UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ANDRESA LEITE DA SILVA ALIENAÇÃO PARENTAL

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1 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ ANDRESA LEITE DA SILVA ALIENAÇÃO PARENTAL CURITIBA 2016

2 ANDRESA LEITE DA SILVA ALIENAÇÃO PARENTAL Trabalho de Conclusão de Curso apresentada ao Curso de Direito da Faculdade de Ciências Jurídicas da Universidade Tuiuti do Paraná, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel. Orientador: Professora Geórgia Sabbag Malucelli Niederheitmann. CURITIBA 2016

3 TERMO DE APROVAÇÃO Andresa Leite da Silva SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL Esta monografia foi julgada e aprovada para a obtenção do grau de Bacharel no Curso de Direito da Universidade Tuiuti do Paraná. Curitiba, de de Prof. Dr. Eduardo de Oliveira Leite Coordenador do Núcleo de Monografia Universidade Tuiuti do Paraná Orientador: Profª. Drª Geórgia Sabbag Malucelli Niederheitmann. Universidade Tuiuti do Paraná Curso de Direito Supervisor: Prof. Dr. Universidade Tuiuti do Paraná Curso de Direito Supervisor: Prof. Dr. Universidade Tuiuti do Paraná Curso de Direito

4 Dedico este trabalho aos meus pais que sempre estiveram ao meu lado me apoiando em tudo, ao meu irmão Felipe, e ao meu namorado William que sempre me apoiou e acreditou em mim, e à minha orientadora Geórgia, tendo em vista a sua dedicação e toda paciência comigo.

5 RESUMO O objetivo deste trabalho é, a partir de pesquisas, divulgar e conhecer com mais detalhe o conceito da Síndrome de Alienação Parental, também chamada de falsas memórias ou abuso do poder parental. Reconhecida como forma de abuso emocional, pode causar à criança ou ao adolescente, distúrbios psicológicos. Pretende-se identificar os instrumentos jurídicos existente na legislação brasileira capazes de inibir ou atenuarem os seus efeitos. O comportamento desencadeado pelo genitor guardião tem por objetivo limitar ou impedir o convívio do outro genitor com o filho comum após o rompimento do vínculo conjugal. Busca-se referir eventuais motivos que possam desencadear a síndrome, bem como propor algumas soluções através da via judicial que podem ser adotadas pelo genitor alienado em benefício dele e da criança envolvida. Neste contexto, buscase demonstrar que a mediação familiar pode servir como instrumento de solução da síndrome da alienação parental. Demonstrando essas ações por alguns motivos como: ciúmes, inveja, possessividade e até mesmo influência de familiares, na qual a criança é usada para atingir um dos pais.

6 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO FAMÍLIA EVOLUÇÃO FAMILIAR PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA FAMÍLIA Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e Família Princípio da Solidariedade Familiar Princípio da Igualdade Familiar e Direito à Diferença Princípio da Liberdade Familiar Princípio da Afetividade Princípio da Convivência Familiar Princípio do Melhor Interesse da Criança PODER FAMILIAR TENTATIVA CONCEITUAL CARACTERÍSTICAS EXTINÇÃO E SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR PROTEÇÃO À PESSOA DOS FILHOS NA SEPARAÇÃO JUDICIAL, DIVÓRCIO OU DISSOLUÇÃO DA UNIAO ESTÁVEL DA GUARDA Conceito de Guarda Guarda Unilateral Guarda Compartilhada SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL DIFERENÇA ENTRE A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL E ALIENAÇÃO PARENTAL PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES DA SAP Campanha de difamação

7 5.2.2 Razões fracas, frívolas ou absurdas para a depreciação Falta de ambivalência O fenômeno do pensador independente Apoio reflexivo ao genitor alienador no conflito parental Ausência de culpa sobre a difamação e/ou exploração do genitor odiado Presença de encenações encomendadas Propagação da animosidade aos amigos e/ou à família extensa do genitor odiado ESTÁGIOS DA SÍNDROME LEI / IDENTIFICAÇÃO DO GENITOR ALIENADOR COMPORTAMENTO DO GENITOR ALIENADOR AS CONSEQUÊNCIAS PARA AS CRIANÇAS E OS ADOLESCENTES FALSAS MEMÓRIAS CONCLUSÃO REFERÊNCIAS... 45

8 6 1. INTRODUÇÃO Com a dissolução do casamento, de uma união estável ou de um relacionamento fica a questão: quem vai ficar com a guarda da criança? O problema dessa questão é que muitas vezes, após o rompimento de um relacionamento, os genitores ficam brigados, fazendo com que eles não entrem em acordo nenhum com relação a guarda. Com a guarda resolvida por meio de uma ação, em alguns casos começam a ocorrer outros problemas, pois o genitor guardião começa a atacar o outro genitor por meio de seu filho, pois em sua cabeça ele precisa se vingar. Aí começa a Síndrome da Alienação Parental. A Síndrome da Alienação Parental nada mais é do que uma ação psicológica do genitor guardião em relação a prole, ou seja, é através de meios psicológicos que o genitor induz a criança a um sentimento de ódio, recusa e algumas vezes com induções a atos praticados pelo outro genitor, tais como o abuso sexual, em que a criança, através de seu imaginário, acaba por acreditar que realmente houve o abuso. Uma das premissas da Síndrome da Alienação Parental é o caráter interdisciplinar, pois há necessidade não só da intervenção jurídica, mas também psicológica, psiquiátrica, bem como social. Como pode ser resolvido esse problema? Tendo em vista essa dificuldade, o presente trabalho trabalhará toda a parte histórica da família, bem como sua evolução, para que possamos adentrar na Síndrome da Alienação Parental, concluindo, no último capítulo, como está sendo julgado esse tipo de ação no Paraná.

