GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DA EXECUÇÂO DOS SERVIÇOS DE LINHA VIVA EM REDES ENERGIZADAS DE DISTRIBUIÇÂO DE 15 KV
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1 DE LINHA VIVA GERENCIAMENTO DA QUALIDADE DA EXECUÇÂO DOS SERVIÇOS EM REDES ENERGIZADAS DE DISTRIBUIÇÂO DE 15 KV Autores: FERNANDO GOMES DA SILVA FILHO (ENGENHEIRO) Cargo: CHEFE DO DEPARTAMENTO DE SERVIÇOS EM SUBESTAÇÕES E LINHAS ENERGIZADAS CARLOS HENRIQUE PINTO DE ARAGAO (ELETROTÉCNICO) Cargo: SUPERVISOR DE SERVIÇOS MARCO DE ALMEIDA OLIVEIRA (ENGENHEIRO) Empresa: COMPANHIA ENERGÉTICA DO CEARÁ COELCE PALAVRAS CHAVES: Linha viva, qualidade, segurança no trabalho, rede de 15 kv energizada. DADOS DA EMPRESA: Endereço: Rua Barão do Rio Branco, 2955 Centro - Fortaleza - Ceará - Brasil Código Postal: Telefone: (085) Fax: (085) fgomes@coelce.com.br 1. Resumo do trabalho Este trabalho visa possibilitar a avaliação da execução dos serviços pelas turmas de linha viva de uma forma objetiva e uniforme. Essa avaliação foi possível primeiro pela definição dos recursos materiais ideais, da documentação exigida para os trabalhos, e dos procedimentos de linha viva das tarefas a serem executadas pelas turmas de linha viva. Partiu-se então para treinar o pessoal de acordo com os procedimentos que haviam sido definidos, dando conhecimento a todos da padronização dos serviços. Em seguida foram definidas as variáveis que seriam avaliadas, e os itens que a comporiam em um formulário de inspeção, que aplicado traria respostas objetivas para uma coleta de dados que seriam inseridos em um programa para se fazer uma avaliação de cada trabalho inspecionado. Esse programa que possibilita analisar os dados de forma gráfica e de relatórios, tirando assim informações que levam a identificação dos problemas e o direcionamento dos esforços para a sua resolução num processo de melhoria contínua dos serviços. 2. Trabalho final 2.1. Introdução Para se fazer o gerenciamento da qualidade da execução dos trabalhos de linha viva é necessário que haja condições de medir se os procedimentos executados no campo estão de acordo com um determinado padrão estabelecido. Logo, é essencial que haja uma definição de uma padronização na execução dos serviços, levando em conta os aspectos de segurança, para que se possibilite fazer inspeções baseadas não apenas no bom senso, mas em um procedimento que é de conhecimento de todos aqueles que prestam serviços de linha viva para a COELCE. Já estando definidos estes procedimentos, como era o caso da COELCE, passou-se para o treinamento dos chefes de turma e dos eletricistas, através de uma reciclagem das turmas de linha viva, 1
2 o que foi feito num centro de treinamento para trabalhos com redes energizadas. Estando as turmas treinadas a executarem os serviços de acordo com as exigências da COELCE, passou-se para a etapa seguinte, que foi a definição dos pontos que seriam avaliados e como seria feita a avaliação. Foram definidas três variáveis, as quais descrevemos a seguir: Variável COR (condição ótima dos recursos): Para que nos informasse como estavam as condições e quantidade dos materiais de linha viva, equipamentos e do veículo especial. Variável COL (Condição ótima para liberação): Para demonstrar se a documentação, planejamento dos serviços, descrição dos serviços e croquis estavam de acordo com as exigências da empresa. Variável QDE (Qualidade da execução): Para informar de maneira objetiva e clara se a execução dos serviços de linha viva seguia o padrão de segurança estabelecido pela empresa. Foi definido também, para estas três variáveis, o peso que cada uma delas deveria ter, para compor a nota da avaliação final do serviço. Definiu-se que para a nota final de cada inspeção, a avaliação da variável COR entraria com sendo 20 % da nota, a avaliação da variável COL entraria com 25% e a variável QDE entraria com os 55% restantes. Para cada variável destas, foram levantados os itens que seriam importantes para análise, e estes itens, 30 no total das 3 variáveis, foram incluídos numa planilha que definisse com repostas objetivas, o que teria de ser verificado pelo inspetor de campo. A objetividade das respostas é fundamental para que se possa trazer informações o mais uniformes possíveis, independente de quem tenha ido fazer a inspeção. Figura 1: Imagem parcial do formulário de inspeção - variáveis COR e COL (parcial) 2
