Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);"

Transcrição

1 DIREITO MULTIPARENTALIDADE - A POSSIBILIDADE DE SUCESSÃO DO FILHO EM RELAÇÃO AOS PAIS BIOLÓGICO E SOCIOAFETIVO MULTIPARENTALITY - THE POSSIBILITY OF SUCCESSION OF THE SON IN RELATION TO THE BIOLOGICAL AND SOCIO-AFFECTIVE PARENTS ROSEMARY LIANE SILVA DOS SANTOS NAYARA SOARES SANTANA Resumo O presente artigo tem por objetivo abordar, de forma breve e introdutória, o tema da multiparentalidade e de seus efeitos jurídicos. Com o advento da Constituição Federal de 1988 antigas concepções foram abandonadas dando espaço para a construção de relações socioafetivas, sendo esta a base da família hodierna. O ponto de partida para o entendimento do tema são as relações de parentesco, em seguida discorremos sobre a noção conceitual da multiparentalidade e seus desdobramentos como, a paternidade socioafetiva, a adoção socioafetiva e a hipótese de anulação do registro, finalizando com a demonstração da possibilidade de sucessão múltipla.o reconhecimento da multiparentalidade pela Corte Suprema reflete a possibilidade de ampliação do conceito tradicional de família, poisseu novel entendimento aduz a igualdade entre a paternidade socioafetiva e biológica. Palavras-chave: Multiparentalidade, Efeitos Jurídicos, Paternidade socioafetiva, Sucessão. Abstract The purpose of this article is to briefly introduce the theme of multiparentality and its legal effects. With the advent of the Federal Constitution of 1988 old conceptions were abandoned giving space for the construction of socio-affective relations, being this the base of the family today. The starting point for the understanding of the subject is kinship relations, then we discuss the conceptual notion of multiparentality and its consequences such as socio-affective parenting, socio-affective adoption and the hypothesis of annulment of the registry, ending with the demonstration of the possibility of multiple succession. The recognition of multiparentality by the Supreme Court reflects the possibility of extending the traditional concept of family, since its novel understanding adds the equality between the socioaffective and biological paternity. Keywords: Multiparentality, Legal Effects, Socio-Paternity, Succession. INTRODUÇÃO Ao longo da vida o indivíduo busca se socializar através de suas relações afetivas, seja no âmbito familiar, escolar ou profissional, fato é que a identificação e a identidade parental assume extrema importância para a sua inserção social. A promulgação da Constituição Federal de 1988 consolidou o reconhecimento da isonomia entre os filhos, independente da forma de concepção, e dos diversos tipos de família com a finalidade de dar efetividade ao Princípio da dignidade humana. Ademais a legislação salvaguarda o direito do indivíduo ao conhecimento da sua verdade biológica, mas também protege suas relações socioafetivas, de modo que a comprovação da consanguinidade não se sobrepõe ao exercício real da função parental. Pode-se afirmar que cada família possui uma estrutura que está fundamentada por relações de parentesco, todavia, é notório que esse elo ultrapassa os limites da conexão biológica, projetando-se em relações de afetividade. O Direito de Família vem enfrentando o tema da multiparentalidade e seu complexo desenvolvimento, de modo que compreender e definir o delineamento atual das famílias é um desafio para a doutrina e para a jurisprudência pátria. Diante de tais fatos pergunta-se: o reconhecimento da multiparentalidade pode gerar a possibilidade de dupla sucessão do filho em relação aos pais biológico e socioafetivo?para esclarecer esta indagação serão apontadas as relações de parentesco e suas espécies conforme está estabelecido no Código Civil, além disso, será apresentado o conceito de multiparentalidade de modo que esta seja entendida juntamente com os institutos que a suplementam como a paternidade socioafetiva, a adoção socioafetiva e as hipóteses em que se pode pleitear a anulação do registro filial, e finalmente tratar-se-á da possibilidade de sucessão múltipla, analisando o recente julgado do Supremo Tribunal Federal a respeito do tema. A metodologia escolhida para viabilizar este estudofoi arevisão literária, sendo que a forma explicativa foi utilizada como método de procedimento. Das Relações de Parentesco Parentesco é a relação vinculatória existente não só entre pessoas que descendem umas das outras ou de um mesmo tronco comum, mas também entre um cônjuge ou companheiro e os parentes do outro, entre adotante e adotado e entre pai institucional e filho socioafetivo. 1 Ampliando esse conceito Paulo Lôbo dispõe que 1 DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 5: direito de família. 25 ed.- São Paulo: Saraiva, 2010, p Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

2 A relação de parentesco identifica as pessoas como pertencentes a um grupo social que as enlaça num conjunto de direitos e deveres. É, em suma, qualidade ou característica de parente. Para além do direito, o parentesco funda-se em sentimentos de pertencimento a determinado grupo familiar, em valores e costumes cultuados pela sociedade, independentemente do que se considere tal. 2 As determinações legais acerca das relações de parentesco estão dispostas entre os artigos a1.595, do Código Civil de O conhecimento a respeito do parentesco é fundamental para entender as diversas relações de Direito de Família que dele advém, assim como suas implicações em várias áreas da ciência jurídica. 3 Cumpre ressaltar que parentesco e família não se confundem, embora seja dentro da família que se estabeleça o mais importante vínculo parental, a filiação. O parentesco é classificado por linhas e graus. Segundo Venosa, A linha é a série de pessoas que se relacionam pelo vínculo. Dentro dessas linhas, há graus de parentesco que se definem pela proximidade do ancestral comum. Grau é a distância que vai de uma geração à outra. Nessa esteira, a vinculação será de linha reta quanto à relação da pessoa com seus ascendentes e descendentes, de linha colateral quando a relação que se dá entre a pessoa e seus parentes a partir de um ancestral comum. Já o grau é uma unidade utilizada para a contagem de cada linha a partir de uma pessoa e seu parente mais próximo. 4 Paulo Lôbodestaca que, O grau de parentesco decidirá das responsabilidades cometidas aos parentes, a exemplo do dever de prestar alimentos (art do Código Civil) ou da ordem de sucessão (art do Código Civil). 5 São três as formas de parentesco existentes na norma codificada: parentesco consanguíneo, parentesco por afinidade e parentesco civil, os quais serão conceituados a seguir. Parentesco consanguíneo e civil O artigo do Código Civil de 2002 dispõe que O parentesco é natural ou civil, conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. 6 Dessa forma pessoas que possuem entre si um vínculo biológico são parentes consanguíneos, pois têm um ascendente comum ou descendem umas das outras. Já o parentesco civil é assim denominado por se tratar de uma concepção da lei. Paulo Lôbo ensina O art do Código Civil refere a dois tipos de parentesco, o natural e o civil. Considera natural o que decorre de consanguinidade dos parentes, nesse sentido, biológico. Já o parentesco civil remete a outra origem, cujas espécies se enquadram na genérica expressão de socioafetividade, além do parentesco por afinidade. 7 Registre-se que o Código Civil de 2002 restringe o grau das relações de parentesco, delimitando o parentesco colateral ao quarto grau, de modo que reputa-se parentes colaterais apenas os irmãos (segundo grau), os tios (terceiro grau), os sobrinhos (terceiro grau), os primos-irmãos (quarto grau), os tios-avôs (quarto grau) e os sobrinhosnetos (quarto grau). Quanto ao parentesco civil, salienta-se que tradicionalmente sua forma típica é a adoção. Porém essa categoria de parentesco não se restringe somente a essa, uma vez que o rol do referido artigo é exemplificativo, podendo ser interpretado de maneira extensiva, sendo consideradas como outras formas de parentesco civil a decorrente da técnica de reprodução assistida heteróloga e a originária da posse de estado do filho, que caracteriza a parentalidadesocioafetiva. Outrossim, Maria Helena Diniz explana [...] A adoção, portanto, atribui a situação de filho ao adotado, desligando-o de qualquer vínculo com os pais e parentes consanguíneos, salvo para efeito de impedimento matrimonial. Pai e filho adotivo são parentes civis em virtude de lei (CC, art ). O parentesco civil abrange o socioafetivo (CC, arts , in fine, e 1.597, V), alusivo ao liame entre pai institucional e filho advindo de inseminação artificial heteróloga, gerando relação paterno-filial apesar de não haver vínculo biológico entre o filho e o marido de sua mãe, que anuiu na reprodução assistida. [...] A posse do estado de filho (parentalidadesocioafetiva), constitui modalidade de parentesco civil (Enunciado n. 256 do Conselho da Justiça Federal, aprovado na III Jornada de Direito Civil). O parentesco socioafetivo está baseado numa relação de afeto, gerada pela convivência. 8 Segundo Gonçalves, pode-se inferir queo art do Código Civil de 2002 ao utilizar a expressão outra origem, abre espaço ao reconhecimento da paternidade desbiologizada ou socioafetiva, em que, embora não existam elos de sangue, há laços de afetividade que a sociedade reconhece como mais importantes que o vínculo consanguíneo. 9 2 LÔBO, Paulo. Direito civil : famílias / Paulo Lôbo. 4. ed. São Paulo : Saraiva, 2011, p VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil, vol. 6: direito de família 6. ed. São Paulo: Atlas, 2006, p VENOSA, op. cit., p LÔBO, op. cit., p BRASIL. Código Civil. VadeMecum Saraiva / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. 23. Ed. atual. eampl. São Paulo: Saraiva, LÔBO, op. cit., p DINIZ, op. cit., p GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6 : direito de família. 9. ed. São Paulo : Saraiva, 2012, p Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