9 7 2. FAMÍLIA 2.1 EVOLUÇÃO FAMILIAR Primeiramente, antes de adentrarmos no assunto principal, é de suma importância entender a evolução da família. A palavra família é de origem romana, famulus, que significa escravo. O termo família se referia ao conjunto de escravos, servos que eram subordinados a seu superior, ou seja, havia um senhor, o pater familias, que mandava em seus súditos, bem diferente do conceito que conhecemos hoje. O doutrinador Paulo Lôbo, citando o autor Engels, diz que: Engels (1944, p. 80-5) esclarece que a palavra família não pode ser aplicada, a princípio, nos romanos antigos, ao casal e aos filhos, mas somente aos escravos. Famulus queria dizer escravo e família era o conjunto de escravos pertencentes a um mesmo homem. Ainda no tempo de Caio, a família id est patrimonium (quer dizer, parte da herança) era transmitida testamentariamente. Segundo esse autor, a expressão foi inventada pelos romanos para designar um novo organismo social cujo chefe tinha sob suas ordens a mulher, os filhos e certo número de escravos, submetidos ao poder paterno romano, com direito de vida e morte sobre todos eles. Essa família seria baseada no domínio do homem, com expressa finalidade de procriar filhos de paternidade incontestável, inclusive para fins de sucessão. Foi a primeira forma de família fundada sobre condições não naturais, mas econômicas, resultando no triunfo da propriedade individual sobre a compropriedade espontânea primitiva. (LÔBO, 2015, p. 20). Com isso, podemos observar que antigamente o homem detinha o poder sobre a mulher e os filhos. Para ele, sua única obrigação era sustentar financeiramente a família e em relação aos outros afazeres, bem como cuidar dos filhos, era obrigação da mulher. Agora, o conceito de família é outro. Com o passar dos anos, houve uma grande mudança no comportamento da sociedade, alterando assim o andamento da família. Atualmente, o pai, a princípio, atua ativamente na educação dos filhos, bem como nos afazeres domésticos. Infelizmente, ainda existem pessoas com o pensamento de que o homem é o provedor da família, porém, como já mencionado, hoje em dia a palavra família possui outros significados. O Dicionário Aurélio define a palavra família como:

10 1. Conjunto de todos os parentes de uma pessoa, e, principalmente, dos que moram com ela. 2. Conjunto formado pelos pais e pelos filhos. 3. Conjunto formado por duas pessoas ligadas pelo casamento e pelos seus eventuais descendentes. 4. Conjunto de pessoas que têm um ancestral comum. 5. Conjunto de pessoas que vivem na mesma casa. 6. Raça, estirpe. (disponível em < acesso em 20 ago. 2016). 8 Para Eduardo de Oliveira Leite, diversas são as significações jurídicas atribuíveis à palavra família: I Num sentido amplo (lato sensu) Família é o conjunto de pessoas ligadas por vínculo de sangue, ou seja, todas aquelas pessoas provindas de um tronco ancestral comum. É nesse sentido que é empregada pelo art , 2º, do atual CC. II Num sentido mais limitado A família abrangeria os consanguíneos em linha reta por exemplo, pais e filhos e os colaterais sucessíveis, isto é, até o quarto grau (art ). III Num sentido restrito (stricto sensu) A família se reduziria aos pais e sua prole. É o que se chama, atualmente, família nuclear. É nesse sentido que a palavra é empregada pelo art (LEITE, 2013, p. 22). Já para Maria Berenice Dias, a definição de família está elencada na Lei da Maria da Penha: Agora e pela primeira vez a lei define a família atendendo a seu perfil contemporâneo. A Lei Maria da Penha (L /06), que busca coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, identifica como família qualquer relação íntima de afeto (LMP 5º III). (DIAS, 2015, p. 132). Assim, podemos afirmar que a palavra família não tem um único sentido, ao contrário, esta expressão varia conforme o tempo e o espaço, na medida em que a sociedade vai se modificando. 2.2 PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA FAMÍLIA No Brasil, há várias interpretações com relação aos princípios constitucionais que amparam a família, pois é difícil nominar ou até mesmo quantificar os princípios que a norteiam. Há vários princípios constitucionais da família, porém, como referência, podemos utilizar a divisão feita por Paulo Lôbo que diz que os princípios podem ser

11 9 assim agrupados: (LÔBO, 2015, p. 53) Princípio da Dignidade da Pessoa Humana e Família Paulo Lôbo acredita que a dignidade da pessoa humana é o núcleo existencial que é plenamente comum a todas as pessoas humanas, aquelas do mesmo gênero humano, o que impõe a elas um dever geral de respeito, proteção e intocabilidade. (LÔBO, 2015, pg. 54). Para Maria Berenice Dias, o princípio da dignidade da pessoa humana é: É o princípio maior, fundante do Estado Democrático de Direito, sendo afirmado já no primeiro artigo da Constituição Federal. A preocupação com a promoção dos direitos humanos e da justiça social levou o constituinte a consagrar a dignidade da pessoa humana como valor nuclear da ordem constitucional. (DIAS, 2015, pg. 44) Sendo assim, podemos destacar o princípio da dignidade humana como o principal norteador de todos os outros princípios constitucionais Princípio da Solidariedade Familiar O princípio da solidariedade afeta no modo de pensar e viver da sociedade, tendo em vista o predomínio dos interesses individuais que marcaram épocas passadas no começo da modernidade, que refletem até a atualidade. (LÔBO, 2015, pg. 56) Paulo Lôbo ainda complementa: A regra matriz do princípio da solidariedade é o inciso I do art. 3º da Constituição Federal. No Capítulo destinado à família, o princípio é revelado incisivamente no dever imposto à sociedade, ao Estado e à família (como entidade e na pessoa de cada membro) de proteção ao grupo familiar (art. 226), à criança e ao adolescente (art. 227) e às pessoas idosas (art. 230). (LÔBO, 2015, pg. 57) Podemos concluir, assim, que o Princípio da Solidariedade Familiar impõe à sociedade, ao Estado e à família, que protejam o grupo familiar, ou seja, não é só dever dos membros da família.

