativo na coesão social e lideranças existentes. Medidas de mitigação propostas: o descreve os direitos a atribuir às diferentes categorias de PAPs em função do tipo de perdas induzidas pelo Projecto. Em resumo, as PAPs afectadas por deslocação física receberão novas habitações em terrenos de 0.5ha (5.000 m2) em novas aldeias de reassentamento.. As novas habitações (que serão, no mínimo, do Tipo 3) terão pelo menos o uma sala de estar, uma cozinha, uma casa de banho (com acessórios) e pelo menos três quartos (podendo ser mais, em função do nº de quartos da residência afectada.. A área mínima será de 70 m2 e a casa será construída com materiais convencionais. Será providenciada assistência para o transporte de bens domésticos para os novos locais e uma pequena compensação será paga em dinheiro a fim de cobrir pequenas despesas de instalação nas novas habitações. O Projecto cobrirá ainda os custos de aquisição de DUATs para as novas propriedades. De um modo geral, pela perda de estruturas não habitacionais (estruturas auxiliares), culturas e árvores, as PAPs receberão uma compensação em dinheiro. Pela perda de terras agrícolas, as PAPs receberão terras de substituição (com uma área pelo menos igual à área dos campos agrícolas afectados) em novas áreas agrícolas, perto dos novos locais residenciais. Uma assistência em treinamento, bem como a preparação das novas terras terras e fornecimento de insumos agrícolas iniciais, será providenciada. Propõe-se que um Provedor de Serviços adequado seja contratado pelo Projecto a fim de supervisionar a trasladação das sepulturas afectadas para áreas aprovadas (cemitérios). O Projecto cobrirá os custos de todas as cerimónias tradicionais necessárias. Procedimentos gerais organizacionais: a ARA-Sul terá a responsabilidade geral de planear e implementar o reassentamento. No entanto, será fundamental trabalhar em estreita colaboração com as comunidades afectadas e outras partes interessadas. xix

21 Em Dezembro de 204, realizaram-se reuniões abertas em cada uma das comunidades directamente afectadas a fim de se apresentar o Projecto e organizar o trabalho de campo para o Censo e Inventário Patrimonial que se iriam seguir. Em cada uma das cinco comunidades, os membros da comunidade seleccionaram representantes para um Comité Local de Reassentamento (CLR). O líder da comunidade preside ao respectivo CLR. O objectivo principal dos CLRs é receber, discutir e transmitir informações do Projecto (que são apresentadas pelos líderes da comunidade e pela equipa do Projecto) bem como receber, discutir e transmitir informações e preocupações das PAPs ao Projecto. Comités similares serão criados para as comunidades hospedeiras conforme necessário. O Projecto irá também trabalhar em estreita colaboração e sob supervisão da Comissão Técnica de Monitoria e Supervisão de Reassentamento (CTMSR)CTMSR). Entre outras acções, esta Comissãoserá responsável por: assegurar que o Projecto cumpra a legislação de reassentamento; sensibilizar a população afectada no que diz respeito aos seus direitos e obrigações; tomar decisões sobre o local de reassentamento, compensações e consultas públicas; emitir pareceres técnicos sobre os planos de reassentamento; e atender às reclamações que não podem ser resolvidas entre o Proponente do Projecto e as partes afectadas. As funções de supervisão da CTMSR serão apoiadas por Comissõess similares aos níveis provincial e distrital. As Comissões Distritais de Reassentamento (CDR) incluem representantes das PAPs, líderes comunitários e representantes da sociedade civil e do sector público. Uma CDR foi criado no Distrito de Moamba, antes da publicação do Diploma Ministerial N 55/204, de 9 de Setembro, com o objectivo de lidar com o planeamento do reassentamento relacionado com a Barragem de MoambaMajor. Esta Comissão supervisiona também o processo de reassentamento de Corumana. Mecanismo de Consulta: O Projecto preparou um Projecto de Estratégia e Plano de Comunicação Pública que descreve os mecanismos para se envolver com as partes afectadas e outras partes interessadas durante a preparação e implementação do RAP. Foi também realizada uma identificação e análise das partes interessadas. Um Oficial de Ligação com a Comunidade (CLO) foi nomeado pela UGBI para implementar componentes específicos da Estratégia. As suas atribuições incluirão a divulgação de informações sobre o Projecto, o reassentamento, as reuniões e outras matérias relacionadas com indivíduos, comunidades e outras organizações, além de receber e encaminhar respostas para a equipa de planeamento de Projectos. O CLO deverá constituir o elo chave no mecanismo de gestão de reclamações a ser implementado pelo Projecto. Os processos de participação pública envolverão o proponente do Projecto, os investidores, as agências governamentais, os diversos sectores da sociedade civil e as comunidades locais, e incluem as reuniões de consulta pública, que serão de reuniões públicas abertas com todas as partes afectadas e interessadas no processo de reassentamento. Embora várias técnicas sejam utilizadas para se comunicar e consultar o público em geral e as PAPs em particular, a estratégia propõe e descreve com detalhe o principal meio que será usado. Estas técnicas incluem, entre outras, as seguintes: reuniões individuais e entrevistas com informanteschave; discussões em grupos focais, anúncios de imprensa, reuniões abertas de consulta pública, reuniões com os comités locais de reassentamentos, reuniões com a CDR RDC de Moamba e a comunicação entre partes ocorrida por via do mecanismo de gestão de reclamações do Projecto. xx

22 A estratégia também descreve com detalhe os meios de comunicação com os vários tipos de partes interessadas, respeitando a cultura e o nível de percepção de cada um deles. Isto inclui, mas não se limita a, cartazes com mais imagens do que texto, vídeos, panfletos e apresentações em Power Point. As reuniões iniciais de consulta pública obrigatória (combinadas) foram conduzidas em Maio de 206 na Matola (nível Provincial), na Moamba (nível Distrital) e em cada uma das cinco comunidades afectadas (nível Local). Um relatório separado sobre as reuniões de consulta pública é apresentado como Anexo (Volume 2) deste relatório. Esse Anexo inclui listas de participantes e actas das reuniões, contendo as questões levantadas e as respostas fornecidas bem, como as principais questões que foram levantadas e incorporadas neste. Mecanismo de Gestão de Reclamações. O plano de reassentamento resume os principais elementos do mecanismo de gestão de reclamações implementado pelo Projecto, que inclui os seguintes elementos: os princípios, a estratégia e o objectivo do mecanismo, os mecanismos institucionais e os procedimentos para a gestão de reclamações. O Projecto deverá garantir que o mecanismo de gestão de reclamações seja acessível a um reclamante a custo zero e seja especialmente acessível para pessoas desfavorecidas e vulneráveis. Os elementos estratégicos do mecanismo incluem: a resolução de reclamações no local ou na fonte antes do encaminhamento da reclamação ao oficial de disputas; o registo formal das reclamações e disputas; a revisão interna e possível resolução das reclamações dentro das estruturas da ARA-Sul; o encaminhamento das reclamações não resolvidas para instituições externas apropriadas (tais como o CDR de Moamba) para revisão e decisão independentes em caso de impossibilidade de uma resolução interna; e o encaminhamento da disputa, em última instância,para tribunais de justiça competentes para a decisão final, em caso de falha da resolução interna e externa. Acordos individuais de direitos: serão elaborados e entregues a cada agregado ou entidade elegível, para aprovação e assinatura, os acordos legais vinculativos de direito à compensação e outras medidas de reassentamento. O beneficiário deverá conservar uma cópia do acordo. O acordo deverá conter os detalhes do agregado familiar, a lista das perdas ou impactos e os detalhes do montante da compensação (em dinheiro ou em espécie) e outras medidas de restauração de meios de subsistência a ser fornecidos. A comunidade de Malombo 2 forneceu algumas terras que actualmente não estão em uso para a comunidade vizinha de Chavane..Essas terras localizam-se perto do limite com Chavane e destinamse a sere usadas na aldeia de reassentamento destinada àss PAPs de Chavane. Foi assinado um acordo entre os líderes de ambas as comunidades sobre este acto. Foi estipulado no acordo que os líderes de Chavane terão jurisdição sobre a aldeia de reassentamento. Planos para as áreas hospedeiras: um total de 3 famílias afectadas precisarão de ser reassentadas dentro das comunidades de Ndindiza sendo 24 em Babtine, 5 em Ligongolo / Mahungo (área de Fungotine), 9 e 88 em Chavane. Nos termos da Lei (Decreto N 3.202, de 8 de Agosto, Artigo 2), as responsabilidades do Governo Distrital são, entre outras, alocar as áreas para o reassentamento das famílias afectadas e para a prática de actividades de subsistência. Entre Fevereiro de 205 e Março de 206, o Projecto realizou várias reuniões com os líderes comunitários e as famílias afectadas para se discutir possíveis locais de reassentamento e organizar xxi

23 visitas a esses locais. O processo foi acompanhado, em várias ocasiões, pelos Chefes da Localidade e membros do CDT de Moamba. As famílias afectadas serão reassentadas em quatro áreas separadas em Ndindiza. Babtine. Ligongolo (Fungotine) e Chavane, conforme ilustrado no mapa abaixo. Todas as áreas de reassentamento consistem de uma área residencial e uma área agrícola. As pastagens de gado situam-se geralmente nas áreas circundantes das áreas de reassentamento. Na selecção das potenciais áreas de reassentamento, o Projecto respeitou os desejos das famílias afectadas (particularmente em Ndindiza, Babtine e Fungotine) que, por motivos sociais e culturais, deveriam permanecer dentro das suas comunidades existentes e o mais próximo possível dos seus locais de residência actuais. Nenhuma das famílias afectadas será reassentada fora da sua própria comunidade, eliminando-se assim a necessidade de qualquer consideração das comunidades de acolhimento e de novos mecanismos de liderança. Isto significa que, além da aldeia de reassentamento de Chavane, as aldeias de reassentamento de outras áreas serão bastante pequenas, acomodando entre 8 e 2 famílias, o que tornará difícil fornecer serviços e instalações sociais e económicas para essas aldeias de reassentamento. Assim, o Projecto considerou também que, o novo local de reassentamento deveria estar o mais próximo possível das escolas e das unidades de saúde existentes para que as famílias reassentadas possam continuar a usá-las após a deslocação. O acesso actual a essas instalações poderá variar de dois a mais de 5 km e as aldeias de reassentamento propostas distam todas 2 km ou menos das escolas e unidades de saúde. 2 famílias que actualmente vivem dentro de zonas afectadas em Ndindiza precisam de terrenos para novas habitações. O local identificado para o reassentamento (4 ha) localiza-se 3.4 km a nordeste das residências afectadas. Existe uma família que vive numa casa no local proposto para o xxii

24 reassentamento. De acordo com o quadro de elegibilidade, esta família terá direito a uma nova parcela de terra e casa no local de reassentamento. 4 famílias que actualmente vivem dentro de zonas afectadas em Babtine precisam de terrenos para novas habitações. O local identificado (9 ha) situa-se em frente à escola Babtine. 8 famílias que actualmente vivem dentro de zonas afectadas na área conhecida por Fungotine (Ligongolo / Mahungo) precisam de terrenos para novas habitações. O novo local situa-se 2.8 km a sul das residências afectadas e 2 km a norte de Ligongolo-Sede (onde existe uma escola) e Mahungo-Sede (onde existe um posto de saúde). Um novo furo de água, com uma bomba manual, será feito próximo a cada um desses locais de reassentamento. Não existe electricidade em Ndindiza, Babtine e Fungotine e propõe-se o fornecimento de painéis solares às famílias reassentadas. Em todos estes locais de reassentamento propostos, as famílias reassentadas podem continuar a usar as escolas existentes em Ndindiza. Babtine e Ligongolo, nenhuma das quais dista mais de 2 km dos locais de reassentamento. Do mesmo modo, as famílias reassentadas podem continuar a usar as unidades de saúde existentes em Ndindiza. Babtine e Mahungo. Será fornecido um sistema e um tanque de água para a recolha da água de chuva dos telhados das escolas de Ndindiza, Babtine e Ligongolo-sede. O Projecto irá ligar a rede eléctrica da EDM à escola de Ligongolo-Sede. 87 famílias actualmente a viver dentro de zonas afectadas em Chavane (principalmente no Bairro de Quenhene) necessitam deterrenos para novas habitações. A única PAP de Jone a ser reassentada pediu para ser reassentada em Chavane. O total é de 88. Existe uma escola e uma unidade de saúde em Chavane (a aproximadamente.5 km de Quenhene). Existe também um novo centro de saúde em Chavane, mas a habitação do pessoal de saúde não foi concluída e não há ligação de electricidade e nem canalização de água. Este centro de saúde não está operacional. O novo local de reassentamento proposto (65 ha) está 2 km a sudeste de Quenhene e 2.4 km a sul da escola de Chavane e do posto de saúde. O local está dentro da área da comunidade de Chavane. Pretende-se ampliar a rede de energia eléctrica existente da EDM e a rede de água da ARA-Sul para a nova aldeia de reassentamento. A água será fornecida às famílias reassentadas através de tubos de suporte comunais. O Projecto irá também actualizar a rede eléctrica existente nas Sedes de Mahungo e de Ligongolo. As famílias reassentadas poderão continuar a usar a escola e o posto de saúde existentes em Chavane, os quais não distam muito das suas novas residências ao seu reassentamento(2.4 km). O Projecto irá assegurar a conexão da escola existente e do novo posto de saúde com a rede de distribuição de electricidade da EDM e a rede de abastecimento de água da ARASul. O Projecto irá também construir quatro novas salas de aula e quatro habitações para professores na escola e cobrirá o custo dos trabalhos necessários para a conclusão de uma casa do pessoal de saúde no novo posto de saúde ainda em construção. Foram realizados levantamentos topográficos em todos os locais de reassentamento propostos em 206. Com base nesses levantamentos, foram desenvolvidos os planos físicos (urbanização) que são apresentados no. As áreas de reassentamento são relativamente pequenas e, portanto, os planos urbanos são bastante simples, compreendendo principalmente parcelas residenciais (0.5 ha cada), vias internas de acesso, espaços para uso religioso (por exemplo. igrejas) e espaços para pequenas lojas. Foram realizadas reuniões em cada uma das comunidades afectadas para efeitos de divulgação do Projecto conceitual proposto e as especificações preliminares para as habitações de substituição. Os xxiii

25 desenhos são fornecidos em Anexo ao. As características das habitações de reassentamento estão descritas abaixo. O tamanho mínimo de uma casa de reassentamento será de 70 m2 (de acordo com a Lei) e consistirá de uma sala de estar, uma cozinha, uma casa de banho e uma sanita e três ou mais quartos. O número de quartos a ser fornecidos é determinado pelo número de quartos no complexo residencial de cada família. Todos os quartos terão portas que acedem a um corredor aberto para permitir o acesso independente aos quartos exteriores (de acordo com os requisitos culturais estipulados nas consultas comunitárias). As habitações serão construídas com blocos de cimento e serão cobertas com chapas de zinco com isolamento térmico em baixo. Terão portas de madeira e janelas de vidro com armações em aço. As paredes interiores e exteriores serão rebocadas e pintadas. Uma canalização interior e os acessórios (por exemplo, lavatórios e sanita ) serão instalados na casa de banho e na cozinha, conforme seja apropriado. Será fornecido um tanque séptico. Como o abastecimento público de água não será imediatamente conectado às habitações (somente numa fase posterior, quando um abastecimento de água suficiente estiver disponível na área), o Projecto irá construir pelo menos uma unidade de saneamento externo para cada casa. Esta unidade externa consistirá de uma estrutura de bloco de cimento contendo duas divisões - uma latrina melhorada ventilada e uma área de banho. Cada casa será equipada com um sistema (calhas) para a recolha de água da chuva e um tanque de 000 litros para armazenamento de água que poderá ser utilizada pela família em tempos de escassez de água ou para regar uma pequena horta. Todas as habitações estarão equipadas com instalação eléctrica e acessórios. A electricidade será fornecida pela rede nacional da EDM ou por painéis solares. Será construído um total de 3 habitações novas, das quais 8 habitações do tipo 3, 9 habitações do tipo 4 e 4 habitações do tipo 5. Quando uma família for elegível para uma casa do tipo 5 ou maior, poderá optar por duas habitações menores mínimo de tipo 3) em vez de uma única habitação de grandes dimensões. Planos para locais agrícolas alternativos: existem 3 locais de substituição de terra agrícola atribuídos ao Projecto e totalizando 873 ha (ver Figura acima). Foram encontrados 62 ha adequados para a agricultura. Os solos em toda a área de Corumana são geralmente pobres do ponto de vista agrícola. As áreas seleccionadas são suficientes para responder aos requisitos iniciais de terra, mas não satisfazem asnecessidades totais de terra de substituição agrícola em áreas específicas. O proponente deverá entregar as parcelas agrícolas aos seus novos proprietários já preparadas para o cultivo ou seja, desmatadas e aradas. Os agricultores receberão apoio para as suas actividades agrícolas, designadamente, sementes de variedades tolerantes à seca e fertilizantes e pesticidas seguros e fáceis de usar. Isto será feito logo após a atribuição das novas parcelas aos beneficiários. A fim de apoiar uma actividade agrícola bem sucedida nas áreas de substituição, as PAPs beneficiarão de treinamento e assistência técnica. Os agricultores de Corumana identificaram, eles próprios, as suas necessidades de treino preferenciais, relacionadas com assuntos tais como a gestão de solos, a gestão de culturas e o armazenamento de produtos. A maioria dos agricultores descreveu as pragas (particularmente o gorgulho) que ocorrem durante o armazenamento como uma grande xxiv

26 preocupação, uma vez que a perda de produção durante a fase de armazenamento poderá ser na ordem de 30%. As pragas de campo também são uma preocupação. As árvores economicamente valiosas serão substituídas pela provisão de duas mudas por cada árvore perdida, complementadas por uma indemnização pecuniária destinada a cobrir a perda de produção durante o período que as árvores demoram a atingir a maturidade. Avaliação de Impacto Ambiental Simplificada nas Áreas Hospedeiras: Foi realizado um EIA Simplificado para as áreas hospedeiras a fim de avaliar os impactos das actividades a ser realizadas nos locais de reassentamento (tanto nas áreas de substituição de residências como agrícola) e encontrar medidas de mitigação adequadas. O EIA Simplificado também contém um Plano de Gestão e Monitoria Ambiental (PGMA) e é apresentado como Anexo a este. Melhoria da produção pecuária e da pesca artesanal: espera-se que os impactos na produção de gado sejam mínimos, pois os produtores poderão continuar a utilizar a maior parte da terra adquirida pelo Projecto para o pasto. É provável que os impactos nos pescadores também sejam mínimos. No entanto, as medidas para melhorar a produção pecuária e a pesca artesanal serão investigadas durante o planeamento detalhado do Programa de Restauração dos Meios de Subsistência durante a implementação do e um orçamento será fornecido para esse efeito. O PGMA recomendou uma série de planos que terão de ser desenvolvidos e implementados durante o Projecto. As medidas específicas de mitigação incluem as seguintes: Um plano de desenvolvimento e gestão das pescas na albufeira para o desenvolvimento e gestão da pesca, com base em colheitas sustentáveis de espécies de peixes nativos; Um Programa de Gestão da Albufeira que inclua um Zoneamento Ambiental da Albufeira (por exemplo, para pesca e caça controlada) e a área em redor da Albufeira através de um processo consultivo com todas as principais partes interessadas, a fim de proteger os recursos da fauna bravia, da biodiversidade e da qualidade da água; e Um Programa de Descargas Ambientais que deverá garantir uma área adequada para planícies de inundação ao longo das margens da albufeira, para proporcionar pastagem para a fauna bravia e gado; Foi iniciado um processo para cumprir as medidas de mitigação do PGMA e o Proponente nomeou o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP) para determinar as colheitas sustentáveis de peixes. Uma vez que os níveis da Barragem foram muito baixos em 206, o estudo do INIP ainda não foi concluído. Uma vez que a informação esteja disponível, será criado um fórum consultivo para se chegar a um acordo sobre um plano de zoneamento apropriado para facilitar a utilização multiuso e maximizar os benefícios derivados. Planos para lidar com o património natural e cultural: Nenhum património natural local foi identificado na área do Projecto. No entanto, foi identificado algum património cultural local. Existem quatro locais arqueológicos e sagrados (principalmente sepulturas) localizados na área do Projecto. Os locais arqueológicos requerem trabalho adicional para se determinar se o seu resgate e/ou acções de arqueologia de salvaguarda são ou não necessários. Um total de 47 sepulturas afectadas que precisam ser transferidos, pertencentes a 25 famílias diferentes, foi identificado, mapeado e registado. Foram realizadas, em Outubro de 206, duas reuniões específicas de consultas comunitárias em Chavane e Ndindiza para se discutir as medidas recomendadas pela comunidade sobre a questão delicada das sepulturas. No entanto, as sepulturas já submersas na água da actual albufeira foram excluídas da discussão. Os participantes expressaram um desejo unânime de ter as sepulturas localizadas dentro da área de inundação transferidas para um local seguro. Contudo, existem pontos de vista diversos entre as xxv

27 comunidades quanto ao local para onde as sepulturas deverão ser transferidas. As cerimónias de trasladação deverão ser conduzidas pela família do falecido de acordo com os ritos tradicionais da comunidade. Para a realização das cerimónias, são necessários os seguintes condimentos: uma pequena quantia em dinheiro (montante não especificado); bebidas tradicionais; uma pequena urna, uma pequena quantidade de rapé; transporte das urnas para os novos locais de enterro; e serviços para a abertura das sepulturas e reenterro As famílias solicitaram também que a escavação da antiga sepultura, o transporte dos restos para novos locais de sepultamento e o novo enterro fossem feitos por uma entidade competente contratada para o efeito. Um plano de deslocação das sepulturas será produzido logo após a implementação do plano de reassentamento. Orçamento: O Plano de Acção de Implementação do Reassentamento no final deste Plano de Reassentamento fornece um orçamento para a implementação. O custo estimado da implementação é de USD 6,826,649. Período de implementação: o Plano de Ação de Implementação do Reassentamento inclui um cronograma para a implementação do. A implementação deverá ser concluída em trinta meses. O momento do início dependerá da aprovação oficial do Plano de Reassentamento. xxvi

28 INTRODUÇÃO O governo de Moçambique pretende realizar obras para aumentar a capacidade actual da Barragem de Corumana, localizada no rio Sábiè, a sul de Moçambique. A água da albufeira será usada para irrigação a jusante, geração de electricidade e aumento do abastecimento de água à Região Metropolitana de Maputo. A Barragem irá também ajudar no controlo de cheias a jusante. O Projecto das Obras para a Conclusão da Barragem de Corumana compreende dois componentes do Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos (PNDRH ). O Componente B abrange as Obras Civis e Hidromecânicas para a Barragem de Corumana. O Componente C está associado a questões ambientais e sociais. O Proponente do Projecto é a Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH), adstrita ao Ministério das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH). Para os dois componentes da Barragem de Corumana, a agência de implementação designada é a Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul), que inclui a Unidade de Gestão da Bacia do Rio Incomati (UGBI), que é responsável pela gestão e operação da Barragem de Corumana. O Banco Mundial está a garantir apoio financeiro para o Projecto. O Projecto terá impactos positivos para muitas pessoas e empresas a jusante da Barragem e na Região Metropolitana de Maputo. No entanto, cerca de ha de terra em torno da albufeira existente (área de influência directa do Projecto) serão periodicamente inundados ou reservados para fins de protecção da albufeira e segurança humana. Esta terra será permanentemente adquirida pelo Projecto. Essa aquisição resultará na deslocação física involuntária de PAPs afectadas pelo Projecto7, que já não poderão viver dentro das zonas de impacto, e também em deslocação económica, ou seja, na perda de bens económicos no interior da area de influência directa do Projecto ou na perda parcial de acesso a algumas áreas e aos recursos aí existentes. O acesso contínuo a áreas de importância cultural também poderá ser prejudicado. A Política Operacional do Banco Mundial sobre o Reassentamento Involuntário8 e a legislação nacional que rege o processo de reassentamento9 exigem que sejam implementadas medidas adequadas para mitigar os impactos adversos da deslocação. Tais medidas podem incluir a deslocação física de pessoas (reassentamento), a compensação pela perda de bens, bem como outras medidas para melhorar, ou pelo menos restaurar, os meios de subsistência0. Nos termos da Política do Banco Mundial e da Legislação Nacional, um (PR) deverá ser elaborado pelo Proponente do Projecto e ser aprovado antes que as obras do Projecto tenham início. Em Moçambique. o PR deverá ser aprovado antes da emissão da Licença Ambiental. De acordo com a Lei (Diploma Ministerial nº 56/204), processo de elaboração de planos de reassentamento ocorre em três fases, designadamente: Fase - colecta e análise de informações físicas e socioeconómicas e elaboração do Relatório do Levantamento Físico e Socioeconómico; Fase 2 - preparação do em si; e Fase 3 - preparação do Plano de Acção de Implementação do Reassentamento, incluindo responsabilidades detalhadas de implementação, um orçamento detalhado e o cronograma de implementação. Pessoa Afectada pelo Projecto refere-se a a indivíduos, famílias comunidades ou quaisquer outras entidades afectadas pela aquisição de terra para o Projecto. 8 Política Operacional 4.2 (PO 4.2). 9 Principalmente, o Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto No. 3/202 de 8 de Agosto). 7 0 O termo "reassentamento" é usado para cobrir todas as medidas de mitigação necessárias, incluindo as compensações monetárias ou em espécie, deslocação física e restauração de meios de subsistência.

29 O processo de planeamento do reassentamento do Projecto está a ser realizado por um Provedor de Serviços Ambientais e Sociais (Impacto - Projectos e Estudos Ambientais, Limitada) em nome da DNGRH. O presente documento segue-se à aprovação do relatório da Fase (o Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico) pela Direcção Nacional de Ordenação do Território e Reassentamento em Setembro de 206, e contém o (RP) e o Plano de Acção de Implementação do Reassentamento (PAIR), apresentando os resultados das Fases 2 e 3 do processo de planeamento do reassentamento para o Projecto. Define com detalhes, conforme exigido por lei, os mecanismos de compensação por perdas, os planos de reassentamento locais (incluindo as habitações de substituição, os planos de urbanização, o apoio às infraestruturas e serviços e terras agrícolas de substituição) e todas as informações exigidas nos termos do Artigo do Diploma Ministerial N 56/204 de 9 de Setembro. O documento apresenta ainda o cronograma, o orçamento e o planeamento para a implementação do reassentamento,. fornecendo a informação relevante para a aprovação do PR e do PAIR, habilitando assim o Projecto para a emissão da Licença Ambiental necessária para o início dos trabalhos de construção. 2

30 2 LOCALIZAÇÃO E DESCRIÇÃO DO PROJECTO 2. A BARRAGEM DE CORUMANA A Barragem de Corumana é uma Barragem multiuso que foi construída entre 983 e 989 no rio Sábiè, no sul de Moçambique, perto da pequena aldeia de Chavane (Figura ). A Barragem está localizada no Posto Administrativo de Sábiè,Distrito da Moamba, na Província de Maputo e, dista aproximadamente 94 km a noroeste da capital nacional, a cidade de Maputo (3 km por estrada); 87 km a noroeste da capital provincial, cidade da Matola (99 km por estrada); 44 km a norte da capital do Distrito, a cidade de Moamba (52 km por estrada); e 6 km a noroeste da sede do Posto Administrativo de Sábiè. Sábièsede (7 km por estrada). Figura Localização da Barragem de Corumana O rio Sábiè é um importante afluente do rio Incomáti. Nasce na África do Sul e flui a sudeste através do Parque Nacional Kruger,entrando em Moçambique através de um desfiladeiro ao longo dos Montes Libombos, a aproximadamente km a noroeste da Barragem de Corumana. A albufeira da Barragem de Corumana estende-se a montante da Barragem para o desfiladeiro, prolongando-se pelo Parque Nacional Kruger por quase um quilometro. O rio Sábiè junta-se ao rio Incomáti a aproximadamente 5 km a leste de Sábiè-sede. A Barragem de Corumana é propriedade do Governo de Moçambique (GdM), estando sob jurisdição da Direcção Nacional de Gestão de Recursos Hídricos (DNGRH) adstrita ao Ministério das Obras Públicas. Habitação e Recursos Hídricos (MOPHRH). A operação, gestão e manutenção da Barragem são da responsabilidade da Administração Regional de Águas do Sul (ARA-Sul), especificamente a Unidade de Gestão da Bacia do Rio Incomáti (UGBI), que tem a sua sede na Barragem. 3

31 A actual Barragem de Corumana é uma Barragem de aterro de enrocamento e de núcleo inclinada. Tem 45 m de altura e a crista tem pouco mais de 3 km de comprimento. A Barragem tem um descarregador no pilar direito com seis aberturas para instalação de comportas radiais, uma calha de betão e uma bacia de imobilização. O peitoril do descarregador está a metros acima do nível médio do mar (mamsl). Duas condutas de betão para a descarga de águas estão localizados sob a Barragem com uma torre de controle nas entradas para a operação de telas de lixo e comportas de emergência. Há uma pequena central hidroeléctrica imediatamente abaixo da Barragem, com uma capacidade instalada de 6.6 MW. Devido a restrições financeiras, as seis comportas radiais do descarregador não foram instaladas. Uma Barragem de Portela proposta, localizada a sul da Barragem principal, com um dique fusível de emergência (destinado a evacuar a água durante inundações excepcionais) também não foi construído. Uma Barragem (com comportas radiais e Barragem de Portela) foi originalmente projectada para ser operada a um nível de máxima cheia de 7 mamsl com uma capacidade da albufeira estimada em.240 Mm3. Devido à ausência das comportas radiais e da Barragem de Portela, a Barragem de Corumana é actualmente operada a um nível de máxima cheia de mamsl (a elevação da soleira do descarregador) com uma capacidade de albufeira de 720 Mm3. O nível da água na albufeira (e, portanto, a área superficial e a capacidade) varia acentuadamente de ano para ano, dependendo da precipitação e dos influxos a montante. Por exemplo, em 2000, o nível de água excedeu os 20 mamsl enquanto em 206 caiu abaixo de 90 mamsl. Dependendo da quantidade e do tempo das descargas da albufeira, o nível da água também pode variar significativamente num determinado ano. Por exemplo, o nível da água geralmente cai em mais de 6 m do seu nível máximo em Janeiro/Fevereiro para o seu nível mais baixo por volta de Novembro/Dezembro. A área da terra seca e exposta dentro da bacia da albufeira muda constantemente, muitas vezes de forma significativa e rápida. A água na albufeira da Barragem de Corumana é descarregada no rio Sábiè, principalmente para irrigação a jusante ao longo dos rios Sábiè e Incomáti. A água é também descarregada para a geração de electricidade para a rede eléctrica nacional. Uma vez que as comportas radiais do descarregador não foram instaladas. a regulação do fluxo de água no rio Sábiè para o controlo de cheias a jusante não é possível. A albufeira é uma fonte de recursos piscícolas que são uma importante fonte de alimento e renda para as comunidades locais. 2.2 OBRAS PARA A CONCLUSÃO DA BARRAGEM DE CORUMANA - O PROJECTO Actualmente, o GdM pretende realizar obras para a conclusão da Barragem de Corumana. Tal acção está sendo realizada através de dois componentes do Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos - (PNDRH ), que está sendo implementado pelo GdM através da DNGRH. O financiamento do (PNDRH ) é apoiado por um Crédito da Agência Internacional para o Desenvolvimento e do Banco Mundial. O Componente B do PNDRH, refere-se às Obras Civis e Hidromecânicas para a conclusão da Barragem de Corumana e o Componente C relaciona-se com aspectos ambientais e sociais. Estes dois componentes do Projecto estão a ser implementados pela ARA-Sul (incluindo a UGBI). A conclusão da Barragem de Corumana aumentará a capacidade de armazenamento de água na albufeira e permitirá um melhor controlo das inundações a jusante. A água na albufeira continuará a 4

32 ser utilizada para irrigação a jusante e para a geração de electricidade. Além disso, a água será utilizada para aumentar o abastecimento de água à Região Metropolitana de Maputo. Prevê-se que os stoks de peixe na albufeira aumentem. O desenho original das obras de conclusão da Barragem de Corumana incluiu, entre outros, a instalação das seis comportas radiais no descarregador da Barragem existente e a construção da Barragem de Portela (com um dique fusível) a sul da Barragem existente. Isto aumentá o nível de abastecimento total da albufeira dos actuais mamsl para 7 mamsl, com um nível de máxima cheia de 20 mamsl, aumentando a capacidade de armazenamento da albufeira da sua actual capacidade de 720 Mm3 para.240 Mm3. Devido às potenciais dificuldades de operação, manutenção e segurança das barragens em geral e preocupações com impactos ambientais e sociais, a ideia de incluir um dique fusívelna Barragem de Portela foi abandonada. Em vez disso, propõe-se actualmente a construção de um descarregador auxiliar de emergência adjacente ao descarregador principal existente na Barragem de Corumana. Esta solução irá melhorar a segurança da barragem e minimizar os impactos ambientais e sociais negativos. No entanto, a construção deste descarregador auxiliar não está incluída nas obras do presente Projecto, uma vez que essa opção, não estava prevista e orçamentada no Projecto. Assim, pretendese projectar e construir o descarregador numa data futura, ao abrigo de um Projecto separado, uma vez que os fundos necessários tenham sido garantidos. As obras específicas do Projecto actual incluirão as seguintes acções: Instalação de seis comportas radiais no descarregador e equipamentos hidromecânicos auxiliares na Barragem principal; Obras de reparação de pilares / pilares de betão; Fortalecimento de obras na Barragem existente; e Construção de uma nova Barragem de Portela (sem dique fusível no descarregador) a sul da actual Barragem de Corumana. A conclusão destas obras aumentará o nível operacional da Barragem e a capacidade de armazenamento da albufeira. Contudo, ainda não será possível operar a Barragem até ao nível de máxima cheia pretendido de 7 mamsl e a capacidade de armazenamento de.240 Mm3. Isto só será possível após o descarregador auxiliar proposto ter sido concluído. No período provisório, regras específicas de operação serão recomendas para se garantir uma segurança da Barragem2. As medidas de mitigação propostas neste baseiam-se no pressuposto de um nível máximo de cheia de. 20 mamsl (i.e. após a futura construção do descarregador auxiliar proposto) Esta opção destina-se a evitar a necessidade de planear e implementar medidas de reassentamento e compensação no futuro. A água será transportada da Barragem de Corumana para a Área Metropolitana de Maputo, por meio de uma nova tubagem que está sendo construída pelo Fundo de Investimento para o Abastecimento de Água (FIPAG) no âmbito de um projecto separado. Uma estação de tratamento de água será também criada a 7 km da Barragem de Corumana, ao longo da estrada da Barragem até Sábiè-sede. 2 Por exemplo, a barragem poderá ser operada até um nível de máxima cheia de 5 mamsl, embora o nível real ainda tenha que ser determinado. 5

33 A DNGRH é responsável pela gestão e aprovação do Projecto das Obras Civis e Hidro-mecânicas que estão sendo realizadas por um Consultor para o Projecto Executivo Detalhado e Fiscalização. A administração e gestão são da responsabilidade da Equipa de Administração e Gestão de Projectos adstrita à DNGRH. As obras de construção e instalação serão realizadas por empreiteiros de obras seleccionados em dois lotes, designadamente, uma equipa que abrange obras Hidro-mecânicas da Barragem existente e outra que cobre a construção da Barragem de Portela e de infraestruturas de reassentamento. A ARA-Sul será responsável pela gestão da execução das obras que serão supervisionadas pelo Consultor para o Projecto Executivo Detalhado e Fiscalização. 2.3 A ÁREA DO PROJECTO A área geral do Projecto é considerada aquela que inclui a área coberta ampliada pela albufeira da Barragem de Corumana (ao nível de máxima cheia de 20 mamsl), além da área circundante da pegada do Projecto, cerca de 5 quilómetros em redor do nível de máxima cheia (Figura 2). A área geral do Projecto inclui seis comunidades que vivem nos arredores da albufeira existente. Estima-se que haja cerca de pessoas (300 famílias) residentes na area de influência do reservatório.3 A maior e mais significativa comunidade é a aldeia de Chavane, situada a dois quilômetros a sul da Barragem de Corumana. Chavane é composta por seis bairros com uma população estimada em cerca de pessoas (800 famílias). Chavane está a desenvolver cada vez mais características urbanas com parcelas residenciais relativamente densas e bem definidas e mercados de forma distinta4. Chavane é a comunidade mais desenvolvida na área do Projecto em termos de infraestruturas e serviços tais como electricidade, abastecimento de água, educação, saúde, comércio, transportes e comunicações. As outras comunidades dentro da área geral do Projecto incluem as comunidades de Mahungo, de Ligongolo, de Babtine, de Ndindiza e de Jone. São comunidades remotas, tipicamente rurais. De um modo geral, as residências são amplamente dispersas e isoladas. Existem poucas infraestruturas e serviços. Os únicos lugares de concentração de pessoas são as pequenas aldeias sede de Mahungo e de Ligongolo, que são os principais centros das suas respectivas comunidades. Para a maioria das pessoas que vivem na área de influência directal do Projecto, as actividades económicas dominantes são a agricultura de subsistência do sector familiar e a criação de gado em pastagens e matas comunitárias. Em torno da albufeira, a pesca é também uma das actividades importantes para algumas pessoas. Em Chavane, existem ainda apequenas empresas artesanais que constituem um fonte de geração de renda importante para algumas famílias. Estimativa obtida por contagem deestruturas residenciais em imagem Google Earth e considerando-se uma media de 5 pessoas por agregado (de acordo com a média obtida através do Censo realizado e que se descreve mais à frente neste documento. 4 À excepção do bairro Panganine, 3 km a noroeste dos outros bairros. Panganine é tipicamente rural, com famílias muito dispersas e isoladas e sem serviços públicos. 3 6

34 Figura 2 Mapa da Área do Projecto 7

35 3 AQUISIÇÃO DE TERRA E REASSENTAMENTO 3. TERRA A SER ADQUIRIDA PARA O PROJECTO Os Projectos de engenharia e as localizações das infraestruturas do Projecto têm um impacto directo na localização e magnitude da aquisição de terras. A instalação das comportas radiais na Barragem existente e a construção do descarregador auxiliar (no futuro) não implicarão aquisição de terras adicionais. No entanto, cerca de ha de terra adicional em torno da albufeira existente precisarão de ser permanentemente adquiridos para o Projecto. Esta aquisição inclui: 2,464 ha de terra entre o actual nível máximo de cheia ( mamsl) e o nível máximo do Projecto (20 mamsl) Parte desta área sera periodicamente inundada, de acordo com as flutuações do nível de água da barragem. A area entre o nível máximo de fornecimento (7 mamsl) e o nível máximo de cheia (20 mamsl) apenas sera inundado em períodos de cheia excepcionais, permanecendo seco durante a maior parte do tempo. Devido ao perigo de inundação, e por motivos ambientais, não serão permitidas estruturas permanentes ou campos agrícolas nesta área. No entanto, a area não inundada permanecerá disponível para certas actividades, tais como pastagem de gado,o que é permitido por lei mediante autorização especial, tal como explicado no Capítulo ,622 ha de terra acima do nível máximo de cheia de 20 mamsl, compreendendo uma zona de protecção parcial de 250m em redor do contorno de 20 mamsl, de acordo com o prescrito pela Lei de Terras Moçambicana. Esta terra não será inundada. Nos termos da Lei, não são permitidas estruturas permanents nem actividades económicas (tais como agricultura) na zona de protecção parcial. In terms of the law permanen. A Lei, no entanto, tal como explicado no Capítulo 4 permite a obtenção de licenças para pastoreio no interior desta zona. 3 Uma zona de segurança de 600 ha estabelecida em redor do dique de portela e que se estende por 500 m a partir da linha de crista do dique. Cerca de metade desta área (300 ha) situa-se no interior da zona de protecção parcial. Não são permitidas estruturas, campos agrícolas, etc., no interior da zona de segurança. A terra a ser adquirida é referida como "área de influência directa do Projecto " e é ilustrada na Figura 2 do capítulo anterior. Todas as terras e bens dentro dessa área serão permanentemente adquiridos aos indivíduos, famílias, comunidades e outras entidades a quem for reconhecido o direito de propriedade ou de uso. 8

36 3.2 IMPACTOS GERAIS DA AQUISIÇÃO DE TERRA As possíveis perdas que podem ser induzidas pela aquisição permanente de terras para o Projecto estão listadas na Tabela. Caso não haja mitigação, essas perdas poderão induzir empobrecimento e degradação das condições de vida. Tabela Possíveis Impactos da Aquisição de Terra Perdas Físicas Infraestruturas residenciais (incluindo habitações. Cozinhas, Celeiros, Currais, pequenos quiosques, Latrinas, casas de banho,abrigos. etc.) Infraestruturas comerciais (por exemplo, lojas. Mercados, Quiosques, Oficinas, etc.) Espaços abertos e públicos onde o negócio informal é realizado Infraestruturas, tais como currais de gado, acampamentos de pesca, etc. Infraestruturas religiosas (por exemplo, igrejas e mesquitas). Infraestruturas comunitárias e públicas (por exemplo escolas, unidades de saúde, infraestruturas de abastecimento de água, redes de electricidade, Estradas, campos de prática de desportos. etc.) Acesso a terras agrícolas (machambas). Culturas não colhidas e árvores economicamente importantes (por exemplo, para produção de fruta. madeira. etc.). Acesso a terras de pastagem comunais. Perdas e Impactos Consequenciais Possíveis Perda de bens de valor pelos (proprietários) Perda de abrigo Diminuição do nível de vida Perda de bens de valor pelos (proprietários) Perda de clientes Perda de renda comercial (meios de subsistência) Perda de emprego e de meios de subsistência pelos (funcionários) Perda de acesso a bens e serviços pelos (clientes) Perda de clientes Perda de renda comercial (meios de subsistência) Perda de acesso a bens e serviços pelos (clientes) Perda de bens de valor pelos (proprietários). Perda de acesso a áreas de pastagem e pesca. Perda de bens de valor pelos (proprietários e membros) Perda de seguidores (estatuto) Perda de acesso aos locais de culto pelos (membros) Perda de coesão e de apoio do grupo Perda de bens de valor pelos (proprietários) Perda de emprego e de meios de subsistência pelos (professores. enfermeiros. etc.) Perda de educação, serviços de saúde, abastecimento de água, electricidade, acesso a lugares de recreação (alunos. usuários. etc.) Diminuição do bem-estar e do padrão de vida Perda de investimentos de valor em compensação por terra, etc. pelos (utilizadores) Perda de provisões e rendimentos futuros em alimentos (meios de subsistência) Perda do custo de investimento (em posse) Perda de alimentos ou de rendimentos futuros (meios de subsistência) Perda de alimentos e de renda (meios de subsistência) Perda de emprego e de meios de subsistência (pastores de gado) Perda de benefícios sociais, culturais e outros associados à propriedade do gado (por exemplo. riqueza e estatuto) Perda de acesso a produtos de origem animal (compradores, etc.) 9

37 Perdas Físicas Acesso a áreas de pesca. Acesso a outros recursos naturais comunitários (por exemplo lenha, Madeira, frutos silvestres,produção de carvão vegetal, fontes de água, plantas medicinais, areia, argila para tijolos, etc.). Locais culturais e infraestruturas (por exemplo. sepulturas, Santuários, etc.) Proximidade dos locais de trabalho ou do comércio (formal e informal). Proximidade de parentes, vizinhos, parceiros de ajuda mútua, grupos de interesse, redes, líderes comunitários, etc. Perdas e Impactos Consequenciais Possíveis Perda de alimentos e de rendimentos (meios de subsistência) pelos (proprietários de barcos, etc.) Perda de emprego e de meios de subsistência pelos (trabalhadores) Perda de acesso a produtos de pesca pelos (compradores, etc.) Perda de alimentos e de renda e de outros benefícios (meios de subsistência) pelos (utilizadores) Perda de acesso a produtos de recursos naturais, etc. pelos (compradores, etc.) Interrupção das normas, práticas e valores culturais. Perda da influência pelos líderes culturais Perda de coesão social Perda de renda (meios de subsistência) pelos (funcionários, comerciantes, etc.) Perda de acesso a bens e serviços pelos (clientes) Perda de coesão e de cooperação com a comunidade Perda de benefícios de apoio mútuo, de grupos de interesse, de redes, etc. Perda de influência dos líderes comunitários Perda de acesso aos líderes comunitários Interrupção da coesão e da cooperação entre a comunidade 3.3 MEDIDAS DE MITIGAÇÃO Todas as perdas que afectem as PAPs serão mitigadas por meio de dois instrumentos principais, designadamente: Este que lidará com perdas identificadas e providenciará, no imediato, habitação de substituição, terrenos agrícolas de substituição e compensação por perda de bens agrícolas, comerciais e outros; e Um Plano de Restauração de Meios de Subsistência que será activado no momento da implementação do reassentamento e ajudará as PAPs, a médio prazo, na melhoria dos seus meios de subsistência ou pelo menos na sua restauração para os níveis e condições anteriores ao Projecto PLANOS DE REASSENTAMENTO É um requisito da Política Operacional do Banco Mundial sobre o Reassentamento Involuntário e da legislação moçambicana que rege o processo de reassentamento6, que um / Plano de Acção de Reassentamento (RAP) que aborde os impactos da aquisição de terras para um Projecto seja elaborado e aprovado. As medidas de restauração de meios de subsistência estão descritas no Apêndice 9. Principalmente, o Regulamento para o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto N 3 de Maio de 8 de Agosto)

38 Nos termos da legislação nacional, o processo de elaboração de planos de reassentamento ocorre em três fases, designadamente: a Fase que corresponde à colecta e análise de informações físicas e socioeconómicas (Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico); a Fase 2 referente à preparação do em si; e a Fase 3 atinente à elaboração do Plano de Acção para a Implementação dodo Reassentamento. As medidas de mitigação serão planeadas e implementadas no âmbito das melhores práticas internacionais e em conformidade com as políticas, leis e procedimentos pertinentes do Governo de Moçambique e das Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial. O processo de compensação e de reassentamento é assumido como um processo negocial entre as PAPs e o Projecto.