3 Para a variável COR Condição Ótima dos Recursos, foram descritos 4 itens, que seriam analisados segundo os conceitos BOM, REGULAR ou INSUFICIENTE. Para a variável COL Condição Ótima para Liberação, foram definidos 5 itens, que seriam analisados como sendo Para a variável QDE - Qualidade da Execução, foi feita uma distribuição dos itens de acordo com um determinado peso, que varia de 0,5 a 1,5, dependendo da importância ou relevância que esse item teria sob o aspecto de segurança para a execução da tarefa. Esta variável foi composta por 21 itens, que não se aplicariam a todos os serviços, entretanto, somente aqueles que foram alvo de análise em cada serviço é que entrariam na formação da avaliação desta variável em cada inspeção. Restava a definição do número de inspeções que teriam que ser feitas para nos dar uma noção exata de como estariam se comportando as turmas. Existe na COELCE uma definição de Procedimentos de Controle - PC, e entre eles está a PC AM 01/2003 que estabelece procedimentos para determinação da amostragem nas inspeções de controle de qualidade das atividades desenvolvidas pelos contratados. Logo, de acordo com a população de serviços que são executados em determinado período, se faz uma definição da amostra necessária para se chegar à conclusão sobre a qualidade da execução de todos os trabalhos. pela coordenação do serviço, de forma que as inspeções atinjam todas as equipes. Utilização de planilha de inspeção, contendo informações da viatura, equipamentos, materiais, documentação necessária e procedimentos de execução dos serviços. Realizações de visitas programadas aos locais onde as turmas estão desenvolvendo suas atividades, conforme prévio planejamento. Realização das inspeções respeitando as normas de segurança e prevenção de risco. Avaliação dos atributos das variáveis estabelecidas para cada serviço, de acordo com a planilha de inspeção. Registro e identificação em formulário próprio de todos os itens que forem inspecionados. Transformação dos dados obtidos em campo em informações estatísticas para análise dos problemas e identificação e correção das causas Programação da inspeção 2.2. Metodologia do trabalho de inspeção O inspetor de serviços em redes energizadas de média tensão realiza esta atividade observando os seguintes aspectos metodológicos: Definição da quantidade de inspeções realizadas para se ter uma amostra representativa da realidade dos serviços que estão sendo executados de acordo com a PCT 001/2003. Definição da forma de escolha das turmas que serão inspecionadas feita Figura 2: Inspeção em serviço de linha viva 3
4 Deverá ser feita com o objetivo de abranger a inspeção de todas as turmas em atividade, estabelecendo um cronograma de acordo com critérios que racionalizem os custos de inspeção. Definir as turmas que serão inspecionadas de acordo com um planejamento estabelecido pela coordenação do serviço. Verificar no Sistema de Gestão de Desligamentos SGD os serviços programados para a turma e no sistema de Gestão de Obras e Manutenção GOM onde a turma definida para inspeção irá trabalhar naquele dia. Planejar a execução de inspeção colhendo informações sobre os alimentadores e endereços dos serviços que serão inspecionados, organizando um roteiro de forma a facilitar e agilizar o bom desempenho da tarefa. Conhecer o desenvolvimento do trabalho a ser inspecionado Execução da inspeção Esta etapa é de fundamental importância, pois vai depender da qualidade da inspeção, e conseqüentemente da coleta dos dados e informações em campo o sucesso de todo o trabalho de identificação e análise dos Figura 3: Página para inserir dados das inspeções no sistema 4
5 problemas e controle da qualidade dos serviços, portanto, deve ser feita de forma a traçar um perfil preciso da realidade dos serviços de campo. Verificar se os equipamentos de proteção individual, instrumentos e os materiais necessários ao trabalho estão completos e em condições de uso. Dirigir-se ao lugar do serviço, após haver colhido as dicas para localização do trecho onde a turma irá trabalhar. Ao chegar ao local, identificar-se ao chefe de turma e solicitar deste, que forneça os documentos necessários à execução dos serviços programados, quais sejam, Ordem de Trabalho - OT, o Trabalho em Tensão - TeT, croqui e o planejamento do serviço. Observar se a documentação esta de acordo com o exigido pela COELCE, verificando composição da turma, endereço, alimentador, serviço a ser realizado, data e horário da programação, planejamento do serviço para a tarefa inspecionada e croqui. Preencher os dados do cabeçalho na frente do formulário de inspeção de campo para trabalhos em redes de média tensão energizadas, conforme ANEXO I, identificando a empreiteira, a turma, o veículo, o TeT/OT, o serviço a ser realizado e a data. Preencher no verso do formulário de inspeção o nome do inspetor e o da empresa dele, o nome do chefe de turma e da empresa da qual faz parte, e o Figura 4: Gráfico para avaliar a evolução da qualificação das inspeções 5