12 Princípio da Igualdade Familiar e Direito à Diferença A Constituição Federal fala expressamente do princípio da igualdade familiar, mais claramente nos preceitos que tratam das três principais situações nas quais a desigualdade de direitos foi a constante histórica: os cônjuges, os filhos e as entidades familiares. (LÔBO, 2015, pg. 59) Como Paulo Lôbo diz: [...] O simples enunciado do 5º, do art. 226 traduz intensidade revolucionária em se tratando dos direitos e deveres dos cônjuges, significando o fim definitivo do poder marital: Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher [...]. (LÔBO, 2015, pg. 59) Ainda complementa: [...] O sentido da sociedade conjugal é mais amplo, pois abrange a igualdade de direitos e deveres entre os companheiros da união estável. O 6º do art. 227, por sua vez, introduziu a máxima igualdade entre os filhos, havidos ou não da relação de casamento, ou por adoção, em todas as relações jurídicas, pondo cobro às discriminações e desigualdade de direitos, muito comuns na trajetória do direito de família brasileiro. [...] Lembrando que, em situações que forem tratados desigualmente os desiguais, os pais não poderão ser acusados de discriminação. (LÔBO, Pg. 61) Princípio da Liberdade Familiar Paulo Lôbo explica que: O princípio da liberdade diz respeito ao livre poder de escolha ou autonomia de constituição, realização e extinção de entidade familiar, sem imposição ou restrições externas de parentes, da sociedade ou do legislador; à livre aquisição e administração do patrimônio familiar; ao livre planejamento familiar; à livre formação dos filhos, desde que respeitadas suas dignidades como pessoas humanas; à liberdade de agir, assentada no respeito à integridade física, mental e moral. (LÔBO, 2015, pg. 64) Tal princípio trata da liberdade da criação, manutenção, extinção constituição e reinvenção das famílias, ou seja, o Estado não pode regular deveres que restrinjam a liberdade da família, se isso não repercuta em um interesse geral. (LÔBO, 2015, pg. 65)

13 Princípio da Afetividade É importante frisar que o princípio da afetividade, tal como princípio jurídico, não se confunde com o afeto, como fato psicológico, ou anímico, porquanto pode ser presumida quando este faltar na realidade das relações; assim, a afetividade é dever imposto aos pais em relação aos filhos e ao contrário também, ainda que haja desafeição ou desamor entre eles. (LÔBO, 2015, pg. 66) Paulo Lôbo lembra que o princípio da afetividade está elencado no art do Código Civil, vejamos: O art do Código Civil enuncia regra geral que comtempla o princípio da efetividade, ao estabelecer que o o parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. Essa regra impede que o Poder Judiciário apenas considere como real a biológica. Assim, os laços de parentesco na família (incluindo a filiação), sejam eles consanguíneos ou de outra origem, têm a mesma dignidade e são regidos pelo princípio da efetividade. (LÔBO, 2015, 67) Todavia, há duas hipóteses em que o princípio da afetividade entre pais e filhos deixa de incidir, são elas: com o falecimento de um dos sujeitos ou se houver perda da autoridade parental. (LÔBO, 2015, pg. 66) Princípio da Convivência Familiar Paulo Lôbo explica que a convivência familiar é: [...] a relação afetiva diuturna e duradoura entretecida pelas pessoas que compõem o grupo familiar, em virtude de laços de parentesco ou não, no ambiente comum. É o ninho no qual as pessoas se sentem recíproca e solidariamente acolhidas e protegidas, especialmente as crianças. (LÔBO, 2015, pg. 68) Lembrando que, o direito à convivência familiar não é limitada somente à família nuclear, aquela composta pelos pais e filhos. Em caso de conflito, o Poder Judiciário abrange a família, e considera outras famílias também levando em conta os valores e costumes daquele lugar. (LÔBO, 2015, pg. 69)

14 Princípio do Melhor Interesse da Criança O princípio do melhor interesse significa que a criança e o adolescente, devem ter seus interesses tratados com prioridade, pela família, pela sociedade e pelo Estado, tanto na elaboração quanto na aplicação dos seus direitos, notadamente nas relações familiares, como pessoa em desenvolvimento e dotada de dignidade. (LÔBO, 2015, pg. 69) Paulo Lôbo salienta que: No direito brasileiro, o princípio encontra fundamento essencial no art. 227, que estabelece ser dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente com a absoluta prioridade os direitos que enuncia. A convenção Internacional dos Direitos da Criança, com força de lei no Brasil desde 1990, estabelece em seu art. 3.1 que todas as ações relativas aos menores devem considerar, primordialmente, o interesse maior da criança. LÔBO, 2015, pg. 71) Ou seja, havendo conflitos de direito, os direitos das crianças e dos adolescentes sempre serão tratados como prioridade.

15 13 3. PODER FAMILIAR 3.1 TENTATIVA CONCEITUAL Poder familiar é o conjunto de direitos e deveres estabelecidos entre os pais e seus filhos menores não emancipados. A expressão, introduzida pelo Código Civil Brasileiro de 2002, substitui o termo pátrio poder que, como o próprio nome sugere, ressalta a predominância paterna e a figura do chefe de família na condução dos assuntos domésticos e familiares. Somente em 2002 que o vestígio de uma sociedade patriarcal foi eliminado de nossa legislação. Desde então, perante a lei, pai e mãe partilham igualmente a responsabilidade sobre os filhos. equivocado: Segundo o Eduardo de Oliveira Leite, o nome Poder Familiar está O poder parental (e não familiar como, equivocadamente, consta no Código Civil de 2002) é a expressão que revela com intensidade esta nova ordem de valores que passa a invadir o ambiente familiar. Poder parental, dos pais, e não mais pátrio poder que, inevitavelmente, sugeria o conjunto de prerrogativas conferidas ao pai (pater), na qualidade de chefe da sociedade conjugal. (LEITE, 2013, pg. 255) Carlos Roberto Gonçalves também critica a expressão Poder Familiar, mesmo tal expressão sendo tão utilizada pelos doutrinadores: A denominação poder familiar é mais apropriada que pátrio poder utilizada pelo Código de 1916, mas não é a mais adequada, porque ainda se reporta ao poder. Algumas legislações estrangeiras, como a francesa e a norteamericana, optaram por autoridade parental, tendo em vista que o conceito de autoridade traduz melhor o exercício de função legítima fundada no interesse de outro indivíduo, e não em coação física ou psíquica, inerente ao poder. (GONÇALVES, 2015, pg. 421) O poder familiar não se trata do exercício de uma autoridade, mas de um encargo imposto por lei aos pais, ou seja, não é uma opção dos pais em ter ou não esse poder sobre os filhos, mas sim uma obrigação e dever que devem ser respeitados. Vale salientar que a autonomia da família não é absoluta, em algumas situações poder haver a intervenção subsidiária do Estado. O Código Civil, em seu

