FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA UM INCENTIVO À DOCÊNCIA

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1 FÍSICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA UM INCENTIVO À DOCÊNCIA Catharine Stimer UNICENTRO PIBID/CAPES Tania Toyomi Tominaga UNICENTRO Ricardo Yoshimitsu Miyahara UNICENTRO Resumo: O presente trabalho consiste no relato de um estudo de caso onde uma bolsista do programa PIBID desenvolveu uma metodologia lúdica para alunos do ensino básico de oitavo e nono ano, participando da orientação de uma aluna de Iniciação Científica Júnior. Os conceitos trabalhados foram referentes à disciplina de ciências, visando o conteúdo voltado para a área da Física, mais especificamente o som. Um dos principais objetivos deste trabalho foi fornecer a esses alunos um conteúdo mais aprofundado sobre temas como frequências do som, intensidade, ressonância, através da construção de alguns instrumentos musicais construídos com materiais de baixo custo. No inicio do projeto foram feitos estudos dos conceitos básicos referentes às ondas sonoras e suas aplicações, e a seguir foram escolhidos experimentos de baixo custo que pudessem ser construídos e executados na própria sala de aula pelos alunos. Depois da montagem dos experimentos avaliou-se a sua aplicação referente à teoria, e fez-se com que a própria aluna tirasse conclusões sobre o que tinha sido observado. O trabalho foi apresentado no formato de Mostra de Ciências, para que pudéssemos atingir um público maior e consequentemente observar o interesse desses alunos para ciências. Olhando pela atuação como bolsista, o desenvolver do projeto possibilitou ampliar a experiência docente e incentivar a atuação como professor, trabalhando com um nível diferente de alunos, aplicando conceitos físicos no ensino fundamental. Palavras-chave: PIBID; Ensino de Física, Som. Introdução Desde a universidade, os alunos de licenciatura se deparam com dificuldades em exercer a sua função dentro da sala de aula como futuro professor. O PIBID, Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), foi criado com o intuito do acadêmico de licenciatura, desde o início de graduação ter este contato com o mundo escolar. É um programa financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal

2 de Nível Superior (CAPES) que concede bolsas aos estudantes de licenciaturas, incentivando o desenvolvimento de atividades didático-pedagógicas nas escolas de educação básica, sob a orientação de um docente da licenciatura e outro professor da escola. Tratando-se da disciplina de Física, presente no Ensino Médio segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1999), estar dentro dos laboratórios escolares, participar da rotina de sala de aula, observar a atuação de professores, permite ao acadêmico compreender melhor como funciona o sistema escolar, faz com que adquira experiências que podem colaborar com seus próximos trabalhos e aperfeiçoar a sua própria atuação dentro do programa. Através das monitorias, os bolsistas acabam tendo um maior contato com os alunos, auxiliando nos exercícios e experimentos, e deste modo acabam percebendo quais são as maiores dificuldades encontradas. Assim, desde o inicio da graduação é possível ter o contato com as salas de aula, para que ao iniciar sua carreira docente, o mesmo acadêmico não enfrentará as primeiras dificuldades em trabalhar com uma turma, e já terá diversas experiências que poderão ser novamente reproduzidas em outras turmas. A Iniciação Científica Júnior é dirigida aos estudantes do Ensino Fundamental, Médio e Profissional, regularmente matriculados em escola pública, sendo o principal objetivo, desenvolver atividades vinculadas à iniciação científica e tecnológica, oportunizando uma parceria eficaz para a melhoria do ensino em seus diferentes níveis, e também proporcionando melhorias na formação de futuros profissionais, programa fomentado pelo CNPq e Fundação Araucária. Metodologia Como uma das muitas atividades desenvolvidas no PIBID/FÍSICA, uma acadêmica do curso de Física, bolsista do programa teve a oportunidade de acompanhar e orientar uma aluna de Iniciação Científica Júnior, que estava em seu oitavo ano do

