Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde: Avaliação para Hospital Regional do RS.

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1 UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO FACULDADE DE ENGENHARIA E ARQUITETURA CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL Daniele Alessandra Koch Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde: Avaliação para Hospital Regional do RS. Passo Fundo, 2011 Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde: Avaliação para Hospital Regional do RS

2 1 Daniele Alessandra Koch Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde: Avaliação para Hospital Regional do RS. Trabalho de conclusão de curso apresentado ao curso de Engenharia Ambiental, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Engenheiro Ambiental. Orientador: Profª. Drª. Aline Ferrão Custódio Passini. Passo Fundo, 2011.

3 2 Daniele Alessandra Koch Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde: Avaliação para o Hospital Regional do RS. Trabalho de Conclusão de Curso como requisito parcial para a obtenção do título de Engenheiro Ambiental Curso de Engenharia Ambiental da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade de Passo Fundo. Aprovado pela banca examinadora: Orientador: Profª. Dra. Aline Ferrão Custodio Passini Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF Profª. Msc Juliana Kurek Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF Prof. Msc Ricardo Salami Debastiani Faculdade de Engenharia e Arquitetura, UPF Passo Fundo, 1º de novembro de 2011.

4 3 AGRADECIMENTOS Aos meus queridos pais, Vilson Koch e Neidi Brune Koch. Agradeço a eles pelo amor, pelo incentivo, pelo apoio irrestrito, pelas lições, pelo esforço de bancar minhas despesas até este momento, e por contribuírem significativamente na minha formação pessoal. Muito obrigado! Á Professora Aline Ferrão Custodio Passini, pela orientação, pela confiança, pelo apoio e possibilidade de aprendizagem. Á Aline Ortiz Batista, pela gentileza de disponibilizar seu tempo e seus conhecimentos para contribuir na realização do meu trabalho. A todos os membros da minha família que contribuíram para a minha formação, e sempre torceram por mim. Á Instituição de Saúde avaliada neste trabalho, por disponibilizar as informações para a realização da pesquisa. Principalmente a direção do hospital e aos entrevistados, pela disponibilidade e atenção dedicada. Aos membros da banca examinadora Juliana Kurek e Ricardo Debastiani Salami, pela contribuição com as suas considerações. Aos meus colegas e amigos que conquistei durante a minha jornada acadêmica, em especial a Adan Trentin, Marcelo Pezzini, Dinava Muller, Adriano Pires e Eduardo Bertolin, pelo apoio, companheirismo, incentivo nas horas difíceis, pelos desafios superados em inúmeros trabalhos em grupo, pelas risadas e bons momentos, e principalmente pela amizade. Á todos que contribuíram para minha formação profissional e pessoal, meu sincero agradecimento.

5 4 RESUMO Após o crescimento explosivo da sociedade urbana e industrial, juntamente com o consumismo exagerado, ocorreu um grande aumento na geração de resíduos, que vêm gerando impactos negativos ao meio ambiente. No contexto desta problemática ambiental, destaca-se a geração dos resíduos de serviço de saúde. Este tipo de resíduo é de grande importância pelo grau de contaminação e periculosidade de representam. A partir disto, o objetivo deste trabalho foi realizar o diagnóstico da situação atual em relação ao gerenciamento dos resíduos, no Hospital Regional do RS. A metodologia utilizada foi do tipo descritiva, exploratória, qualitativa e quantitativa. Foi realizado um levantamento das legislações pertinentes ao assunto. A coleta de dados foi obtida através de aplicação de questionário, o qual foi respondido pelos profissionais responsáveis, quantificação dos resíduos por amostragem e visitas de rotina. Foram identificadas as unidades do hospital e avaliados aspectos referente ao manejo, como a geração, segregação, classificação, transporte, coleta, tratamento e destinação final. Os dados coletados proporcionaram uma melhor visão sobre o gerenciamento dos resíduos, demonstrando que o gerenciamento relacionado a estes resíduos é realizado dentro do limite que a Instituição apresenta, mas há possibilidades de melhorias frente às não conformidades e necessidades evidenciadas na gestão dos resíduos de serviço de saúde. Palavras-chaves: Resíduos de Serviço de Saúde, Diagnóstico dos Resíduos de Serviço de Saúde, Manejo dos resíduos.

6 5 ABSTRACT After the explosive growth of the urban and industrial society, together with the exaggerated consumerism, occurred a huge increase in the generation of wastes, which it generate negative impacts to the environment. In the problematic context of this ambient, it is detached by generation of the residues of health service. This type of residue has great importance for the contamination rate and dangerousness that it represents. From this, the objective of this work was to realize the present situation diagnostic in relationship to wastes generation, from a Regional Hospital of RS. The used methodology was of the descriptive, exploratory, qualitative and quantitative type. A survey of the pertinent legislation about the subject was realized. The collect of data was done through questionnaire application, which was answered by the responsible professionals, quantification of the residues for sampling and visits of routine. The units of the referring hospital were identified and evaluated aspects to the handling, as the generation, segregation, classification, transport, collect, treatment and final destination. The collected dates provided a better vision on of the management of these residues, demonstrating that the management of such waste is carried out within the limit that the institution has, but there are some improvements possibilities in front to the nonconformities and necessities evidenced in the management of the health service wastes. Key-word: Waste of Health Services, Waste Diagnosis of Health Services, Waste Management.

7 6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Distribuição dos Municípios por tipo destinação dos RSS Coletados (%)...34 Figura 2: Quantidade de RSS Coletadas pelos Municípios Distribuídos por Região e Brasil. 35 Figura 3: Etapas do manejo dos resíduos em um PGRSS...49 Figura 4: Forma de acondicionamento dos RSS conforme sua classificação Figura 5: Mapa com a localização da região do Alto da Serra do Botucataí dentro do estado do Rio Grande do Sul, e localização do Estado no mapa do Brasil...62 Figura 6: Mapa dos 16 municípios que compõem o Alto da Serra do Botucaraí do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de Figura 7: Fluxograma da estrutura metodológica...66 Figura 8: Acondicionamento dos resíduos classe A e D, e identificação dos mesmos Figura 9: Acondicionamento dos resíduos classe A, os restos fetais, placentas e peças anatômicas (membros), em freezer próprio para tal material Figura 10: Resíduos potencialmente infectantes armazenados dentro das bombonas no abrigo destinado ao armazenamento externo Figura 11: Resíduos perfurocortantes armazenados dentro das bombonas no abrigo destinado ao armazenamento externo Figura 12: Imagem dos sacos contendo resíduo contaminado Figura 13: Identificação dos resíduos gerados no HR...76 Estes tipos de lixeiras, com esta identificação foram encontradas apenas no Centro Cirúrgico, Ambulatório, UTDA, Maternidade...77 Na Figura 14 temos o exemplo de acondicionamento para resíduos perfurocortantes, e na Figura 15 exemplos de lixeiras contidas no Estabelecimento de Saúde, sem nenhum tipo de identificação Figura 14: Caixa descapax para separação do resíduo perfurocortante...77 Figura 15: Lixeiras sem nenhum tipo de identificação, localizadas nos postos, farmácia, administração, manutenção, lavanderia, cozinha...78 Figura 16: Fluxograma referente à coleta interna dos RSS gerados no HR...79 Figura 17: Carrinho para coleta interna...80 Figura 18: Armazenamento temporário dos resíduos...81 Figura 19: Abrigo externo dos resíduos Figura 20: Bombonas disponibilizadas pela empresa contratada para destinação final e tratamento Figura 21: Identificação da bombona para resíduo infectante...82 Figura 22: Ambiente fora do abrigo externo, para fácil coleta do sistema de coleta do município Figura 23: Imagem do abrigo externo com vista da rua...83 Figura 24: Gráfico representando a porcentagem de resíduos gerados no HR....85

8 7 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Taxa de geração de RSS nos países desenvolvidos...32 Tabela 2: Taxas de geração de RSS da América Latina...33 Tabela 3: Situação do Brasil em relação aos RSS...34 Tabela 4: Capacidade instalada de tratamento de RSS...59 Tabela 5: Estimativa da quantidade de resíduos gerados no HR...85

9 8 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Definição de Resíduos Sólidos...17 Quadro 2: Classificação dos resíduos sólidos urbanos...22 Quadro 3: Classificação dos resíduos de fontes especiais...23 No Quadro a seguir, temos algumas definições para resíduos de serviço de saúde...26 Quadro 4: Definições dos resíduos de serviço de saúde...27 Quadro 5: Síntese dos acontecimentos, na construção da Legislação Ambiental referente aos RSS Quadro 6: Evolução das Resoluções da ANVISA referentes aos RSS Quadro 7: Trajetória das Resoluções do CONAMA referentes aos Resíduos Sólidos, inclusive os de Serviços de Saúde...44 Quadro 8: Normas técnicas da ABNT referentes aos resíduos sólidos, inclusive os RSS...45 Quadro 9: Síntese do manejo dos resíduos sólidos Quadro 10: Identificação dos resíduos de serviço de saúde Quadro 11: Tipos de Resíduos gerados no HR por setor Quadro 12: Identificação dos tipos de resíduos gerados no HR...71 Quadro 13: Acondicionamento dos resíduos gerados....73

10 9 LISTA DE ABREVIATURAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária CONAMA - Conselho Nacional do Meio Ambiente EPI - Equipamento de Proteção Individual HR Hospital Regional IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OMS - Organização Mundial de Saúde PGRSS - Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde RDC - Resolução da Diretoria Colegiada RSS - Resíduos de Serviço de Saúde SISMANA - Sistema Nacional do Meio Ambiente UTDA Unidade de Tratamento Diferenciado Adulto WHO World Health Organization

11 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO Problema e contextualização Justificativa Objetivos Objetivo geral Objetivos específicos Estrutura do trabalho REVISÃO DE LITERATURA Resíduos sólidos: Problemática e definição Classificação dos resíduos Resíduos de Serviço de Saúde Denominação Classificação dos RSS Geração de RSS Aspectos históricos, legais e normativos dos RSS Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde Segregação Acondicionamento Identificação Coleta e transporte interno Armazenamento Tratamentos Coleta e Transporte Externos Disposição Final Diagnóstico dos RSS METODOLOGIA Área de estudo Classificação da Pesquisa Etapas do processo metodológico Etapa 1 - Estudos iniciais...67 Primeiramente ocorreu um estudo inicial, com revisão de literatura sobre o tema RSS com auxílio de dissertações, artigos, livros, etc., e levantamento da legislação vigente e de Normas Técnicas sobre o presente assunto Etapa 2 - Conhecimento do Problema Etapa 3 Material de Pesquisa Etapa 4 - Tratamento e análise dos dados Etapa 5 Conclusão e recomendações RESULTADOS E DISCUSSÕES Caracterização do Hospital Regional Diagnóstico do gerenciamento dos RSS Segregação dos RSS Acondicionamento Identificação Coleta e transporte interno Armazenamento temporário e externo Coleta e transporte externo...83

12 4.2.7 Tratamento Destinação final Quantificação dos resíduos Análise do sistema de gerenciamento do hospital e propostas de melhorias CONCLUSÃO Sugestões para trabalhos futuros...89 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...90 APÊNDICE A...96 APÊNDICE B

13 12 1 INTRODUÇÃO 1.1 Problema e contextualização A civilização atual se caracteriza como a sociedade do consumo, marcada pelo aumento significativo dos resíduos sólidos e do desperdício. Portanto a gestão adequada destes resíduos constitui-se num dos grandes desafios a serem enfrentados no mundo de hoje. A geração de resíduos e suas conseqüências ao meio estão ligadas às evoluções cultural e tecnológica humanas. Mas foi no século XVIII, com o começo da Revolução Industrial que houve o aumento expressivo do uso dos recursos naturais explorados pela indústria, crescimento acelerado da população e mecanização da agricultura. Em menos de três séculos, o homem alterou o ambiente terrestre de forma nunca vista por ele. Para Schneider et al. (2004) após a concretização da sociedade urbana e industrial, o consumismo intensificou-se significativamente, implicando no aumento mundial da geração de resíduos sólidos, tais como domiciliares, industriais e de serviço de saúde. O aumento e a diversidade na produção dos resíduos estão diretamente ligados com o desenvolvimento econômico e com o consumo exagerado de produtos. A sociedade depara-se então com um dos grandes desafios de várias ordens de grandeza. Trata-se de um momento histórico único em que o homem é obrigado a reconhecer impasses gerados pela própria cultura, a qual originou situações de desequilíbrio ambiental (SCHNEIDER et al., 2004). A necessidade de intervenção sobre os resíduos é uma prioridade na sociedade moderna. Se, por um lado, a quantidade de resíduos produzida anualmente não para de aumentar, podendo provocar uma notória poluição visual se amontoados indiscriminadamente, por outro, os resíduos podem ter implicações no ambiente e na saúde das pessoas que entraram em contacto com eles (TAVARES, 2004). O amadurecimento da questão ecológica destaca-se entre os fatores que identificam e determinam a singularidade do momento histórico que vivemos, ocupa o cenário e infiltra-se em todas as dimensões da atividade humana. A consciência sobre os problemas ambientais é hoje, de tal forma, penetrante e extensa, que todas as ações do homem implicam, supõem ou a contêm. A reflexão sobre o tema está presente no cotidiano mais singelo aos empreendimentos de maior envergadura (LIPPEL, 2003).