16 14 artigo 1513, retrata que é defeso de qualquer pessoa de direito público ou privado interferir na comunhão da vida instituída pela família, cabendo aos pais o controle sobre a família e os filhos devendo agir de forma digna e moral, ao Estado incumbese formular e executar a política de atendimento aos direitos da criança e do adolescente, em parceria com a sociedade, controlando a esfera negativa da atuação dos pais, tendo responsabilidade para agir quando os genitores não cumprem o disposto em lei. 3.2 CARACTERÍSTICAS O poder parental/familiar não pode ser delegado, renunciado e muito menos alienado. Qualquer ato de abdicação feito pelos pais será nulo. Maria Berenice Dias esclarece que: O Poder familiar é irrenunciável, intransferível, inalienável e imprescritível. Decorre tanto da paternidade natural como da filiação legal e da socioafetiva. As obrigações que dele fluem são personalíssimas. Como os pais não podem renunciar aos filhos, os encargos de derivam da paternidade também não podem ser transferidos ou alienados. (DIAS, 2015, pg. 462) Todavia, há uma exceção no art. 166 no Estatuto da Criança e do adolescente, in verbis: Art Se os pais forem falecidos, tiverem sido destituídos ou suspensos do poder familiar, ou houverem aderido expressamente ao pedido de colocação em família substituta, este poderá ser formulado diretamente em cartório, em petição assinada pelos próprios requerentes, dispensada a assistência de advogado. (Redação dada pela Lei nº , de 2009) Vigência. 1o Na hipótese de concordância dos pais, esses serão ouvidos pela autoridade judiciária e pelo representante do Ministério Público, tomando-se por termo as declarações. (Incluído pela Lei nº , de 2009) Vigência 2o O consentimento dos titulares do poder familiar será precedido de orientações e esclarecimentos prestados pela equipe interprofissional da Justiça da Infância e da Juventude, em especial, no caso de adoção, sobre a irrevogabilidade da medida. (Incluído pela Lei nº , de 2009) Vigência 3o O consentimento dos titulares do poder familiar será colhido pela autoridade judiciária competente em audiência, presente o Ministério Público, garantida a livre manifestação de vontade e esgotados os esforços para manutenção da criança ou do adolescente na família natural ou extensa. (Incluído pela Lei nº , de 2009) Vigência 4o O consentimento prestado por escrito não terá validade se não for ratificado na audiência a que se refere o 3o deste artigo. (Incluído pela Lei nº , de 2009) Vigência 5o O consentimento é retratável até a data da publicação da sentença constitutiva da adoção. (Incluído pela Lei nº , de 2009) Vigência

17 6o O consentimento somente terá valor se for dado após o nascimento da criança. (Incluído pela Lei nº , de 2009) Vigência 7o A família substituta receberá a devida orientação por intermédio de equipe técnica interprofissional a serviço do Poder Judiciário, preferencialmente com apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei nº , de 2009) Vigência. 15 O poder familiar/parental é também imprescritível no sentido de que dele o genitor não decai pelo fato de não exercitá-lo, somente podendo perdê-lo na forma e nos casos expressos em lei. Outrossim, é incompatível com a tutela, não se podendo nomear tutor a menor cujos pais não foram suspensos ou destituídos do poder familiar. O artigo do Código Civil preceitua que "Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto menores". Assim, temos que a menoridade cessa aos 18 (dezoito) anos completos, extinguindo nessa idade o poder familiar, ou antes, se ocorrer a emancipação em razão de alguma das causas indicadas no parágrafo único, do artigo 5º, do Código Civil. 3.3 EXTINÇÃO E SUSPENSÃO DO PODER FAMILIAR Para assegurar o melhor interesse da criança e do adolescente (filhos menores não emancipados), o Estado pode intervir no Poder Familiar, já que tal poder não é absoluto. Existem normas que autorizam o Magistrado privar os pais de seu exercício temporariamente, isso acontece na suspensão do poder familiar. A suspensão do poder familiar é menos grave, por isso pode haver a revisão da mesma. Conforme o art. 157 do ECA, o magistrado poderá, liminarmente ou incidentalmente, decretar a suspensão da autoridade parental. Esta decisão haverá de ser registrada, à margem do registro de nascimento da criança ou do adolescente, tendo em vista o único do art. 163 do ECA. Conforme salienta Maria Berenice Dias, a suspensão do poder familiar cabe nas hipóteses de abuso de autoridade, conforme o art que diz:

18 Art Se o pai, ou a mãe, abusar de sua autoridade, faltando aos deveres a eles inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe o juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o exercício do poder familiar, quando convenha. Parágrafo único. Suspende-se igualmente o exercício do poder familiar ao pai ou à mãe condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão. 16 Os deveres dos pais são de educação, guarda e sustento dos filhos, cabendo assegurar-lhes, conforme o art. 227 da Constituição Federal, a vida, a saúde, a alimentação, a educação, o lazer, a profissionalização, a cultura, a dignidade, o respeito, a liberdade, a convivência familiar e comunitária, além de não poder submetê-los a discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. Uma das hipóteses de suspensão do poder familiar está elencada na Lei Federal nº /10, Lei de Alienação Parental. De acordo com art. 2º da mencionada Lei, alienação parental é a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente, promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou o adolescente sob sua autoridade, guarda, ou vigilância, para que repudie genitor, ou lhe causa dano ao estabelecimento, ou manutenção do vínculo afetivo. Uma vez configurada a alienação, uma das penalidades possível é a suspensão do poder familiar. Já a extinção do poder familiar é uma medida mais gravosa. Dispõe o art do Código Civil: Art Extingue-se o poder familiar: I- morte dos pais ou do filho; II- pela emancipação, nos termos do art. 5º, parágrafo único; III- pela maioridade; IV- pela adoção; V- por decisão judicial, na forma do artigo Maria Berenice Dias lembra que: A extinção do poder familiar não rompe o vínculo de parentesco. Porém, destituído o genitor do poder familiar, não dá para admitir que conserve o direito sucessório com relação ao filho. No entanto, o filho permanece com direito à herança do pai. Ainda que esta distinção não esteja na lei, atende a elementar regra de conteúdo ético. (DIAS, 2015, pg. 470)

19 17 Todavia há uma impropriedade terminológica na lei, mas precisamente no inciso V do art do Código Civil, pois tal inciso se refere à perda do poder familiar e não a extinção. Perda e extinção do poder familiar são expressões distintas, tendo em vista que perda é uma sanção imposta por decisão judicial, já a extinção ocorre pela morte, emancipação e extinção do sujeito passivo, sendo inapropriado utilizar as duas expressões indistintamente. (DIAS, 2015, pg. 472) Lembrando que as situações de suspensão, perda ou destituição poder familiar sempre haverão de ser estudadas para melhor proteger os filhos não emancipados.

20 4. PROTEÇÃO À PESSOA DOS FILHOS NA SEPARAÇÃO JUDICIAL, DIVÓRCIO OU DISSOLUÇÃO DA UNIAO ESTÁVEL 18 A dissolução de um relacionamento não traz problemas somente para o casal, mas também para os filhos, tendo em vista que há a dissolução daquele parâmetro de família. Muitas vezes os filhos acreditam que perderam a proteção dos pais, sentindo-se, assim, abandonados. Em se tratando da guarda dos filhos, a legislação infraconstitucional veio para resguardar o melhor interesse da criança. É neste sentido que nos fala Eduardo de Oliveira Leite: A situação dos filhos no pós-ruptura, questão das mais fundamentais na dissolução da sociedade e do vínculo conjugal, ganha na nova codificação, reconhecimento especial e tratamento especial, até então lateral, periférico, quase acessório. Agora, na perspectiva perseguida pelo texto constitucional de 1988 e da legislação infraconstitucional que se lhe segue especialmente o ECA é guindada a um reconhecimento próprio do princípio do melhor interesse da criança que se afasta das normas meramente programáticas e adentra no universo da concretude legislativa. (LEITE, 2013, pg. 153) Sendo assim, há dissolução da relação entre o casal e não a relação perante os filhos, que deve permanecer. Esta premissa também está disposta no art do Código Civil de 2002, in verbis: a separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, que aos primeiros cabe, de terem em sua companhia os segundos. A doutrinadora Maria Berenice Dias ensina que: Quando existem filhos, a dissolução dos vínculos afetivos dos pais não se resolve simplesmente indo um para cada lado. O fim da conjugalidade não afeta nem os direitos e nem os deveres de ambos com relação à prole. O rompimento do casamento ou da união estável dos genitores não pode comprometer a continuidade dos vínculos parentais, pois o exercício do poder familiar em nada é afetado. O estado de família é indisponível. (DIAS. 2015, pg. 521) Para tentar resolver esses problemas, o Código Civil, em seus artigos a 1590, dispõe sobre a proteção à pessoa dos filhos, definindo a diferença entre guarda compartilhada e guarda unilateral.

21 19 Maria Helena Diniz explica: Em boa hora veio a nova normatização, que assegura a ambos os genitores a responsabilidade conjunta e o exercício de direitos e deveres concernentes ao poder familiar (CC º) e a imposição da guarda compartilhada com a divisão do tempo de convívio de forma equilibrada entre os pais (CC º). Ambos os pais persistem com todo o complexo de deveres que decorrem do poder familiar, sujeitando-se à pena de multa se agirem dolosa ou culposamente (ECA 249). (DIAS, 2015, pg. 522) Ou seja, anteriormente, a regra era a guarda unilateral que consiste em atribuir a um dos cônjuges a guarda dos filhos, sendo que o outro cônjuge poderá visitar o filho conforme regulamentado na dissolução do divórcio, porém com o advento da Lei /2014 (Lei da Guarda Compartilhada), a guarda compartilhada torna-se a regra quando não houver consenso entre os genitores no que se refere a detenção da guarda dos filhos. Cabe aos pais, na medida em que são os gerenciadores da família, buscar meios para não deixar faltar aos filhos, independentemente da guarda, as relações de afeto, carinho, amor e dedicação, imprescindíveis à boa formação da personalidade e do caráter da pessoa. 4.1 DA GUARDA Conceito de Guarda A Guarda dos filhos de até os 18 anos não emancipados, é, ao mesmo tempo, dever e direito dos pais. O termo "Guarda" tem origem etimológica no latim Guardare, no germânico Wardem (guarda, espera), no inglês Warden (guarda) e no francês Garde, sendo utilizado genericamente para designar proteger, conservar, olhar, vigiar. A guarda compreende a proteção, amparo e vigilância que os pais possuem em relação aos filhos menores. Maria Berenice Dias nos demonstra que: A lei cuida da guarda dos filhos em oportunidades distintas. Quando do reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento (CC e 1.612), não dá a mínima atenção para a doutrina da proteção integral consagrada pela Constituição, nem para tudo que o ECA dita sobre o melhor interesse de crianças e adolescentes. Ao tratar da proteção dos filhos (CC a 1.590), de forma didática, define o que é guarda unilateral e compartilhada, impondo