3 Em seguida, Gonçalves cita o doutrinador Luiz Edson Fachin [...] afirma ainda o mencionado autor ser induvidoso ter o Código Civil reconhecido, no art , outras espécies de parentesco civil além daquele decorrente da adoção, acolhendo a paternidade socioafetiva, fundada na posse de estado de filho, aduzindo que essa verdade socioafetiva não é menos importante que a verdade biológica. A realidade jurídica da filiação não é, portanto, fincada apenas nos laços biológicos, mas na realidade de afeto que une pais e filhos, e se manifesta em sua subjetividade e, exatamente, perante o grupo social e a família. 10 Ainda sobre o instituto, Carlos Roberto Gonçalves assevera sob o prisma legal não pode haver diferença entre parentesco natural e civil, especialmente quanto à igualdade de direitos e proibição de discriminação. Devem todos ser chamados apenas de parentes. 11 A melhor doutrina tem se manifestado de forma favorável ao reconhecimento do laço afetivo que também constitui o vínculo filial. Da mesma forma, as decisões judiciais e a jurisprudência têm procurado ponderar a respeito do tema, considerando que o vínculo biológico, apesar do direito fundamental da busca pela verdade biológica, não se sobrepõe ao vínculo afetivo, sendo este um elo que predispõe convivência quantitativa e qualitativa. Parentesco por afinidade O caput do artigo do Código Civil de 2002 estabelece que Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade, o preceito é importante para organizar a convivência entre o casal e suas famílias. 12 O professor Carlos Roberto Gonçalvesassim conceitua o tema Afinidade é o vínculo que se estabelece entre um dos cônjuges ou companheiro e os parentes do outro (sogro, genro, cunhado etc.). A relação tem os seus limites traçados na lei e não ultrapassa esse plano, pois que não são entre si parentes os afins de afins (affinitasaffinitatem non parit). Tal vínculo resulta exclusivamente do casamento e da união estável. 13 As relações entre padrasto e enteada, madrasta e enteada, sogra e genro, sogro e nora, são de linha reta, já entre cunhados o parentesco é de linha colateral. Ressalta-se que mesmo após a dissolução do casamento ou união estável o parentesco por afinidade não se dissolve 10 GONÇALVES, op. cit., p GONÇALVES, op. cit., p BRASIL. Código Civil. VadeMecum Saraiva / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. 23. Ed. atual. eampl. São Paulo: Saraiva, GONÇALVES, op. cit., p integralmente sendo considerado,em alguns casos, de caráter perpétuo. 14 Maria Berenice Dias anota que é Mister reconhecer que a afinidade se estabelece também com relação aos filhos de um dos cônjuges ou companheiros. Assim, o filho de um passa a ser filho por afinidade de seu cônjuge ou parceiro. A autora também destaca que a jurisprudência ainda não reconhece essa relação de filiação socioafetiva, não atribuindo a ela efeitos jurídicos, de modo que O máximo a que chegou o legislador foi admitir a adoção do nome, mas sem excluir o vínculo parental anterior. 15 Além disso, a relação de parentesco por afinidade tem limites designados pela lei, de sorte que no caso de um novo casamento ou união estável, os parentes afins da primeira relação não se tornam afins do cônjuge ou companheiro da segunda. 16 Desse modo podemos perceber que a designação do parentesco por afinidade se dá por questões jurídicas, como forma de dirimir possíveis conflitos e de determinar impedimentos e deveres. Não há duvidas que o estreitamento da relação afetiva entre os afins pode gerar conflitos de interesse, por isso o legislador atentou-se ao estabelecimento de direitos e deveres de forma a impedir a obtenção de direitos ou vantagensindevidas gerados por essa aproximação entre as respectivas famílias. Concluindo, Lôbo assevera que Os parentes afins não são iguais ou equiparados aos parentes consanguíneos; são equivalentes, mas diferentes. 17 Multiparentalidade: Noções Conceituais Em primeiro lugar registre-se que existem várias nomenclaturas para tentar definir as novas estruturas familiares constituídas por múltiplos integrantes, entre elas estão a multiparentalidade, a pluriparentalidade ou mosaico. Maria Berenice Dias assim conceitua: As famílias pluriparentais são caracterizadas pela estrutura complexa decorrente da multiplicidade de vínculos, ambiguidade das funções dos novos casais e forte grau de interdependência. 18 A teoria da multiparentalidade de Belmiro Pedro Welter, funda-se na capacidade de confirmação de todos os reflexos derivados do ato de reconhecer a paternidade em todos os direitos e faces, que são: Biológica, legal ou socioafetiva. Admitindo, dessa forma, que a criança possa ter vários pais ou várias mães. Na visão do Código Civil 1916, eram reconhecidas somente as famílias que tinham os 14 GONÇALVES, op. cit., p DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias. 4. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016, p GONÇALVES, op. cit., p LÔBO, op. cit., p DIAS, op. cit., p. 50. Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

4 laços matrimoniais. Excluídos os filhos de relações extraconjugais. A Constituição de 1988 realizou enormes mudanças, no artigo 227, parágrafo 6 que dispõe a proibição de qualquer discriminação entre filhos havidos ou não na relação do casamento. A teoria da multiparentalidade funda-se na possibilidade de confirmação concomitante de todos os efeitos derivados do reconhecimento da paternidade em todas as suas faces, quais sejam: biológica, legal ou socioafetiva. O argumento para tal possibilidade se encontra na Constituição Federal, mais precisamente nos princípios norteadores do direito de família, como por exemplo, os princípios da dignidade da pessoa humana, da afetividade, da solidariedade, da igualdade jurídica entre os filhos, do pluralismo familiar e da convivência familiar. Nesse sentido, Mauricio Cavallazzi Póvoas faz uma indagação sobre a importância do reconhecimento de parentescos múltiplos Ora, se existe e são reconhecidas como entidade familiar a família tradicional (pai, mãe e filhos), a união estável (companheiro, companheira e filhos), a família monoparental (pai ou mãe e filhos) e a união homoafetiva (convivência afetiva de pessoas do mesmo sexo), porque não se pode reconhecer também a existência da multiparentalidade (genitores biológicos, genitores afetivos e filho) e dar-lhe a proteção jurídica necessária, com os direitos e deveres correspondentes? 19 Nesse diapasão, registre-se que na multiparentalidade a filiação socioafetiva não tem o propósito de anular a filiação biológica, pois existe a viabilidade de coexistência uma vez que abordam fatores distintos. Os advogados, doutores em Direito pela PUC, Renata Barbosa de Almeida e Walsir Edson Rodrigues Júnior, discorrem sobre o tema [...] parece permissível a duplicidade de vínculos materno e paterno-filiais, principalmente quando um deles for socioafetivo e surgir, ou em complementação ao elo biológico ou jurídico préestabelecido, ou antecipadamente ao reconhecimento de paternidade ou maternidade biológica. 20 Oportuno dizer que o reconhecimento do afeto como um princípio constitucional fundamental e como principio do direito de família, representa uma quebra de paradigmas nas relações familiares, demonstrando que a consanguinidade não é mais importante que os elos de afeto e convivência que são estabelecidos com a união familiar. Paulo Lôbo explica alguns efeitos do reconhecimento desse vinculo de parentalidade Sem reduzir o poder familiar do pai originário (biológico ou por adoção), ao padrasto devem ser reconhecidas decisões e situações no interesse do filho/enteado, tais como em matéria educacional, legitimidade processual para defesa do menor, direito de visita em caso de divórcio, preferência para adoção, cuidados com a saúde, atividades sociais e de lazer, corresponsabilidade civil por danos cometidos pelo enteado, nomeação do enteado como beneficiário de seguros e planos de saúde etc. 21 Nessa esteira, o Instituto Brasileiro de Direito de Família IBDFAM, durante o IX Congresso Brasileiro de Direito de Família, em Araxá/ MG, que aconteceu em outubro de 2013, aprovou o seguinte enunciado: Enunciado no 9 do IBDFAM - A multiparentalidade gera efeitos jurídicos. 22 Maria Berenice Dias esclarece que Cada vez mais a jurisprudência vem reconhecendo a possibilidade de alguém ter mais de dois pais em seu registro de nascimento. É o que se chama de multiparentalidade. Por exemplo, quando a criança mantém vínculo socioafetivo tanto com o pai biológico quanto com novo companheiro da mãe. Nesta hipótese, ao invés de ser deferida a adoção unilateral, se acrescenta mais um pai e os respectivos avós na certidão de nascimento. Tal pode ensejar, inclusive, a alteração da composição do nome, com a inclusão do sobrenome do padrasto. Deste modo no registro vai constar o nome de três pais e de seis avós. Esta é uma solução para lá de salutar, pois além de ser amado por um maior número de pessoas, o filho também terá um número maior de direitos, como a alimentos e direitos sucessórios. 23 Fato é que o tema funda-se na diversidade das entidades familiares hodiernas, onde não cabe mais só o engessado conceito de família matrimonializada. Assim, frisa-se que o intuito é estimular a convivência harmônica entre família biológica e socioafetiva, trazendo para a esfera jurídica o que já está acontecendo no campo dos fatos. Na atual Constituição Federal é reconhecida a família monoparental, tradicional e de União Estável. O STF e a doutrina reconhece novas formas de família. Paternidade socioafetiva A paternidade socioafetiva pode ser considerada como umas das espécies de parentesco que estão elencadas no artigo do Código Civil, dentro do termo outras origens, ou seja, origem afetiva. 24 Reproduzindo o conceito de Maria Berenice Dias, Pai afetivo é aquele que ocupa, na vida do filho, o lugar do pai, desempenha a função de pai. 19 PÓVOAS, Maurício Cavallazzi. Multiparentalidade: A possibilidade de múltipla filiação registral e seus efeitos. Florianópolis: Conceito Editorial. 2012, p ALMEIDA, Renata Barbosa de; RODRIGUES JÚNIOR, Walsir Edson. Direito Civil: Famílias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2010, p LÔBO, op. cit., p Disponível em va+enunciados. Acesso em 08 out DIAS, op. cit., p DIAS, op. cit., p Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