39 4 PROCESSO DE PLANEAMENTO DE REASSENTAMENTO 4. OBJECTIVOS DO REASSENTAMENTO O objectivo geral do a implementar pelo Projecto é desenvolver e executar uma acção de reassentamento que proporcione às pessoas deslocadas física e economicamente, a oportunidade de melhorar ou pelo menos de restaurar os seus meios de subsistência e padrões de vida, dentro de um contexto geral de promoção de desenvolvimento sustentável, conforme exigido pela Lei Moçambicana e pelas melhores práticas internacionais. Deslocação Física, refere-se à perda de abrigo como resultado da aquisição de terras relacionadas com o Projecto e/ou restrições ao uso da terra (Política OP 4.2 do Banco Mundial), e implica o reassentamento da população afectada de um local para outro e a reestruturação ou criação de condições de vida comparáveis ou superiores às condições pré-projecto (Decreto Nº 3/202. de 8 de Agosto. Artigo (j)). Deslocação económica refere-se à perda de bens ou do acesso a bens que levam à perda de fontes de renda ou de outros meios de subsistência como resultado da aquisição de terras relacionadas com o Projecto e/ou restrições ao uso da terra. Meio de subsistência, refere-se a todos os meios que os indivíduos, famílias e as comunidades utilizam para ganhar a vida. Este (RP) aborda os bens tangíveis (bens quantificáveis individuais ou comunitários. tais como colheitas, propriedades imobiliárias e melhorias feitas na terra) e bens intangíveis (bens individuais ou comunitários não quantificáveis tais como vias de comunicação, florestas sagradas, locais históricos, cemitérios e acesso ao transporte e serviços básicos) (Decreto Nº 3/202. Artigo (b) e (c)). 4.2 PRINCÍPIOS DO REASSENTAMENTO Os seguintes princípios visam apoiar e orientar a consecução dos objectivos de reassentamento:. Evitar sempre que possível ou, pelo menos, minimizar a necessidade de deslocação física e/ou económica através de alternativas e/ou modificações no Projecto; 2. Realizar processos de consulta que garantam a participação gratuita e informada de pessoas e comunidades afectadas (incluindo as comunidades hospedeiras) na tomada de decisões relacionadas com o reassentamento; 3. Envolver os representantes do Governo Provincial, Distrital, do Posto Administrativo, da Localidade e os líderes comunitáriose; 4. Compensar as PAPs em dinheiro ou em espécie pelo valor total de substituição de bens perdidos de acordo com a legislação moçambicana e com as melhores práticas internacionais; 5. Fornecer oportunidades para que as pessoas deslocadas melhorem os seus padrões de vida, através da provisão de habitações melhoradas, infraestruturas sociais e serviços e através da integração social com os seus anfitriões; 6. Conceber e implementar em tempo oportuno, medidas de restauração de meios de subsistência economicamente sustentáveis ; 7. Fornecer medidas para apoiar a deslocação física e estabelecimento em novas habitações de reassentamento; 2

40 8. Identificar pessoas ou famílias que possam ser especialmente vulneráveis aos impactos da deslocação e prestar-lhes assistência especial, quando necessário, a fim de os ajudar a participar no processo e a beneficiar dos programas de reassentamento; 9. Estabelecer programas e iniciativas através das quais as famílias deslocadas podem beneficiar directamente do Projecto; e 0. Acompanhar e avaliar cuidadosamente a implementação do a fim de garantir que as medidas do Projecto satisfaçam as necessidades das pessoas afectadas e para identificar, a necessidade de eventuais medidas correctivas. 4.3 POLÍTICA GERAL E QUADRO JURÍDICO PARA O REASSENTAMENTO 4.3. Legislação Nacional Como resposta ao aumento crescente das situações de deslocação física induzidas por Projectos de desenvolvimento e lacunas estruturais legislativas e institucionais, o Governo de Moçambique publicou em 202, o Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto Nº 3/202 De 8 de Agosto). O Decreto fornece orientações úteis para lidar com o reassentamento das comunidades. No entanto, faltam disposições específicas para gerir situações de deslocação física em pequena escala ou situações de deslocação económica sem deslocação física. Em Setembro de 204, foram publicados dois novos instrumentos legais relacionados com o Reassentamento, designadamente: () Diploma Ministerial Nº 55/204, de 9 de Setembro, que estabelece os Regulamentos Internos para as Operações do Comité Técnico de Monitoria e Supervisão do Reassentamento; e (2) o Diploma Ministerial Nº 56/204, de 9 de Setembro, que é uma Directiva Técnica para o Processo de Elaboração de Planos de Reassentamento, fornecendo directrizes adicionais ao Decreto Nº 3/202 de 8 de Agosto. Esta Directiva Técnica refere-se também ao Diploma Ministerial Nº 8/200 de 3 de Novembro - a Directiva sobre o Processo de Expropriação para fins de Ordenamento Territorial, considerando-a aplicável ao processo de reassentamento sem, no entanto, esclarecer os termos dessa aplicabilidade. Para além destes instrumentos legais específicos de reassentamento, no entanto, existem várias outras leis que contêm elementos relevantes para regular processos que envolvem deslocação física e económica. De uma forma breve, as principais leis relevantes são: A Constituição da República de Moçambique (2004); A Política Nacional de Terras (Resolução Nº 0/95, de 7 de Outubro); A Lei de Terras (Lei Nº 9/997, de de Outubro); O Regulamento da Lei de Terras (Decreto Nº 66/998, de 8 de Dezembro. alterado pelo Decreto Nº /2003, de 8 de Fevereiro); O Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto Nº 3/202, de 8 de Agosto); A Directiva Técnica para o Processo de Elaboração de Planos de Reassentamento (Diploma Ministerial N 56/204 de 9 de Setembro); A Directiva sobre o Processo de Expropriação para fins de Ordenamento Territorial (Diploma Ministerial Nº 8/200, de 3 de Novembro); A Lei de Protecção do Património Cultural (Lei Nº 0/88, de 22 de Dezembro); O Regulamento para a Protecção do Património Arqueológico (Decreto Nº 27/94, de 20 de Julho); A Lei do Planeamento do Território (Lei Nº 9/2007, de 8 de Julho); O Regulamento da Lei de Planeamento do Território (Decreto N 23/2008, de de Julho); 3

41 A Constituição da República de Moçambique (2004): A Constituição estabelece os seguintes princípios em relação à terra e processos relevantes para o reassentamento: Toda a terra pertence ao Estado (Art.09.); A terra não pode ser vendida, hipotecada ou alienada (Art.09.2); O Estado determinará as condições em que a terra poderá ser utilizada (Art. 0); O direito de ocupação e uso da terra, tanto por pessoas físicas como por pessoas jurídicas, é conferido pelo Estado como forma de criar riqueza e bem-estar social, (Art ); Ao conceder títulos para uso de terra, o Estado deverá reconhecer e proteger os direitos adquiridos por herança ou por profissão (Art.); O direito de propriedade dos bens é garantido pelo Estado (Art.82.); A expropriação só poderá ocorrer por razões de necessidade, utilidade ou interesse públicos nos termos da lei e sujeitos ao pagamento de compensação justa (Art. 82.2). A Política Nacional de Terras (Resolução Nº 0/95. de 7 de Outubro): O objectivo da Política Nacional de Terras é proteger os diversos direitos do povo moçambicano sobre a terra e outros recursos naturais, promovendo novos investimentos e o uso sustentável e equitativo desses recursos. A Política de Terras de 995 reconhece formalmente os sistema tradicionais de gestão de terra localmente predominantes. Os princípios básicos, que foram incorporados na lei e nos instrumentos de implementação posteriormente aprovados, são os seguintes: A terra pertence ao Estado e não pode ser vendida, alienada ou hipotecada; Os sistemas costumeiros de terra e do direito de alocação através deles são reconhecidos; O investimento privado em terras deverá ser promovido com direitos garantidos e segurados para todas as partes; Homens e mulheres deverão ter direitos iguais sobre a terra; O acesso e o uso da terra deverão obedecer aos princípios de uso sustentável; O acesso e uso da terra deverão promover os princípios de equidade. A política reconhece a validade das práticas costumeiras, incluindo a transferência e herança, bem como o papel dos líderes locais em matéria de gestão de terras, administração e resolução de conflitos. A Política da Terra propõe um sistema de registo simplificado que seja flexível e possa responder a contextos culturais únicos e apropriados para a ocupação da terra existente.7 A Lei de Terras (Lei Nº 9/997, de de Outubro): A Lei de Terras prevê os seguintes aspectos: Meios de aquisição de direitos de uso da terra, transferência e prazo, registo e titularidade, exclusão de certas áreas e zonas protegidas; Direitos consuetudinários para indivíduos e grupos, incluindo a co-titularidade e gestão de recursos comunais; Resolução local de conflitos; De Quadros, M.C Current land Policy Issues in Mozambique. Land Settlement and Cooperatives UN FAO. Land Reform, 2003/3, Special Ed. De Quadros, M.C Questões actuais de Política de Terra em Moçambique. "Ocupação 7 de de terras e cooperativas" ONU FAO. Reforma Agrária, 2003/3, Ed especial. 4

42 Reconhecimento da ocupação por boa-fé por cidadãos Moçambicanos; As mulheres têm direitos completos, independentemente da composição familiar ou da unidade familiar; Requisitos de consulta comunitária quando novos investimentos chegam à área; As concessões económicas são válidas por um prazo máximo de 50 anos, sendo possívela sua renovação por períodos iguais; e O uso não está sujeito a limites de tempo, quando adquirido pela comunidade local por meio da ocupação para fins residenciais ou para uso familiar. O Regulamento da Lei de Terras (Decreto Nº 66/998, de 8 de Dezembro, alterado pelo Decreto Nº /2003 de 8 de Fevereiro): O objectivo desta lei é facilitar o acesso à terra, especificamente o reconhecimento do direito adquirido pela ocupação por comunidades locais e indivíduos moçambicanos que ocupam terras de boa-fé por pelo menos dez anos. O Regulamento legitima a aquisição de direitos de uso de terra pela comunidade local através de ocupação; de boa-fé por indivíduos nacionais e por autorização mediante solicitação. Define os direitos e deveres dos titulares e as consequências das transacções dos imóveis rurais (esclarecendo que a venda de infraestruturas não inclui o direito de transferência automática de uso, que está sujeito à aprovação pela entidade que tenha autorizado o pedido) e os imóveis urbanos, aos quais é transferido o direito de uso implícito. Reconhece ainda aa legitimidade do seccionamento da área da comunidade para títulos individualizados como meio de aquisição de direitos de uso e ocupação de terra. De importância específica é que os contratos de transferência de operação de exploração de terras estão sujeitos à solicitação e aprovação pela entidade governamental relevante e só são válidos após a execução da Escritura Pública (registo). O Capítulo IV descreve o procedimento de demarcação, solicitação e autorização para aquisição de uso de terra para fins de investimento privado. O Regulamento sobre o Processo de Reassentamento Resultante de Actividades Económicas (Decreto Nº 3/202, de 8 de Agosto): De acordo com o Decreto Nº 3/202, o proponente de uma determinada actividade é responsável pelo desenvolvimento e implementação do plano de reassentamento, bem como pelos custos do processo. A aprovação dos planos de reassentamento é da responsabilidade do Governo Distrital (Artigo 9.) e deverá ser precedida pela emissão de um parecer técnico favorável do sector encarregue pelo planeamento territorial, depois de ouvidos os sectores da agricultura, administração local e obras públicas e Habitação (Artigo 9.2). De acordo com o Decreto Nº 3/202, a aprovação do plano de reassentamento antecede a emissão da Licença Ambiental. A Directiva Técnica para o Processo de Elaboração de Planos de Reassentamento (Diploma Ministerial N 56/204 de 9 de Setembro) Esta Directiva Técnica define os procedimentos e etapas a ser seguidos na elaboração do Plano de Reassentamento. De modo específico, o processo de elaboração do plano de reassentamento envolve três etapas, com entregas correspondentes, designadamente: 5

43 Fase. A elaboração de um Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico (RLFSE); Fase 2. A elaboração do (PR); e Fase 3. A elaboração de um Plano de Acção de Implementação do Reassentamento (PAIR). Um processo robusto de consulta pública durante o processo de reassentamento é também prescrito pelo Decreto Nº 3/202 e pelo Diploma Ministerial Nº 56/204. O sistema de consulta pública deverá criar condições para que as comunidades a ser reassentadas e as comunidades hospedeiras possam participar activamente durante todas as fases do processo de tomada de decisão em termos de reassentamento e ter acesso a todas as informações relativas ao conteúdo dos estudos e ao processo de reassentamento. Fase. Relatório do Levantamento Físico e Socioeconómico: De acordo com o Diploma Ministerial N 56/204, a elaboração do Relatório do Levantamento Físico e Socioeconómico coincide com a fase de EIA da elaboração do Relatório de Avaliação de Impacto Ambiental. Esta fase pode ocorrer antes que os detalhes exactos de um Projecto sejam conhecidos. Esta etapa envolve uma estimativa da população das infraestruturas potencialmente afectadas (directa e indirectamente), fazendo uma avaliação dos potenciais impactos do Projecto e do processo de reassentamento e das recomendações sobre a forma de melhoria e/ou mitigação dos referidos impactos. A primeira etapa envolve também uma avaliação preliminar das áreas hospeiras alternativas, bem como a elaboração de planos de implementação de reassentamento (isto é, mecanismos de gestão de reclamações, disposições institucionais, critérios de elegibilidade e a matriz de direitos, sistemas de consulta e participação pública, acordos entre famílias afectadas e o proponente do Projecto, procedimentos de monitoria etc.). Durante esta fase, os Termos de Referência para a elaboração do são também redigidos. Fase 2. : A segunda etapa, o, começa quando o Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico tenha sido concluído e as áreas de acolhimento tenham sido seleccionadas (com base nas alternativas indicadas no relatório da Fase ). Esta etapa envolve a realização de um Censo e Inventário Patrimonial completos das pessoas e recursos afectados, a realização de um Estudo Ambiental Simplificado da(s) área(s) hospedeira(s) seleccionada(s), a preparação e apresentação de Projectos Técnicos e plantas detalhadas das aldeias de reassentamento, habitações de substituição e infraestruturas associadas, bem como a elaboração de directrizes para os planos de desenvolvimento comunitário (que se supõe que também incluam a restauração de meios de subsistência). Fase 3. O Plano de Acção de Implementação do Reassentamento: A última etapa refere-se à preparação do Plano de Acção de Implementação do Reassentamento, que é definido como sendo o documento que orienta o processo de implementação do reassentamento e que deve incluir a matriz institucional (todos os órgãos envolvidos no processo de planeamento e implementação de reassentamento bem como as respectivas tarefas e responsabilidades), o cronograma e o orçamento para implementação (incluindo custos de construção das aldeias de reassentamento e respectivas infraestruturas, bem como a compensação por bens tangíveis e intangíveis perdidos no Projecto), o programa para a transferência de famílias e dos respectivos bens, implantação de obras civis, programas de capacitação e práticas ambientais sólidas e programas para a criação de emprego e oportunidades de geração de renda. Participação e Consulta Pública: a participação pública é um dos princípios fundamentais a ser observados no processo de reassentamento, desde o planeamento até à implementação. A participação inclui consultas e reuniões públicas e destina-se a proporcionar às partes interessadas oportunidades para a solicitação de esclarecimentos e formular sugestões e recomendações. 6

44 O Decreto Nº 3/202 estabelece o requisito de que pelo menos quatro reuniões de consulta pública associadas ao processo de reassentamento sejam realizadas (Tabela 2).8 Tabela 2 Reunião de Consulta Pública Primeira Reuniões de Consulta Pública Obrigatórias Fase Descrição Resultados No início do processo para informar as partes interessadas sobre os objectivos, a pertinência e os impactos do processo. Apresentação e discussão dos locais alternativos de reassentamento. Após a conclusão do Plano de Reassentamento, incluindo o orçamento e o cronograma de implementação - para efeitos de apresentação do Plano de Reassentamento com orçamento e matriz organizacional. Na altura da conclusão do Plano de Reassentamento e antes da sua implementação. Relatório sobre as consultas públicas. Segunda Terceira 2e3 Quarta 2e3 Relatório preliminar da Fase (PSESR) e relatório sobre consultas públicas. Projecto de relatório sobre as Fases 2 e 3 ( e Plano de Acção de Implementação do Reassentamento) e relatório sobre consultas públicas. Relatório final sobre as Fases 2 e 3 ( e do Plano de Acção de Implementação do Reassentamento) e relatório sobre consultas públicas. Assume-se que as recomendações para a Consulta Pública prescritas para o reassentamento sejam também válidas nos casos em que o Decreto Nº 3/202 não seja activado e que se apliquem a situações em que as perdas sejam geridas por meio de exercícios de expropriação e de compensação. A Directiva sobre o Processo de Expropriação para fins de gestão de terras (Diploma Ministerial Nº 8/200, de 3 de Novembro). Os direitos de uso da terra são, tipicamente, extintos através de um processo de expropriação. A expropriação é o acto através do qual a administração pública, para fins de interesse público, encerra os direitos privados existentes e transfere esses direitos para uma nova entidade, com a devida indemnização ou compensação. Este processo é regulado pelo Diploma Ministerial Nº 8/20, de 3 de Novembro. A expropriação deverá ser sempre precedida por uma declaração pública do Governo, indicando o interesse público ou a necessidade pública que impulsione o processo e justifique a necessidade de expropriação. O processo de expropriação em si é iniciado com a notificação, ao detentor dos direitos (a ser expropriados), da intenção da expropriação.anotificação deverá incluir o seguinte: Uma cópia da declaração que dá competência para expropriação (nos casos em que a notificação é enviada pela concessionária ou entidades de administração indirecta), incluindo a descrição detalhada dos itens a ser expropriados; O montante proposto para compensação/indemnização, justificando os cálculos respectivos; Estas reuniões são completamente independentes do processo de consulta pública associado à Avaliação de Impacto Ambiental. 8 7

45 O formulário e o cronograma para o pagamento de indemnização/compensação; O prazo para a recuperação de itens expropriados pela entidade expropriante; e O prazo (30 dias) para a apresentação de contra-propostas (caso o titular dos direitos não concorde com a proposta de compensação/indemnização). A Lei de Protecção do Património Cultural (Lei Nº 0/88. de 22 de Dezembro): Esta Lei define o património cultural como composto tanto por bens materiais (monumentos. edifícios históricos e locais, pinturas rupestres, locais sagrados, obras de arte, locais arqueológicos, geo-locais, etc.) e bens imateriais (tradições, história oral, folclore, etc.) e, estabelece os princípios para a protecção desses bens, incluindo os achados casuais, que deverão ser comunicados à autoridade administrativa mais próxima (Artigo 3). O Regulamento para a Protecção do Património Arqueológico (Decreto Nº 27/94. de 20 de Julho): Este Regulamento especifica as regras a observar para a protecção do património arqueológico, incluindo o licenciamento de trabalhos arqueológicos (Artigo 4), as regras a observar para achados casuais (Artigo 0) e arqueologia de preservação (Artigos. e 2) ea gestão do património cultural resultante de trabalhos arqueológicos (Artigo 3). São também estabelecidas regras para a inspecção e supervisão de escavações arqueológicas (Artigo 22). Lei de Planeamento do Território (Lei Nº 9/2007. de 8 de Julho): Este é um instrumento relevante para o planeamento de aldeias de substituição e terra de reposição. A Lei visa assegurar a organização do território nacional, enfatizando os direitos de ocupação por cidadãos e comunidades locais como o aspecto mais importante de qualquer iniciativa de gestão de terras (Artigo 5.2a) e estabelece os princípios para a gestão do território (Art. 4), bem como os níveis de intervenção ao nível nacional, provincial, distrital e municipal (Artigo 9). Os instrumentos de planeamento do território são também definidos (Artigo 0). Regulamento do Direito de Planeamento do Território (Decreto N 23/2008. de de Julho): Estabelece os procedimentos a ser observados na implementação da Lei de Planeamento do Território, a fim de garantir uma ocupação e utilização racional e sustentável do território nacional Políticas de Salvaguarda do Banco Mundial Tem sido prática corrente em Moçambique que as normas sobre o Reassentamento Involuntário fornecido por instituições tais como, o Banco Mundial e a Corporação Financeira Internacional sejam seguidas por causa das salvaguardas que estas fornecem às partes afectadas. Além disso, o cumprimento das melhores práticas internacionais é um requisito absoluto, no caso de um proponente que solicite financiamento externo. O Projecto actual é financiado pelo Banco Mundial e, portanto, está alinhado com a Política Operacional do Banco Mundial sobre Reassentamento Involuntário (OP 4.2). No caso da deslocação involuntária de pessoas ou comunidades, o Banco exige a plena implementação da OP 4.2 como prérequisito para a aprovação do financiamento. De forma específica, a OP 4.2 abrange as seguintes situações: Deslocação ou perda, temporária ou permanente, de abrigo; Perda de recursos ou de acesso a recursos; 8

46 Perda de fontes de rendimento ou de meios de subsistência, quer as pessoas afectadas sejam ou não sujeitas a deslocamento físico. Quando os detalhes do projecto forem conhecidos e a natureza e as dimensões da deslocação de pessoas forem determinadas com precisão, a OP 4.2 requer a elaboração de um Plano de Reassentamento. O Banco Mundial exige a elaboração de um plano integral de reassentamento quando a aquisição de terra para um projecto afecte mais de 200 pessoas, ocupe mais de 0% da terra disponível e implique o deslocamento físico de pessoas (OP ). Além disso, para garantir a transparência do processo e a mitigação efectiva dos impactos negativos induzidos pelo projecto, a OP 4.2 exige que o plano de reassentamento cubra pelo menos os seguintes aspectos: Assegurar que as pessoas afectadas sejam informadas sobre as suas opções e direitos relacionados com o reassentamento; Assegurar que as pessoas afectadas sejam consultadas sobre o processo de reassentamento e tenham a opção entre alternativas tecnicamente e economicamente viáveis; e Assegurar que as pessoas afectadas sejam pronta, efetiva e totalmente compensadas por quaisquer perdas ou danos imputáveis ao Projecto. A política OP 4.2 enfatiza que o plano de reassentamento deverá incluir medidas visando assegurar que, no momento da deslocação, as pessoas deslocadas sejam apoiadas de modo a garantir os seus meios de subsistência durante o tempo necessário para se restaurar as suas condições de vida. Assim,, um plano de restauração de meios de subsistência deverá ser elaborado como parte do plano de reassentamento. 4.4 LICENÇA AMBIENTAL O Decreto Nº 3/202, de 8 de Agosto, vincula claramente a emissão da Licença Ambiental à aprovação do, declarando que, a "elaboração e aprovação do plano de reassentamento deverá preceder a emissão da Licença Ambiental" (Art. 5). Esta disposição aplica-se plenamente ao caso do Projecto da Barragem de Corumana. A Directiva do Decreto (Diploma Ministerial Nº 56/204), na sua Secção , refere que o Plano de Reassentamento é considerado como sendo o conjunto da Fase 2 (RP) e Fase 3 (RIAP). São estas as partes que precisam de ser aprovadas para desbloquear o acesso à Licença Ambiental. O EIA do Projecto da Barragem de Corumana foi aprovado em Março de 205, ou seja, antes da promulgação do novo Regulamento sobre o Processo de Avaliação Ambiental (Decreto Nº 54/205, de 3 de Dezembro), que prescreve três etapas para o processo de licenciamento ambiental. O MITADER decidiu que, para efeitos de emissão da Licença Ambiental, sejam aplicáveis as disposições do Decreto Nº 45/2004, de 29 de Setembro (que era o decreto válido na altura da aprovação da AIA/EIA da Barragem de Corumana)9. 9 Carta do MITDER (N / Refª N 028 / MITADER / DNAIA / 83/5, 09 de Março de 205). 9

47 4.5 PLANO DE REASSENTAMENTO DE 20 Um Plano para o Projecto foi elaborado pela então DNA em Agosto de 20, para se adequar à Política Operacional (4.2) do Banco Mundial sobre o Reassentamento Involuntário 20. Foram realizados vários estudos socioeconómicos durante 200 e 20, tendo em vista a preparação de um RAP, o qual foi submetido à DNA em Agosto de 202. Entre outras questões, foi incluído um censo que incorporou informações demográficas e socioeconómicas dos agregados familiares, bem como os inventários de terras e bens afectados. Os levantamentos então realizados constataram que 87 famílias seriam provavelmente afectadas pelo Projecto. A Tabela 3 ilustra as perdas físicas identificadas na área de influência directa do Projecto durante os referidos levantamentos. Tabela 3 Resultados sumarizados do Censo e Inventário patrimonial de 20 Tipo de Perda Parcelas residenciais (com infraestruturas) Quantidade 80 Observações Foram adquiridas informações sobre apenas 53 das 80 unidades residenciais afectadas. As restantes 27 unidades residenciais foram identificadas em imagens LiDAR após a conclusão do trabalho de campo). Somente as coordenadas geográficas foram adquiridas para essas 27 unidades Habitações Estruturas familiares auxiliares 80 Não especificado Correspondentes às parcelas residenciais Igreja Campos agrícolas 230 Sepulturas familiares Terra para pastagem Torres de transmissão de energia de alta tensão campos agrícolas pertencentes a famílias que vivem fora da zona de impacto. Os restantes campos agrícolas foram identificados em imagens LIDAR após a conclusão do trabalho de campo). Apenas foram adquiridas coordenadas geográficas para essas parcelas agrícolas ha 4 A definição da situação socioeconómica de referência de 20 abrangeu as 53 famílias que vivem dentro da zona de impacto, identificadas antes da disponibilidade de imagens LiDAR. O levantamento não abrangeu as 27 famílias posteriormente identificadas ou as restantes famílias que vivem fora da área de influência directa do Projecto, mas que possuem bens afectados dentro dessa área. Volume 4 da Avaliação de Impacto Ambiental e Social para a Conclusão da Barragem de Corumana - Plano de Acção de Reassentamento, Agosto de 20, AustralCOWI em associação com a COWI DK e Aurecon. 20 Volume 4 da Avaliação de Impacto Ambiental e Social para a Conclusão da Barragem de Corumana - Plano de Acção de Reassentamento, Agosto de 20. AustralCOWI em associação com COWI DK e Aurecon. 2 20

48 Em Julho de 204, a DNA contratou um Provedor de Serviços Ambientais e Sociais para a implementação do RAP de Uma das tarefas desse Provedor deserviços era "confirmar, em conjunto com a ARA-Sul, a elegibilidade para a compensação por perdas de acordo com o censo realizado durante o estudo do RAP e auxiliar a ARA-Sul a realizar uma actualização do censo e do inventário patrimonial, exigido pelos Padrões do Banco Mundial a fim de verificar se havia mudanças no recenseamento e inventário feitos por ocasião do RAP realizado em 20 (nascimentos, Mortes, Migraçã,. novos edifícios construídos e outros removidos até 203) e declarar uma moratória final". Uma vez que o RAP de 20 não havia sido submetido à aprovação. o MITADER exigiu que um novo processo de reassentamento, que cumprisse a nova legislação, fosse realizado. 4.6 DISPOSIÇÕES INSTITUCIONAISS PARA O PLANEAMENTO E EXECUÇÃO DO REASSENTAMENTO 4.6. Agências de Implementação do Projecto Dentro da ARA-Sul, o processo de reassentamento é gerido pela Equipa de Gestão Ambiental e Social (EGAS), que compreende funcionários da DNGRH, funcionários da ARA-Sul (sede de Maputo), funcionários da UGBI em Corumana e funcionários de um Consultor de Assistência Técnica Estratégica. Na área do Projecto, a planificação do reassentamento de Corumana e as actividades de implementação são organizadas e realizadas por uma Equipa de Planeamento de Projectos. A equipa inclui altos funcionários da UGBI (que fazem parte da EGAS), pessoal de campo da ARA-Sul (UGBI), que realizam levantamentos e estudos socioeconómicos e de campo, bem como o Especialista em Reassentamento do Provedor de Serviços Ambientais e Sociais. Quando necessário,o Provedor de Serviços Ambientais e Sociais oferece apoio adicional, mobilizando uma equipa de apoio. Todos os dados relativos à planificação e implementação do reassentamento e compensação são carmazenados num sistema de gestão de informações de reassentamento (RIMS) projectado especificamente para o efeito Comissões de Reassentamento O Projecto trabalhou sob supervisão da Comissão Técnica de Monitoria e Supervisão do Reassentamento (CTMSR), tendo o proponente do Projecto participadou em reuniões ao CTMSR durante a fase do planeamento e implementação do reassentamento. Embora a aprovação dos planos de reassentamento seja da responsabilidade do Governo Distrital, o parecer da CTMSR no que diz respeito ao cumprimento da legalidade e procedimentos do processo deverão ser cumpridos. A CTMSR é competente para tomar decisões em relação à escolha dos locais de reassentamento, compensação, consulta pública e todo o processo de reassentamento. As funções específicas da CTMSR são as seguintes: O RAP de 20 foi concluído antes da introdução, entre 202 e 204, da nova legislação que regula o processo de reassentamento. Em 5 de Maio de 205, o Ministério da Terra, Meio Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER),informou a DNA/ARA-Sul de que uma actualização do RAP de 20 seria insuficiente para aprovação do RAP e que seria necessário preparar um novo RAP de acordo com a nova legislação. 22 2

49 Monitorar, supervisionar e dar recomendações metodológicas sobre o processo de reassentamento; Providenciar assessoria técnica sobre planos de reassentamento; Elaborar relatórios de monitoria e avaliação do processo de reassentamento, tendo em consideração os planos previamente aprovados; Exigir que o proponente de projecto de uma determinada actividade forneça informações sobre o progresso do processo de reassentamento; Propor regras adicionais para a implementação do Regulamento Interno para o Funcionamento da Comissão; Intervir em todas as etapas do processo de reassentamento, incluindo no seu controlo operacional; Informar o público sobre os seus direitos e obrigações no processo de reassentamento; e Informar as autoridades competentes sobre as irregularidades ou ilegalidades detectadas durante o processo de reassentamento. De modo a apoiar a CTMSR, as Comissões de Reassentamento, são também criadas nos níveis provinciais e distritais - a Comissão Provincial de Reassentamento (PRC) e a Comissão Distrital de Reassentamento (DRC). Uma vez que o DRC inclui representantes da comunidade e líderes, bem como membros da sociedade civil e do sector público, é um importante canal de comunicação para o processo de reassentamento. Como órgãos de apoio, as funções dos PRCs e dos DRCs são semelhantes às do CTMSR. Entre outras, as suas funções visam: Supervisionar o processo de reassentamento a nível local; Mobilizar e sensibilizar a população sobre o processo de reassentamento; Conscientizar a população sobre os seus direitos e obrigações no âmbito do processo de reassentamento. Assegurar que os direitos das pessoas afectadas pelo processo sejam observados; Rever os relatórios de consulta pública e pronunciar-se sobre questões de reassentamento; e Receber reclamações das pessoas afectadas e encaminhar às autoridades competentes os casos que. por força maior, não podem ser localmente resolvidos entre o proponente e as pessoas afectadas. Uma CDR foi criada para o Distrito de Moamba, antes da publicação do Diploma Ministerial Nº 55/204, de 9 de Setembro, para lidar com o planeamento de reassentamento relacionado com a Barragem proposta de Moamba-Major. Esta comissão será também responsável pela monitoria e supervisão do processo de reassentamento de Corumana. O Administrador do Distrito de Moamba nomeou uma pessoa dentro da CDR de Moamba para agir como ponto focal para o processo de reassentamento de Corumana. O Projecto irá também trabalhar em estreita colaboração com a Comissão Provincial de Reassentamento de Maputo, que foi criada em Abril de Representação da Comunidade Em Dezembro de 204, tiveram lugar reuniões em cada uma das cinco comunidades directamente afectadas a fim de se reapresentar o Projecto, apresentar a equipa de planeamento do Projecto e organizar as comunidades para o trabalho seguinte de campo para o recenseamento e inventários de bens. Nessas reuniões, os membros da comunidade foram assistidos na criação dos Comités Locais de Reassentamento (CLRs). Foram estabelecidos CLRs para Jone, Chavane, Ligongolo, Babtine e Ndindiza. 22

50 O CLR de Chavane representa membros da comunidade afectada dos Bairros de Panganine, Quenhene, º de Maio, Tsacane, Masicate e Aviação. Cada CLR consiste de um líder da comunidade e outros cinco membros da comunidade seleccionados nas reuniões gerais da comunidade. Homens e mulheres são igualmente representados. Os principais objectivos dos CLRs são os seguintes: Disseminar informações sobre o Projecto e reassentamento das PAPs; Fornecer respostas às PAPs em relação ao Projecto; Discutir e decidir sobre questões de nível comunitário; Notificar o Projecto sobre reclamações e outras questões e fornecer respostas aos reclamantes; Ajudar na resolução de reclamações e disputas locais; Ajudar na mobilização das PAPs para actividades específicas; e Ser membro de equipas de campo que realizam tarefas específicas (por exemplo. levantamentos censo e inventário de bens). 4.7 ENVOLVIMENTO E PARTICIPAÇÃO DAS PARTES INTERESSADAS Foi feita a identificação e análise das partes interessadas, a fim de orientar a preparação da estratégia do seu envolvimento no processo. Foi igualmente realizada uma avaliação de risco das partes interessadas para antecipar os problemas que poderiam surgir da interação com essas partes e identificar proactivamente as acções para a sua mitigação ou eliminação. Foram utilizadas sessões interactivas e métodos qualitativos para identificar e classificar os riscos. O resumo das análises de risco está incluído na base de dados das partes interessadas, a qual é gerida pelo Provedor de Serviços Ambientais e Sociais. Será entregue à ARA-Sul no final do Projecto Principais interessados Os principais interessados incluem uma ampla gama de pessoas, organizações e instituições que podem estar interessadas ou ser directa e indirectamente afectadas, de forma positiva ou negativa, pelo Projecto e que também podem influenciar o Projecto de forma positiva ou negativamente. As principais partes interessadas são pessoas, instituições ou outras entidades que serão directamente afectadas pela perda de terras e ou bens (ou pela perda de acesso a bens) - ou seja, as PAPs. As comunidades hospedeiras são consideradas partes interessadas primárias, dado que a deslocação das PAPs para as comunidades hospedeiras geralmente tem impactos adicionais sobre a alocação epartilha de recursos, questões de liderança e organização comunitária. As partes interessadas primárias são importantes, uma vez que podem exercer influência sobre as decisões que afectam os resultados do Projecto. Assim, foi elaborada uma Estratégia de Comunicação para facilitar a sua inclusão no processo. De modo geral, as partes interessadas podem estar activamente envolvidas no planeamento e implementação do reassentamento, podendo influir na tomada de decisões sobredo Projecto.. Os principais interessados incluem, mas não se limitam às seguintes: 23

51 Principais Participantes: Outras Partes Interessadas: PAPs Pessoas e famílias directamente afectadas, incluindo proprietários e usuários de terras, residentes, agricultores, proprietários de gado, pescadores (homens e mulheres) e empresas informais; Comunidades directamente afectadas, incluindo líderes comunitários; Comunidades de acolhimento, incluindo os líderes comunitários; Serviços públicos com bens afectados; Grupos religiosos e outros grupos de interesse com bens afectados; O Programa Nacional de Desenvolvimento de Recursos Hídricos incluindo as agências governamentais pertinentes, o Painel de Especialistas, Consultores e Empreiteiros; O Banco Mundial; Líderes de associações locais (por exemplo, associações de pescadores); Os Tribunais Comunitários; O Governo do Distrito de Moamba, incluindo o Posto Administrativo de Sábiè e as Localidades afectadas; Pessoas influentes ao nível Distrital e Comunitário; O Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural e seus representantes Provinciais e Distritais; Outras agências governamentais relevantes a todos os níveis, incluindo ministérios, institutos e serviços públicos; Fornecedores de serviços financeiros bancos; Sector privado; Provedores de Serviços Sociais locais - funcionários de escolas locais, instalações de saúde, a polícia; Sociedade Civil - Organizações não governamentais ambientais e de direitos humanos (ONGs), grupos religiosos e outros grupos de interesse organizados, etc.; O público em geral; A estratégia de comunicação deverá ser aplicada a todas as partes interessadas, directa ou indirectamente afectadas pelo processo de reassentamento ou interessadas nesse processo. No entanto, o foco da Estratégia deverá ser a comunicação aos níveis da comunidade e do distrito Estratégia e Plano de Comunicação Uma Estratégia e Plano de Comunicação foram concluídos e aprovados pelo Proponente em Setembro de 206 (Anexo 0). A Estratégia e o Plano de Comunicação constituem um documento de trabalho que deverá ser continuamente actualizado. Embora várias técnicas sejam utilizadas para se comunicar e consultar o público em geral e as PAPs em particular, a Estratégia propõe e descreve com detalhe os principais meios que serão usados. Essas técnicas incluem entre outras as seguintes: Reuniões individuais e entrevistas com informantes-chave e sessões de planeamento individuais; Trabalho de campo e levantamentos; Discussões de grupos focais; 24

52 Anúncios nos meios de comunicação social (por exemplo rádio nacional, rádio comunitária, jornais e avisos públicos exibidos em locais apropriados); Reuniões abertas de consulta pública realizadas de acordo com a legislação; Reuniões dos CLRss; Reuniões da CDR de Moamba; e Comunicação entre o mecanismo de gestão de reclamações do Projecto. A Estratégia descreve com detalhe os meios de comunicação com os vários grupos de partes interessadas, respeitando a cultura e o nível de percepção. Esta estratégia inclui, mas não se limita a: Cartazes com mais imagens do que texto; Vídeos; Panfletos; e Apresentações em power point Um plano de acção para a implementação da Estratégia que enumera os principais eventos de comunicação, métodos, público-alvo, responsabilidades, etc., consta da Estratégia. Este é um plano dinâmico, pelo que acréscimos e modificações deverão ser feitas à medida que o processo de reassentamento evolua e as informações de planeamento mais definitivas estejam disponíveis Oficial de Ligação com a Comunidade O Projecto nomeou um funcionário da UGBI para agir como Oficial de Ligação com a Comunidade (OLC) do Projecto para implementar os componentes específicos da Estratégia de Comunicação. As suas acções incluem a divulgação de informações sobre o Projecto, o reassentamento, as reuniões e outros assuntos relacionados com indivíduos, com as comunidades e com outras organizações, além de receber e encaminhar respostas para a Equipa de Planeamento de Projectos. O OLC deverá ser um elo chave no mecanismo de gestão de reclamações a ser implementadas pelo Projecto Participação Comunitária Ao longo do processo de planeamento do reassentamento foram realizados numerosos encontros com as comunidades afectadas (reuniões comunitárias) de modo a permitir que todos os membros da comunidade que assim o desejassem pudessem participar no processo, incluindo apresentar propostas sobre medidas de mitigação, desenho das casas de substituição, etc. Foram realizadas reuniões com grupos de foco das PAPs para obter informação específica relevante para o planeamento do reassentamento. As prioridades e preferências das PAPs também foram analisadas durante estas reuniões. As reuniões abordaram os seguintes temas: Problemas gerais (homens); Problemas gerais (mulheres); Problemas gerais (jovens); Agricultura; Pecuária; e Sepulturas. 25

53 4.7.5 Reuniões de Consulta Pública O Decreto Nº 3/202 estabelece o requisito de que pelo menos quatro reuniões de consulta pública associadas ao processo de reassentamento sejam realizadas nos seguintes momentos: Primeira reunião de consulta pública - no início do processo visando informar as partes interessadas sobre os objectivos, a pertinência e os impactos do processo; Segunda reunião de consulta pública - para apresentar e discutir locais alternativos de acolhimento; Terceira reunião de consulta pública Após a conclusão do, incluindo o orçamento e o cronograma de implementação (ou seja, a Fase 2 do RP e a Fase 3 do RIAP); e Quarta reunião de consulta pública - no momento da conclusão do e antes da sua implementação. A primeira e segunda reuniões de consulta pública (combinadas) foram realizadas durante a Fase da preparação do em Maio de 206, conforme demonstrado na Tabela 4 abaixo. A terceira ronda de consulta pública foi realizada em Outubro de 207 para apresentar e discutir os rascunhos do e do Plano de Acção para a Implementação do Reassentamento (Fases 2 e 3 do processo de reassentamento). Tabela 4 Reuniões de consulta pública realizadas na Fases, 2 e 3 Nível Fase Distrito Comunidade Provincial Fases 2 e 3 Comunidade Distrito Provincial Localização Data Moamba Babtine Ndindiza Jone Ligongolo Chavane Matola 3 de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de de Maio de 206 Ligongolo Babtine Ndindiza Chavane Jone Moamba Matola 2 de Outubro de de Outubro de de Outubro de de Outubro de de Outubro de de Outubro de de Outubro de 207 AA quarta ronda de reuniões de consulta pública foi realizada em Dezembro após a conclusão do draft final do projecto do, completando assim os requisitos legais para a consulta pública. Conforme exigido pela Lei, a quarta reunião apresentou o documento final (após a incorporação das sugestões recebidas) e antes da sua apresentação para aprovação pelo Administrador do Distrito após o parecer do CTMSR. Um Relatório de Consulta Pública foi incluído como Anexo a este Documento (Anexo ) na versão final deste Plano. 26

54 4.8 MECANISMO DE GESTÃO DE RECLAMAÇÕES A lei moçambicana exige que pessoas afectadas por deslocação física e/ou económica tenham oportunidade para apresentar as suas reclamações e reivindicações de maneira efectiva (Diploma Ministerial N 56/204 de 9 de Setembro. Art d). A Política Operacional do Banco Mundial (4.2) sobre o Reassentamento Involuntário também exige que procedimentos acessíveis e aceitáveis sejam preparados para a resolução de disputas decorrentes do reassentamento. Em conformidade com estes requisitos, um Mecanismo de Gestão de Reclamações (MGR) foi concluído e aprovado pelo Proponente em Agosto de 205 (Anexo ). o qual contempla os seguintes objectivos: 4.8. Providenciar às pessoas afectadas vias directas e acessíveis de apresentação de uma queixa e a procura de uma resolução de qualquer disputa que possa surgir durante o reassentamento; Garantir que cada reclamação seja investigada e que, quando justificado, seja tomada uma acção correctiva apropriada e atempada; e Fornecer um veículo para a mediação e resolução de disputas ou conflitos quando surjam, incluindo o recurso administrativo para disputas não resolvidas (por exemplo,recurso aostribunais). Princípios Orientadores. Estratégia e Âmbito do MGR Os princípios-chave que se aplicam ao MGR para o Projecto são os seguintes: A ARA-Sul deverá continuar empenhada em garantir que o MGR seja acessível a custo zero para todos os reclamantes; Medidas deverão ser estabelecidas para garantir que o MGR seja acessível a pessoas desfavorecidas e vulneráveis; Em primeira instância, deverão ser encetadas tentativas no local para se resolver as reclamações entre as partes envolvidas; As reclamações e disputas deverão, na medida do possível, ser resolvidas através de negociações e compromissos recurso a instituições externas de nível superior, como sejam os tribunais, só deve ser utilizado em último caso; O processo deverá ser participativo, transparente e oportuno; e Todas as reclamações deverão ser tratadas como confidenciais e não ser divulgadas sem o consentimento expresso do reclamante. O processo para a abordagem e resolução das reclamações e disputas envolve os seguintes elementos estratégicos: Tentativa de resolução no local ou fonte, com o (s) reclamante (s) e pessoal relevante do Projecto, líderes comunitários e autoridades locais, antes da entrega da reclamação ou disputa à instância superior; Registo formal de reclamações e disputas que não podem ser imediatamente resolvidas na fonte ou no local; Revisão interna da resolução de reclamações dentro das estruturas da ARA-Sul; Encaminhamento de reclamações não resolvidas para instituições externas apropriadas, de acordo com a legislação (por exemplo, a CDR de Moamba), para revisão e decisão independentes, sempre que uma resolução interna falhe; e 27

55 Encaminhamento para os tribunais competentes para decisão final, sempre que uma resolução interna e externa falhe. O MGR do Projecto aplica-se a: Fases de planeamento e implementação do processo de reassentamento e compensação pelo Projecto, incluindo o processo de consulta pública, restauração dos meios de subsistência, programas de desenvolvimento comunitário e fase pós-reassentamento; Fase de construção do componente de Obras Civis; PAPs afectadas, sejam elas indivíduos, famílias, comunidades, operações comerciais ou instituições; Pessoas e partes que não estejam directamente afectadas, mas que tenham uma reclamação sobre o reassentamento ou uma remuneração relacionada com algum aspecto do planeamento e implementação do Projecto; Conflitos, reclamações e disputas que estejam directamente relacionadas com os processos e resultados de reassentamento e compensação do Projecto; e Disputas entre terceiros, que não estejam directamente relacionadas com os processos e resultados de reassentamento e compensação do Projecto, mas que tenham um impacto significativo nesses processos e resultados. Disposições Institucionais para a Gestão de Reclamações Além das instituições internas do Projecto, o quadro institucional dentro do qual as reclamações relacionadas com o Projecto serão geridas pelas estruturas e mecanismos existentes, principalmente ao nível distrital e local, e através de mecanismos específicos estabelecidos pelo Projecto para facilitar o processo de reassentamento em geral. Tais mecanismos deverão incluir os seguintes: Governo do Distrito de Moamba: (Envolvendo o Posto Administrativo de Sábiè e quatro Localidades afectadas pelo Projecto). Os funcionários do Posto Administrativo e das localidades formam um importante vínculo entre as comunidades e o nível de Governo Distrital e constituem o principal ponto de entrada quando se trata de comunidades rurais. Além de fornecer serviços administrativos e sociais básicos, eles desempenham um papel importante na resolução de conflitos. Autoridades comunitárias: A liderança comunitária é principalmente centrada em líderes comunitários eleitos e líderes tradicionais (autoridades comunitárias) que assumem funções específicas, mas muitas vezes sobrepostas. Os líderes tradicionais tendem a concentrar-se na resolução de conflitos e na preservação de costumes e cerimónias tradicionais. Comitês Locais de Reassentamento (LRCs): Os tribunais comunitários, que integram os líderes tradicionais e anciãos, fazem parte do sistema de justiça ao nível comunitário que é usado para lidar com conflitos entre os membros da comunidade. O Projecto facilitou a criação de CLRs específicos do Projecto em cada uma das seis comunidades afectadas. Cada CKR é composto pelo líder da comunidade e cinco representantes eleitos da comunidade. O objectivo principal dos CLRs é receber, discutir e transmitir informações de e para o Projecto. 28