22 o compartilhamento mesmo contra a vontade dos genitores o eventual estado de beligerância entre eles (CC 1.584, 2º). (DIAS, 2015, pg. 523) 20 E complementa: A guarda dos filhos é, implicitamente, conjunta, apenas se individualizando quando ocorre a separação de fato ou de direito dos pais. Também quando o filho for reconhecido por ambos os pais, não residindo eles sob o mesmo teto e não havendo acordo sobre a guarda, o juiz decide atendendo o melhor interesse do menor (CC 1.612). (DIAS, 2015, pg. 523) Quando há a dissolução do casamento ou união estável, em não havendo um acordo entre o casal, inicia-se o conflito em relação à guarda dos filhos. É neste sentido que nos fala Eduardo de Oliveira Leite: Quando os pais vivem juntos e harmonicamente, ambos exercem conjuntamente, a guarda. Mas quando a ruptura interfere na vida conjugal surge de imediato, um dos mais complexos problemas do Direito de Família: a atribuição da guarda dos filhos, já que a ruptura implica, necessariamente, na saída de um dos cônjuges, do lar conjugal. (LEITE, 2013, pg. 155) Lembrando que guarda não significa somente morar com os filhos, é preciso haver mais que isso, como afeto, sentimentos, comunicação entre ambos, etc Guarda Unilateral Tem-se por guarda unilateral, segundo dispõe o 1º do art do Código Civil, com a redação dada pela Lei nº /2008, a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua. É o que nos mostra Carlos Roberto Gonçalves nos seguintes termos: Essa tem sido a forma mais comum: um dos cônjuges, ou alguém que o substitua, tem a guarda, enquanto o outro tem, a seu favor, a regulamentação de visitas. Tal modalidade apresenta o inconveniente de privar o menor da convivência diária e continua de um dos genitores. Por essa razão, a supramencionada Lei n /2008 procura incentivar a guarda compartilhada, que pode ser requerida por qualquer dos genitores, ou por ambos, mediante consenso, bem como pode ser decretada de ofício pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho. (GONÇALVES, 2015, pg. 293) O que ocorre na guarda unilateral é que o detentor guarda fica com a responsabilidade exclusiva de decidir sobre a vida da criança, restando ao outro

23 21 apenas supervisionar tais atribuições, bem como com o direito à visita. Todavia, há um grande problema nessa espécie de guarda, pois muitas vezes os genitores saem brigados depois do rompimento do relacionamento, assim, o detentor da guarda acaba dificultando a visita ou até mesmo a participação do outro genitor na vida e rotina do filho. Explica Maria Berenice Dias que: A guarda unilateral afasta, sem dúvida, o laço de paternidade da criança com não guardião, pois a este é estipulado o dia de visita, sendo que nem sempre esse dia é bom dia isso porque é previamente marcado, e o guardião normalmente impõe regras. Maria Antonieta Pisano Motta afirma que a prática tem mostrado, com frequência indesejável, ser a guarda única propiciadora de insatisfações, conflitos e barganhas envolvendo os filhos. Na verdade, apresenta maiores chances de acarretar insatisfações ao genitor não guardião, que tenderá a estar mais queixoso e contrariado quando em contato com os filhos. (DIAS, 2015, pg. 525) Lembrando que, atualmente, se caso não houver consenso dos pais com relação a guarda, a regra será a guarda compartilhada como veremos abaixo Guarda Compartilhada Anteriormente, a guarda compartilhada era uma opção, porém, com o advento da Lei , a sua forma de instituição foi alterada, ou seja, atualmente ela não é uma opção e sim a regra. Apenas não será aplicada em casos excepcionais, como, por exemplo, na hipótese de um dos genitores revelar ao juiz que não deseja a guarda do menor. Se isso ocorrer, o juiz deve decidir que o outro genitor assuma a guarda unilateral ou deferirá a guarda para pessoa que revele compatibilidade. Com a guarda compartilhada, ambos os genitores possuem responsabilidade, conferindo-lhes, de forma igualitária, o exercício dos direitos e deveres concernentes à autoridade parental. Não mais se limita o não guardião a fiscalizar a manutenção e educação do filho quando na guarda do outro. Ou seja, são obrigações de ambos a criação e a educação; conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para casar; conceder-lhes ou negar-lhes consentimento para viajar ao exterior; representá-los judicial e extrajudicialmente até os 16 anos, nos

24 22 atos da vida civil, e assisti-los, após essa idade, nos atos em que forem partes, suprindo-lhes o consentimento; exigir que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição; exercer sobre eles a guarda unilateral ou compartilhada, dentre outros. Lembrando que, a guarda compartilhada não pode ser confundida com guarda alternada, em que o filho passa um período com a mãe e o outro com o pai. Na guarda compartilhada o filho terá uma casa principal, na qual vive com um dos genitores, porém ambos os pais irão estabelecer e planejar a convivência e as rotinas, bem como as visitas a qualquer tempo, com isso, o pai e a mãe participam ativamente da vida do filho. Essa espécie de guarda também garante o princípio da igualdade, conforme explica Maria Berenice Diaz: Compartilhar a guarda de um filho se refere muito mais à garantia de que ele terá pais igualmente engajados no atendimento aos deveres inerentes ao poder familiar, bem como aos direitos que tal poder lhes confere. Segundo Maria Antonieta Pisano Motta, a guarda compartilhada deve ser tomada, antes de tudo, como uma postura, como o reflexo de uma mentalidade, segundo a qual pai e mãe são igualmente importantes para os filhos de qualquer idade e, portanto, essas relações devem ser preservadas para a garantia de que o adequado desenvolvimento fisiopsíquico das crianças ou adolescentes envolvidos venha a ocorrer. (DIAS, 2015, pg. 525) O juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnica ou até mesmo de equipe interdisciplinar, parara estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob a guarda compartilhada. Preceitua o art do Código Civil: Art A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: I Requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; II Decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. 1º Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas. 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. 3º Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de