3 Ensino Fundamental. Apesar da disciplina de Física não estar presente explicitamente no oitavo ano, o conteúdo de ondas sonoras foi trabalhado e adequado à disciplina de Ciências, presente no Ensino Fundamental (BRASIL, 1999). No inicio do projeto foram feitos estudos dos conceitos básicos referentes às ondas sonoras e suas aplicações, realizou-se buscas nos livros didáticos, manuais de experimentos e artigos científicos e sites da internet. Levando a aluna a biblioteca, ela percebeu como é feita a primeira parte de uma pesquisa, buscando referencias para compor o trabalho. Assim, escolheram-se experimentos de fácil acesso e baixo custo que pudessem ser construídos e executados na própria sala de aula pelos alunos de oitavo e nono ano. A cada encontro um tópico referente a ondas sonoras ela escolhido, por exemplo, sons graves e agudos, e naquele encontro era trabalhado um pouco mais aprofundado sobre aquilo, deixando a aluna expor o que conhecia deparando com a teoria buscada nas referencias. Como bolsista, orientava a aluna a entender por si só as diferenças dos conceitos e as aplicações no cotidiano. Já no primeiro encontro, a aluna descreveu alguns itens do conteúdo apresentado que ainda não conhecia, como por exemplo, sobre a intensidade sonora, sobre os instrumentos e como um nível alto de intensidade pode prejudicar a audição. Foram desenvolvidos o xilofone, a guitarra, o telefone sem fio, guitarra, a reflexão do som e projetor de onda sonora e um instrumento musical milenar japonês de cordas, o Koto, para demostrar algo diferente e explicar de um modo lúdico conceitos de Física. Resultados e Discussão No período do desenvolvimento do projeto notou-se que a Iniciação Científica aproxima a Universidade do meio escolar, assim, os alunos da educação básica têm a oportunidade de conviver em um ambiente universitário e desde cedo incentivar potenciais talentos do Ensino Médio, Fundamental e Profissional ao interesse pela

4 pesquisa científica. A iniciação também promove a articulação dos conceitos já aprendidos na escola com os conceitos científicos que serão vistos durante a pesquisa, assim, o projeto também cria condições para que o aluno compreenda a realidade, contribuindo para sua formação como cidadão. Olhando o desempenho dos orientadores depara-se com a atuação que deve ser feita como motivador, ou seja, estimular o aluno através de sua própria experiência com a universidade. A interação entre o professor orientador e aluno é de extrema importância, pois segundo Vygotsky, é na interação com outros sujeitos mais experientes que a criança internaliza conceitos, e aprende a resolver seus problemas, no caso da iniciação cientifica, o aluno aprenderá como deve proceder durante a pesquisa, ganhando autonomia. Portanto, a partir dessa construção do conhecimento, o aluno conseguirá desempenhar suas tarefas sob orientação e, assim aprenderá a resolver os problemas de forma independente (MARTINS, 2014). E é como mediador do conhecimento que o bolsista do PIBID entra como orientador desse projeto, pois irá atuar como um professor para esse aluno de iniciação científica, ajudando a entender os conceitos referentes à pesquisa e orientar na execução do projeto. E, além disso, o pibidiano ganha autonomia em passar seus conhecimentos adquiridos no decorrer da graduação para esse aluno de iniciação, fazendo com que haja a interação necessária para captação do conhecimento. Portanto, o pibidiano envolve-se com a pesquisa tanto quanto o aluno bolsista, pois os dois devem caminhar juntos. Nesse processo dinâmico de interação, o ambiente também oferece possibilidades para que o aluno aprenda, pois, estando em uma Universidade, continua sendo uma educação formal, uma extensão da escola, onde o aluno em questão se propõe a aumentar seus conhecimentos (ARRUDA,2013). A aluna teve contato com os laboratórios da universidade, ao espaço reservado para os experimentos feitos pelos próprios pibidianos, onde são realizadas as feiras demonstrativas, teve seu primeiro contato com experimentos, cálculos mais aprofundados, livros voltados para a área entre outros.

