A geograficidade como fundamento da geosofia: dimensão originária do conhecimento geográfico

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1 A geograficidade como fundamento da geosofia: dimensão originária do conhecimento geográfico CARLOS EDUARDO PONTES GALVÃO FILHO 1 Ao mesmo tempo em que procura tornar as coisas próximas, o homem necessita de, por sua vez, se dirigir, para se reconhecer no mundo circundante, para se encontrar [...] Eric Dardel (2011, p. 11) No início da manhã, percorrendo as paisagens de um bairro qualquer durante uma caminhada sob um céu de azul intenso característico do outono, iluminado por um sol que aquece sem incomodar, envolto em um silêncio que as manhãs de domingo oferecem, vem à tona a sensação, para esse homem que caminha, de que essa combinação de elementos, essa circunstância na qual encontra-se, de algum modo afeta o seu modo de ser-no-mundo. Para além do que já estudou nos livros e nos atlas sobre esse bairro ou sobre a cidade em que mora, esse caminhante reconhece em si mesmo que suas próprias experiências, com suas diferentes intensidades, também transformam seu modo de conhecer as coisas do seu mundo. Mas qual pode ser esse conhecimento? Propomos pensar, neste trabalho, que esse conhecimento tem origem na experiência possibilitada pela geograficidade condição terrestre nomeada por Eric Dardel para designar a ontológica espacialidade do ser-no-mundo (DARDEL, 2011). A geograficidade, neste sentido, é abertura para que uma experiência geográfica de mundo aconteça, experiência que gera um conhecimento geográfico de mundo, geosofia. Desse modo, a geosofia é fundada na experiência geográfica de mundo e no como essa experiência é interpretada pelo homem que a tem. O sentido para geosofia que iremos desenvolver é: a geosofia como conhecimento geográfico de mundo, fundada na experiência originária possibilitada pela geograficidade, e pelas ideias geográficas sobre essa experiência. Cabe ressaltar, inicialmente, que essas ideias geográficas não aludem a um mero subjetivismo, não nascem separadas de um objeto alheio à 1 Aluno de mestrado do Instituto de Geociências da Unicamp. de contato: geo.caegalvao@gmail.com 5366

2 uma consciência, mas remetem à ideias fundadas na experiência do Homem com a Terra, fundadas numa relação intersubjetiva que acontece no mundo-da-vida (lebenswelt). A geografia humanista, na busca por um fazer científico que não separe o Homem (sujeito) da Terra (objeto), traz consigo heranças da proposta de geosofia, de John K. Wright e da proposta de geograficidade, de Eric Dardel (HOLZER, 1993). A proposta de Wright recebera maior atenção sobretudo a partir dos desdobramentos que David Lowenthal (1982) desenvolveu em direção à investigação das relações entre o mundo exterior e as imagens presentes em nossas cabeças. A proposta de Dardel fora inicialmente ignorada, sendo resgatada por Edward Relph (1976) em sua obra Place and Placenessless e desde então vem cada vez mais sendo pensada (HOLZER, 1993). As possibilidades de pensar a geosofia ou a geograficidade não estão esgotadas e o esforço por um pensamento não dicotômico entre o homem e a Terra se faz cada vez mais necessário (MARANDOLA JR., 2010; HOLZER, 2011). Tanto a geograficidade como a geosofia apontam para essa direção. Ao buscarmos pensar uma perspectiva fenomenológica da geosofia esperamos contribuir para o adensamento da geografia compreendida a partir da geograficidade, pensando a geosofia como uma dimensão originária do conhecimento geográfico. A geosofia como conhecimento geosófico: o como a Terra aparece ao Homem Wright (1947) definiu a geosofia como o estudo do conhecimento geográfico a partir de qualquer ponto de vista, mas propomos percorrer um outro caminho para sua compreensão, embora diretamente ligado ao de Wright. Nossa proposta é pensar no fato de que para a geosofia ser um estudo é porque há algo a ser estudado. É esse algo que nos interessa. Que é esse algo que a geosofia estuda? Definitivamente, não é um objeto no sentido cartesiano e portanto não pode ser compreendido a partir de tal perspectiva. Com isso, a perspectiva fenomenológica mostra-se como caminho promissor para tal compreensão, porque o que a geosofia estuda é um algo que está sempre em movimento e que é vivido antes de poder ser estudado. Esse algo é um tipo de conhecimento geográfico que acontece na experiência aberta pela dimensão da geograficidade. Ele não abrange apenas o conhecimento sistematizado pela disciplina científica, mas extrapola suas fronteiras ao emergir, pela geograficidade, como experiência geográfica de mundo, experiência originária que funda um modo próprio de 5367