25 convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe. 4º A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. 5º Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. 6º Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. 23 Sendo assim, a guarda compartilhada pode ser estabelecida mediante consenso dos pais ou por determinação judicial. Caso não ajustado na ação de separação, divórcio ou dissolução da união estável, pode ser buscada em ação autônoma, ou até mesmo em ação própria. (DIAS, 2015, pg. 526)

26 24 5. SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL Antigamente, não ouvíamos falar muito ou quase nada sobre a alienação parental, porém, atualmente, é cada vez mais frequente ouvirmos pessoas, ou até mesmo lermos matéria que falem sobre esse assunto, isso ocorre porque o índice de divórcio e dissolução de união estável cresceu muito. O número de divórcios no país cresceu mais de 160% na última década. Dados da pesquisa Estatísticas do Registro Civil 2014, divulgados pelo IBGE, indicam que, no ano de 2014, foram homologados 341,1 mil divórcios, um salto significativo em relação a 2004, quando foram registrados 130,5 mil divórcios. (disponível em < em-uma-decada-, acesso em 23 ago. 2016) A síndrome da alienação parental se desencadeia nos movimentos de separação ou divórcio do casal, ou seja, com o crescimento do número de divórcios, consequentemente também cresceu o número de incidências da citada síndrome. A SAP Síndrome da Alienação Parental foi apresentada em 1985, pelo médico e professor de psiquiatria infantil da Universidade de Colúmbia dos Estados Unidos Richard Gardner ( ). A sigla SAP foi empregada por Gardner para definir situações patológicas de frequência crescente encontráveis em crianças expostas as disputas judiciais de divórcios altamente conflituais. Gardner constatou que a SAP é um distúrbio da infância da infância e adolescente que aparece quase exclusivamente no contexto de disputas de custódia de crianças. É um distúrbio em que as crianças programadas pelo alegado genitor amado embarcam em uma campanha de difamação contra o alegado genitor odiado. Conforme a doutrinadora Maria Berenice Dias, a Síndrome da Alienação Parental é: [...] é um transtorno psicológico que se caracteriza por um conjunto de sintomas pelos quais um genitor, denominado cônjuge alienador, transforma a consciência de seus filhos, mediante diferentes formas e vínculos com o outro genitor, denominado cônjuge alienado, sem que existam motivos reais que justifiquem essa condição. Em outras palavras, a alienação parental é um processo que consiste em programar uma criança para odiar um de seus genitores, sem justificativa, de modo que a própria criança ingressa na trajetória de desconstituição desse mesmo genitor. (DIAS, 2013, pg. 22)

27 Juliana Rodrigues de Souza ainda explica: Nesse jogo de manipulações, para conseguir êxito nos seus objetivos, o guardião dificulta as visitas e cria empecilhos para que elas não ocorram, além disso, o filho é convencido da existência de acontecimentos que não existem. Contudo. A criança nem sempre consegue discernir que está sendo manipulada e acredita aquilo que lhe é dito de maneira insistente e repetida, quer dizer, a criança acaba aceitando como verdadeiro tudo que é lhe informado. (SOUZA, 2014, pg. 110) Com relação a essas falsas informações que o alienante fala para o filho, o professor Eduardo de Oliveira Leite complementa: 25 Se a criança for questionada porque está fazendo aquelas afirmações ou alegações, não saberá responder e cairá em manifesta contradicação (em razão da ausência de argumentação suficiente a justificar sua repulsa) sem se dar conta do absurdo da afirmação. Em verdade, a criança é programada para odiar o outro genitor e, utilizada como instrumento de agressividade direcionada ao outro parceiro, acaba reproduzindo os sentimentos da mãe, em relação ao pai, convicta que a sua conduta é correta. (LEITE, 2015, pg. 167) Logo, tem que síndrome da alienação é um conjunto de sintomas de uma doença de perturbação mental. 5.1 DIFERENÇA ENTRE A SÍNDROME DA ALIENAÇÃO PARENTAL E ALIENAÇÃO PARENTAL Síndrome, do grego "syndromé", cujo significado é "reunião", é um termo bastante utilizado em Medicina e Psicologia para caracterizar o conjunto de sinais e sintomas que definem uma determinada patologia ou condição em consequência da extrema reação emocional ao genitor, cujos os filhos foram vítimas. Já a alienação são os atos que desencadeiam verdadeira campanha de desmoralização levada a efeito pelo alienante. (DIAS, 2013, pg. 16) Em outras palavras, a Alienação Parental não se confunde com a Síndrome da Alienação Parental, pois a SAP decorre da Alienação, ou seja, enquanto a Alienação Parental se liga ao afastamento do filho de um dos genitores através de manobras do titular da guarda, a Síndrome diz respeito às questões emocionais, aos danos e sequelas que a criança e o adolescente vêm a padecer. Juliana Rodrigues de Souza complementa: No entanto, é necessário dizer, ainda, que a expressão Síndrome da