5 É uma espécie de adoção de fato. Completa, ainda, a autora É aquele que ao dar abrigo, carinho, educação, amor ao filho, expõe o foro mínimo da filiação, apresentando-se em todos os momentos, inclusive naqueles em que se toma a lição de casa e ou verifica o boletim escolar. Enfim, é o pai das emoções, dos sentimentos e é o filho do olhar embevecido que reflete aqueles sentimentos que sobre ele se projetam. 25 Corrobora com esse entendimento, Paulo Lôbo ao citar o conceito de Luiz Edson Fachin Pai também é aquele que se revela no comportamento cotidiano, de forma sólida e duradoura, capaz de estreitar os laços de paternidade numa relação socioafetiva, aquele, enfim, que, além de emprestar o nome de família, o trata como sendo verdadeiramente seu filho perante o ambiente social. 26 Em relação à socioafetividade na adoção e a compreensão da filiação nesses casos, Paulo Lôbo ressalta, ainda, os dizeres de Rodrigo da Cunha Pereira: O elemento definidor e determinante da paternidade certamente não é o biológico, pois não é raro o genitor não assumir o filho. Por isso é que se diz que todo pai deve adotar o filho, pois só o será se assim o desejar, ou seja, se de fato o adotar. 27 Adoção como forma de filiação socioafetiva Existem no Brasil dois tipos de adoção, sendo que a primeira se dá de forma legal, respaldada pela Lei de Adoção (Lei /2009), Código Civil de 2002 e Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), é a chamada de adoção civil que leva em consideração todo um procedimento jurídico, de sorte que as crianças e adolescentes tenham resguardados seus direitos e sejam acolhidos no novo lar como filhos sem adjetivos. Para Paulo Lôbo A total igualdade de direitos entre os filhos biológicos e os que foram adotados demonstra a opção da ordem jurídica brasileira, principalmente constitucional, pela família socioafetiva. 28 No entendimento de Maria Berenice Dias A adoção constitui um parentesco eletivo, por decorrer exclusivamente de um ato de vontade. Trata-se de modalidade de filiação construída no amor, na feliz expressão de Luiz Edson Fachin, gerando vínculo de parentesco por opção. A adoção consagra a paternidade socioafetiva, baseando-se não em fator biológico, mas em fator sociológico. A verdadeira paternidade funda-se no desejo de amar e ser amado. É nesse sentido que o instituto da adoção se apropria da palavra afeto. 29 Ressalta-se que a adoção gera o total rompimento com a família de origem de modo que a relação de parentesco com esta se restringe relativamente aos impedimentos matrimoniais, com o objetivo de evitar incesto. Ao extinguir os laços de consanguinidade a legislação pátria consagra o princípio da afetividade e a família socioafetiva, sem interessar sua genealogia. 30 A segunda forma de adoção é a chamada adoção à brasileira. Esse tipo de adoção é caracterizada pela inobservância das condições legais para a adoção, juntamente com uma declaração falsa e consciente de paternidade e maternidade, de sorte que casais registram filho alheio como próprio. Por outro lado, mesmo sendo explicitamente ilegal, a adoção à brasileira está de acordo com o preceito que prioriza a convivência familiar disposto no artigo 227 da Carta Maior, devendo o julgador, diante de possível conflito entre valores regulamentares, observar o mandamento geral constitucional que assegura o direito a convivência familiar em detrimento do procedimento legal que não foi respeitado. 31 De acordo com Paulo Lôbo A convivência familiar duradoura transforma a adoção à brasileira em posse de estado de filho, que é espécie do gênero estado de filiação, que independe do fato originário da falsidade ou não da declaração. Bastam para a posse do estado de filho o nome, o tratamento e a reputação, que são consolidados na convivência familiar duradoura. Assim, a posse de estado de filho convalida a declaração e o respectivo registro de nascimento, que não mais pode ser cancelado, podendo valerse o filho de ação declaratória dessa relação jurídica, inclusive incidental, para obstar ação que vise à invalidação ou desconstituição do registro. 32 Nessa esteira, a autora Maria Berenice Dias aponta que Reconhecida a multiparentalidade, quer simultânea, quer sucessiva, possível a inserção no registro da filiação biológica sem excluir o pai registral. 33 Da hipótese de anulação do registro Constantemente o rompimento do vínculo afetivo entre um casal leva ao pedido de ação anulatória ou negatória de paternidade, que normalmente se dá com o intuito se esquivar da obrigação de pagamento de alimentos, entre outras obrigações, principalmente em casos onde houve a adoção à brasileira. O artigo do Código Civil de 2002 dispõe que Ninguém pode vindicar estado contrário ao 25 DIAS, op. cit., p FACHIN apud LÔBO, Paulo. Direito civil : famílias / Paulo Lôbo. 4. ed. São Paulo : Saraiva, 2011, p PEREIRA apud LÔBO, Paulo. Direito civil : famílias / Paulo Lôbo. 4. ed. São Paulo : Saraiva, 2011, p LÔBO, op. cit., p DIAS, op. cit., p LÔBO, op. cit., p LÔBO, op. cit., p LÔBO, op. cit., p DIAS, op. cit., p Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

6 que resulta do registro de nascimento, salvo provando-se erro ou falsidade do registro. 34 Nesse sentido, a jurisprudência não considera admissível a anulação do registro de nascimento, pois entende que o ato foi espontâneo não cabendo a anulação já que não houve vício de vontade, da mesma forma que é inadequado se falar em falsidade do registro quando este foi executado pela própria pessoa, ainda que o dispositivo contemple a excepcionalidade da alegação de anulação por erro ou falsidade. De fato ao agir no sentido de utilizar-se de meio ilegal, torna-se indubitável o desejo de assumir a paternidade, não cabendo, portanto, arrependimento posterior. 35 Outrossim, comprovam o entendimento doutrinário as seguintes decisões judiciais: APELAÇÃO. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. ANULAÇÃO DE REGISTRO. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA DE RELAÇÃO SOCIOAFETIVA. NÃO COMPROVAÇÃO. SENTENÇA MANTIDA. 1. É admissível a anulação do registro público de paternidade, caso comprovados o vício de consentimento, no momento do registro do nascimento, bem como a ausência de vínculo socioafetivo entre as partes. 2. Incumbe ao autor a produção de prova robusta de suas alegações, a fim modificar o estado de filiação. 3.Inexistente a prova do vício de vontade e exsurgindo dos autos indiscutível relação socioafetiva entre as partes, correta a improcedência do pedido de anulação do respectivo registro. 3. Apelação conhecida e improvida. 36 AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. ANULAÇÃO DE REGISTRO. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. VÍNCULO SOCIOAFETIVO. I - A jurisprudência assentou que, provada a ausência de vínculo biológico pelo resultado negativo do DNA, é possível a desconstituição do registro de paternidade se for constatado que este decorreu de erro, desde que não exista vínculo socioafetivo entre as partes. Precedentes do STJ. II - Na demanda, o registro da paternidade decorreu de erro, por ter o genitor acreditado que o menor, nascido na constância do casamento, fosse seu filho. No entanto, o acervo probatório, em especial o parecer psicossocial, o depoimento pessoal e a oitiva de testemunhas, comprovou que até a realização do exame de DNA, durante os primeiros seis anos de vida da criança, o autor forneceu-lhe assistência moral e material, e o réu o tem como referência paterna, em nítido vínculo socioafetivo. Mantida a r. sentença que rejeitou os pedidos. III - Apelação desprovida. 37 Como se observa a jurisprudência, nos casos apresentados, determinou a permanência da filiação com fundamento na socioafetividade que não pode ser afastava conforme dispõe o artigo do Código Civil, já mencionado. Para Fábio Ulhoa Coelho: O pai deixa de ter o direito à negatória de paternidade fundada na inexistência de transmissão de herança genética. Se, sabendo não ser o genitor, cuidou de alguém como se fosse seu filho, não pode mais renegá-lo fundado na verdade biológica. 38 A par disso, explana Paulo Lôbo Não pode o autor da declaração falsa vindicar a invalidade do registro do nascimento, conscientemente assumida, porque violaria o princípio assentado em nosso sistema jurídico de venire contra factumproprium. Neste sentido, decidiu o TJSP: Falsidade que, tendo sido praticada conscientemente pelo autor, não podia favorecê-lo com a anulação (Ap ). Em verdade, o art do Código Civil é direcionado ao filho, não a terceiras pessoas, como decidiu o mesmo TJSP (Ap /7-00). 39 Portanto, cumpre ressaltar o esclarecimento sobre o tema nas palavras de Maria Berenice Dias, como a adoção é irrevogável (ECA 39 1.º), não se pode conceder tratamento diferenciado a quem faz uso de expediente ilegal. Inquestionável a vontade de quem assim age em assumir a paternidade, não podendo ser aceito arrependimento posterior. A autora ainda completa, Imperativo prestigiar a posse de estado de filho de que desfruta o registrado, na medida em que se constituiu uma filiação socioafetiva. 40 De outra face, a hipótese de admissão da ação negatória de paternidade pode ser demonstrada pelos julgados abaixo transcritos: APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA. RECUSA DA MÃE QUE INCLUSIVE APONTA O NOME DO PAI BIOLÓGICO. PATERNIDADE SOCIO-AFETIVA. AUSÊNCIA. CONFISSÃO DA MÃE. PREVALÊNCIA. ERRO NO RECONHECIMENTO DA FILIAÇÃO. INTERESSE DO MENOR. 1. A ação negatória de paternidade atende não apenas ao interesse do pai, mas também da menor, 34 BRASIL. Código Civil. VadeMecum Saraiva / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. 23. Ed. atual. eampl. São Paulo: Saraiva, DIAS, op. cit., p TJ/DF, AP: , Relator: Desembargador Eustáquio de Castro, Data de Julgamento: 22/06/2017, 8ª Turma Cível, Data de Publicação: DJE30/06/ TJ/DF, AP: , Relatora: Desembargadora Vera Andrighi, Data de Julgamento: 24/05/2017, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: DJE13/06/ COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, família, sucessões, volume ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012, p LÔBO, op. cit., p DIAS, op. cit., p Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

7 interessada que é na verdadeira paternidade, fato que a irá marcar para o resto da vida, com reflexos, inclusive, na personalidade; 2. Provada a ausência de vínculo afetivo entre o autor e a menor e pela confissão da mãe, que declara ser a filha de outrem, procede o pedido de negatória de paternidade; 3. Além disso, o reconhecimento da paternidade pode ser desconstituído quando demonstrado que foi falsamente atribuído a alguém, caso em que houve erro no ato de registro por engano provocado pela genitora da menor; 4. A menor tem o direito de saber quem é seu verdadeiro pai. Assim, não se mostra possível que se saiba que o autor não é o pai biológico da menor e ainda assim não se determine a correção dos assentamentos. Não se pode perder de vista que o Direito tem que seguir, sempre, regras éticas, morais e primar pelo princípio da dignidade da pessoa humana; 5. Recurso conhecido, mas improvido. 41 DIREITO CIVIL. AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C/C ALTERAÇÃO DE CERTIDÃO DE NASCIMENTO. APELAÇÃO CÍVEL. EXAME DE DNA NEGATIVO. REGISTRO DO NOME DO PAI NA CERTIDÃO DE NASCIMENTO. ERRO. VÍCIO DE CONSENTIMENTO. ALTERAÇÃO NO REGISTRO. POSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE VÍNCULO SOCIOAFETIVO. ROMPIMENTO DEFINITIVO. 1. Há vício de consentimento quando demonstrado que o autor registrou seu nome como sendo pai do menor por ter sido induzido a erro, fato confessado pela genitora da criança. 2. Ainda que seja possível a mutabilidade do registro em razão de vício no consentimento, nos termos do art do Código Civil, em observância ao interesse do menor, havendo vínculo socioafetivo entre o pai registral e a criança, a paternidade deve permanecer, haja vista o reconhecimento jurisprudencial da socioafetividade como relação de parentesco. 3. Não comprovado o vínculo socioafetivo entre as partes, sendo verificado o rompimento definitivo da relação e a ausência de interesse do menor em manter o laço afetuoso, a procedência da negatória de paternidade é medida que se impõe, devendo ser alterado o registro de nascimento do infante. 4. Deu-se provimento ao recurso. 42 Oportuno se torna dizer que as decisões demonstram o fidedigno cumprimento do mandamento constitucional que estabelece a proteção da criança e do adolescente, uma vez que seu melhor interesse está sendo observado, pois mesmo que nos casos apresentados tenhaocorrido erro ou vicio de consentimento, os magistrados 41 TJ/DF, APC: , Relatora: Desembargadora Gislene Pinheiro, Data de Julgamento: 09/09/2015, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: DJE 15/09/2015. levaram em consideração a inexistência de socioafetividade, fazendo um juízo de valor que se comprovado poderia dar outro desfecho ao julgado. Em análise ultima, ressalta-se que o filho detém a prerrogativa de buscar o reconhecimento da sua filiação biológica utilizando-se da ação anulatória de paternidade quanto ao pai socioafetivo independentemente de ser este o pai registral, assim como, pode vindicar a anulação de registro simplesmente com o intuito de excluir o nome de quem consta na certidão de nascimento como genitor, sem a necessidade de pleitear a investigação de paternidade contra o pai biológico. 43 Direito Sucessório decorrente da Multiparentalidade Indubitável que o reconhecimento da multiparentalidade significa um grande avanço para o Direito de família brasileiro, uma vez que exprime efetividade aos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana e da afetividade, principalmente. É bem verdade que a verificação dos efeitos desse reconhecimento é necessária para que sua legitimidade seja assegurada, de modo que o vinculo afetivo caminhe ao lado do biológico, efetivando os direitos dos indivíduos envolvidos. Nesse sentido, reproduzimos in verbis a ementado paradigmático acórdão a respeito do tema que foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal no ano de 2016, em sede de Recurso Extraordinário nº de relatoria do Ministro Luiz Fux, no qual há o reconhecimento explicito da multiparentalidade e de seus efeitos sucessórios. Ementa: Recurso Extraordinário. Repercussão Geral reconhecida. Direito Civil e Constitucional. Conflito entre paternidades socioafetiva e biológica. Paradigma do casamento. Superação pela Constituição de Eixo central do Direito de Família: deslocamento para o plano constitucional. Sobreprincípio da dignidade humana (art. 1º, III, da CRFB). Superação de óbices legais ao pleno desenvolvimento das famílias. Direito à busca da felicidade. Princípio constitucional implícito. Indivíduo como centro do ordenamento jurídicopolítico. Impossibilidade de redução das realidades familiares a modelos pré-concebidos. Atipicidade constitucional do conceito de entidades familiares. União estável (art. 226, 3º, CRFB) e família monoparental (art. 226, 4º, CRFB).Vedação à discriminação e hierarquização entre espécies de filiação (art. 227, 6º, CRFB). Parentalidade presuntiva, biológica ou afetiva. Necessidade de tutela jurídica ampla. Multiplicidade de vínculos parentais. Reconhecimento concomitante. Possibilidade. Pluriparentalidade. Princípio da 42 TJ/DF, APC: , Relatora: Desembargadora Leila Arlanch, Data de Julgamento: 27/01/2016, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: DJE 15/02/ DIAS, op. cit., p Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