56 Comissão de Reassentamento do Distrito de Moamba (CDR): A Comissão Distrital de Reassentamento (CDR) do Distrito de Moamba (CDR) foi criada antes da publicação do Diploma Ministerial Nº 55/204. de 9 de Setembro, para lidar com o planeamento de reassentamento relacionado com a Barragem proposta de MoambaMajor. A Comissão também cobre o processo de reassentamento de Corumana. Uma das suas atribuições é receber denúncias de PAPs e encaminhá-las às autoridades competentes quando não é possível a sua resolução ao nível local entre o Projecto e as PAPs. Organizações não governamentais (ONGs): Por vezes, as ONGs, incluindo grupos religiosos, desempenham um papel importante na resolução de conflitos. O MGR prevê que um membro da Equipa de Planeamento de Projectos, baseado na UGBI em Corumana seja designado como Oficial de Reclamações e Disputas (ORD) para, entre outras questões, registar reclamações e disputas, dar conselhos aos reclamantes, estabelecer comitês de revisão interna, acompanhar os casos pendentes, aconselhar as partes envolvidas nos resultados e outras acções necessárias, registar acções, resultados e recomendações e elaborar relatórios periódicos. Um apoio de assistência é fornecido pelos Especialistas em Direito e Comunicação da equipa de apoio. As partes prejudicadas têm a opção de registar oficialmente as reclamações e disputas. no formato prescrito por escrito ou verbalmente, directamente destinado à UGBI ou para comunicá-las à UGBI através do ORD, do Oficial de Ligação com a Comunidade, de outros funcionários da ARA-Sul, pessoal de campo do Provedor de Serviços Sociais,. Oficiais Ambientais ou Oficiais de Relações Comunitárias), CLRs. Líderes comunitários, funcionários do Governo Distrital local ou ONGs. Um comité Ad Hoc de revisão interna (CRI), composto por pessoal relevante do Projecto, deverá ser criado para cada reclamação ou disputa, para investigar caso a caso, e resolver o caso internamente na ARA-Sul em primeira instância. As reclamações que não forem resolvidas por um CRI, poderão ser encaminhadas ao Director-Geral da ARA-Sul e, se necessário, ao DNGRH para decisão final do processo em revisão interna. As reclamações que não forem resolvidas durante o processo de revisão interna deverão ser encaminhadas ao CDR de Moamba. O MGR distingue as reclamações directamente relacionadas com os processos reais de reassentamento do Projecto (por exemplo entre uma PAP e o Projecto) e reclamações "externas" que não estejam directamente relacionadas com esses processos e resultados (por exemplo, disputas sobre direitos de propriedade entre uma PAP e outros intervenientes), mesmo que tais questões possam ter um impacto significativo nesses processos e resultados. As reclamações entre os membros da comunidade e terceiros relacionadas com questões tais como a propriedade da terra, os limites da terra equestões sucessórias, deverão ser tratadas de acordo com os procedimentos existentes para a resolução de disputas ao nível comunitário envolvendo líderes e tribunais comunitários Procedimentos para a Abordagem de Reclamações As etapas de responsabilidades e limites de tempo para a gestão de reclamações são detalhadamente descritas no MGR para as reclamações que estejam directamente relacionadas com o processo real de reassentamento (ou seja, reclamações com relação ao Projecto) e reclamações em que o Projecto não esteja directamente envolvido (por exemplo, conflito entre terceiros), mas que tenham impacto no processo de reassentamento. O MGR está representado no fluxograma indicado na Figura 3. 29

57 O MGR enfatiza que todas as tentativas deverão ser encetadas no sentido de se resolver os problemas no local ou na fonte antes de se iniciar um processo formal de reclamação e que os reclamantes recebam assistência adequada para o registo das reclamações que não sejam resolvidas no local. O MGRexige também que todas as questões, medidas tomadas, recomendações, decisões e resultados sejam devidamente registados nos Formulários de Ocorrência que deverão ser mantidos no ficheiro do Projecto que tiver sido criado para cada PAP e no Sistema de Gestão de Informações sobre o Reassentamento (SGIR). Apelos relacionados com o incumprimento do MGR poderão ser feitos pelo Reclamante ao Director-Geral da ARA-Sul e, se necessário, à DNGRH. Caso não esteja satisfeito com o resultado do processo de revisão interna (e da decisão do DNGRH), o Reclamante poderá encaminhar a sua reclamação para o CDR de Moamba e, em última instância, para para os tribunais competentes. O Projecto deverá auxiliar os Reclamantes a aceder fácil e gratuitamente ao MGR e fornecer-lhes aconselhamento gratuito, independentemente da ARA-Sul ser ou não parte da questão sob reclamação. Um pequeno panfleto em Xichangana foi distribuído a todos os líderes comunitários na área do Projecto para distribuição pelos membros da comunidade. Os elementos-chave domgr foram explicados às comunidades em reuniões abertas com a comunidade. 30

58 Apresento uma reclamação ao líder comunitário ou ao Pessoal do Projecto Pessoal do Projecto tentou resolver a reclamação no local Realizamos acções acordadas e o CDO registou o caso como encerrado Yes A minha queixa foi satisfatoriamente resolvida no local? No A equipa do projecto ajudou-se a enviar uma notificação formal de reclamação ao Projecto O Oficial de Reclamações e Disputas (CDO) registou a minha reclamação (no prazo de 5 dias após a notificação) O Projecto fez uma revisão interna comigo e outras partes interessadas (6 a 30 dias após a notificação O Oficial de Ligação com a Comunidade (CLO) informou-me sobre o resultado da revisão Realizamos acções acordadas e o CDO registou o caso como encerrado Yes Concordo com o resultado da revisão? Não 3

59 O CLO aconselhou- me nas minhas opções Eu ou o Projecto referimos o assunto à Comissão de Reassentamento do Distrito (DRC) de Moamba O (DRC) do Distrito de Moamba fez a revisão do problema O Oficial de Ligação com a Comunidade (CLO) informouse sobre o resultado da revisão pelo DRC Realizamos acções acordadas e o CDO registou o caso como encerrado Sim Concordo com o resultado da revisão? No O DRC remeteu a questão para outras autoridades pertinentes (por exemplo, ministérios competentes). Figura 3 Localização da Barragem de Corumana 32

60 5 CARACTERÍSTICAS GERAIS DA ÁREA DO PROJECTO 5. CARACTERÍSTICAS NATURAIS 5.. O Clima A área do Projecto (tal como todo o distrito da Moamba) tem um clima semi-árido, situando-se a precipitação anual média registada na estação de Sábiè na ordem dos mm, com uma média anual de evapotranspiração potencial atingindo mm, o que resulta num déficit anual de água, em média, de 820 mm. A precipitação ocorre principalmente nos meses de Novembro a Março sendo o mês de Dezembro, tendencialmente,o mês mais húmido. O mês de Julho é o mês mais seco, com.0 mm de precipitação em média. Devido aos padrões de precipitação errática e à probabilidade de ocorrência de secas (há 30% da probabilidade de seca, de acordo com o Grupo Intersectorial de Avaliação e Mapeamento de Vulnerabilidade), a região tem um alto risco de perda de culturas agrícolas de sequeiro. Anteriormente ao trabalho do Grupo Intersectorial de Avaliação e Mapeamento de Vulnerabilidade, Reddy (986) tinha já estimado que a probabilidade de perda de culturas na região era de cerca de 50% Geologia e solos Do ponto de vista geológico, a área de Corumana pertence ao Complexo Vulcânico dos Libombos que compreende principalmente riólitos e basaltos. O Complexo Riólitico inclui formações rochosas correspondentes a um período de actividade vulcânica que caracteriza a fase final da Série Stormberg (do Pérmico Superior há cerca de 265 milhões de anos - ao Jurássico Inferior há cerca de 200 milhões de anos). Do ponto de vista litológico, os riólitos vermelhos e castanhos são a rocha predominante. No entanto, ortóclases e rochas sedimentares (arenito e siltite) estão também presentes. O Complexo Basáltico é da mesma idade que o Complexo Riólitico e é composto predominantemente por basaltos e cinzento-escuros. A maioria dos solos encontrados nas áreas hospedeiras é basáltica. Quatro principais tipos de solos são predominantes nas áreas hospedeiras, designadamente: (i) Solos basálticos escuros formados "in situ" (Solos Bp); (ii) Solos basálticos líticos, com menos de 30 cm de profundidade (solos Bl); e (iii) Solos de coluviais sobre basalto (Solos Cc). (iv) Solos basálticos vermelhos (Solos Bv); Solos basálticos escuros Os solos basálticos escuros são os mais comuns nas áreas de reassentamento e de reposição agrícolas. Estes solos são argilosos e secos durante o inverno. De acordo com a sua profundidade, estes solos podem ser divididos nas seguintes três categorias: Reddy, S.J. (986), Agro-climate of Mozambique as relevant to dry land Agriculture. Comunicação N 47 INIA/ DTA. Maputo, Mozambique

61 Solos basálticos líticos Este tipo de solo é encontrado principalmente em declives e áreas montanhosas. Estes são solos rasos (com <30 cm de profundidade) depositados em rochas basálticas erodidas ou riólitos, e apresentam uma grande variedade de textura e cor. Solos coluviais sobre basalto Este tipo de solos normalmente é encontrado perto de linhas de drenagem, particularmente ao longo das margens do rio Mabane. Estes solos consistem de coluviões de argila, normalmente castanhos ou de cor escura e acinzentada. A superfície dos solos varia entre 5 e 30 cm de profundidade, atingindo o subsolo profundidades que podem ir até aos 00 cm. Solos basálticos vermelhos Estes solos argilosos vermelhos são encontrados em declives suaves em planaltos basálticos. Estes solos formaram-se in situ, sobre o basalto erodido e variam em profundidade, sendo normalmente escuros ou vermelhos. Estes solos tendem a ser rochosos, por vezes apresentando grandes afloramentos rochosos. Vegetação e uso do solo A área do Projecto é predominantemente coberta por bosques, com manchas de savana aberta. As principais espécies são a Acacia xanthophlea (nome local: chifuca), principalmente presente em linhas de drenagem, o Combretum imberbe (nome local: monzo). Sclerocarya caffra (nome local: canhoeiro) e a Dichrostachys cinerea (nome local: tzhengue). Partes da área do Projecto são ocupadas por parcelas agrícolas pertencentes principalmente a famílias de Chavane, Ndindiza e Ligongolo. Milho, feijão nhemba e mandioca são as principais culturas. O pastoreio também ocorre na área. 5.2 CONFIGURAÇÃO ADMINISTRATIVA A área do Projecto está localizada no rio Sábiè, a sul de Moçambique, imediatamente a jusante da fronteira com a República da África do Sul. O Projecto está localizado em partes de quatro localidades (Sábiè-Sede, Sunduíne, Matucanhane e Macaene) do Posto Administrativo de Sábiè, Distrito de Moamba, na Província de Maputo e a aproximadamente 90 km a noroeste da Cidade de Maputo. 5.3 ASSENTAMENTOS E COMUNIDADES Existem várias de comunidades distintas dentro e em redor da área do Projecto, sendo a maior delas a de Chavane, perto da Barragem de Corumana, que é a comunidade mais densamente povoada e que se distingue das restantes por possuir características semi-urbanas e estar dotada de equipamentos sociais comparativamente melhores. As restantes comunidades são tipicamente rurais, com povoamento disperso.. As comunidades afectadas vivem em vários assentamentos dentro de quatro localidades do Posto Administrativo de Sábiè. A maioria dessas comunidades é rural com assentamentos dispersos e muitas vezes isolados, e não dispõe (ou dispõe de poucos) de serviços públicos. Elas incluem a comunidade de Jone (localidade de Sunduíne), de Mahungo e de Ligongolo (localidade de Matucanhane) e de Ndindiza e Babtine (localidade de Macaene). 34

62 A comunidade de Chavane, que se situa perto da Barragem de Corumana, encontra-se na localidade de Sábiè-Sede e consiste de uma série de bairros que serão afectados pelo Projecto, designadamente: (Panganine, Quenhene, º de Maio, Aviação, Masicate e Tsacane). Como já foi referido, a comunidade de Chavane distingue-se de todas as outras por ter características urbanas mais distintas e o maior número de serviços públicos, incluindo redes de água canalizada e electricidade (embora limitados). A Tabela 5 abaixo, faz uma breve enumeração e descrição das comunidades que residem na área do Projecto. A Figura 4 ilustra a localização das principais comunidades dentro da área do Projecto. Tabela 5 Localidade Sunduíne Comunidade Jone Sábiè Sede (Chavane) Bairros: Panganine Quenhene º de Maio Aviação Tsacane Masicate Mahungo Ligongolo Matucanhane Comunidades na Área do Projecto Comentário Rural, remota. Muito dispersa, assentamentos isolados. Colectivamente referidos como Chavane, perto da Barragem de Corumana. Com assentamentos mais urbanizados, excepto Panganine. Macaene Babtine Ndindiza Especificamente a área conhecida por Fungotine. Rural. Dispersa, assentamentos isolados. Mahungo-sede está a tornar-se mais urbanizada. RuralRemota Dispersa, assentamentos isolados. 5.4 ORGANIZAÇÃO DA COMUNIDADE Em termos gerais, na área do Projecto, as autoridades tradicionais são investidas de autoridade administrativa, religiosa e por vezes até política nas suas áreas de influência, cujos limites nem sempre coincidem com os limites administrativos modernos. De modo geral, as pessoas, na área do Projecto, conhecem os limites da terra da comunidade, embora esses limites não estejam claramente definidos e a percepção sobre eles varie de comunidade para comunidade, o que origina algumas disputas. Assim, é comum, por exemplo que o gado de uma comunidade paste em áreas reclamadas por outra comunidade. As pessoas da área do Projecto pertencem ao grupo étnico Changana e falam Xichangana. O tamanho das unidades familiares na área do Projecto varia consideravelmente. Há muitas pessoas que vivem sozinhas. A maioria das famílias é liderada por homens casados. Casamentos poligâmicos são bastante comuns em partes da área. 35

63 Figura 4 Mapa Geral da Área do Projecto Ilustrando as Principais Comunidades Na área do Projecto, geralmente, a alocação de talhões residenciais é feita pelos líderes comunitários. Com a excepção da parte central do assentamento de Corumana, não existe um plano formal para a área residencial. Chavane é relativamente densa, enquanto na maioria das outras comunidades as casas são dispersas de forma aleatória dentro do assentamento muitas vezes a mais de km de distância umas das outras. Uma residência típica consiste de uma ou mais unidades de habitação e outras infra-estruturas auxiliares. Os currais de gado podem estar fora da área central do lote residencial, contudo, geralmente, não muito distantes. 5.5 INFRAESTRUTURAS E SERVIÇOS A água era fornecida pela ARA-Sul a cerca de 30% da área de Chavane. No entanto, devido a vandalismo, o sistema já não estáoperacional, pelo qu, a maioria das pessoas na área do Projecto se abastece de água na albufeira de Corumana, em rios e em dois furos, um perto de Babtine e outro em Ndindiza. A electricidade só está disponível em Chavane, Mahungo e em Ligongolo-sede, mas nem todas as famílias estão ligadas à rede. Não existem escolas ou unidades de saúde nas áreas de Jone e de Panganine. Existem escolas primárias (completas) em Chavane, Ligongolo (Mahungo) e Babtine. Existe uma escola primária (que lecciona apenas as duas primeiras classes) em Ndindiza. 36

64 O único centro de saúde que serve a área do Projecto encontra-se dentro do acampamento da ARASul em Chavane. Um novo centro de saúde foi construído em Chavane, mas ainda não está em funcionamento, devido principalmente à falta de água. Existem postos de saúde em Mahungo. Babtine e Ndindiza, mas não estão totalmente operacionais devido à falta de pessoal. Recentemente, o Ministério da Saúde reestruturou a sua estratégia para que o foco nas áreas rurais seja nos centros de saúde (por exemplo, em Chavane). Assim, os postos de saúde deixaram de ser uma prioridade, pelo que o Ministério não tem criado novos postos de saúde nem fornecido apoio aos existentes. 5.6 PERFIL SOCIOECONÓMICO 5.6. Introdução Em 202 e 204 foi introduzida nova legislação que regula os processos de reassentamento em Moçambique. Ao abrigo dessa legislação, foram realizadosnovoss levantamentos socioeconómicos correspondentes à primeira das três fases do processo de planeamento do reassentamento a fase de elaboração do Relatório de Levantamento Físico e Socioeconómico (RLFSE). O objectivo principal dos levantamentos foi o de fornecer as informações necessárias para o planeamento e implementação do reassentamento de acordo com as novas exigência legais (a nova legislação especifica a informação que deve ser colectada e analisada) e construir as bases para a futura monitoria socioeconómica das PAPs. Os levantamentos ocorreram em Janeiro e Fevereiro de 205 e incluíram os seguintes elementos: Registo de todos os indivíduos, famílias e outras entidades com terra e/ou outros bens dentro da zona de impacto ; Um questionário socioeconómico a cada domicílio registado e Um levantamento físico das estruturas domésticas afectadas e outras infra-estruturas comunitárias e públicas dentro da zona de impacto (inventário de bens, incluindo bens não estruturais, tais como árvores); Um levantamento físico de terras agrícolas afectadas (machambas) e quaisquer culturas em crescimento na terra. Um levantamento físico de sepulturas afectadas. Os resultados dos levantamentos realizados no Censo e Inventário Patrimonial estão resumidos neste e são apresentados na íntegra num documento separado (Anexo 3) Metodologia de levantamento Após a revisão dos dados constantes de levantamentos anteriores, os vários instrumentos para a execução do novo levantamento foram projectados. Estes instrumentos incluíram um formulário de Censo e Inventário Patrimonial, que incluia o registo de agregados familiares, um questionário socioeconómico doméstico abrangente (para informações demográficas e socioeconómicas) e formulários de inventário para infraestruturas (incluindo sepulturas), árvores e campos agrícolas. Foram realizadas reuniões com os membros da comunidade potencialmente afectados a fim de se explicar o propósito e organização dos levantamentos de campo e para promover a criação um Comité Local de Reassentamento (CLRL) para cada uma das cinco áreas afectadas. Cada CLR é composto por seis membros - três homens e três mulheres, todos seleccionados pelos membros da comunidade( excepto o líder da comunidade,que foi automaticamente incluído no CLR). 37

65 Para estes levantamentos, a ARA-Sul forneceu uma equipa de oito enumeradores (para trabalhar em quatro grupos de duas pessoas) sob supervisão de dois supervisores fornecidos pelo Provedor de Serviços. As sessões de treinamento foram conduzidas em Dezembro de 204 e Janeiro de 205. Após um levantamento piloto, o trabalho de campo teve inicio em 6 de Janeiro de 205 e terminou em 28 de Fevereiro. Cada equipa de terrenoa foi acompanhada por um membro do CLR da área em questão. Um levantamento de verificação final teve lugar em finais de Março. Durante os levantamentos foi realizada uma entrevista de base socioeconómica abrangente com cada chefe de família (ou seu representante), usando um questionário pré-concebido. Todos os formulários foram assinados pelo entrevistado e pelo membro do CLR presente. Os dados foram colhidos usando o software CSPro 6.0 e posteriormente transferidos para a plataforma SPSS para análise aprofundada. Os principais resultados do levantamento socioeconómico familiar são apresentados abaixo. Os resultados dos inventários patrimoniais (estruturas, terras agrícolas e sepulturas) são apresentados no Capítulo que se segue. Uma vez que as famílias afectadas incluídas no levantamento socioeconómico familiar são uma amostra representativa das comunidades mais amplas em que vivem, esse perfil socioeconómico das famílias afectadas pode ser extrapolado como socioeconómico representativo dessas comunidades Características Demográficas Gerais Tamanho do Agregado Familiar O tamanho médio dos agregados familiares afectados é de 5.8 membros. Isto está acima do tamanho médio do agregado familiar de 4.5 membros na Província de Maputo (Censo de População. 2007) e bem acima do tamanho médio do agregado familiar de 3.9 membros no Distrito de Moamba em Na área do Projecto, cinco famílias têm entre 6 e 30 membros e isto pode em parte, explicar o grande tamanho médio do agregado familiar. Cinquenta e cinco por cento das famílias entrevistadas têm entre e 5 membros no agregado familiar. Os agregados familiares compostos por um único indivíduo constituem.7% de todos os agregados familiares, seguidos de famílias com 2 e 4 membros (0.5% cada). Os maiores agregados familiares (com mais de 5 membros) estão localizados principalmente em Chavane, havendo também alguns em Babtine e Ndindiza. Babtine e Ndindiza possuem o maior número de membros solteiros nos agregados familiares (6.%), seguidas de Chavane (3.0%). Em Ligongolo, existe apenas uma família de um só membro. Em Jone, o menor agregado é composto por três membros. Sexo, Idade e Estado Civil dos Chefes de Família. A maioria dos agregados familiares afectados (69.%) é liderada por homens, enquanto menos de um terço (30.9%) são chefiados por mulheres. Em comparação, no distrito de Moamba 64.% dos agregados familiares são chefiados por homens, enquanto 35.9% são chefiados por mulheres (dados do Censo Populacional de 2007). A idade média dos chefes de agregados familiares é de 53.3 anos, mas as mulheres chefes de agregados familiares de (idade média de 55 anos), tendem a ser mais velhas do que os chefes de agregados familiares do sexo masculino (idade média de 52 anos). Em Ligongolo, os chefes de 38

66 agregados familiares são mais idosos com (idade média de 62 anos) do que noutras comunidades. Em termos absolutos, os chefes de agregados familiares mais velhos residem em Chavane (89 anos). O toma em consideração a influência que a idade e o sexo dos chefes de agregados familiares podem ter como factores de vulnerabilidade, agravando assim, potencialmente, os impactos causados pelo processo de reassentamento. Contudo, observa-se que o facto de o chefe do agregado familiar ser uma mulher ou um idoso, não implica necessária e automaticamente vulnerabilidade, uma vez que esses chefes de família em particular podem ser abastados e ser os verdadeiros provedores da família, ou encabeçar famílas economicamente activass. Idade dos Membros dos Agregados familiares A idade média de todos os membros dos agregados familiares afectados é de 25.6 anos, enquanto a a idade máxima é de 96 anos. As pessoas mais velhas vivem em agregados familiares em Chavane (96 anos) e Jone (95 anos). O plano de reassentamento leva em consideração possíveis condições de vulnerabilidade. Mais de metade (53.4%) dos membros dos agregados familiares estão na faixa etária economicamente activa entre 5 e 64 anos de idade. Um quarto (25.5%) tem entre 5 e 4 anos. 3.8% tem entre 0 e 4 anos e 7.3% são classificados como idosos com idade superior a 64 anos. Os agregados familiares com maior proporção de pessoas idosas são encontrados em Jone (2.5% dos membros do agregado familiar). Os agregados familiares com maior proporção de crianças pequenas encontram-se em Ligongolo (20.0%) Os agregados familiares de Chavane possuem a maior proporção de membros com idade economicamente activa (58.%). O leva em consideração as diferenças de idade dentro da população afectada, (ex.: através de consultas em reuniões com grupos focais) com grupos etários específicos (por exemplo, jovens) e outros grupos para colher os seus pontos de vista e preocupações. Estado civil Mais de metade dos chefes dos agregados familiares afectados (57.4%) vivem em união conjugal de facto com seus parceiros, mas não são oficialmente casados. Destes, 44.4% vivem em relacionamento monogâmico e 3.0% numa relação poligâmica (mas as suas segundas esposas nem sempre vivem na área do Projecto). Apenas 5.6% do chefe de agregados familiares são oficialmente casados. 6.2% são separados de seus parceiros,.2% são divorciados e.7% são solteiros. Viúvas e viúvos representam 7.9% dos chefes de agregados familiares. Babtine e Ndindiza têm a maior percentagem de chefes de agregados familiares que vivem em união monogâmica consensual (48.4%), enquanto Ligongolo tem a maior porcentagem de chefes de agregados familiares que vivem em união conjugal poligâmica (8.8%). Chavane tem a maior porcentagem de viúvos / viúvas (2.3%), seguido por Jone (4.3%). Ligongolo (2.5%) e Babtine e Ndindiza (9.7%). O leva em consideração as necessidades especiais de agregados familiares monoparentais, tais como mulheres solteiras, viúvas e viúvos, bem como esposas envolvidas em relações poligâmicas. 39

67 Origens dos Agregados Familiares Afectados pelo Projecto Em Chavane, apenas 5.6% dos chefes dos agregados familiares afectados nasceram na zona. A maioria (47.2%) mudou-se para Chavane durante a guerra civil e após o acordo de paz em 992 (37%). Sete agregados familiares (6.5%) mudaram-se para Chavane há menos de dois anos. A grande maioria dos agregados familiares (79.6%) que se mudaram para Chavane são originárias de outras áreas do Posto Administrativo de Sábiè. 4.6% vieram da cidade de Maputo, um agregado familiar é originário de outra província de Moçambique e dois agregados familiares vieram de outro país. A maioria dos agregados familiares (38%) que se mudou para Chavane foi atraída pelos bons solos, enquanto outros 27.7% fugiram da guerra civil e permaneceram na zona após o acordo geral de paz. Trabalho (5.6%) casamento (4.6%) e actividade pesqueira (.9%) foram outros motivos mencionados como causa de instalação em Chavane. As pessoas de Chavane não formam uma comunidade homogénea, pelo que não possuem fortes alianças comunitárias. Este factor é é importante para efeitos de planeamento de reassentamento, pelo que deve ser tomado em consideração. Em Ligongolo, um terço dos chefes de agregados familiares afectados nasceram no local (2.5%) ou vivem lá desde a independência de Moçambique em 975 (8.8%). Dois terços dos agregados familiares de Ligongolo (62.5%) estabeleceram-se na área após o acordo geral de paz em 992. A grande maioria dos chefes de agregados familiares são originários de outras áreas do Posto Administrativo de Sábiè (62.5%), 2 famílias moram lá antes vindos de outro distrito da Província de Maputo e outra de outras províncias de Moçambique. Mais de metade dos agregados familiares (56.2%) que se fixaram em Ligongolo foram atraídos pelos bons solos para a agricultura, 2.5% pelas possibilidades de pesca e outros 6.2% fixaram-se em Ligongolo por razões familiares. Em Babtine/Ndindiza, quase todos os chefes dos agregados familiares afectados (87.%) só começaram a viver na área após o acordo geral de paz em 992. Apenas um chefe de agregado familiar nasceu em Babtine/Ndindiza (3.2%) e outro vive lá desde a independência nacional. A grande maioria (80.6%) desses agregados familiares, que hoje habitam o local residiam anteriormente noutras áreas do Posto Administrativo de Sábiè, um agregado familiar é originário de outro Posto Administrativa do Distrito de Moamba (3.2%), um agregado familiar é originário de outra província de Moçambique e, três (9.7%) vieram de outro país. Um terço dos chefes de agregados familiares afectados (32.3%) que não são originários de Babtine/Ndindiza viviam em áreas que foram incorporadas na Reserva de Sábiè, tendo sido transferidos para Babtine/Ndindiza. No entanto. a maioria (4.9%) foi atraída pelos bons solos da área para agricultura e por questões de emprego (6.5%). Outros motivos para a fixação em Babtine/Ndindiza estão relacionados com questões familiares, tais como casamentos e divórcio (3%). Em Jone, quase metade dos agregados familiares afectados (42.9%) nasceu na área. A maioria dos agregados familiares de Jone (4.3%) fixou-se na área durante a guerra civil e após o acordo geral de paz (42.9%). Todos os chefes dos agregados familiares que se fixaram em Jone são originários de outras áreas do Posto Administrativo de Sábiè, tendo sido atraídos para o local pela disponibilidade de bons solos para agricultura. Línguas faladas As pessoas da área do Projecto pertencem ao grupo étnico Changana e a grande maioria dos agregados familiares afectados (95.%) fala Xichangana como língua principal da família. 2.5% dos agregados familiares falam Chitsua (língua da província de Inhambane) como língua principal, enquanto.2% falam Português e 0.6% falam Chironga como língua principal da família. 40

68 Em Ligongolo, Babtine, Ndindiza e Jone, todos os agregados familiares afectados pelo Projecto usam Xichangana como sua língua principal. Em Chavane. 92.6% dos agregados familiares afectados usam Xichangana como sua língua principal, enquanto os restantes 7.4% têm Chitsua, Português. Chironga ou Xitchopi como língua principal. Mais de metade dos agregados familiares (55.6%) falam mais de uma língua na família, sendo que o Português é falado por 37% como língua secundária e 8.6% falam línguas provenientes de países vizinhos, tais como a África do Sul (SiZulu, Cisuthu, Inglês) e Suazilândia (Chiswati). Os agregados familiares de Jone e Chavane são aqueles que falam principalmente o Português como segunda língua (57.% e 42.6%, respectivamente) e um agregado familiar de Babtine / Ndindiza (3.2%) usa o Xitchopi como segunda língua. Religião Entre os agregados familiares afectados, a religião católica (29.6%), protestantes / evangélicos (29.0%) e Zione (27.8%) são as principais religiões praticadas entre os agregados familiares, enquanto 9.3% afirmaram não aderir a nenhuma religião. Apenas 3.% dos agregados familiares professam o islamismo. No entanto, entre as quatro localidades, a distribuição difere. Em Jone, 7.4% dos agregados familiares afectados são protestantes e apenas 4.3% são católicos ou Zione. Em Ligongolo, a fé católica é a religião predominante, praticada por 50% dos agregados familiares afectados, enquanto 25% são protestantes. Em Babtine/Ndindiza, a fé católica também é predominante, sendo praticada por mais de um terço dos agregados familiares afectados (35.5%).Um quarto dos agregads familiar de Babtine/Ndindiza (25.8%) declarou não praticar nenhuma religião. Os únicos agregados familiares que praticam a fé islâmica vivem em Chavane, onde a fé Zione é predominante, sendo praticada por 32.4% dos agregados familiares afectados. Mais de metade dos agregados familiares em Chavane são católicos (25.9%) ou protestantes (29.6%). Local de Residência no Ano Anterior Durante o levantamento efectuado, os inquiridos foram questionados sobre a residência dos seus agregados familiares durante o ano anterior (204). Naquele ano, a grande maioria dos chefes dos agregados familiares afectados, vivia nas suas actuais residências (87.7%). No que diz respeito aos restantes, 7.4% viviam noutros países, 3.% viviam noutra área do Posto Administrativo de Sábiè e apenas 0.6% residiam noutras áreas de Moçambique. Em Ligongolo, todos os chefes dos agregados familiares afectados viviam nas suas actuais residências em 204. Em Chavane e Babtine/Ndindiza, 6.5% e 6.% (respectivamente) dos chefes de agregados familiares viviam noutros países em 204 ou noutras áreas do Posto Administrativo de Sábiè (3.7% e 3.2 %. respectivamente). Em 204, um chefe de agregado familiar em Jone vivia no acampamento de pesca. No que diz respeito a outros membros dos agregados familiares em 204, 82.9% viviam principalmente nas actuais residências, enquanto 9.2% viviam fora do país. 4.9% viviam noutras áreas de Moçambique e 3.0% viviam noutra área do Posto Administrativo de Sábiè. Em 204. a grande maioria dos membros dos agregados familiares em Ligongolo e Babtine/ Ndindiza viviam nas actuais residências. No entanto, 6.2% dos membros dos agregados familiares de Chavane, 8.2% dos membros de Babtine/ Ndindiza, (.2%) e 8.2% dos membros de Jone viviam noutras áreas 4

69 de Moçambique. Alguns membros dos agregados familiares de Chavane (2.7%), Babtine / Ndindiza (6.2%) e Ligongolo (.0%) viviam fora do país Educação e Literacia Literacia Apenas um pouco mais da metade dos chefes dos agregados familiares afectados (53.7%) sabe ler e escrever, enquanto 45.7% não sabe ler nem escrever. Os que sabem ler e escrever são predominantemente chefes de agregados familiares de sexo masculino - nenhuma das mulheres chefes de agregados familiares em Ligongolo e Jone são alfabetizadas. Da mesma forma, entre as mulheres chefes de agregados familiares em Chavane e em Babtine / Ndindiza, 63.2% e 7.4%, respectivamente, são alfabetizadas. No que diz respeito à literacia entre os chefes de agregados familiares afectados do sexo masculino, a maior percentagem daqueles que sabem ler e escrever pode ser encontrada em Chavane (68.6%), seguida por Jone (60.0%), Babtine / Ndindiza (58.3% e Ligongolo (46.2%). No que diz respeito aos outros membros dos agregados familiares e, não levando em consideração as crianças menores de 6 anos, pouco mais de metade (59.8%) sabem ler e escrever, enquanto 40.% são analfabetos. A maior percentagem de membros dos agregados familiares do sexo feminino letrados pode ser encontrada em Jone (72.2%), seguida de Chavane (62.0%), enquanto em Ligongolo e Babtine/Ndindiza menos de metade dos membros dos agregados familiares femininos sabe ler e escrever (45.9% e 48.3%, respectivamente). A literacia é ainda mais baixa entre os membros dos agregados familiares do sexo masculino em Ligongolo, onde apenas 38.7% sabem ler e escrever. Os níveis de literacia relativamente baixos têm sido um factor importante no método usado para a comunicação com as PAPs, por exemplo, cartazes com imagens foram utilizados para efeitos de apresentações nas reuniões da comunidade. Níveis de Escolarização Em relação ao nível académico alcançado pelos membros dos agregados familiares afectados, 2.9% das pessoas com idade acima de 6 anos nunca foram à escola. Outros 3.% iniciaram o º ciclo do ensino primário (ª a 5ª classe), mas nunca o concluíram. 2.3% estão actualmente a frequentar o primeiro ciclo e 6.3% concluíram-no. Actualmente, outros 3.2% dos membros dos agregados familiares frequentam o 2º ciclo do ensino primário e 2.9% concluíram-no. No que diz respeito ao ensino secundário, 6.8% dos membros dos agregados familiares estão actualmente a frequentar este nível de educação, enquanto apenas.4% o concluíram. Apenas 0.5% dos membros dos agregados familiares estão actualmente a frequentar o nível universitário e outros 0.5% concluíram o nível universitário. Os agregados familiares de Jone têm a maior percentagem de chefes de família que nunca foram à escola (57.%), seguido de Babtine/Ndindiza (45.2% e Ligongolo (43.8%). Por outro lado. os agregados familiares de Chavane têm a maior percentagem de chefes de família que iniciou o ensino primário. mas abandonou-o ou nunca o concluiu (43.5%). seguido de Ligongolo (37.5%). Nenhum dos chefes de agregados familiares em Ligongolo e Jone possui um grau académico de 5ª ou 7ª classe (concluiu o º ou 2º ciclo do ensino primário), mas 6.3% e 4.3% dos membros dos agregados familiares nestas duas comunidades concluíram o ensino secundário (2ª classe). Em Chavane, apenas um chefe de agregado familiar está actualmente a frequentar o ensino médio (0.9%) e um (0.9%) 42

70 concluiu-o. Em Babtine / Ndindiza, dois chefes de agregados familiares concluíram o º e o 2º ciclo do ensino primário e secundário (6.5% cada). Nenhuma das mulheres chefes de agregado familiar em Jone frequentou a escola e o mesmo é válido para cerca de 40% dos chefes de agregados familiares do sexo masculino naquela localidade. Outros 40% dos chefes de agregado familiar do sexo masculino iniciaram o primeiro círculo do ensino primário, mas não o concluíram. No entanto, um chefe de agregado familiar do sexo masculino em Jone, concluiu o ensino secundário. Em Ligongolo, 66.7% dos agregados familiares do sexo feminino nunca foram à escola e os restantes 33.3% iniciaram o ensino primário, mas nunca o concluíram. Das sete mulheres dos agregados familiares em Babtine / Ndindiza. cinco (7.4%) nunca frequentaram a escola, mas uma frequentou o º ciclo do ensino primário e outra concluiu a (5ª classe). Apenas em Chavane existem mulheres chefes de agregados familiares que em algum momento frequentaram o ensino médio (2.6%) ou concluíramno (82.6%). Os únicos membros dos agregados familiares (6.%) que concluíram estudos universitários vivem em agregados familiares em Jone e Babtin /Ndindiza (.2%), enquanto em Chavane existem membros de agregados familiares que actualmente frequentam a universidade. Frequência Escolar Actual Metade dos agregados familiares afectados (50.0%) tem filhos no ensino primário e 4.8% têm filhos no ensino secundário. Os agregados familiares afectados em Ligongolo não têm filhos a frequentar o ensino secundário. 9.9% das crianças de agregados familiares afectados abandonaram os seus estudos nos últimos dois anos, com as percentagens mais altas de abandono escolar em Jone (4.3%) e Ligongolo (2.5%). As principais razões do abandono escolar são o facto de não terem gostado da escola (3.2%), a necessidade de mão-de-obra na família (25.0%), o alto custo da educação (8.8%) e a longa distância para a escola (2.5%). A longa distância e o alto custo da escola foram justificações dada em Babtine/Ndindiza (33.3% cada) e em Chavane (0% e 20%, respectivamente), mas não nas outras duas localidades. Em Ligongolo, os principais motivos foram a necessidade de ajudar nos trabalhos de casa e a aversão à escola (50% cada). Acesso às Escolas Não existem escolas nas áreas Jone e Panganine. Existem escolas primárias (completas) em Chavane. Ligongolo (Mahungo) e Babtine. Existe uma escola primária para as (primeiras duas classes) em Ndindiza. A grande maioria dos alunos do ensino primário (64.6%) frequenta a escola primária em Chavane (64.2%), enquanto 9.9% frequentam a escola primária em Babtine, 8.6% a escola primária em Ligongolo e outros 8.6% a escola primária de Ndindiza. Os únicos alunos que frequentam a escola primária em Mahungo são os da localidade de Ligongolo. Quase todas as crianças de Chavane (88.7%) e todas as crianças de Jone frequentam a escola primária em Chavane. A maioria das crianças de Babtine/Ndindiza frequenta a escola primária em Babtine (43.8%) e Ndindiza (37.5%). Quase todos os alunos da escola primária (92.6%) vão à escola a pé. Jone é a única excepção, onde um terço das crianças (33.3%) vai à escola de carro ou de boleia. Algumas crianças de Chavane (3.8%) e Babtine / Ndindiza (6.2%) usam o transporte público para a escola. Para quase metade das crianças 43

71 (45.7%), o caminho para a escola dura menos de uma hora e a mesma percentagem (45.7%) das crianças leva entre e 2 horas para chegar à escola. 22.2% dos alunos do ensino primário em Ligongolo e um terço dos alunos do ensino primário em Jone (33.3%) levam mais de duas horas para chegar à escola. No que diz respeito aos alunos do ensino secundário, mais de um terço (37.5%) frequentam o ensino secundário na vila de Moamba e 20.8% frequentam o ensino secundário na vila de Sábiè ou na cidade de Maputo. A grande maioria dos alunos do ensino secundário (79.2%) usa o transporte público para chegar à escola, enquanto 4.2% viaja de carro ou de boleia. Uma vez que algumas escolas secundárias estão muito distantes 33.3% dos alunos permanecem lá durante a semana. No entanto. 20.8% dos alunos do ensino secundário levam menos de uma hora para chegar à escola e outros 6.7% demoram entre uma e duas horas. Outros 8.3% têm de viajar mais de duas horas para chegar à escola Saúde Doenças No que diz respeito às principais doenças que ocorreram nos agregados familiares afectados no ano anterior (204), as infecções por malária foram as doenças mais frequentes, tendo afectado 46.3% dos agregados familiares, seguidas de diarreias (2.6%). Outras doenças que afectaram os agregados familiares foram a infecções oculares (7.4%), de problemas cardíacos (6.8%), doenças respiratórias (6.2%), ( doenças de pele 3.7%) e alguns casos de anemia e tuberculose (.9% cada), pneumonia (.2%) e parasitas intestinais (.2%). Apenas um agregado familiar (0.9%) mencionou doenças relacionadas com o HIV/SIDA, bilharziose e problemas ginecológicos. Outras doenças mencionadas incluem o cancro, doenças mentais, dor nas costas, epilepsia e reumatismo. Os agregados familiares de Babtine / Ndindiza são os mais afectados pela malária (77.4%), seguidos por Ligongolo (50.0%). As infecções oculares são mais frequentes em Chavane (8.3%) do que noutras comunidades, enquanto as diarreias afectam mais de um terço dos agregados familiares em Babtine/ Ndindiza (38.7%) e Ligongolo (37.5%), indicando um problema no acesso à água potável segura. Os agregados familiares afectados em Jone são mais afectadas por problemas cardíacos (28.6%), anemia (4.3%) e doenças respiratórias (4.3%). Acesso a Unidades de Saúde Existe um centro na vila de Sábiè e em Chavane funciona um posto de saúde, que pertence à ARA-Sul e está localizado dentro do seu acampamento residencial. No entanto, este posto de saúde está também aberto ao atendimento da população local. Um outro posto de saúde da comunidade existe em Babtine/Ndindiza, mas encontra-se actualmente encerrado por falta de pessoal. Um outro posto de saúde existe em Babtine, mas não abre todos os dias porque o agente de saúde vive muito distante. Um novo centro de saúde foi construído em Chavane, mas ainda não está operacional, principalmente devido à falta de água. Em caso de doença, a grande maioria dos agregados familiares afectados (93.8%) obtém ajuda médica do posto de saúde. Apenas os agregados familiares de Babtine/Ndindiza, comunidades mais distantes do posto de saúde de Chavane, recorrem a um médico tradicional ou pedem assistência a familiares e amigos em caso de doença (6.5% cada). Alguns agregados familiares em Chavane (0.9%) e em Babtine / Ndindiza (6.5%) declararam igualmente pedir ajuda média de familiares e amigos. A longa 44

72 distância para o posto de saúde é a principal razão dada pelos agregados familiares (6.2%) em Ligongolo e (9.7%) em Babtine/Ndindiza. A grande maioria dos agregados familiares afectados usa o posto de saúde da ARA-Sul em Chavane. Apenas alguns agregados familiares em Chavane (.9%) e (3.2%) em Babtine/Ndindiza preferem usar o centro de saúde da vila de Sábiè. 2.5% dos agregados familiares em Ligongolo usam o posto de saúde de Mahungo. De um modo geral, os agregados familiares de Chavane e Jone (84.3% e 57.%) vão a pé ao posto de saúde, que dista menos de 2 km, enquanto alguns agregados nessas localidades (5.6% e 4.3 %) usam viatura própria ou boleia; (3.7% e 4.3%) usa bicicletas e (2.8% e 0%) usa o transporte público. Para os agregados familiares em Jone, o centro de saúde mais próximo encontra-se em Chavane, a mais de 0 km de distância. Como há poucos transportes privados ou públicos disponíveis, os doentes viajam para Chavane a pé. Os agregados familiares de Ligongolo (56.2%) usam predominantemente o transporte público para chegar ao posto de saúde mais próximo o qual se encontra a cerca de 2 km. Contudo, quase um terço dos agregados familiares 3.2% vão a pé. Devido à longa distância para o posto de saúde mais próximo, os agregados familiares de Babtine/Ndindiza (38.7%) dependem principalmente de boleias ou de transporte público (32.3%), mas um número considerável de agregados familiares (2.9%) ainda tem de viajar a pé. A maioria dos agregados familiares em Chavane (68.5%) leva menos de uma hora para chegar ao posto de saúde, enquanto 8.2% dos agregados familiares em Ligongolo, 45.2% em Babtine/Ndindiza e 57.% em Jone têm de viajar entre e 2 horas para chegar ao posto de saúde. 6.% dos agregados familiares de Babtine/Ndindiza, 6.2% em Ligongolo e 4.3% em Jone, precisam de mais de 2 horas para chegar ao posto de saúde mais próximo Acesso à Terra Atribuição de direitos sobre a Terra Em geral, na área do Projecto, os agregados familiares recebem dos líderes tradicionais, terrenos para fins residenciais. Com excepção da parte central do assentamento de Chavane, não existe planeamento real de áreas residenciais. Chavane é relativamente denso, enquanto na maioria das outras comunidades as propriedades são aleatoriamente dispersas, muitas vezes a mais de km de distância umas das outras. Uma propriedade de terra típica consiste geralmente de uma ou mais unidades de habitação e outras estruturas auxiliares. Os currais de gado podem estar fora da área central da propriedade, mas geralmente não muito longe. Os tamanhos das parcelas residenciais variam entre 0.0 ha e 6.0 ha, enquanto que o tamanho médio de uma parcela residencial é de.63 ha. A maioria das parcelas residenciais, no entanto, tem à volta 0.33 ha. 93% das parcelas encontradas dentro da zona de impacto durante o levantamento eram residenciais. As restantes parcelas continham apenas igrejas, pequenas lojas ou currais ou estavam vagas. Trinta e quatro agregados familiares, embora sejam proprietários das estruturas residenciais em que vivem (ou seja, não são inquilinos) não são donos das parcelas residenciais em que habitam. Estas parcelas, pertencem geralmente a parentes,. Alguns agregados familiares não possuem terrenos. Estes agregados familiares são na sua maioria famílias recém-formadas que ainda não receberam os seus próprios terrenos (e continuam a usar terrenos pertencentes aos pais ou esposos) ou são famílias que dependem exclusivamente da pesca na albufeira de Corumana. Mais de 70% dos agregados familiares tem acesso a terras agrícolas. Em 45

73 geral, os agregados familiares possuem entre e 4 terrenos em diferentes lugares com uma média de.7 terrenos por família. Os tamanhos dos terrenos agrícolas variam entre 0.2 ha e 2.86 ha e o tamanho médio de terreno por agregado familiar é de.96 ha. Actualmente 47% dos 94 terrenos agrícolas afectados estão em pousio e não estão sendo cultivados pelas famílias. Posse de Terra A Lei de Terras em Moçambique estabelece que a terra pertence ao Estado e que não pode ser vendida, hipotecada ou de outra forma alienada. O direito de uso e aproveitamento de terra é conferido pelo Estado e as condições para esse efeito são determinadas por lei. A escritura de título conferida pelo Estado através da Lei de Terras é conhecida como "Direito de Uso e Aproveitamento de Terra "DUAT24). Por outro lado, a Lei de Terras reconhece as práticas costumeiras como fonte legítima para atribuir direitos de uso e aproveitamento de terra. Por consequência, as pessoas que ocupam e utilizam de boa fé a terra nas áreas rurais, individualmente ou como parte de uma comunidade e de acordo com as normas e práticas consuetudinárias, tais como a herança dos seus ancestrais ou atribuição pelos chefes locais, têm direitos legais sobre a terra em questão (Artigo 2) através da figura jurídica da Ocupação. Essas pessoas podem solicitar o título oficial de terra, (Artigo 3)25,mas a falta de escritura oficial não prejudica o seu direito à terra. Todos os agregados familiares afectados e identificados têm o direito de ocupação estatutária. Em todos os casos, na área pesquisada, a posse da terra foi obtida através da lei consuetudinária, à luz da qual a terra pertence à comunidade e é administrada pela liderança da comunidade local. Deste modo, no que diz respeito às terras residenciais e agrícolas dos agregados familiares afectados, a ocupação teve a anuência do líder tradicional/comunitário local, através da atribuição a um novo agregado familiar, herança dos antepassados, ocupação informal ou mesmo por empréstimode outro ocupante (num único caso). Dentro da área afectada pelo Projecto, a grande maioria dos agregados familiares (55.%), obteve o direito de cultivar esses campos da liderança local. Mais de um terço dos agregados familiares (34%) herdaram as terras agrícolas e apenas 3% obtiveram acesso aos campos agrícolas por simples ocupação Habitações e Estruturas Auxiliares Um complexo residencial típico consiste de uma casa principal que, geralmente é ocupada pelo chefe da família, sua esposa e filhos menores, bem como um ou mais anexos que são usados por outros membros da família. Uma vez que a criança atinge a idade de cerca de 5 ou 6 anos, ele ou ela já não pode dormir na mesma casa que os seus pais, e constrói-se um anexo para a albergar. Um anexo pode consistir de uma ou mais divisões. Os materiais utilizados para habitações e outras estruturas variam consideravelmente desde os materiais tradicionais, tais como estacas de árvores, laca-lacas, argila e capim, aos materiais convencionais, tais como blocos de cimento e chapas de zinco. Muitas vezes, há uma mistura de Direito de Uso de Terra Lei de Terras (Lei N 9/97 de de Outubro) 46

