Mercado Internacional

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1 Nº 81 abril 2017 RELATÓRIO MENSAL Mercado Internacional SUPERÁVIT NA CAMPANHA AGRÍCOLA 2017/18 PODERÁ ATENUAR A SUBIDA DE DO AÇÚCAR CEREAIS E OLEAGINOSAS Com perdas em todos os seus componentes, com exceção do arroz, o Índice de Preços da Internacional Grains Council para os cereais e oleaginosas (IGC GOI 0 ) regista em abril uma queda de 1% em relação do mês anterior. Os preços médios dos três principais cereais (trigo, milho e arroz) foram mistos em abril. Enquanto a cotação do arroz regista um aumento de 1.3% em relação a março, o preço médio do trigo e do milho registaram reduções de -2.5% e -1.3%, respetivamente. Com os operadores económicos centrados, principalmente, no clima favorável à colheita de 2016/17, os preços mundiais do trigo caíram em abril. De registar, a partir da 2ª quinzena do mês, preocupação com o clima não muito favorável para a colheita em algumas regiões, incluindo na União Europeia, Estados Unidos e Canadá, grandes exportadores de trigo. As cotações de milho nos maiores exportadores foram mistos. Nos Estados Unidos, os preços enfraqueceram, parcialmente pressionados pela grande oferta e desaceleração do ritmo da procura. Na Argentina, devido em parte, aos atrasos nos trabalhos de campos as cotações foram mais firmes. Os preços mundiais de exportação do arroz aumentaram, sustentados em parte pelos rumores de novas aquisições por parte do Irão. Na Tailândia, a subida dos preços foi adicionalmente provocada pelo relato de que a safra fora de época foi menor do que o inicialmente prevista. AÇÚCAR O preço médio do açúcar continua em queda, registando em abril uma redução de 7.5%, comparado ao médio do mês anterior. A pressão do relato de importação pela Índia, 2º maior consumidor mundial, foi posteriormente equilibrada pela perspetiva de superávit mundial em 2017/18, após 2 anos de déficit. ARFA C. P. 296 A, Praia Tel: (+238) / Fax: (238) arfa@arfa.gov.cv 1

2 Nº Setembro abril TRIGO O preço médio de exportação do trigo continua em queda, registando em abril uma redução de 2.5%, comparado ao médio do mês anterior France Grade 1 Wheat - Rouen US HRW Wheat - Gulf Média Trigo A nível de variedades, verifica-se em abril a seguinte queda: -4.2% para o trigo francês, -2.9% para o alemão e Hard Red Winter (HRW), -1.2% para o argentino e -1% para o trigo Soft Red Winter (SRW). Trigo: Evolução e dos preços Trigo: Evolução de preços - Variedades Germany Grade B Wheat - Hamburg US SRW Wheat - Gulf OBS: Média Trigo: Argentina-Up River, Alemanha- Hamburg, Françe Grade 1-Rouen, US HRW e SRW-Gulf Em relação ao mês homólogo de 2016, o preço médio do trigo em abril corresponde a uma redução de 2.2%. /ReguladorARFA TRIGO 2014/ / /17 Produção Consumo Comércio Stock Produção global foi ligeiramente cortada em abril, entretanto prevista em 753 MT, representa valor mais alto alcançado, impulsionada especialmente pela colheita na Austrália, Argentina, Estados Unidos, Rússia e Canadá. O consumo mundial também registará nível sem precedente, 737 MT. Grande oferta deverá estimular maior consumo para a alimentação humana e animal, com este último a registar valor mais alto dos últimos 4 anos. A importação excecional pela Índia (maior dos últimos 10 anos), devido a colheita deficitária contribuiu em grande parte para o aumento das exportações, resultando na previsão de comércio mundial recorde, 171 MT. Apesar do consumo recorde, o stock mundial será histórico (240 MT), refletindo maiores reservas nos grandes exportadores e na China. A produção mundial foi elevada para 736 MT, entretanto, esta se situa ainda cerca de 2% abaixo do ano 2016/17 e da média dos últimos 5 anos. Com o aumento do consumo para alimentação humana equilibrada pela redução na utilização no setor forrageiro, o consumo mundial em 2018 deverá registar pouca alteração em relação ao ano passado, 738 MT. O comércio mundial permanecerá em bom ritmo e, previsto em 166 MT, representa uma queda de 6.9% em relação ao ano 2016/17, com a Índia a contribuir significativamente para essa retração. Neste país, foi reportado melhoria na colheita e reintrodução dos direitos de importação. O stock global em 2018 deverá retrair-se ligeiramente (-1 MT) em relação ao ano 2017, espelhando a redução nas reservas nos grandes exportadores. Essa baixa deverá ser equilibrada, em parte, pelo aumento na China. 2 2