8 paternidade responsável (art. 226, 7º, CRFB). Recurso a que se nega provimento. Fixação de tese para aplicação a casos semelhantes. 1. O prequestionamento revela-se autorizado quando as instâncias inferiores abordam a matéria jurídica invocada no Recurso Extraordinário na fundamentação do julgado recorrido, tanto mais que a Súmula n. 279 desta Egrégia Corte indica que o apelo extremo deve ser apreciado à luz das assertivas fáticas estabelecidas na origem. 2. A família, à luz dos preceitos constitucionais introduzidos pela Carta de 1988, apartou-se definitivamente da vetusta distinção entre filhos legítimos, legitimados e ilegítimos que informava o sistema do Código Civil de 1916, cujo paradigma em matéria de filiação, por adotar presunção baseada na centralidade do casamento, desconsiderava tanto o critério biológico quanto o afetivo. 3. A família, objeto do deslocamento do eixo central de seu regramento normativo para o plano constitucional, reclama a reformulação do tratamento jurídico dos vínculos parentais à luz do sobreprincípio da dignidade humana (art. 1º, III, da CRFB) e da busca da felicidade. 4. A dignidade humana compreende o ser humano como um ser intelectual e moral, capaz de determinar-se e desenvolver-se em liberdade, de modo que a eleição individual dos próprios objetivos de vida tem preferência absoluta em relação a eventuais formulações legais definidoras de modelos preconcebidos, destinados a resultados eleitos a priori pelo legislador. Jurisprudência do Tribunal Constitucional alemão (BVerfGE 45, 187). 5. A superação de óbices legais ao pleno desenvolvimento das famílias construídas pelas relações afetivas interpessoais dos próprios indivíduos é corolário do sobreprincípio da dignidade humana. 6. O direito à busca da felicidade, implícito ao art. 1º, III, da Constituição, ao tempo que eleva o indivíduo à centralidade do ordenamento jurídico-político, reconhece as suas capacidades de autodeterminação, autossuficiência e liberdade de escolha dos próprios objetivos, proibindo que o governo se imiscua nos meios eleitos pelos cidadãos para a persecução das vontades particulares. Precedentes da Suprema Corte dos Estados Unidos da América e deste Egrégio Supremo Tribunal Federal: RE AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJe de 26/08/2011; ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, DJe de 14/10/ O indivíduo jamais pode ser reduzido a mero instrumento de consecução das vontades dos governantes, por isso que o direito à busca da felicidade protege o ser humano em face de tentativas do Estado de enquadrar a sua realidade familiar em modelos préconcebidos pela lei. 8. A Constituição de 1988, em caráter meramente exemplificativo, reconhece como legítimos modelos de família independentes do casamento, como a união estável (art. 226, 3º) e a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes, cognominada família monoparental (art. 226, 4º), além de enfatizar que espécies de filiação dissociadas do matrimônio entre os pais merecem equivalente tutela diante da lei, sendo vedada discriminação e, portanto, qualquer tipo de hierarquia entre elas (art. 227, 6º). 9. As uniões estáveis homoafetivas, consideradas pela jurisprudência desta Corte como entidade familiar, conduziram à imperiosidade da interpretação não-reducionista do conceito de família como instituição que também se forma por vias distintas do casamento civil (ADI nº. 4277, Relator(a): Min. AYRES BRITTO, Tribunal Pleno, julgado em 05/05/2011). 10. A compreensão jurídica cosmopolita das famílias exige a ampliação da tutela normativa a todas as formas pelas quais a parentalidade pode se manifestar, a saber: (i) pela presunção decorrente do casamento ou outras hipóteses legais, (ii) pela descendência biológica ou (iii) pela afetividade. 11. A evolução científica responsável pela popularização do exame de DNA conduziu ao reforço de importância do critério biológico, tanto para fins de filiação quanto para concretizar o direito fundamental à busca da identidade genética, como natural emanação do direito de personalidade de um ser. 12. A afetividade enquanto critério, por sua vez, gozava de aplicação por doutrina e jurisprudência desde o Código Civil de 1916 para evitar situações de extrema injustiça, reconhecendo-se a posse do estado de filho, e consequentemente o vínculo parental, em favor daquele utilizasse o nome da família (nominatio), fosse tratado como filho pelo pai (tractatio) e gozasse do reconhecimento da sua condição de descendente pela comunidade (reputatio). 13. A paternidade responsável, enunciada expressamente no art. 226, 7º, da Constituição, na perspectiva da dignidade humana e da busca pela felicidade, impõe o acolhimento, no espectro legal, tanto dos vínculos de filiação construídos pela relação afetiva entre os envolvidos, quanto daqueles originados da ascendência biológica, sem que seja necessário decidir entre um ou outro vínculo quando o melhor interesse do descendente for o reconhecimento jurídico de ambos. 14. A pluriparentalidade, no Direito Comparado, pode ser exemplificada pelo conceito de dupla paternidade (dual paternity), construído pela Suprema Corte do Estado da Louisiana, EUA, desde a década de 1980 para atender, ao mesmo tempo, ao melhor interesse da criança e ao direito do genitor à declaração da paternidade. Doutrina. 15. Os arranjos familiares alheios à regulação estatal, por omissão, não podem restar ao desabrigo da proteção a situações de pluriparentalidade, por isso que merecem tutela jurídica concomitante, para todos os fins de direito, os vínculos parentais de origem afetiva e biológica, a fim de prover a mais completa e adequada tutela aos sujeitos envolvidos, ante os princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana (art. 1º, III) e da paternidade responsável (art. 226, 7º). 16. Recurso Extraordinário a que se nega provimento, fixando-se a seguinte tese jurídica para aplicação a casos semelhantes: A paternidade Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

9 socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos jurídicos próprios.(grifei) 44 O caso em tela foi levado ao judiciário por um pai biológico que interpôs o RE em face da decisão do TJ/SC que determinou ao genitor a obrigação alimentar em relação ao filho mesmo este tendo um pai socioafetivo, de modo que a discussão se referia à possibilidade de reconhecimento da dupla paternidade. Registre-se que tal decisão evidencia três consequências relevantes. A primeira delas é a ratificação da afetividade como um valor jurídico de suma importância por representar um princípio de ordem civil-constitucional do ordenamento jurídico brasileiro. A segunda se refere ao reconhecimento da isonomia entre a paternidade biológica e socioafetiva, legitimando que não há hierarquia entre espécies de filiação. Já a terceira consequência tem relação com a multiparentalidade no sentido de que o reconhecimento de vinculo concomitante deve ser admitido para todos os fins, incluindo os concernentes à obrigação alimentar e direito sucessório. 45 O Ministro relator do RE, utilizou o direito comparado para dirimir a questão, dado que em outros países o reconhecimento da dupla paternidade já é uma realidade. Como se observa, o julgado tem o objetivo de assegurar aos sujeitos o direito à felicidade, o reconhecimento da família e de seus vínculos afetivos e biológicos concomitantemente, de forma que a posição apontada pelo STF se mostra no sentido de que não há possibilidade de hierarquizar as relações afetivas parentais, considerando que existe uma equidade entre as figuras do pai socioafetivo e biológico. Cumpre ressaltar que a matéria foi muitas vezes julgada diversamente, porém com a decisão em sede de repercussão geral restou estabelecida que a observância da multiparentalidade no Direito de família hodierno é inevitável. O doutrinador Flávio Tartuce aduz que a multiparentalidade (é) um caminho sem volta do Direito de Família Contemporâneo, consolidando-se as novas teorias e os princípios constitucionais nesse campo do pensamento jurídico. A decisão do STF é o fim do caminho. A regra passou a ser a multiparentalidade, nos casos de dilemas entre a parentalidadesocioafetiva e a biológica. 46 Em suma extraímos da decisão que,seu objetivo é assegurar o melhor interesse da criança firmando um precedente no sentido de que as responsabilidades relativas à paternidade, de qualquer natureza, sejam cumpridas observando também o direito de herança, e ainda que, a multiparentalidade pressupõe a ausência de hierarquia entre a paternidade biológica e socioafetiva. De igual forma o autor Christiano Cassettari, analisando decisões acerca do tema, cita a concepção de um magistrado que é relevante para a compreensão dos desafios que a multiparentalidade acarreta, mas que vêm sendo enfrentada pela doutrina e jurisprudência de forma admirável Não se trata, segundo ele, de criar situações jurídicas inovadoras, fora da abrangência dos princípios constitucionais e legais, mas de um fenômeno de nossos tempos, da pluralidade de modelos familiares, das famílias reconstituídas, que precisa ser enfrentado também pelo Direito, pois são situações em que crianças e adolescentes acabam, na vida real, tendo efetivamente dois pais ou duas mães. [...] Por fim, afirma o sentenciante, é preciso registrar que o menor é um felizardo, pois num país em que há milhares de crianças e adolescentes sem pai (a tal ponto que o Conselho Nacional de Justiça, Poder Judiciário, Ministério Público realizam campanhas para promover o registro de paternidade), ter dois pais é um privilégio. Dois pais presentes, amorosos, dedicados, de modo que o Direito não poderia deixar de retratar essa realidade. 47 Por todo o exposto pode-se afirmar que ao reconhecer a multiparentalidade o direito reconhece também não lhe cabe impor limites às entidades familiares. Seguindo essa lógica o Judiciário deve acompanhar a evolução da sociedade de forma que, o modo de vida de cada individuo seja respeitado e aceito, assegurando a todos a efetiva aplicação do princípio da dignidade da pessoa humana, do princípio da afetividade e do melhor interesse das crianças e adolescentes. Considerações Finais A novel configuração das famílias brasileiras é fruto da constitucionalização do direito de família. Os novos entendimentos a respeito das relações familiares abarcam concepções que vão além dos fundamentos biológicos, admitindo que a existência da afetividade dilata o conceito tradicional de família. Evidente que o reconhecimento da multiparentalidade e de seus efeitos jurídicos demonstram o respeito aos ditames constitucionais que dispõe sobre o princípio da dignidade da 44 STF, RE: SC, Relator: Ministro Luiz Fux, Data de Julgamento: 21/09/2016, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJ TARTUCE, Flávio Direito civil, v. 5 : Direito de Família. 12. ed. rev., atual. eampl. Rio de Janeiro: Forense, 2017, p TARTUCE, op. cit., p CASSETTARI, Christiano Multiparentalidade e parentalidade socioafetiva: efeitos jurídicos. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2015, p Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