74 materiais de construção. A infra-estrutura de habitação padrão nas comunidades localizadas na área do Projecto é uma cabana tradicional, redonda ou retangular, com um soalho não pavimentado e uma cobertura de capim seco. Um número considerável de edifícios de tijolos convencionais também pode ser encontrado, especialmente nas famílias afectadas em Chavane. Em Chavane, cerca de 6% das habitações são de tamanho e valor substanciais o seu valor (custo de reposição) excede os US $ Todas as habitações excepto uma, pertencem a famílias que são proprietárias de gado e auferem seus rendimentos através de vários negócios.. A Figura 5 ilustra exemplos de habitações encontradas na área do Projecto. Figura 5 Exemplos de Estruturas Residenciais Afectadas No que diz respeito às paredes das principais estruturas residenciais (habitações principais e secundárias e quartos exteriores), a maioria é feita de caniço, seguida de tijolos, tijolos de argila queimados e blocos de cimento. Os soalhos das habitações são predominantemente feitos de cimento ou não estão pavimentadas, mantendo-se como solos naturais ou compactados. Algumas habitações em Chavane têm soalhos construídos com azulejos. A cobertura da casa principal é predominantemente feita de chapas de zinco ou de capim. A maioria das habitações não possui janelas. As habitações com janelas estão equipadas predominantemente com janelas de chapas de vidro, seguidas de chapas de metal. As portas externas das principais estruturas residenciais são predominantemente feitas de madeira, seguidas de metal. As portas externas de duas habitações são feitas de contraplacado. A grande maioria das estruturas 47

75 principais das habitações não tem portas internas. Onde existem portas internas, quase todas são feitas de madeira e as restantes de metal ou vidro. Menos de 5% das habitações tem uma cozinha interna e/ou tem uma casa de banho interna. Todas essas habitações estão localizadas em Chavane. Em Chavane, a maioria das habitações (90%) tem ligação eléctrica. Figura 6 Exemplos de estruturas domésticas auxiliares Além de habitações, muitas famílias na área do Projecto também possuem outro tipo de estruturas domésticas - estruturas auxiliares tais como cozinhas, celeiros, unidades combinadas de cozinha e celeiro, abrigos simples, currais de gado e latrinas e casas de banho. Alguns exemplos são mostrados na Figura 6. Uma das famílias afectadas possui 20 estruturas diferentes na mesma parcela. O desenho, a área do chão e os materiais utilizados para a construção variam consideravelmente, mas a maioria das estruturas é feita com materiais naturais obtidos na área. 48

76 Quase todas as famílias possuem unidades de cozinha externas ou unidades de cozinha e celeiro combinadas. Neste último caso,, o celeiro é construído sobre uma plataforma elevada com uma cozinha embaixo da plataforma. O fumo da madeira queimada na cozinha penetra no celeiro e serve para fumigar as colheitas contra pragas. Apenas duas famílias têm uma cozinha interna. Os currais de gado são normalmente construídos de estacas. O gado é geralmente (embora nem sempre) mantido em separado dos pequenos animais, tais como ovelhas e cabritos. Algumas famílias possuem capoeiras de galinhas. Estas capoeiras são feitas de materiais muito simples e podem ser facilmente movidos. Algumas famílias possuem uma latrina e algumas destas latrinas têm uma cobertura na área de banho. A maior parte destas estruturas são muito rudimentares e geralmente feitas de laca-lacas ou chapas de plástico e não têm cobertura. Cerca de metade das residências tem casas de banho exteriores. 2% têm uma casa de banho interna, enquanto cerca de 30% possuem latrinas externas. Normalmente, os membros de famílias que não possuem latrinas e casa de banho, defecam no mato e tomam banho na albufeira de Corumana. Algumas famílias também usam casas de banho/latrinas de vizinhos ou parentes Água e Saneamento Na área do Projecto, apenas Chavane tem um sistema de abastecimento de água canalizada, sendo que a água era fornecida pela ARA-Sul. No entanto, estima-se que apenas cerca de 30% da área de Chavane era coberta por este sistema. Devido ao vandalismo, o sistema já não está operacional. Por este motivo, a maioria das pessoas na área do Projecto abastece-se de água da albufeira de Corumana, rios e de um furo situado na parte norte de Ligongolo. Acesso à Água na Estação Seca No que diz respeito ao acesso à água potável e para cozinhar durante a estação seca, a grande maioria das famílias afectadas pelo Projecto (84.9%) obtém água da albufeira de Corumana. As restantes famílias buscam água do rio, de um poço da comunidade, de uma fonte de água pública ou de uma escola ou, nalguns casos, usa água engarrafada. A água para fins de higiene é obtida, basicamente, das mesmas fontes( à excepção dos poços da comunidade e, obviamente, da água engarrafada). A grande maioria dos agregados familiares (6.%) considera a qualidade da água consumida para os três propósitos (beber, cozinhar e lavar) como turva, especialmente as famílias de Ligongolo (87.5%) e de Jone (85.7%). Apenas cerca de um terço das famílias (36.4%) consideram a água como limpa, embora não tenha sido tratada. Quase todas as famílias (80.9%) transportam a água que consomem a pé ou com um carrinho de mão. 7.4% usam uma viatura automóvel e 6.8% carroças puxadas por bois ou jumentos. O uso de automóveis para a busca de água é principalmente feito por famílias de Chavane (9.3%), mas não por famílias em Ligongolo e Babtine/Ndindiza. As carroças de bois/jumentos são utilizadas por famílias em Ligongolo (8.8%). Babtine/Ndindiza (6.%) e Chavane (3.7%), mas não por nenhuma família em Jone. A maioria dos agregados familiares (entre 60.5% e 63.0%) leva menos de uma hora para buscar água para o consumo doméstico e quase um terço das famílias (27.8%) dispende entre e 2 horas. No 49

77 entanto, algumas famílias em Jone, Babtine e Ndindiza (2.9%), dispendem mais de 2 horas para recolher de água, dado que se encontram longe da albufeira ou de uma outra fonte de água. Quase todas as famílias (96.9%) não gastam dinheiro em água durante a estação seca. As únicas famílias que pagam pela água estão em Chavane (.9%). Acesso à Água na Estação Chuvosa Durante a estação chuvosa, a percentagem de famílias que usam água da albufeira de Corumana cai para uma média de 25% em todas as comunidades, porque quase um terço das famílias (32.7%) usa a água da chuva recolhida através de calhas dos telhados e mantida em cisternas ao lado das respectivas habitações. Este método de colecta de água é praticado por famílias em todas as comunidades, mas principalmente em Babtine/Ndindiza (45.2%), e Ligongolo (3.3%). Não existe diferença significativa nas proporções em relação às outras opções de obtenção de água para consumo doméstico, tais como furos comunitários, fontes de água públicas, de escolas ou a compra de água. Cerca de metade das famílias (entre 46.3% e 52.5%) consideram a qualidade da água para os três propósitos (beber cozinhar e lavar) durante a estação chuvosa como boa (água limpa, embora não tratada) e a outra metade (entre 44.4% e 50.6%) como turva. Durante a estação chuvosa o número de agregados familiares que vai buscar água a pé ou com um carrinho de mão diminui consideravelmente para 33.3%, enquanto o número de agregados familiares que usa uma carroça de bois ou de burros aumenta para mais de metade das famílias (entre 53.% e 58.6 %) em relação à estação seca, especialmente em Chavane (52.8%) e Ligongolo (entre 62.5% e 75.0). O uso de bicicletas para o transporte de água também aumenta em Babtine/ Ndindiza (9.7%). Ligongolo (6.3%) e Chavane (3.7%). As famílias que colectam água da chuva a partir de telhados não precisam de viajar para obter água, pelo que, não perdem muito tempo com esta tarefa. Consequentemente, o tempo médio dispendido na busca de água cai durante a estação chuvosa, com metade das famílias (50%) a gastar menos de uma hora e 8.5% entre e 2 horas para a busca de água. O facto de muitas familias já usarem este método de recolha de água é uma consideração importante para o planeamento de opções de abastecimento de água para as zonas de reassentamento. A maioria das famílias afectadas não gasta dinheiro em água para consumo doméstico na estação chuvosa. Saneamento No que diz respeito às instalações sanitárias disponíveis, um terço das famílias afectadas (32.7%) usam uma latrina tradicional. No entanto, essas famílias estão concentradas nas localidades de Chavane (46.3%) e Jone (23.6%). As famílias em Ligongolo não usam qualquer latrina e defecam ao ar livre. Destas famílias, apenas um terço (37.5%) enterra as fezes, enquanto a grande maioria não o faz. Esta situação é semelhante em Babtine/Ndindiza, com 93.5% das famílias afectadas a defecar ao ar livre e apenas 38.7% a enterrar as suas fezes; no entanto, existe uma casa que usa uma latrina tradicional. Em Chavane, apenas 5% das famílias usam uma casa de banho ligada a uma fossa séptica. Outros 3.9% têm acesso a uma latrina melhorada. No entanto, mesmo em Chavane existem 23.2% das famílias afectadas que defecam ao ar livre. Outros 9.3% não possuem latrinas próprias e usam latrinas de vizinhos ou de parentes. A maioria dos agregados familiares de Jone (7.5%) também defeca ao ar livre, mas acima da metade destes enterram as suas fezes. Para o banho diário, a grande maioria das famílias afectadas pelo projecto (73.4%) usa uma casa de banho externa, construída com material de construção tradicional, tais como estacas, caniço, etc. 50

78 58.6% dessas casas de banho são construídas com materiais de construção convencional tais como tijolos (4.8). Esta situação é semelhante em todas as comunidades. Quase um terço das famílias de Jone (28.6%) usa a albufeira de Corumana para o banho, mas apenas 4.6% das famílias de Chavane, 9.7% de Babtine/Ndindiza e 2.5% de Ligongolo fazem o mesmo. Em Chavane e Babtine/ Ndindiza, algumas famílias usam casas de banho externas dos vizinhos (6.5% e 3.2%. respectivamente) ou tomam banho em casa de parentes (.9% e 3.2%. respectivamente), enquanto um quarto das famílias de Ligongolo toma banho atrás dos seus quintais (25.%) Energia e Combustível Na área do Projecto, a electricidade só está disponível em Chavane Mahungo e em Ligongolo-sede, mas nem todas as famílias dispõem de ligação à rede. O principal combustível usado pelas famílias afectadas para cozinhar é a lenha (88.9%). Em Ligongolo e Jone, todas as famílias usam a lenha, enquanto 3.2% usam carvão vegetal. Algumas famílias em Chavane também usam carvão (3.7%), bem como electricidade (3.7%) e gás (0.9%). A grande maioria dos agregados familiares (85.8%) que utilizam lenha como combustível para cozinhar, colectam-na em florestas das proximidades e, portanto, não pagam por ela. Algumas famílias em Chavane também compram lenha de vizinhos ou de vendedores ao longo da estrada. As famílias que cozinham com carvão também o compram ao longo da estrada. As famílias que cozinham com gás obtêm-no do mercado. A fonte de electricidade para cozinhar é o fornecedor nacional de electricidade, a Electricidade de Moçambique (EDM). Em Chavane, mais de dois terços das famílias afectadas (69.4%) usam electricidade para iluminação. Mais da metade das famílias em Jone (57.%), bem como algumas famílias em Babtine / Ndindiza (6.5%) e em Chavane (.9%), possuem painéis solares para produzir a sua própria electricidade para iluminação. A maioria das famílias em Babtine/Ndindiza (67.7%) depende do petróleo de iluminação, assim como 43.8% das famílias em Ligongolo e 4.3% e 3.9% das famílias de Jone e Chavane, respectivamente. As baterias de carros que fornecem energia para iluminação são utilizadas por 9.7% das famílias em Babtine/Ndindiza e por algumas famílias cada uma em Chavane e Ligongolo. 25% das famílias afectadas em Ligongolo dependem de iluminação de velas e outros 25% de lanternas com baterias. A grande maioria dos agregados familiares afectados (89.5%) paga pela energia que consomem para fins de iluminação, com excepção da localidade de Jone, onde apenas 28.6% gastaram dinheiro em energia para iluminação porque a maioria das famílias usa painéis solares Meios de Subsistência e de Renda Perfis Ocupacionais A Reserva de Caça de Sábiè, a noroeste da área do Projecto, oferece algum emprego aos moradores da comunidade vizinha de Ndindiza. Sete destes moradores são membros de famílias afectadas. Existem muito poucas outras oportunidades de emprego formal na área. A principal ocupação dos chefes de agregados familiares afectados no ano anterior ao último levantamento de dados (ou seja, em 204) foi a agricultura de subsistência (42%), seguida do trabalho remunerado (5.4%) e da pesca (3.0%). Outras ocupações incluíram a colecta e venda de recursos naturais e comércio (5.6% cada), trabalho sazonal (4.9%), pastagem de gado (3.%) agricultura comercial (.9%), prática da medicina tradicional (.9%), produção de tijolos e actividade como estudante (0.6% cada). Nenhum chefe de família afirmou estar desempregado. Contudo. 3.7% dos chefes das famílias não trabalham devido à incapacidade física. 5

79 A grande maioria dos chefes de família em Ligongolo (75%) tem praticado a agricultura de subsistência, enquanto os restantes chefes de família praticaram a pesca (2.5%), negócio (6.2%) ou não trabalha (6.2%). Em Jone, a maioria dos chefes de família estava envolvida em agricultura de subsistência ou em pastagem de gado (28.6% cada) e os demais chefes de família estavam envolvidos em pesca ou fabricação de tijolos ou dispunham de emprego formal (4.3% cada). Embora mais de um terço dos chefes de famílias em Chavane (38.0%) estivessem a praticar a agricultura de subsistência, esta comunidade possuía o maior número de chefes de família com emprego remunerado (8.5%). Outros 3% dos chefes de famílias em Chavane estavam envolvidos em actividades de pesca. A principal ocupação dos chefes de família em Babtine/Ndindiza em 204 foi a agricultura de subsistência (4.9%), seguida de pesca e trabalho remunerado (2.9% cada), negócios (9.7%), colecta e venda de recursos naturais e prática de medicina tradicional (6.5% cada). No que diz respeito à ocupação principal de outros membros da família em 204, um quarto (24.3%) esteve também envolvido em agricultura de subsistência, enquanto a maioria dos 3.4% eram estudantes. 9.7% dos membros da família eram crianças menores de 6 anos de idade, que eram muito pequenos para frequentar a escola. Cerca de 7.4% dos membros das famílias tinham emprego remunerado a tempo inteiro ou a tempo parcial e 2.9% estavam envolvidos em actividades de negócios. Em Ligongolo, uma maior percentagem de membros das famílias estava envolvida na agricultura de subsistência (34.3%) do que noutras comunidades, embora não em grande número. Em contraste, apenas 9.6% dos membros das famílias em Ligongolo eram estudantes em comparação com Chavane (34.0%), Jone (33.3%) e Babtine/Ndindiza (30.4%). Por outro lado, em 204, as famílias de Ligongolo e Babtine/Ndindiza apresentaram as maiores percentagens de crianças menores de 6 anos (24.5% e 24.2%, respectivamente) em comparação com Chavane (7.2%) e Jone (8.2%). As famílias de Ligongolo também possuem a maior percentagem de membros de famílias envolvidos em actividades de pesca (7.8%), em comparação com Babtine/ Ndindiza (0.6%) e Chavane (0.9%). Actividades Geradoras de Renda As actividades que proporcionam geração de renda às famílias afectadas pelo projecto são bastante diversificadas, mas a principal actividade que fornece renda em dinheiro a quase uma quarta parte de todas as famílias (23.5%) é a venda de animais e/ou produtos de origem animal. Especialmente as famílias de Ligongolo (56.3%) têm na venda de animais a principal actividade geradora de renda, seguidas por Babtine/Ndindiza (35.5%). Jone (28.6%) e Chavane (4.8%). Para outros 3% a venda de animais é uma actividade geradora de renda secundária. Esta actividade é seguida pela venda de excedentes agrícolas, frutas e vegetais, que constitui a actividade principal geradora de renda para 8.0% das famílias e uma actividade geradora de renda secundária para mais 7.4%. A venda de carvão ou de lenha não tem importância para as famílias em Ligongolo, mas é praticada por cerca de 4.9% das famílias noutras comunidades. A venda de peixe é praticada por 22.2% das famílias em todas as comunidades. Nenhuma das famílias em Ligongolo tem salário pelo trabalho remunerado como fonte de renda, mas 20.3% das famílias noutras comunidades têm-no, particularmente em Chavane, onde existem mais oportunidades de trabalho, e em Ndindiza onde algumas pessoas trabalham na Reserva de Caça de Sábiè. As pequenas ou médias empresas ou indústrias não constituem fonte de renda muito importante, por isso, foram mencionadas por apenas 4.3% das famílias afectadas pelo projecto. 52

80 As actividades de prestação de serviços na área dos transportes são praticadas apenas por algumas das famílias de Chavane (4.7%) e por uma família em Jone (4.3%) e o processamento de alimentos é praticado por apenas duas famílias em Chavane. As remessas de dinheiro dos parentes não são importantes para os agregados familiares de Ligongolo, mas beneficiam 42.9% das famílias em Jone,.% das famílias de Chavane e 3.2% das famílias de Babtine / Ndindiza. Nenhuma das famílias afectadas pratica actividades tais como trabalho artesanal ou aluguer de habitações ou parcelas agrícolas, como principal actividade geradora de renda, mas cada uma dessas actividades constitui fonte de renda secundária de uma família em Jone (4.3%). A produção de tijolos e a costura só são praticadas como actividade geradora de renda secundária por uma família em Chavane e outra em Jone. Os salários obtidos nas associações de pesca e fazendas também não constituem fonte de renda das famílias, excepto para uma família em Jone (4.3%). Outras actividades geradoras de renda mencionadas foram o trabalho de cabeleireiro, a prática de medicina tradicional e o comércio informal. Principais Despesas dos Agregados Familiares Dois terços das famílias afectadas (66%) indicam que as suas principais despesas familiares estão relacionadas com a aquisição de produtos alimentares para o agregado familiar. A alimentação é a principal despesa de todas as famílias em Jone (00%) e para a grande maioria em Ligongolo (75%). Chavane (63.9%) e Babtine / Ndindiza (6.3%). Os gastos em recargas para telemóveis tornaram-se segunda principal despesa para as famílias, com 6.% em Babtine Ndindiza, 2.5% em Ligongolo, mas apenas 4.6% em Chavane. Para as famílias de Jone, a compra de recargas para telemóveis não constitui uma despesa familiar importante. Outras despesas domésticas consideradas de grande importância para as famílias incluem o transporte (4.3%), insumos agrícolas (4.3%) e saúde (2.5%). Algumas famílias em Chavane indicam apenas gastos relacionados com a construção (8.3%) e educação (2.8%) como as suas principais despesa. As despesas com produtos alimentaresdestacam-se, mesmo quando não são consideradas como a principal despesa do agregado familiar. Assim, mais 8.5% das famílias afectadas pelo projecto indicaram que gastam dinheiro para a aquisição de alimentos, embora não seja essa a sua principal despesa. No geral da área do Projecto, as famílias mencionaram como despesas importantes a electricidade/combustível (2.0%), educação (2.3%), transporte (.7%), vestuário (9.9%), recargas de telemóveis (4.9%), insumos agrícolas (3.7%) e mobiliários (.2%). Muito poucas famílias afectadas pelo projecto mencionaram também gastos em insumos para pesca, criação de gado e funerais ou actividades religiosas como despesas importantes do agregado familiar. Bens do Agregado Familiar No que diz respeito aos bens pertencentes às famílias afectadas, a grande maioria possui uma cama (8.5%) e um telemóvel (79.6%). Um pouco mais de metade das famílias possui um aparelho de rádio (50.6%) e uma antena parabólica (54.6%). Outros meios de entretenimento pertencentes a um grande grupo de famílias são aparelhos de televisão (42.6%) e DVDs (42.0%). O único instrumento de trabalho de todas as famílias é a charrua (40.%). Outros instrumentos de trabalho importantes que são propriedade de um número de famílias considerevalmente menor são as redes de pesca (25.9%), embarcações de pesca sem motor (22.8%), tractores (8.0%), embarcações de pesca com motor (.2%) e máquinas de costura (6.8%). 53

81 Em termos de meios de transporte, 24.% das famílias possuem carroças de bois, 22.8% bicicletas, 8.5% viaturas e 0.5% motorizadas. Com relação à poupança, quase um quarto das famílias possui uma conta bancária activa (2.6%) e 8.5% tem poupança no banco. 37% das famílias têm geleiras ou congelador, mas apenas 9.3% têm um tanque de água. Os relógios são propriedade de apenas 7.9% das famílias e os painéis solares de 4.2%. As famílias de Ligongolo possuem muito menos aparelhos de televisão (6.2%), rádios (25.0%), geleiras/congeladores (6.2%) e viaturas (6.2%) do que os agregados familiares doutras localidades, mas consideravelmente mais carroças de bois, charruas, tractores e barcos de pesca sem motor. Por outro lado, as famílias de Ligongolo não possuem motorizadas, antenas parabólicas ou tanques de água. Dada a existência de acesso à electricidade através do fornecedor público de electricidade(edm) ou à energia produzida por painéis solares, as famílias em Chavane e Jone possuem muito mais aparelhos de televisão (55.6% e 57.%. respectivamente), leitores de DVDs (54.6% e 57.%. respectivamente) e antenas parabólicas (4.8% e 4.3%, respectivamente), do que as famíçias residentes nas outras áreas afectadas pelo Projecto. Pelo mesmo motivo, a grande maioria dos frigoríficos / congeladores é de propriedade dos domicílios de Chavane (50.9%). As famílias de Chavane e Jone possuem igualmente mais bicicletas (25.9% e 28.6%). As famílias de Jone possuem mais painéis solares (42.9%), relógios (42.9%) e viaturas (57.%) do que a média das famílias das outras três localidades. Isto parece dever-se ao facto de que elas obtêm bons rendimentos em gado e pesca e, como tal, sugere-se que as famílias não são significativamente vulneráveis. Muito poucas famílias de Babtine/Ndindiza possuem uma cama ou um relógio em comparação com as outras localidades, mas mais de metade (58.%) possuem charrua. Produção Agrícola A produção de culturas agrícolas é o principal meio de subsistência para a maioria das famílias que vivem na área do Projecto. No entanto, com uma baixa precipitação média anual e frequentes anos de seca, a área é periodicamente deficiente em alimentos. As pessoas dependem principalmente da chuva para a produção agrícola, mas algumas famílias irrigam as suas culturas ao longo das margens dos rios e da albufeira de Corumana. Algumas famílias aproveitam a diminuição periódica do nível de água da albufeira de Corumana para semear culturas ao longo das margens onde há humidade residual no solo por um período de tempo considerável. Esta actividade aumenta sobremaneira o rendimento das culturas. A principal época de cultivo dura de Dezembro a Março, mas é altamente variável. Os agricultores que possuem gado usam-no para arar os seus campos. As famílias sem gado ou contratam gado localmente (com base nos mecanismos habituais de contratação) ou usam a enxada. As principais culturas produzidas incluem o milho, a abóbora, o feijão, o amendoim e o sorgo. As famílias de agricultores adotaram estratégias bastante complexas para superar os impedimentos do clima. Tais estratégias incluem a adoção de uma abordagem oportunista, mas de prevenção de riscos, para a agricultura. Por exemplo, sempre que haja chuva, os agricultores lançam as sementes, mesmo que esta chuva seja apenas em pequena quantidade. Assim, nos anos em que a precipitação se prolonga durante um longo período ou ao longo da temporada, uma família individual pode plantar e colher uma área considerável de culturas, mesmo que o rendimento total possa ser relativamente baixo. 54

82 Esta prática é usada para permitir que as famílias armazenem alimentos suficientes para os anos seguintes para fazer face às estações secas seguintes. Caso uma estação tenha muito poucos períodos de chuva, apenas pequenas áreas de terra são plantadas; Além disso, em qualquer época, um agricultor pode cultivar um ou mais campos em locais diferentes que possuem diferentes características de solos, tais como propriedades de drenagem e de água do solo. Entre outros factores, a escolha do campo depende em grande parte das condições climáticas prevalecentes e do tipo de produtos a ser cultivado. A consociação de culturas é uma prática comum. Culturas tais como abóboras são quase sempre cultivadas entre o milho. A grande maioria dos agregados familiares afectados (87.7%) produz culturas de sequeiro em campos normalmente situados perto das suas residências. Mais de metade das famílias (59.3%) também cultiva campos à margem da albufeira da Barragem de Corumana. Em alguns casos, isto permite-lhes irrigar os campos para produzir vegetais. Menos de um terço das famílias (3.5%) cultiva campos nas zonas baixas e húmidas perto de rios ou riachos. Quase todas as famílias de Ligongolo (93%) produzem culturas ao longo das margens da albufeira de Corumana. Contudo, menos de metade das famílias de Babtine / Ndindiza (48.4%) o faz. Para lavrar os campos agrícolas, a maioria das famílias afectadas pelo projecto (50.6%) contrata um trator (6.% das famílias de Chavane, 32.3% das famílias de Babtine/Ndindiza, 28.6% das famílias de Jone) e 25.0% das famílias de Ligongolo). Outros 6.2% das famílias possuem o seu próprio tractor. 25.3% das famílias usam a tracção animal para lavrar os seus campos8.5% das famílias usam as suas próprias juntas de bois para preparar os seus campos agrícolas e 6.8% alugam juntas de bois a outros agricultores). Em 8.6% das famílias, a lavoura é feita manualmente com uma enxada usando a mãode-obra familiar. Ligongolo tem a maior percentagem de famílias que possuem as suas próprias charruas de bois (43.8) e tractores próprios (8.8%). Onde a lavoura é realizada manualmente, a grande maioria das famílias afectadas depende do trabalho familiar (80.2%), enquanto algumas famílias dependem da mão-de-obra contratada (8.0%).2.5% dos agregados familiares utilizam tanto o trabalho familiar como mão-de-obra contratada para cultivar os seus campos. Em Ligongolo e Jone, quase todas as famílias usam mão de obra familiar (93.8% e 7.4%) e apenas uma família contrata trabalho extra para o trabalho. Os agregados familiares de Chavane e Babtine/Ndindiza têm as maiores percentagens de trabalho agrícola contratado (9.3% e 9.7%, Respectivamente). Produtos Cultivados A principal cultura produzida pelas famílias afectadas pelo Projecto é o milho (90.%), seguido da abóbora (83.3%), feijão (75.3%), amendoim (57.4%), batata-doce (56.8%), tomate e cebola (43.8% cada), mandioca (37.0%) e vegetais (35.2%). Outras culturas produzidas pelos agregados familiares, mas menos frequentes são o sorgo (2.6%), a batata (8.0%), o tabaco (4.3%) e o arroz (.2%). Em comparação com as outras comunidades, poucas famílias de Ligongolo cultivam cereais como milho (0.0%), sorgo (8.8%) e a mandioca (2.5%). contudo, as famílias de Ligongolo são as que mais produzem amendoim e feijão, e, principalmente, arroz, o qual é cultivado quase exclusivamente em Ligongolo 55

83 O tabaco como cultura típica de rendimento é cultivado apenas por famílias em Chavane (3.7%). Ligongolo (6.2%) e Babtine/Ndindiza (6.5%). Um terço dos agregados familiares em Chavane (37.0%), Ligongolo (37.5%) e Babtine/Ndindiza (32.3%) cultivam vegetais, mas apenas um agregado familiar em Jone se dedica a este cultivo (4.3%). O milho é considerado por 90.% dos agregados familiares a sua principal cultura e apenas um agregado familiar (0.6%) considera o tomate como a sua principal produção. 46.3% das famílias indicaram a abóbora como sendo a principal cultura secundária cultivada, seguida de feijão (9.%) e do amendoim (3.6%). A grande maioria das famílias afectadas pelo Projecto (65.4%) não vende nenhum excedente agrícola e um quarto das famílias (25.3%) vende menos da metade da sua produção agrícola. Apenas 9.3% dos agregados familiares produzem o suficiente para vender mais de metade da sua produção agrícola. A maioria das famílias de Ligongolo vende menos de metade da sua produção, mas nenhuma das famílias de Jone vende quaisquer das suas culturas. Sementes e Fertilizantes No que diz respeito às sementes, as famílias afectadas pelo Projecto (7.0%) normalmente usam sementes obtidas através da sua produção agrícola do ano anterior. Outros 8% compram as sementes para o seu cultivo. As famílias que compram sementes são principalmente famílias de Chavane (26.9%) e uma família em Babtine / Ndindiza (3.2%). Uma família em Chavane e uma em Babtin /Ndindiza pedem sementes de parentes ou de amigos quando precisam. A grande maioria das famílias afectadas pelo Projecto (80.2%) não usa fertilizantes nas suas culturas. Algumas usam esterco animal (7.4%), fertilizantes químicos (.9%) e compostos orgânicos (.9%). As famílias de Ligongolo não usam fertilizantes, enquanto produtos químicos e compostos orgânicos são usados apenas pelas famílias de Chavane (2.8% e.9%, respectivamente). O esterco animal é usado pelas famílias tanto em Chavane (8.3%) com em Babtine / Ndindiza (9.7%). Árvores de Fruta Algumas famílias da área do Projecto cultivam árvores de fruta. Estas árvores são geralmente plantadas em torno das propriedades. As famílias na área afectada pelo Projecto possuem vários tipos de árvores de fruta, mas o Canhoeiro (marula) é, de longe, a árvore de fruta mais popular (65.4%), especialmente em Ligongolo e em Babtin / Ndindiza, onde cerca de 87.5% e 87.% das famílias, respectivamente, possuem esta espécie de árvore de fruta. Outras árvores de fruta populares entre as famílias afectadas pelo Projecto são a mafurreira (mogno do Natal) e a Papaieira, sendo que 6.0% e 4.8%, respectivamente, das famílias possuem pelo menos uma destas árvores de fruta. Chavane é o local onde a maioria das famílias possui Mafurreiras (20.4%) e Papaieiras (7.6%), seguida de Babtine/Ndindiza (6.5% e 9.7%. respectivamente). Uma família em Ligongolo e outra em Jone tambémpossuem estas espécies de árvores de fruta. Uma outra árvore de fruta encontrada em todas as comunidades é o limoeiro (.7%), enquanto a bananeira (6.8%) é encontrada apenas em Chavane, Jone e Ligongolo e a mangueira (5.6%), laranjeira (4.9 %), cana de açúcar (3.%) e goiabeiras (2.5%), são encontradas apenas em Chavane e Jone. A jujuba indiana (8%) e cajueiros (.9%) existem apenas em Chavane e o Jambalau (3.7%) pode ser encontrado tanto em Chavane como em Babtine/Ndindiza. 2% das famílias afectadas pelo Projecto em todas as localidades também possuem árvores para sombra durante o dia. 56

84 Pecuária A criação de animais, tais como gado bovino, gado caprino e galinhas, é uma parte importante dos rendimentos de subsistência e de muitas famílias na área do Projecto. Em geral, o gado bovino é usado para lavrar campos e apenas é vendido quando há uma necessidade específica dentro da família. Tradicionalmente, o gado bovino é tido como um meio de acumulação de riqueza e de manutenção de estatuto, sendo utilizado para a realização de casamentos e para fins cerimoniais. O gado caprino é criado para assegurar carne para consumo, sendo também uma fonte de renda mais imediata quando há necessidade de dinheiro. As galinhas são criad principalmente para consumo para, mas também são localmente vendidas, quando necessário. Geralmente, o gado bovino e caprino é mantido nas vastas áreas de terra que cercam os assentamentos, muitas vezes até 5 km de distância das propriedades. Este gado é normalmente apascentado por jovens que são pagos anualmente com um dos animais. Normalmente, o gado retorna aos seus currais nas propriedades todas as noites. Os rios e a albufeira de barragem de Corumana são as principais fontes de água para estes animais. As galinhas circulam livremente pelas propriedades. Somente em alguns casos elas são mantidas em pequenas capoeiras durante a noite. Mais de metade das famílias (54.9%) possuem animais, sendo Ligongolo (75.0%) e Jone (7.4%) as comunidades onde mais famílias se dedicam à sua criação. Existem mais famílias a criar ovelhas e galinhas (64.8% cada), seguido de cabritos (56.2) e patos (2.6%). Apenas 2.5% das famílias criam porcos..9% criam pombos e.2% cada uma criam coelhos e galinhas do mato.ligongolo e Jone possuem as maiores percentagens de famílias que criam ovelhas (93.8% e 85.7%, respectivamente), galinhas (93.8% e 85.7%) e cabritos (75.0%) e (85.7%). As famílias de Jone não criam nem suínos, nem coelhos, nem pombos. Em relação aos serviços veterinários (vacinação, tratamento dos animais, etc.), apenas 39.3% das famílias que possuem animais usam esses serviços com frequência e 45.8% usam-nos raramente de forma rara, sendo que 9.3% nunca usam os serviços veterinários. Todas as famílias de Jone usam os serviços veterinários, embora apenas 28.6% o façam com muita frequência. Em Ligongolo, metade dos agregados familiares (50.0%) utiliza com frequência os serviços veterinários e 4.7% apenas raramente recorrem a eles. Pescas Algumas famílias na área do Projecto estão quase exclusivamente envolvidas na pesca na albufeira da Barragem de Corumana, usando linhas e redes de mão. O peixe é vendido localmente ou em Maputo. Esta actividade fornece uma fonte de renda para algumas pessoas, que são empregues por pequenas empresas de pesca. Entre as 96 famílias afectadas pelo Projecto existem 34 pescadores, habitando o maior número deles nas localidades de Chavane (8) e Ligongolo (0). Os barcos com motor são raros, uma vez que apenas duas famílias afectadas pelo Projecto, uma em Chavane (0.9%) e outra em Babtine/Ndindiza (3.2%) possuem um barco motorizado. Em contrapartida, 22.8% das famílias afectadas pelo Projecto possuem barcos sem motor. Em Jone, nenhuma família possui um barco. As redes de pesca são propriedade de 25.9% das famílias. 57

85 Recursos Naturais Como na maior parte da região, o uso de recursos florestais representa uma parte significativa do consumo e dos meios de subsistência de uma família rural. Esta actividade inclui principalmente a colecta, processamento e uso de árvores (por exemplo, para lenha e estacas para construção), ervas medicinais, frutos silvestres, fibras, mel e madeira (para carpintaria). A lenha é um recurso natural colectado por quase todas as famílias afectadas pelo Projecto (92.0%). Mais de metade das famílias (52.5%) também utilizam a madeira das florestas para fins de construção. Menos de metade dos agregados familiares recolhe igualmente areia (49.4%), caniço (48.%), argila (44.4), plantas medicinais (42.0%), frutos silvestres e tubérculos (35.8%) nos rios e florestas próximas. 26.5% das famílias praticam a caça, 24.% praticam o corte de capim para a cobertura de habitações e 20.4% capturam aves para o consumo das famílias. Todas as famílias em Ligongolo e Jone colectam lenha. As famílias de Ligongolo geralmente também estão mais dependentes dos recursos naturais, pois apresentam a maior percentagem de domicílios que colectam madeira para construção (75.0%), se dedicam ao corte de caniço (68.8%), à colecta de plantas medicinais (68.8%), ao corte de capim, e à recolha de areia e argila (56.3% cada). As famílias que dependem menos dos recursos naturais estão localizadas em Chavane, com apenas 4.8% a cortar capim para coberturas, 32.4% a colectar frutos e tubérculos silvestres e 36.% a colectar plantas medicinais Segurança Alimentar e Nutrição Apenas cerca de um quarto das famílias afectadas pelo Projecto (23.5%) produz todos os alimentos que consome, enquanto quase metade das famílias (46.3) produz a maior parte dos alimentos, mas precisa de comprar outros produtos alimentares. 7.9% das famílias adquirem a maior parte dos produtos alimentares, mas produzem alguns deles. 6.8% das famílias não produzem alimentos e algumas famílias em Chavane (.9%) e Jone (4.3%) dependem de ofertas de alimentos de amigos ou de parentes. Poucas famílias em Babtine/Ndindiza vivem apenas da sua própria produção (6.%), mas mais de metade dos agregados familiares produz a maioria dos seus alimentos e compra apenas alguns bens (58.8%). Chavane e Babtine/Ndindiza têm as maiores percentagens de famílias que compram a maior parte da sua alimentação e produzem apenas alguns alimentos (20.4% e 9.4%, respectivamente). A maioria das famílias afectadas pelo Projecto fazem três refeições diárias (66.0%) e 8.5% faz duas refeições por dia. Duas famílias em Chavane têm uma refeição por dia (.9%), mas 9.9% conseguem ter mais de três refeições por dia. Mais famílias em Ligongolo e em Jone têm as três refeições por dia (75.0% e 7.4%, respectivamente) do que as famílias em Babtine / Ndindiza (67.7%) e Chavane (63.9%). Em Jone, nenhuma família tem mais de três refeições por dia, sendo que apenas s 28.6% têm duas refeições por dia. Mais de três refeições diárias são consumidas por 2.5% das famílias em Ligongolo, 2.9% das famílias em Babtine/Ndindiza e 9.3% das famílias em Chavane. No que diz respeito ao consumo de proteínas por famílias afectadas pelo Projecto, quase metade dos agregados familiares (48.8%) consome carne ou peixe duas ou três vezes por semana (com um máximo de 59.3% das famílias em Chavane) No entanto, 6.3 % das famílias comem carne ou peixe uma vez por semana, 5.6% uma vez por quinzena, 3.7% uma vez por mês e 7.4% nunca comem carne ou peixe. Outros 7.4% dos agregados da área do Projecto consomem carne ou peixe todos os dias, 58

86 com as maiores percentagens entre as famílias de Ligongolo (2.5%) e Babtine/Ndindiza (2.9%). 25% das famílias em Ligongolo e 28.6% das famílias em Jone nunca comem carne ou peixe. Dado que vivem predominantemente da agricultura de subsistência, os meses em que as famílias afectadas pelo Projecto possuem mais bens disponíveis são o mês de Maio (25.3%), seguido de Abril (25.3%) e Junho (8.5%). Esta situação pode ser explicada pelo facto de que as colheitas na região sul de Moçambique se iniciam em Abril. Quando os agregados familiares afectados pelo Projecto enfrentam escassez de alimentos para o consumo doméstico, um terço das famílias (29.6%) vende animais, outras (.7%) aceitam pequenos empregos e trabalhos ocasionais (o chamado ganho-ganho), 9.3% reduzem o número de refeições por dia, 8.0% pedem alimentos a familiares, 8.0%) e 4.3% passam fome. Outras estratégias utilizadas pelas famílias afectadas pelo Projecto são a compra de alimentos a crédito (0.5%), uso do salário para a compra de alimentos (0.6%), venda de lenha e carvão vegetal (3.%) e venda de peixe (.9%). A maioria das famílias de Ligongolo e de Babtine/Ndindiza (62.5% e 5.6, respectivamente) vendem animais. Em Jone, cada família usa uma estratégia diferente para enfrentar a falta de alimentos, incluindo não comer, reduzir as refeições diárias, venda de animais, trabalho casual ou pedir alimentos a familiares. Em Chavane, a venda de animais é uma estratégia utilizada por apenas 9.4% das famílias para enfrentar a escassez de alimentos, enquanto outros 4.8% recorrem a pequenos empregos profissionais e 0.2% pedem alimentos a familiares. A compra de alimentos a crédito é um recurso utilizado apenas por famílias de Chavane (3.9%) e de Babtine/Ndindiza (6.5%). Apenas dois agregados familiares em Chavane solicitam alimentos aos seus vizinhosem caso de necessidade Transporte O transporte público de fora da área do Projecto geralmente chega até Chavane e Mahungo. No que diz respeito ao tempo necessário para chegar à estrada mais próxima, a maioria das famílias afectadas pelo Projecto (69.%) leva menos de 5 minutos para lá chegar, 4.8% demoram entre 5 minutos e meia hora, 7.4% demoram entre meia hora e uma hora e 6.8% leva mais de uma hora. As famílias de Jone são as que demoram mais tempo a chegar à estrada mais próxima com 42.9% das famílias de demorar mais de uma hora. Cerca de dois terços das famílias em Chavane (7.3%), Ligongolo (75.0%) e Babtine/ Ndindiza (7.0%) vivem a curta distância de uma estrada com tráfego, levando menos de 5 minutos para lá chegar. No entanto, as distâncias para alcançar os meios de transporte público mais próximos são mais longas, com 42.6% das famílias afectadas pelo Projecto a ter que caminhar entre 5 e 30 minutos para conseguir um transporte. Apenas 7.4% das famílias residentes na área do Projecto demoram menos de 5 minutos para apanhar um transporte público. Mais uma vez, as famílias de Jone têm as distâncias mais longas a percorrer, com 85.7% a ter que caminhar mais de uma hora para apanhar o transporte público, seguidas das famílias Babtine/Ndindiza (64.5%) e Ligongolo (37.5%) Acesso a Mercados A actividade de natureza comercial na área do Projecto é reduzida. Pequenos quiosques, fornecendo uma gama muito limitada de bens domésticos básicos, estão concentrados em Chavane e Mahungo. O centro comercial mais próximo encontra-se na vila de Sábiè, que dista 7 km de Chavane. 59

87 Quando as famílias afectadas pelo Projecto precisam de comprar bens de consumo, fazem-no principalmente na sua comunidade (67.3%) ou em Chavane (9.%). Poucas famílias preferem viajar para a vila de Moamba (3.% )ou deslocar-se à vila de Sábiè (.9 %). Uma vez que as lojas e os mercados disponíveis na área do Projecto se encontram localizados principalmente em Chavane, as famílias de Chavane são as que mais compram bens de consumo principalmente dentro da sua comunidade (86.%). Contrariamente, a maioria das famílias de Jone e Babtine / Ndindiza tem de viajar para Chavane (57.% e 4.9%. respectivamente) para comprar bens de consumo. Embora quase metade das famílias de Ligongolo adquiram bens de consumo dentro da comunidade. 3.3% preferem viajar para a aldeia de Mahungo e outros 25.0% para Chavane. Dois terços das famílias afectadas pelo Projecto viajam para o mercado a pé (74.7%) ou usam transportes públicos (0.5%), enquanto 9.3% viajam de carro ou de boleia e 3.% usam bicicletas. Uma vez que o mercado está localizado dentro da sua comunidade, a grande maioria das famílias de Chavane vai ao mercado a pé. Apenas 3.7% se deslocam ao mercado de bicicleta e 4.6% usam carro ou vão de boleia. A maioria das famílias de Babtine/Ndindiza usa o transporte público (32.3%) ou viatura/boleia para chegar ao mercado. Dois terços das famílias de Ligongolo deslocam-se a pé (62.5%), enquanto outros 37.5% utilizam o transporte público. Apenas uma família em Jone (4.3%) usa motorizada para chegar ao mercado. Para quase todas as famílias afectadas pelo Projecto, o principal motivo para ir ao mercado é a compra de bens. Apenas duas famílias em Chavane também vão ao mercado para trocar bens ou para se encontrar com amigos Comunicações No que diz respeito a comunicações, a grande maioria das famílias afectadas pelo Projecto (94.4%) tem acesso a uma rede de telefonia móvel. Apenas uma família em Ligongolo (6.3%) não tem acesso a uma rede de telefonia móvel e 6.% dos agregados familiares em Babtine / Ndindiza e 6.3% em Ligongolo não sabem se têm ou não acesso Participação Comunitária A participação dos membros das famílias afectadas pelo Projecto em associações comunitárias, profissionais ou femininas é muito fraca. No que diz respeito às associações profissionais, apenas 7 pessoas participam numa associação de pesca, duas participam numa associação de agricultores e outras duas numa associação de criadores de gado. Outrass pessoas são membros da Associação Nacional de Médicos Tradicionais (AMETRAMO) e uma família participa numa equipa de desminagem. Apenas duas mulheres participam numa associação feminina. 5 pessoas fazem parte de um grupo religioso, uma numa organização comunitária chamada Muanano e outra participa na polícia comunitária. Alguns membros das famílias afectadas pelo Projecto participam também em comitês de gestão de água (2), comitês de gestão de terras (2), conselhos consultivos locais (5) e conselhos de aldeia (7). A participação na comunidade é principalmente vista entre os membros das famílias de Chavane. Apenas uma residente em Jone é membro de uma associação de mulheres e 4 habitantes de Babtine/Ndindiza são membros de conselhos consultivos locais. 60

88 5.6.6 Famílias Potencialmente Vulneráveis Na política e prática públicas actuais em Moçambique, a compreensão da vulnerabilidade é normalmente encarada como uma característica inerente a grupos específicos da população social e facilmente identificáveis ou a uma característica de pessoas afectadas por desastres naturais. Existem dimensões-chave entendidas como "vulnerabilidade à pobreza": Falta de defesa interna; Exposição a riscos e choques externos; e Exclusão social. A falta de defesa interna refere-se a factores demográficos ou de ciclo de vida, tais como infância, doença crónica, velhice ou factores sociais, como sejam situações de orfandade ou viuvez. Assim, relaciona-se com o capital humano e social de uma pessoa. A exposição a riscos e choques externos refere-se a eventos súbitos, tais como desastres naturais, conflitos violentos e processos de longo prazo, relacionados com mudanças climáticas ou tendências do mercado.. As pessoas com mais recursos (como boa saúde, educação, bens produtivos e capital) estão melhor equipadas para resistir a esses choques e podem recuperar, enquanto as pessoas sem recursos são mais propensas a cairem ou permanecem na pobreza. A exclusão social e a discriminação referem-se à exclusão de pessoas da sociedade, da economia ou da participação política. As pessoas excluídas do acesso aos recursos, da tomada de decisões ou do apoio social (por exemplo, com base em gênero, identidade étnica ou estigma, como a relacionada com o HIV/ IDA ou deficiência física e mental) são mais vulneráveis à pobreza e à insegurança do que as demais. Estes três aspectos da vulnerabilidade resultam em pessoas pobres, seja pela pobreza transitória ou crónica. Portanto, a vulnerabilidade é o potencial de ser afectado negativamente por um evento ou mudança. Os agregados familiares vulneráveis são consequentemente, famílias que têm alto risco de cair abaixo da linha de pobreza alimentar nacional devido à sua exposição a choques. No seu Manual de Preparação do Plano de Acção de Reassentamento, a Corporação Financeira Internacional (IFC) definiu Grupos Vulneráveis no contexto de reassentamento involuntário como "pessoas que, em virtude de género, Etnia, Idade, deficiência física ou mental, desvantagem económica ou estatuto social podem ser mais adversamente afectadas pelo reassentamento do que outras e que podem ser limitadas na sua capacidade de reclamar ou de tirar proveito da assistência do reassentamento e benefícios de desenvolvimento relacionados".26 Estes grupos podem incluir famílias chefiadas por mulheres, famílias vítimas de HIV/SIDA, famílias chefiadas por crianças, famílias constituídas por idosos ou pessoas com deficiência, famílias pobres, cujos membros são socialmente estigmatizados ou sofrem problemas sociais e económicos ou discriminação (como resultado de tabus tradicionais ou culturais). Os membros de grupos vulneráveis podem necessitar de assistência de reassentamento especial ou suplementar, porque são menos capazes de lidar com os efeitos da deslocação física e/ou económica do que a população afectada em geral. 26 Corporação Financeira Internacional (IFC), Manual para a Preparação do Plano de Acção de Reassentamento. 6