3 Nº 81 abril 2017 MILHO Milho: Evolução e dos preços OBS: Média Milho: Argentina, USA e Brasil MILHO 2014/ / /17 Prev. 30 mar abr.17 Produção Consumo Comércio Stock O preço médio do milho regista em abril uma redução de 1.3% face ao médio do mês anterior Relativamente às variedades, verifica-se em abril uma queda de 1.8% no preço do milho americano e ligeiro aumento no milho argentino (+0.6%). No Brasil, após 2 meses com cotações indisponíveis, em abril o preço FOB foi de USD 159/ tonelada. Milho: Evolução de preços - Variedades Mi lho Arge ntina Mi lho USA Mi lho Brasil Relativamente ao período homólogo de 2016, o preço médio do mês de abril, corresponde a uma redução de 5.6%. Face a colheita recorde em vários países, a produção total em 2017 se situa em MT, valor mais alto registado. A produção nos maiores exportadores do Hemisfério sul está prevista para aumentar em 29%. O consumo mundial também será histórico, MT, excedendo em 7.2% o nível de 2016, espelhando em parte, o aumento do consumo no setor industrial. O comércio global manteve a mesma previsão de março, 137 MT, nível nunca antes registado. Apesar do consumo recorde, o stock mundial mantém a tendência crescente dos últimos 6 anos, ficando a 227 MT em Prevê-se que as reservas nos principais exportadores (Argentina, Brasil, Ucrânia e Estados Unidos) venham a atingir maior nível registado em 3 décadas. Face a previsão de menores rendimentos, a produção mundial poderá retrair-se em 3.2%, entretanto ascende ainda 1 bilhão de toneladas (1.026 MT). O consumo mundial será histórico em 2018, MT, com perspetiva de maior consumo em todos os setores (+1.8% na utilização para alimentação humana, +2% no setor forrageiro e +0.4% no setor industrial). Em meio de previsão de maiores embarques para Europa, América do norte e Ásia, o comércio mundial poderá alcançar novo recorde,139 MT. O stock mundial foi cortado em abril, situando-se em 207 MT (-8.8% abaixo do ano 2016/17). Nos maiores exportadores, as reservas continuam em nível elevado, porém 5% aquém do ano passado. 3

4 Nº 81 abril 2017 ARROZ O preço médio do arroz apresentou em abril um aumento de 1.3% em relação ao registado no mês anterior Em termos de variedades, regista-se em abril um aumento de 2.9% e 2.1%, respetivamente, para o arroz Thai 100% Grade B e USA Nº 2,4%. O arroz Viet 5% broken apresenta no período uma queda de 1.3%. Arroz: Evolução e dos preços Arroz: Evolução de preços - Variedades Arroz Thai 100 % Arroz Viet 5 % Arroz US Nº 2, 4% Face ao mês homólogo de 2016, o preço médio de abril apresenta uma redução de 6.0%. /ReguladorARFA OBS: Média Arroz: Thai 100%, Viet 5% e USA Nº 2, 4% ARROZ 2014/ / /17 Produção Consumo Comércio Stock Face à melhoria da colheita na Ásia, a produção mundial regista um aumento de 10 MT (483 MT), em relação ao ano 2015/16. Impulsionado por grande disponibilidade e a preços atrativos, acrescido do crescimento da população na África e na Ásia, o consumo mundial será histórico (482 MT). Com o retorno dos grandes compradores asiáticos ao mercado, após grande queda das importações no ano passado, prevê-se um ligeiro aumento no comércio mundial (40 MT). O stock mundial crescerá um pouco (119 MT), com o aumento da reserva da China a compensar a baixa (- 3%) dos principais exportadores, particularmente a Tailândia. Impulsionado pelos incentivos do governo, o plantio deverá expandir-se em alguns países, nomeadamente na Índia, mas, os preços baixos deverão desincentivar a expansão em outros países, particularmente nos grandes exportadores. Projetada em 487 MT, a produção mundial representa um novo recorde. No meio de maior disponibilidade e estimulado ainda pelo crescimento da população, o consumo mundial também deverá ser histórico (485 MT). A perspetiva para o comércio mundial está ainda muito condicionada às políticas dos principais importadores. Entretanto, devido à grande oferta e preços baixos, este foi ligeiramente elevado (41 MT). Com o aumento da reserva da China a equilibrar a baixa dos maiores exportadores (menor registo dos últimos 9 anos) o stock mundial foi elevado para 120 MT. 4