10 pessoa humana e o princípio da afetividade, principalmente. No estudo pode-se confirmar que o estabelecimento da socioafetividade muitas vezes se sobrepõe ao vinculo biológico, uma vez que, ao ser identificada, passa a vincular os sujeitos da relação de tal forma que seus direitos não podem ser tolhidos. Da mesma forma, conclui-se que a doutrina e o Poder Judiciário, através dos julgados, tem se debruçado sobre o tema a fim de melhor compreende-lo e dar efetividade às decisões conflitantes, o que representa um grande avanço para o Direito, pois o reconhecimento do que já acontece no campo fático promove a efetivação dos direitos do indivíduo e de sua família. Destarte restou comprovado que a multiparentalidade admite a dupla paternidade, gerando, portanto, a possibilidade de sucessão do filho em relação aos seus pais biológico e socioafetivo. Concluindo, a direção tomada pelo ordenamento jurídico brasileiro tende a legitimar as relações de multiparentalidade, com o intuito de assegurar os direitos fundamentais das pessoas envolvidas nessas relações. Referencial Bibliográfico ALMEIDA, Renata Barbosa de; RODRIGUES JÚNIOR, Walsir Edson. Direito Civil: Famílias. Rio de Janeiro: Lumen Juris, BRASIL. Código Civil. VadeMecum Saraiva / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. 23. Ed. atual. eampl. São Paulo: Saraiva, BRASIL. Constituição (1988). VadeMecum Saraiva / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. 23. Ed. atual. eampl. São Paulo: Saraiva, BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. VadeMecum Saraiva / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. 23. Ed. atual. eampl. São Paulo: Saraiva, BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Acórdão. Recurso Extraordinário RE / SC SANTA CATARINA. TRIBUNAL PLENO. DIREITO CIVIL Família Relações de Parentesco Investigação de Paternidade. Relator Ministro Luiz Fux. Data de Publicação: 24/08/2017.Disponível em Jurisprudencia.asp. Acesso em 02 de nov BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. AP: Segredo de Justiça Relator: Desembargador Eustáquio de Castro. Data de Julgamento: 22/06/2017, 8ª Turma Cível, Data de Publicação: DJE 30/06/2017. Disponível em Acesso em 02 de nov BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. AP: Segredo de Justiça , Relatora: Desembargadora Vera Andrighi, Data de Julgamento: 24/05/2017, 6ª Turma Cível, Data de Publicação: DJE 13/06/2017.Disponível em Acesso em 02 de nov BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. APC: , Relatora: Desembargadora Gislene Pinheiro, Data de Julgamento: 09/09/2015, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: DJE 15/09/2015.Disponível em Acesso em 02 de nov BRASIL. Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios. APC: , Relatora: Desembargadora Leila Arlanch, Data de Julgamento: 27/01/2016, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: DJE 15/02/2016.Disponível em Acesso em 02 de nov CASSETTARI, Christiano Multiparentalidade e parentalidadesocioafetiva: efeitos jurídicos / Christiano Cassettari. 2. ed. São Paulo: Atlas, COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de direito civil, família, sucessões, volume 5 / Fábio Ulhoa Coelho. 5. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das famílias (livro eletrônico) / Maria Berenice Dias. 4. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro, volume 5: direito de família / Maria Helena Diniz ed.- São Paulo: Saraiva, GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume 6 : direito de família / Carlos Roberto Gonçalves. 9. ed. São Paulo : Saraiva, IBDFAM Instituto Brasileiro de Direito de Família. Notícias: IBDFAM aprova Enunciados. Disponível em prova+enunciados. Acesso em 08 out LÔBO, Paulo Direito civil : famílias / Paulo Lôbo. 4. ed. São Paulo : Saraiva, (Direito civil). PÓVOAS, Maurício Cavallazzi. Multiparentalidade: A possibilidade de múltipla filiação registral e seus efeitos. Florianópolis: Conceito Editorial TARTUCE, Flávio Direito civil, v. 5 : Direito de Família / Flávio Tartuce. 12. ed. rev., atual. eampl. Rio de Janeiro: Forense, VENOSA, Sílvio de Salvo. Direito Civil: direito de família / Sílvio de Salvo Venosa. 6. ed. São Paulo: Atlas, (Coleção direito civil; v.6) WELTER, Belmiro Pedro. Teoria tridimensional do direito de família. Porto Alegre- RS. Simp.TCC/Sem.IC.2017(12);

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RE nos EDcl no RECURSO ESPECIAL Nº 1.417.598 - CE (2013/0375420-8) RELATOR : MINISTRO HUMBERTO MARTINS RECORRENTE : F DE A C ADVOGADOS : CAIO CESAR VIEIRA ROCHA E OUTRO(S) - CE015095 LEONARDO RUFINO CAPISTRANO

Leia mais

Tema: Do julgamento do STF sobre parentalidade socioafetiva e suas consequências

Tema: Do julgamento do STF sobre parentalidade socioafetiva e suas consequências Curso de Férias: Direito Civil recentes transformações Tema: Do julgamento do STF sobre parentalidade socioafetiva e suas consequências Advogado em Curitiba; Mestre em Direito Civil pela UFPR; Diretor

Leia mais

RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA. PROVIMENTO Nº 63 de 14/11/2017 CNJ SEÇÃO II - Arts. 10 a 15

RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA. PROVIMENTO Nº 63 de 14/11/2017 CNJ SEÇÃO II - Arts. 10 a 15 RECONHECIMENTO EXTRAJUDICIAL DA FILIAÇÃO SOCIOAFETIVA PROVIMENTO Nº 63 de 14/11/2017 CNJ SEÇÃO II - Arts. 10 a 15 DISPÕE SOBRE O RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO E A AVERBAÇÃO DA PATERNIDADE E MATERNIDADE SOCIOAFETIVA

Leia mais

ROTEIRO DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA PARA ANALISTA DO BACEN NOÇÕES GERAIS

ROTEIRO DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA PARA ANALISTA DO BACEN NOÇÕES GERAIS ROTEIRO DIREITO CIVIL DIREITO DE FAMÍLIA PARA ANALISTA DO BACEN NOÇÕES GERAIS 1) Espécies de Entidade familiar a. Família matrimonial (casamento). b. Família informal (união estável). c. Família monoparental

Leia mais

DIREITO CIVIL IX FAMÍLIA I

DIREITO CIVIL IX FAMÍLIA I DIREITO CIVIL IX FAMÍLIA I PARENTESCO RELAÇÃO QUE VINCULA ENTRE SI PESSOAS QUE DESCENDEM UMAS DAS OUTRAS, OU DE AUTOR COMUM (CONSANGUINIDADE), QUE APROXIMA CADA UM DOS CÔNJUGES DOS PARENTES DO OUTRO (AFINIDADE),

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 18/09/2017. Parentesco. Os parentes em linha reta são os ascendentes e os descendentes, os graus na linha

Leia mais

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 05

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 05 PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO DE FAMÍLIA E SUCESSÕES. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Famílias contemporâneas Conti.: Duração razoável do processo deve ser levada em consideração, trata-se

Leia mais

STJ Vínculo paterno-filial afetivo supera ausência de vínculo biológico e impede mudança de registro

STJ Vínculo paterno-filial afetivo supera ausência de vínculo biológico e impede mudança de registro STJ Vínculo paterno-filial afetivo supera ausência de vínculo biológico e impede mudança de registro A paternidade socioafetiva se sobrepõe à paternidade registral nos casos de erro substancial apto a

Leia mais

Continuação Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Adoção- art.39 a Direito da Infância e da Adolescência

Continuação Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Adoção- art.39 a Direito da Infância e da Adolescência Continuação Direito à Convivência Familiar e Comunitária. Adoção- art.39 a 50 1 2 Conceito: medida protetiva de colocação em família substituta que estabelece o parentesco civil entre adotantes e adotados.

Leia mais

PATERNIDADE SÓCIOAFETIVA, ADOÇÃO À BRASILEIRA E PLURIPARENTALIDADE

PATERNIDADE SÓCIOAFETIVA, ADOÇÃO À BRASILEIRA E PLURIPARENTALIDADE PATERNIDADE SÓCIOAFETIVA, ADOÇÃO À BRASILEIRA E PLURIPARENTALIDADE 1. Introdução Diante da nova concepção do direito de família, em que foi vencida aquela fase matrimonialista e patriarcal, tem-se a pluralidade

Leia mais

1 Introdução: 1 Introdução: FAMÍLIA, ENTIDADES FAMILIARES E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA 17/08/2014

1 Introdução: 1 Introdução: FAMÍLIA, ENTIDADES FAMILIARES E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA 17/08/2014 FAMÍLIA, ENTIDADES FAMILIARES E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DO DIREITO DE FAMÍLIA Prof.a Dra Cíntia Rosa Pereira de Lima 1 Introdução: Funções da família: religiosa, econômica, social e procracional. Hoje:

Leia mais

2) Interpretação e Semiótica BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 1) Positivismo x Normativismo Concreto

2) Interpretação e Semiótica BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 1) Positivismo x Normativismo Concreto BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 1) Positivismo x Normativismo Concreto 2) Interpretação e Semiótica a) Suporte Físico (Enunciado) Denis Domingues Hermida 2) Tridimensionalidade

Leia mais

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO SÃO PAULO/ JUNHO 2015

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO SÃO PAULO/ JUNHO 2015 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE DIREITO SÃO PAULO/ JUNHO 2015 Antes de ser um fato jurídico, a adoção é um fato social, praticado desde o início da humanidade; Provimento de herdeiro x permanência

Leia mais

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE DIREITO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ART. 39 E SEGUINTES ECA É MEDIDA DE EXCEPCIONALIDADE, DEVENDO O MENOR PERMANECER COM A FAMÍLIA NATURAL OU EXTENSA; A ADOÇÃO É COMPETÊNCIA DO ECA; FILIAÇÃO DIREITOS HEREDITÁRIOS

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Entre o ventre e o coração Maria Berenice Dias * Como citar este artigo: DIAS, Maria Berenice. Entre o ventre e o coração. Disponível em: http://www.blogdolfg.com.br.30 agosto. 2007.

