CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DV PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAAO - CRSNSP (

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1 . CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, DV PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE CAPITALIZAAO - CRSNSP ( 2282 Sessão Q, Recurso no 6915 Processo Susep no / RECORRENTE: COMPANHIA ALIANA DO BRASIL RECORRIDA: SUPERINTENDENCIA DE SEGUROS PRIVADOS - SUSEP EMENTA: RECURSO ADMINISTRATIVO. Denincia. Seguro Penhor Rural. Contrataco de seguro sem assinatura de proposta. Seguro obrigatorio. Recurso conhecido e provido. PENALIDADE ORIGINAL: Multa no valor de R$ 9.000,00. BASE NORMATIVA: Art. 88 do Decreto-Lei n2 73/66 c/c artigo 62, ünico da Resoluço CNSP n2 107/2004. ACORDAO/CRSNSP N2 5810/16. Vistos, relatados e discutidos os presentes autos, decidem os membros do Conseiho de Recursos do Sistema Nacional de Seguros Privados, de Previdência Privada Aberta e de Capitalizaco, por unanimidade, dar provimento ao recurso da Companhia Alianca do Brasil, nos termos do voto da Relatora. Presente o advogado Dr. Rogério Marinho, que sustentou oralmente em favor da recorrente, intervindo, nos termos do Regimento Interno deste Conselho, o Senhor Representante da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de Araüjo Duarte. Participaram do julgamento os Conselheiros Ana Maria Melo Netto Oliveira, Paulo Antonio Costa de Almeida Penido, Thompson da Gama Moret Santos, Dorival Alves de Sousa, André Leal Faoro e Valéria Camacho Martins Schmitke. Presentes o Senhor Representante da procuradoria-geral da Fazenda Nacional, Dr. José Eduardo de AraLjo Duarte, a Secretária-ExecutiVa, Senhora Cecilia Vescovi de Aragão Brando, e a Secretária-ExecutiVa Adjunta, Senhora Theresa Christina Cunha Martins. Sala das Sessöes (Ri), 5 de maio de ( ANA A MARIA MELD NETFO Oil VEIRA Presidente VALERIA CA$1ACHO MARTINS SCHMITKE." Relatora

2 01 CONSELHO DE RECURSOS DO SISTEMA NACIONAL DE SEGUROS PR! VADOS, DE PREVIDENCIA PRIVADA ABERTA E DE capitalizaca0. Processo SUSEP n / Recurso ao CRSNSP n Recorrente: Cia. de Seguros Alianca do Brash Conseiheira Relatora: Valéria Camacho Martins Schmitke Todas as acusacöes contidas na reclarnaçâo que deu origem ao presente processo foram rejeitadas pela area técnica da SUSEP, salvo quanto a ausência de proposta de adesão. A decisão recorrida condenou a seguradora pela violacao do Parágrafo ünico do art. 62 da Resolucão CNSP n2 107/2 004, que estabelece: "Parágrafo ünico. A adesão a apólice deverá ser realizada mediante a assinatura, pelo proponente, de proposta de adesão e desta deverá constar cláusula na qual o proponente declara ter conhecimento prévio da Integra das condicoes gerais." A norma exige que o proponente manifeste sua intensäo de aderir A apolice e que declare que conhece a mntegra das condiçoes gerais. Na verdade, o propósito do reclamante nunca foi contratar urn seguro. Sua pretensäo era obter urn empréstimo para financiar sua safra de café. Para tanto, contratou o financiamento junto ao Banco do Brasil S/A, dando como garantia o próprio café produzido e estocado, tendo tambérn ernitido urna cédula rural pignoraticia. Diz o Decreto Lei 73/66 que: Art 21. Nos casos de seguros legalmente obrigatorios, o estipulante equipara-se ao segurado para os efeitos de contratação e manutencäo do seguro. (1