14 13 A preocupação com as questões ambientais faz do gerenciamento de resíduos um processo extremamente importante para a preservação da qualidade da saúde e do meio ambiente, pois, a produção de resíduos é superior à capacidade de absorção da natureza (BRASIL, 2006). A preocupação se intensifica quando se trata de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, que, embora representem uma pequena parcela dos resíduos totais, ocupam uma posição de extrema importância pelo grau de contaminação e periculosidade que representam. Como fator indireto, de impactos a saúde e ao meio ambiente, os resíduos de serviços de saúde exercem grande importância na transmissão de doenças, mediante o contato de vetores biológicos e mecânicos. Seu manejo inadequado pode contribuir para a poluição do solo, da água e do ar, submetendo as pessoas a várias formas de exposição ambiental. Por ser uma classe especial de resíduos requer coleta, manuseio, armazenamento, tratamento, destinação final e um plano de gerenciamento específico de acordo com suas classes e características, pois estes aspectos potencializam os riscos a saúde humana e ao meio ambiente (CUNHA et al., [s.d] ). Os Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) são percebidos como um grande problema para as administrações públicas municipais, apesar de serem uma pequena parcela dos resíduos sólidos urbanos, em torno de 1 a 3% de acordo com o Ministério da Saúde. A falta de informação a respeito das formas adequadas de gerenciamento dos RSS, seja pelo poder público municipal e/ou pelos estabelecimentos prestadores de serviço de saúde, acarreta em um manejo inadequado que reflete em problemas ambientais, já que este é um resíduo que põe em risco a contaminação humana e do meio ambiente (GOMES, 2008). No Brasil, foram elaboradas e reelaboradas resoluções visando à correta gestão dos RSS: A Resolução Diretiva Colegiada (RDC) nº. 306 da ANVISA e a Resolução CONAMA nº. 358, estas resoluções reforçam a necessidade de um gerenciamento adequado dos RSS baseados na segregação correta. Assim a proposta deste trabalho foi acompanhar a rotina e o manejo dos resíduos gerados nas diversas unidades do Hospital Regional (HR), localizado no Alto da Serra do Botucaraí, visando desenvolver um trabalho de quantificação e observação dos resíduos para contribuir na implantação do seu Plano de Gerenciamento de Resíduos Serviço de Saúde (PGRSS). O Hospital não pode mais sustentar medidas paliativas de gerenciamento e/ou simplesmente ignorar sua posição de geradora desse tipo de resíduo. Então para posteriormente propor medidas mais atualizadas de controle e gerenciamento, necessita-se

15 14 responder a seguinte questão: Qual é a atual realidade do Hospital Regional em relação aos RSS? 1.2 Justificativa O presente trabalho tem como justificativa a importância de se analisar e diagnosticar o gerenciamento dos RSS no HR, para resultar na diminuição dos impactos que estes podem causar ao meio ambiente e a saúde pública, e também para posteriormente fundamentar a elaboração de um Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde (PGRSS) para este hospital. Conforme Ribeiro Filho (2005), nos últimos anos, mais do que os efeitos diretos das implicações ambientais de suas atividades, a indústria da saúde passou a enfrentar as pressões dos consumidores, do governo e do público em geral, por uma postura ambientalmente mais responsável. Esses fatores levaram ao reconhecimento da necessidade de se ter um gerenciamento ambiental como parte do negócio. Essa necessidade está intimamente ligada à era da informação, quando o gerenciamento ambiental adquire importância estratégica e valor, estando diretamente relacionado aos ativos intangíveis como: imagem, reputação e valor da marca. Segundo Schneider (2004) as inovações, em qualquer área, exigem ações integradas, de forma a tornar toda a cadeia sustentável, reduzindo custos e aumentando o valor agregado, principalmente a assistência à saúde, pela sua complexidade e diversidade de aspectos ambientais envolvidos. Para Confortin (2001): [...] os estudos relativos ao conhecimento das quantidades e das características dos RSS permitem projetar um sistema de gerenciamento adequado e de acordo com a realidade do estabelecimento, proporcionando uma política de gerenciamento correta (CONFORTIN, 2001, p. 3). O HR está ciente de sua responsabilidade social e ambiental e tem constante preocupação em atingir e demonstrar um bom desempenho na área ambiental. A Entidade assume o dever e o compromisso das melhorias, visando o aperfeiçoamento dos seus processos, da segurança do trabalhador e da saúde da população.

16 15 Assim, considerando o importante compromisso com a comunidade e devido à atenção requerida pelos RSS, é necessária a atualização de dados referentes a estes resíduos, para que possam servir de auxílio para trabalhos posteriores e melhorias no seu sistema de gestão. 1.3 Objetivos Objetivo geral Tem-se como objetivo geral realizar o diagnóstico visando a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde do Hospital Regional, localizado no Alto da Serra do Botucaraí no RS Objetivos específicos Os objetivos específicos são definidos como: a) Conhecer a legislação vigente, Normas Técnicas e requisitos legais aplicáveis, sobre o presente assunto; b) Levantar dados pertinentes ao manejo, geração, segregação, classificação, transporte, coleta, tratamento e destinação final dos RSS do HR; c) Quantificar a geração de resíduos do HR. 1.4 Estrutura do trabalho Além do presente capítulo, no qual se apresenta o problema de pesquisa, a justificativa, os objetivos e as delimitações do trabalho, esta pesquisa é composta por mais cinco capítulos.

17 16 O capítulo 2 apresenta a revisão da literatura, abordando as definições e classificações dos resíduos sólidos, incluindo os de serviço de saúde, aspectos legais e normativos, e etapas do gerenciamento. O capítulo 3 caracteriza a área de estudo onde, classifica a pesquisa e descreve o procedimento metodológico utilizado, detalhando as atividades realizadas para o desenvolvimento deste trabalho. O capítulo 4 apresenta o diagnóstico encontrado e a discussão dos resultados. O capítulo 5, por fim, apresenta as conclusões da pesquisa e as recomendações para trabalhos futuros, elaboradas a partir dos resultados obtidos.

18 17 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Resíduos sólidos: Problemática e definição Segundo Domenéch (1993), resíduo é tudo aquilo o que é gerado como conseqüência não desejada de uma atividade humana e, em geral, de qualquer ser vivo. Como qualquer processo natural, o gerenciamento dos resíduos está governado por um conjunto de leis, sendo que a primeira, segundo o autor, poderia resumir-se na seguinte frase: Eu sou, portanto eu contamino. Todos os seres vivos para subsistir devem transformar de forma contínua certos produtos ao seu alcance em outros que possam assimilar, o que leva necessariamente à geração de resíduos. Na realidade, essa primeira lei se inspira na segunda Lei da Termodinâmica, segundo a qual, ao converter-se energia em trabalho, sempre se transfere uma certa quantidade de energia residual para o entorno. Aplicando-se essa lei à conversão de matéria-prima em produto de consumo, origina-se sempre um resíduo, o qual é descartado e devolvido ao meio ambiente. Segundo essa mesma lei, a reciclagem completa de um resíduo é impossível. (SCHNEIDER et al., 2004). O Quadro 1 mostra as definições de resíduos sólidos de várias entidades, órgãos nacionais e internacionais. Quadro 1: Definição de Resíduos Sólidos ENTIDADE Brasil ABNT NBR 10004/04 DEFINIÇÃO Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu

19 18 lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e economicamente inviáveis em face melhor tecnologia disponível. OMS Organização Mundial de Saúde Comunidade Européia 1 Qualquer coisa que o proprietário não quer mais, em um certo local e em um certo momento, e que não apresenta valor comercial corrente ou percebido. Toda substância ou todo objeto cujo detentor se desfaz ou tem a obrigação de se desfazer em virtude de disposições nacionais em vigor. Comunidade Francesa 2 Dicionário Aurélio 1999 Todo rejeito de processo de produção, transformação ou utilização, toda substância material, produto ou, mais geralmente, todo bem móvel abandonado ou que seu detentor destina ao abandono. Resíduo é o que resulta de atividades domésticas, industriais e comerciais. Fonte: Adaptado de Bidone (2001) apud SCHNEIDER et al, A geração de resíduos e seu posterior abandono no meio ambiente podem originar graves problemas ambientais, favorecendo a incorporação de agentes contaminantes na cadeia trófica, interagindo em processos físico-químicos naturais, dando lugar à sua dispersão. O aumento na geração de resíduos, implica na sua vez, em um consumo paralelo de matériasprimas, as quais se encontram na natureza em quantidades ilimitadas. Porém, à medida que os processos de acumulação antropogênica, particularmente de substâncias químicas, ultrapassam os limites de reciclagem do ambiente ou introduzem-se novos compostos não- 1 Comunidade Européia n. 75/442, de julho de 1975; JOCE n.l. 1494, de julho de Lei de 15 de julho de 1975

20 19 degradáveis, ocorre um desequilíbrio nos sistemas biológicos limitando a natureza em renovar-se. O volume de resíduos com que a humanidade tem de conviver é resultado também de novos padrões culturais impostos pela sociedade industrial. O dia-a-dia das pessoas vem sendo marcado, por padrões de consumo que apontam para uma situação extremamente grave. A quantidade de matérias-primas e de recursos naturais, que são carreados para o setor produtivo para dar conta da demanda de produtos, não encontra correlação proporcional na outra ponta do sistema: não se verificam, efetivamente, maiores ganhos em termos de conforto e bem-estar para os consumidores, e tampouco a sociedade encontra maneiras adequadas de repor o equilíbrio ambiental (SCHNEIDER et al., 2004). A geração de resíduos sólidos é influenciada principalmente pelo número de habitantes de determinado local, os fatores culturais e as atividades que são desenvolvidas pela população. Um dos fatores mais importantes é à componente econômica, sendo que suas variações são facilmente perceptíveis nos locais de tratamento e disposição final dos resíduos. Os resíduos resultantes de atividades humanas dão origem a uma complexa e heterogênea massa, atingindo hoje um volume tal que a sua destinação vem-se constituindo em um dos grandes transtornos da sociedade urbana. A questão transformou-se em um dos grandes desafios a serem vencidos, fruto de um modelo de desenvolvimento e de um estilo de vida, cujo padrão de conforto baseia-se no excesso de consumo e de desperdício inconseqüente. Neste sistema, a natureza é vista como fonte inesgotável de recursos, com capacidade ilimitada de absorverem resíduos (SANTOS, 2000). Jamais o homem produziu tantos resíduos como vêem produzindo atualmente e jamais teve tantos problemas, para os quais precisa apresentar soluções imediatas. Depois do surgimento de produtos recicláveis, houve um aumento expressivo do descarte de resíduos no meio ambiente. A sociedade do descarte, caracterizada pelo desperdício, onde cada vez mais produz produtos que a natureza não tem condições de absorver, alterando, assim, a estabilidade ambiental. Poucas são as sociedades, desenvolvidas ou não, que se preocupam em manejar, tratar ou destruir os resíduos que produzem o que, nas sociedades primitivas, os próprios ecossistemas naturais se encarregavam de fazer. A progressiva saturação dos mecanismos de degradação do ambiente tem tornado, no entanto, cada vez mais exígua, a destruição ou reciclagem desses pela natureza (SCHNEIDER et al., 2004). Para a mesma autora, este cenário vem mudando ainda que timidamente, nas últimas décadas, porém de maneira crescente e irreversível em alguns países industrializados. O

21 20 Brasil igualmente, tem investido nesse sentido, e já se faz sentir uma certa mudança de consciência quanto ao descarte de materiais recicláveis e um controle cada vez maior dos resíduos perigosos, que vem ocorrendo na medida em que tomam forma e são implementados instrumentos legais e normativos que chama à responsabilidade os geradores. Conforme Schneider (2004) caminha-se atualmente para um consenso global em que a coleta, o tratamento e a disposição final dos resíduos são indispensáveis à manutenção da saúde publica, além de minimizar a possibilidade de contaminação do solo, do ar e das águas superficiais e subterrâneas. Na medida em que os depósitos de resíduos assumem dimensões que fogem ao controle, faz-se necessárias a minimização da geração e a utilização de métodos de tratamento e disposição final que visem diminuir os impactos causados pela redução mássica e volumétrica e o controle de emissões líquidas e gasosas, restringindo, dessa forma, a degradação ambiental. Buscar desenvolver técnicas e tecnologias que minimizem a produção dos resíduos, e equacionar programas de gerenciamento, considerando as características dos resíduos e do meio ambiente envolvido, segundo Salles (2004) é uma necessidade urgente para a sociedade, pois sem estas medidas os reflexos das atividades humanas sobre os ecossistemas naturais continuarão a ser negativos, causando cada vez mais problemas sociais, danos à saúde humana e danos ao meio ambiente Classificação dos resíduos De acordo com Almeida (2000), os resíduos sólidos podem ser classificados de várias formas: 1) por sua natureza física: seco ou molhado; 2)por sua composição química: matéria orgânica e matéria inorgânica; 3) pelos riscos potenciais ao meio ambiente; 4) quanto à origem. No entanto, as normas e resoluções existentes classificam os resíduos sólidos em função dos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde, como também, em função da natureza e origem (BRASIL, 2006). Com relação aos riscos potenciais ao meio ambiente e à saúde pública a NBR /2004 classifica os resíduos sólidos em duas classes: classe I e classe II.