3 interpretar o mundo. Neste sentido que esse conhecimento está diretamente ligado a como Wright (2014, p. 15) concebera a geosofia: [...] se estende muito além do núcleo da geografia [...] cobre as ideias geográficas, tanto as verdadeiras quanto as falsas, de todo tipo de pessoa [...]. Conhecimento intrínseco a todos, embora bem próximo do ofício do geógrafo. A geosofia ter origem na geograficidade quer dizer que a intencionalidade da geosofia é a geograficidade, isto é, a geosofia acontece voltada às relações espaciais Homem- Terra. Intencionalidade no sentido que atribuíra Husserl (MERLEAU-PONTY, 2011, p. 16), uma intencionalidade operante [...] que forma a unidade natural e antepredicativa do mundo e de nossa vida, que aparece em nossos desejos, nossas avaliações, nossa paisagem, mais claramente do que no conhecimento objetivo [...]. A geosofia está voltada à essa dimensão em que o espaço está aberto a todos os sentidos e não fechado em uma visão geométrica lançada sobre ele. Assim, a geosofia abarca as experiências diretas e indiretas que o Homem tem nos espaços que permeiam sua existência, sejam as experiências corporais nos lugares onde se mora e se trabalha, sejam as experiências nas paisagens percorridas pela lembrança, pela imaginação, pelo que se desconhece do mundo. Essas experiências são pensadas por quem as tem e constituem-se, desse modo, como ideias geográficas fundadas nas próprias experiências (KEIGHREN, 2005; WRIGHT, 1925). Ideias intersubjetivas, geograficamente fundadas ao experienciar a abertura que a geograficidade permite. A geosofia envolve ideias sobre os fatos geográficos do mundo e não ideias sobre os fatos geográficos eles mesmos (WRIGHT, 1925), o que faz dela um conhecimento geográfico que diz o como o homem interpreta o mundo, as ideias que tem sobre esse mundo. A geograficidade, enquanto abertura para o experienciar originariamente o mundo, permite ao Homem voltar-se ao mundo-da-vida (lebenswelt) e encontrar o mundo em seu acontecer originário, o mundo fenomenológico: O mundo fenomenológico é não o ser puro, mas o sentido que transparece na intersecção de minhas experiências, e na intersecção de minhas experiências com aquela dos outros (MERLEAU-PONTY, 2011, p. 18). Portanto, para compreender a geosofia é necessário seguirmos num sentido contrário ao do pensamento cartesiano, que de acordo com a crítica fenomenológica, naturalizou a matemática ou matematizou a natureza (HUSSERL, 2012; MERLEAU-PONTY, 2011), o 5368

4 que significou o distanciamento de uma interpretação mais originária do mundo, ao colocar entre o Homem e a Terra uma preconcepção matemática da Terra. NOGUERA (2012) já analisara esse distanciamento ao analisar a imagem El Portillo, que reproduzimos a seguir: El Portillo, Alberto Durero, 1925 A tela quadriculada separa o observador e o observado, afasta e dificulta um contato direto com o outro. A Terra, por sua vez, passa a ser compreendida como um objeto alheio, disponível para ser medido em toda sua totalidade. Neste sentido que Noguera (2012) analisa a imagem acima para destacar a cisão moderna sujeito-objeto: [...] la naturaleza se simplificó a través del análisis y la linealidad, para poderla expresar en términos de exactitud, que a su vez le permitió a la burguesía poderla cuatificar con precisión [...] (NOGUERA, 2012, p. 82). Ter origem na geograficidade permite pensar a geosofia voltada à dimensão em que o espaço é sentido geograficamente antes de ser pensado geometricamente, contribuindo assim para superar essa cisão e abrir caminhos para a Geografia compreender o habitar contemporâneo. Desse modo, o algo a ser estudado pela geosofia é o conhecimento geográfico que advém da experiência geográfica de mundo possibilitada pela geograficidade. Propomos nomea-lo de conhecimento geosófico. Esse conhecimento geosófico acontece no experienciar qualitativamente os espaços geográficos e não o espaço geométrico (DARDEL, 2011). 5369