Leia mais

Prof. Me. Carlos Eduardo Dipp. Advogado em Curitiba/PR e Professor de Direito de Família.

Prof. Me. Carlos Eduardo Dipp. Advogado em Curitiba/PR e Professor de Direito de Família. Prof. Me. Carlos Eduardo Dipp Advogado em Curitiba/PR e Professor de Direito de Família. carlosdipp@vsdadvogados.com.br CRONOGRAMA DO WEBINAR (i) Reconhecimento de Paternidade (extrajudicial e judicial);

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 19/09/2018. Parentesco.

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 19/09/2018. Parentesco. Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 19/09/2018. Parentesco. Espécies de parentesco. Sogro / Sogra Genro / Nora 3- Afinidade Enteado / Enteada Madrasta

Leia mais

O PLURALISMO FAMILIAR E A LIBERDADE DE CONSTITUIÇÃO DE UMA COMUNHÃO DA VIDA FAMILIAR

O PLURALISMO FAMILIAR E A LIBERDADE DE CONSTITUIÇÃO DE UMA COMUNHÃO DA VIDA FAMILIAR O PLURALISMO FAMILIAR E A LIBERDADE DE CONSTITUIÇÃO DE UMA COMUNHÃO DA VIDA FAMILIAR 104 Ana Paula de Araujo Carina Ana de Oliveira Elieser Leal Germano Tatiane Alves Salles dos Santos. INTRODUÇÃO O presente

Leia mais

SUMÁRIO PARTE I PROCESSO CIVIL E CAUSAS FAMILIARES

SUMÁRIO PARTE I PROCESSO CIVIL E CAUSAS FAMILIARES SUMÁRIO Abreviaturas e siglas usadas...xxiii PARTE I PROCESSO CIVIL E CAUSAS FAMILIARES 1. Processo, Família e Estado... 1 1.1. Advocacia e causas familiares... 1 1.2. Processo civil: objeto e aplicação

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal Ementa e Acórdão Inteiro Teor do Acórdão - Página 1 de 17 21/09/2016 PLENÁRIO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 898.060 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. LUIZ FUX RECTE.(S) :A N ADV.(A/S) : RODRIGO FERNANDES PEREIRA

Leia mais

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Corregedoria-Geral da Justiça

Tribunal de Justiça do Estado do Paraná. Corregedoria-Geral da Justiça Tribunal de Justiça do Estado do Paraná Corregedoria-Geral da Justiça Provimento Nº264 SEI Nº 0102975-68.2016.8.16.6000 O Des. EUGÊNIO ACHILLE GRANDINETTI, Corregedor-Geral da Justiça, nos usos de suas

Leia mais

1. Introdução. 2. Parentesco para Fins de Sucessão

1. Introdução. 2. Parentesco para Fins de Sucessão 1. Introdução O presente trabalho quer demonstrar que a parentalidade socioafetiva deve gerar efeitos sucessórios. Para tanto, foi preciso analisar o conceito atual de família e as diversas formas de parentalidade,

Leia mais

RELAÇÃO DE PARENTESCO

RELAÇÃO DE PARENTESCO RELAÇÃO DE PARENTESCO Prof.a Dra Cíntia Rosa Pereira de Lima 1 Introdução: Parentes não é família; Cônjuges e companheiros = família; não parentes. 1.1 Conceito de parentesco: Parentesco é a relação jurídica

Leia mais

DIREITO DE FAMÍLIA ROTEIRO DE AULA Profa. Dra. Maitê Damé Teixeira Lemos

DIREITO DE FAMÍLIA ROTEIRO DE AULA Profa. Dra. Maitê Damé Teixeira Lemos DIREITO DE FAMÍLIA ROTEIRO DE AULA Profa. Dra. Maitê Damé Teixeira Lemos Direito Matrimonial o Conceito: o Natureza jurídica do casamento: o Finalidades do casamento: o Princípios do casamento: o Esponsais

Leia mais

QUESTÕES DE REVISÃO 1ª N2

QUESTÕES DE REVISÃO 1ª N2 1. (MPE-GO/2014) Assinale a alternativa incorreta: a) A adoção por ambos os cônjuges ou companheiros poderá ser formalizada, desde que um deles tenha completado dezoito anos de idade, comprovada a estabilidade

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Formatos Familiares Contemporâneos.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Formatos Familiares Contemporâneos. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Família e Sucessões. (Aula 20/02/2018) Formatos Familiares Contemporâneos. A união estável

Leia mais

2) Interpretação e Semiótica BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 1) Positivismo x Normativismo Concreto

2) Interpretação e Semiótica BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA. 1) Positivismo x Normativismo Concreto BIODIREITO E SEUS REFLEXOS NO DIREITO DE FAMÍLIA I- INTERPRETAÇÃO JURÍDICA 1) Positivismo x Normativismo Concreto 2) Interpretação e Semiótica a) Suporte Físico (Enunciado) Denis Domingues Hermida 2) Tridimensionalidade

Leia mais

Sumário. Proposta da Coleção Leis Especiais para Concursos Apresentação da Segunda Edição Apresentação... 19

Sumário. Proposta da Coleção Leis Especiais para Concursos Apresentação da Segunda Edição Apresentação... 19 Sumário Proposta da Coleção Leis Especiais para Concursos... 15 Apresentação da Segunda Edição... 17 Apresentação... 19 Abreviaturas Utilizadas... 21 Capítulo I Lei de Alimentos... 23 Lei nº 5.478, de

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 17/09/2018. União estável.

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 17/09/2018. União estável. Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 17/09/2018. União estável. Procedimento da ação de reconhecimento e extinção da união estável. Procedimento ordinário

Leia mais

Escrito por Rosana Torrano Dom, 26 de Novembro de :52 - Última atualização Dom, 26 de Novembro de :54

Escrito por Rosana Torrano Dom, 26 de Novembro de :52 - Última atualização Dom, 26 de Novembro de :54 PROVIMENTO 63/2017 DO CNJ (CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA) PACIFICA A POSSIBILIDADE DE RECONHECIMENTO DA PATERNIDADE OU MATERNIDADE SOCIOAFETIVA, PERANTE OS OFICIAIS DE REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS,

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 18/02/2019. Introdução ao direito de família para sucessões.

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 18/02/2019. Introdução ao direito de família para sucessões. Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 18/02/2019. Introdução ao direito de família para sucessões. Nome (continuação). Pseudônimo nome utilizado por

Leia mais

Estatuto da Criança e do Adolescente

Estatuto da Criança e do Adolescente DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR O ECA define três modalidades de família. São elas: NATURAL (art. 25, Caput) EXTENSA OU AMPLIADA (art. 25, único) SUBSTITUTA (art. 28) NATURAL Entende-se por família natural

Leia mais

Dois é bom, três não é demais: os desafios do Direito em relação a famílias multiparentais

Dois é bom, três não é demais: os desafios do Direito em relação a famílias multiparentais ANÁLISE Isabela de Oliveira Pannunzio e Cássia Kinoshita, acadêmicas de Direito da UnB ARE 898.060/SC (min. Luiz Fux), A N x F G. Amici Curiae: Associação de Direito de Família e das Sucessões ADFAS e

Leia mais

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO LUIS ROBERTO BARROSO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO LUIS ROBERTO BARROSO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO LUIS ROBERTO BARROSO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL RE 878.694-MG O INSTITUTO BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA IBDFAM, associação civil sem fins lucrativos, CNPJ nº 02.571.616/0001-48,

Leia mais

SUMÁRIO Sexualidade, medo e preconceito Expressões, nomes e nomenclaturas Antes O papel das religiões...

SUMÁRIO Sexualidade, medo e preconceito Expressões, nomes e nomenclaturas Antes O papel das religiões... SUMÁRIO APRESENTAÇÃO À 7.ª EDIÇÃO... 13 APRESENTAÇÃO À 6.ª EDIÇÃO... 15 APRESENTAÇÃO À 5.ª EDIÇÃO... 19 APRESENTAÇÃO À 4.ª EDIÇÃO... 25 APRESENTAÇÃO À 3.ª EDIÇÃO... 27 APRESENTAÇÃO À 2.ª EDIÇÃO... 29 APRESENTAÇÃO

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo fls. 1 Registro: 2016.0000231574 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0176477-49.2012.8.26.0100, da Comarca de, em que é apelante ADPM- ASSOCIAÇÃO DESPORTIVA POLICIA MILITAR

Leia mais

: MIN. GILMAR MENDES

: MIN. GILMAR MENDES RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 949.410 RIO DE JANEIRO RELATOR RECTE.(S) : MIN. GILMAR MENDES :JANDIRA COSTA VIEIRA :DEFENSOR PÚBLICO-GERAL FEDERAL :UNIÃO :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO :ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Leia mais

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31

Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31 Instituições de Direito Profª Mestre Ideli Raimundo Di Tizio p 31 DIREITO DE FAMÍLIA Conceito é o conjunto de normas jurídicas que disciplina a entidade familiar, ou seja, a comunidade formada por qualquer

Leia mais

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 05/11/2018

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 05/11/2018 Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 05/11/2018 Divórcio estrangeiro. O divórcio feito no estrangeiro precisava ser homologado no STF para ter validade,

Leia mais

SUMÁRIO 1. DIREITO DE FAMÍLIA INTRODUÇÃO

SUMÁRIO 1. DIREITO DE FAMÍLIA INTRODUÇÃO SUMÁRIO 1. DIREITO DE FAMÍLIA INTRODUÇÃO... 1 1.1 Conceito de Direito de Família. Estágio atual... 1 1.2 O novo Direito de Família. Princípios... 5 1.2.1 Direito Civil Constitucional e Direito de Família...

Leia mais

A família. contemporânea. à luz do DIREITO

A família. contemporânea. à luz do DIREITO A família contemporânea à luz do DIREITO A FAMÍLIA CONTEMPORÂNEA À LUZ DO DIREITO A Família é a primeira forma de relação vivenciada pelo indivíduo, é o seu primeiro contato com o mundo, no qual ele vai

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal AGRAVO DE INSTRUMENTO 860.743 RIO DE JANEIRO RELATORA AGTE.(S) ADV.(A/S) AGDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :MARINA PONTES MACACCHERO :BRUNO VIANNA DE CASTRO TEIXEIRA :TATIANA DANTAS NERY :PEDRO

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Previsão encontra-se art do C.C.