5 O primeiro passo foi instigar a aluna, Erika Fernanda Queiroz do 8 ano do Colégio Estadual do Campo Professora Maria de Jesus Pacheco, bolsista do Programa de Iniciação Científica Júnior da UNICENTRO, a procurar aprofundar se seus conhecimentos por si. Em uma primeira conversa, analisou-se os conhecimentos prévios da aluna, para a partir destes determinar o que seria estudado. A aluna mostrou-se muito participativa nas atividades propostas pelas orientadoras, passando a ganhar autonomia e também sugerindo mudanças, melhorias, que poderiam auxiliar na compreensão dos conceitos voltados à alunos da mesma faixa etária que ela. A grande parte dos resultados gira em torno das observações feitas dos experimentos, segundo a aluna, a teoria encontrada nos livros didáticos pode ser verificada experimentalmente, e até o presente momento foi possível estabelecer uma boa ligação entre teoria e aplicações, mais especificamente envolvendo os instrumentos musicais. É importante destacar que foi de fundamental importância às opiniões e sugestões da aluna envolvida, pois através dessas pode se perceber se há duvidas tanto no conteúdo, na construção e na realização do experimento. Com base nas sugestões dela também foram feitas alterações e simplificações, visto que o público final são os alunos da mesma faixa etária que ela. Interessante também foi observar o amadurecimento científico da Érika quando foi apresentar o trabalho na Feira de Inovação das Ciências e Engenharias ocorrido no Parque Tecnológico Itaipu PTI em Foz do Iguaçu. Conclusão Conclui-se então que através de uma orientação planejada, onde a cada encontro era aprofundado um tópico especifico, sanando as duvidas e confeccionando

6 experimentos lúdicos, vemos que o ensino de física pode ser trabalhado desde o ensino em ciências, de uma maneira atrativa e interessante. E essa experiência foi de grande importância como bolsista do PIBID, pois através da aluna Erika, houve a oportunidade de entrar em contato com alunos daquela faixa etária, e realizar adaptações nas explicações dos conceitos de física para o ensino básico, incentivando cada vez mais à docência. Referências Brasil, Secretaria de Educação Média e Tecnologia, Parâmetros Curriculares Nacionais: Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias (MEC/SEMTEC, Brasilia, 1999). Brasil, Lei n. 9394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996). MARTINS, João Carlos. O Papel das Interações Sociais Dentro da Sala de Aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo. Disponível em < Acesso em 29 de julho de ARRUDA, Sérgio de Mello et al. O Aprendizado Científico no Cotidiano. Ciênc. Educ., Bauru, v. 19, n. 2, p , LABURU, Carlos Eduardo et al. Vygotsky e múltiplas representações: leituras convergentes para o ensino de ciências. Caderno Brasileiro do Ensino de Física. Vol. 30. n 1, p. 7-24, abril, ZIMMERMANN, Erika. Modelos de Pedagogia de Professores de Física: Características e Desenvolvimento. Caderno Catarinense do Ensino de Física. Vol. 17, n.2, p , agosto, CANTO, Eduardo Leite do. Ciências Naturais: Aprendendo com o cotidiano. 3ªed. São Paulo, Moderna, VALADARES, Eduardo de Campos. Física mais que divertida Inventos eletrizantes baseados em materiais reciclados e de baixo custo. 2 Ed. Belo Horizonte, Editora UFMG, Autor desconhecido. A física que existe quando tocamos violão. Disponível em: Acesso em 6 de maio de Autor desconhecido. Como vibram as cordas da guitarra? Disponível em: Acesso em 6 de maio de 2013.

7 Autor desconhecido. Experiências com o Som. Disponível em: Acesso em 13 de maio de Agradecimentos À professora Tânia que me possibilitou atuar como uma das orientadoras do projeto de Iniciação Científica Júnior Sons da Física. À CAPES e Fundação Araucária pelas Bolsas PIBID e IC-Jr, respectivamente.