5 Conhecimento geosófico que envolve o conhecimento advindo pela própria experiência e das ideias que se tem sobre essa experiência. Assim, o conhecimento geosófico conduz a um pensar existencial, pois pensa o como o Homem interpreta o mundo. Pensar no conhecimento geosófico é pensar na própria situação existencial em que nos encontramos num dado momento. Um conhecimento geográfico de mundo que acontece em ato contínuo e que nos permite pensar em nossa própria condição terrestre. Um pensar-situar. O conhecimento geosófico como conhecimento geográfico de mundo: um pensar-situar A geografia permanece, habitualmente, discreta, mais vivida que exprimida. (DARDEL, 2011, p. 34) Para compreensão da geosofia como pensar-situar temos que considerar que esse pensar não é um ato solitário da consciência, não é um subjetivismo. É um pensar fenomenológico e remete ao que Heidegger (2006) propusera como ir em direção ao que precisa ser pensado cuidadosamente, para aproximar o ser do ente. No caso da geosofia, como já destacamos, a intencionalidade desse pensar está voltada para a experiência geográfica de mundo. Neste sentido, sendo a geosofia um pensar-situar, o conhecimento geosófico é um conhecimento geográfico que situa o Homem no mundo. É, portanto, um pensar-situante ou mesmo um pensar-situador. Que é esse situar? Em uma perspectiva fenomenológica, o situar envolve não uma ideia estática de lugar, mas implica justamente em pensar o lugar em movimento, no sentido de manifestar-se como circunstância (MARANDOLA JR., 2012b). Situar que remete à mundanidade do mundo circundante, isto é, delimita uma dada posição dentro de um determinado recorte espacial e temporal de um dado homem, e também envolve um contexto, no sentido de incluir o outro nesse recorte (MARANDOLA JR., 2012b). Como conhecimento geográfico de mundo, a geosofia envolve sempre a alteridade. De fato, a geosofia é um conhecimento mais vivido que exprimido, como mencionara Dardel, ao tratar não da geografia sistematizada, mas de uma geografia vivida em ato. Vivida como mundo, mundo que conforme escrevera Merleau-Ponty (2011, p. 14): É 5370

6 não aquilo que eu penso, mas aquilo que eu vivo; eu estou aberto ao mundo, comunico-me indubitavelmente com ele, mas não o possuo, ele é inesgotável. Aquilo que eu vivo é vivido a partir de um como eu me dirijo para esse viver. Como movimento, o conhecimento geosófico é, mais precisamente, um pensar-situar (-se) no mundo que acontece continuamente. Esse mundo fenomenológico tem um caráter de ser um sempre-presente, alberga a geograficidade como abertura e possibilita uma geografia sendo feita em ato, fazer que transcende o próprio homem ao criar uma ideia sobre esse ato, ideia geográfica sobre um fato geográfico (WRIGHT, 1925). Mundo remete ao que é vivido e ao que escapa da compreensão humana em relação à existência. Neste sentido, o mundo fenomenológico é sempre um mundo pré-científico e pré-reflexivo (HUSSERL, 2012; MERLEAU-PONTY, 2011). O mundo que a geosofia se refere é sempre um mundo que mantém suas terrae incognitae, pois segue em direção ao abismo aberto pela geograficidade. No entanto essa abertura não acontece para um homem sem história, um homem sem experiências e ideias, mas ao contrário, essa dimensão originária se dá a um homem que está sempre situado no mundo. É um aparecer originário que se abre a um homem que já percorrera um caminho, que encontra-se em determinada situação e que seguirá adiante. Esse homem encontra a Terra em seu próprio mundo, numa espécie de um cartografar existencial, geosofia cartográfica que exprime o mundo experienciado e pensado em sua dimensão ontológica aberta pela geograficidade. Cartografia em movimento, fundada em um mundo que é sempre atualizado por uma geografia em ato. Mapear que situa o homem e estabelece seu modo próprio do como compreende e se interessa pelas coisas do mundo, mapear existencial que o afasta ou o aproxima das coisas do mundo. Pensar na geosofia é de algum modo presentificar um instante do mundo, isto é, é mapear uma situação que envolve experiência e ideia geográfica de um determinado homem em um determinado momento histórico. Assim, geografia e história geograficidade e historicidade encontram-se para a presentificação de uma situação, conforme afirmara Besse (2011, p ) [...] essa autorrealização, que é a existência na atualidade, tem lugar após uma situação, ela se manifesta através de uma espacialização. A existência é movimento, ela inicia um modo de presença na Terra [...] A geografia é originalmente a própria existência que, antes de qualquer representação, se atualiza espacializando-se. 5371