89 De acordo com esta definição de vulnerabilidade, as famílias vulneráveis entre as PAPs afectadas pelas Obras de Conclusão da Barragem de Corumana são definidas da seguinte forma: Famílias chefiadas por mulheres (especialmente viúvas e mulheres divorciadas, que podem ser vulneráveis devido à perda de direitos de acesso à terra, falta de tempo para cultivar terras e perda da contribuição do parceiro anterior para o sustento doméstico); Famílias chefiadas por crianças (especialmente órfãs vítimas de HIV/ IDA); Pessoas idosas (vulneráveis devido a perda de bens ou da capacidade de usar os seus bens de forma produtiva ou necessidades adicionais em termos de cuidados para os doentes); Pessoas com deficiência física ou mental (falta de acesso a oportunidades de produção ou de ganhos. Exclusão social); Famílias com membros com doenças crónicas (HIV / SIDA ou outras doenças crónicas) (vulneráveis por falta de trabalho e disposição de bens para cobrir os custos médicos); Famílias pobres e empobrecidas e famílias social e/ou economicamente discriminadas. Deve notar-se que, mesmo dentro de um grupo vulnerável, nem todos os membros serão vulneráveis. Por exemplo, nem todas as famílias chefiadas por mulheres são necessariamente vulneráveis. A pesquisa socioeconómica mostra que quase um terço (27.%) dos chefes de família afectados pelo Projecto estão acima de 65 anos de idade e, portanto, podem ser considerados como pessoas idosas. Existem ligeiramente mais famílias idosas em Ligongolo (37.5%) e em Babtine/Ndindiza (37.9%) do que em Chavane 822.3%) e em Jone (28.6%). As viúvas e as mulheres solteiras chefes de família só podem ser encontradas entre famílias afectadas pelo Projecto em Chavane (4.3% e 7.%) e em Babtine/Ndindiza (4.2% e 2.5%). Os chefes de famílias com deficiência física foram identificados em Chavane (3.7%), em Ligongolo (2.5%) e em Babtine/ Ndindiza (9.7%). Um chefe de família sofre de deficiência mental em Chavane e dois de doença crónica (um em Chavane e outro em Babtine/Ndindiza). Não foram identificadas famílias chefiadas por crianças nas famílias afectadas pelo Projecto. No que diz respeito às vulnerabilidades entre os outros membros da família das famílias afectadas pelo Projecto, 97.9% não têm nenhuma deficiência. Apenas 0.9% dos membros das famílias afectadas pelo Projecto têm uma deficiência física e 0.5% cada uma tem uma deficiência mental ou sofrem de uma doença crônica. Os membros da família com deficiência física vivem em famílias em Chavane (0.9%). Ligongolo (2.0%) e Sunduíne (3.2%) e membros da família com doença crónica vivem em famílias em Chavane (0.9%) e Babtine / Ndindiza (0.5% ). 5.7 RESULTADOS DAS DISCUSSÕES DOS GRUPOS FOCAIS Uma série de discussões em grupos focais foram realizadas após a conclusão do levantamento socioeconómico de referência. Estas discussões em grupos focais incluíram mulheres, homens, jovens, pescadores, proprietários de gado e famílias com sepulturas de familiares dentro da zona de impacto. Os resultados destas discussões são apresentados abaixo Estatuto da Mulher e Acesso à Terra Durante as reuniões de grupos focais, as mulheres declararam que as principais decisões a nível comunitário são tomadas pelos madodas (homens adultos) e líderes locais, sendo a opinião das mulheres raramente levada em consideração. De facto, os processos de tomada de decisão relacionada com assuntos comunitários são formalmente abertos e todos são livres de participar, incluindo os "não nativos" (ou seja, migrantes internos de outras partes do país). As decisões são 62

90 votadas através de levantamento de braços. No entanto, as mulheres não se sentem capacitadas, alegando que os homens são capazes de impor as suas preferências. Esta situação pode ser real, uma vez que formas subtis de controlo social são muitas vezes capazes de capturar processos formalmente abertos. Por outras palavras, pode considerar-se que a presença de mulheres é apenas um requisito formal políticamente correcto que não implica necessariamente uma capacitação substantiva das mulheres, cuja presença é principalmente necessária para legitimar o processo de tomada de decisão. No entanto, as mulheres estão activamente envolvidas em actividades comunitárias, tais como a manutenção de estradas e / ou caminhos locais. Trata-se de actividades de "trabalho por alimentos" e, caso não haja trabalho para todos, as mulheres pobres ou necessitadas geralmente recebem prioridade em relação a mulheres com uma situação de vida estável. Quando uma mulher se casa, sai da casa dos pais e dirige-se para a casa do marido, onde a sogra a integra na nova família e lhe atribui um terreno para que possa trabalhar. Inicialmente, a nova esposa vai à machamba juntamente com a sua sogra, para se familiarizar com os limites da terra da família. Caso a sogra tenha já falecido, a integração na família é feita por outros membros da família, tais como o sogro ou o próprio marido. Se a mulher tiver um bom relacionamento com a família do marido, pode herdar a terra após a morte do marido. Caso contrário, a terra será entregue a um dos filhos ou a outro membro da família do marido. Muitas vezes, os anciãos da família ou membros influentes da família são os que decidem o destino dos bens dos falecidos, incluindo a terra. Não é incomum que esses bens sejam distribuíoas por outros membros da família. Esta regra tende a prevalecer entre linhagens tradicionalmente estabelecidas na área do Projecto. Além disso, se o marido decidir sair da casa e mudar-se para outro local, a mulher manterá a machamba para si mesma (desde que a família do marido não se oponha). No caso de morte da esposa, a terra reverte a favor do marido, o qual é livre de a realocar a uma nova esposa. Em caso de divórcio, a terra também reverte a favor do marido ou outro membro da família do marido. Na prática, se algo correr mal a esposa cai numa situação precária e fica altamente dependente da boa vontade da família do marido. Se o marido morre ou se afasta, a sua família pode, por exemplo, expulsar a esposa e tirar-lhe a terra, sob a alegação de que a pessoa que a trouxe para a família já não está presente e que,por isso, ela deve regressar para a sua própria família. O acesso da mulher à terra, portanto, pode ser inseguro, contribuindo assim para uma situação de vulnerabilidade. Durante as reuniões dos grupos focais, as mulheres expressaram também que "na sua tradição, o homem é o representante da família e, consequentemente, os DUATS a ser emitidos para as novas terras de reassentamento devem ser emitidos em nome do esposo". Esclareceram, no entanto, que nos casos em que o esposo já tenha falecido, o DUAT deverá ser emitido em nome da "mulher registada como sua esposa durante o Censo". A Organização da Mulher Moçambicana (OMM) é representada ao nível da base através de uma Secretaria da Célula, ligada aos órgãos locais do Partido Frelimo Preocupações das Mulheres com o Reassentamento Durante as reuniões dos grupos focais, as mulheres expressaram algumas preocupações sobre o processo de reassentamento,preocupações essas que se prendiam, principalmente, comas seguintes questões: 63

91 Continuidade da actividade agrícola da família. A maioria das mulheres afirmou que a agricultura é a base para a sua sobrevivência e, mesmo que a seca tenha recentemente causado uma queda considerável na renda agrícola, elas ainda podem sobreviver trabalhando nas suas machambas. Contudo, percebem que essas machambas serão perdidas a favor do Projecto e, como tal, sentem-se inseguras, pois não sabem onde serão as suas novas parcelas e quão férteis essas terras serão. Disponibilidade de água para fins domésticos. Algumas mulheres referiram que perceberam que as novas habitações terão água canalizada. No entanto, estão preocupadas com a regularidade do abastecimento de água. Também afirmaram que actualmente se sentem seguras quanto ao abastecimento de água, uma vez que a aldeia está perto da albufeira e, sempre que precisam de água,simplesmente vão lá buscá-la. Quando forem deslocadas, tal poderá não ser tão fácil se comparado a situação actual. Por isso, pensam que a melhor opção seria construir-se poços e /ou fontes públicas nos novos locais residenciais, para o uso de todos. Acesso às escolas. Não sabem como será o acesso às escolas para as crianças após o reassentamento. Será que as escolas ficarão a curta distância? O Projecto deve considerar esse aspecto com cuidado. Possível interrupção de laços comunitários. A possível interrupção dos laços comunitários também foi identificada pelos grupos focais participantes como uma importante área de preocupação. Algumas pessoas a ser reassentadas expressaram o seu desgosto pelo facto de "deixarem as suas áreas actuais e deixar alguns dos seus líderes para trás". Uma vez que nem todos serão deslocados fisicamente, disseram elas, isto irá acontecer. No entanto, reconheceram a inevitabilidade da situação e afirmaram que "com o tempo, poderão acostumar-se". Por outro lado, referiram que algumas pessoas têm parentes próximos das áreas de reassentamento e, como tal, "as coisas serão melhores" Problemas e percepções dos homens Os madodas (homens adultos) constituem o grupo socialmente dominante e têm uma influência decisiva nos processos de tomada de decisão da comunidade. Em geral, as suas opiniões sobre o processo de reassentamento são favoráveis, tendo sido colocadas as seguintes preocupações principais: Como lidar com as despesas resultantes das necessidades de manutenção das novas habitações de reassentamento. Maior distância entre a residência e as machambas. Em contrapartida, o emprego e a oportunidade de envolvimento noutras actividades geradoras de renda são as expectativas prevalecentes entre os homens. Quanto aos principais problemas que afectam a comunidade, foi dada ênfase aos roubos de gado e aos danos causados pelo gado em machambas. Quanto à primeira questão, quando os culpados são identificados devem pagar 3 cabeças de gado por cada cabeça roubada (uma cabeça para o Conselho dos Anciãos, que julga estes casos, 2 cabeças para a pessoa prejudicada). Em caso de danos causados pelo gado em machambas, a questão é normalmente resolvida entre o proprietário do gado e o agricultor, que estabelecem um acordo na compensação a pagar. Foi também expressa a insatisfação com o ritmo do processo de reassentamento: foram instruídos a não construir novas habitações há dois anos e, até agora, nada aconteceu. 64

92 Quanto aos títulos de propriedade, os homens aceitaram o princípio de se emitir DUATs para as novas residências em nome do esposo e da esposa. No entanto, o DUAT para terras agrícolas, deverá ser emitido apenas em nome do marido, disseram Gestão de Recursos Comunitários As áreas de pastagem são comunitárias. Basicamente, qualquer área não utilizada pode ser utilizada como uma área de pastagem. A pastagem pode ser realizada em áreas agrícolas, desde que as parcelas sejam cercadas para evitar que o gado entre nas machambas. Por outro lado, na estação seca, quando as parcelas estão em pousio, elas podem ser usadas como pastagens até à chegada da chuva. Não há protocolos fixos para a gestão de recursos naturais. Basicamente, é necessário solicitar permissão ao chefe da área e pagar uma taxa pela extracção de recursos naturais. As taxas podem ser pagas em dinheiro ou em espécie. No caso do carvão, por exemplo, uma parte da produção deve ser entregue ao líder como pagamento Efeitos do reassentamento sobre os equilíbrios políticos tradicionais A transferência de pessoas para os novos locais de reassentamento induzirá algumas alterações (embora muito modestas) nos equilíbrios de poder tradicional. Por exemplo, em Chavane algumas famílias que residem actualmente no Bairro Quenhene serão reassentadas juntamente com algumas famílias do Bairro Panganine, numa área de reassentamento localizada em Mulombo 2. Estes dois grupos viverão, por conseguinte, juntos como uma unidade e deverão gerir a sua própria organização. O processo de organização da liderança na aldeia do reassentamento será promovido pelo Secretário de Mulombo 2, que tem autoridade sobre a área onde a vila será construída. Uma vez que as relações entre Bairros de Quenhene e de Panganine não são particularmente harmoniosas (conforme referido pelos participantes nas reuniões de grupos focais com homens), esse exercício deverá ser conduzido com alguma precaução. Os participantes nas reuniões dos grupos focais recomendaram que os secretários de bairros de Quenhene e de Panganine se reunissem com o Secretário de Mulombo 2 a fim de esclarecer questões relevantes de liderança Acesso à Terra e Disputas sobre a Terra Os mecanismos de acesso à terra na área são os seguintes: Ocupação espontânea: nos tempos antigos, caso alguém gostasse de um lugar vago, simplesmente fixava-se no local. Não era necessária nenhuma intervenção ou acordo por parte da liderança, sendo amplamente aceite o direito de ocupação espontâneo. Todos poderiam abrir uma machamba e construir a sua casa de forma livre. Atribuição de terra pelos líderes da comunidade: com a guerra (civil), as coisas mudaram e o governo teve que encontrar mecanismos de controlo das pessoas. A atribuição de terras aos recém-chegados foi então confiada aos chefes de terras ou chefes de 0 casas. Herança familiar: Actualmente, este é um mecanismo bastante comum de acesso à terra. Geralmente, quando alguém morre a terra passa para os filhos do falecido (ou outros membros da família). 65

93 Aluguer ou empréstimo de terras: existem alguns casos de terras alugadas e dadas por empréstimo. Por exemplo, uma vez que nem toda a gente pode possuir terra nas margens da albufeira, muitas vezes, as pessoas alugam a terra daqueles que têm acesso às margens da barragem. No entanto, nas áreas da agricultura de sequeiro tais casos são raros. Se alguém precisa de ter terra para cultivar, deve falar com o chefe de terras ou com o chefe de dez casas, e estes identificam alguém que, dentro da comunidade, possua terra para concessão. Alternativamente, a pessoa que procura a terra pode entrar em contato directo com os membros da comunidade., Neste caso, no entanto,, deve comunicar o facto às autoridades, a fim de evitar conflitos de terra. Tendências actuais: hoje em dia, a herança familiar é a maneira mais comum de aceder à terra na área. As pessoas morrem,e as suas terras são transferidas dentro da família, normalmente para os filhos dos falecidos, nos casos em que há uma grande procura por terras agrícolas. Mesmo as pessoas de Maputo aparecem à procura de terra na área. Aqueles que têm grandes áreas e não podem explorá-las, normalmente estão dispostos a passar a terra para outras pessoas, mas é necessária uma negociação e, essa negociação envolve dinheiro. Neste caso, os Líderes só são chamados para confirmar o processo. A negociação é feita directamente entre o proprietário da parcela e os interessados pelo terreno. Os participantes de todos os grupos focais referiram com insistência a existência de uma grave disputa de terras, originada pela alocação de uma área considerável a um operador económico estrangeiro. A área em questão é considerada muito importante para a comunidade, que tradicionalmente a usa para a caça, colecta de lenha e corte de estacas para construção e árvores para produção de carvão vegetal. Actualmente, a área não é acessível e está muito vigiada. Incidentes com os guardas, alguns destes de carácter violento, tem ocorrido. O proprietário declara ter um título de terra legal emitido pelo governo, mas as pessoas locais negam qualquer conhecimento desse facto Divisão social do trabalho e percepções sociais sobre riqueza e poder Normalmente, as tarefas são socialmente divididas de acordo com as seguintes linhas: Homens: dedicam-se à pesca, trabalham como pedreiros ou em outras actividades profissionais e exercemtrabalho sazonal em empresas que operam na área; Mulheres: dedicam-se à produção agrícola nas machambas familiares, cuidam das crianças, vão buscar água, cozinham e desempenham tarefas domésticas em geral; Crianças: de acordo com a idade, algumas crianças vão à escola, ajudam a mãe em algumas tarefas (tais como buscar água e trabalho na machamba, por exemplo) e cuidam dos animais da família. As crianças mais velhas também costumavam cortar árvores para a produção de carvão vegetal. Contudo, actualmente tal não acontece, pois, a área onde costumavam cortar as árvores foi entregue a um empreendedor privado e os guardas impedem que as pessoas entrem na área. Anciãos: ajudam a cuidar dos netos. Alguns ainda são suficientemente fortes e continuam a trabalhar nas suas machambas. Hoje em dia, a maioria dos habitantes não é oriunda da região. Vieram de outras regiões à procura de terras e áreas de pastagem para o seu gado ou atraídos pela presença da barragem. Para que alguém seja considerado um homem rico, deve possuir gado, sendo que a dimensão do rebanho define o quanto alguém é realmente rico. Aqueles que possuem muito gado podem vender algumas cabeças e comprar um tractor, podendo assim cultivar mais terras. Os que não possuem gado e vivem exclusivamente da agricultura são considerados pobres. 66

94 Esta percepção é provavelmente reforçada pela vulnerabilidade da agricultura local à seca, que frequentemente conduz à fome entre as famílias cujos meios de subsistência dependem unicamente da agricultura. No entanto, sendo a criação de gado uma fonte da riqueza, acarreta consigo alguns problemas. Algumas cabeças de gado morrem em tempos de extrema seca e predadores provenientes do Parque Nacional Kruger e do Parque Nacional do Limpopo também provocam algumas perdas. Quando existente, os excedentes agrícolas (milho, feijão) são vendidos no mercado local. No entanto, o dinheiro obtido desta venda, é muito modesto, pois todos tentam vender os mesmos produtos. Quando o nível de água na albufeira é baixo, a agricultura de recessão permite a produção de tomate, cebola, alface e batata doce, produtos que podem ser vendidos localmente com lucro razoávela compradores vindos Babtine, Sábiè-Sede e Moamba. Algumas famílias deslocam-se também para vender os seus produtos noutros mercados tais como Moamba e Maputo. No entanto, as tarifas de transporte são caras e nem todos estão dispostos a assumir os riscos associados. Os custos envolvidos são os seguintes: Chavane Moamba = 90 Mt; Chavane Maputo (Malhapsene) = 30 Mt; Chavane Ressano Garcia = 200 Mt. A agricultura de recessão é, no entanto, uma actividade muito pouco fiável, uma vez que episódios tais como um súbito aumento dos níveis de água, por exemplo, podem facilmente destruir as culturas. Além disso, os hipopótamos que vivem na albufeira muitas vezes causam graves perdas. Alguns proprietários de terras contratam trabalhadores para cultivar as suas machambas. O salário actual é de 50 MZM por dia. Normalmente, são definidas metas, cujo pagamento é feito quando o objectivo é alcançado. Pastores também são contratados por alguns proprietários de gado. Normalmente, são acordados contratos mensais e o montante a pagar é negociado de acordo com o tamanho do rebanho a ser controlado A perspectiva dos jovens Foram também realizadas reuniões de grupos focais com jovens, que permitiram uma melhor compreensão das questões e preocupações específicas que afectam esta faixa da população na área do Projecto. Os jovens de sexo masculino são bens na agricultura e pastorícia de gado, mas a maioria aspira encontrar um lugar no mercado de trabalho. Alguns conseguiram encontrar posições de trabalho temporário (por exemplo, na construção de canalização de água da Barragem de Corumana em direcção a Maputo) ou na central hidroeléctrica de Corumana, mas o acesso a essas posições é descrito como muito difícil. Recentemente, uma empresa do sector privado (3M) abriu algumas oportunidades de emprego, mas poucos moradores conseguiram garantir um emprego. Os jovens queixaram-se também de terem sido excluídos das iniciativas de Alimentos por Trabalho. Queixaramse igualmente de não estarem envolvidos na discussão de assuntos comunitários. Os jovens que participaram nas discussões dos grupos focais também reconheceram que alguns deles têm atitudes egoístas e que há um grupo de jovens influentes que afirmam não necessitarem dos empregos, prejudicando assim os interesses dos outros jovens da comunidade. No entanto, para a maioria dos jovens que participaram nas reuniões dos grupos focais, os empregos são a principal prioridade e o acesso a postos de trabalhos é vistos como um factor que garante uma subsistência segura. 67

95 A agricultura é tida como uma estratégia de sobrevivência de alto risco e, como tal, deve ser complementada por uma actividade mais fiável que permita às pessoas sobreviver independentemente de secas, inundações ou quaisquer factores de risco associados à produção agrícola Percepções e expectativas dos jovens sobre o reassentamento Em geral, os participantes nas discussões dos grupos focais declararam estarem acostumados a viver nos seus locais actuais e, portanto, estão um pouco tristes por ter que se mudar, mesmo que entendam que as áreas de reassentamento não se encontram distantes. As proximidades da barragem são tidas como vantajosas pelo fácil acesso à água, possibilidade de pesca e possibilidade de melhoria dos seus rendimentos através da venda de peixe (embora a pesca não seja actualmente possível, uma vez que a população de peixes caiu dramaticamente devido aos níveis extremamente baixos de água). Em resumo, a disponibilidade de empregos para a juventude local constitui a principal expectativa levantada pelo Projecto. Viver em habitações melhoradas com água canalizada é também uma expectativa comum. A fadiga dos interessados também foi perceptível. Alguns alegaram estar cansados de promessas e reclamaram atrasos excessivos no avanço do Projecto. Outra preocupação séria levantada é o acesso à habitação. Durante a discussão dos grupos focais, alguns participantes afirmaram que, quando o Censo foi realizado, eles foram registados como "filhos dos chefes de agregados familiares". Actualmente, porém, muitos delesafirmam que já não vivem sob o tecto familiar, pois construíram as suas próprias habitações, mas não têm a certeza se receberão uma nova casa de reassentamento Problemas e percepções dos proprietários de gado Não existe associação de proprietários de gado na área do Projecto. Existe uma Associação em Moamba, cujos membros pagam uma taxa, mas em Chavane os proprietários de gado desenvolvem as suas actividades de forma individual sem pagar taxas. Caso alguém pretenda iniciar a criação de gado na área, o líder local deve ser abordado para autorizar a actividade e alocar um lugar para a construção do curral. Feito isto, o novo operador pode usar livremente os campos de pastagem, tomando as precauções necessárias para não interferir com outros usos da terra. A maioria dos proprietários de gado de Chavane construiu os currais perto das suas residências, a fim de manter vigilância sobre o gado e dessa forma evitar roubos de. A maioria dos pastores que são contratados, vem de fora de Chavane. Os pastores são pagos em dinheiro (mensalmente) ou em espécie (uma cabeça de gado por ano). Os Serviços Veterinários tem actuado na área realizando campanhas periódicas de vacinação. Além disso, quando ocorrem epidemias são enviadas equipas de veterinários para efeitos de controlo da doença. Durante a estação chuvosa, o gado bebe em lagoas e pequenos cursos de água. No entanto, durante a estação seca, a albufeira é normalmente a única fonte de água potável disponível para o gado. 68

96 Quando o gado compartilha água com a fauna bravia (nomeadamente búfalos), pode ser infectado com algumas doenças, tais como a febre aftosa. Segundo a população local, a febre aftosa mata mais gado durante a estação seca do que a própria seca. Quanto ao impacto do Projecto na sua actividade, os proprietários de gado declararam que não vêem nenhum impacto, desde que o gado possa continuar a ter acesso à albufeira. Afirmaram ainda que gostariam que o Projecto fornecesse água potável para o gado nas proximidades das áreas de reassentamento e construísse um tanque carracicida Problemas e percepções dos pescadores Em Corumana, os pescadores licenciados estão organizados em 3 associações de pescadores. designadamente: A Associação de Pescadores de Corumana; a Associação de Pescadores 25 de Setembro e a Associação de Pescadores 7 de Abril. Estas associações foram formadas após as inundações do ano 2000, a fim de organizar a distribuição do apoio concedido pelo governo através do Fundo de Fomento Pesqueiro na sequência das inundações. As associações possuem estatutos e uma estrutura orgânica composta por um presidente, um secretário, um tesoureiro e um grupo de conselheiros. Em Corumana, existe também um Conselho Comunitário de Pesca (CCP) que tem poderes de supervisão sobre as Associações e é responsável pela aplicação das medidas de conservação dos recursos pesqueiros e monitoria da actividade pesqueira. O CCP de Corumana é constituído por todos os 224 pescadores licenciados que pertencem às 3 Associações de Pesca. Tal como as Associações de Pesca, o CCP possui estatutos e uma estrutura orgânica composta por um presidente, um secretário (que também actua como vice-presidente), um tesoureiro e 3 conselheiros. Reúne-se duas vezes por ano. Para aderir à associação, o candidato deve possuir uma licença de pesca e pagar uma taxa de inscrição. Uma pequena taxa mensal é também necessária. O valor das taxas de inscrição varia de associação para associação. O dinheiro arrecadado vai para um Fundo que é usado para apoiar pescadores idosos e parentes de pescadores falecidos. O Governo apoia as Associações através do Fundo de Fomento Pesqueiro, distribuindo algumas redes de pesca. Foram entregues dois frigoríficos e 0 barcos de pesca que já foram reembolsados pelas Associações. Cada pescador licenciado pode contratar até 2 trabalhadores, que devem saber nadar e saber operar um barco. Como medida de segurança, cada barco deve transportar pelo menos 2 pessoas e deve estar equipado com coletes de salva-vidas. Actualmente a atividade de pesca está suspensa devido aos baixos níveis de água na barragem e à consequente falta de peixe. Além disso, navegar na albufeira com baixos níveis de água é perigoso devido à presença de troncos submersos que podem danificar os barcos. Existem 4 centros de pesca na área: um em Matucanhane, um em Rola, um em Mahungo e um em Fungotine. Durante a época de pesca, os pescadores de cada centro reúnem-se e organizam acampamentos temporários, de onde operam e onde as capturas são descarregadas. Não são construídas estruturas permanentes, apenas pequenas cabanas de palha para servir de abrigo. Os acampamentos de pesca são normalmente ocupados durante 3 a 6 meses por ano. As mulheres não podem pernoitar nesses acampamentos de pesca. Elas podem lá ir, mas não ficam durante a noite. Mesmo as mulheres com licenças de pesca não podem permanecer nos acampamentos e precisam de enviar os seus trabalhadores. Bebidas alcoólicas também são proibidas nos acampamentos de pesca. 69

97 Há alguns anos, foi possível ter boas capturas e a Barragem de Corumana forneceu a Maputo e Moamba, uma quantidade considerável de peixe seco. Nos últimos anos, no entanto, a pesca foi principalmente destinada a auto-subsistência, dado que as capturas se tornaram cada vez mais escassas. Actualmente, não há pesca, e os pescadores estão envolvidos noutras actividades, tais como a produção agrícola e pecuária. A venda de lenha e a produção de carvão vegetal também são actividades abraçadas por alguns pescadores. Os pescadores consideram que o Projecto os irá beneficiar devido, principalmente, a dois factores: Criação de postos de emprego (directa e indirectamente). Aumento das populações de peixes em virtude do aumento da albufeira Questões relativas à trasladação de sepulturas Há relatos de existência de mais de um corpo numa única sepultura. O número de sepulturas tem aumentado porque, após o censo, algumas famílias continuaram a enterrar os seus entes queridos em locais onde o recenseamento já havia sido realizado.27. De forma unânime, as pessoas afirmaram pretender que as sepulturas sejam removidas para uma área segura. Em termos de localização, em Chavane as sugestões diferem, com alguns preferindo que as sepulturas sejam transferidas para o cemitério existente em Chavane, enquanto outros preferem que elas sejam afastadas da zona de inundação para uma área segura, mas perto de onde elas se encontram actualmente. A maioria das sepulturas localizadas em Jone pertencem a famílias que agora vivem em Chavane. Essas famílias gostariam que as sepulturas permanecessem em Jone, desde que não ficassem inundados. Em Ndindiza, o sentimento geral é de que as sepulturas devem ser transferidas para uma área segura, de preferência para um novo cemitério a ser estabelecido dentro da área da comunidade de Ndindiza28. Com respeito às sepulturas que já se encontram inundadas pela albufeira, houve poucos comentários. As cerimónias para a transferência de sepulturas devem ser feitas pela própria família. A transferência também pode ser feita por uma empresa contratada pelo Proponente, mas deve efectuar-se sempre na presença da família. São necessários os seguintes procedimentos para o processo de transferência das sepulturas: Algum dinheiro29; Bebidas tradicionais; Uma pequena urna; Tabaco em pó (rapé); Transporte das urnas para as novas áreas; 27 O governo do Distrito de Moamba foi solicitado pelo proponente para emitir uma moratória sobre o estabelecimento de novas sepulturas dentro da zona de impacto do Projecto. 28 A comunidade da Ndindiza foi convidada a indicar um local adequado para um cemitério e depois notificar o Projeto. 29 No grupo de discussões, os facilitadores evitaram perguntar sobre o valor, de forma evitar o oportunismo e expectativas na altura. 70

98 Serviços de exumação e reenterramento Igrejas Foram realizadas entrevistas com líderes de igrejas comunitárias localizadas dentro da zona de influência diracta do Projecto. De modo geral, as igrejas são lideradas por um pastor e um pastor assistente sob a orientação de um conselho dos anciãos da igreja. A maioria dos membros das igrejas da comunidade afectada em Quenhene vive dentro da zona de influência diracta do Projecto e o pastor indicou que o edifício da igreja deveria ser reconstruído na aldeia de reassentamento proposta para que ele continuasse a poder atender a maioria dos seus membros. Quase todos os membros da igreja de Ndindiza serão transferidos para uma nova aldeia de reassentamento. Assim, o edifício desta igreja deverá ser reconstruído na nova aldeia de reassentamento proposta para Ndindiza Proprietários de Residências de Alto Valor Algumas PAPs possuem residências que podem ser consideradas de alto valor por causa da qualidade de construção, dos materiais utilizados ou pela sua grande dimensão. Uma residência é considerada de alto valor quando o valor actual das estruturas (calculado com o custo total de reposição, de acordo com as directrizes da Política do Banco Mundial) excede o custo de uma nova casa de substituição a que o proprietário tem direito. Exemplo: Valor actual das estruturas residenciais Custo de construção de uma casa do tipo 4 (usando o design padrão, materiais. etc.) Diferença USD USD USD A Política do Banco Mundial exige que as PAPs sejam compensadas na totalidade, pelo que, a provisão de apenas uma nova casa de substituição não seria uma compensação total. A Política permite também que o custo de uma nova casa seja compensado contra o valor total da compensação. Foram realizadas entrevistas com alguns dos proprietários de residências de alto valor para se obter as suas opiniões sobre a melhor forma de compensar totalmente as perdas das suas estruturas residenciais. Foram discutidas três opções: Opção : Opção 2: Opção 3: A provisão de uma casa de substituição maior do que aquela a que o proprietário normalmente teria direito (de acordo com o critério para se decidir o tamanho da casa fornecida a cada PAP), ou seja, ter a opção de substituir, por exemplo, uma casa com 5 quartos perdida por duas habitações de Tipo 3. Provisão de uma nova casa de um design e tamanho semelhantes à casa perdida construída com materiais similares e com um padrão igual. Provisão da casa de substituição a que o titular teria direito (de acordo com os critérios para se decidir sobre a elegibilidade para diferentes tamanhos de projectos de habitações, por exemplo, construir uma casa de Tipo 4 por perda de uma casa de tipo 4) com a qualidade padrão do Projecto mais uma compensação em dinheiro equivalente à diferença entre o valor actual da casa em substituição e o custo da casa perdida, caso este exceda o valor da casa de substituição. Todos os proprietários preferiram a Opção 3 - uma casa de desenho padrão mais uma compensação em dinheiro pela diferença. 7

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100 5.8 IMPACTOS RESULTANTES DA DESLOCAÇÃO FÍSICA Conforme destacado nas reuniões dos grupos focais, poderá haver uma série de impactos socioeconómicos resultantes da deslocação física de pessoas para áreas de reassentamento. Uma vez que se pretende que as PAPs sejam transferidas para novas aldeias de reassentamento próximas dos seus actuais locais de residência e dentro das mesmas comunidades (E não para áreas pertencentes a comunidades ), não se espera que esses impactos sejam muito significativos para a maioria das PAPs. Os impactos poderão ser mais significativos, no entanto, para as famílias vulneráveis. Os impactos podem incluir(mas não se limitam aos), os seguintes aspectos: Perda de acesso aos actuais locais de trabalho; Perda de acesso às instalações públicas da comunidade (por exemplo escolas, Igrejas, Mercados, instalações recreativas, etc.) Ruptura da coesão social, das redes sociais, da ajuda mútua, etc. Possíveis mudanças na liderança nas áreas de reassentamento, desembocando em conflitos; Possíveis conflitos com outros membros da comunidade não reassentados e/ou com membros das populações hospedeiras no que diz respeito ao uso de terras e recursos; Ressentimento de famílias não reassentadas na área do Projecto em relação aos benefícios (por exemplo, habitações novas) que as famílias reassentadas receberão; Impactos nos meios de subsistência causados pela implementação de diferentes elementos do processo de reassentamento em diferentes momentos - ex. As PAPs deslocarem-se para as aldeias de reassentamento antes que áreas alternativas de agricultura e pastagem sejam fornecidas ou as infra-estruturas e serviços públicos necessários sejam implantados. O Projecto levará em consideração os possíveis impactos para identificar e implementar medidas de implementação apropriadas para mitigar esses possíveis impactos. Uma das considerações mais significativas será garantir que as PAPs sejam transferidas para o mais próximo possível das suas habitações originais e dentro ou o mais próximo possível das suas actuais áreas comunitárias - ou seja, deslocação local. Outra consideração será garantir que todos os recursos, infra-estruturas e serviços necessários estejam em funcionamento no momento da deslocação. 73

101 6 NÚMERO E CATEGORIAS DE FAMÍLIAS AFECTADAS 6. INTRODUÇÃO Os levantamentos socioeconómicos realizadas em Janeiro e Fevereiro de 205 incluíram a identificação e registo de pessoas afectadas pelo Projecto (indivíduos, famílias e outras entidades). Os resultados completos do censo são apresentados em relatório separado e estão resumidos neste relatório. 6.2 MORATÓRIA Foi preparado um anúncio de prazo-limite (moratória) para a elegibilidade de pessoas e bens afectados a ser submetido ao governo do Distrito de Moamba para efeitos de divulgação. As seguintes datas de moratória foram anunciadas na Rádio Comunitária de Moamba nos dias 28 e 29 de Março de 205 e em avisos públicos emitidos em todos os escritórios do governo Distrital de Moamba, no Posto Administrativo de Sábiè e nos escritórios da Localidade: 28 de Fevereiro de 205 (final do censo) - apenas os terrenos e outros bens existentes na zona de influência directa do Projecto antes desta data serão elegíveis para atribuição de direitos de compensação e reassentamento. As benfeitorias na terra e os bens adquiridos após essa data não serão considerados, a menos que seja obtida uma autorização prévia da ARASul por escrito. As PAPs poderão, no entanto, continuar a cultivar os campos afectados até que sejam avisadas pela ARA-Sul para cessar as actividades30; e 30 de Abril de as pessoas poderão apresentar reclamações até esta data em relação aos terrenos e bens que acreditam serem afectados, mas que não foram registados antes de 28 de Fevereiro de CATEGORIAS DE FAMÍLIAS AFECTADAS E OUTRAS ENTIDADES A elegibilidade para compensação e outras formas de assistência no reassentamento foi determinada de acordo com a natureza do impacto e o tipo de interesse de propriedade que cada comunidade, agregado familiar ou pessoa tem no bem afectado. Foram identificadas seis categorias principais de PAPs as quais estão listadas, juntamente com algumas subcategorias, na Tabela 6. Em casamentos poligâmicos, as segundas esposas (ou outras) que vivem dentro da zona de impacto (com ou sem filhos) são consideradas famílias separadas para fins de reassentamento (tendo, por exemplo, direito à sua próprias habitação de reassentamento), mesmo que as casas em que vivem estejam nas mesmas parcelas que a casa do seu esposo e as estruturas em que vivem sejam de propriedade do seu esposo. 30 Isto ocorre porque é improvável que a terra agrícola seja adquirida até à campanha agrícola de 208/209. No entanto, a ARA-Sul, considerará alegações genuínas apresentadas após essa data, por exemplo, quando uma PAP tenha estado ausente da área durante o tempo das pesquisas. 3 74

102 Tabela 6 Categoria e sub-categoria Famílias Proprietárias que vivem permanentemente dentro da área de influência directa do Projecto: a Quem são os ocupantes principais das parcelas residenciais? b Quem são os ocupantes secundários das parcelas residenciais? 2 Famílias que vivem permanentemente no interior das áreas hospedeiras propostas. 3 Ocupantes e utilizadores de terras, de bens e de recursos afectados dentro da área de influência directa do Projecto mas que vivem fora dessa área: 3a Proprietários não residentes habitações em construção de 3b Proprietários não pequenas lojas de residentes Comunidades na Área do Projecto Explanação Famílias ou indivíduos que vivem permanentemente dentro da área de influência directa do Projectonas suas próprias habitações. Essas PAPs precisarão de ser fisicamente reassentadas e compensadas pelas suas perdas. A categoria inclui também famílias que vivem no limiar da área de influência directa do Project, mas permaneceriam isoladas dos seus vizinhos e parentes que estão directamente afectados. PAPs residentes a quem foram alocadas parcelas residenciais de acordo com as normas e padrões tradicionais e que possuem as estruturas residenciais em que vivem. PAPs residentes a quem foi alocado espaço em parcelas residenciais pertencentes a outra pessoa (por exemplo, um parente) de acordo com as normas e padrões tradicionais e que, embora não sejam donos do terreno, são donos das as casas em que vivem. (As parcelas são "partilhadas" com o parente ou uma outra pessoa). Estes podem ser considerados "condomínios rurais". Famílias ou indivíduos que vivem permanentemente dentro de um dos locais de reassentamento propostos em habitações que possuem - seu principal local de residência. Essas PAPs podem precisar de receber habitações novas no local de reassentamento para permitir a implementação de planos apropriados de urbanização física. Famílias e indivíduos economicamente deslocados pelo Projecto. ou seja, aqueles que perdem bens produtivos, mas que vivem permanentemente fora da zona de impacto e dos locais de reassentamento propostos. A maioria dessas PAPs vive muito perto da zona de impacto. Elas não precisarão de ser fisicamente deslocadas, mas serão compensadas elas suas perdas. PAPs a quem foram alocadas parcelas residenciais de acordo com as normas e padrões tradicionais, mas que pararam a construção (por exemplo, devido à imposição da moratória do Projecto). PAPs a quem foram alocadas por líderes comunitários para fins comerciais e que possuem as estruturas com que trabalham. Perdas Principais - Deslocação - Terras e estruturas residenciais, terras agrícolas (machambas), culturas não colhidas, árvores economicamente importantes, acesso a recursos naturais (incluindo água), acesso a instalações públicas e públicas (por exemplo. electricidade. escolas. etc.). Estruturas residenciais, terras agrícolas (machambas), culturas não colhidas, árvores economicamente importantes, acesso a recursos naturais (incluindo água), acesso a instalações públicas e públicas (por exemplo. electricidade. escolas. etc.). Física e Económica Terra para residências e estruturas Principalmente Física - - Investimento actual Económica Terra e estruturas e habitações de trabalhadores Económica Física e Económica 75

103 3c Categoria e sub-categoria Proprietários não residentes de estruturas em "postos de gado" remotos. 3d Proprietários não residentes de estruturas em acampamentos de pesca de operação privada. 3e Ocupantes não residentes de parcelas não desenvolvidas 3f Antigos ocupantes de terras e/ou de estruturas que abandonaram a terra ou as estruturas 3g Agricultores não residentes 3h Pescadores (geral) Explanação "Posto de gado" refere-se a um lugar, muitas vezes longe dos assentamentos principais, onde grandes rebanhos de gado são mantidos à noite. Os animais usam as áreas de pastagem comunais circundantes. Os proprietários de gado e as estruturas geralmente situam-se fora da área do Projecto. Para fins de compensação. as habitações dos trabalhadores encontradas em postos de gado não são consideradas como seus principais locais de residência, embora o proprietário das estruturas (proprietário ou pastor de gado) seja elegível para compensação. Indivíduos que construíram habitações de trabalhadores permanentes e estruturas associadas (perto da albufeira) que são operadas e ocupadas numa parte do ano (ou seja, durante a temporada de pesca). Os proprietários das estruturas vivem fora da área do Projecto. Para fins de compensação, as habitações dos trabalhadores que se encontram nos campos não são consideradas como seus principais locais de residência, mas a remuneração será paga aos legítimos proprietários das estruturas. Isto não inclui acampamentos de pesca sazonais comunitários que não possuem estruturas permanentes. Aqui, os pescadores / mulheres geralmente vivem em tendas que desmantelam no final da temporada de pesca (veja abaixo). Pessoa física que recebeu espaço de acordo com as normas e padrões tradicionais para construir estruturas, mas não iniciou a construção no momento do censo do Projecto (por exemplo, devido à imposição da moratória). Refere-se a ex-ocupantes de parcelas recentemente abandonadas pelo proprietário. O antigo ocupante pode ser um falecido ou actualmente a morar fora da área do Projecto. Na maioria dos casos, o nome do antigo ocupante é conhecido. A terra abandonada também pode incluir estruturas abandonadas (ou seja,ruínas). PAPs que vivem em áreas que estão fora das zonas de impacto, mas que possuem terras agrícolas (machambas) e (possivelmente) culturas não colhidas dentro da zona de impacto. Inclui pescadores (proprietários de barcos) que residem dentro e fora da zona de impacto e que pescam na albufeira de Corumana. Não são esperados impactos adversos específicos sobre a pesca como resultado do aumento da capacidade da albufeira. No entanto, os pescadores criaram acampamentos de pesca temporários em vários locais de pesca comunitários em redor da albufeira, de forma sazonal. Eles (ou os seus funcionários) vivem em barracas ou cabanas temporárias que são desmanteladas quando saem. Perdas Principais Currais, vedações e habitações de trabalhadores. Terra ocupada por estes e cujas áreas são usadas para pastagem comunitária Deslocação Principalmente económica Casa de trabalhadores e terra ocupada por eles Principalmente económica Terra vaga Económica Terra e materiais de resgate Económica Terras agrícolas (machambas), culturas não colhidas e acesso a recursos naturais (incluindo água) Económica Terra utilizada para acampamentos de pesca temporários. Económica 76

104 4 3i Categoria e sub-categoria Indivíduos empregados em pequenas lojas, postos de gado, etc. 4a 4b Grupos e associações sociais: Grupos baseados na fé Foram atribuídas terras às associações de pesca que não são desenvolvidas) 5 Comunidades: 6 Empresas públicas: Explanação Inclui pessoas que trabalham dentro da zona de impacto para proprietários de pequenas lojas, postos de gado, proprietários de embarcações, etc. Igrejas comunitárias Associações de pesca que foram atribuídas terras por líderes comunitários para uso futuro na área periurbana de Chavane, mas não iniciaram a construção no momento do censo do Projecto (devido à imposição da moratória). Membros da comunidade que vivem dentro ou vivem em zonas adjacentes à zona de impacto que sofrem perdas ou restrições de acesso a alguns ou a todos os recursos comuns. Entidades públicas, comunitárias ou privadas que possuem estruturas, de uso público ou não, afectadas pelo Projecto. Perdas Principais Possível perda de emprego e de quaisquer bens fixos que possuem. Deslocação Estruturas de Igrejas Terra vaga Económica Económica Terra de pastos para gado, outros recursos naturais e campos de desportos. Económica Infra-estruturas Económica 77

105 6.4 NÚMERO DE FAMÍLIAS E OUTRAS ENTIDADES AFECTADAS A pesquisa de validação realizada em 206 confirmou que existem 209 partes afectadas pelo Projecto (PAPs) 206 famílias e 3 grupos/associações PAPs que vivem permanentemente dentro da Zona de Impacto Entre as 206 familias, existem 22 3 (64%) que vivem permanentemente dentro da zona de impacto e que precisarão de ser fisicamente deslocadas pelo Projecto para novas aldeias de reassentamento fora da zona de impacto. Estas famílias compreendem as seguintes: 5 famílias que residem dentro da zona de proteção parcial de 250 m ou área de segurança de 500 m em torno da Barragem de Portela proposta em Quenhene (zona de impacto original). A terra que essas famílias ocupam ou usam foi-lhes atribuída de acordo com as normas e práticastradicionais (direitos consuetudinários de terra). Ninguém possui título formal de DUAT (Direito Estatutário de Terra); 2 famílias em Ndindiza que residem imediatamente fora da zona de impacto, mas que têm laços com dez famílias que vivem no interior da zona de impacto e que irão ser reassentadas. Essas 2 famílias adicionais estão intimamente relacionadas com as dez famílias directamente afectadas e algumas são fortemente dependentes de seus familiares vizinhos (e vice-versa). Quando as 0 famílias directamente afectadas fossem reassentadas, as 2 restantes famílias permaneceriam isoladas. Assim, do ponto de vista social e económico, justifica-se que essas 2 famílias adicionais sejam consideradas elegíveis para o reassentamento, como elas também solicitaram. Consequentemente, a zona de impacto, foi ligeiramente ajustada a fim de incluir essas 2 famílias adicionais (zona de impacto expandida); e 4 famílias que residem nas áreas hospedeiras propostas para o reassentamento em Ndindiza ( familia) e Babtine (3 familas). Estas famílias são também elegíveis para uma nova casa no local de reassentamento a deslocação será local, ocorrendo no interior das aldeias de reassentamento. Estas 3 famílias também poderão ser categorizadas de acordo com seus direitos à terra da seguinte forma: famílias que são os principais ocupantes das parcelas residenciais em que vivem dentro da zona de impacto expandida; 35 famílias que são os ocupantes secundários das parcelas residenciais em que vivem dentro da zona de impacto expandida; e 4 famílas que são os principais ocupantes das parcelas residenciais onde vivem no interior da área destinada a reassentamento. PAPs que vivem fora da zona de impacto Das 206 entidades afectadas, existem 75 famílias que vivem fora da zona de impacto, não precisando de ser fisicamente reassentadas, mas têm bens afectados dentro da zona de impacto (por exemplo, estruturas, machambas e árvores), sofrendo assim deslocação económica). Estas entidades compreendem as seguintes: 2 proprietários não residentes de habitações em construção; 2 proprietários não residentes de pequenas lojas; 8 proprietários não residentes de estruturas em postos de gado remotos; proprietário não residente de estruturas num acampamento privado de pesca; 78

106 ocupante não residente de uma parcela não desenvolvida; 6 ex-ocupantes de terras e / ou estruturas que abandonaram a terra ou estruturas; e 55 agricultores não residentes. Há ainda 2 grupos religosos e uma associação de Pescadores com bens no interior da zona de influência directa do Projecto. A Tabela 7 ilustra o número de PAPs em cada categoria de acordo com o seu local de residência permanente. Os inquéritos constataram que os trabalhadores das pequenas lojas e postos de gado não são proprietários das estruturas em que vivem os quais são pertença dos seus empregadores. No caso de uma pequena loja em Babtine, o proprietário pretende restabelecer o negócio no local proposto para o reassentamento (nas proximidades) para que o seu trabalhador continue a trabalhar nesse local. Uma pequena loja (quiosque) num acampamento de pesca sazonal em Jone é operada numa base sazonal e tal situação deverá continuar mesmo se a loja e o acampamento de pesca forem restabelecidos num local diferente. Os trabalhadores dos postos de gado têm as suas habitações fora da zona de impacto. Propõe-se que os postos de gado sejam autorizados a permanecer onde estão dentro da zona de protecção parcial (com autorizações especiais emitidas nos termos da legislação pertinente) ou sejam restabelecidos fora da zona de impacto. Assim, acredita-se que não haverá perda de emprego induzida pelo Projecto. 79