22 21 Os resíduos classe I, denominados como perigosos, são aqueles que, em função de suas propriedades físicas, químicas ou biológicas, podem apresentar riscos à saúde e ao meio ambiente. São caracterizados por possuírem uma ou mais das seguintes propriedades: inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenecidade. Os resíduos classe II, denominados não perigosos são subdivididos em duas classes: classe II-A e classe II-B. Os resíduos classe II-A não inertes podem ter as seguintes propriedades: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Os resíduos classe II-B inertes não apresentam nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, com exceção dos aspectos cor, turbidez, dureza e sabor. Com relação à origem e natureza, os resíduos sólidos são classificados em: domiciliar, comercial, varrição e feiras livres, serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais rodoviários e ferroviários, industriais, agrícolas e resíduos de construção civil. Com relação à responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos sólidos pode-se agrupá-los em dois grandes grupos. O primeiro grupo refere-se aos resíduos sólidos urbanos, compreendido pelos: Resíduos domésticos ou residenciais; Resíduos comerciais; Resíduos públicos. O segundo grupo, dos resíduos de fontes especiais, abrange: Resíduos industriais; Resíduos da construção civil; Rejeitos radioativos; Resíduos de portos, aeroportos e terminais rodoferroviários; Resíduos agrícolas; Resíduos de serviços de saúde. O quadro 2 apresenta o grupo de resíduos sólidos urbanos.

23 22 Quadro 2: Classificação dos resíduos sólidos urbanos. RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS CLASSIFICAÇÃO ORIGEM COMPONENTES/PERICULOSIDADES Doméstico ou residencial Residências Orgânicos: restos de alimento, jornais, revistas,embalagens vazias, frascos de vidros, papel e absorventes higiênicos, fraldas descartáveis, preservativos, curativos, embalagens contendo tintas, solventes, pigmentos, vernizes, pesticidas, óleos lubrificantes, fluido de freio, medicamentos; pilhas, bateria, lâmpadas incandescentes e fluorescentes etc. Comercial Público Supermercados, lojas, bancos, bares, restaurantes etc. Limpeza de vias públicas (inclui varrição e capina), praças, praias, galerias, córregos, terrenos baldios, feiras livres animais. Os componentes variam de acordo com a atividade desenvolvida, mas, de modo geral, se assemelham qualitativamente aos resíduos domésticos. Podas, Resíduos difusos (descartados pela população): entulho, papéis, embalagens gerais, alimentos, cadáveres, fraldas etc. Fonte: Adaptado de Brasil, No quadro 3, é apresentado o grupo de resíduos que são classificados como resíduos de fontes especiais.

24 23 Quadro 3: Classificação dos resíduos de fontes especiais CLASSIFICAÇÃO ORIGEM COMPONENTES/PERICULOSIDADE Industrial Indústrias, metalúrgicas, elétrica, química, de papel e celulose, têxtil, etc. Composição dos resíduos varia de acordo com a atividade. Construção Civil Radioativo Porto, aeroportos e terminais rodoferroviários Construção, reformas, reparos, demolições, preparação e escavações de terrenos. Serviços de saúde, instituições de pesquisa, laboratórios e usinas nucleares. Resíduos gerados em terminais de transporte, navios, aviões ônibus e trens. Conforme a Resolução CONAMA nº. 307/2002 são: A Reutilizáveis e recicláveis; B Recicláveis para outra destinação; C Não recicláveis; D Perigosos. Resíduos contendo substância radioativa com atividade acima dos limites de eliminação. Resíduos com potencial de causar doenças por ter um trafego intenso de várias pessoas de várias regiões do país e do mundo. Agrícola Gerado na área rural agricultura. Resíduos perigosos contem restos de embalagens impregnadas com fertilizantes químicos, pesticidas. Da Saúde Qualquer atividade de natureza médico assistencial, humana ou animal. Clínicas odontológicas, veterinárias, farmácias, centros de pesquisa, farmacologia e saúde, medicamentos vencidos, necrotérios, Resíduos infectantes (séptico) cultura, vacina vencida, sangue e hemoderivados, tecidos, órgão, produtos de fecundação cm características definidas na Resolução nº. 306/04, materiais resultados de cirurgia, agulhas, ampola, pipeta, bisturi, animais contaminados, resíduos que entraram em contato com pacientes (secreções, refeições, etc.).

25 24 funerárias, medicina legal e barreiras sanitárias. Resíduos especiais rejeito radioativos, medicamento vencido, contaminado, interditado, resíduos químicos perigosos. Resíduos comuns que não entraram em contato com pacientes (escritório, restos de alimentos, etc.). Fonte: Adaptado de Brasil, Resíduos de Serviço de Saúde Entre os diferentes tipos de resíduos gerados atualmente, destacam-se especialmente os chamados resíduos de serviços de saúde (RSS), os quais podem apresentar riscos pelo fato de alguns desses resíduos possuírem agentes biológicos e químicos perigosos a saúde e ao meio ambiente. Embora representem uma pequena parcela em relação aos resíduos sólidos urbanos, podem ser potenciais fontes de disseminação de doenças, colocando em risco direto os profissionais de estabelecimentos geradores desses resíduos, bem como pacientes ou clientes desses serviços, além de toda sociedade (SILVA, 2008). Os RSS merecem atenção especial, conforme Martins (2004) devido ao risco potencial dos resíduos, e quando gerados, manejados e dispostos inadequadamente no ambiente, contribuem para a poluição biológica, química e física do solo, ar e água, tanto superficial ou subterrânea, submetendo as pessoas à exposição direta ou indiretamente por via de vetores biológicos ou mecânicos, sendo que estes dependem da quantidade e composição dos mesmos. Segundo a Resolução CONAMA nº 358 de 29 de abril de 2005 e a RDC nº 306 de 2004 da ANVISA: Os resíduos de serviços de saúde são todos aqueles resultantes de atividades exercidas nos serviços relacionados com o atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo; laboratórios analíticos de produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e farmácias inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde; centros de controle de zoonoses;

26 25 distribuidores de produtos farmacêuticos; importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de tatuagem, entre outros similares que, por suas características, necessitam de processos diferenciados em seu manejo, exigindo ou não tratamento prévio à sua disposição final. Várias pesquisas mostram que os RSS representam uma pequena quantia de resíduos sólidos produzidos pela população. Porém, o risco potencial associado a este é muito grande à comunidade hospitalar e ao meio ambiente. Este risco, geralmente está vinculado ao manejo inadequado dos RSS, que poderão gerar doenças e/ou perda da qualidade de vida à população, que direta ou indiretamente chegue a ter contato com o material descartado. Segundo Ribeiro Filho (2001) algumas estimativas comprovam que em um hospital típico, os resíduos infectantes representam aproximadamente 5% (em peso) dos resíduos totais. No Brasil não há muitos dados a respeito do percentual de resíduos gerados por hospitais, porém algumas experiências isoladas indicam que, em uma fase inicial, chega-se facilmente a 30%, e que após algum tempo esse índice tanto pode diminuir como aumentar, dependendo do empenho, da organização do estabelecimento e dos profissionais envolvidos, podendo chegar a índices de 15%. O gerenciamento dos RSS, conforme disposto no Art. 4º da Resolução do Conama, 05/93, mantido no Art. 4º da Resolução Conama 283/01 e reiterado na RDC 306/04 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é de responsabilidade das empresas geradoras desses resíduos (SPINA, 2005). Para Schneider (2004), o não entendimento de critérios mínimos para o gerenciamento dos RSS pode levar a situações de risco, decorrentes do manejo inadequado, podendo causar danos á saúde (funcionários e pacientes), como também causar impactos à saúde pública e ao meio ambiente, particularmente àqueles que, direta ou indiretamente, manuseiam esses resíduos, sendo os trabalhadores da área da saúde os pacientes, os funcionários da coleta pública e a população vizinha desses locais os que correm maior risco num primeiro momento. Finalmente, os danos podem alcançar a população em geral, tendo em vista as alterações e as contaminações ambientais (solo, água, ar), que podem ser causadas por resíduos infectantes e químicos, alem do risco aos catadores e consumidores de materiais recolhidos da massa dos RSS. Conforme o mesmo autor, a questão dos RSS não dispõe, contudo, de uma estratégia e de um planejamento nessa área que indiquem soluções para as diversas etapas do

27 26 gerenciamento, relacionadas a uma série de indefinições, particularmente no Brasil, com relação a esses resíduos Denominação A denominação atribuída aos resíduos resultantes de atividades que prestam assistência à saúde seja ela humana ou animal, tem sido historicamente controversa, sendo evidente ainda nas discussões acerca do que, como e quando considerar um resíduo como tal. O momento atual das discussões acerca deste tema no Brasil é a prova disso. Muitos termos foram usados indistintamente em publicações e ainda o são nas expressões do senso comum como sinônimos: resíduos sólido hospitalar, resíduo hospitalar, resíduo biomédico, resíduo médico, resíduo clínico, resíduo infeccioso ou infectante, resíduo patogênico, ou mais comunente lixo hospitalar. Isto fica evidente ainda no texto da NBR 1004/040 (BRASIL ABNT, 2004) onde a denominação hospitalar foi mantida, excluindo desta forma um sem número de fontes geradoras de RSS. (SCHNEIDER, 2004). No Quadro a seguir, temos algumas definições para resíduos de serviço de saúde.

28 27 Quadro 4: Definições dos resíduos de serviço de saúde. ENTIDADE ABNT NBR DEFINIÇÃO resultante de atividades exercidas por estabelecimento gerador, de acordo com a classificação adotada pela NBR Segundo esta mesma definição, estabelecimento gerador é a instituição que, em razão de suas atividades, produz resíduos de serviços de saúde. Por fim, serviço de saúde é definido como estabelecimento gerador destinado a prestação de assistência sanitária à população. RDC ANVISA 306 (*) 2004 todos resultantes de atividades exercidas em serviços de atendimento à saúde humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar e de trabalhos de campo, laboratórios analíticos de produtos para saúde,necrotérios, funerárias e serviços onde ser realizem atividades de embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação), serviços de medicina legal, drogarias e farmácias inclusive as de manipulação, estabelecimentos deensino e pesquisa na área de saúde, centros de controle de zoonoses,distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores, distribuidores e produtores de materiais e controles para diagnósticos in vitro, unidades móveis de atendimento à saúde, serviços de acupuntura, serviços de tatuagem, entre outros similares Resolução CONAMA 358Art. 1º (*)2005 Fonte: Valadares, (*) Mesma definição adotada para os dois órgãos.

29 Classificação dos RSS A classificação dos RSS vem sofrendo um processo de evolução contínuo, na medida em que são introduzidos novos tipos de resíduos nas unidades de saúde e como resultado do conhecimento do comportamento destes perante o meio ambiente e a saúde, como forma de estabelecer uma gestão segura com base nos princípios da avaliação e gerenciamento dos riscos envolvidos na sua manipulação. (BRASIL, 2006). No Brasil existem duas classificações para os RSS: a da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), mais geral voltada para a aplicação prática, e a do CONAMA, com caráter mais dirigido para a aplicação legal nos serviços de saúde. A NBR /93 (ABNT) classifica os resíduos de serviço de saúde em três tipos: Resíduos Infectantes, Resíduos Especiais e Resíduos Comuns, conforme descrito a seguir: A. Resíduos Infectantes: A.1 - Biológico; A.2 Sangue e hemoderivados; A.3 Cirúrgico, Anatomopatológico; A.4 Perfurante ou cortante; A.5 Animal contaminado; A.6 Assistência ao paciente. B. Resíduo Especial: B.1 Rejeito radioativo; B.2 Resíduo farmacêutico; B.3 Resíduo químico perigoso. C. Resíduo Comum: Não se enquadram em A e B. Por sua semelhança com os resíduos domésticos, não oferecem risco adicional à saúde. Os RSS são classificados em função de suas características e conseqüentes riscos que podem acarretar ao meio ambiente e à saúde. De acordo com a RDC nº 306/04 da ANVISA e Resolução nº 358/05 do CONAMA, os RSS são classificados em cinco grupos: A, B, C, D, E: Resíduos do Grupo A: Engloba os componentes com possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem

30 29 apresentar risco de infecção. Exemplos: placas e lâminas de laboratório, carcaças, peças anatômicas (membros), tecidos, bolsas transfusionais contendo sangue, dentre outras. A1 - Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética. - Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido. - Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta. - Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. A2 - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. A3 - Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou familiares. A4 - Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados. - Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares. - Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons.

31 30 - Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. - Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. - Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica. - Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações. - Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. A5 - Órgãos, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. Resíduos do Grupo B: Contém substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade. - Produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos Medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações. - Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes. - Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores). - Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas - Demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). Resíduos do Grupo C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de isenção especificados nas normas do CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista. - Enquadram-se neste grupo os rejeitos radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clinicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia.