5 Nº 81 abril 2017 SOJA Pressionado por grande oferta na América do sul e perspetiva de expansão da área de plantio nos Estados Unidos, o preço médio da soja regista em abril, uma queda de 5.7%, relativamente à média de março. As perdas não foram mais acentuadas devido ao aumento da procura e preocupação com o clima adverso na Argentina. A nível de variedades, verifica-se em abril uma queda de 6.4%, 5.6% e 5.1%, respetivamente para a soja do Brasil, da Argentina e dos Estados Unidos. SOJA 2014/ / /17 Produção Consumo Comércio Stock Com a área de plantio a crescer apenas 1%, grande parte do aumento da produção mundial se deve aos rendimentos excecionais nos maiores exportadores, particularmente nos Estados Unidos e Brasil. À semelhança da produção, o consumo mundial também será histórico (337 MT), espelhando maior uso da farinha de soja, especialmente na Ásia e nas Américas. Face a maiores embarques para os mercados asiáticos, o comércio global atingirá nível sem precedente, 141 MT. Refletindo principalmente o aumento das reservas dos Estados Unidos e Brasil, o stock mundial foi previsto em 40 MT, valor mais alto já alcançado. Assumindo perspetiva de expansão da área de plantio nos principais produtores, a produção mundial poderá registar novo recorde, 348 MT. Impulsionado por mais um ano de grande oferta e preços atrativos, o consumo mundial deverá manter a tendência ascendente dos últimos 6 anos (350 MT). Estimulado ainda pela procura pelos maiores importadores, o comércio mundial foi elevado para 146 MT. Para o final do ano 2017/18, é esperado uma queda de 2 MT no stock global. Previsto em 38 MT, este representa o 2º valor mais alto registado. AÇÚCAR As atividades comerciais mundiais continuam em grande parte influenciadas pelos movimentos no mercado indiano. No início do mês de abril, foi reportado que este país autorizou importação de mil toneladas isenta dos direitos. Posteriormente foi noticiada que a Índia dispõe de uma reserva superior ao estimado. No final do mês, as atenções do mercado estiveram centradas no relato de superavit global no próximo ano (2017/18), após 2 anos de produção deficitária. Para este ano, perspetiva-se maior colheita na União Europeia, Índia e Tailândia. O Brasil não terá muito peso no superavit mundial de 2018, com a sua produção a registar aumento não muito expressivo. Na Índia, prevê-se uma grande recuperação da produção (+20%), após esta ter sido muito afetada pela seca na campanha anterior, 2016/ Açúcar refinado/cristal Evolução e dos preços 2016/15 O preço médio do açúcar continua em queda, registando em abril uma redução de 7.5% em relação ao médio do mês anterior. Comparado ao mês homólogo de 2016, o preço médio de abril representa um aumento de 6.8%. Relatório do Mercado Internacional - RMMI - é uma publicação editada pela ARFA - Agência de Regulação e Supervisão dos Produtos Farmacêuticos e Alimentares, entidade que tem por atribuição o seguimento do mercado dos Produtos Alimentares de Primeira Necessidade (PAPN). Trata-se de um Relatório editado desde janeiro de 2010, com divulgação restrita até junho de 2012 e fornece informações sobre o comportamento do Mercado Internacional dos cereais, oleaginosas e açúcar, tendo como fontes sites especializados acedidos por assinatura. 5