107 Hídricos NA o e Localização Residencial das Familias e Grupos Afectados pelo Projecto dentro da Zona de Impacto N de PAPs por Local de Residência Ligongolo/ Babtine Ndindiza Mahungo Jone Chavane TOTAL 22 Fora da Área do Projecto as de "postos de gado" ras em acampamentos turas que abandonaram ão desenvolvidas terras e que não as anentemente dentro da celas residenciais celas residenciais manentemente dentro s ns e recursos afectados vivem fora da zona de ões em construção as lojas 27

108 A aquisição de terrenos para o Projecto irá afectar as PAPs que vivem nas seguintes comunidades: Jone: 6 famílias - que vive dentro da zona de impacto e 5 que vivem fora da zona de impacto. Esta é uma área rural com assentamentos muito dispersos e isolados que são muitas vezes separados por mais de km. Chavane: 28 familias afectadas pelo Projecto (principalmente dos Bairros de Quenhene e Panganine) - 85 famílias que vivem na zona de impacto (39 que vivem em condomínios rurais) e 45 que vivem fora da zona de impacto. Há um grupo de igrejas comunitárias e uma associação de pesca. Com a excepção de Panganine, Chavane pode ser considerada uma comunidade semi-urbana, pois assume cada vez mais características urbanas. A comunidade tem maior concentração de instalações públicas do que qualquer outra na área do Projecto. Ligongolo / Mahungo (área de Fungotine): 2 famílias - 8 que vivem dentro da zona de impacto (2 vivem em condomínios) e 3 vivem fora da zona de impacto. Estas são comunidades rurais com assentamentos dispersos e isolados, embora os principais centros de Ligongolo e Mahungo estejam cada vez mais organizados. Babtine: 9 famílias - que vivem dentro da zona de impacto (2 residindo em condomínios rurais ), 3 na área proposta para reassentamento e 5 que vivem fora da zona de impacto. Esta é uma comunidade rural com assentamentos dispersos e isolados. Ndindiza: 26 families - 22 famílias que vivem dentro da zona de impacto expandida ( vivem em condomínios rurais), uma vive no local do reassentamento e 3 que vivem fora da zona de impacto. Há uma igreja comunitária. Esta é uma comunidade rural com assentamentos dispersos e isolados. Algumas das PAPs em Ndindiza foram reassentadas na área onde actualmente vivem, devido à criação do Parque de Caça de Sábiè em Fora da área do Projecto: 6 PAPs que vivem fora da área do Projecto, exemplo, em Chavane. Maputo e Inhambane. São proprietários de postos de gado (com empregados que vivem no local) ou pescadores sazonais com habitação sazonal na zona de impacto. 6.5 FAMÍLIAS VULNERÁVEIS A grande maioria das famílias afectadas que vivem na área do Projecto pode ser considerada vulnerável devido à natureza precária dos seus meios de subsistência. Os agregados familiares chefiados por mulheres solteiras ou viúvas, os agregados familiares chefiados por idosos e os agregados familiares chefiados por crianças são particularmente vulneráveis, uma vez que, muitas vezes não possuem mecanismos convencionais de apoio familiarnão foram, no entanto, encontradas famílias chefiadas por crianças durante o levantamento. As medidas de mitigação a ser fornecidas incluirão medidas para ajudar todas as famílias vulneráveis a garantir que os impactos da deslocaçãosejam minimizados. As pessoas vulneráveis deslocadas fisicamente receberão assistência para a sua mudança e para o restabelecimento (ou melhoria) dos seus meios de subsistência. Quando necessário, o Projecto irá criar mecanismos de facilitação de registo das pessoas vulneráveis junto do sistema de segurança social do Estado. Environmental and Social Services Provider: 8

109 7 TIPO E NÚMERO DE BENS AFECTADOS 7. INTRODUÇÃO 7.. Pesquisas Iniciais de Inventário de Bens O levantamento socioeconómico realizado em Janeiro e Fevereiro de 205 incluiu também a identificação e caracterização dos bens afectados, incluindo terras, estruturas, culturas, árvores, sepulturas e outras infra-estruturas públicas ou comunitárias. Durante o Censo,cada família recebeu um cartão de registo. A localização de parcelas residenciais, campos agrícolas, culturas e sepulturas foram feitas usando dispositivos GPS. As dimensões das estruturas foram obtidas usando uma fita métrica. Foram tiradas fotografias de todos os bens. Todos os formulários foram assinados pelo entrevistado e pelo membro do LRC. Os dados foram extraídos usando o software CSPro 6.0 e posteriormente transferidos para a plataforma SPSS para uma análise aprofundada. Os resultados completos e a análise do inventário de bens realizado em Janeiro e Fevereiro de 205 (incluindo tabelas) são apresentados em relatório separado preparado para o recenseamento e o inventário de bens Actualização do Censo e do Inventário Patrimonial A legislação exige que, na Fase 2 do processo de reassentamento, os resultados do Censo e do Inventário Patrimonial devem ser actualizados. De Julho de 206 a Setembro de 206, uma actualização de todas as estruturas afectadas foi realizada por um especialista em infra-estruturas rurais e pelo OLC. O trabalho de actualização permitiu constatar que houve algumas mudanças desde que os primeiros levantamentos foram realizados em Janeiro e Fevereiro de 205. Tais mudanças deveram-se principalmente ao seguinte: A morte do chefe de família; Membros da família não casados que se casaram e, assim, criaram novos núcleos de famílias: Algumas famílias que voluntariamente se deslocaram da área Decidiu-se também que, onde se constatasse que havia mais do que uma família nuclear vivendo numa única parcela residencial (ou seja, um "condomínio" rural) seriam consideradas todas essas famílias como elegíveis para benefícios. A informação apresentada neste Capítulo é baseada no trabalho de validação realizado em 206, o qual actualizou os inventários de bens iniciais realizados em Janeiro e Fevereiro de 205. Assim, os resultados apresentados neste relatório não são os mesmos que os apresentados no relatório inicial. 32 Relatório sobre a Actualização de Censo e Inventário de Bens, 2 de Junho de

110 7.2 PERDA DE TERRENOS RESIDENCIAIS (PARCELAS) Um total de 22 parcelas de terra foi identificado dentro da zona de impacto (Tabela 8). Existem estruturas de algum tipo em 3 destas parcelas, por exemplo: habitações e estruturas residenciais, habitações em construção, pequenas lojas, habitações de trabalhadores e igrejas. Existem 2 parcelas vagas sem benfeitorias e existem 6 parcelas abandonadas, duas delas com ruínas. Um campo de futebol pertencente à comunidade de Chavane também é afectado. A área total das 22 parcelas afectadas é de ha. Tabela 8 Número e localização de Parcelas Afectadas (terra não agrícola) dentro da zona de impacto Finalidade residencial (com habitações Principais residências - parcelas unifamiliares Principais residências - condomínios Residências não-principais secundárias Residências em construção Objectivos comerciais Pequenas lojas Postos de gado Acampamentos privados de pesca em operação Fins religiosos Não utilizados (vago) Abandonado Campo de futebol TOTAL Jone Chavane Ligongolo Babtine Ndindiza Total Das 3 parcelas com estruturas, 99 são usadas para fins residenciais, muitas vezes com outras estruturas familiares auxiliares, tais como cozinha exterior, casas de banho, currais e celeiros. Destas 73 parcelas, 70 são parcelas residenciais que são ocupadas por uma única família, 23 estão ocupadas por múltiplas famílias (condomínios rurais), uma contém a segunda casa de uma PAP e existem duas parcelas com habitações ainda em construção. Das restantes 4 parcelas com estruturas, existem três parcelas com igrejas, mas sem unidades residenciais (uma delas pertence a uma família e é considerada uma igreja privada). Há também duas parcelas nas quais existem pequenas lojas. Oito parcelas são consideradas "postos de gado" com currais de gado e habitações de trabalhadores. A restante parcela tem habitações de trabalhadores que pertencem a um indivíduo, sendo usadas sazonalmente para fins de pesca. A localização geral das parcelas afectadas é ilustrada na Figura 7. 83

111 Figura 7 Localização de Parcelas e Campos Afectados 7.3 PERDA DE ESTRUTURAS FÍSICAS Um total de 58 estruturas diferentes foi identificado nas 3 parcelas com estruturas (Tabela 9). Essas estruturas incluem edifícios residenciais, comerciais e religiosos, juntamente com infra-estruturas auxiliares (por exemplo, cozinhas exteriores, casas de banho, currais, Celeiros, capoeiras e vedações) Estruturas Residenciais Para os propósitos deste, uma "casa" é definida como uma unidade habitacional separada dentro da residência de uma família. Foram identificados três tipos de habitações. Casas principais onde, habitualmente, o chefe da família, sua esposa e filhos menores dormem. Pode consistir apenas de um quarto ou de mais de um quarto e pode incluir outras divisões, tais como uma sala; Casas anexas (habitações secundárias) onde outros membros da família dormem. Têm mais de um quarto e podem incluir uma sala; e Anexos, com um quarto individual. Na área do Projecto, é comum que a residência de uma família consista de mais de uma estrutura habitacional ou unidade onde vários membros da família dormem. Por exemplo, uma residência pode consistir de uma casa principal com um quarto e uma sala de estar, uma casa anexa com dois quartos e três unidades de quarto e de um quarto. Para determinar o tamanho da casa de substituição a ser fornecida a uma família (número de quartos), o número total de quartos (quartos e salas) na residência 84

112 afectada (ou seja, todas as unidades habitacionais) deverá ser tido em consideração. No exemplo acima, isto equivale a sete salas ou divisões. Habitações para trabalhadores também são unidades habitacionais, mas não são considerada parte da residência da família para se determinar o tamanho de uma casa de substituição. A Tabela 9 mostra que existem 30 habitações principais afectadas, 3 habitações anexas e 68 quartos individuais (anexos). O número total de unidades habitacionais afectadas é de 94. O maior número de unidades habitacionais afectadas encontra-se em Chavane. Dez das residências afectadas são consideradas de alto valor. Os custos de substituição dessas habitações, com um número igual de quartos, são menores do que o valor actual total de substituição. Oito dessas habitações de alto valor encontram-se em Chavane. Tabela 9 Estrutura Casa Principal Casa Anexa Quarto Aneo Casa de trabalhadores Casa em construção Loja Igreja Santuário Fundaçãao Cozinha Exterior Casa de banho exterior Latrina Casa de banho e latrina Combinados Celeiro Cozinha / Celeiro Curral de gado Capoeira Sombra Poço Vedação Abrigo Tanque Tenda Ruina TOTAL Número e Localização de Estruturas Afectadas Jone Chavane Ligongolo Babtine Ndindiza TOTAL Estruturas comerciais As estruturas comerciais referem-se a edifícios que são utilizados principalmente para fins comerciais. Incluem pequenas lojas, postos de gado remotos (com currais de gado e habitações de trabalhadores e acampamentos privados de pesca, porque essas actividades destinam-se principalmente à geração de renda). Dentro da zona de impacto, existem duas pequenas lojas. Um delas encontra-se em Babtine e outra está localizada num acampamento de pesca temporário em Jone e só opera durante a temporada de pesca. Existem oito postos de gado de exploração privada nas zonas de impacto. 85

113 7.3.3 Estruturas religiosas Em Chavane existe um edifício da igreja comunitária afectado (feito de estacas e capim). Há também uma igreja comunitária em Ndindiza, feita com materiais de construção semelhantes. Em Chavane há também uma igreja que é de propriedade privada e fabricada com materiais de construção semelhantes Outras Estruturas Além das unidades habitacionais, a maioria das residências e algumas das infraestruturas comerciais também possuem outros tipos de estruturas auxiliares. Estas estruturas incluem cozinhas exteriores, casas de banho exteriores, Latrinas, celeiros, cozinha/celeiros combinados, currais, capoeiras, alpendres, vedações, paredes e habitações para cerimónias (santuários), bem como outras estruturas listadas na Tabela 9 acima. Os materiais de construção são muito variáveis, havendo estruturas construídas maioritariamente de materiais locais (por exemplo, estacas, árvores cortadas, capim, caniço, etc.) e outras feitas com materiais de construção fabricados ou comprados (por exemplo, tijolos, cimento, chapas de zinco, etc.). 7.4 PERDA DA BASE DE PRODUÇÃO AGRÍCOLA O levantamento constatou que 3 agregados familiares detinham um total de 9 campos agrícolas (machambas) dentro da zona de impacto do Projecto (Tabela 0). Em termos da lei moçambicana, os agricultores afectados não são os proprietários das terras que usam para a agricultura, mas, de acordo com as normas e padrões costumeiros, as famílias têm direitos legalmente reconhecidos para usar as terras que lhes são atribuídas pelas autoridades comunitárias, ou por herança. Um agricultor pode ter mais do que uma machamba afectada dentro das zonas de impacto. Tabela 0 PAPs com campos afectados PAPs que vivem dentro da zona de impacto PAPs que vivem fora da zona de impacto Número de campos afectados Pertencentes a PAPs que vivem dentro da zona de impacto Pertencentes a PAPs que vivem fora da zona de impacto Número de Famílias e de Campos Afectados Jone 7 - Chavane Ligongolo 6 3 Babtine 9 7 Ndindiza 0 TOTAL Das 3 PAPs que vivem dentro da zona de impacto, 58 também têm campos afectados no interior dessa. Paralelamente, 55 famílias que vivem fora da zona de impacto têm campos afectados no seu interior. Os tamanhos dos campos agrícolas variam entre 0.2 ha e 2.86 ha e o tamanho médio por família é de.96 ha. O total de áreas afectadas é de ha. A localização dos campos afectados é ilustrada na Figura 7 (acima). O levantamento feito às machambas afectadas, em 205, revelou que apenas 37% da área das machambas afectadas estava cultivada, e que 48% dos agricultores cultivavam menos de 50% da terra a que tinham acesso. Durante as reuniões com os grupos de foco, os agricultores indicaram que a 86

114 maior parte deles não precisa de, ou utiliza na totalidade, todas as terras a que actualmente têm acesso dentro das zonas de impacto33. O mesmo poderá vir a aplicar-se em relação às áreas agrícolas alternativas, caso sejam compensados em pé de igualdade em termos de área. Durante o verão, as águas correm em direcção à albufeira de Corumana e o nível da água sobe. Durante o inverno, abrem-se as comportas e o nível de água desce, ficando para trás a humidade residual no solo ao longo da margem da albufeira à medida que a água recua. Alguns agricultores aproveitam esta humidade residual para prolongar o período vegetativo das culturas e aumentar a produtividade agricultura de recessão. No entanto, a agricultura de recessão das cheias é oportunista e arriscada. Em determinados anos, o nível de água da albufeira diminui substancialmente, levando a que haja menos, ou nenhuma, humidade residual no solo. Nesses anos, os rendimentos das culturas são desfavoráveis. Noutros anos, o nível da água sobe acima do nível das machambas de recessão e inunda as culturas, levando a que não haja produção, ou a que esta seja reduzida, porque as colheitas ficam danificadas ou destruídas. Assim, o contributo da agricultura de recessão para os meios de subsistência das famílias na área do Projecto pode não ser tão significativo ou sustentável como muitas vezes se quer acreditar. Considera-se que setenta e cinco (40%) de todas as machambas afectadas, principalmente na área de Chavane, são machambas com culturas de recessão. Sessenta e cinco (58%) de todos os agricultores afectados têm acesso a pelo menos uma machamba com culturas de recessão. Na altura do levantamento, identificaram-se também culturas em crescimento nos campos. Até que sejam aconselhados pela ARA-Sul para parar de usar esses campos (mais próximo do tempo em que os campos serão efectivamente adquiridos pelo Projecto), as PAPs poderão continuar a cultivá-los. Um novo levantamento para culturas em crescimento será realizado imediatamente antes dos campos serem efectivamente adquiridos (durante o período de implementação). Uma remuneração será paga por qualquer cultivo nos campos no momento da pesquisa. Isto visa permitir que as famílias continuem a usar as culturas para continuarem a ter comida e renda enquanto as suas novas machambas estão em preparação. O inventário identificou.062 árvores pertencentes a 7 PAPs (Tabela ). A grande maioria dessas árvores (75.7%) é constituída por uma variedade de árvores de fruta, mas 257 (24.3%) são árvores de frutos não comestíveis, que são principalmente usadas pelas famílias para sombra. As árvores de fruta mais comuns são a marula (espinho de gato), maçanica (Ziziphus spp.), laranjas, limoeiros e papaeiras. Tabela Número de Famílias com Árvores Afectadas e Número de Árvores Afectadas PAPs que possuem árvores PAPs que vivem dentro da zona de impacto PAPs que vivem fora da zona de impacto Número de árvores Pertencentes a PAPs que vivem dentro da zona de impacto Pertencentes a PAPs que vivem fora da zona de impacto Jone 3 0 Chavane 8 55 Ligongolo 5 3 Babtine 5 9 Ndindiza 3 TOTAL Em muitos casos, eles não têm mão-de-obra familiar suficiente, ou capital para cultivar todas as terras a que têm acesso

115 7.5 PERDA DE ACESSO AO USO DE OUTROS RECURSOS NATURAIS Das famílias afectadas pelo Projecto, 92% usavam recursos naturais da floresta, principalmente para lenha e material de construção, mas também colecta de frutos silvestres e plantas medicinais. A perda de acesso às florestas seja através da inundação da área florestal ou através da deslocação das famílias, terá, portanto, um impacto directo nos meios de subsistência das famílias afectadas pelo Projecto. 7.6 PERDA DE ACESSO A SEPULTURAS Um total de 6 sepulturas afectadas pertencentes a 25 famílias diferentes foram identificadas e marcadas. O número de sepulturas por família varia entre e 3. A localização das sepulturas afectadas está listada na Tabela 2 e é ilustrada na Figura 8. Tabela 2 Local Jone Chavane Ligongolo/Mahungo Babtine Ndindiza Visible Invisible Total Visible Invisible Total Visible Invisible Total Visible Invisible Total Visible Invisible Total Visible Invisible TOTAL Número e Localização das Sepulturas Afectadas Abaixo dos 20 mamsl, em contorno Na Zona de Protecção Parcial Na Área do Dique de Portela Nos locais propostos para o Reassentamento TOTAL

116 Figura 8 Localização das Sepulturas Afectadas Enquanto 63 das sepulturas são claramente visíveis, as restantes 53 não são visíveis e foram indicadas pelas famílias. Nas reuniões de grupos focais realizadas para discutir a questão das sepulturas foi concordado que não será possível trasladar as campas cuja localização específica é desconhecida. Adicionalmente, concordou-se que não é necessário trasladar as campas existentes na área tampão de 250m, uma vez que esta área não será inundada e dado que é preferível não perturbar as sepulturas, visto que a trasladação é uma questão sensível e emocional. Assim, apenas 49 sepulturas identificáveis na área máxima de inundação inundável de 20 mamsl, na área do dique de portela e nos locais de reassentamento serão trasladadas. 7.7 PERDAS AO NÍVEL COMUNITÁRIO Com a excepção das duas igrejas anteriormente descritas, nenhuma infra-estrutura comunitária será afectada. No entanto, um campo de futebol pertencente à comunidade de Chavane encontra-se dentro da zona de impacto. Grande parte dos ha de terra (mas não a totalidade) que se encontra dentro da zona de impacto é actualmente utilizada para pastagem de gado. Cerca de ha destas terras estão situados na área abaixo do nível máximo de água (20 mamsl). O nível de água na albufeira varia periodicamente para evitar que estas terras estejam permanentemente inundadas. À medida que a água recua, vai criando condições para um bom ritmo de crescimento do capim. A área restante de cerca de ha encontra-se na zona de protecção parcial e não será inundada. 89

117 Em termos de legislação, a faixa de terra no contorno de barragens e albufeiras até 250 m é considerada uma zona de protecção parcial. Não é possível adquirir direitos de uso e aproveitamento da terra nesta zona, embora, nos termos da legislação vigente, possam ser emitidas autorizações especiais para actividades específicas pela entidade responsável. A experiência de outros lugares, mostra que é extremamente difícil excluir o gado de áreas próximas de grandes barragens devido à melhor qualidade de pastagem encontrada perto das margens e porque o gado bebe água da albufeira. Foi aprovado um novo regulamento que abrange o Uso e Aproveitamento de Reservatórios e Lagos pelo Conselho de Ministros em Abril de 207, embora este ainda não tenha sido publicado. No que respeita às albufeiras da Categoria A, como a de Corumana, os regulamentos proíbem o pastoreio de gado dentro da zona de protecção (também até 250 m do nível mais alto de água) das albufeiras e proíbem o gado de beber água da albufeira sem autorização (licença) da entidade responsável pela gestão da albufeira (por exemplo, a ARA-Sul). O Projecto, com a ajuda do governo local, vai ajudar as comunidades a obter as licenças necessárias para permitir que o gado possa continuar a pastar e a beber na zona de protecção e em certos locais da albufeira que estão expostos quando não se encontram inundados de água34.. Além disso, o Plano de Gestão Ambiental do Projecto de Corumana estabelece especificamente que a albufeira seja gerida de forma a melhorar a pastagem ao redor das margens da albufeira compensando assim a perda de algumas das pastagens actuais que serão periodicamente inundadas devido à ampliação da albufeira. À luz da presente avaliação, não se prevê que o impacto no gado resultante da aquisição de terras seja significativo e não estão previstas medidas específicas adicionais para a restauração de meios de subsistência. O uso da zona de protecção parcial terá de ser cuidadosamente monitorizado pela ARASul e pelas comunidades. Não se prevê que haja uma redução significativa do acesso às áreas de pesca ao redor da albufeira de Corumana, uma vez que se propõe que os pescadores ou continuem a viver nos locais onde residem actualmente, ou que sejam transferidos para novas aldeias de reassentamento próximas dos seus locais actuais de residência. 7.8 PERDAS INSTITUCIONAIS A Electricidade de Moçambique (EDM) tem quatro torres de transporte de energia de alta tensão para a vila de Ressano Garcia que estão abaixo do nível de máxima cheia proposto para a albufeira de 20 mamsl. A estrada local (não classificada) de Jone e Panganine para Chavane (Quenhene) está dentro da zona de segurança de 500 m em torno da Barragem de Portela proposta e poderá ser fechada durante a construção da Barragem de Portela.. O Projecto precisará de fornecer uma via alternativa. Os proprietários de postos de gado individuais no interior da zona de impacto do Projecto são considerados como membros da comunidade

118 7.9 RESUMO DAS PERDAS POTENCIAIS A Tabela 3 resume os bens afectados pertencentes a todas as PAPs. Um total de 209 PAPs (206 famílias e 3 grupos/associações) serão directamente afectadas pela perda física de terras e de outros bens, tais como habitações, outras estruturas, campos, árvores de fruta e culturas que se encontram dentro da zona de impacto do Projecto. Além disso. 25 famílias são tidas como tendo sepulturas familiares dentro da zona de impacto. Os impactos potenciais da perda física desses bens, caso não sejam mitigados, são os seguintes: Perda do valor dos bens (ou seja, o investimento feito nos bens): O custo de aquisição e desenvolvimento de parcelas residenciais e outras; O custo de construção de habitações e outras estruturas nas parcelas; O custo de aquisição, limpeza e preparação dos campos; O custo de aquisição e cultivo de árvores e culturas; A perda do futuro benefício dos bens afectados: Habitações: perda de abrigo; Lojas e quiosques: perda de renda; Outras estruturas: perda do seu uso; Machambas: perda de alimentos ou de renda; Árvores e culturas: perda de produção futura e de alimentos ou de renda; Pastagens e matas: perda de pastagens para o gado; Outros recursos naturais: Aperda de alimentos, de renda ou de outras utilidades; Sepulturas e locais sagrados: perda de proximidade, acesso e vínculos intangíveis. Além disso, nos casos em que as famílias sejam fisicamente deslocadas para novos locais,,poderão também surgir impactos adicionais, incluindo a perda de: Acesso ao abastecimento actual da água; Acesso à electricidade; Acesso a instalações comunitárias e sociais (escolas, unidades de saúde, mercados e locais de culto, lojas, transportes, etc.; Redes sociais e sistemas de apoio; Acesso a postos de emprego ou de negócios actuais (e, consequentemente, da renda); Ruptura da coesão social e alteração na liderança da comunidade; Um total de 3 famílias perderá os seus abrigos e bens domésticos caso estes impactos não sejam mitigados. Um total de 68 ha de terra residencial e 388 ha de campos agrícolas serão afectados, sendo estes últimos representativos de uma perda da base agrícola e perda potencial de alimentos e renda. 9

119 Tabela 3 Resumo das Famílias e Grupos Afectados pelo Projecto e as perdas Incorridas Categoria e sub-categoria 2 a b 3 3a 3b 3c 3d 3e 3f 4 3g 4a 4b Proprietários de habitações que vivem permanentemente dentro da zona de impacto: Que são ocupantes principais das parcelas residenciais Que são ocupantes secundários das parcelas residenciais Proprietários de habitações que vivem permanentemente dentro dos locais de reassentamento propostos Ocupantes e usuários de terras. bens e recursos afectados dentro da zona de impacto, mas que vivem fora da zona de impacto: Proprietários não residentes de habitações em construção Proprietários não residentes de pequenas lojas Proprietários não residentes de estruturas em "postos de gado" remotos Proprietários não residentes de estruturas em acampamentos de pesca de operação privada Ocupantes não residentes de parcelas não utilizadas Antigos ocupantes de terras e / ou estruturas que abandonaram a terra ou estruturas Agricultores não residentes Grupos e associações sociais: Grupos baseados na fé Associações de pesca que recebera terras e que não as utilizam) Campo de futebol TOTAL Environmental and Social Services Provider: PAPs 27 Parcela s Residências Quantidade Estruturas Comerciais Estruturas Religiosas Campos Árvores Famílias a ser relocadas

120 Muitos (mas não todos) dos ha de terra que estão dentro da zona de impacto são actualmente usados para pastagem de gado. Cerca de ha destes encontram-se na área abaixo do nível de máxima cheia de 20 mamsl. O nível da água na albufeira irá flutuar periodicamente para que esta terra não seja sempre inundada com água de forma permanente. À medida que a água vai recuando, haverá condições para um bom crescimento de capim. A restante área de cerca de ha está na Zona de Protecção Parcial e não será inundada. Permits will be issued to allow the communities to continue to use most of this area for livestock grazing. Como já foi referido, propõe-se que a maioria das famílias a ser reassentadas seja reassentada em áreas muito próximas dos seus actuais locais de residência (a um ou dois quilômetros de distância). Portanto, é altamente provável que as famílias reassentadas, bem como outros membros da comunidade, continuem a usar grande parte da zona de impacto para a pastagem de gado. Pelos mesmos motivos, não se prevê que o acesso às áreas de pesca na albufeira de Corumana seja significativamente reduzido, nem que haja um impacto significativo na coesão social e liderança existentes. Algumas famílias afectadas em Ndindiza têm membros que estão actualmente empregados na Reserva de Caça de Sábiè. A menos que elas sejam reassentadas perto de onde vivem, existe o potencial de que os seus meios de subsistência sejam seriamente interrompidos. A perda temporária do uso de parte da estrada de Jone e Panganine para Chavane (Quenhene) que passa ao longo da Zona de Segurança de 500 m em torno da Barragem de Portela proposta irá temporariamente impedir o acesso a pessoas que viajam de Quenhene para Panganine, Jone e para outras localidades aí VALORIZAÇÃO DOS BENS PARA COMPENSAÇÃO 7.0. Estruturas A Directiva sobre o processo de expropriação para fins de gestão de terras (Diploma Ministerial Nº 8/200 de 3 de Novembro) fornece um mecanismo (fórmulas) para o cálculo do valor de mercado das estruturas para fins de compensação. A Política Operacional do Banco Mundial sobre o Reassentamento Involuntário exige que a compensação por bens perdidos seja no valor total de substituição (ou custo) dos bens, excluindo a depreciação em todas as áreas onde os mercados imobiliários são fracos ou inexistentes. O custo total de substituição é definido na Política do Banco Mundial como o custo de mercado dos materiais para construir uma estrutura de substituição com uma área e qualidade semelhante ou ainda melhor do que as das estruturas afectadas, incluindo o custo de transporte de materiais de construção para o local de obras, os custos de mão-de-obra e do empreiteiro e os custo de qualquer registo e impostos de transferência. Ao determinar-se o custo de reposição, a depreciação dos bens e do valor de qualquer material de salvamento não são tidos em conta. A Política afirma também que, quando houver diferenças entre as políticas nacionais e as do Banco Mundial, deverão ser aplicadas as regras mais rigorosas. Uma vez que nas áreas rurais o valor de substituição total é quase sempre superior ao valor de mercado, o valor de substituição total foi aplicado neste. Environmental and Social Services Provider: 93

121 Após o exercício de validação realizado de Julho a Setembro de 206, a avaliação das estruturas afectadas (no valor total de reposição) foi realizada por um Especialista em Valoração Rural. O custo total de reposição das residências existentes (unidades habitacionais) é estimado em USD ,00 enquanto o custo total de reposição de todas as outras estruturas. tais como habitações de trabalhadores, currais de gado, celeiros, cozinhas exteriores, pequenas lojas, vedações, etc., são estimados em USD 8.86,00 Para as quatro residências de alto valor, a diferença entre o custo das habitações novas e o custo total de reposição (que é superior) é de USD 8.076, Culturas e Árvores não Colhidas O Diploma Ministerial Nº 8/20, de 3 de Novembro, também fornece fórmulas para determinar-se o valor de compensação por culturas não colhidas que podem ser afectadas por um projecto. Na maioria das províncias de Moçambique, os Governos Provinciais também preparam tabelas listando as taxas de compensação para várias culturas e árvores economicamente valiosas. No entanto, essas listas não estão actualmente disponíveis na Província de Maputo. A metodologia para o cálculo do valor de compensação por culturas e árvores de fruta não colhidas é descrita no Anexo 4. Em resumo, a metodologia toma em consideração a produtividade, valor de mercado, custo dos serviços técnicos, custo da mão-de-obra, etc. O valor estimado de culturas não colhidas é de USD 7.347,00 enquanto o custo estimado para árvores de fruta é de USD 2.476,00. 94

122 8 MEDIDAS DE MITIGAÇÃO E ELEGIBILIDADE As medidas de mitigação e de elegibilidade para direitos e reassentamento e/ou compensação propostas são apresentadas abaixo e resumidas na Tabela 4 no final deste capítulo. Uma explicação mais detalhada dessas medidas pode ser encontrada nos capítulos seguintes. 8. FAMILIAS E INDIVIDUOS 8.. Perda de PropriedaderResidencial A propriedade residencial é definida como uma ou mais unidades habitacionais separadas que pertencem a uma família em uma parcela residencial. Os direitos descritos abaixo se aplicam às famílias (incluindo unidades familiares com apenas uma pessoa) que vivem permanentemente dentro das zonas de impacto. Eles incluem: Famílias que têm o direito de uso da terra em que vivem, concedidas de acordo com as normas consuetudinárias; Famílias que não têm suas próprias parcelas residenciais, mas construíram casas em parcelas que "pertencem" a outra família (geralmente parentes); As segundas esposas em casamentos poligâmicos, que vivem em suas próprias casas nas parcelas de seus maridos; e Famílias que vivem em locais selecionados para reassentamento. Compensação pela Perda de Bens De acordo com a lei, o Projeto fornecerá a cada família elegível uma nova casa em uma parcela residencial (5,000 m2) em uma das quatro novas aldeias de reassentamento. As aldeias estarão próximas das áreas residenciais afetadas e dentro das mesmas áreas da comunidade. Haverá espaço suficiente para o estabelecimento de pequenas hortas. As novas habitações (que serão, no mínimo, do Tipo 3) terão pelo menos o uma sala de estar, uma cozinha, uma casa de banho e pelo menos três quartos (podendo ser mais, em função do nº de quartos da residência afectada). A casa será construída com materiais convencionais. A área mínima será de 70 m2. Quartos adicionais podem ser anexados à casa principal. Todas as habitações estarão equipadas com instalação eléctrica e acessórios. A electricidade será fornecida pela rede nacional da EDM (Chavane) ou painéis solares. A canalização interna e acessórios (por exemplo, sanita, lavatório e lava-loiças) serão colocadas na casa de banho e na cozinha, conforme apropriado. Detalhes do design e características das casas são fornecidos no Capítulo 0. Cada casa será equipada com um sistema (por exemplo, caleiras) para recolher água da chuva e um tanque de 000 litros que poderá ser utilizado pela família em tempos de escassez de água ou para a rega de uma pequena horta. A construção dos principais obras do projeto não começará até que todas as famílias afetadas (em Chavane pelo menos) tenham sido transferidas para as novas aldeias de reassentamento. Algumas residencia podem ser consideradas de alto valor por causa do valor actual das estruturas (calculado com o custo total de reposição, de acordo com as directrizes da Política do Banco Mundial) excede o custo de uma nova casa de substituição a que o proprietário tem direito. Nesses casos, o 95

123 Projeto fornecerá uma casa padrão do Projecto que o PAP tenha direito mais uma compensação monetária mais equivalente à diferença entre o valor atual da residência existente e o custo casa de substituição. A compensação será paga pela perda de estruturas auxiliares que pertencem a uma família - dentro ou fora da parcela residencial. Essas estruturas incluem alojamentos de trabalhadores, cozinhas externas, casas de banho exteriores, latrinas, celeiros, currais, pocilgas, capoeiras, barracões, pombais, vedações, áreas pavimentadas, santuários para cerimónias, etc. Os PAPs podem escolher entre duas opções de compensação: compensação em dinheiro avaliada ao custo total de reposição das estruturas afectadas; ou novos materiais de construção (adquiridos e transportados pelo Projecto para o local) mais pagamento em dinheiro para a mão de obra necessária. Outros Subsídios e Assistência Será providenciada transporte e mão-de-obra para a movimentação de pessoas, pertences e pequenos animais para as novas cassa. Uma pequena compensação (MT 5,000) será paga em dinheiro a fim de cobrir pequenas despesas de instalação nas novas habitações. O Projecto cobrirá ainda os custos de aquisição de DUATs para as novas parecelas (em nome do proprietário e de todos os cônjuges). O Projeto realizará Indução pré-entrega, para familiarizar os proprietários com os novos equipamentos da casa (torneiras, vidros das janelas, instalação eléctrica, etc.) e fornecer orientação para a manutenção. Reparações iniciais e manutenção será realizada dentro do período da garantia do empreiteiro Perda de Habitações em Construção Os direitos descritos abaixo se aplicam a indivíduos e famílias, que vivem dentro ou fora da zona de impacto, a quem foram alocadas parcelas residenciais de acordo com as normas e padrões tradicionais, mas que pararam a construção (por exemplo, devido à imposição da moratória do Projecto). Compensação pela Perda de Bens Os proprietários de habitações em construção receberão parcelas alternativas dentro das novas aldeias de reassentamento ou em locais (fora da zona de impacto) a serem acordados com os proprietários e os líderes comunitários. A área mínima da parcela alternativa será de 5,000 m2. A compensação será paga para cobrir o custo real de materiais de construção, transporte e mão-deobra que foram investidos na atividade de construção no momento da data de cut-off Os proprietários podem escolher entre duas opções de compensação: compensação em dinheiro avaliada ao custo total de reposição das estruturas afectadas; ou novos materiais de construção (adquiridos e transportados pelo Projecto para o local) mais pagamento em dinheiro para a mão de obra necessária. Outros Subsídios e Assistência O Projecto cobrirá ainda os custos de aquisição de DUATs para as novas parecelas (em nome do proprietário e de todos os cônjuges) Perda de Parcelas Residenciais Não Utilizadas Os direitos descritos abaixo se aplicam a indivíduos e famílias, vivendo dentro ou fora da zona de impacto, que receberam espaço de acordo com as normas e padrões tradicionais para construir 96

124 estruturas, mas não iniciaram a construção no momento do censo do Projecto (por exemplo, devido à imposição da moratória). Compensação pela Perda de Bens A compensação será meio de alocação de uma nova parcela numa nova aldeia de reassentamento ou num local a ser acordado com o proprietário e os líderes comunitários. A área mínima da parcela alternativa será de 5,000 m2. Outros Subsídios e Assistência O Projecto cobrirá ainda os custos de aquisição de DUATs para as novas parcelas Perda de Estruturas Não Residenciais Os direitos descritos abaixo se aplicam a indivíduos e famílias, que vivem dentro ou fora da zona de impacto, que têm pequenas lojas, quiosques, postos de gado, acampamentos de pesca privados, etc. dentro da zona de impacto. Compensação pela Perda de Bens Os proprietários de estrutura não residencial receberão parcelas alternativas dentro das novas aldeias de reassentamento ou em locais (fora da zona de impacto) a serem acordados com os proprietários e os líderes comunitários. Espaços para actividades comerciais serão reservados nas aldeias de reassentamento. A compensação será paga pela perda de estruturas afectadas, como alojamentos de trabalhadores, lojas, cozinhas externas, casas latrinas, celeiros, etc. Os proprietários das estruturas podem escolher entre duas opções de compensação: compensação em dinheiro avaliada ao custo total de reposição das estruturas afectadas; ou novos materiais de construção (adquiridos e transportados pelo Projecto para o local) mais pagamento em dinheiro para a mão de obra necessária. Outros Subsídios e Assistência Será providenciada transporte e mão-de-obra para a movimentação de pertences ao novo site. O Projecto cobrirá ainda os custos de aquisição de DUATs para as novas parcelas. Os proprietários de pequenas lojas receberão uma compensação em dinheiro pela perda temporária de negócios enquanto restabelecer no novo site. Isso será calculado de acordo com o tipo de negócio afetado Parcelas e Estruturas Abandonadas Existem alguns casos em que parcelas residenciais foram abandonadas pelos seus proprietários. As estruturas foram removidas ou são agora ruínas. Nenhuma compensação será oferecida para terras abandonadas e ruínas. 97

125 8..6 Perda de acesso a terras agrícolas (machambas) Os direitos descritos abaixo se aplicam a indivíduos e famílias, que vivem dentro ou fora da zona de impacto, a quem foram alocadas parcelas agrícolas (machambas) de acordo com as normas e padrões tradicionais. Compensação pela Perda de Bens Para mitigar a perda das machambas dentro das zonas de impacto, o Projecto irá entregar machambas alternativas aos agricultores em áreas semelhante às actuais, mas fora das zonas de impacto. Em colaboração com os líderes da comunidade e com o governo distrital, o Projecto conseguiu blocos de terra alternativos para os agricultores fazerem as suas machambas. Devido aos impactos ambientais associados e às implicações a nível de custos, o Projecto considera a hipótese de não limpar e preparar a totalidade da área das machambas alternativas, que vão ser restituídas em pé de igualdade em termos de área, se uma parte desta terra não for necessária ou utilizada. Portanto, a compensação a ser fornecida ( in-kind ) é a seguinte: Sserá atribuído a cada agricultor que perca 2 ha, ou menos, de machambas dentro das zonas de impacto, uma terra de substituição que possua uma área pelo menos igual à área da(s) sua(s) machamba(s) afectada(s) - até um máximo de 2 ha. O Projecto irá desmatar as áreas de base e preparar a terra35 para que esteja pronta para ser utilizada pelos agricultores na primeira estação de uso. Um agricultor que perca mais de 2 ha de machambas dentro das zonas de impacto irá receber automaticamente 2 ha de terra de substituição que foram desmatadas e preparadas para o plantio numa das áreas de base (conforme descrito acima). Esta atribuição garante, pelo menos, um nível mínimo de restauração dos meios de subsistência. Para a área restante (mais de 2 ha), um agricultor receberá a terra para a qual ele tem direito. Estes terrenos não serão desmatados ou preparados para o plantio pelo Projecto. Em vez disso, o Projecto irá fornecer aos agricultores os meios para o fazerem se assim o desejarem. Isto será feito através de um pagamento único em dinheiro - calculado com base numa estimativa do custo da limpeza feita manualmente de um hectare de terra virgem na área de Corumana, multiplicado pela área de terras perdidas na zona de impacto, menos 2 ha36. Este pagamento restante vai permitir que o próprio agricultor desbrave o seu novo terreno ou que contrate alguém para o fazer. Um agricultor que receba o pagamento residual pode usar este valor como melhor entender, de acordo com suas necessidades reais, e não será obrigado a desmatar ou cultivar as novas machambas nas áreas de reserva. Algumas das opções incluem: Receber e desmatar novas parcelas agrícolas dentro de uma área de reserva utilizando mãode-obra familiar ou contratada; Em colaboração com as autoridades comunitárias, desmatar e desenvolver novas parcelas agrícolas noutros locais, por exemplo perto da casa do agricultor, adjacente às outras Ex. Subsolagem cruzada, lavoura e gradagem. Inclui o custo da mão-de-obra (usando o salário mínimo para a agricultura) mais o custo das ferramentas e dos materiais necessários

126 machambas do agricultor que não foram afectadas pelo Projecto (fora das zonas de impacto), etc.37; ou Utilizar a compensação em dinheiro para outros fins, caso o agricultor não queira desenvolver novas machambas38. Outros Subsídios e Assistência O Projecto cobrirá ainda os custos de aquisição de DUATs para as novas machambas. Além disso, o Projecto apoiará a implementação de várias medidas de restauração e melhoria de meios de subsistência, que são descritos no Plano de Restauração dos meios de Subsistência (Apêndice 9). Essas medidas estão resumidas abaixo: O Projecto irá apoiar o aperfeiçoamento das competências agrícolas dos agricultores afectados através de várias abordagens de extensão e formação. Prevê-se que esta componente desenvolva parcelas experimentais como veículo principal para a capacitação dos agricultores. A formação em desenvolvimento de competências incluirá, mas não deve se limitará às práticas de gestão de terras e culturas, tais como: lavra mínima; colheita precoce; lavoura seguindo as curvas de nível e lavoura de amontoa; controlo de erosão; aplicação de cobertura morta; data de plantio; densidade de plantio; profundidade de plantio; estrume, adubo e aplicação de pesticidas; e controlo de ervas daninhas. O Projecto vai também apoiar a promoção de insumos e de variedades de culturas apropriadas, como sementes certificadas, fertilizantes e pesticidas, e disponibilizará a formação e o aconselhamento necessários relativamente a estas questões. Para a primeira campanha agrícola nas machambas de substituição, o Projecto irá fornecer a cada agricultor seleccionado insumos básicos, como sementes certificadas, fertilizantes e pesticidas, para uma área de até um hectare. O Projecto irá demonstrar e incentivar o uso de alfaias eficazes e de baixo custo que sejam apropriadas aos pequenos agricultores e que já demonstraram ser possível diminuir os requisitos de mão-de-obra e aumentar a produtividade. Para reduzir as perdas que ocorrem actualmente nos celeiros tradicionais durante o armazenamento, o Projecto irá demonstrar e incentivar a utilização de tipos de celeiros melhorados. Para cercas em torno de machambas que consistem em materiais tradicionais (por exemplo, vegetação seca), o Projecto ajudará os proprietários a mover isso para as novas áreas agrícolas. Uma compensação será paga pela perda de cercas melhoradas em torno das machambas. Os proprietários podem escolher entre duas opções de compensação: compensação em dinheiro avaliada ao custo total de reposição das estruturas afectadas; ou novos materiais de construção (adquiridos e transportados pelo Projecto para o local) mais pagamento em dinheiro para a mão de obra necessária. Os agricultores terão permissão para continuar cultivando até aconselhar o Projecto para parar o cultivo. Pouco antes da atribuição de novas machambas, o Projecto irá realizar um levantamento das campas afetadas. A compensação será paga por quaisquer culturas que ainda estejam nas machambas Alguns agricultores especialmente em Babtine, expressaram a sua preferência por esta opção. O pagamento residual em dinheiro pode ser um meio para algumas famílias diversificarem as suas actividades para além da agricultura

127 na data limite. A compensação será calculada utilizando tabelas padrão do Ministério da Agricultura e Segurança Alimentar, ajustadas pelos preços do mercado local 8..7 Perda de Árvores de Fruta Os direitos descritos abaixo se aplicam a indivíduos e famílias, vivendo dentro ou fora da zona de impacto, que possuem árvores de fruta dentro das zonas de impacto. Compensação pela Perda de Bens O Projecto irá pagar uma compensação em dinheiro aos proprietários das árvores de fruta pela perda dos seus futuros benefícios. Para cada tipo de árvore, calcula-se o valor de mercado dos benefícios (por exemplo, fruta) produzidos pela árvore ao longo da sua vida produtiva média (ou seja, os anos produtivos)39. A compensação irá variar de acordo com o tipo (espécie) da árvore. Outros Subsídios e Assistência Serão entregues duas mudas pela perda de uma árvore dentro das zonas de impacto. As árvores serão substituídas numa base comparável, de acordo com as possibilidades. No entanto, isto pode não ser possível no que diz respeito a algumas das espécies indígenas, e é provável que se tenham que fornecer árvores alternativas que sejam acessíveis e adequadas. Quando as árvores de fruta já tiverem sido plantadas, O projecto irá capacitar as famílias participantes quanto aos cuidados a terem com as novas mudas de árvores de fruta, bem como a melhor forma de as preservar Perda de Acesso ao Emprego Cerca de 30 membros das famílias afectadas afirmam receber salários provenientes do emprego a tempo inteiro na área do Projecto. Se eles se deslocassem para lugares distantes dos locais de trabalho, isso poderia ter um impacto significativo na capacidade de geração de rendimento. Contudo, as novas aldeias de reassentamento vão ficar situadas perto do local onde as famílias afectadas residem actualmente e é muito pouco provável que os trabalhadores continuem a ter acesso aos seus locais de trabalho. Em alguns casos (por exemplo, Ndindiza), a distância até ao local de trabalho (ou seja, o Sábiè Game Park) será menor do que é agora. Os postos de gado consistem em currais e habitações de trabalhadores que estão situados em partes isoladas das zonas de impacto do Projecto.. Os trabalhadores têm as suas casas noutros lugares, fora da zona de impacto. Prevê-se que os proprietários (com a compensação) ovoltem a construir os currais e as casas para os trabalhadores nos novos locais e que os trabalhadores mantenham os seus empregos sem grandes transtornos. Os trabalhadores não saírão das suas casas actuais enquanto as novas habitações de substituição não estiverem concluídas. Na realidade, algumas das árvores afectadas são velhas e estão próximas do fim dos seus tempos de vida produtiva. Comparativamente às árvores mais jovens, a perda de benefícios futuros dessas árvores mais antigas é baixa e, portanto, a compensação deve ser menor do que para as árvores mais jovens. No entanto, é difícil determinar a perda real de benefícios futuros relativamente a cada uma dessas árvores. Assim, a compensação será calculada em função da totalidade do tempo de vida produtiva das árvores