6 endereço e data do serviço. Acompanhar a execução do serviço observando se o desenvolvimento das tarefas está de acordo com as normas de segurança e os procedimentos estabelecidos no PEX 12. Se, durante a execução do serviço, a turma não atender ao menos uma vez, a algum dos itens do formulário relativos a variável QDE Qualidade da execução, assinalar um X na coluna NÃO, como atividade não executada. Se executar completamente o item, toda vez em que o mesmo se repetir, marcar um X na coluna SIM, como atividade executada. Preencher no formulário de inspeção somente os campos relativos aos itens que estão sendo acompanhados naquele serviço. Ao final da inspeção, o inspetor deverá assinar o formulário e solicitar ao chefe de turma que o mesmo assine também. Figura 5: Gráfico das inspeções aceitas e rejeitadas Cada item verificado que tiver uma correspondência no formulário de inspeção deve ser preenchido e detalhado, quando necessário, no campo observações no verso do formulário. No preenchimento da variável COR - Condição Ótima dos Recursos avaliar o estado de conservação do e/ou quantidade dos materiais, equipamentos e ferramentas, assinalando um X na coluna apropriada, de acordo com os seguintes conceitos: BOM: atende completamente as condições exigidas; REGULAR: atende parcialmente as condições exigidas, sem contudo impedir a realização com segurança do serviço; INSUFICIENTE: não atende as condições exigidas, impedindo a realização com segurança do serviço. No preenchimento da variável COL Condição Ótima para Liberação, deverá ser verificado se a documentação para a execução de serviços programados, ou de urgência, atende as exigências normatizadas pela COELCE, assinalando com um X na coluna SIM se atender cada item. Figura 6: Gráfico da distribuição de falhas 6
7 2.5. Análise dos dados obtidos na inspeção Após a coleta dos dados e informações de campo, estes deverão ser trabalhados, com o objetivo de gerar planilhas e gráficos que dêem uma maior condição de se fazer uma análise sistemática do desempenho das turmas e em conseqüência das empreiteiras. Através da análise destas informações, trabalhadas de uma forma estatística, poderão ser identificados os problemas mais importantes a serem atacados, dando assim possibilidade de se encontrar as causas, sugerir as soluções e encaminhar estas aos setores competentes, para um aprimoramento contínuo da qualidade e segurança dos serviços. Nesta avaliação nós temos uma qualificação que é atribuída a cada inspeção, depois da computação dos dados das três variáveis que a compõem. A apresentação de um gráfico de barras nos dá a comparação da qualificação de cada inspeção com um índice de falhas que foi pré-definido, mas que pode ser alterado. O índice de falhas ficou definido inicialmente que seria de no máximo 5 %, a partir daí a inspeção seria classificada como rejeitada. O gráfico de barras nos mostra a evolução no tempo da avaliação da qualificação das inspeções de uma empreiteira na figura 4, que nos dá também a qualificação da empreiteira de acordo com o número de inspeções que foram rejeitadas no gráfico de pizza da figura 5. Outra análise feita é o tipo de falhas que estão sendo cometidas. O gráfico de distribuição de falhas, figura 6, mostra quais as falhas foram cometidas divididas por variáveis (COR, COL e QDE), dando o percentual que contribui cada item para a formação da qualificação. Um gráfico de barras nos mostra também a quantidade de vezes que cada item foi identificado como executado de maneira falha, para termos idéia do volume de itens rejeitados, figura 7. Figura 7: Gráfico do número de falhas A avaliação destas turmas será apurada em períodos mensais, e para dar uma maior confiança de que os dados obtidos expressem a realidade, o tamanho das amostras para cada avaliação de uma empreiteira será tomado de acordo com um nível de confiabilidade e com a população dos serviços executados, conforme critérios estatísticos estabelecidos pela Norma ISO Conclusão Concluímos que a aplicação deste modelo de gerenciamento nos leva a identificar de forma mais rápida os problemas no que diz respeito aos materiais, planejamento e a execução dos serviços de linha viva, o que tem levado a melhoria da qualidade dos serviços na COELCE. Este trabalho também tem contribuindo para reduzir os índices de acidentes de trabalho nas empresas contratadas que atuam nesta área. 4. Lições aprendidas Aprendemos que, ao identificarmos algum problema que fuja aos padrões de trabalho estabelecidos pela Concessionária, é melhor fazer com o chefe da turma tome logo conhecimento do fato, para que este seja corrigido de imediato, o que não quer dizer que estes dados não deixem de constar na planilha de inspeção. Há a necessidade de contar, pois essas informações vão servir de base para 7
8 analisar se a turma está repetindo o erro, e na avaliação mensal, serão importantes também para entrarem como lições a serem repassadas ás outras turmas. 5. Recomendações A essência deste trabalho de gerenciamento da qualidade de serviços é o acompanhamento dos serviços no campo, portanto, este deve ser feito de maneira sistemática e com parâmetros definidos de forma que o torne o mais uniforme possível. Antes deste acompanhamento de avaliação das turmas é necessário que elas tenham sido submetidos ao mesmo treinamento, para assegurarmos assim, que todos conheçam os procedimentos padronizados pela empresa, que todos saibam que devem cumpri-los e que ainda podem ser submetidos a avaliações freqüentes. 8
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