Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 22/10/2018.

Transcrição

1 Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 22/10/2018. Variedade do regime de bens. Separação de bens. Quando for colocada cláusula de não concorrência na sucessão no regime da separação absoluta é possível ser questionada e anulada judicialmente após alguns anos de casamento. O professor entende que é proteção e não sucessão, logo seria possível abrir mão do direito no pacto antenupcial no regime da separação absoluta. Se fosse sucessão seria igual em todos os regimes de bens, que é o que acontece no artigo 1.829, III onde o cônjuge sobrevivente herda indiferente do regime de bens. Dissolução da sociedade conjugal. A sociedade conjugal termina nas hipóteses tratadas no artigo do código civil, in verbis: Art A sociedade conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges; II - pela nulidade ou anulação do casamento; III - pela separação judicial; IV - pelo divórcio. 1º O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente. 1

2 2º Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial. (Grifo nosso) Dissolver é extinguir o casamento. Pode casar novamente. A dissolução se dá pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, parágrafo primeiro do art Terminar a sociedade conjugal é pôr fim aos deveres do casamento. No caso da separação judicial ou extrajudicial não pode casar novamente, porquanto durar esta condição. Quando anula o casamento, este nunca existiu. Separação. Litigiosa Judicial Separação Consensual Extrajudicial Separação judicial. Separação judicial pode ser consensual ou litigiosa. Litigiosa Consensual a pedido de um dos cônjuges. a pedido de ambos os cônjuges. Na separação judicial litigiosa há uma atribuição de culpa, na consensual não precisa explicar o motivo pelo qual ambos querem se separar. 2

3 Separação judicial litigiosa. Separação judicial litigiosa por sanção. Sanção na separação por culpa perda dos alimentos sociais e também é possível perder os necessários, perda do direito do uso do sobrenome, artigo CC, dano moral e usucapião familiar do imóvel na parte do conjugue que abandonar o lar, a separação por culpa está prevista no artigo 1.572, como segue: Art Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum. (...) (G. n.). 1º A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição. 2º O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. Precisa justiçar a atribuição da culpa na separação, para que o magistrado não determine que se faça o divórcio. A discussão da culpa serve para ensejar a perda de direitos. No tocante a perda do sobrenome é possível seja mantido quando importa perda de identificação, diferença com o sobrenome dos filhos havidos no casamento ou dano grave reconhecido por decisão judicial. Separação judicial litigiosa por falência. Falência ruptura da vida em comum há mais de um ano, contudo, entende-se que foi revogada pela Emenda Constitucional 66/2010, tendo em vista que o divórcio não tem mais prazo, logo, a separação também não deve ter. 3

4 Separação judicial litigiosa por remédio. Remédio quando o outro cônjuge esta acometido de doença mental grave irreversível que surgiu após o casamento, devendo permanecer casado durante dois anos. Contudo, pode alegar a Emenda Constitucional 66/2010 no tocante ao prazo. No caso da separação judicial com alegação de doença mental é importante observar a lei /2015 (Estatuto do Deficiente). Separação judicial consensual. A separação judicial consensual tem como requisito que seja feita por ambos os cônjuges, por acordo, é possível fazer sem o lapso temporal do artigo devido a Emenda Constitucional 66/2010. Art Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges se forem casados por mais de um ano e o manifestarem perante o juiz, sendo por ele devidamente homologada a convenção. Parágrafo único. O juiz pode recusar a homologação e não decretar a separação judicial se apurar que a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos cônjuges. Procedimento da separação judicial litigiosa. Foro competente, artigo 53 CPC: Domicilio do guardião de filho incapaz. Último domicílio do casal. Do réu, se nenhuma das partes residir no antigo domicílio do casal. Ação cumulada com alimento, domicilio do alimentando. Petição inicial. Se tiver menor envolvido é necessária a participação do ministério público, se não tiver o MP declina. 4

5 Na audiência de mediação e conciliação precisam as partes estarem acompanhadas por seus advogados, artigo 695 CPC. Recebida a inicial o juiz manda citar o réu para comparecer à audiência de mediação e conciliação, a citação não será acompanhada de contra fé, está também precisa ser feita na pessoa do réu, não podendo ser feita por AR, sob pena de nulidade. Não tendo acordo, inicia o prazo para contestar de quinze dias. Após, inicia o prazo para réplica, se não for alegado na contestação de: fato impeditivo; modificativo; extintivo de direito ou preliminares (coisa julgada, conexão, litispendência, ilegitimidade de parte, impossibilidade jurídica do pedido, falta de interesse de agir), artigo 337 CPC, prazo de 5 dias, se tiver algumas dessas situações o prazo é de 15 dias, conforme artigo 350 CPC: Art Se o réu alegar fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do autor, este será ouvido no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-lhe o juiz a produção de prova. Provas que pretende produzir, se tiver oitiva de testemunhas e / ou depoimento pessoal das partes o juiz marca audiência de instrução. Na sequência é determinado pelo juiz que as partes façam os memoriais ou alegações finais por escrito, prazo de 15 dias para o autor e para o réu (prazo comum), artigo 364 2º. Decorrido os prazos acima o juiz proferirá a sentença. 5

6 Observar as regras de competência, recebida a inicial é marcada audiência de Conciliação. Art.693 CPC. O juiz manda citar o réu para a audiência, a citação não vai acompanhada de contra fé e tem que ser pessoal. Não tendo acordo inicia o prazo de 15 dias para contestar, art. 313 e ss CPC. Provas que pretende produzir: oitiva de testemunhas, depoimento pessoal das partes Alegações finais por escrito no prazo de 15 dias para o autor e o réu prazo comum. Prazo da réplica 5 ou 15 dias, este será se tiver as hipóteses do art. 337 CPC e/ou 350 do CPC. Procedimento da separação judicial consensual. Os requisitos da petição inicial estão elencados no artigo 731 e seguintes do Código Civil, in verbis: Art A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; 6

7 II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos. Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658. Na petição inicial é necessária a assinatura de ambas as partes, e a descrição dos bens que serão partilhados, ou que não existem bens a partilhar. Na separação é possível reconciliação quantas vezes quiser. Precisa constar na inicial as questões referentes a alimentos entre os cônjuges, fixação, renúncia ou desistência nesta última hipótese pode pleitear futuramente. Não dá para cumular divórcio/separação com alimentos, ritos diferentes, exceto se consensual. Se tiver filhos incapazes é obrigatório constar como será exercida a guarda, se unilateralmente ou compartilhada e a forma das visitas, se for o caso. Precisa constar ainda como será prestado os alimentos aos filhos menores. Não havendo filhos menores ou nascituro, pode ser feito por escritura pública (extrajudicial), as partes precisam estar assistidas por advogados. É possível fazer o divórcio sem fazer a partilha de bens, mas não daria para fazer a separação, para não ter confusão patrimonial, há juízes que concede a separação sem previa partilha. Bons Estudos!!! Prof.ª. Adriana Aparecida Duarte. 7