128 Algumas famílias em Chavane que vão ser transferidas afirmam que parte das suas receitas provém do comércio informal. Prevê-se que estas famílias possam continuar o seu negócio informal se assim o desejarem. Existem duas opções possíveis: Começarem o comércio informal na nova aldeia de reassentamento em áreas reservadas para esse fim (de acordo com o plano físico da aldeia de reassentamento); ou Continuarem o seu negócio informal nos mercados de Chavane, que ficarão apenas um pouco mais distantes (menos de 2 km) do que actualmente. Em suma, não se prevê que a deslocação cause transtornos significativos no que toca a geração de rendimentos. 8.2 COLECTIVOS 8.2. Perda de Estruturas Religiosas Os direitos descritos abaixo se aplicam a igrejas possuem bens dentro das zonas de impacto40. Compensação pela Perda de Bens Congregações da igreja receberão parcelas alternativas dentro das novas aldeias de reassentamento ou em locais (fora da zona de impacto) a serem acordados com os proprietários e os líderes comunitários. Espaços para actividades religiosas serão reservados nas aldeias de reassentamento. Serão fornecidas compensações pela perda das estruturas principais e de todas as estruturas auxiliares. Os membros podem escolher entre duas opções de compensação: compensação em dinheiro avaliada ao custo total de reposição das estruturas afectadas; ou novos materiais de construção (adquiridos e transportados pelo Projecto para o local) mais pagamento em dinheiro para a mão de obra necessária. Outros Subsídios e Assistência O Projecto cobrirá ainda os custos de aquisição de DUATs para as novas parcelas Perda de Parcelas Não Utilizadas Os direitos descritos abaixo se aplicam principalmente ao Conselho de Pesca de Corumana, que recebeu uma parcela dentro da zona de impacto (Chavane), de acordo com as normas e padrões, mas não iniciou a construção no momento do censo do Projeto (por exemplo, devido à aplicação da moratória). Compensação pela Perda de Bens Compensation will be means of the allocation of a new plot at a location to be agreed with the owner and the community leaders. 40 Nenhuma mesquita é afetada. 0

129 A compensação será meio de alocação de uma nova parcela num local a ser acordado com o Conselho e os líderes comunitários Outros Subsídios e Assistência O Projecto cobrirá ainda os custos de aquisição de um DUAT para a nova parcela Perda de Acampamentos de Pesca Sazonais Os direitos descritos abaixo se aplicam principalmente às três associações de pesca que capturam peixe na albufeira. Existem quatro centros de pesca na área. Durante a temporada de pesca (três a seis meses), os pescadores constroem acampamentos temporários, a partir dos quais exercem as suas actividades e onde descarregam as capturas de peixe. Não se constrói nenhuma estrutura permanente apenas tendas ou pequenas palhotas que servem de abrigo. Compensação pela Perda de Bens Seja provável que os actuais acampamentos sazonais de pesca sejam transferidos para outros locais, ainda estarão próximos da albufeira. Os novos locais serão determinados durante a elaboração participativa de um plano de zoneamento para a albufeira e áreas circundantes. Uma vez que as estruturas nos acampamentos sazonais são temporárias, não será atribuída nenhuma compensação pela sua perda, pois os novos acampamentos podem ser construídos antes da temporada de pesca. Outros Subsídios e Assistência O Projeto irá construir sanitárias comunais nos novos acampamentos de pesca sazonais. O Projecto oferece uma oportunidade para ajudar os pescadores a superar algumas das restrições que enfrentam actualmente. As medidas de assistência propostas estão referidas no Plano de Restauração dod Meios de (Anexo 9) e incluem,entre outras: Uma avaliação para determinar o nível de capturas sustentável e a elaboração de um plano de zoneamento da albufeira; Capacitação das associações de Pescadores em termos da sua gestão e administração; Promoção do uso de equipamento e técnicas de pesca apropriados (incluindo treino e fornecimento de equipamento); e Medidas para melhoria da conservação do pescado (incluindo treino e fornecimento de equipamento). 8.3 COMUNIDADES AFECTADAS 8.3. Perda de Pastagem Comunal Pelas razões descritas no Capítulo 7, não se espera que o impacto da aquisição de terras para o gado seja significante e não sejam propostas medidas de compensação específicas. As comunidades terão licenças especiais para usar os pastos de gado na Zona de Protecção Parcial e em redor da albufeira. 02

130 A albufeira O reservatório será gerida para melhorar a qualidade e a quantidade de pastagens em torno das margens da albufeira, evitando assim a perda de pastagem dentro da zona bacia da albufeira (abaixo de 20 mamsl) O Projecto construirá bebedouros para gado junto dos furos de água a abrir perto das aldeias de reassentamento de Ligongolo (Fungotine), Babtine e Ndindiza, bem como em Jone Perda de Lenha e Materiais de Contrução Locais Pelas razões descritas no Capítulo 7, não se espera que o impacto da aquisição de terras no acesso às árvores para o uso de lenha e construção seja significatie não sejam propostas medidas de compensação específicas. No entanto, o Projecto vai investigar e assessorar a viabilidade de desenvolver florestas comunitárias na área do Projecto. As florestas comunitárias só devem ser criadas se o plano se revelar viável. Caso contrário,serão consideradas outras alternativas, tais como a utilização de fogões mais eficazes em termos de consumo de lenha. Mais detalhes sobre a opção de plantio de florestas nativas podem ser consultados no Plano de Restauração dos Meios de Subsistência (Anexo 9) Perda de instalações recreativas There is a community football field in Quenhene (Chavane) that is inside the impact zone. The physical plan for the new resettlement village at Chavane will include spaces for a new football field and other recreational activities. The Project will clear and level the space for the football field. Existe um campo de futebol comunitário em Quenhene (Chavane) que está dentro da zona de impacto. O plano físico para a nova aldeia de reassentamento em Chavane incluirá espaços para um novo campo de futebol e outras atividades recreativas. O Projeto irá limpar e nivelar o espaço para o campo de futebol Perda de Acesso Rodoviário O acesso ( km) ao longo da estrada de Chavane a Panganine e Jone será interrompido durante a construção do dique. O Projecto construirá uma estrada alternativa fora da zona de proteção de 500 m do dique. 8.4 ACORDOS SOBRE COMPENSAÇÕES Com base nas perdas sofridas por cada agregado familiar/pap e em função das medidas contidas na política de direitos sobre o reassentamento e compensação, os contratos de direitos individuais serão preparados para cada agregado familiar/pap antes do pagamento de qualquer remuneração ou da deslocação física. O acordo será produzido em duas cópias e será juridicamente vinculativo. O acordo deverá conter os detalhes do agregado familiar/pap, listas das perdas ou impactos e detalhes do montante da compensação (em dinheiro ou em espécie) e outras medidas de restauração de meios de subsistência a atribuir. Os acordos serão assinados pelo representante do Projecto e pelo chefe do agregado familiar afectado ou seu cônjuge, desde que uma autorização (por escrito) do cônjuge ausente seja apresentada ao Projecto. Caso ambos os cônjuges estejam ausentes, um representante devidamente autorizado 03

131 poderá assinar o acordo. A assinatura do acordo será testemunhada por escrito por duas pessoas idóneas, uma das quais deverá ser o líder da comunidade. A PAP manterá uma cópia do contrato e a ARA-Sul manterá outra. Os relatórios serão enviados ao DRC de Moamba. Após a assinatura do acordo, a terra e os bens afectados tornar-se-ão propriedade do Projecto (De acordo com o prazo estipulado no contrato). No entanto, as PAPs serão autorizadas a resgatar bens móveis (por exemplo, coberturas) dentro do prazo permitido. 8.5 PROCEDIMENTOS DE PAGAMENTO E DE ENTREGA O procedimento que se segue será aplicado pelo Projecto no pagamento da compensação em dinheiro aos beneficiários: O Projecto deverá organizar mecanismos para que os serviços de identificação civil se desloquem à área do Projecto de forma a possibilitar a emissão dos documentos de identidade dos beneficiários que actualmente não os possuem; O Projecto deverá organizar mecanismos para que cada beneficiário tenha um NUIT; O Projecto deverá organizar mecanismos para que os beneficiários abram uma conta bancária num dos dois bancos sediados em Moamba; e O dinheiro de compensação será então pago na conta bancária do beneficiário. 8.6 RESGATE DE MATERIAIS De acordo com a política do Banco Mundial, as famílias afectadas poderão salvar materiais das estruturas afectadas se o desejarem. Uma data-limite para essa operação será definida. As famílias vulneráveis serão auxiliadas pelo Projecto, se solicitado, para transportar os materiais recuperados para os novos locais de reassentamento. 8.7 REMOÇÃO DAS RESTANTES ESTRUTURAS Após a data-limite, o Projecto deverá demolir todas as estruturas que ainda permaneçam dentro das zonas de impacto. Isto incluirá quaisquer vedações de gado que não foram removidas pelos seus proprietários anteriores, a fim de evitar que os materiais de vedação sejam usados para fins de caça e armadilhas ilegais de animais. 04

132 Tabela 4 Impacto/Perda TERRA Terra residencial Incluindo terrenos partilhados com outras famílias (por exemplo. condomínio familiar) Direitos Propostos e Outras Medidas de Mitigação Categorias de Elegibilidade Proprietários/ocupantes de imóveis residenciais (incluindo esposas em casamentos polígamos) Direitos e Outras Medidas de Mitigação Terra não residencial Pequenas lojas, igrejas, postos de gado, acampamentos de pesca de propriedade privada, etc. Parcelas não utilizadas (alocadas mas sem estruturas). Proprietários de instalações comerciais Grupos de Igreja Proprietários de postos de gado com infraestruturas permanente Proprietários de infraestruturas em acampamentos de pesca Proprietários de parcelas não utilizadas Terra pertencente a indivíduos,associações ou outras entidades, mas sem estruturasconstruídas. Parcelas abandonadas (com ou sem estruturas / ruínas) Terras agrícolas (machambas) Proprietários (residentes ou não-residentes) Alocação de uma nova parcela numa nova aldeia de reassentamento ou num local a ser acordado com o proprietário e os líderes comunitários. Área mínima de m2 Assistência (incluindo o custo) para aquisição de uma DUAT Sem compensação Novos campos com uma área total igual à área dos campos afectados Novos campos serão limpos de vegetação e preparados para que estejam prontos para novas culturas Assistência (incluindo o custo) para aquisição de uma DUAT comunitária para as novas áreas agrícolas Fornecimento de um pacote de insumos agrícolas (por exemplo, sementes. fertilizantes) para uma temporada por um máximo de um hectare por família. Prestação de serviços de treinamento em extensão agrícola por três anos após a deslocação Environmental and Social Services Provider: Nova parcela residencial numa nova aldeia de reassentamento Área mínima da parcela residencial: m2 Opção para mais de uma família para compartilhar uma única parcela. se solicitado. Fornecimento de espaço para uma horta ou uma parcela residencial próxima Assistência (incluindo o custo) para aquisição de uma DUAT (em nome do proprietário e de todos os cônjuges) Alocação de espaço na nova aldeia de reassentamento ou em local a ser acordado com o ocupante e os líderes comunitários. Assistência (incluindo o custo) para aquisição de um DUAT. 05

133 Impacto/Perda Zonas de pasto comunitárias para gado Categorias de Elegibilidade Proprietários de gado Perda mínima devido a medidas de mitigação propostas ESTRUTURAS Estruturas residenciais (valores baixos a médios típicos da área) Direitos e Outras Medidas de Mitigação Proprietários de casa (incluindo esposas em casamentos polígamos) Consiste de uma ou mais unidades habitacionais separadas. Estruturas residenciais (alto valor) Onde o valor actual (custos totais de substituição) excede o custo de construção de uma nova casa. Consiste de uma ou mais unidades habitacionais separadas. Proprietários das estruturas As comunidades terão licenças especiais para usar os pastos de gado na Zona de Protecção Parcial e em redor da albufeira A albufeira O reservatório será gerida para melhorar a qualidade e a quantidade de pastagens em torno das margens da albufeira, evitando assim a perda de pastagem dentro da zona bacia da albufeira (abaixo de 20 mamsl) Nova casa de reassentamento na nova parcela residencial Pelo menos um número igual de quartos como nas estruturas afectadas. Mínimo de uma sala de estar, cozinha, casa de banho (sem acessórios) e três quartos do (Tipo 3) Quartos adicionais poderão ser anexos à casa principal ou construídos como anexos Área superior a 70 m2 Construído com materiais convencionais Uma cozinha será incluída na nova casa Pelo menos uma unidade de saneamento exterior (duas divisões - latrinas melhoradas e ventiladas e uma casa de banho) será fornecida juntamente com cada nova casa Número de unidades com base numa unidade por cada seis membros da família Indução pré-entrega, para familiarizar os proprietários com os novos equipamentos da casa (torneiras, vidros das janelas, instalação eléctrica, etc.) e fornecer orientação para a manutenção. Reparações iniciais e manutenção a ser feitas dentro do período da garantia do empreiteiro Nova casa de reassentamento como a acima incida, acrescida de uma compensação em dinheiro equivalente à diferença entre o custo da nova casa e o custo total de reposição actual da residência existente. Indução pré-entrega, para familiarizar os proprietários com os novos equipamentos da casa (torneiras, vidros das janelas, instalação eléctrica, etc.) e fornecer orientação para a manutenção. Reparações iniciais e manutenção a ser feitas dentro do período da garantia do empreiteiro 06

134 Impacto/Perda Estruturas não residenciais Categorias de Elegibilidade Proprietários das estruturas Direitos e Outras Medidas de Mitigação Pequenas lojas, Igrejas, etc. Alojamento de trabalhadores Trabalhadores de lojas, pastores de gado. etc. Estruturas auxiliares Celeiros, currais, pavimentos, abrigos, capoeiras. quiosques, vedações, sanitários, casas de banho, etc. Materiais de construção Proprietários Proprietários Após a aquisição das estruturas. REMOÇÃO Custo de mudança para a nova casa Pequenas despesas na construção da nova casa. UTILIDADES E SERVIÇOS Abastecimento de água Proprietários dos estabelecimentos Proprietários dos postos de gado Abastecimento de água própria. acesso a água noutros locais Proprieários Transporte e mão-de-obra para a movimentação de pessoas, pertences e pequenos animais para a nova casa. Proprietários Um pagamento de MT por família para cobrir pequenas despesas de alocação nas novas habitações Proprietários Fornecimento de um tanque de água para a recolha de água da chuva Inicialmente, a água potável será fornecida através de tubos de canalização comuns (Chavane) ou furos (outras áreas) As habitações novas incluirão a canalização interna que poderá ser conectada ao sistema de abastecimento público no futuro pelo proprietário Compensação em dinheiro avaliada ao custo total de reposição das estruturas afectadas Opção: Novos materiais de construção (adquiridos e transportados pelo Projecto para o local) mais pagamento em dinheiro para a mão de obra necessária Compensação em dinheiro avaliada ao custo total de reposição das estruturas afectadas Opção: Novos materiais de construção (adquiridos e transportados pelo Projecto para o local) mais pagamento em dinheiro para a mão de obra necessária. Compensação em dinheiro avaliada ao custo total de reposição das estruturas afectadas Opção: Novos materiais de construção (adquiridos e transportados pelo Projecto para o local) mais pagamento em dinheiro para a mão de obra necessária Os proprietários serão autorizados a resgatar os materiais das estruturas originais a seu próprio custo e antes de uma data especificada. Será prestada assistência a famílias vulneráveis. 07

135 Impacto/Perda Fornecimento de energia. Categorias de Elegibilidade Proprietários Fornecimento de energia própria, acesso a lenha, etc. Direitos e Outras Medidas de Mitigação Instalações públicas Escolas, unidades de saúde, etc. Campos comunitários de desportos EMPREGO E RENDIMENTO Acesso ao local de trabalho Resultante de uma pessoa que se desloca para um novo lugar Renda do negócio (actividade comercial. etc.) Perda de renda temporária durante o restabelecimento do negócio Culturas não colhidas em machambas (perda de alimentos ou de renda) As novas habitações incluirão instalação eléctrica, placa de distribuição e iluminação básica. As habitações serão conectadas à rede pública de distribuição (Chavane) ou estarão equipadas com painéis solares (outras áreas), etc. O Projecto cobrirá o custo da ligação inicial, mas os proprietários serão responsáveis pelas taxas de consumo. Fornecimento de treinamento para a manutenção de painéis solares Sem perdas. As famílias afectadas usarão as instalações existentes dentro da mesma comunidade Proprietários de parcelas residenciais As famílias e indivíduos afectados serão reassentados o mais próximo possível das suas actuais habitações Propriet+arios de estruturas de negócio Será garantido um pagamento em dinheiro a ser calculado de acordo com o tipo de negócio a ser afectado Proprietários de machambas Compensação em dinheiro calculada de acordo com os preços de mercado Fornecimento de uma nova área para recreação nas novas aldeias de reassentamento Os proprietários poderão continuar a cultivar os campos até que sejam aconselhados pelo Projecto para parar o cultivo (uma data de corte futura para as culturas) para permitir que eles continuem a alimentar as suas famílias, etc. até que a terra seja realmente adquirida. A compensação será paga por quaisquer culturas que ainda estejam na terra na data limite 08

136 Impacto/Perda Árvores de fruta Perda de bens Perda de colheita de frutas futuras (alimentos ou renda potencial) Recursos naturais da comunidade Capim para cobertura de habitações, plantas medicinais, frutos silvestres, lenha, etc. Perda mínima, Comunidades / indivíduos terão licenças especiais para usar recursos naturais na zona de impacto Perda temporária ao acesso rodoviário de Jone O acesso ( km) ao longo da estrada de Chavane a Panganine e Jone será interrompido durante a construção da barragem IMPACTOS CULTURAIS Acesso a sepulturas As sepulturas afectadas na zona de impacto serão inundadas pela água ou tornar-se-ão distantes das famílias que serão transferidas para novas aldeias de reassentamento Categorias de Elegibilidade Direitos e Outras Medidas de Mitigação Proprietários de árvores de fruta. Fornecimento de duas mudas de árvores para cada árvore afectada Compensação em dinheiro calculada de acordo com os preços de mercado Treinamento em sementeira/plantação e manutenção de mudas Comunidade Utilização de áreas alternativas com recursos semelhantes ou licenças especiais para usar recursos naturais na zona de impacto Público em geral Acesso alternativo (permanente) a ser fornecido Famílias com sepulturas na área de impacto Fornecimento de terras perto das aldeias de reassentamento para novos cemitérios Custo dos arranjos para exumação, remoção e reenterro dos corpos e substituição de lápides ou estruturas similares. Contribuição em espécie e em dinheiro para cerimónias ou rituais necessários durante o processo de trasladação 09

137 9 AQUISIÇÃO DE TERRA DE SUBSTITUIÇÃO PARA FINS RESIDENCIAIS E AGRÍCOLAS 9. ALDEIAS DE REASSENTAMENTO Um total de 3 famílias serão reassentadas em quatro aldeias de reassentamento, tal como indicado na Tabela 5. Algumas famílias requereram ser reassentadas noutras aldeias for a das suas Tabela 5 Nova aldeia de reassentamento Chavane Ligongolo (Fungotine) Babtine Ndindiza TOTAL 9.. Número de famílias a reassentar Famílias por comunidades de origem Ligongolo/ Babtine Ndindiza Mahungo Jone Chavane Residentes nas areas de reassentamento propostas TOTAL Contexto Nos termos da Lei (Decreto Nº 3/202, de 8 de Agosto, Artigo 2), a responsabilidade de disponibilizar as áreas para o reassentamento das famílias afectadas e para a prática de actividades de subsistência pertence ao Governo Distrital. De acordo com o projecto original elaborado em 200/, as famílias afectadas deveriam ser reassentadas em três locais de reassentamento separados. Para as famílias afectadas de Chavane, foi identificado um local de reassentamento a 2 km a leste de Chavane. As poucas famílias afectadas em Jone deveriam ser reassentadas dentro da comunidade existente. As famílias afectadas de Ndindiza, Babtine e Fungotine (Ligongolo) deveriam ser reassentadas num único local na área de Babtine/Ligongolo, embora a localização exacta do local não tenha sido especificada. Uma série de locais potenciais para o reassentamento (para fins residenciais e agrícolas) foi identificada em 200 e 20 durante a preparação do projecto original. Estes locais foram identificados juntamente com os líderes da comunidade (incluindo líderes das possíveis comunidades de acolhimento) e funcionários do governo local. Embora os locais tenham sido visitados, nenhuma avaliação detalhada da sua adequação foi feita nesse momento Processo Em Janeiro de 204 realizou-se uma reunião com os líderes das comunidades afectadas, a fim de discutir o processo de confirmação da localização, extensão e adequação dos possíveis locais de reassentamento. Em Dezembro de 204, as famílias afectadas de Ndindiza, Babtine e Fungotine (Ligongolo) informaram o Projecto que não queriam ser reassentadas juntas (como um único grupo) devido às seguintes razões, entre outras: 0

138 Não querer ser separadas das suas comunidades (vizinhos e parentes); A área proposta para o reassentamento situar-se longe das suas comunidades actuais; Não quererem desligar-se das suas actuais estruturas de liderança; e No caso de Ndindiza, alguns membros das famílias afectadas encontram-se a trabalhar na Reserva de Caça de Sábiè, pelo que se fossem deslocados para a área proposta, estariam muito longe do seu local de trabalho. Durante o período de Fevereiro de 205 a Março de 206, foram realizadas diversas visitas ao local. As visitas foram realizadas juntamente com os líderes comunitários relevantes, líderes tradicionais (por exemplo. Régulos), funcionários do Governo do Distrito de Moamba e do Posto Administrativo de Sábiè, funcionários técnicos da UGBI, do Especialista em Reassentamento e de um topógrafo de solos do Provedor de Serviços Ambientais e Sociais. As listas de participação foram preenchidas para cada visita ao local e os trabalhos das visitas e reuniões foram registados. Durante as visitas ao local, as coordenadas dos limites dos potenciais locais alternativos de residência foram capturadas usando GPS. Com base em estudos documentais anteriores, os solos dos locais foram avaliados de forma breve. As coordenadas foram submetidas ao Governo do Distrito de Moamba, e a atribuição oficial dos locais propostos para o reassentamento foi confirmada pelo Governo Distrital em Abril de 206 (Anexo 6). Em Julho de 207 os líderes comunitários de Babtine informaram o Projecto que o local que tinha sido seleccionado em 206 para construção da nova aldeia de reassentamento já não estava, por várias razões, disponível. Em colaboração com o Governo do Distrito, a comunidade escolheu um local alternativo, considerado mais conveniente do que o anterior dado ser imediatamente adjacente à estrada que liga Chavane a Ndindiza, estar muito próximo da escola e Centro de Saúde de Babtine e estar perto da terra agrícola de substituição Princípios Orientadores Os principais princípios orientadores que foram aplicados para a seleccão das possíveis áreas hospedeiraso foram os seguintes: Que os critérios de selecção de terrenos satisfizessem os requisitos da Legislação Moçambicana sobre o reassentamento, bem como a Política do Banco Mundial sobre o Reassentamento Involuntário (OP 4.2); Que as necessidades sociais e culturais das comunidades afectadas e de acolhimento fossem tanto quanto possível respeitadas e que a ruptura da coesão comunitária também fosse evitada ao máximo possível; Que as novas áreas de residência estivessem o mais próximo possível dos locais onde as famílias afectadas vivem actualmente; Que as novas áreas de residência estivessem o mais próximo possível das escolas e estabelecimentos de saúde que são actualmente utilizados pelas famílias afectadas; e Que as novas áreas agrícolas estivessem o mais próximo possível das novas áreas residenciais e de quaisquer campos remanescentes e não afectados que sejam utilizados pelas famílias afectadas. Que a qualidade dos solos das áreas agrícolas de substituição fosse, pelo menos, equivalente à qualidade dos solos das áreas agrícolas afectadas que serão adquiridas pelo Projecto.

139 9..4 Cálculo da Quantidade de Terra Necessária para os Locais de Residência A legislação nacional estabelece que, em caso de reassentamento rural,, as novas parcelas residenciais a atribuir devem ter uma área mínima de m2 (0.5 há). Áreas para estradas de acesso, infra-estruturas sociais, etc. devem também ser disponibilizadas. A Política do Banco Mundial também estabelece que "onde os impactos incluem a deslocação física. deverão ser tomadas medidas para garantir que as pessoas deslocadas recebam habitação ou parcelas habitacionais... para as quais uma combinação de vantagem de localização e outros factores sejam pelo menos equivalentes às vantagens do antigo local". Para o cálculo da área de terra necessária para os novos locais de residência foi utilizada a seguinte abordagem: 9..5 Área de uma parcela residencial individual = 0.5 ha; Um adicional de 25% para o fornecimento de terra necessária para vias de acesso internas (entre habitações), infra-estrutura social (por exemplo, unidades de saúde,escolas, áreas de mercado, campos de desportos, infra-estruturas religiosas, centros comunitários, etc.) Portanto, a área bruta necessária é de ha por cada família a reassentar; Quando apropriado, os números foram arredondados para o número inteiro mais próximo. Resultados Foram seleccionados (e confirmados pelo Governo do Distrito) quatro locais para a construção das aldeias de reassentamento em Chavane, Ligongolo (área de Fungotine), Babtine e Ndindiza. Não haverá aldeia the reassentamento em Jone, onde a única família afectada pediu para ser realojada na nova aldeia de reassentamento em Chavane. A localização das novas aldeias de reassentamento está indicada na Figura 9. As áreas da terra necessária e obtida para o reassentamento são apresentadas na Tabela 6. Uma descrição mais detalhada dos locais de reassentamento pode ser encontrada nos capítulos que se seguem. 2

140 Figura 9 Locais propostos para Reassentamento na Área do Projecto Tabela 6 Comunidade Chavane Ligongolo (Fungotine) Babtine Ndindiza TOTAL Terrenos adquiridos para aldeias de reinstalação No. de famílias a reassentar Área necessária (ha) (aproximada) Área disponível (ha) (aproximada) TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO Foram identificadas 90 machambas com uma área total de 388 ha nas zonas de impacto do projecto, que pertencem a 5 famílias (agricultores) que vivem em Chavane (incluindo Panganine), Mahungo, Ligongolo, Babtine, Ndindiza e Jone. A Tabela 7 mostra o número de agricultores afectados e a terra agrícola perdida em cada comunidade. Tabela 7 Comunidade Chavane/Panganine Ligongolo/Mahungo Babtine Ndindiza Jone TOTAL Agricultores e área afectada Agricultores afectados Área perdida (ha)

141 9.2. Princípios Orientadores Os principais princípios orientadores que foram aplicados para a selecção das possíveis áreas agrícolas foram os seguintes: Os critérios de selecção de terra devem cumprir os requisitos da legislação Moçambicana e as orientações da política do Banco Mundial sobre reassentamento involuntário (OP 4.2); A qualidade dos solos nas areas de substituição agrícola deve ser, pelo menos, equivalente à dos solos das áreas agrícolas perdidas. Caso tal não seja possível, medidas de mitigação adicionais deverão se aplicadas; As novas terras agrícolas devem estar o mais próximas possível dos locais de reassentamento ou dos locais de residência das famílias afectadas por deslocação económica; As terras agricolas de substituição devem ter, pelo menos, a mesma área das terras perdidas (dependendo do seu potencial produtivo); As machambas existentes no interior da áreas agrícolas de substituição serão mantidas e incorporadas nas medidas de apoio e de restauração dos meios de subsistência previstas para as famílias reassentadas; e Os agricultores afectados devem receber assistência para melhorar, ou pelo menos restaurar, a sua actividade agrícola. Cálculo da Quantidade de Terra Necessária para Agricultura A legislação nacional estabelece que (em locais de reassentamento), deve ser reservada terra para a prática da agricultura, pecuária e outras actividades. A legislação não especifica as dimensões dos campos agrícolas a ser alocados. Paralelamente, a Política do Banco Mundial exige que as pessoas deslocadas sejam auxiliadas nos seus esforços para melhorar os seus padrões de vida, ou pelo menos, para os restaurar, em termos reais, aos níveis de pré-deslocação ou aos níveis prevalecentes antes do início da implementação do projecto, o que for superior. A Política também exige que "onde os impactos incluam a deslocação física, sejam tomadas medidas para garantir que as pessoas deslocadas recebam... (conforme necessário) terras agrícolas com potencial produtivo, vantagem de localização e outros factores pelo menos equivalentes às vantagens dos locais antigos)". A Política estabelece ainda que "caso (...) terra suficiente não esteja disponível (...) deverão ser fornecidas opções não baseadas na terra e construídas em torno de oportunidades de emprego ou trabalho independente " O potencial produtivo de uma determinada terra é determinado pelo seu tamanho e qualidade (por exemplo, características do solo). A área de terra de propriedade ou utilizada por cada indivíduo é também altamente variável. Assim, o nível de compensação (ou a área da terra de substituição) deverá também variar de indivíduo para individuo (de acordo com a quantidade de terra perdida) a fim se garantir que se mantenha pelo menos o mesmo potencial produtivo. Caso a terra a ser adquirida seja insuficiente, serão necessários meios alternativos de restauração do padrão de vida, tais como a intensificação da agricultura (por exemplo, irrigação, que permite o aumento de produtividade ) ou outras opções não baseadas na terra. 4

142 Para o cálculo da área de terra necessária para novos locais agrícolas, a seguinte abordagem foi utilizada: A área total de terras agrícolas afectadas (campos) perdidos por uma família ou indivíduo será substituída por uma área igual de terras agrícolas num outro local. Sempre que possível, os campos serão planeados e desenvolvidos em "blocos" de terras e não como parcelas individuais e dispersas. Isto ajudará no planeamento e implementação de medidas adequadas de conservação de solos e da água para melhorar a sustentabilidade e a produtividade. A terra para agricultura será alocada em parcelas padrão de 0.5 ha cada. A área total de terra (compensação) a ser atribuída a uma família ou a um indivíduo irá variar consideravelmente de acordo com a quantidade de terra perdida a favor do projecto. Não será prático planear, alocar e preparar campos de diferentes tamanhos (não padronizados) nos blocos agrícolas. As famílias afectadas que perderam menos de 0.5 ha de terra, receberão uma única parcela de terra (campo) de 0.5 ha. As famílias afectadas que perderam mais de 0.5 ha de terras receberão parcelas de terra adicionais (0.5 ha cada), adjacentes, até pelo menos a área total de terra perdida no projecto. Por exemplo, uma família que perde 2.3 ha de terras agrícolas receberá cinco parcelas de terra de 0.5 ha cada, adjacentes entre si (2.3 ha / 0.5 ha por parcela. arredondadas para o próximo número inteiro. = 5 parcelas). Será disponibilizadoum adicional de 20% para garantir terra necessária para vias internas de acesso, descontar áreas improdutivas (por exemplo, áreas com rochas ou solos rasos dentro dos blocos agrícolas) e para trabalhos adequados de conservação de solos e água. Portanto, a área bruta necessária é de 0.6 ha por parcela de terra. Quando apropriado, os números serão arredondados para o número inteiro mais próximo. As parcelas de terra para agricultura serão alocadas aos beneficiários pelos líderes comunitários de acordo com as normas consuetudinárias. Processo Durante o período de Fevereiro de 205 a Março de 206, foram realizadas diversas visitas ao local. As visitas foram realizadas juntamente com os líderes comunitários relevantes, líderes tradicionais (por exemplo, Chefes de Terra), funcionários do Governo do Distrito de Moamba e do Posto Administrativo de Sábiè, funcionários técnicos da UGBI, do Especialista em Reassentamento e de um topógrafo de solos do Provedor de Serviços Ambientais e Sociais. As listas de participação foram preenchidas para cada visita ao local e os trabalhos das visitas e reuniões foram registados. Durante as visitas ao local, as coordenadas dos limites dos potenciais locais alternativos de agricultura foram capturadas usando GPS. As coordenadas foram submetidas ao Governo do Distrito de Moamba, e a atribuição oficial dos locais propostos para o reassentamento foi confirmada pelo Governo Distrital em Abril de 206 (Anexo 6). Foi realizada uma avaliação da capacidade agrícola das potenciais terras de substituição (a metodologia é descrita no Anexo 3). Foram preparados mapas de solo e a foi determinada a área com aptidão para agricultura de sequeiro. 5

143 9.2.4 Resultados Foram seleccionados e avaliados 3 blocos de terra para agricultura. A descrição detalhada dos solos existentes em cada bloco é apresentada no Anexo 3. Em resumo, os resultados do estudo de solos revelaram o seguinte: Em Baptine e Jone há áreas consideráveis que têm solos pedregosos rasos (profundidade inferior a 30cm) associados a afloramentos rochosos e não são adequados para qualquer tipo de actividade agrícola; Em geral, os solos de basalto líticos (Bl) não são recomendados para a agricultura. São na sua maioria solos pedregosos rasos com baixo potencial agrícola; Os solos basálticos pretos (Bp) geralmente apresentam características verticais (vertisolos) e não são adequados para a agricultura de sequeiro. Estes solos têm baixa porosidade e tendem a quebrar se na superfície. Portanto, a drenagem é fraca a moderada e a infiltração de água no solo é insuficiente; e Os solos de coluviais sobre basalto (solos Cc) são susceptíveis de inundação temporária durante a estação de chuvas, especialmente em anos de fortes chuvas. Dos 872 ha de terra analisada, 645 ha são aptos para agricultura de sequeiro. Deduzindo 24 ha de campos agrícolas já existentes no local, a área disponível para distribuição é de 62 ha. No entanto, a terra disponível nem sempre se situa nas comunidades que dela necessitam (por exemplo, em Ndindiza há mais terra disponível do que o necessário, enquanto em Babtine e Jone há menos terra disponível do que o necessário). A disponibilidade de terra agrícola em relação aos requisitos de terras agrícolas está ilustrada na Tabela 8. Tabela 8 Local Chavane/ Mabane Ligongolo Babtine Ndindiza Jone TOTAL Disponibilidade da terra agrícola em relação aos requisitos de terras agrícolas Área pesquisada (ha) Área disponível (ha) Área principal Área necessária (ha) Área de reserva Total Saldo (ha) Disponível menos Necessária Há um déficit de 29 ha (6% ) localizado em em Ligongolo/Fungotine (8 ha) e em Jone (2 ha). Discussões com líderes comunitários indicaram que terra alternativa para suprir este déficit pode ser facilmente obrida. Esta obtenção deverá ser feita no início do processo de implementação Muitos dos campos afectados estão localizados ao longo das margens da albufeira de Corumana. Os agricultores aproveitam a humidade residual no solo à medida que o nível de água da albufeira reduz (agricultura de recessão). Isto permite que eles ampliem a temporada de crescimento durante o ano e obtenham maiores rendimentos do que em machambas de sequeiro. Infelizmente, não será possível substituir este tipo de agricultura nos novos locais de reassentamento. Como alternativa, serão introduzidas medidas para auxiliary os agricultores a melhorar, ou, pelo menos, restaurar, as suas actividades agrícolas. O Projecto seguirá esta opção, tal como descrito no Plano de Restauração dos Meios de Subsistência (Anexo 9). 6

144 0 Reassentamento em Chavane 0. ALDEIA DE REASSENTAMENTO 0.. Número de famílias a reassentar Serão reassentadas 88 famílias na nova aldeia de reassentamento em Chavane4. Este número inclui 85 famílias de Chavane (87 do bairro Quenhene e uma do bairro Panganine), uma família de Jone e duas famílias de Ndindiza Localização A localização da nova aldeia de reassentamento em Chavane é mostrada na Figura 0. Figura 0 Site proposto para reinstalação - Chavane A nova aldeia será adjacente à estrada asfaltada que liga Sábiè Sede a Chavane, situando-se a menos de km do actual aglomerado de Chavane. Embora esteja separada de Chavane pelo Rio Masicate, a nova aldeia constituirá um novo bairro de Chavane. A Tabela 9 compara as distâncias médias das residências actuais às estruturas de serviços existentes e as distâncias da nova aldeia de reassentamento a esses mesmos serviços. No caso de casamentos poligâmicos, as segundas (e outras) esposas são consideradas como constituíndo uma família separada para efeitos de reassentamento, tendo direito a residência própria. 4 7

145 Tabela 9 Local Aldeia de reassentamento Chavane Campos agrícolas afectados Novos campos agrícolas Estrada Escola de Chavane Posto de saúde da ARA-Sul Novo centro de saúde de Chavane (em construção) Lojas e Mercado de Chavane Actual cemitério de Chavane Distâncias Comparativas Chavane Distância das actuais residências (km) a Distância da nova aldeia de reassentamento (km) a to Embora a nova aldeia de reassentamento esteja imediatamente adjacente a Chavane, a terra onde sera construída pretence à comunidade vizinha de Malombo 2. No entanto, a aldeia de reassentamento ficará a mais de 5 km do assentamento de Malombo 2 (do qual estará separada por terras de pastagem) e não terá impacto significativo na comunidade de Malombo 2. O local não é habitado actualmente, pelo que não há famílias hospedeiras. Existem duas sepulturas na área. O Projecto assistirá as respectivas famílias a trasladar os corpos para o actual cemitério de Chavane Plano de urbanização Em 206 foram realizados levantamentos topográficos nos locais propostos para reassentamento. Com base nesses levantamentos, foi desenvolvido um plano de urbanização, o qual pode ser consultado no Anexo 7. A Figura mostra uma representação em pequena escala desse plano. 8

146 Figura Implantação dos talhões residenciais Chavane Foi fornecida a seguinte alternativa no plano fisico: 90 Parcelas residenciais (0.5 ha cada) 88 parcelas necessárias; Vias de acesso internas (com iluminação pública); Espaços para uso religioso (por exemplo, igrejas); Espaços para uso público; Espaços para pequenas lojas; e Espaço para campos de desportos. Em Chavane já existem dois mercados e acredita-se que o foco deverá ser o desenvolvimento dessas áreas de mercados ao invés da criação de novos mercados na área. No entanto, foi incluído no plano espaço para estruturas comerciais. Não existem espaços para novas escolas, unidades de saúde, etc., que tenham sido incluídos nos planos urbanísticos porque existem essas instalações em Chavane. O posto policial existente em Chavane ainda é adequado para a área do Projecto. Há um cemitério comunitário em Chavane que pode ser expandido 0..4 Demarcação e Atribuição de Parcelas Residenciais Os líderes da comunidade receberão os planos físicos dos locais de reassentamento os quais incluirão os limites de cada parcela de 0.5 ha e o número de identificação associado. Será responsabilidade dos líderes da comunidade e dos beneficiários proceder à alocação final das parcelas a beneficiários específicos, de acordo com o ambiente social e as preferências colectivas e individuais. O Projecto não se envolverá directamente nesse processo. 9

147 Com base nas alocações feitas pelas comunidades, o Projecto deverá identificar o tipo (tamanho) da casa a ser construída em cada parcela individual e indicar essa construção no projecto final detalhado para o plano de layout para as novas habitações. O Projecto irá demarcar cada parcela de 0.5 ha com marcos com números de identificação. O Projecto irá ajudar (incluindo custos) no processo de atribuição de títulos formais de (DUATs) para as novas parcelas residenciais Casas de reassentamento Os critérios mínimos para as casas de reassentamento estão definidos por Lei. As especificações incluem: Mínimo de três quartos (casa de tipo 3); Área mínima de 70 m2; Construção em materiais modernos; Respeito pelas características sociais e culturais da comunidade; Electricidade; Fornecimento de água; e Instalações sanitárias. Em Agosto de 206 realizaram-se reuniões em cada uma das comunidades afectadas para divulgar o projecto conceitual proposto e as especificações preliminares para as habitações de substituição. O desenho da casa proposto pelo Projecto foi bem recebido e apenas algumas pequenas alterações (por exemplo, duas janelas em cada quarto em vez de uma) foram sugeridas e posteriormente incorporadas no projecto,. De acordo com a Lei, o tamanho mínimo de uma casa de reassentamento será de 70 m 2 e consistirá de uma sala de estar, uma cozinha, uma casa de banho e uma sanita e três ou mais quartos. O número de quartos a ser fornecidos é determinado pelo número de quartos que cada família irá perder. Todos os quartos terão portas que acedem a um corredor aberto para permitir acesso independente aos quartos exteriores (de acordo com os requisitos culturais locais). A casa foi desenhada de modo a que o proprietário possa facilmente adicionar mais quartos, caso assim o deseje. As casas serão construídas com blocos de cimento e cobertas com chapas de zinco com revestimento interior. Serão utilizadas portas de madeira e janelas de vidro com armações em aço. As paredes internas e externas serão rebocadas e pintadas. A canalização interna e acessórios (por exemplo, sanita, lavatório e lava-loiças) serão colocadas na casa de banho e na cozinha, conforme apropriado. Será fornecido um tanque séptico. Uma vez que o abastecimento público de água não será imediatamente conectado às habitações (somente numa etapa posterior, quando um abastecimento de água suficiente estiver disponível na área), o Projecto irá construir pelo menos uma unidade de saneamento para cada casa. Isto consistirá de uma estrutura de bloco de cimento com duas divisões, uma latrina melhorada ventilada e uma área para banho. Será fornecida uma casa de banho por cada seis membros da família. Cada casa será equipada com um sistema (por exemplo, caleiras) para recolher água da chuva e um tanque de 000 litros que poderá ser utilizado pela família em tempos de escassez de água ou para a rega de uma pequena horta. 20

148 Todas as habitações estarão equipadas com instalação eléctrica e acessórios. A electricidade será fornecida pela rede nacional da EDM, já existente em Chavane. Os desenhos das casas de reassentamento e das unidades de saneamento são fornecidos no Anexo 8. As Figuras 2 and 3 ilustram a planta e uma representação em 3D representation da casa-tipo. Figura 2 Planta da casa-tipo 3 2

149 Figura 3 Representação 3D da casa-tipo 3 A Tabela 20 indica o número e o custo unitário de novas habitações e unidades de saneamento a ser construídas em Chavane. Tabela 20 Número e custo unitário de Novas Casas em Chavane Tipo Tipo 3 Typo 4 Tipo 5 TOTAL Unidade Sanitária Qt Custo (USD) 22,400 25,760 29,20 2,394 Para as casas maiores (do Tipo 5 e acima), é possível que uma família opte por duas casas separadas na mesma parcela (por exemplo, duas casas de tipo 3). As casas de substituição serão entregues aos seus novos proprietários de forma formal, na presença de representantes do Governo Local e do Projecto. Antes da cerimónia de entrega, será fornecida uma indução a cada família beneficiária, a fim de a familiarizar com o equipamento e materiais das novas casas, bem como fornecer aconselhamento sobre os requisitos específicos de manutenção e de gestão das mesmas Fornecimento de Água Uma série de alternativas, com desenhos e custos estimados, é discutida no Estudo Preliminar de Abastecimento de Água e Electricidade (Anexo 5). Este estudo foi elaborado para orientar o processo de tomada de decisão e para fornecer estimativas de custo. Na aldeia de reassentamento de Chavane, a água será captada do actual sistema de fornecimento da ARA-Sul e tratada numa instalação de tratamento separada. A água tratada será transportada para a aldeia de reassentamento por tubagem própria e distribuída por várias fontanárias, com possibilidade de ligação a cada casa, dependendo da opção de cada família. Prevê-se que a operação e manutenção do sistema seja executada por uma entidade a contratar pela DNGRH. Essa entidade cobrará uma taxa calculada através de contadores (no caso de ligações 22

150 individuais) ou de acordo com os esquemas de pagamento vulgarmente usados para fontes comunitárias. Para além da aldeia de reassentamento, serão também instaladas algumas torneiras comunitárias em locais a designar em Chavane e o sistema de fornecimento de água será ligado à escola e ao novo centro de saúde de Chavane, beneficiando assim a comunidade em geral Electricidade Os projectos preliminares para fornecimento de electricidade à aldeia de reassentamento estão contidos no Estudo Preliminar de Abastecimento de Água e Electricidade (Anexo 5). A rede de distribuição da EDM existente em Chavane será estendida à aldeia de reassentamento e ligada a cada casa. O Projecto providenciará a ligação a cada casa. No entanto, competirá aos utilizadores pagar pela energia consumida. Uma provisão para a instalação de iluminação pública será também feita Escolas Os filhos das famílias reassentadas continuarão a usar a escola existente (a 2.5 km de distância) no bairro da Aviação de Chavane e nenhuma escola nova está planeada para a aldeia de reassentamento. A escola não dista muito das casas existentes na zona de impacto. O Projecto ligará a escola à rede de distribuição de electricidade da EDM existente e ao sistema de distribuição de água descrito acima. Também irá construir quatro novas salas de aula e quatro casas para professores Unidades de Saúde As famílias reassentadas em Chavane continuarão a utilizar o posto de saúde existente no acampamento da ARA-Sul (a 2.7 km) e, mais tarde, o novo centro de saúde (próximo da escola no bairro Aviação de Chavane), logo que este se torne operacional. O posto de saúde da ARA-Sul dista muito longe das casas na zona de impacto. Para auxiliar na abertura do novo centro de saúde, o Projecto irá conectá-lo à rede de distribuição de electricidade da EDM e ao sistema de distribuição de água descrito acima. O Projecto irá cobrir o custo da conclusão de uma casa para o pessoal de saúde do tipo 2., no novo centro de saúde Recreação Na área de reassentamento de Chavane, o Projecto irá preparar um novo campo de futebol para substituir o campo de futebol existente que se encontra dentro da zona de impacto em Quenhene. 0.. Cemitério As famílias reassentadas continuarão a utilizar o actual cemitério de Chavane, localizado a cerca de 600m da aldeia de reassentamento. O actual cemitério será ampliado pelo Projecto, que fornecerá ainda materiais para vedação da nova área, de modo a impedir a entrada de gado 23

151 0..2 Organização Comunitária Uma vez que as famílias afectadas serão reassentadas muito perto das suas residências originais e permanecerão inseridas nas mesmas comunidades, não se esperam mudanças significativas na actual organização comunitária e liderança. A aldeia de reassentamento proposta para Chavane está localizada em de Malombo 2 mas o acordo assinado entre as duas comunidades estipula que a comunidade de Chavane reassentada permanecerá sob liderança dos líderes actuais. 0.2 TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO 0.2. Localização Para substituir a terra agrícola perdida por 7 famílias em Chavane, o Projecto fornecerá 25 ha de terra alternativa em 4 blocos distintos mas adjacentes. De acordo com o quadro de atribuição de direitos, a a terra de substituição agrícola está distribuída em áreas de base (42 ha) ou em áreas de reserva (09 ha). A localização dos blocos é mostrada na Figura 0 (acima). Dos 25 ha de terra requeridos para agricultura em Chavane, 3 ha encontram-se em terra comunitária de Chavane. Os restantes 220 ha pertencem à vizinha comunidade de Mabane, que concordou em permitir que as famílias de Chavane usem essa terra, não utilizada por eles Planeamento e Demarcação de Campos Individuais Será realizado um levantamento da terra agrícola de substituição, sobre imagem de satellite, para auxiliar a preparação da terra para entrega aos novos utilizadores (divisão dos lotes agrícolas e planeamento de medidas de conservação de água). A terra de substituição será entregue às famílias em parcelas de 0.5 ha42. O número de parcelas que cada família recebe depende da área de terra agrícola perdida. Dado que não serão fornecidas parcelas de dimensão inferior a meio hectare, muitas famílias receberão (graças ao processo de arredondamento para cima) uma área superior à área perdida. O Projecto irá demarcar cada parcela agrícola com marcos com números de identificação. Os líderes comunitários receberão os planos físicos dos locais agrícolas, que incluirão os limites de cada parcela ha e o seu número de identificação associado. Será responsabilidade dos líderes comunitários e dos beneficiários alocar parcelas a beneficiários específicos de acordo com o ambiente social e as preferências colectivas e individuais. Esta operação será supervisionada pelo Governo do Distrito de Moamba. O Projecto não irá envolver-se directamente neste processo. O Projecto irá ajudar (incluindo custos) no processo de atribuição de títulos formais de (DUATs) para as novas parcelas agrícolas. A alocação de terra em parcelas de dimensão padronizada destina-se a facilitar o planeamentodo processo de demarcação e alocação

