TRANSFORMAÇÃO PARA O DISCURSO INDIRETO PROFª ANDRÉA ZELAQUETT DO DISCURSO DIRETO PARA O DISCURSO INDIRETO
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- Yasmin Manuella Aleixo Braga
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1 TRANSFORMAÇÃO PARA O DISCURSO INDIRETO PROFª ANDRÉA ZELAQUETT DO DISCURSO DIRETO PARA O DISCURSO INDIRETO Passar um texto em discurso direto para discurso indireto é reescrever as ideias dos interlocutores (entrevistados) de modo resumido e claro. Nessa passagem devem-se manter as informações essenciais das falas dos interlocutores contidas nas perguntas e nas respostas, eliminandose as marcas que, no discurso direto, indicavam a entrada da fala de cada interlocutor, como travessões e aspas. Ainda é necessário deixar claro no discurso relatado de quem é a voz reproduzida, o que foi perguntado e o que foi respondido. O tipo de proposta para transformar o discurso direto para o indireto procura avaliar a capacidade de leitura do aluno (o que se evidenciará pela manutenção do conteúdo básico da entrevista no texto reescrito) e na habilidade de transpor esse conteúdo para o discurso relatado. Assim, não é preciso prender-se às mesmas palavras usadas no diálogo nem à estrutura frasal nem à ordem das informações que aparecem ali. Para mudar o discurso, deve-se acrescentar expressões como: ele perguntou se..., ela disse que, ele discordou de, fazendo uso dos chamados verbos de elocução, ou popularmente, verbos de dizer (dicendi). A seguir, veja um exemplo de passagem do
2 discurso direto para o discurso indireto relatado. Leia o trecho de uma entrevista com o psicólogo Jacob Goldberg publicada na revista IstoÉ, número Discurso Direto IstoÉ - A ideia de um amor único e eterno ainda é muito forte? Jacob - Extremamente. E existe muita mentira em torno disso. Qualquer pesquisa que for aplicada hoje no Brasil dirá que o mito do amor ideal continua. O que afirmo é baseado na interpretação de desejos inconscientes e jogados na categoria de tabu. É proibido falar disso. Amor é sacralizado. Discurso Indireto Relatado Em uma entrevista à revista IstoÉ (1370), o psicólogo Jacob Goldberg afirmou que a ideia do amor único e eterno é muito forte, embora qualquer pesquisa realizada hoje negue sua existência. Goldberg também explicou que a ideia do amor ideal ainda existe, apesar de ele ser tratado como tabu. Como fazer a passagem do discurso direto para o indireto? 1. De forma semelhante ao resumo, como primeiro passo faça uma primeira leitura, rápida, do trecho da entrevista, procurando compreender a ideia mais
3 geral do texto, sentido o tom geral das perguntas e respostas. 2. Na segunda leitura, sublinhe as ideias que você considerar essenciais do trecho dia entrevista. Você deve prestar atenção não só às respostas do entrevistado, mas também às perguntas feitas a ele. Deve observar como as perguntas e respostas foram construídas, se estão no sentido literal ou se há alguma ironia, por exemplo. 3. Observe se há um título para a entrevista (ele costuma sintetizar a essência da entrevista), a formação e atuação profissional do entrevistado e o veículo de imprensa que realizou e publicou a entrevista. Essas informações devem ser apresentadas no início do texto em discurso indireto relatado. 4. Após duas leituras, faça um pequeno esquema das ideias mais importantes das perguntas e respostas, de forma resumida. Pense em como você vai organizá-las em seu texto. 5. No discurso indireto, você deve apresentar as ideias principais da entrevista com suas próprias palavras e construções, usando para isso os chamados verbos dicendi ou declarativos ou de elocução, que articulam e introduzem as falas do entrevistador e do entrevistado. Você vai parafraseálas, mantendo o raciocínio e o tom das perguntas e respostas.entretanto, não é sempre que você
4 substituir uma palavra por um sinônimo. Existem algumas palavras, denominadas palavras-chave do tema, que não podem e não devem ser substituídas. 6. Ao empregar os verbos dicendi para introduzir as diferentes falas, procure selecionar os mais indicados para as diferentes situações de entrevista. Algumas falas são mais neutras ou menos marcadas e, por isso, é possível empregar verbos mais neutros também, como declarou, falou ou respondeu. Outras falas pedem verbos dicendi mais específicos, que traduzam com mais fidelidade o conteúdo da fala, como contou, confessou, ironizou, contestou, entre outros. 7. Procure identificar o tom da entrevista e as características da linguagem do entrevistado. Verifique se é um texto mais formal, linear e comportado ou se é uma entrevista mais informal, com gírias, jogos de linguagem, ironias, subentendidos. 8. No início do discurso indireto, explicite o nome, a formação ou a atuação profissional do entrevistado, bem como o veículo de comunicação para o qual ele concedeu a entrevista. Mencione também a data em que a entrevista foi publicada ou o número de edição do veículo. 9. No decorrer de seu texto, você deve retomar o entrevistado algumas vezes, fazendo isso com o uso do sobrenome, de sua formação ou, eventualmente,
5 com o nome pelo qual ele é mais conhecido. 10. O discurso indireto, assim como o resumo, não é um exercício mecânico de mera substituição das palavras contidas na entrevista por expressões sinônimas. Ele pede capacidade de leitura do texto da entrevista, identificação das suas ideias principais e desenvoltura ao traduzir, com suas palavras, essas ideias principais.
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