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Previsão encontra-se art do C.C. CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Prática de família e sucessões: B-) Parentesco: Previsão encontra-se art. 1.591 do C.C. Art.

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO Registro: 2017.0000503721 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1006796-69.2014.8.26.0302, da Comarca de Jaú, em que é apelante NAIR FERNANDEZ MACANHAM, são apelados TATHIANA

Leia mais

1. IDENTIFICAÇÃO PERÍODO: 7º CRÉDITO: 04 NOME DA DISCIPLINA: DIREITO CIVIL V NOME DO CURSO: DIREITO

1. IDENTIFICAÇÃO PERÍODO: 7º CRÉDITO: 04 NOME DA DISCIPLINA: DIREITO CIVIL V NOME DO CURSO: DIREITO 1. IDENTIFICAÇÃO PERÍODO: 7º CRÉDITO: 04 NOME DA DISCIPLINA: DIREITO CIVIL V NOME DO CURSO: DIREITO CARGA HORÁRIA SEMANAL: 04 CARGA HORÁRIA SEMESTRAL: 60 2. EMENTA Família: evolução histórica e espécies.

Leia mais

PROVIMENTO 303/CGJ/2015: O QUE MUDOU NO PROCEDIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR

PROVIMENTO 303/CGJ/2015: O QUE MUDOU NO PROCEDIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR PROVIMENTO 303/CGJ/2015: O QUE MUDOU NO PROCEDIMENTO DE EXPEDIÇÃO DE CERTIDÃO DE INTEIRO TEOR *Felipe de Mendonça Pereira Cunha O Provimento 303/CGJ/2015 foi publicado no Diário do Judiciário Eletrônico

Leia mais

ADOÇÃO. 1 Introdução: 1 Evolução legislativa: 12/10/2014. Filiação natural vs. Filiação adotiva. Infertilidade: Interesse dos casais

ADOÇÃO. 1 Introdução: 1 Evolução legislativa: 12/10/2014. Filiação natural vs. Filiação adotiva. Infertilidade: Interesse dos casais ADOÇÃO Prof.a Dra Cíntia Rosa Pereira de Lima 1 Introdução: Filiação natural vs. Filiação adotiva Infertilidade: Interesse dos casais Melhor interesse da criança e do adolescente 1 Evolução legislativa:

Leia mais

II - AÇÃO RESCISÓRIA

II - AÇÃO RESCISÓRIA RELATOR : DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO BARATA AUTOR : UNIAO FEDERAL / FAZENDA NACIONAL REU : GAIA SILVA ROLIM E ASSOCIADOS S/C ADVOCACIA E CONSULTORIA TRIBUTARIA E SOCIETARIA ADVOGADO : SEM ADVOGADO ORIGEM

Leia mais

PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO

PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO PARÂMETROS DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DECORRENTES DO ABANDONO AFETIVO GT III Efetividade do Sistema de Proteção às Crianças e aos Adolescentes na América Latina. Tamires Cristina Feijó de Freitas

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RELATOR : MINISTRO MASSAMI UYEDA AGRAVANTE : ESCRITÓRIO CENTRAL DE ARRECADAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO ECAD EMENTA PROCESSUAL CIVIL AGRAVO REGIMENTAL AGRAVO DE INSTRUMENTO RECURSO ESPECIAL DIREITOS AUTORAIS COBRANÇA

Leia mais

Problemática da equiparação do Casamento com a União Estável para fins sucessórios

Problemática da equiparação do Casamento com a União Estável para fins sucessórios Problemática da equiparação do Casamento com a União Estável para fins sucessórios Por André Muszkat e Maria Letícia Amorim* Casamento e união estável são dois institutos jurídicos distintos, apesar de

Leia mais

O reconhecimento jurídico da multiparentalidade e seus efeitos

O reconhecimento jurídico da multiparentalidade e seus efeitos O reconhecimento jurídico da multiparentalidade e seus efeitos Talita Freitas Ávila¹, Mariana Araújo Lobato², Joyceane Bezerra de Menezes³. 1 - Curso de Bacharelado em Direito Universidade de Fortaleza.

Leia mais

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO APELAÇÃO CÍVEL Nº 0052248-43.2008.8.19.0038 APELANTE:..... APELADO:... RELATORA: DES.ª CLAUDIA TELLES APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO NEGATÓRIA

Leia mais

FILIAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO

FILIAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO FILIAÇÃO NO DIREITO BRASILEIRO FILIAÇÃO NA PERSPECTIVA CIVIL-CONSTITUCIONAL Dignidade da pessoa humana (art. 1º, III); solidariedade social e familiar (art. 3º, I); pluralidade de entidades familiares

Leia mais

PATERNIDADE SOCIOAFETIVA: DIREITOS DE GUARDA E DE VISITA CONCEBIDOS AO PAI SOCIOAFETIVO SEM VÍNCULO JURÍDICO

PATERNIDADE SOCIOAFETIVA: DIREITOS DE GUARDA E DE VISITA CONCEBIDOS AO PAI SOCIOAFETIVO SEM VÍNCULO JURÍDICO REVISTA DA ESMESE, Nº 15, 2011 - DOUTRINA - 95 PATERNIDADE SOCIOAFETIVA: DIREITOS DE GUARDA E DE VISITA CONCEBIDOS AO PAI SOCIOAFETIVO SEM VÍNCULO JURÍDICO Laís Machado Ramos, Bacharela em Direito. RESUMO:

Leia mais

O PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Considerações sobre a Adoção Multiparental

O PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE: Considerações sobre a Adoção Multiparental 1 ÁREA TEMÁTICA: (marque uma das opções) ( ) COMUNICAÇÃO ( ) CULTURA ( X ) DIREITOS HUMANOS E JUSTIÇA ( ) EDUCAÇÃO ( ) MEIO AMBIENTE ( ) SAÚDE ( ) TECNOLOGIA E PRODUÇÃO ( ) TRABALHO O PRINCÍPIO DO MELHOR

Leia mais

Nº COMARCA DE FELIZ A C Ó R D Ã O

Nº COMARCA DE FELIZ A C Ó R D Ã O APELAÇÃO CÍVEL. ANULAÇÃO DE RECONHECIMENTO VOLUNTÁRIO DE PATERNIDADE. EXAME DE DNA QUE EXCLUI A PATERNIDADE. PROVA DE ERRO ACERCA DA PATERNIDADE VICIANDO A MANIFESTAÇÃO DE VONTADE. REVOGAÇÃO. IRRELEVÂNCIA,

Leia mais

Cumprimento provisório da sentença e competência do Juizado Especial Fazendário

Cumprimento provisório da sentença e competência do Juizado Especial Fazendário Cumprimento provisório da sentença e competência do Juizado Especial Fazendário A Lei n 12.153/09, ao disciplinar os Juizados Especiais Fazendários, omitiu-se quanto ao cumprimento da sentença, porém,

Leia mais

Modificações no Estatuto das Famílias

Modificações no Estatuto das Famílias Modificações no Estatuto das Famílias Projeto de Lei 2.285/2007, apensado ao PL 675/2007 PROJETO ORIGINAL deputado Sérgio Barradas (PT-BA) Art. 91 Constituindo os pais nova entidade familiar os direitos

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal RECURSO EXTRAORDINÁRIO 913.836 SÃO PAULO RELATORA RECTE.(S) PROC.(A/S)(ES) RECDO.(A/S) PROC.(A/S)(ES) RECDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. ROSA WEBER :PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO :PROCURADOR-GERAL

Leia mais

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTOS-SP

EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTOS-SP EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA 1ª VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE SANTOS-SP Ação Declaratória de Filiação Socioafetiva Processo 007/2017, brasileira,, do, portadora

Leia mais

AULA 14. União estável. Concubinato. Arts a 1.727, CC. Art. 226, 3º, CF. Leis nº 9.278/96 e nº 8.971/94. 1

AULA 14. União estável. Concubinato. Arts a 1.727, CC. Art. 226, 3º, CF. Leis nº 9.278/96 e nº 8.971/94. 1 Quem junta com fé, casado é. (Sabedoria popular) AULA 14 União estável. Concubinato. Arts. 1.723 a 1.727, CC. Art. 226, 3º, CF. Leis nº 9.278/96 e nº 8.971/94. 1 BREVE HISTÓRICO CC/1916: UNIÃO ESTÁVEL

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ação negatória de paternidade.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ação negatória de paternidade. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 30/10/2017. Inseminação artificial caseira anestésico ou instrumento apropriado. é feita sem auxílio do

Leia mais

O VÍNCULO BIOLÓGICO NO CENÁRIO DA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA: COEXISTÊNCIA E RESPONSABILIDADE

O VÍNCULO BIOLÓGICO NO CENÁRIO DA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA: COEXISTÊNCIA E RESPONSABILIDADE 195 O VÍNCULO BIOLÓGICO NO CENÁRIO DA PATERNIDADE SOCIOAFETIVA: COEXISTÊNCIA E RESPONSABILIDADE THE BIOLOGICAL LINK IN THE SOCIO-ECONOMIC PATERNITY SCENARIO: COEXISTENCE AND RESPONSIBILITY Tainara Colombo

Leia mais

Período Turma (s) Eixo de Formação Eixo de formação Profissional. Docente Prof. Me. Francisco José de Oliveira

Período Turma (s) Eixo de Formação Eixo de formação Profissional. Docente Prof. Me. Francisco José de Oliveira Página 1 de 6 Disciplina Curso Graduação DE GRADUACÃO Curso Semestral Código DIREITO DE FAMÍLIA 103 Período Turma (s) 7º Período A, B e D Eixo de Formação Eixo de formação Profissional Carga Horária 48

Leia mais

O Novo CPC e o Direito Privado. Diálogos necessários

O Novo CPC e o Direito Privado. Diálogos necessários O Novo CPC e o Direito Privado. Diálogos necessários FLÁVIO TARTUCE Advogado, consultor jurídico e parecerista; Doutor em Direito Civil e graduado pela Faculdade de Direito da USP. Mestre em Direito Civil

Leia mais

A SÚMULA VINCULANTE 13 E O NEPOTISMO

A SÚMULA VINCULANTE 13 E O NEPOTISMO A SÚMULA VINCULANTE 13 E O NEPOTISMO Ministério Público apontava situações de Nepotismo com base na Resolução 07/2005 do CNJ (restrita ao Poder Judiciário). Em verdade é a própria CF, ao elencar os princípios

Leia mais

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ PLANO DE ENSINO

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL JATAÍ PLANO DE ENSINO PLANO DE ENSINO I. IDENTIFICAÇÃO Unidade Acadêmica: Unidade de Ciências Sociais Aplicadas Curso: Direito Disciplina: Direito Civil VI Carga horária semestral: 64 h/a Teórica: 54 H Prática: 10 H Semestre/ano:1º/2016

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br A importância dos critérios de determinação de paternidade Rodrigo Hage "...É preciso amar as pessoas Como se não houvesse amanhã Por que se você parar Prá pensar Na verdade não