152 0.2.3 Limpeza e Preparação dos Campos Detalhes sobre as recomendações e procedimentos para destronca e limpeza das novas machambas podem ser consultados no Estudo Especializado de Agricultura (Anexo 4). O proponente deverá entregar as parcelas agrícolas aos seus novos proprietários já preparadas para o cultivo, ou seja, desmatadas e lavradas. Tendo em conta as características do terreno, deverão se considerados alguns dos seguintes aspectos na preparação das parcelas: Uso de máquinas com trilhos, com potência de tracção inferior a 200cv; Uma grade mecânica para remover pedras da superfície do solo será também aconselhável a superfície do solo deverá ser retida nos campos e não removida para outro local; A depuração da vegetação e as operações de limpeza do solo deverão ser estritamente limitadas às parcelas, a fim de evitar perturbações desnecessárias do solo; Ao limpar-se a terra, recomenda-se que algumas árvores de grande porte e árvores de madeira preciosa, se as houver, não sejam removidas. Os proprietários de parcelas deverão estar cientes desta norma; e Proceder à limpeza da vegetação, substracto subterrâneo, desmatamento (vegetação e pedras) antes da lavoura e gradagem Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência A entrega de parcelas agrícolas alternativas aos agricultores afectados em diferentes locais pode não garantir que as famílias beneficiárias consigam atingir na totalidade os mesmos níveis de produção que atingem actualmente nas suas machambas dentro das zonas de impacto e, portanto, serão capazes de, pelo menos, restaurar os seus meios de subsistência. Os solos encontrados nas áreas agrícolas alternativas são geralmente semelhantes aos encontrados nas machambas afectadas dentro das zonas de impacto, uma vez que derivam do mesmo tipo de materiais (por exemplo, pedras). A fertilidade dos solos é semelhante, mas os solos nas áreas alternativas são menos adequados para a agricultura em termos de inclinação, profundidade do solo, presença de pedras, teor de argila e capacidade de retenção de água do solo, entre outros. Deste modo, as áreas alternativas têm um potencial de produção mais baixo do que as machambas afectadas que se encontram dentro da zona de impacto. Reconhece-se que as áreas mais adequadas para a agricultura na área da Corumana já foram atribuídas a pessoase que quaisquer terrenos disponíveis na área, particularmente os que se encontram próximo das aldeias de reassentamento propostas, têm, de forma geral, condições menos favoráveis. Uma vez que, na maioria dos casos, não é possível oferecer aos agricultores terrenos de substituição que tenham, no mínimo, a mesma qualidade das machambas afectadas, serão desenvolvidas e implementadas outras medidas para restaurar ou aumentar a produtividade. Durante o verão, as águas correm em direcção à albufeira de Corumana e o nível da água sobe. Durante o inverno, abrem-se as comportas e o nível de água desce, ficando para trás a humidade residual no solo ao longo da margem da albufeira à medida que a água recua. Alguns agricultores aproveitam esta humidade residual para prolongar o período vegetativo das culturas e aumentar a produtividade agricultura de recessão. No entanto, a agricultura de recessão das cheias é oportunista e arriscada. Em determinados anos, o nível de água da albufeira diminui substancialmente, levando a que haja menos, ou nenhuma, humidade residual no solo. Nesses anos, os rendimentos das culturas são desfavoráveis. Noutros anos, o nível da água sobe acima do nível das machambas de recessão e inunda as culturas, levando a que não haja produção, ou a que esta seja 25

153 reduzida, porque as colheitas ficam danificadas ou destruídas. Assim, o contributo da agricultura de recessão para os meios de subsistência das famílias na área do Projecto pode não ser tão significativo ou sustentável como muitas vezes se quer acreditar. Considera-se que setenta e cinco (40%) de todas as machambas afectadas, principalmente na área de Chavane, são machambas com culturas de recessão. Sessenta e cinco (58%) de todos os agricultores afectados têm acesso a pelo menos uma machamba com culturas de recessão. Não é possível reproduzir a agricultura de recessão das cheias fora das zonas de impacto e é um desafio tentar identificar e implementar alternativas viáveis equivalentes na área do Projecto. Medidas alternativas para compensar a perda dos benefícios da agricultura de recessão terão de ser desenvolvidas e implementadas. Mesmo se não existisse o Projecto e a necessidade de substituir as machambas afectadas por novos locais, os rendimentos das colheitas e a produtividade na área de Corumana são baixos. Em parte, isto deve-se a restrições naturais, como chuvas fracas e irregulares, invasão de pragas, etc., mas essencialmente deve-se aos baixos níveis de produtividade e métodos de produção inadequados utilizados por quase todos os agricultores. Em suma, algumas das principais restrições associadas à agricultura na área são as seguintes: Escassez de mão-de-obra familiar e/ou tracção animal e/ou tractor de tracção mecânica; Utilização de variedades de culturas de baixo rendimento e falta de conhecimento sobre variedades melhoradas e/ou acesso a estas; Falta de capital para adquirir alfaias agrícolas adequadas, sementes, fertilizantes, pesticidas, etc. e a competência necessária para saber utilizá-los43; e Métodos inadequados ou inapropriados de preparação e gestão da terra44 devido à falta de conhecimentos nesse domínio. Se os agricultores afectados continuarem a cultivar as machambas de substituição com os métodos e práticas actuais, existe o risco de não conseguirem alcançar os seus rendimentos e níveis de produção actuais e, portanto, poderem restaurar, no mínimo, os meios de subsistência provenientes da agricultura. É muito importante ajudar os agricultores a diminuir os constrangimentos que enfrentam actualmente. De modo a superar estes desafios, o Projecto, com a participação activa dos agricultores locais, impulsionará as seguintes medidas: Treino em técnicas de produção e extensão agrícola, baseadas principalmente em demonstração in situ; Fornecimento de insumos e ferramentas agrícolas; Promoção de implementos técnicos eficientes e de baixo custo, apropriados para a agricultura de pequena escala, e assistência logística para a sua aquisição; Promoção de celeiros melhorados, de modo a reduzir perdas pós-colheita; e Promoção e construção de canteiros para cultivo de hortícolas nos lotes residenciais,com técnicas de irrigação eficientes. Cerca de 70% dos agricultores usam sementes guardadas da colheita anterior e o uso de fertilizantes é insignificante (menos de 2% dos agricultores). 44 Por exemplo: método de plantio, profundidade de plantio, espaçamento e densidade de sementes, controlo de ervas daninhas, etc

154 Detalhes das medidas de restauração dos meios de subsistência propostas podem ser consultados no Estudo Especializado de Agricultura (Anexo 4)e no Plano de Restauração dos Meios de Subsistência (Anexo 9). 27

155 Reassentamento em Ligongolo (Fungotine). ALDEIA DE REASSENTAMENTO.. Número de famílias a reassentar Um total de oito famílias serão reassentadas na nova aldeia de reassentamento em Fungotine, na comunidade de Ligongolo...2 Localização A área onde será construída a aldeia de reassentamento é conhecida pelo nome de Fungotine e localiza-se dentro do bairro Kandizo, de Ligongolo (ver Figura 4). Figura 4 Locais propostos para o Reassentamento Ligongolo (Fungotinee) A aldeia de reassentamento situa-se a menos de 500 m da estrada que liga Chavane a Ndindiza. Não há, actualmente, residentes nessa área. A Tabela 2 compara as distâncias médias das residências actuais às estruturas de serviços existentes com as distâncias da nova aldeia de reassentamento a esses mesmos serviços. 28

156 Tabela 2 Distâncias comparativas Ligongolo (Fungotine) Local Aldeia de reassentamento Machambas perdidas Novas machambas Estrada Escola de Ligongolo Sede Posto de saúde de Mahungo Sede Lojas de Ligongolo Sede Distance das actuais residências (km) Distância da aldeia de reassentamento (km) Plano de urbanização O plano de urbanização para a aldeia de reassentamento de Ligongolo é apresentado no Anexo 7. Uma representação em pequena escala é ilustrada na Figura 5. Figura 5 Implantação dos talhões residenciais Ligongolo (Fungotine) 29

157 Foi fornecida a seguinte alternativa no plano fisico: 2 Parcelas residenciais (0.5 ha cada) 8 necessárias; Vias de acesso internas; Espaços para uso religioso (por exemplo, igrejas); Espaços para uso público; e Espaços para pequenas lojas. Não existem espaços para novas escolas, unidades de saúde, etc., que tenham sido incluídos nos planos fisicos porque existem essas instalações em Ligongolo Sede e Mahungo Sede...4 Demarcação e Atribuição de Parcelas Residenciais A demarcação e alocação dos talhões residenciais e DUATS na aldeia de reassentamento em Ligongolo seguem os mesmos procedimentos referidos a respeito de Chavane...5 Casas de reassentamento A tipologia e detalhes das casas de reassentamento a construir em Ligongolo, bem como os protocolos para a sua entrega, são os mesmos apresentados a propósito de Chavane A Tabela 22 indica o número e custo unitário de novas habitações e unidades de saneamento a ser construídas em Ligongolo. Tabela 22 Número e custo unitário de Novas Casas em Ligongolo Tipo Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 TOTAL Unidade Sanitária Número Custo unitário (USD) 22,400 25,760 29,20 2, Fornecimento de água e electricidade Água: a água para as famílias reassentadas em Ligongolo será fornecida através de furos. A água será bombeada, para depósitos elevados, através de bombas accionadas por energia solar. Será instalada uma pequena estação de tratamento, de modo a garantir a qualidade da água fornecida. O Projecto disponibilizará igualmente tanques comunitários para lavagem de roupa junto dos furos, bem como um bebedouro par gado. A operação e manutenção do sistema será assegurada pela mesma entidade que irá gerir o sistema de fornecimento de Chavane. Será cobrada uma taxa pela utilização do sistema. Electricidade: Não será possível ampliar a rede nacional para a aldeia de reassentamento de Ligongolo. Como alternativa, o Projecto irá instalar painéis solares para fornecer energia suficiente para alimentar algumas lâmpadas e pequenos aparelhos domésticos (por exemplo, televisores e carregadores de telemóveis). O Projecto irá treinar os beneficiários sobre como manter e cuidar dos painéis solares e de outros equipamentos. 30

158 ..7 Outra infraestrutura e serviços Estradas de acesso: O Projecto construirá uma estraa de acesso (600 m) ligando aaldeia de reassentamento à estrada Chavane/ Ndindiza. Escola: Os filhos das famílias reassentadas continuarão a usar a escola existente (a 2.0 km de distância) em Ligongolo Sede. A escola está mais próxima da aldeia de reassentamento do que das casas existentes na zona de impacto. O Projecto ligará a escola à rede eléctrica melhorada existente e instalará um sistema com tanque de 000 litros para colectar a água da chuva do telhado da escola. Serviços de saúde: O Projecto foi informado de que o Ministério da Saúde já não apoia pequenos postos de saúde, como aqueles os existentes em Mahungo, Babtine e Ndindiza e que não será alocado mais pessoal para estes postos, dado que a política de saúde actual aposta na melhoria das condições das unidade sanitárias maiores (centros de saúde), como o novo centro de saúde em Chavane. Cemitérios: Não existe qualquer cemitério comunitário junto da aldeia de reassentamento, sendo os enterronessa área feitos em cemitérios familiares individuais, geralmente dispersos. Foi requerido à comunidade que identifique umlocal apropriado para a construção de umcemitério junto da nova aldeia de reassentamento...8 Organização Comunitária Uma vez que as famílias afectadas serão reassentadas muito perto das suas residências originais e permanecerão inseridas nas mesmas comunidades, não se esperam mudanças significativas na actual organização comunitária e liderança..2 TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO.2. Localização Para substituir a terra agrícola perdida por 6 famílias na área de Ligongolo/Mahungo, o Projecto fornecerá 40 ha de terra agrícola de substituição localizada na área da comunidade. Essa terra consiste em 3 ha de área de base e 9 há de área de reserva. A localização dosblocos de terra é mostrada na Figura 4 (acima)..2.2 Planeamento, Demarcação e Preparação de Machambas O processo de planeamento, demarcação, alocação, destronca e preparação das machambas para cultivo serão os mesmos descritos a respeito de Chavane..2.3 Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência As medidas de restauração e melhoria dos meios de subsistência a implementar serão as mesmas descritas a propósito de Chavane. 3

159 2 Reassentamento em Babtine 2. ALDEIA DE REASSENTAMENTO 2.. Número de famílias a reassentar Serão reassentadas 4 famílias na nova aldeia de reassentamento de Batine. Este número inclui três famílias que já residem no local onde será construída a aldeia, as quais receberão igualmente casas de reassentamento Location A localização da aldeia de reassentamento debabtine é mostrada na Figura 6. Figura 6 Locais propostos para o Reassentamento Babtine A aldeia de reassentamento será adjacent à estrada que liga Chavane a Ndindiza e fica em frente da escola e do posto de saúde de at Babtine. A Tabela 23 compara as distâncias médias das residências actuais às estruturas de serviços existentes com as distâncias da nova aldeia de reassentamento a esses mesmos serviços. 32

160 Tabela 23 Local Distâncias comparativas Babtine Distância das actuais residências (km).0 a a a a a a 5.0.0a5.0 Aldeia de reassentamento Machambas perdidas Novas machambas Estrada Escola de Babtine Posto de saúde de Babtine Lojas em Babtine Distância de aldeia de reassentamento (km) 2.0 a a Plano de urbanização O plano de urbanização para a aldeia de reassentamento de Babtine é apresentado no Anexo 7. Uma representação empequena escala é mostrada na Figura 7. Figura 7 Implantação dos talhões residenciais Babtine 33

161 Foi fornecida a seguinte alternativa no plano fisico: 8 Parcelas residenciais (0.5 ha cada) 4 necessárias; Vias de acesso internas; Espaços para uso religioso (por exemplo, igrejas); Espaços para uso público; Espaços para pequenas lojas; e Espaço para recreação. Não existem espaços para novas escolas, unidades de saúde, etc., que tenham sido incluídos nos planos fisicos porque existem essas instalações em Babtine Demarcação e Atribuição de Parcelas Residenciais A demarcação e alocação dos talhões residenciais na aldeia de reassentamento em Ligongolo seguem os mesmos procedimentos referidos a respeito de Chavane Casas de reassentamento A tipologia e detalhes das casas de reassentamento a construir em Ligongolo, bem como os protocolos para a sua entrega, são os mesmos apresentados a propósito de Chavane A Tabela 24 indica o número e custo unitário de novas habitações e unidades de saneamento a ser Tabela 24 Número custo unitário de Novas Casas em Babtine Tipo Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 TOTAL Unidade Sanitária Número Custo unitário (USD) 22,400 25,760 29,20 2, Fornecimento de água e electricidade Água: a água para as famílias reassentadas em Babtine será fornecida através de furos. A água será bombeada, para depósitos elevados, através de bombas accionadas por energia solar. Será instalada uma pequena estação de tratamento, de modo a garantir a qualidade da água fornecida. O Projecto disponibilizará igualmente tanques comunitários para lavagem de roupa junto dos furos, bem como um bebedouro par gado. A operação e manutenção do sistema será assegurada pela mesma entidade que irá gerir o sistema de fornecimento de Chavane. Será cobrada uma taxa pela utilização do sistema. Electricidade: Não será possível ampliar a rede nacional para a aldeia de reassentamento de Babtine. Como alternativa, o Projecto irá instalar painéis solares para fornecer energia suficiente para alimentar algumas lâmpadas e pequenos aparelhos domésticos (por exemplo, televisores e carregadores de telemóveis). O Projecto irá treinar os beneficiários sobre como manter e cuidar dos painéis solares e de outros equipamentos. 34

162 2..7 Outras infraestruturas e serviços Escola: Os filhos das famílias reassentadas continuarão a usar a escola existente (a 00 m de distância) em Babtine. A escola casas existentes na zona de impacto. O Projecto instalará um sistema com tanque de 000 litros para colectar a água da chuva do telhado da escola. Serviços de saúde: O Projecto foi informado de que o Ministério da Saúde já não apoia pequenos postos de saúde, como aqueles os existentes em Mahungo, Babtine e Ndindiza e que não será alocado mais pessoal para estes postos, dado que a política de saúde actual aposta na melhoria das condições das unidade sanitárias maiores (centros de saúde), como o novo centro de saúde em Chavane. Cemitério: não existe nenhum cemitério comunitário perto da aldeia de reassentamento. Os enterros são normalmente feitos em cemitérios familiares individuais, geralmente dispersos. Foi requerido à comunidade que identifique um local apropriado para construção de um novo cemitério perto da aldeia de reassentamento Organização Comunitária Uma vez que as famílias afectadas serão reassentadas muito perto das suas residências originais e permanecerão inseridas nas mesmas comunidades, não se esperam mudanças significativas na actual organização comunitária e liderança. 2.2 TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO 2.2. Localização Para substituir as machambas perdidas por 0 famílias na área de Babtine, o Projecto fornecerá 40 ha de terra de substituição na mesma comunidade (área de base de 23 ha e área de reserva de 37 ha. A localização da terra de substituição é mostrada na Figura 6 (acima) Planeamento, Demarcação e Preparação de Machambas O processo de planeamento, demarcação, alocação, destronca e preparação das machambas para cultivo serão os mesmos descritos a respeito de Chavane Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência As medidas de restauração e melhoria dos meios de subsistência a implementar serão as mesmas descritas a propósito de Chavane. 35

163 3 Reassentamento em Ndindiza 3. ALDEIA DE REASSENTAMENTO 3.. Número de famílias a reassentar Serão reassentadas 2 families na nova aldeia de reassentamento de Ndindiza. Este número inclui uma família que reside na area escolhida para a construção da aldeia de reassentamento, e que será integrada no processo, reebendo uma casa de reassentamento Localização A localização da aldeia de reassentamento de Ndindiza é mostrada na Figura 8. Figura 8 Locais propostos para o Reassentamento Ndindiza A aldeia de reassentamento é adjacent à estrada que liga Chavane a Ndindiza e situa-se a cerca de 2 km da escola de Ndindiza (no centro da comunidade de Ndindiza. O local proposto apresenta a vantagem de não ser mais distante do Sábiè Game Park, onde alguns membros das famílias afectadas trabalham, do que as antigas residências. A Tabela 25 compara as distâncias médias entre as residências afectadas e as novas residências em relação aos locais e serviços mais importantes. 36

164 Tabela 25 Local Distâncias comparativas Ndindiza Distância das actuais residências (km) a a a a a 5.0 Aldeia de reassentamento Machambas perdidas Novas machambas Estrada Escola de Ndindiza Posto de saúde de Ndindiza Lojas em Ndindiza Distância da aldeia de reassentamento (km) Plano de urbanização O plano de urbanização da aldeia de reassentamento de Ndindiza é apresentado no Anexo 7. Uma represenção em pequena escala é ilustrada na Figura 9. Figura 9 Implantação dos talhões residenciais Ndindiza 37

165 Foi fornecida a seguinte alternativa no plano fisico: 8 Parcelas residenciais (0.5 ha cada) 4 necessárias; Vias de acesso internas; Espaços para uso religioso (por exemplo, igrejas); Espaços para uso público; Espaços para pequenas lojas; e Espaço para recreação. Não existem espaços para novas escolas, unidades de saúde, etc., que tenham sido incluídos nos planos fisicos porque existem essas instalações em Ndindiza Demarcação e Atribuição de Parcelas Residenciais A demarcação e alocação dos talhões residenciais e DUATs na aldeia de reassentamento em Ligongolo seguem os mesmos procedimentos referidos a respeito de Chavane Casas de reassentamento A tipologia e detalhes das casas de reassentamento a construir em Ndindiza, bem como os protocolos para a sua entrega, são os mesmos apresentados a propósito de Chavane A Tabela 26 indica o número ecusto unitário de novas habitações e unidades de saneamento a ser construídas em Ndindiza. Tabela 26 Número e custo unitário de Novas Casas em Ndindiza Tipo Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 TOTAL Unidade Sanitária Número Custo unitário (USD) 22,400 25,760 29,20 2, Fornecimento de água e electricidade Água: a água para as famílias reassentadas em Ndindiza será fornecida através de furos. A água será bombeada, para depósitos elevados, através de bombas accionadas por energia solar. Será instalada uma pequena estação de tratamento, de modo a garantir a qualidade da água fornecida. O Projecto disponibilizará igualmente tanques comunitários para lavagem de roupa junto dos furos, bem como um bebedouro par gado. A operação e manutenção do sistema será assegurada pela mesma entidade que irá gerir o sistema de fornecimento de Chavane. Será cobrada uma taxa pela utilização do sistema. Electricidade: Não será possível ampliar a rede nacional para a aldeia de reassentamento de Ndindiza. Como alternativa, o Projecto irá instalar painéis solares para fornecer energia suficiente para alimentar algumas lâmpadas e pequenos aparelhos domésticos (por exemplo, televisores e carregadores de telemóveis). O Projecto irá treinar os beneficiários sobre como manter e cuidar dos painéis solares e de outros equipamentos. 38

166 3..7 Outras infraestruturas e serviços Escola: Os filhos das famílias reassentadas continuarão a usar a escola existente (a 2 km de distância) em Ndindiza. O Projecto instalará um sistema com tanque de 000 litros para colectar a água da chuva do telhado da escola. Serviços de saúde: O Projecto foi informado de que o Ministério da Saúde já não apoia pequenos postos de saúde, como aqueles os existentes em Mahungo, Babtine e Ndindiza e que não será alocado mais pessoal para estes postos, dado que a política de saúde actual aposta na melhoria das condições das unidade sanitárias maiores (centros de saúde), como o novo centro de saúde em Chavane. Cemitérios: Os enterros são normalmente feitos em cemitérios familiares individuais, geralmente dispersos. Solicitou-se à comunidade que indicasse um local apropriado para a construção de um cemitério Organização Comunitária Uma vez que as famílias afectadas serão reassentadas muito perto das suas residências originais e permanecerão inseridas nas mesmas comunidades, não se esperam mudanças significativas na actual organização comunitária e liderança. 3.2 TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO 3.2. Localização Para substituir a terra perdida por famílias na área de Ndindiza, o Projecto fornecerá 52 ha de terra de substituição na área da comunidade (22 ha de área de base mais 30 há de área de reserva). A localização da terra de substituição é mostrada na Figura 8 (acima) Planeamento, Demarcação e Preparação de Machambas O processo de planeamento, demarcação, alocação, destronca e preparação das machambas para cultivo serão os mesmos descritos a respeito de Chavane Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência As medidas de restauração e melhoria dos meios de subsistência a implementar serão as mesmas descritas a propósito de Chavane. 39

167 4 REASSENTAMENTO EM JONE 4. ALDEIA DE REASSENTAMENTO Apenas uma família sera fisicamente deslocada. Essa família escolheu ser reassentada em Chavane, pelo que não haverá construção de casas de reassentamento em Jone. Água: Apesar disso, e de modo a beneficiar a comunidade, o Projecto abrirá um furo para abastecimento em Jone Sede. A água será bombeada, para depósitos elevados, através de bombas accionadas por energia solar. Será instalada uma pequena estação de tratamento, de modo a garantir a qualidade da água fornecida. O Projecto disponibilizará igualmente tanques comunitários para lavagem de roupa junto dos furos, bem como um bebedouro par gado. A operação e manutenção do sistema será assegurada pela mesma entidade que irá gerir o sistema de fornecimento de Chavane. Será cobrada uma taxa pela utilização do sistema. Cemitérios: Os enterros são normalmente feitos em cemitérios familiares individuais, geralmente dispersos. Solicitou-se à comunidade que indicasse um local apropriado para a construção de um cemitério pertode Jone, cemitério esse que receberá as campas a trasladar da área afectada TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO 4.2. localização Para substituir a terra perdida por 7 famílias na área de Jone area, o Projecto fonecerá 52 ha de terra de substituição na mesma comunidade (4 ha de área de base mais 38 há de área de reserva). A localização da terra de substituição é mostrada na Figura Planeamento, Demarcação e Preparação de Machambas O processo de planeamento, demarcação, alocação, destronca e preparação das machambas para cultivo serão os mesmos descritos a respeito de Chavane Outras Medidas Para a Restauração e Melhoria dos Padrões de Subsistência As medidas de restauração e melhoria dos meios de subsistência a implementar serão as mesmas descritas a propósito de Chavane. 40

168 Figura 20 Locais propostos para o Agriculutura - Jone 4

169 5 Resumo dos planos para locais de reassentamento 5. ALDEIAS DE REASSENTAMENTO 5.. Número da famílias a reassentar No total, 3 famílias serão reassentadas em novas aldeias de reassentamento: 27 families residentes na área de impacto do Projecto e 4 famílias que habitam nas áreas onde serão construídas as aldeias de reassentamento. A Tabela 27 indica o número de casas e instalações sanitárias que serão construídas. Tabela 27 Número de Novas Casas a ser Providenciadas Tipo 3 Tipo 4 Tipo 5 Total Casas Unidades Sanitárias Chavane Ligongolo Babtine Ndindiza Jone Total Localização Para as casas maiores (do Tipo 5 e acima), é possível que uma família opte por duas casas separadas na mesma parcela (por exemplo, duas casas de tipo 3) Infraestruturas e Serviços de Apoio A Tabela 28 mostra as infraestruturas de apoio a ser disponibilizadas nas aldeias de reassentamento ou na sua vizinhança. Tabela 28 As infraestruturas de apoio a ser disponibilizadas nas aldeias de reassentamento Local Água Electricidade Escolas Chavane Água tratada, canalizada Rede EDM; iluminação pública Ligongolo Furos; Fornecimento público de água tratada. Painéis solares Ligação à rede de água; Ligação à rede eléctrica; 4 novas salas de aula; 4 casas para professores Ligação à rede eléctrica; Sistema de recolha de águas pluviais. Postos de saúde Ligação à rede de água; Ligação à rede eléctrica; Acabamento de uma casa para pessoal. Mercados - Mercados existentes Mercados existentes. Campos de futebol Nivelamento Cemitérios - Construção de novo novo cemitério em local a decidir pela comunidade. Expansão do cemitério existente 42

170 Local Água Electricidade Escolas Babtine Furos; Fornecimento público de água tratada. Painéis solares Sistema de recolha de águas pluviais. Ndindiza Furos; Fornecimento público de água tratada. Painéis solares Jone Furos; Fornecimento público de água tratada. - Postos de saúde - Mercados Sistema de recolha de águas pluviais. - Mercados existentes - - Mercados existentes - Campos de futebol Cemitérios Construção de novo novo cemitério em local a decidir pela comunidade Construção de novo novo cemitério em local a decidir pela comunidade Construção de novo novo cemitério em local a decidir pela comunidade 5.2 TERRA AGRÍCOLA DE SUBSTITUIÇÃO Para substituir a terra agrícola perdida por 5 famílias, o Projecto fornecerá 455 ha de terra de substituição em 4 blocos adjacentes (232 ha de áreas de base e 223 há de áreas de reserva). (Tabela 29) Tabela 29 Local Chavane/ Mabane Ligongolo Babtine Ndindiza Jone TOTAL Resumo dasalocações de terra agrícola de substituição Número de famílias Área de base (ha) Área de reserva (ha) Total (ha

171 5.3 AVALIAÇÃO AMBIENTAL SIMPLIFICADA DAS ÁREAS HOSPEDEIRAS Conforme estabelecido por Lei (o Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impactos, Decreto N 42/2008, de 4 de Novembro), foi realizada umeia Simplificado para as áreas hospedeiras, a fim de identificar e avaliar os impactos das actividades a ser executadas nos locais de reassentamento (tanto nas áreas residenciais como nas áreas de terra agrícola de substituição) e encontrar medidas adequadas de mitigação. O EIA Simplificado (Anexo 2). indica que não haverá impactos significativos resultants do desenvolvimento das areas hospedeiras que não estejam cobertos pelo presente plano de reassentamento. O EIA simplificado contém igualmente um Plano de Gestão Ambiental (PGA)) 44

172 6 Medidas de desenvolvimento comunitárias 6. COMUNIDADES HOSPEDEIRAS Apesar de a nova aldeia de reassentamento de Chavane ser imediatamente adjacente à actual aldeia de Chavane, a sua construção será feita em terrenos cedidos ao Projecto pela comunidade de Malombo 2. O assentamento populacional da comunidade de Malombo 2 está a mais de 5 km de distância da futura aldeia de reassentamento, estando separada dela por uma área de pastagem desabitada, pelo que não se espera que a nova aldeia tenha qualquer impacto significativo sobre a comunidade de Malombo 2. Dos 25 ha de terra de substituição agrícola requeridos para Chavane, 3 ha localizam-se no interior da comunidade de Chavane community. Os restantes 220 ha pertencem à vizinha comunidade de Mabane, a qual aceitou permitir que as famílias de Chavane usassem essa terra, que não é utilizada pela comunidade de Mabane. Foram realizadas reuniões com os líderes e anciãos de ambas as comunidades para discutir possíveis medidas de compensação. As principais prioridades de desenvolvimento das referidas comunidades são as seguintes: Malombo 2 Mabane Electricidade para uma area de comunidade que actualmente não dispõe de energia mas que se localiza perto de uma linha de transmissão de média voltagem. Carteiras para a escola local. Vedação dos campos da associação local de agricultores. Pneus para o tractor da associação de agricultores. Furo de água. Salas de aula a escola existente é um anexo de outra escola e foi construída com materiais tradicionais localmente disponíveis. Arar a terra da associação local de agricultores. Aspectos específicos da questão da compensação continuarão a ser discutidos com a comunidade. O Projecto fará provisões orçamentais para a compensação de ambas as comunidades. 6.2 FAMÍLIAS RESIDENTES NOS LOCAIS DE REASSENTAMENTO O local proposto para a construção da aldeia de reassentamento de Babtine é actualmente habitado por três famílias, e o local previsto para a construção da aldeia de reassentamento de Ndindiza é habitado por uma família. Tal como referido nos Capítulos precedentes, estas quarto famílias serão incluídas no processo e receberão novas casas nas aldeias de reassentamento. 6.3 OUTRAS COMUNIDADES NA ÁREA DO PROJECTO Tal como discutido nos Capítulos anteriores, o Projecto melhorará ou construirá infraestrutura que beneficiarão as comunidades em vários aspectos. Isto inclui: Provisão de torneiras de água comunais adicionais em Chavane; Ligação da escola e do novo Centro de Saúde de Chavane ao sistema de fornecimento de água; 45

173 Ligação da electricidade à escola e ao novo Centro de Saúde de Chavane; Construção de quarto novas salas de aula na escola de Chavane; Acabamento da casa para pessoal do novo Centro de Saúde de Chavane; e Instalação de sistemas de captação de àguas pluviais nas escolas de Ligongolo, Babtine e Ndindiza (incluindo depósitos de água de,000 litros). O Projecto construirá ainda uma tubagem de transporte de água desde o sistema de fornecimento e àgua de Chavane até Mahungo Sede e providenciará torneiras comunais nesta localidade. O Projecto propõe também actualizar o transformador de saída em Mahungo Sede e o sistema de distribuição local para Ligongolo-Sede. 46

174 7 MEDIDAS RELATIVAS A RECURSOS COMUNITÁRIOS 7. CRIAÇÃO DE GADO 7.. Áreas de pastagem Existem várias áreas de pastagem disseminadas em torno da área do Projecto, a maior parte das quais situadas fora da área de influência directa e, por conseguinte, não afectadas. Grande parte (mas não a totalidade) dos 5,000 ha de terra que constituem a area de influência directa do Projecto são actualmente usados para pastagem de gado,dado que algumas áreas vizinhas estão longe de aldeias, são de acesso difícil ou estão integradas em áreas protegidas (p.ex. no Sabié Game Park). A área de influência directa compreende duas sub-zonas: Cerca de 2,600 ha que se estendem 250 m para o exterior da área de inundação máxima de 20 mamsl (correspondendo à zona de protecção parcial estabelecida por Lei). Essa área não será inundada e, por conseguinte, as pastagens nela existentes não serão afectadas; e Cerca de 2,400 ha que se situam entre o actual nível máximo ( mamsl) e o nível de inundação máximo previsto pelo Projecto (20 mamsl). Esta sub-zona será periodicamente inundada, de acordo com as flutuações do nível da água na albufeira. As situações de inundação serão mais frequentes nas zonas mais próximas das margens normais da albufeira e mais raras junto das áreas próximas do nível de cheia máximo (20 mamsl), ocorrendo aí apenas de forma episódica e por períodos curtos, quando se verifiquem eventos extremos. Nos termos da lei, nenhum direito de uso e aproveitamento de terra poderá ser adquirido nesta zona de protecção parcial, embora, nos termos da legislação vigente, possam ser emitidas autorizações especiais para actividades específicas pela entidade responsável. Um novo regulamento que abrange o Uso e Aproveitamento de Albufeiras e Lagos foi publicado em Julho de Para albufeiras da Categoria A, tais como a de Corumana, os regulamentos proíbem a pastagem de gado dentro da zona de protecção ( 250m a partir do do nível de máxima cheia) das albufeiras e proíbem o abeberamento de gado na albufeira sem autorização da entidade responsável pela gestão de albufeiras (por exemplo, a ARA-Sul). Assim, na determinação do impacto relativo à potencial perda de pastagens provocada pelo Projecto foram considerados os seguintes factores: 45 O Projecto irá ajudar as comunidades, com assistência do governo local, a obter as permissões necessárias para que o gado das comunidades locais possa continuar a pastar e a beber água nas margens da albufeira, obtendo-se assim o off-set das perdas de área de pastegem ocasionadas pelo aumento da área da albufeira; e O Plano de Gestão do Meio Ambiente do Projecto de Corumana exige especificamente que a albufeira seja feita de forma a melhorar a pastagem em redor das margens da albufeira evitando assim a perda de algumas das pastagens existentes que serão periodicamente inundadas pela ampliação da albufeira. Decreto No. 29/207 de 4 de Julho. 47

175 À luz disto, não se espera que o impacto da aquisição de terras para o gado seja significante. Na maior parte dos anos o nível das águas na albufeira não deverá atingir o nível de 7 mamsl, pelo que a perda de área de pastagem não deverá ultrapassar os 20% da área de influência directa do Projecto, o que representa apenas uma pequena parte da área de pastagem disponível. O uso da zona de protecção parcial, no entanto, precisará de ser cuidadosamente monitorado pela ARA-Sul e pelas comunidades Água para abeberamento de gado O reservatório de Corumana é uma fonte água para a fauna selvagem e para o gado da área do Projecto. Como atrás se referiu, o Projecto assistirá as comunidades no processo de obtenção das licenças necessárias para que o gado possa continuar a beber a àgua do reservatório. Adicionalmente, e nos termos do, o Projecto construirá bebedouros para gado junto dos furos de água a abrir perto das aldeias de reassentamento de Ligongolo (Fungotine), Babtine e Ndindiza, bem como em Jone. 7.2 LENHA E MATERIAIS DE CONTRUÇÃO LOCAIS Mais de 90% das famílias residentes na área do projecto area utilizam as árvores indígenas nas áreas circundantes (floresta natural) para fazer lenha. Pouco mais da metade, usa as árvores para fazer estacas para a construção. No entanto, isso não significa que tudo isto ocorra dentro das zonas de impacto do Projecto, porque a distância a que as casas ficam é um factor importante na exploração das árvores. Muitas partes das zonas de impacto estão muito longe dos centros populacionais. Além disso, a maioria das árvores dentro das zonas de impacto já desapareceram (devido à variação dos níveis de água da albufeira de Corumana) ou foram colhidas para produzir madeira e carvão vegetal. É pouco provável que a perda de acesso às zonas de impacto tenha um impacto muito significativo em termos de lenha e materiais de construção locais. No entanto, existe o risco potencial de a pressão sobre as árvores indígenas noutras áreas, fora das zonas de impacto, poder aumentar, embora isso não seja ainda certo. As casas de reassentamento em Chavane vão estar ligadas à rede nacional de energia. Desta forma, as famílias terão um substituto para a lenha, no entanto, é pouco provável que tenham possibilidades de pagar a electricidade para cozinhar. O desafio é conseguir desenvolver fontes alternativas e sustentáveis de lenha e de materiais de construção locais. O Projecto investigará a viabilidade de plantar, desenvolver e explorar florestas comunitárias, com espécies indígenas, para fornecimento de lenha, material de construção, etc. As florestas comunitárias foram desenvolvidas com sucesso em muitos locais em Moçambique, mas, em muitos casos, uma vez desenvolvidas, falham após alguns anos. Há muitas razões, incluindo má gestão, manutenção inadequada, incêndios florestais e pecuária. Parte do problema é que, após o desenvolvimento inicial, a gestão e a manutenção devem ser feitas colectivamente por membros da comunidade, mas não há uma pessoa, especificamente, que tenha a responsabilidade total por essa tarefa. Isto revela uma falta de responsabilização por parte do projecto. Além disso, os membros da comunidade não têm nem os meios nem o incentivo para contribuir para o custo da manutenção. A sustentabilidade das florestas comunitárias é, portanto, questionável. 48

176 Assim, o Projecto vai investigar e assessorar a viabilidade de desenvolver florestas comunitárias na área do Projecto. As florestas comunitárias só devem ser criadas se o plano se revelar viável. Caso contrário,serão consideradas outras alternativas, tais como a utilização de fogões mais eficazes em termos de consumo de lenha Mais detalhes sobre a opção de plantio de florestas nativas podem ser consultados no Plano de Restauração dos Meios de Subsistência (Anexo 9). 7.3 PESCA ARTESANAL Estima-se que cerca de 4% das famílias residentes em redor da barragem pesquem na albufeira. Em muitos casos, a técnica utilizada é a pesca à linha. Estas famílias continuarão a ter acesso aos recursos pesqueiros. Paralelamente, cerca de 5 % das famílias que vivem na área de influência directa do Projecto de Corumana dedicam-se à captura de peixe usando barcos e redes na albufeira de Corumana (pesca artesanal). Quando os anos são bons, a venda de peixe é a principal fonte de rendimento para essas famílias. Existem 224 pescadores licenciados46 que estão organizados em três associações de pescadores. Existe também um Conselho Comunitário de Pesca (CCP) que tem poderes de supervisão sobre as associações e é responsável por fiscalizar o cumprimento das medidas de conservação dos recursos pesqueiros e pela monitorização da actividade pesqueira. Existem quatro centros de pesca na área. Durante a temporada de pesca (três a seis meses), os pescadores constroem acampamentos temporários, a partir dos quais exercem as suas actividades e onde descarregam as capturas de peixe. Não se constrói nenhuma estrutura permanente apenas tendas ou pequenas palhotas que servem de abrigo. No caso dos pescadores artesanais que serão reassentados não se espera que o acesso às áreas de pesca na albufeira de Corumana seja significativamente reduzido, uma vez que as famílias afectadas não serão deslocadas para muito longe dos seus actuais locais de residência. De igual modo, os pescadores artesanais que não forem reassentados continuarãoa ter acesso à albufeira. Prevê-se que a expansão da albufeira de Corumana traga benefícios em termos de rendimentos e captura de peixe. Embora seja provável que os actuais acampamentos sazonais de pesca sejam transferidos para outros locais, ainda estarão próximos da albufeira47. Uma vez que as estruturas nos acampamentos sazonais são temporárias, não será atribuída nenhuma compensação pela sua perda, pois os novos acampamentos podem ser construídos antes da temporada de pesca. O Plano de Gestão Ambiental (PGA) estabelece uma série de medidas de mitigação a serem implementadas durante o Projecto que tomam em consideração potenciais problemas ambientais e que visam melhorar o funcionamento sustentável da barragem a longo prazo. O PGA recomenda uma série de programas que têm de ser desenvolvidos e implementados durante o projecto, que incluem, entre outros, o seguinte: Um plano de desenvolvimento e gestão das pescas na albufeira, baseado na sustentabilidade de pesca das espécies nativas; e Incluindo homens e mulheres. Os novos locais serão determinados durante a elaboração participativa de um plano de zoneamento para a albufeira e áreas circundantes

177 Um programa de gestão da albufeira, que inclua um zoneamento ambiental da albufeira e das área circundantes da albufeira, através de um processo consultivo com todos os principais interessados, incluindo representantes dos pescadores. Este plano de zoneamento também vai determinar quais os novos locais para montar os acampamentos sazonais de pesca Como parte integrante do plano de desenvolvimento e gestão das pescarias na albufeira, o Projecto nomeou o Instituto Nacional de Investigação Pesqueira (INIP) para determinar as capturas sustentáveis de peixes48. Quando a informação estiver disponível, será criado um fórum consultivo para se chegar a um acordo sobre um plano de zoneamento adequado para facilitar a utilização multiuso e maximizar os benefícios. O fórum irá abranger as partes interessadas relevantes, incluindo representantes da comunidade. Os pescadores queixam-se de que as suas redes ficam presas nas árvores submersas na albufeira e sugeriram ao Projecto que removesse as árvores que estão na nova área que vai ficar inundada em resultado da expansão da albufeira, ou seja, até pelo menos 77 mamsl. Por razões ambientais, o PGA não recomenda a retirada das árvores nesta área. As árvores submersas que actualmente dão problemas aos pescadores têm estado quase sempre submersas desde 989, altura em que a albufeira foi construída. Estas árvores não apodreceram e estão em processo de petrificação. Desde então, o solo à volta da albufeira só foi sujeito a inundações temporárias quando o nível da água sobe, as árvores ficam parcialmente submersas e, quando a água recua, ficam de novo totalmente expostas. Isto faz com que as árvores morram naturalmente ou então são removidas pelos membros das comunidades. Grande parte desta área (até cerca de 5 mamsl) é agora uma pradaria sem árvores. Prevê-se que o mesmo processo venha a ocorrer nas zonas entre a pradaria e o futuro nível de pleno armazenamento da albufeira (7 mamsl) ou mesmo o nível máximo de água (20 mamsl)49. Esta área é maioritariamente coberta por arbustos e a maioria das árvores de grande porte já foram removidas. Se ficar submersa, os arbustos vão desaparecer rapidamente (mais ou menos dentro de cinco anos) e aumentará a área de pradaria. Portanto, a presença de árvores submersas nesta área será mínima. Embora não se prevejam impactos significativos ao nível dos pescadores, há uma série de factores que actualmente limitam o número e a qualidade do peixe capturado, o que tem um impacto nos seus meios de subsistência. Nos últimos anos, as secas severas limitaram seriamente as entradas de água na albufeira, o que levou à depauperação das populações de peixe. A maioria dos pescadores usa redes de malha fina (alguns usam redes mosquiteiras). Ao usar este tipo de redes, os pescadores apanham peixes muito pequenos que não tiveram a oportunidade de amadurecer. Para além disso, os pescadores têm instalações inadequadas ou conhecimentos insuficientes para conservar os peixes que capturam, o que limita a sua capacidade de assegurar um valor acrescentado ou de vender o peixe em alturas em que os preços estão mais elevados. O Projecto oferece uma oportunidade para ajudar os pescadores a superar algumas das restrições que enfrentam actualmente. As medidas de assistência propostas estão referidas no Plano de Restauração dod Meios de (Anexo 9) e incluem,entre outras: Uma avaliação para determinar o nível de capturas sustentável e a elaboração de um plano de zoneamento da albufeira; Como os níveis da barragem estavam muito baixos em 206, o estudo do INIP ainda não está concluído. Calcula-se que exista apenas cerca de 0,5% de possibilidade de a área entre o nível de pleno armazenamento (7 mamsl) e o nível máximo de água (20 mamsl) ficar inundada seja em que ano for

178 Capacitação das associações de Pescadores em termos da sua gestão e administração; Promoção do uso de equipamento e técnicas de pesca apropriados (incluindo treino e fornecimento de equipamento); Medidas para melhoria da conservação do pescado (incluindo treino e fornecimento de equipamento); e Contrução de instalações sanitárias comunais nos novos acampamentos de pesca sazonais. 5

179 8 PATRIMÓNIO CULTURAL A protecção do património cultural em Moçambique é regulada por dois principais instrumentos jurídicos: a Lei de Protecção Cultural (Lei Nº 0/88, de 22 de Dezembro), que contém disposições aplicáveis a todos os bens culturais materiais e imateriais criados ou integrados pelo povo Moçambicano e também para os elementos naturais relevantes, e os Regulamentos mais específicos para a Protecção do Património Arqueológico (Decreto Nº 27/94. de 20 de Julho). Em consonância com estes instrumentos legais e nos termos da Directiva Técnica do Processo de Elaboração e Implementação de Planos de Reassentamento (Diploma Ministerial Nº 56/204, de 9 de Setembro, o plano de reassentamento deve identificar os bens naturais, patrimoniais e históricos que deverão ser preservados. 8. LOCAIS ARQUEOLÓGICOS O património natural e cultural local encontrado na área do Projecto., bem como as medidas de mitigação adequadas (quando aplicável), são descritos tanto no EIA como no Plano de Preparação de Inundação (PPI). Detalhes completos poderão ser obtidos através da consulta desses relatórios. Nenhum património natural local foi identificado na área do Projecto. Uma vez que a área é constituída por rochas vulcânicas, é deesperar que nenhum fóssil seja encontrado na área. Nenhum recurso geológico ou paisagístico exclusivo foi assinalado. Existem, no entanto, locais arqueológicos e sagrados (principalmente sepulturas) que foram localizados na área do Projecto sendo que alguns desses locais serão submersos pela subida do nível da água da albufeira. O resgate de todos os locais de patrimnio cultural referidos neste capítulo será realizado de acordo com as disposições contidas no PGA/ e o PPI. A complementary survey that was undertaken by the Project in 205 identified four locais arqueológicos que serão inundados e requerem estudo adicional antes do resgate (Figura 2). O resgate deverá ser concluído 6 meses antes do represamento. Os levantamento detalhado dos quatro sítios arqueológicos identificados que serão inundados deverá ser realizado (de acordo com as recomendações do especialista e da legislação nacional e das políticas de salvaguarda do Banco Mundial) em momento apropriado. Estes quatro locais arqueológicos são os seguintes: Sítio AR0: As descobertas incluíram artefatos líticos (machados manuais, raspadores e lâminas retocadas), pedaços de potes (decorados e não decorados), missangas, escórias de ferro e dagga (terracota). A densidade de artefactos por metro quadrado geralmente é baixa50, mas nalguns poucos lugares a densidade é alta. A Figura 22 mostra alta densidade de artefactos líticos da Idade da Pedra Média (Middle Stone Age). Área aproximada do sítio: <300 m² A densidade dos sítios foi classificada de acordo com o seguinte critério: Menos de 5 artefactos por m2: baixa densidade Entre 5 e 0 artefactos por m2: média densidade Mais de 0 artefactos por m2: alta densidade 50 52

180 Figura 2 Localização de Áreas de Pesquisa Arqueológica Figura 22 Sito arqueológico AR0 53

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