32 31 Resíduos do Grupo D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares. - papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; - sobras de alimentos e do preparo de alimentos; - resto alimentar de refeitório; - resíduos provenientes das áreas administrativas; - resíduos de varrição, flores, podas e jardins - resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. Resíduos do Grupo E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: Lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares Geração de RSS A geração de resíduos sólidos de um estabelecimento de saúde é determinada pela complexidade e pela freqüência dos serviços que proporciona e pela eficiência que alcançam os responsáveis pelos serviços no desenvolvimento de suas tarefas, assim como pela tecnologia utilizada (SCHNEIDER et al., 2004). O volume gerado de resíduos sólidos de serviço de saúde tem crescido nos últimos anos e há uma estimativa de crescimento do volume de 3% ao ano, fenômeno alimentado pelo crescimento do uso de descartáveis, estimado em 5% a 8% ao ano (SCHENEIDER et al., 2004). Seguindo o mesmo autor, este revela que as causas principais do crescimento progressivo da taxa de geração de RSS são o contínuo incremento da complexidade da atenção médica, o uso crescente de material descartável, e também, segundo o Ministério da Saúde, a concentração da população brasileira em áreas urbanizadas, além do aumento da expectativa média de vida do brasileiro. Considera-se também, o aumento das doenças

33 32 oncológicas, que requerem tratamentos quimioterápicos e radioterápidos, cuja periculosidade para o ambiente é inquestionável. Brito (2000) afirma que estudos realizados pela Organização Mundial Saúde (OMS) relatam que a média de resíduos produzidos por unidades de saúde na América Latina varia de 1 a 4,5 kg/hab/dia, dependendo da complexidade e freqüência dos serviços, da tecnologia utilizada e da eficácia dos responsáveis pelos serviços. Nos Estados Unidos, por exemplo, na década de 40, a taxa de geração era da ordem de 3,5 kg/leito/dia por paciente. Na década de 1980, chegou à ordem de 6 kg/leito/dia ou 8 kg/leito/dia (OLIVEIRA, 2009). Em alguns países foram realizadas várias tentativas de quantificar os RSS, quando se pretendia estabelecer uma relação em ter kg de RSS/leito/dia. As quantidades apresentaram variações consideráveis, como por exemplo, no Reino Unido, onde eram gerados 1,5 a 2,5 kg/leito/dia e, no Canadá, 11,4 kg/leito/dia (SCHNEIDER, et al., 2004). Na Tabela 1 é apresentada a taxa de geração de RSS nos países desenvolvidos, constatando-se que o Reino Unido apresenta maior taxa de geração de RSS. Tabela 1: Taxa de geração de RSS nos países desenvolvidos País Taxa de geração (kg/leito/dia) Reino Unido 5,5 Irlanda 2.6 Estados Unidos 2,2 França 1,9 Portugal 1,5 Bélgica 1,4 Grécia 1,4 Itália 1,0 Espanha 0,6 Países Baixos 0,6 Taiwan 0,5 Alemanha 0,4 Fonte: Krisiunas et al. (2000), Chung and Lo (2003) apud Tudora et al., (2008).

34 33 A Tabela 2 apresenta taxas de geração de resíduos sólidos hospitalares da América Latina, segundo estudo realizado por Monreal. Tabela 2: Taxas de geração de RSS da América Latina Geração (kg/leito/dia) País Ano do estudo Mínima Média Máxima Chile ,97-1,21 Venezuela ,56 3,10 3,71 Brasil ,20 2,63 3,80 Argentina (1) ,82-4,20 Peru ,60 2,93 6,0 Argentina (2) ,85-3,65 Paraguai ,0 3,80 4,50 Fonte: Schneider et al., A geração de resíduos é decorrência, da especialidade do estabelecimento, dos produtos e materiais utilizados, bem como dos planos de gestão aplicados a cada situação. Os modelos de gestão adotados, quando existentes, privilegiam as metodologias que visam mitigar os efeitos da poluição após a sua geração, onerando os municípios e obtendo baixa ou nenhuma eficiência na proteção ambiental (SCHNEIDER, et al., 2004). Diante disto, necessita-se de desenvolvimento e a implementação de sistemas de gerenciamento ambiental Geração de RSS no Brasil A ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais) divulgou por meio do documento Panorama dos Resíduos Sólidos do Brasil, informações referentes à situação dos Resíduos Sólidos no Brasil no ano de A Tabela e Figura a seguir foram extraídas deste documento (ABRELPE, 2010), e mostram a situação dos RSS no Brasil, no que tange, respectivamente, à quantidade total coletada de RSS; e destinação final dos resíduos coletados por município.

35 34 Tabela 3:Situação do Brasil em relação aos RSS Região RSS Coletado / Índice População Urbana (hab) RSS Coletado (t/ano) Índice (kg/hab/ano) (Kg/hab/dia) Norte / 0, ,713 Noroeste / 0, ,862 Centro - Oeste / 1, ,378 Sudeste / 2, ,104 Sul / 0, ,515 Brasil / 1, ,418 Fonte: Adaptado de ABRELPE 2009 e 2010 e IBGE (contagem da população 2009 e Censo 2010). Distribuição dos Municípios por tipo de Destinação dos RSS Coletados (%). 15,40% 27,50% 2,50% 7,80% 31,80% 15,10% Incineração Autoclave Microondas Vala séptica Aterro Lixão Figura 1:Distribuição dos Municípios por tipo destinação dos RSS Coletados (%). Fonte: ABRELPE (2010). A figura ilustra que a incineração está em primeiro lugar no que se trata de destinação final dada aos RSS. No entanto, o mesmo gráfico ilustra que ainda 45,4% dos municípios

36 35 encaminham tais resíduos para locais de destinação final (lixões, aterro sanitário e aterro controlado), sem realizar prévio tratamento dos mesmos, o que além de ser o contrário às normas, apresenta riscos à saúde pública, aos trabalhadores e à população. Os dados apresentados na Figura 2 mostram um discreto crescimento nas quantidades de RSS coletadas pelos municípios em 2010 relativamente a 2009 para o Brasil e regiões. Quantidade de RSS Coletadas pelos Municípios Distribuídos por Região e Brasil 250,0 (t x 1000/ano) 200,0 150,0 100,0 50, ,0 Norte Nordeste Centro - Oeste Sudeste Sul Brasil Figura 2: Quantidade de RSS Coletadas pelos Municípios Distribuídos por Região e Brasil. Fonte: Adaptado de ABRELPE (2010). Em estudos realizados por Dias e Figueiredo (1999) num hospital de Feira de Santana, estado da Bahia, os autores registraram que a taxa diária de geração de RSS encontrada foi de 5,7 kg/ leito ocupado. Deste valor, 230g eram de resíduos comuns provenientes da admisnistração, banheiros externos e recepção, e os 5,47 kg restantes foram considerados resíduos infectantes, por falta de segregação (TRAMONTINI, 2009). Confortin (2001) realizou a quantificação dos resíduos de vários setores do Hospital Regional do Oeste, em Santa Catarina, considerando os resíduos comuns, os perfurocortantes, os infectantes e os recicláveis. A taxa média de geração encontrada para esta entidade de saúde foi de 1,081 kg/ leito dia, e o setor que apresentou a maior taxa de geração foi a UTI.

37 Aspectos históricos, legais e normativos dos RSS Em relação aos RSS, atualmente várias políticas públicas estão sendo discutidas e legislações restritas vêem sendo elaboradas, com objetivo a garantir o desenvolvimento sustentável e a preservação da saúde pública. Essas políticas fundamentam-se em concepções abrangentes no sentido de estabelecer interfaces entre a saúde pública e as questões ambientais. Na legislação brasileira, os resíduos sólidos começaram a ser destacados na Lei nº , de dezembro de Esta Lei trata do Código de Normas Sanitárias no Estado de São Paulo e dispõe sobre a coleta pública transporte e destinação final destes resíduos. (SCHNEIDER et al., 2004) Foi a partir da década de 80 que começaram a surgir novas condições jurídicas e institucionais para ação mais efetiva do controle ambiental. Em 1981, foi criada a Lei nº , estabelecendo a Política Nacional do Meio Ambiente PNMA constituiu o Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA); e instituiu o Cadastro de Defesa Ambiental, ocasião em que foi criado também, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), (SILVA, 2008). O mesmo autor ainda enfatiza que segundo Goldenberg e Barbosa (1996) a criação do CONAMA em 1981, por meio da Lei nº. 6938/81, representou um grande avanço por reunir segmentos representativos dos poderes públicos em seus diferentes níveis, juntamente com delegados de instituições da sociedade civil, para o exercício de funções deliberativas e consultivas, em matéria de política ambiental. Essa mesma lei introduziu o principio de poluidor pagador no direito brasileiro. A Constituição brasileira de 1988 estabeleceu diversos direitos de cidadania e impulsionou a participação e a descentralização, principalmente no que se refere à saúde, ao meio ambiente, aos direitos da criança e outros (SCHNEIDER et al., 2004). No artigo 23 desta Constituição está estabelecido que é de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas e preservar as florestas, fauna e a flora. Já no artigo 225 estabelece que todos possuem o direito ao meio ambiente saudável, sendo de responsabilidade do Poder Público e dos cidadãos a preservação deste. Outras legislações federais que merecem destaque dentro do tema são as Resoluções CONAMA n 05/1993 e a de n 24/1994. A primeira define os procedimentos mínimos para o

38 37 gerenciamento de resíduos sólidos provenientes de serviços de saúde, portos e aeroportos: Resíduos Sólidos, Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, Sistema de Tratamento de Resíduos Sólidos e Sistema de Disposição Final de Resíduos Sólidos. A segunda determina a obrigatoriedade da anuência prévia da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN, para a importação ou exportação de rejeitos radioativos (SCHNEIDER et al., 2004). A Resolução n 283/2001 do CONAMA aprimorou a Resolução n 05/1993, dispôs sobre o tratamento e a destinação final dos resíduos de serviços de saúde, modificou o termo plano de gerenciamento de resíduos da saúde para plano de gerenciamento dos resíduos de serviços de saúde (PGRSS), impôs responsabilidades aos estabelecimentos a fim de implementar o PGRSS e definiu os procedimentos gerais para o manejo dos resíduos a serem adotados na elaboração do plano (CALEGARE, 2007). Segundo o mesmo autor, a ANVISA publicou a Resolução n 33 em 2003, que dispõe sobre o regulamento técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde, gerando polêmica devido as suas contradições. Com isso, essa Resolução foi revogada e entrou em vigor a Resolução n 306 em 2004 da própria ANVISA. Nesta nova Resolução nº 306 de 2004, foi sugerida uma nova forma de gerenciar os resíduos gerados em serviços de saúde, trazendo novas exigências para todas as etapas distintas, a começar de sua classificação, alem de classificar os RSS em cinco grupos. Ainda esta Resolução, recomenda que todo estabelecimento tenha um profissional com registro no conselho de classe, para que seja o gerente de resíduos, responsável pelo gerenciamento dos RSS da instituição, bem com pela elaboração do plano de gerenciamento de resíduos de serviço de saúde (SILVA, 2008). Esta RDC considera que o gerenciamentos dos RSS é um conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos, proporcionando tratamento e destinação adequada aos RSS, além, de visar a proteção aos trabalhadores, a preservação da saúde pública do meio ambiente (BRASIL, 2004). Em 29 de abril de 2005 Conselho Nacional do Meio Ambiente, publicou a Resolução nº. 358 em substituição à Resolução nº. 283/01, corroborando com a atual RDC nº. 306/04, da ANVISA. Esta Resolução define o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde como sendo um documento integrante do processo de licenciamento ambiental, devendo ser elaborado com base nos princípios da não geração e minimização dos resíduos (TRAMONTINI, 2009).