7 O conhecimento geosófico, como dimensão originária do conhecimento geográfico, é um cartografar que nunca se esgota e que nos impõe a condição de estarmos sempre dirigidos a algo para existir: Porque estamos no mundo, estamos condenados ao sentido, e não podemos fazer nada nem dizer nada que não adquira um nome na história (MERLEAU- PONTY, 2011, p. 18). O conhecimento geosófico emerge do ato existencial que é o pensarsituar, esse contínuo cartografar que a geograficidade abre para as experiências geográficas de mundo. Isso significa que todos estamos destinados a viver o mundo cartografando-o pelos sentidos, embora a cisão sujeito-objeto nos distancie de sabermos tal cartografar existencial. Por isso a geosofia exige que o pensamento geográfico extrapole as fronteiras da disciplina acadêmica, tal como pensara Wright: For Wright, geography was not something defined by discipline, profession, or method but, rather, something made manifest by the act of thinking geographically [...] (KEIGHREN, 2005). Pensar geograficamente é fazer emergir um pensar-situar fundado na experiência voltada à geograficidade, é seguir um caminho de pensamento que não é um conteúdo de coisas, mas um conteúdo-de-como, um movimento do como se vai em direção ao mundo. Isso confere à geosofia uma grande proximidade com a tarefa da fenomenologia pensada por Heidegger (2012, p. 119): Fenomenologia não nomeia o objeto de suas pesquisas, nem caracteriza seu conteúdo-de-coisa. A palavra somente informa o como do mostrar e o modo de tratar aquilo de que se deve mostrar nessa ciência. A geograficidade tem relação direta com a fenomenologia pensada por Heidegger (BESSE, 2011) e, sendo ela o fundamento do conhecimento geosófico, a proposta de pensar a geosofia como caminho de pensamento que supere a cisão sujeito-objeto consolida-se como perspectiva promissora. Evidente que cabe aprofundar esse pensamento de modo a torna-lo mais claro e factível, para então a Geografia toma-lo como opção de compreender a relação Homem-Terra em uma perspectiva humanista. Iremos aprofundar esse pensamento em nossa dissertação. A seguir, de modo breve, apontaremos as primeiras direções desse caminho de pensamento que adotamos. Cartografias do pensar-situar: referências geosóficas de mundo Há uma visão primitiva da Terra que o saber, em seguida, vem ajustar (DARDEL, 2011, p. 7) 5372

8 A presença de uma visão primitiva da Terra permite pensar na presença de uma visão originária da Terra, um como se vê, originariamente, a Terra. Visão que se estabelece no cartografar existencial que o conhecimento geosófico traz consigo, no experienciar as distâncias que a geograficidade possibilita enquanto abertura para um mundo antepredicativo. O experienciar que essa geografia em ato permite cria as referências geosóficas de mundo, afasta ou distancia paisagens, lugares e territórios, faz a imaginação sonhar com espaços geográficos distantes fisicamente ou temporalmente. Cria e recria as terrae incognitae (WRIGHT, 2014). Essas referências geosóficas de mundo modificam-se ao longo da existência pelas experiências, diretas e indiretas, nos espaços geográficos: o cenário de romances literários que aguçam o imaginário, a praia que nas férias emergiu como lugar, a paisagem daquela caminhada matinal, o território desconhecido que encontra-se além daquele muro. Experiências que podem deslocar, com diferentes intensidades, as distâncias geosóficas que temos sobre outros indivíduos, outros povos e regiões, outras terras e tempos, distâncias que permanecem menos ou mais presentes no conhecimento geosófico. A experiência da distância geosófica, que acontece na dimensão da geograficidade, não é geométrica e nem localiza o homem no espaço, é geográfica e o situa no mundo. Por isso, para compreender esse pensar-situar, torna-se necessário encarar a distância não geometricamente e sim geograficamente. Dardel, influenciado por um pensar heideggeriano (MARANDOLA JR., 2012a), pensara a distância na dimensão que a geograficidade exige: A distância é experimentada não como uma quantidade, mas como uma qualidade expressa em termos de perto ou longe (DARDEL, 2011, p. 10). Essa experiência da distância dá um sentido de direção ao homem, o norteia. O situa no mundo e aponta as direções para o onde e o como seguir, os espaços geográficos o atraem ou geram repulsas. Dardel (2011, p. 11) escrevera que a [...] linguagem geográfica vincula assim as surpresas, as privações, os sofrimentos ou as alegrias que se ligam às regiões. Linguagem geográfica que diz um conhecimento ligado às sensações das experiências geográficas de mundo, que emerge de uma cartografia existenciária que a geosofia cartográfica permite. Desse modo, as referências geosóficas de mundo alteram nossa posição e nossa relação com as coisas do mundo, amenizam ou acentuam nosso sistema de interesses (SCHUTZ, 2012). As direções que o conhecimento geosófico aludem levam o homem, de 5373