3 A razäo pela qual o seguro é chamado de "automático" é porque sua contratacão dá-se como consequência e no mesnio instante da contratacäo da operacâo de crédito rural. Não h, portanto, nenhuma necessidade da existência de uma proposta de adesäo a ser feita pelo segurado de forma autônoma ou independente. Considerando o processo de celebracão do contrato de financiamento rural, a emissäo de urna proposta de adesâo ao seguro, além das declaracöes que constam da cédula rural pignoraticia, seria algo inteiramente destituldo de utilidade. A sua exigência, inclusive, descaracterizaria inteiramente a automaticidade do seguro. 0 ato administrativo deve obedecer ao principio constitucional da finalidade. Ora, sornente faz sentido o segurado aderir a algo a que ele teria a possibilidade de näo aderir. Sendo este urn seguro obrigatório, não cabe falar em "adesão" do segurado." Todas as inforrnacoes necessárias a análise e aceitacäo do risco estarão sendo fornecidas pelo Agente (o Banco), que, como estipulante que é, também atua em nome e por conta do mutuário/segurado, já que deste é representante. Além disso, no próprio instrumento de concessão do crédito, ha expressa manifestacâo do mutuário, afirmando conhecer as Condicoes Gerais do seguro. Tal instrumento de concessäo de crédito está devidamente assinado pelo mutuário/ segurado. Da Cédula Rural PignoratIcia, titulo de crédito pelo qual o mutuário se compromete a pagar o empréstirno, consta a seguinte cláusula: "SEGURO AUTOMATICO DE PENHOR RURAL - Autorizo(amos) o BANCO DO BRASIL S.A. a realizar os

4 S H seguros do (s) bem(ns) vinculado(s) em penhqt , descrito(s) na cláusula GARANTIAS do pertinen'-" Instrumento, dentro da apólice de Seguro Automático de Penhor Rural que tem com a Cia. de Seguros Aliança do Brasil, cujas condiçoes são de meu (nosso) inteiro conhecimento." (sem grifos no original) (v. fis. 102 dos autos). Como foi dito no inicio, a norma dita violada exige duas manifestacoes: (a) a adesão a apolice e (b) o conhecimento das condicoes. Aderindo ao financiamento, o proponente adere automaticamente a apólice. Assinando a Cédula Rural PignoratIcia, o proponente declara conhecer as condicoes da apólice. Dou provimento ao recurso. Rio de Janeiro, 05 de maio de Valéria Camàcho Martins Schmitke Col)Aelheira Relatora RECEBIDO EM SE/CRSNSP/MF Rubrica e

5 4;ft FIL CONSFLIIO DF RECURSOS DO SISTFMA NACIONAL DE SEGUROS PRIVADOS, PREVII)ENCIA PRIVAI)A AIER'I'A E I)F capita1jzaça0. Processo SUSIP n / Recurso ao CRSNSP n 6915 Recorrente: Cia. cie Seguros Aliança do Brasil Conseiheiro Relator: André Leal Faoro RELATORIO Processo iniciado pela reciamacao de urn agricuitor que, para garantir uma safra de café, firrnou corn o Banco do BrasH urn contrato dc linanciamento ac) qual veio acoplado urn Seguro Autornático de Penhor Rural. Na reciarnacäo, o segurado alega que 0 seguro foi leito scm seu conhecirnento, iiio tencio assinaclo proposta aiguma, näo tendo recebicto copia cias condiçocs gerais, nem ter sido informado sobre o valor do premlo a the ser ci e hi ta ci o. A reclarnação teve por ohjeto unicamente a puniçac) da seguradora pela prática da suposta irregularidade, p)is foi feita cerca de clois anos após o término de vigência do seguro. A.Srea técnica da SUSEI analisou a reciarnaçäo, alistancio tocias as acusaçoes da denóncia, exceto aquela referente a ausência de proposta cie ad esã o. Corn base nesse parecet' e no da Procuradoria Federal, a Coordenadora Substituta da Coorcienaçao-Geral cie Julgarnentos julgou procedente a deni'incia, aplicando A seguradora a penalidade prevista na alinea "n" do inciso II do art. 5 da Resoluçäo CNSP n 60/2001. Em seu recurso, a seguraclora ressalta a caracteristica de o seguro ser contratado autornatica e juntarnente corn a ernissio de urna céciula rural pignoraticia, cujo texto contem as respectivas condicoes gerais. Pede, ainda, a coniutaçâo da pena em recomenclaçao ou acivertência. A Representacao da ProcLiracloria-Geral da Fazencia Nacional, em parecer de us. 175/177, opina pelo conhecimento, mas pelo nao provimento do recu rso. E 0 relatório. Rio de janeiro, 23 de novembro de 2015 André Leal Faoro 5 Conselheiro Relatoi' Oa 0 SEICRSNs1tMF