39 38 Esta mesma Resolução indica que a responsabilidade pelo gerenciamento dos resíduos desde a geração até a disposição final é dos geradores, mesmo que o serviço seja realizado por terceiros. No Estado do Rio Grande do Sul, são as Leis n 9.921, de 27/07/1993, posteriormente regulamentadas pelos Decretos n , de 01/04/1998, e n , de 07/02/1994, que dispõem sobre os resíduos sólidos. A primeira aborda a gestão de todos os resíduos sólidos, enquanto que a segunda é mais específica, enfocando os provenientes dos serviços de saúde. A relação dessa é semelhante à Resolução n 05, de 05/08/1993, do CONAMA, diferenciando-se pelo fato de abordar os aspectos referentes às penalidades e sanções aplicadas ao não cumprimento dos critérios estabelecidos (CALEGARE,2007). Com base da história da construção da legislação ambiental no Brasil atual, apresentase no Quadro 5, uma síntese de acontecimentos, dentro de uma perceptiva temporal, e um resumo dos principais acontecimentos ligados a ela. Quadro 5: Síntese dos acontecimentos, na construção da Legislação Ambiental referente aos RSS. DATA ACONTECIMENTO DISPOSIÇÃO 1954 Publicação da primeira lei brasileira a tratar de resíduos sólidos Lei Federal de nº Em seu artigo 12 a coleta, o transporte, e o destino final do lixo, deverão processar-se em condições que não tragam inconvenientes á saúde e ao bem estar públicos (BRASIL, 1954). Esta diretriz foi reafirmada, em 1961 na publicação do Código Nacional de Saúde Decreto A, em seu artigo Lei nº Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas e dá outras providências Ministério do Interior baixou a Portaria MINTER nº. 53 Dispõe sobre o controle dos resíduos sólidos, provenientes de todas as atividades humanas, como forma de prevenir a poluição do solo, do ar e das águas. Estabelece que os resíduos sólidos de natureza tóxica, bem como os que contêm substâncias inflamáveis, corrosivas, explosivas radioativas e outras consideradas prejudiciais, devem sofrer tratamento ou acondicionamento adequado, no próprio local de geração e nas condições estabelecidas pelo órgão

40 39 estadual de controle da poluição e de preservação ambiental A Lei nº estabeleceu a Política Nacional do Meio Ambiente 1990 Sancionamento da Lei Federal nº Resolução CONAMA nº. 6, de 19/09/ Aprovação da Resolução CONAMA nº. 5 - Dispõe no artigo 2º, no item I, que é responsabilidade do Poder Público, a manutenção do equilíbrio ecológico, considerando o meio ambiente como patrimônio público a ser necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coletivo. E no artigo 10, que a construção instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, considerados efetiva e potencialmente poluidores, bem como os capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento de órgão estadual competente, integrante do Sistema Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis SISNAMA, em caráter supletivo, sem prejuízo de outras licenças exigíveis. - Introduziu o princípio do poluidor pagador - Determinou a criação do Conselho Nacional de Meio Ambiente. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes, que regulamentou o artigo 200 da Constituição Federal de 1988, conferindo ao Sistema Único de Saúde (SUS), além da promoção da saúde da população, dentre outros, a participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico e proteção do meio ambiente. Desobriga a incineração ou qualquer outro tratamento de queima dos resíduos sólidos provenientes dos estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos, ressalvados os casos previstos em lei e acordos internacionais. Dispõe sobre o gerenciamento dos resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais ferroviários e rodoviários. Os resíduos de

41 40 serviços de saúde não se restringem apenas aos resíduos gerados nos hospitais, mas também a todos os demais estabelecimentos geradores de resíduos de serviço de saúde, a exemplo de laboratórios patológicos e de analises clínicas, clínicas veterinárias, centros de pesquisas, laboratórios, banco de sangue, consultórios médicos, odontológicos e similares A Resolução do CONAMA nº. 237/ A Lei nº Lei de Crimes Ambientais, de 12/02/1998, regulamentada pelo Decreto Federal nº. 3179, de 21/09/ Aprovação do Decreto nº. 3179, de 21/09/ Aprovação da Resolução CONAMA nº. 275, de 25/04/ Aprovação em 12 de julho de 2001, da Resolução CONAMA nº. 283/01 Delega a competência para emitir a Licença Ambiental, tanto ao órgão federal, que no caso é o IBAMA, como aos órgãos estaduais e municipais, a depender da complexidade e localização do empreendimento. Entretanto, o licenciamento deve se dar em um único nível de competência. Prevê punições administrativas, civis e penais para as pessoas físicas e jurídicas que praticarem atividades lesivas ao meio ambiente. Prevê pena de detenção de um a seis meses, ou multa de R$ 500,00 a R$ 10 milhões, ou ambas as penas, cumulativamente. Dispõe sobre a especificação das sanções aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, assim como dá outras providências. Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva. Dispõe sobre o tratamento e disposição final dos resíduos de serviços de saúde. Visa aprimorar e complementar a Resolução nº. 5/93. Determina que: - os procedimentos operacionais a serem utilizados devem ser definidos pelos órgãos do SISNAMA e ANVISA, em suas respectivas esferas de competências; - os efluentes líquidos, provenientes dos estabelecimentos de saúde, deverão atender diretrizes estabelecidas pelos órgãos ambientais competentes;

42 41 - o tratamento dos resíduos de serviço de saúde devem ser realizados em sistemas, instalações e equipamentos devidamente licenciados pelos órgãos ambientais e submetidos a monitoramento periódico, apoiando a formação de consórcios; - os resíduos com risco químico, incluindo os quimioterápicos e outros medicamentos vencidos, alterados, interditados, parcialmente utilizados e impróprios para o consumo devem ser devolvidos ao fabricante ou importador que serão co-responsáveis pelo manuseio e transporte Aprovação da Resolução RDC ANVISA nº 50, de 21/02/ Aprovação a Resolução CONAMA nº. 316, de 29/10/ Aprovação da Resolução RDC ANVISA nº. 342, de 13/12/ Aprovação da Resolução RDC nº. 33 da ANVISA (DOU 05/03/2003) Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (revogada pela RDC 306/2004). Dispõe sobre o regulamento técnico para o planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde. Dispõe sobre os procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmicos dos resíduos. Institui e aprova o termo de referência para a elaboração dos Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Portos, Aeroportos e Fronteiras a serem apresentados a ANVISA para análise e aprovação. Elaborada a partir de um trabalho de técnicos da ANVISA e profissionais convidados de entidades de áreas representativas. - Dispõe os requisitos necessários ao gerenciamento seguro dos RSS textos do Regulamento Técnico. - Estabelece as diretrizes para o manejo dos RSS, reafirma a responsabilidade dos dirigentes dos estabelecimentos geradores, estabelece a necessidade de designar profissionais devidamente habilitados para exercer a função de responsável pela elaboração e implementação do PGRSS. - Aborda a segurança ocupacional, enfocando a importância, tanto do cumprimento das Normas

43 42 Reguladoras do Ministério do Trabalho, quanto de manter um programa de treinamento periódico Aprovação da Resolução RDC nº. 306 da ANVISA (DOU 10/12/2004) Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde 2005 Aprovação da Resolução nº. 358 do CONAMA (DOU 10/12/2004) Regulamento Técnico para o Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde - Dispõe sobre o Regulamento Técnico para o gerenciamento de resíduos de serviço de saúde. - Revoga a Resolução RDC nº. 33 da ANVISA. - Dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos dos serviços de saúde e dá outras providências. - Revoga a Resolução CONAMA nº. 283/2001. Fonte: Adaptado de Almeida (2009) Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) A Agência Nacional de Vigilância Sanitária foi criada pela Lei nº , de 26 de janeiro de É uma autarquia sob regime especial, ou seja, uma agência reguladora caracterizada pela independência administrativa, estabilidade de seus dirigentes durante o período de mandato e autonomia financeira. No Quadro 6 é apresentado, cronologicamente, as resoluções da ANVISA que tratam dos resíduos sólidos, inclusive os de resíduo de serviço de saúde (GOMES, 2008).

44 43 Quadro 6: Evolução das Resoluções da ANVISA referentes aos RSS. RESOLUÇÃO RDC nº. 50 (21 de fevereiro de 2002) RDC nº. 305 (14 de novembro de 2002) RDC nº. 33 (25 de fevereiro de 2003) RDC nº. 306 (07 de dezembro de 2004). DESCRIÇÃO Trata-se de um regulamento técnico para orientar os estabelecimentos de saúde no planejamento, programação, elaboração e avaliação dos estabelecimentos assistenciais de saúde. Relacionado pela primeira vez aos RSS. Estabeleceu que ficassem proibidos em todo território nacional, enquanto persistem as condições que configurem risco a saúde, o ingresso e a comercialização de meteria-prima e produtos acabados, semi-elaborados ou a granel para o uso em seres humanos, cujo material de partida seja obtido a partir de tecido/fluidos de animais ruminantes, relacionados às classes de medicamentos, cosméticos e produtos de saúde. Primeira RDC restrita aos RSS. Estabeleceu diretrizes para Instituições Hospitalares e Similares, normatizou todos os processos de gerenciamento dos RSS e estabeleceu classificações dos RSS quanto ao seu potencial infectante. Trata-se de uma revisão da RDC anterior. Esta Resolução surgiu em 2004 a partir da necessidade de harmonização com outra norma federal a respeito dos RSS, a do Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA. Esta estabelece regulamentos técnicos para o gerenciamento dos RSS e define o prazo de 180 dias pata todos os estabelecimentos de saúde se adequar aos requisitos nela contidos. Fonte: Adaptado de Gomes (2008) Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) O Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA é o órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente SISNAMA foi instituído pela Lei nº /81, que dispõe sobre a Política do Meio Ambiente, regulamentada pelo Decreto /90. O CONAMA

45 44 é composto por Plenário, CIPAM, Grupos Assessores, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. O Conselho é presidido pelo Ministro do Meio Ambiente e sua secretaria executiva é exercida pelo Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente. O Quadro 7, apresenta a evolução cronológica das resoluções do CONAMA que dispõe sobre os resíduos sólidos, inclusive os resíduos de serviço de saúde (GOMES, 2008). Quadro 7: Trajetória das Resoluções do CONAMA referentes aos Resíduos Sólidos, inclusive os de Serviços de Saúde. RESOLUÇÃO Resolução nº. 6 (19 de setembro de 1991) Resolução nº. 5 (05 de agosto de 1993) Resolução nº. 237 (22 de dezembro de 1997) Resolução nº. 257 (30 de junho de 1999) Resolução nº. 275 (25 de abril de 2001) Resolução nº. 283 (12 de junho de 2001) Resolução nº. 316 (29 de outubro de 2002) Resolução nº. 358 (29 de maio de 2005) Resolução nº. 386 ( 27 de dezembro de 2006) DESCRIÇÃO Dispõe sobre a incineração de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos. Estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários. Regulamenta os aspectos de licenciamento ambiental estabelecidos na Política Nacional do Meio Ambiente. Estabelece que as pilhas e baterias que contenham em suas composições chumbo, cádmio, mercúrio e seus compostos, tenham procedimentos de reutilização, tratamento ou disposição final ambientalmente adequados. Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva. Dispõe sobre o tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde. Dispõe sobre procedimentos e critérios para o funcionamento de sistemas de tratamento térmico de resíduos. Dispõe sobre o tratamento e disposição final de RSS. Revisão do artigo 18 da Resolução nº. 316 de outubro de 2002, sobre os novos limites e parâmetros ambientais em operações do sistema de crematórios. Fonte: Adaptado de Gomes, 2008.

46 Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Fundada em 1940, a Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT é o órgão responsável pela normalização técnica no país, fornecendo a base necessária ao desenvolvimento tecnológico brasileiro. É uma entidade privada, sem fins lucrativos e reconhecida como único Foro Nacional de Normalização, através da Resolução nº. 07 do CONMETRO, de (GOMES, 2008). O Quadro 8 apresenta as normas da ABNT para os resíduos sólidos de acordo com a trajetória cronológica. Quadro 8: Normas técnicas da ABNT referentes aos resíduos sólidos, inclusive os RSS. NORMA NBR (abril de 1992) NBR (janeiro de 1993) NBR (janeiro de 1993) NBR (fevereiro de 1993) NBR (maio de 1997) NBR (março de 2000) NBR (julho de 2000) NBR (abril de 2001) NBR (julho de 2001) DESCRIÇÃO Armazenamento de resíduos sólidos perigosos Resíduos de serviços de saúde Coleta de resíduos de serviços de saúde Manuseio de resíduos de serviços de saúde Coletores para resíduos de serviços de saúde perfurocortantes ou cortantes Símbolos de risco e manuseio para transporte e armazenamento de material Sacos plásticos para acondicionamento de lixo requisitos e método de ensaio Coletor transportador rodoviário de resíduos de serviços de saúde Ficha de informações de segurança de produtos químicos - FISRQ NBR Laboratório clínico gerenciamento de

47 46 (março de 2004) NBR (30 de novembro de 2004) NBR (30 de novembro de 2004) NBR (30 de novembro de 2004) NBR (30 de novembro de 2004) resíduos. Resíduos sólidos - classificação Extrato lixiviado de resíduos Extrato solubilizado de resíduo Amostragem de resíduos Fonte: Adaptado de Gomes, Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde Conforme Guedes (2006) o gerenciamento tem como finalidade estabelecer todas as etapas do sistema, englobando desde a geração dos RSS até sua disposição final. A sistematização por meio de um sistema de gerenciamento possibilita ao mesmo tempo, maior segurança no manejo e melhor organização dos serviços prestados; também incentiva a adoção de práticas de gestão que visam à reciclagem, à compostagem e ao reaproveitamento, provocando uma redução do volume de resíduos e uma maior conscientização com relação a preservação do meio ambiente e à saúde Publica. A ANVISA, em 2004, através da RDC 306/04, estabelece que o gerenciamento de RSS seja: [...] conjunto de procedimentos de gestão, planejados e implementados a partir de bases científicas e técnicas, normativas e legais, com o objetivo de minimizar a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gerados, um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, a preservação da saúde pública dos recursos naturais e do meio ambiente. O princípio do poluidor pagador foi definido no Encontro Internacional do Rio de Janeiro, em 1992, como um dos princípios fundamentais para a sustentabilidade. Ele define os