9 fato, ao interior de si mesmo, no sentido de aproximar experiência da existência. A geograficidade, fundamento da geosofia, está atada às distâncias em sua própria definição Amor ao solo natal ou busca por novos ambientes, uma relação concreta liga o homem à Terra [...] (DARDEL, 2011, p. 1). Ligação que situa o Homem no curso da sua própria existência, fixando lugares e direções, estabelecendo referências geosóficas e criando seu próprio mundo, constituído de paisagens, territórios, lugares: A geograficidade trata do conteúdo existencial do homem com o espaço terrestre e, na medida em que o homem se apropria desse espaço, ele se torna mundo, a partir da fixação das distâncias e das direções, onde os marcos referenciais são o corpo e a matéria onde ele se apoia, um espaço primitivo que, uma vez apropriado pelo homem, se torna lugar. (HOLZER, 2012, 291) Os verbos do pensar-situar, como, por exemplo: dirigir, atrair, aproximar, distanciar, orientar, desorientar, compõem o conhecimento geosófico na intimidade que o Homem estabelece com a Terra. Geografias íntimas que envolvem as distâncias que o Homem mantém com o outro, com a alteridade presente na concepção fenomenológica de mundo. Neste sentido, experiências afastam ou aproximam outros mundos. Com isso, o mundo de um homem é ampliado ou retraído conforme o conhecimento geosófico movimenta-se. Pensar-situar que acontece sempre em metamorfose, deixando escapar assim sentidos e direções ao mesmo tempo em que outras emergem. Após a caminhada pelo bairro naquele domingo de manhã outonal, o caminhante encontra-se em sua sala, sentado em sua cadeira que lhe dá apoio para debruçar-se sobre a mesa e nela rabiscar pensamentos sobre aquele e outros tantos domingos e outonos, que colocaram em movimento seu próprio mundo. Referências BESSE, J. M. Geografia e existência a partir da obra de Eric Dardel. In: DARDEL, E. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. (trad. Werther Holzer) São Paulo: Perspectiva, p , DARDEL, E. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. (trad. Werther Holzer) São Paulo: Perspectiva, HEIDEGGER, M. O método fenomenológico da investigação (parágrafo sete). In: Ser e Tempo. (trad. Fausto Castilho). Campinas, SP: Editora da Unicamp; Petrópolis, RJ: Editora Vozes, p ,

10 HOLZER, W. A geografia humanista anglo-saxônica de suas origens aos anos 90. Revista Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, 55 (1/4): , jan./dez HOLZER, W. A Geografia fenomenológica de Eric Dardel. In: DARDEL, E. O homem e a terra: natureza da realidade geográfica. (trad. Werther Holzer) São Paulo: Perspectiva, p HOLZER, W. Mundo e Lugar: ensaio de geografia fenomenológica. In: MARANDOLA JR., E., HOLZER, W., OLIVEIRA, L. (Orgs). Qual o espaço do lugar?: geografia, epistemologia e fenomenologia. São Paulo: Perspectiva, p HUSSERL, Edmund. A crise das ciências europeias e a fenomenologia transcendental. São Paulo: Forense Universitária, KEIGHREN, Innes M. Geosophy, imagination, and terrae incognitae: exploring the intellectual history of John Kirtland Wright. Journal of Historical Geography 31, no. 3 (2005): LOWENTHAL, D. Geografia, experiência e imaginação: em direção a uma epistemologia geográfica. In: Perspectivas da Geografia, São Paulo: DIFEL, 1982, p MARANDOLA JR., E. Heidegger e o pensamento fenomenológico em Geografia: sobre os modos geográficos de existência. GEOGRAFIA, Rio Claro, v. 37, n. 1, p , jan. /abr., 2012a. MARANDOLA JR., E. Lugar enquanto circunstancialidade. In: MARANDOLA JR., E., HOLZER, W., OLIVEIRA, L. (Orgs). Qual o espaço do lugar?: geografia, epistemologia e fenomenologia. São Paulo: Perspectiva, 2012b. p MERLEAU-PONTY, M. Fenomenologia da Percepção. 4. ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, NOGUERA, A. P. Cuerpo Tierra. El Enigma, El Habitar, La vida. Potencias de un Pensamiento Ambiental en clave del Reencantamiento del Mundo. Madrid: Editorial Académica Española, 2012 RELPH, E. Place and Placenessless. London: Pion, SCHUTZ, Alfred. Sobre fenomenologia e relações sociais. edição e organização de Helmut T. R. Wagner; tradução de Raquel Weiss. Petrópolis, RJ: Vozes; WRIGHT, J. K. The history of geography: a point of view. Annals of the Association of American Geographers 15, p , WRIGHT, John K. Terrae incognitae: o lugar da imaginação na Geografia. Geograficidade, v.4, n.2, p. 4-18, Inverno

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