Leia mais

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula ministrada dia 25/10/2017. Divórcio estrangeiro. O divórcio feito no estrangeiro precisava ser homologado no STF para

Leia mais

RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº / DF

RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº / DF Procuradoria Geral da República Nº 6584 RJMB / pc RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 639.566 / DF RELATOR : Ministro LUIZ FUX RECORRENTE: Companhia Vale do Rio Santo Antônio de Minérios VALERISA RECORRIDA : União

Leia mais

Pós-Graduação. Direito das Famílias e das Sucessões

Pós-Graduação. Direito das Famílias e das Sucessões Pós-Graduação Direito das Famílias e das Sucessões - 2017 Disciplinas: 1) Evolução Histórica do Direito das Famílias: do Patriarcalismo à Afetividade, Avanços e Retrocessos 2) Contornos Contemporâneos

Leia mais

NOTAS SOBRE A FILIAÇÃO

NOTAS SOBRE A FILIAÇÃO NOTAS SOBRE A FILIAÇÃO LÍVIA RONCONI COSTA Bacharel em Direito pelo Centro Universitário Vila Velha/ES UVV Membro do IBDFAM Instituto Brasileiro de Direito de Família Autora e co-autora de artigos jurídicos

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 688.978 RIO GRANDE DO SUL RELATORA RECTE.(S) PROC.(A/S)(ES) RECDO.(A/S) ADV.(A/S) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE :PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PORTO

Leia mais

GEORGIOS ALEXANDRIDIS

GEORGIOS ALEXANDRIDIS GEORGIOS ALEXANDRIDIS Mestre e Doutorando em Direito das Relações Sociais pela PUC/SP; Especialista em Direito das Relações de Consumo pela PUC/SP; Professor Universitário (graduação e pós-graduação) e

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Breves comentários acerca do projeto de Lei 2285/2007 que prevê a instituição do estatuto das famílias Thyago Salustio Melo Forster * Como citar este artigo: FORSTER, Thyago Salustio

Leia mais

: MIN. DIAS TOFFOLI :MUNICÍPIO DE VENÂNCIO AIRES : FLÁVIO CÉSAR INNOCENTI E OUTRO(A/S)

: MIN. DIAS TOFFOLI :MUNICÍPIO DE VENÂNCIO AIRES : FLÁVIO CÉSAR INNOCENTI E OUTRO(A/S) RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 896.087 RIO GRANDE DO SUL RELATOR RECTE.(S) : MIN. DIAS TOFFOLI :MUNICÍPIO DE VENÂNCIO AIRES ADV.(A/S) :CLÁUDIO ROBERTO NUNES GOLGO E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :BRADESCO

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO fls. 139 Registro: 2018.0000121684 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1027145-64.2014.8.26.0053, da Comarca de São Paulo, em que é apelante SILVANA AFONSO DE LIMA, é apelado

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 1ª CÂMARA DE DIREITO PRIVADO ACÓRDÃO Registro: 2012.0000167472 Vistos, relatados e discutidos estes autos do Apelação nº 0005439-77.2008.8.26.0368, da Comarca de Monte Alto, em que é apelante SILVANA SUELI GONÇALVES DE REZENDE (ASSISTÊNCIA

Leia mais

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DE DESEMBARGADOR

ESTADO DA PARAÍBA PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA GABINETE DE DESEMBARGADOR ( Agravo de Instrumento no. 041.2007.002068-4/001 Relator: Des. José Di Lorenzo Serpa Agravante: Município de Conde, representado por seu Prefeito Adv. Marcos Antônio Leite Ramalho Junior e outros Agravado:

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 1.648.861 - SP (2017/0011905-7) RELATORA : MINISTRA NANCY ANDRIGHI RECORRENTE : MASSA FALIDA REPR. POR : FABIO PASSANEZI PEGORARO - ADMINISTRADOR ADVOGADO : FÁBIO JORGE CAVALHEIRO -

Leia mais

TESES INSTITUCIONAIS INFÂNCIA E JUVENTUDE INFRACIONAL

TESES INSTITUCIONAIS INFÂNCIA E JUVENTUDE INFRACIONAL TESES INSTITUCIONAIS INFÂNCIA E JUVENTUDE INFRACIONAL SÚMULA 01: Não cabe medida socioeducativa de internação por ato infracional de tráfico de entorpecentes, exceto nos casos de reiteração em ato infracional

Leia mais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

BuscaLegis.ccj.ufsc.br BuscaLegis.ccj.ufsc.br Filhos e irmãos de criação: parentesco por afetividade e sua repercussão no Direito Eleitoral Lourival de J. Serejo Sousa* RESUMO: 1. Os filhos do afeto 2. O alcance do artigo 1.593

Leia mais

PARECER N : 1026/2000 PROCESSO N : INTERESSADA: SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE ASSUNTO:

PARECER N : 1026/2000 PROCESSO N : INTERESSADA: SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE ASSUNTO: PARECER N : 1026/2000 PROCESSO N : 01.035059.99.0.000 INTERESSADA: SECRETARIA MUNICIPAL DA SAÚDE ASSUNTO: CONCESSÃO DE LICENÇA ADOÇÃO MEDIANTE TERMO DE GUARDA EMENTA: LICENÇA PARA FINS DE ADOÇÃO. COMPETÊNCIA

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ

TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADO DO PARANÁ Certificado digitalmente por: LUCIANO CARRASCO FALAVINHA SOUZA da Comarca de São João Juízo Único. Apelante: Edemir de Fátima Vieira. Relator: Luciano Carrasco Falavinha Souza em substituição à Desembargadora

Leia mais

SOCIOAFETIVIDADE: NOVOS FORMATOS FAMILIARES CONTEMPORÂNEOS. GT I: Direito, Cidadania e Concretização dos Direitos Humanos e Fundamentais.

SOCIOAFETIVIDADE: NOVOS FORMATOS FAMILIARES CONTEMPORÂNEOS. GT I: Direito, Cidadania e Concretização dos Direitos Humanos e Fundamentais. SOCIOAFETIVIDADE: NOVOS FORMATOS FAMILIARES CONTEMPORÂNEOS GT I: Direito, Cidadania e Concretização dos Direitos Humanos e Fundamentais. Ieda Duarte Ferreira 1 Hilnara Toledo Macêdo 2 RESUMO O conceito

Leia mais

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo Registro: 2017.0000761036 ACÓRDÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1032200-94.2016.8.26.0224, da Comarca de, em que são apelantes L. A. DE O. (MENOR) e A. DA S., é apelado P. DE

Leia mais

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Código da Disciplina: 2742 Vigência: 1 / 2004 Disciplina: DIREITO CIVIL VI - FAMILIA Código do Curso: 17 Curso: Direito Unidade: NÚCLEO UNIV BH Turno: NOITE Período: 8 Créditos: 4 Carga Horária TOTAL 60

Leia mais

Supremo Tribunal Federal

Supremo Tribunal Federal RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 697.740 SÃO PAULO RELATORA RECTE.(S) : MIN. CÁRMEN LÚCIA :LUIZ FABIANO THOMAZ DE AQUINO ADV.(A/S) :NELSON ESTEFAN JÚNIOR E OUTRO(S) E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :ORA COMERCIAL

Leia mais

: MIN. LUIZ FUX : RODRIGO FERNANDES PEREIRA E OUTRO(A/S) : EDUARDO DE MELLO E SOUZA E OUTRO(A/S) Em revisão :ASSOCIACAO DE DIREITO DE FAMILIA E DAS

: MIN. LUIZ FUX : RODRIGO FERNANDES PEREIRA E OUTRO(A/S) : EDUARDO DE MELLO E SOUZA E OUTRO(A/S) Em revisão :ASSOCIACAO DE DIREITO DE FAMILIA E DAS RECURSO EXTRAORDINÁRIO 898.060 SANTA CATARINA RELATOR : MIN. LUIZ FUX RECTE.(S) :A N : RODRIGO FERNANDES PEREIRA E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :F G : EDUARDO DE MELLO E SOUZA E OUTRO(A/S) AM. CURIAE. :ASSOCIACAO

Leia mais

PATERNIDADE PRESUMIDA

PATERNIDADE PRESUMIDA Ivan Oliveira de Sousa 1 Deborah Cristiane Domingues de Brito 2 RESUMO O objetivo deste estudo é propor uma reflexão do tema Paternidade Presumida à luz da lei n.º 12.004/09, lei esta que no nosso entender

Leia mais

Superior Tribunal de Justiça

Superior Tribunal de Justiça RECURSO ESPECIAL Nº 812.012 - RS (2006/0013624-0) RELATOR : MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR RECORRENTE : MINISTÉRIO PÚBLICO RECORRIDO : L A B E CÔNJUGE ADVOGADO : JOSMARÍ DOTTI EMENTA CIVIL. CASAMENTO.

Leia mais

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 6ª Câmara de Direito Privado ACÓRDÃO

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO 6ª Câmara de Direito Privado ACÓRDÃO fls. 1 ACÓRDÃO Registro: 2012.0000637207 Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 0132644-15.2011.8.26.0100, da Comarca de São Paulo, em que é apelante CLUB ATHLÉTICO PAULISTANO, é apelado

Leia mais

Artigo de Revisão A prevalência da relação socioafetiva em detrimento da biológica Antônio Carlos Marques Souza a,b * Thais Sousa das Chagas b

Artigo de Revisão A prevalência da relação socioafetiva em detrimento da biológica Antônio Carlos Marques Souza a,b * Thais Sousa das Chagas b Disponível online em http://periodicos.estacio.br/index.php/e-revistafacitec/issue/current Página inicial: http://periodicos.estacio.br/index.php/e-revistafacitec Artigo de Revisão A prevalência da relação

Leia mais

TÍTULO: QUEM É O PAI? OS CRITÉRIOS DETERMINANTES PARA O ESTABELECIMENTO DO VINCULO PATERNO-FILIAL

TÍTULO: QUEM É O PAI? OS CRITÉRIOS DETERMINANTES PARA O ESTABELECIMENTO DO VINCULO PATERNO-FILIAL TÍTULO: QUEM É O PAI? OS CRITÉRIOS DETERMINANTES PARA O ESTABELECIMENTO DO VINCULO PATERNO-FILIAL CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS HUMANAS E SOCIAIS SUBÁREA: DIREITO INSTITUIÇÃO: FACULDADES INTEGRADAS

Leia mais

MULTIPARENTALIDADE E PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA

MULTIPARENTALIDADE E PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA MULTIPARENTALIDADE E PARENTALIDADE SOCIOAFETIVA EFEITOS JURíDICOS SEGUNDA EDiÇÃO Atualizada até dezembro de 2014 SÃO PAULO EDITORA ATLAS S.A. - 2015 2013 by Editora Atlas S.A. 1.ed.2014;2.ed.2015 Capa:

Leia mais

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima 1-) Presunção legal da paternidade: É presunção relativa. Previsto no art. 1.597 do C.C. Art. 1.597.

Leia mais