48 47 geradores de resíduos como responsáveis por todo o ciclo de seus resíduos, da geração à disposição final (BRASIL, 2006). Os RSS demandam de um gerenciamento próprio com características peculiares, devido ao alto grau de periculosidade e patogenicidade que comportam (GRIZZI & BERGAMO, 2002). Devido às condições precárias do gerenciamento dos resíduos no Brasil, decorrem vários problemas que afetam a saúde da população como contaminação da água, do solo, da atmosfera e a proliferação de vetores e a saúde dos trabalhadores que têm contato com esses resíduos. Os problemas são agravados quando se constata o descaso com gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde (GARCIA & RAMOS, 2004). Para Almeida (2006) o gerenciamento dos RSS é considerado uma atividade complexa. Envolve duas fases, o gerenciamento interno, que tem como responsável os próprios estabelecimentos geradores e a fase externa, cabendo a responsabilidade ao poder público. O gerenciamento interno é constituído pela segregação, acondicionamento, coleta e armazenagem e o gerenciamento externo engloba o transporte, acondicionamento e tratamento. Na atualidade os resíduos sólidos são compostos por grande variedade de materiais passíveis de recuperação. Processos que busquem a recuperação desses materiais podem, além de gerar trabalho e renda, proporcionar a redução de extração de recursos naturais e economia da energia necessária à extração e beneficiamento dos mesmos (BRASIL, 2006). A Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº /81), no seu artigo 3º, e a Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº /98), artigos 54 e 56, responsabilizam administrativa, civil e criminalmente as pessoas físicas e jurídicas, autoras e co-autoras de condutas ou atividades lesivas ao meio ambiente. Com isso, as fontes geradoras ficam obrigadas a adotar tecnologias mais limpas, aplicar métodos de recuperação e reutilização sempre que possível, estimular a reciclagem e dar destinação adequada, incluindo transporte, tratamento e disposição final (BRASIL, 2006). Para ocorrer uma correta gestão em relação aos resíduos, deve-se primeiramente conhecer o local gerador, destacando suas características e realizando diagnóstico. Para ocorrer esta caracterização do local gerador, juntamente com o diagnóstico, existem, duas maneiras de se caracterizar um resíduo segundo Risso (1993): O primeiro por meio de uma caracterização analítica, em que se trabalha com a coleta de amostras e execução de análises qualitativas e quantitativas dos resíduos, normalmente físicas e químicas e raramente

49 48 biológicas e; o segundo em função da origem, por meio do ponto de geração, pelo risco potencial que o resíduo apresenta. Quando gerenciados de maneira correta, apenas cerca de 20% dos resíduos gerados nos estabelecimentos de serviço de saúde são considerados perigosos (DELLA JUSTINA, 2006). Isto significa que, além de minimizar os riscos à saúde e ao meio ambiente, ação neste sentido pode reduzir, significativamente, os custos de tratamento deste tipo de resíduo. A gerência de resíduos de serviço de saúde tem como objetivos assegurar a proteção da saúde humana, a qualidade do meio ambiente contra possíveis riscos associados à natureza diversa deste resíduos como também reduzir os custos que possam advir de sua geração, principalmente nas operações de tratamento e de disposição final (CUSSIOL, 2000). Um correto gerenciamento de resíduos não se resume em apenas controlar e diminuir riscos, mas também em minimizar a geração destes resíduos, desde o seu ponto de geração. O gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS. (BRASIL, 2004). Conforme Maeda (2010) o gerenciamento deve abranger todas as etapas de planejamento dos recursos físicos, dos recursos materiais e da capacitação dos recursos humanos envolvidos no manejo dos RSS. A Figura 3 apresenta um modelo de Fluxograma para o gerenciamento de resíduos com as etapas do Plano de Gerenciamento de Resíduos.

50 49 Figura 3: Etapas do manejo dos resíduos em um PGRSS Fonte: Fornaciari (2008). A RDC 306/04 da ANVISA define o manejo de RSS com a ação de gerenciar os resíduos em seus aspectos intra e extraestabelecimento, desde a geração até a disposição final. No Quadro a seguir, temos as etapas de um correto gerenciamento dos resíduos, seguidos com sua breve descrição. Quadro 9: Síntese do manejo dos resíduos sólidos. ETAPAS Segregação DESCRIÇÃO Constitui-se na fase de separação dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, ou seu estado físico e os riscos envolvidos. Ação tomada para que os resíduos

51 50 Acondicionamento Identificação Transporte Interno Armazenamento Temporário Tratamento segregados sejam embalados em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. Permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, para que o manejo dos RSS seja efetuado corretamente, de acordo com a sua classificação. Transferência dos RSS do local onde foi gerado até o local para armazenamento temporário, para que seja apresentado à coleta externa. O transporte interno de resíduos deve ser programado em horários que não coincidam com a distribuição de medicamentos, alimentos e roupas, ou em períodos de maior fluxo de pessoas ou de atividades. Esse transporte deve ser realizado separadamente e também de acordo com o grupo e resíduos, ou seja, A;B;C;D;E. É a guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já condicionados e identificados, em local próximo aos pontos de geração. A sala de resíduos é o ambiente destinado à guarda interna provisória de recipientes de resíduos sólidos (lixo) segregados ate seu recolhimento ao abrigo de recipientes de resíduos. É um método, técnica ou processo aplicado que modifica a características dos resíduos gerados, de forma s minimizar os riscos a eles inerentes. Atualmente, são recomendados alguns métodos de tratamento que podem variar de

52 51 acordo com o tipo e periculosidade do resíduo; incineração; autoclave; tratamento químico; microondas; radiação ionizante; esterilização e, uso de tocha plasma. Armazenamento Externo Coleta e Transporte Externos Disposição Final Também chamado de abrigo de resíduos; é a etapa do manejo em que os resíduos ficam armazenados aguardando a coleta externa. Deve ser localizado em ambiente exclusivo e com acesso facilitado para os veículos coletores e sua construção deve seguir normas de higiene e segurança. É a remoção dos RSS do abrigo de resíduos (armazenamento externo) até a unidade de tratamento ou local de disposição final. Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, que são o aterros sanitários. Porém, ainda em caráter emergencial, quando não se dispõe de nenhuma forma de tratamento outra alternativa frequentemente utilizada é a vala séptica, embora não esteja prevista na legislação. Fonte: Adaptado de Brasil, Segregação Conforme Haddad (2006), um dos requisitos essenciais para o bom gerenciamento dos RSS é a segregação. A segregação dos resíduos de serviços de saúde consiste na separação

53 52 dos resíduos no momento e local de sua geração, de acordo com as características físicas, químicas, biológicas, o seu estado físico e os riscos envolvidos. O principal objetivo da segregação, segundo Almeida (2003) é criar uma nova cultura organizacional de segurança e não desperdício, além de permitir que se adote o manuseio, embalagens, transporte e tratamento mais adequados aos riscos oferecidos por um determinado tipo de resíduo, facilitando a ação em caso de emergência ou acidente. Além da mudança organizacional, a segregação tem outros objetivos, como: a) racionalizar os recursos financeiros destinados aos resíduos sólidos; b) minimizar a contaminação de resíduos comuns; c) oferecer procedimentos específicos para o manejo de cada grupo de resíduos; d) possibilitar o tratamento específico para cada grupo de resíduos; e) reduzir riscos para a saúde das pessoas que estão em contato direto com os resíduos; f) diminuir os custos do manejo dos resíduos; g) permitir a reciclagem ou reaproveitamento de parte dos resíduos comuns (grupo D). A segregação é uma das etapas mais importantes do gerenciamento, pois uma segregação bem feita em um estabelecimento gerador pode reduzir muito a quantidade de RSS que deverão ser encaminhados a tratamento Acondicionamento De acordo com Haddad (2006), o acondicionamento de RSS consiste no ato de embalar os resíduos segregados, em sacos ou recipientes que evitem vazamentos e resistam às ações de punctura e ruptura. A capacidade dos recipientes de acondicionamento deve ser compatível com a geração diária de cada tipo de resíduo. O acondicionamento deve ser executado no momento de sua geração, no seu local de origem, ou próximo, para reduzir as possibilidades de contaminação. Brasil (2006) recomenda que:

54 53 a) os sacos de acondicionamento devem ser constituídos de material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, respeitados os limites de peso de cada saco, sendo proibido o seu esvaziamento ou reaproveitamento. b) os sacos devem estar contidos em recipientes de material lavável, resistente a punctura, ruptura e vazamento, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados e ser resistentes ao tombamento. c) os recipientes de acondicionamento existentes nas salas de cirurgia e nas salas de parto não necessitam de tampa para vedação, devendo os resíduos serem recolhidos imediatamente após o término dos procedimentos. d) os resíduos líquidos devem ser acondicionados em recipientes constituídos de material compatível com o líquido armazenado, resistentes, rígidos e estanques, com tampa rosqueada e vedante. e) os resíduos perfurocortantes ou escarificantes - grupo E - devem ser acondicionados separadamente, no local de sua geração, imediatamente após o uso, em recipiente rígido, estanque, resistente a punctura, ruptura e vazamento, impermeável, com tampa, contendo a simbologia. A Figura 4 mostra como deve ser feito o acondicionamento dos RSS conforme sua classificação.

55 54 Figura 4: Forma de acondicionamento dos RSS conforme sua classificação. Fonte: Ministério da Educação (2010) Identificação Consiste no conjunto de medidas que permite o reconhecimento dos resíduos contidos nos sacos e recipientes, fornecendo informações ao correto manejo dos RSS (BRASIL, 2006). Na identificação dos tipos de resíduos, os recipientes de coleta interna e externa, assim como nos locais de armazenamento onde são colocados os RSS, devem ser identificados em local de fácil visualização, de forma indelével, utilizando símbolos, cores e frases, além de outras exigências relacionadas à identificação de conteúdo e aos riscos específicos de cada grupo (BRASIL, 2006), conforme Quadro 10 abaixo.

56 55 Quadro 10: Identificação dos resíduos de serviço de saúde. SÍMBOLOS DE IDENTIFICAÇÃO DOS RSS Os resíduos do grupo A são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos. Os resíduos do grupo B são identificados através do símbolo de risco associado e com discriminação de substância química e frases de risco. Os resíduos do grupo C são representados pelo símbolo de presença de radiação ionizantes (trifólio de cor mangenta) em rótulos de fundo amarelo e contornos pretos, acrescido da expressão MATERIAL RADIOATIVO.

57 56 Os resíduos do grupo D podem ser destinados a reciclagem ou à reutilização. De acordo com a Resolução CONAMA nº 275/01, a identificação deve ser feita usando os códigos de cores e suas respectivas nomeações e símbolos, quando adotada a reciclagem. Para o demais resíduos do grupo D deve ser utilizada cor cinza ou preta. Caso não exista o processo de separação para a reciclagem, não há exigências para a padronização de cor do recipiente. Os resíduos do grupo E são identificados pelo símbolo de substância infectante, com rótulos de fundo branco, desenho e contornos pretos, acrescidos da inscrição de RESÍDUO PERFUROCORTANTE, indicado o risco que apresenta o resíduo. Fonte: Adaptado de Brasil, 2006.

58 Coleta e transporte interno A coleta e transporte interno dos RSS consistem no traslado dos resíduos dos pontos de geração até local destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo, com a finalidade de disponibilização para a coleta. É nesta fase que o processo se torna visível para o usuário e o público em geral, pois os resíduos são transportados nos equipamentos de coleta (carros de coleta) em áreas comuns (BRASIL, 2006). A coleta e o transporte devem atender ao roteiro previamente definido e devem ser feitos em horários, sempre que factível, não coincidentes com a distribuição de roupas, alimentos e medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de pessoas ou de atividades. A coleta deve ser feita separadamente, de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos (BRASIL, 2006). Ainda o mesmo autor sugere que o transporte interno dos recipientes deve ser realizado sem esforço excessivo ou risco de acidente para o funcionário. Após as coletas, o funcionário deve lavar as mãos ainda enluvadas, retirar as luvas e colocá-las em local próprio. Ressalte-se que o funcionário também deve lavar as mãos antes de calçar as luvas e depois de retirá-las. Os equipamentos para transporte interno (carros de coleta) devem ser constituídos de material rígido, lavável, impermeável e providos de tampa articulada ao próprio corpo do equipamento, cantos e bordas arredondados, rodas revestidas de material que reduza o ruído. Também devem ser identificados com o símbolo correspondente ao risco do resíduo nele contido Armazenamento O armazenamento consiste na guarda segura dos resíduos, em local apropriado do estabelecimento. Dependendo do porte do estabelecimento, poderá haver necessidade de dois tipos de abrigo para armazenamento dos resíduos: um na unidade geradora, e outro onde os resíduos ficam estocados aguardando coleta externa. Os dois tipos de abrigo têm suas características definidas na NBR /93. (SCHNEIDER et al., 2004). Segundo Brasil (2006), este armazenamento pode ser dividido em:

59 58 a) temporário Consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados, em local próximo aos pontos de geração, visando agilizar a coleta dentro do estabelecimento e otimizar o deslocamento entre os pontos geradores e o ponto destinado à disponibilização para coleta externa. O armazenamento temporário possui como função conservar os resíduos em condições seguras até o momento mais adequado para a realização da coleta interna. O local deste armazenamento deve atender às especificações da NBR /93 Procedimentos de Manuseio dos Resíduos de Serviços de Saúde. O local de armazenamento temporário é facultativo para os pequenos geradores. Para este, os resíduos gerados podem ser encaminhados diretamente para o local de armazenamento externo. b) armazenamento externo consiste na guarda dos RSS, em locais apropriados, no estabelecimento, até a coleta externa. Este local deve ser construído em ambiente exclusivo, com acesso externo facilitado à coleta, possuindo, no mínimo, um ambiente separado para atender o armazenamento de recipientes de resíduos do Grupo A, juntamente com o Grupo E, e um ambiente para o Grupo D. O abrigo deve ser identificado e restrito aos funcionários do gerenciamento de resíduos, ter fácil acesso para os recipientes de transporte e para os veículos coletores, que não podem transitar pela via pública externa à edificação, para terem acesso ao abrigo de resíduos. O local de armazenamento externo deve seguir as especificações da NBR /93 Procedimento de Coleta de Resíduos de Serviços de Saúde, além das orientações do item 15 (Armazenamento Externo) do Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde da ANVISA Tratamentos É todo o processo que, realizado dentro dos padrões de segurança, modifica as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos, minimizando ou eliminando os riscos a estes (BRASIL, 2004). O objetivo de tratar resíduos infecciosos, segundo Schneider et al. (2004) é reduzir os riscos associados com a presença de agentes infecciosos, mudando suas características biológicas tanto quanto reduzindo ou eliminando seu potencial de causar doença. Para ser efetivo, ele deve reduzir ou eliminar os patógenos presentes nos resíduos, de tal modo que não mais representem risco às pessoas que a eles estão expostas.