28 Alienação Parental é duramente criticada por não estar prevista nem no CID 10, nem no DSM IV, ou seja, não é reconhecida como uma categoria diagnosticada e também não é considerada uma síndrome médica válida. Síndrome significa um distúrbio, sintoma que se instalam em consequência da extrema reação emocional ao genitor, cujos filhos foram vítimas. Já a Alienação são os atos que desencadeiam verdadeira campanha de desmoralização levada a efeito pelo alienante. (SOUZA, 2014, pg. 113) A Síndrome de Alienação Parental (SAP) também é conhecida com Implantação de Falsas Memórias, sendo que a criança ou adolescente passa a acreditar em tudo que o alienador lhe diz, e passa a repetir o que foi lhe passado, pois acaba acreditando que tudo o que o alienador lhe falou é verdade e que tais coisas realmente ocorreram. Neste sentido Maria Berenice Dias complementa: 26 O filho é convencido da existência do acontecimento e levado a repetir o que lhe é afirmado como tendo realmente ocorrido. A criança nem sempre consegue discernir que está sendo manipulada e acredita naquilo que lhe é dito de forma insistente e repetida. Com o tempo, nem a mãe consegue distinguir a diferença entre verdade e mentira. A sua verdade passa a ser verdade para o filho, que vive com falsas personagens de uma falsa existência. Implantam-se, assim, falsas memórias. (DIAS, 2013, pg. 22). Devida a essas falsas memórias, a criança ou adolescente acaba se afastando do outro genitor, muitas vezes a criança não é somente afastada do genitor, mas também de outras pessoas mais próximas, pois pode ocorrer de a farsa ser desmentida se o filho conviver com essas pessoas. Ou seja, a finalidade é uma só como explica Maria Berenice Dias: Mas a finalidade é uma só: levar o filho a afastar-se de quem o ama. Tal gera contradição de sentimentos e, muitas vezes, a destruição do vínculo afetivo. A criança acaba aceitando como verdadeiro tudo que lhe é informado. Identificando-se com o genitor patológico e torna-se órfã do genitor alienado, que passa a ser considerado um invasor, um intruso a ser afastado a qualquer preço. O alienador, ao destruir a relação do filho com o outro, assume o controle total. Tornam-se os dois unos, inseparáveis. Este conjunto de manobras confere prazer ao alienador em sua trajetória de promover a destruição do antigo parceiro. (DIAS, 2013, pg. 160) Infelizmente, tendo em vista um divórcio ou uma separação conturbada, há uma tendência de gerar em um dos genitores uma tendência vingativa. Quando este não consegue superar o término do relacionamento, é desencadeado um processo de destruição e desmoralização do ex-cônjuge. Isso faz com que o filho seja utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro.

29 PRIMEIRAS MANIFESTAÇÕES DA SAP Conforme apontamento de Eduardo de Oliveira Leite, Gardner elenca oito manifestações primárias da SAP: 1. Campanha de difamação; 2. Razões fracas, frívolas ou absurdas para a depreciação; 3. Falta de ambivalência; 4. O fenômeno do pensador independente ; 5. Apoio reflexivo ao genitor alienador no conflito parental; 6. Ausência de culpa sobre a difamação e/ou exploração do genitor odiado; 7. Presença de encenações encomendadas ; 8. Propagação de animosidade aos amigos e/ou família extensa do genitor odiado. (LEITE, 2015, pg. 164) Campanha de difamação. Na Síndrome da Alienação Parental é de suma importância a contribuição da criança em difamar. Ou seja, é essa contribuição da criança ou adolescente em desrespeitar e difamar o outro genitor, com o incentivo do genitor alienador que vai caracterizar a SAP. Vale salientar que na maioria das vezes a Síndrome da Alienação Parental ocorre em crianças com baixa faixa etária, tendo em vista a facilidade de manipulação sobre elas. (LEITE, 2015, pg. 165) A criança depende integralmente do genitor para obter informações e conhecimentos, sendo assim, devida a sua vulnerabilidade, ela vai acreditar naquilo que o seu genitor guardião disser Razões fracas, frívolas ou absurdas para a depreciação. Se for verificada os depoimentos de crianças alienadas, é possível ser observado a desproporção entre o ódio manifestado e o motivo desse ódio, ou seja, o ódio manifestado não se equivale aos fatos alegados (LEITE, pg. 167) Segundo Eduardo de Oliveira Leite: Se a criança for questionada porque está fazendo aquelas afirmações ou alegações, não saberá responder e cairá em manifesta contradição (em razão da ausência de argumentação suficiente a justificar sua repulsa) sem

30 se dar conta do absurdo da afirmação. Em verdade, a criança é programada para odiar o outro genitor e, utilizada como instrumento da agressividade direcionada ao outro parceiro, acaba reproduzindo os sentimentos da mãe, em relação ao pai, convicta que a sua conduta é correta. (LEITE, 2015, pg. 167) 28 O alienador programa a criança para dizer tais coisas, quando a criança é questionada sobre um fato fora daquilo que o alienador a programou, a mesma vai ficar sem responde, sendo que muitas vezes a criança olha para o seu genitor alienador para tentar ajudá-la a resolver tal questão, ou seja, a criança acaba entrando em contradição. Uma criança com faixa etária baixa não possui discernimento suficiente nem um estado crítico desenvolvido para saber se o que o genitor está falando é mentira, por isso acredita cegamente no que lhe é transmitido, ou seja, é extremamente manipulável. Gardner observou que as crianças alienadas apresentam no cotidiano um comportamento normal, e não manifestam sinais de angústia, tristeza ou depressão, o que era para ocorrer, tendo em vista que seus pais se divorciaram. (LEITE, 2015, pg. 170) Com isso, Gardner chamou esse acontecimento de mimetismo defensivo, isto é, a criança muda a sua postura para ficar de alguma forma parecida com o genitor alienador em tirar alguma vantagem disso. Ou seja, para a criança, o alienador é a vítima da situação, sendo assim, ela precisa estar forte para enfrentar o culpado de todo esse sofrimento que o seu guardião está sofrendo. (LEITE, 2015, pg. 170) Na maioria das vezes, em dias de visitação, quando a criança fica com o outro genitor, a mesma se torna mais agressiva e desobediente, podendo até mesmo gritar e jogar objetos Falta de ambivalência. A criança alienada não consegue descrever coisas boas e coisas ruins sobre os pais. Geralmente o genitor alienador é de todo bom e o genitor alienado é de todo ruim. Isso ocorre porque o alienador acaba banindo do pensamento da criança o passado bom, onde ela e seus pais viviam felizes, restando agora somente o presente,

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