60 59 Para o mesmo autor citado a cima não há uma forma única para tratamento de todos os resíduos infectantes: a melhor solução deverá ser o resultado da combinação entre variáveis locais como: condições geográficas, infra-estrutura já existente, disponibilidade de recursos, quantidade e distribuição dos serviços de saúde. Existem vários procedimentos de tratamento dos RSS, os quais estão associados aos diferentes grupos de resíduos. Todas as informações sobre os diversos tipos de tratamento, específicos a cada tipo de resíduo inclusive para os resíduos contaminados, que possuam característica que os enquadrem em mais de um grupo estão relacionados no Manual de gerenciamento de resíduos de serviços de saúde (BRASIL apud ALMEIDA, 2009). A tabela 4 abaixo demonstra a capacidade instalada de tratamento de RSS conforme o ano de 2010, demonstrando que a região Sudeste do Brasil está mais evoluída neste sentido, e o tratamento de autoclave se afirma como o mais utilizado no país. Tabela 4:Capacidade instalada de tratamento de RSS. Capacidade Instalada (t/ano) x Tecnologia Região Autoclave Incineração Microondas Total Norte Nordeste Centro-Oeste Sudeste * Sul Brasil Fonte: ABRELPE (2010). * A estes dados foram somados t/ano, tratadas por Desativação Eletrotérmica ETD Coleta e Transporte Externos A coleta externa consiste no recolhimento dos RSS armazenados nas unidades a serem transportados para o tratamento ou para a disposição final (SCHNEIDER et al., 2004). Os principais pontos a serem considerados para a realização da coleta e transporte externo dos RSS são: roteiros, freqüência e horários; características dos meios de transporte;

61 60 carga e descarga; manutenção e desinfecção de equipamentos e utensílios; medidas de segurança; capacitação do pessoal envolvido e exigências legais como licenciamento, responsabilidade técnica, dentre outros, além do veículo utilizado para o transporte. Este deve ser de cor branca e estar devidamente identificado com símbolo universal de substância infectante, baseado na Norma da ABNT, NBR 7500/ Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenamento de Materiais (ALMEIDA, 2009) Disposição Final A Resolução nº 358, de 29 de abril de 2005, CONAMA, dispõe sobre o tratamento e a disposição final dos resíduos de serviço de saúde e dá outras providências. A destinação é a última etapa do gerenciamento de resíduos, entendida como a etapa em que o resíduo não poderá mais ser manuseado. Consiste na disposição de resíduos no solo, previamente preparado para recebê-los, obedecendo a critérios técnicos de construção e operação, e licenciamento em órgão ambiental competente (DELLA JUSTINA, 2006). Segundo Almeida (2009) atualmente, as formas de disposição final dos RSS utilizadas são: aterro sanitário, aterro de resíduos perigosos Classe I (para resíduos industriais), aterro controlado, lixão ou vazadouros e valas: Aterro sanitário é um processo utilizado para a disposição de resíduos sólidos no solo de forma segura e controlada, garantindo a preservação ambiental e a saúde pública; Reciclagem é o processo de transformação dos resíduos que utiliza técnicas de beneficiamento para reprocessamento ou obtenção de matéria-prima para fabricação de novos produtos; Valas sépticas esta técnica é chama de célula especial de RSS e é empregada em pequenos municípios. Consiste no preenchimento de valas escavadas impermeabilizadas, com largura e profundidade proporcionais à quantidade de lixo a ser aterrada.

62 Diagnóstico dos RSS A primeira etapa de um processo de gerenciamento racional de RSS passa, obrigatoriamente, pela caracterização quali - quantitativa do elemento a gerir. No caso dos RSS, essa operação consiste em uma adequada identificação dos materiais que os compõem. Os resíduos devem ser hierarquizados em função de determinadas características que tornem importante, do ponto de vista sanitário, operacional e ambiental, mantê-los em classes distintas. Ao hierarquizar os resíduos por uma ou mais características, estar-se-à caracterizando-os (SCHNEIDER, et al., 2004). A Organização Pan-Americana da Saúde (1997) recomenda uma série de etapas a serem seguidas para efetuar a caracterização dos resíduos de serviço de saúde, a saber: Identificação das fontes principais de geração de resíduo (infeccioso, comum, e especial) e seleção de zonas de amostragem, que dependerão das características do estabelecimento quanto ao tamanho, quantidade, qualidade e complexidade de seus serviços. Segregação, coleta e armazenamento na fonte de geração, conforme a classificação estabelecida: comum, infectante e reciclável, por exemplo. Determinação do tamanho da amostra e sua representatividade. O tamanho da amostra deverá ser compatível e representativo em relação ao local escolhido.

63 62 3 METODOLOGIA 3.1 Área de estudo Esta pesquisa foi realizada no HR, localizado no norte do Rio Grande do Sul, no Planalto Médio sul-rio-grandense, no Alto da Serra do Botucaraí. Figura 5: Mapa com a localização da região do Alto da Serra do Botucataí dentro do estado do Rio Grande do Sul, e localização do Estado no mapa do Brasil. Fonte: Fundação de Economia e Estatística (2010).

64 63 Figura 6: Mapa dos 16 municípios que compõem o Alto da Serra do Botucaraí do Estado do Rio Grande do Sul, no ano de Fonte: Fundação de Economia e Estatística (2008). Devido ao alto grau de importância que o hospital representa, optou-se por não divulgar seu nome, apenas sua localização. Portanto preferiu-se chamar a Instituição, de Hospital Regional. O HR está localizado no norte do Rio Grande do Sul, no Planalto Riograndense, no Alto da Serra do Botucaraí. As principais atividades econômicas na região são a extração e comercialização de granitos, assim como a agricultura e a pecuária. Segundo dados da Fundação de Estatística e Economia de 2010, a região possui aproximadamente habitantes, com uma área total de 5.746,4 km². Sua densidade demográfica equivale a 18,1 hab/km. Conforme Figura 6 acima, o Alto da Serra do Botucaraí compreende os seguintes municípios: Alto Alegre, Barros Cassal, Campos Borges, Espumoso, Fontoura Xavier, Gramado Xavier, Ibirapuitã, Itapuca, Jacuizinho, Lagoão, Mormaço, Nicolau Vergueiro, São José do Herval, Soledade, Tio Hugo e Victor Graeff. Com relação à assistência médico-hospitalar, a região possui apenas um hospital para atender a população dos seguintes municípios: Barros Cassal, Fontoura Xavier, São José do Herval, Arvorezinha, Ibirapuitã, Espumoso, Alto Alegre, Soledade, Mormaço, Campos Borges, Nova Alvorada, Tunas e Lagoão. Totalizando uma população em torno de habitantes.

65 Classificação da Pesquisa Pesquisa é o mesmo que busca ou procura. Pesquisar, portanto, é buscar ou procurar resposta para alguma dúvida ou problema. Em se tratando de Ciência a pesquisa é a busca de solução a um problema que alguém queira saber a resposta (BELL0, 2008). Conforme o mesmo autor é na pesquisa que utilizaremos diferentes instrumentos para se chegar a uma resposta mais precisa. O instrumento ideal deverá ser estipulado pelo pesquisador para se atingir os resultados ideais. Para o autor, mais importante do que definir o tipo de pesquisa, que se está sendo realizada, é definir que instrumentais de pesquisa serão utilizados para que as fontes possam oferecer um material de qualidade para ser trabalhado. Esta pesquisa é caracterizada como pesquisa descritiva e exploratória, Isso pode ser comprovado através dos seus objetivos, pois descreve as características de uma situação que envolve variáveis, com o uso de técnicas padronizadas, como o questionário para a coleta de dados, ao mesmo tempo em que recorre a pesquisas bibliográficas para fundamentação do estudo e análise de exemplos que estimulem a compreensão do fato estudado. A pesquisa também pode ser classificada com pesquisa quantitativa e qualitativa. Quantitativa pela forma de abordagem, pois segundo Silva e Menezes (2001) este tipo de pesquisa considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas e traduz em números as opiniões e informações para serem classificadas e analisadas e utilizam técnicas estatísticas. E qualitativa, porque os dados foram coletados preferencialmente nos contextos em que os fenômenos são construídos e a análise dos dados foi desenvolvida preferencialmente, no decorrer do processo de levantamento deles. De acordo com Denzim e Lincoln (2000), a pesquisa qualitativa é uma atividade que demarca o lugar do observador no mundo. Chizzoti (1991) ressalta que a abordagem qualitativa procura reconhecer se existe uma relação entre o mundo real e o sujeito, ou seja, uma interdependência viva entre sujeito e objeto. Segundo Schnitman (2011) pesquisa exploratória: Tem por finalidade a descoberta de práticas ou diretrizes que precisam ser modificadas e obtenção de alternativas ao conhecimento científico existente. Tem

66 65 por objetivo principal a descoberta de novos princípios para substituírem as atuais teorias e leis científicas. É a coleta de dados e informações sobre um fenômeno de interesse sem grande teorização sobre o assunto, inspirando ou sugerindo uma hipótese explicativa; É a coleta de dados e informações sobre um fenômeno de interesse sem grande teorização sobre o assunto, inspirando ou sugerindo uma hipótese explicativa. A pesquisa torna-se descritiva, pois visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Requer o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados: questionário e observação sistemática. Conforme Schnitman (2011) pesquisa descritiva: Tem por finalidade observar, registrar e analisar os fenômenos sem, entretanto, entrar no mérito do seu conteúdo. Na pesquisa descritiva não há interferência do pesquisador, que apenas procura descobrir, a freqüência com que o fenômeno acontece. Visa descrever determinadas características de populações ou fenômenos ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Basicamente consiste na coleta de dados através de um levantamento. 3.3 Etapas do processo metodológico Para a aplicação da pesquisa foi realizado um estudo em cinco etapas, conforme o Fluxograma da Figura 7, que representa a estrutura metodológica para o desenvolvimento das atividades da pesquisa.

67 66 ETAPA 1: Estudos Iniciais Revisão Bibliográfica Levantamento de Normas e Legislações. ETAPA 2: Conhecimento do Problema Visita inicial Encontro com responsáveis Esclarecimento de dúvidas ETAPA 3: Elaboração de Material de Pesquisa Aplicação do questionário Levantamento fotográfico Quantificação dos resíduos Levantamento do manejo dos RSS ETAPA 4: Tratamento e Análise dos Dados Organização dos dados Uso do Programa Microsoft Excel ETAPA 5: Conclusão e Recomendações Entendimento da realidade do HR Figura 7: Fluxograma da estrutura metodológica.

68 Etapa 1 - Estudos iniciais Primeiramente ocorreu um estudo inicial, com revisão de literatura sobre o tema RSS com auxílio de dissertações, artigos, livros, etc., e levantamento da legislação vigente e de Normas Técnicas sobre o presente assunto Etapa 2 - Conhecimento do Problema Nesta etapa houve uma visita inicial ao estabelecimento, proporcionando encontro com profissionais responsáveis para conhecimento geral do problema e esclarecimento das dúvidas pertinentes ao projeto em questão. Verificou-se também a caracterização do hospital (número de leitos, capacidade de pacientes, etc.). Isto foi possível por meio de pesquisa documental e conversa com profissionais Etapa 3 Material de Pesquisa Foram realizadas visitas técnicas para conhecimento do diagnóstico dos resíduos gerados no estabelecimento; aplicação de questionário para levantamento do manejo dos RSS no estabelecimento (APÊNDICE A); levantamento fotográfico e realização da quantificação destes resíduos. A identificação dos RSS gerados e informações a respeito da segregação dos resíduos ocorreram através da observação do processo de trabalho, aplicação de questionário, e a partir de informações obtidas com os funcionários dos estabelecimentos, durante as visitas de rotina, com o uso de tabelas para preenchimento (APÊNDICE B). Levantamento de dados referentes aos procedimentos acondicionamento, identificação, coleta interna e externa, transporte interno e externo, tratamento, destinação final, dos resíduos gerados no hospital estudado foi obtida atrás de observação direta e de conversas com os responsáveis pelo manejo dos resíduos, e supostamente preenchimento das tabelas (APÊNDICE B) para melhor entendimento e clareza da situação.

69 68 O levantamento dos resíduos de serviços de saúde gerados foi realizado de acordo com a Resolução RDC n.º 306/2004, CONAMA n.º 358/ Etapa 4 - Tratamento e análise dos dados Nesta etapa ocorreu a organização dos dados obtidos através dos questionários e na observação nas visitas realizadas. Para obtenção da média diária e mensal dos resíduos, com divisão de resíduos orgânicos, recicláveis, infectantes, químicos e perfurocortantes foram realizadas e quantificadas amostragens diárias dos resíduos em um período de tempo de sete dias consecutivos, conforme metodologia proposta pelo Ministério da Saúde (Brasil, 2001). Foi realizado cálculo da geração diária de RSS (em quilogramas), a partir da soma de todos os valores obtidos nas amostragens por dia. Ao final, fez-se o cálculo de média simples, para a obtenção da taxa de geração média dos RSS ao mês. Na fase de processamento dos dados, programa computacional Microsoft Office Excel 2003 foi utilizado Etapa 5 Conclusão e recomendações A quinta etapa compreendeu o entendimento da realidade de gerenciamento de RSS no HR, realizando uma análise do sistema de gerenciamento e propostas de melhorias.

70 69 4 RESULTADOS E DISCUSSÕES Conforme consta na metodologia descrita acima, foi realizado o diagnóstico do sistema de gerenciamento de RSS no Hospital Regional/RS. 4.1 Caracterização do Hospital Regional O HR é uma entidade de direito Privado, classificado como Hospital Geral, de finalidade Filantrópica, contando atualmente com 146 leitos hospitalares em condições de prática de atendimento de uma medicina curativa eficaz. O Corpo Clínico é constituído por 31 profissionais médicos, contando com um quadro funcional de 140 funcionários diretos, incluindo os médicos plantonistas do pronto atendimento 24 horas por dia. A capacidade de atendimento que a Instituição suporta é de pacientes ao mês. O Hospital conta com as seguintes unidades: Leito SUS atualmente com 77 leitos; Leitos particulares dispõe de 35 leitos privativos e semiprivativos, destinados aos pacientes particulares; Maternidade área composta por 8 leitos, destinada a gestantes e pós parto. Em média 60 nascimentos por mês; Pediatria composta por 17 leitos, sendo 4 leitos de isolamento com incubadora; Unidade de Tratamento Diferenciado Adulto Esta unidade conta com 6 leitos individualizados, eletrocardiograma, monitores cardíacos e desfribriladores; Bloco cirúrgico atualmente com 3 salas cirúrgicas; Ambulatório profissionais médicos atendendo 24 horas por dia. O responsável pelos resíduos nesta Instituição é o Enfermeiro Chefe. Vale ressaltar que se optou por não divulgar o nome da Instituição de Saúde, apenas sua localização.

71 Diagnóstico do gerenciamento dos RSS A avaliação do gerenciamento dos resíduos de serviço de saúde do Hospital Regional ocorreu durante os dias 04/10/2011 à 18/11/2011. Durante este período de estudo, a instituição sempre esteve disposta á atender as visitas pré-agendadas e a responder os questionamentos Segregação dos RSS Esta pesquisa foi desenvolvida com separação de setores do HR, para facilitar a observação e aquisição dos dados, ficando divida entre: Ambulatório, Almoxarifado, Centro Cirúrgico, Pediatria, Unidade de Tratamento Diferenciado Adulto UTDA, Maternidade, Posto 1, Posto 2, Posto 3, Posto 4, Posto 5, Direção, Farmácia, Manutenção, Cozinha, Lavanderia. Através desta divisão pode-se analisar melhor os locais onde os resíduos eram gerados, e melhor organizá-lo. No quadro 11, apresenta-se a divisão de setores, com as respectivas classes dos resíduos geradas em cada setor. Nota-se que resíduos Classe C (radioativos) não são encontrados no HR. Quadro 11: Tipos de Resíduos gerados no HR por setor. UNIDADES A INFECTANTE B QUIMICO C RADIOATIVO D COMUM E PERFUROCORTANTE A3 A4 Ambulatório X X X X Almoxarifado Centro Cirúrgico X X X X X X

72 71 Pediatria X X X X Posto 1 X X X X Posto 2 X X X X Posto 3 X X X X Posto 4 X X X X X X X X Posto 5 UTDA X X X X Maternidade X X X X Farmácia X X Manutenção, lavanderia. Cozinha, direção. X X X Observa-se que o Centro Cirúrgico, o Ambulatório e a Maternidade são as alas que mais produzem diferentes tipos de RSS. A identificação dos resíduos do Hospital em estudo pode ser vista de maneira sintetizada no Quadro 12, que contém os tipos de resíduos gerados, sua classe e classificação. Quadro 12: Identificação dos tipos de resíduos gerados no HR. CLASSE A DESCRIÇÃO Bolsas de sangue, placenta, mandrio de abocath, gaze, micropore, esparadrapo, placas de petri com material biológico, polifix, frascos de soro, bolsas transfusionais, kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadoras, sondas, atadura, tecidos, fluidos orgânicos, materiais perfurocortantes com certeza de contaminação de príons, luvas de procedimentos, filtro de ar condicionado central. B Frascos de medicamentos vazios, resíduos saneantes, desinfectantes, resíduos contendo metais pesados, reagentes, para

73 72 laboratório, inclusive os recipientes contaminado por estes, produto para lavagem de louças, formol. D E Papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis do vestuário, resto alimentar do paciente e do preparo dos alimentos, equipo de soro, garrafas pet, bombonas plásticas, toalha papel, papel, papelão, resíduos de varrição, flores, podas e jardim, gesso, embalagens de plásticos, copo descartável. Agulhas, escalpes, ampolas de vidros, lâminas de bisturi, lancetas, tubos capilares, micropipetas, lâminas, espátulas, utensílio de vidro quebrados (pipetas, tubos de coleta sanguínea, placas de Petri). Durante os dias de visitas de rotina, pode-se identificar alguns erros em relação a separação de alguns resíduos, como por exemplo no bloco cirúrgico, onde observou-se que os seguintes resíduos estavam dispostos em recipientes próprios para os resíduos do Grupo D: equipo macro, luvas contaminadas, mandrio de abocath e frascos de soro Acondicionamento Os resíduos são acondicionados em sacos constituídos de material resistente a ruptura e vazamento, impermeável, conforme a NBR 9191/2000 da ABNT recomenda. No Quadro a seguir, demonstra-se onde os resíduos são acondicionados, dependendo de sua classe.

74 73 Quadro 13: Acondicionamento dos resíduos gerados. CLASSE DO RESÍDUO A DESCRIÇÃO DO ACONDICIONAMENTO DOS RESÍDUOS Alguns resíduos estão contidos em recipientes de material lavável, resistente a ruptura, punctura e vazamento, impermeável, com tampa provida de sistema de abertura sem contato manual, com cantos arredondados. Os sacos estão identificados com a simbologia de substância infectante e sua cor é branco leitoso. Os restos fetais, placentas e peças anatômicas (membros), são acondicionados em sacos pretos e brancos, em freezer próprio para tal material, e a cada 15 (quinze) dias uma empresa terceiriza autorizada pela FEPAM recolhe para dar o devido descarte. B Substâncias perigosas são acondicionados em sacos de cor branca leitosa. D São acondicionados em sacos impermeáveis de cor preta e algumas vezes em sacos de cor azul. E Os materiais perfurocortantes são acondicionados separadamente em caixas específicas, no local de sua geração, imediatamente após o uso. A seguir, algumas imagens comprovando o acondicionamento dos RSS no HR.

75 74 Figura 8: Acondicionamento dos resíduos classe A e D, e identificação dos mesmos. Figura 9: Acondicionamento dos resíduos classe A, os restos fetais, placentas e peças anatômicas (membros), em freezer próprio para tal material.

76 75 Figura 10: Resíduos potencialmente infectantes armazenados dentro das bombonas no abrigo destinado ao armazenamento externo. Figura 11: Resíduos perfurocortantes armazenados dentro das bombonas no abrigo destinado ao armazenamento externo.

77 76 Figura 12: Imagem dos sacos contendo resíduo contaminado Identificação Apenas três tipos lixeiras apresentavam identificação do que poderia ser descartado dentro, como mostra a figura a seguir: Figura 13: Identificação dos resíduos gerados no HR.

78 77 Para resíduo contaminado, há a seguinte identificação: Adesivo com fundo da cor vermelha, com Lixo Contaminado em cor amarela. Logo abaixo encontra-se s resíduos que podem ser descartados nessa lixeira, como luvas, gaze, equipo, polifix, algodão, abocath sem mandril, sondas, bolsas coletoras, micropore, atadura, drenos. Para resíduo não contaminado ocorre a seguinte identificação: Adesivo de fundo azul, com Lixo Contaminado em cor amarela. Logo abaixo encontra-se indicação dos resíduos que podem ser descartados nessa lixeira, como papel, copos, plásticos, embalagens. A terceira lixeira encontrada com algum tipo de identificação é para frascos de soro, onde o adesivo tem como cor de fundo o verde e a escrita em branco. Destaca-se que nas lixeiras encontradas não apresentam os símbolos de identificação. Estes tipos de lixeiras, com esta identificação foram encontradas apenas no Centro Cirúrgico, Ambulatório, UTDA, Maternidade. Na Figura 14 temos o exemplo de acondicionamento para resíduos perfurocortantes, e na Figura 15 exemplos de lixeiras contidas no Estabelecimento de Saúde, sem nenhum tipo de identificação. Figura 14: Caixa descapax para separação do resíduo perfurocortante.

79 78 Figura 15: Lixeiras sem nenhum tipo de identificação, localizadas nos postos, farmácia, administração, manutenção, lavanderia, cozinha Coleta e transporte interno A coleta é feita separadamente de acordo com o grupo de resíduos e em recipientes específicos a cada grupo de resíduos. A coleta dos RSS é feita seguindo o seguinte fluxo:

80 79 COLETA INTERNA DOS RSS Funcionária da higienização recolhe os sacos de resíduo das unidades duas vezes cada turno, e antes de colocar outro saco no recipiente é feito a limpeza; Ao final de cada turno um funcionário específico para tal função passa com o carro de coleta recolhendo o resíduo de todas as unidades; Na parte externa do hospital é feita a verificação da segregação (separação) dos RSS, usando os EPI s, contemplando assim a segurança do funcionário. Depois da verificação os resíduos contaminados, perfurocortantes, são encaminhados ao abrigo externo, e os resíduos comuns ao espaço reservado para eles. Figura 16: Fluxograma referente à coleta interna dos RSS gerados no HR.

81 80 O transporte interno dos recipientes é realizado com roteiro definido, sem esforço excessivo e não demonstra risco de acidente para o funcionário que recolhe. Após as coletas, é orientado que o funcionário lave as mãos ainda enluvadas, e só após retirá-las e armazená-las em local próprio. Orienta-se também que o funcionário lave as mãos antes de colocar as luvas e após retirá-las. A coleta interna ocorre duas vezes pela parte da manhã e outras duas pela parte da tarde. Na Figura 17, temos a imagem do carrinho utilizado para coleta interna. Figura 17: Carrinho para coleta interna Armazenamento temporário e externo O armazenamento temporário dos RSS é feito no expurgo, e recolhidos ao final de cada turno. Este local de armazenamento consiste na guarda temporária dos recipientes contendo os resíduos já acondicionados. A estrutura apresentada para este fim na Instituição ocorre perto do abrigo externo, localizado assim longe dos seus pontos de geração, dificultando a agilidade da coleta dentro do estabelecimento.

82 81 Figura 18: Armazenamento temporário dos resíduos. O armazenamento externo do resíduo contaminado e perfurocoratante é feito em bombonas (Figura 20) devidamente identificadas (Figura 21) e destinadas para tal fim, disponibilizadas pela empresa que recolhe. O resíduo fica em um abrigo fechado, como mostra Figura 19, onde somente quem tem acesso é o profissional que faz a coleta interna e a empresa que passa recolhendo. Figura 19: Abrigo externo dos resíduos.

83 82 Figura 20: Bombonas disponibilizadas pela empresa contratada para destinação final e tratamento. Figura 21: Identificação da bombona para resíduo infectante. O armazenamento externo do resíduo comum é feito em ambiente fora ao abrigo externo, sem contato com os resíduos infectantes, e contaminados, como mostra a Figura 22.

84 83 Figura 22: Ambiente fora do abrigo externo, para fácil coleta do sistema de coleta do município. Figura 23: Imagem do abrigo externo com vista da rua Coleta e transporte externo A coleta externa dos materiais contaminados e perfurocortantes é realizado por empresa privada contratada pela Instituição. O veículo utilizado para o transporte é devidamente licenciado, atende as Normas Técnicas da ABNT, Legislação Ambiental do CONAMA, Resolução da ANVISA e disposições gerais das licenças de operação da FEPAM- RS. A coleta é realizada quinzenalmente.

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