QUARTA PARTE: ESTILO BORBOLETA *
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- Gabriela Canário Raminhos
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1 QUARTA PARTE: ESTILO BORBOLETA * Até 1952 o estilo de borboleta era uma variante do estilo de braça. O movimento atual de braços de borboleta era alternado com o de pernas de braça. Em 1952 a FINA decidiu separar os 2 estilos, legalizando o chamado "batido golfinho" de borboleta. Ainda se pode dizer que a borboleta é o 2 estilo mas rápido. Digo se pode, porque ultimamente, com a implantação em costas do batido golfinho submarino as diferenças foram encurtando-se de maneira alarmante. Tanto é assim que se teve que limitar a 15m a propulsão submarina deste. O estilo de borboleta é, segundo a maioria da gente, o mas difícil de aprender. Esta afirmação creio que deve ser enfatizada. A borboleta requer, neste ordem, 3 qualidades fundamentalmente: 1. Coordenação 2. Técnica 3. Força A clave deste estilo radica em primeiro lugar numa correta coordenação entre a 2ª pontapé (a veremos mais adiante) e o início do recobro dos braços, junto com o começo desde os quadris do batido. Estes 2 detalhes dizem muito de uma correta técnica no nado deste estilo. 1 POSIÇÃO DO CORPO A posição do corpo é, ao igual que no crawl e na braça, uma posição ventral. No estilo de borboleta é característico ver aos nadadores uma ondulação de seu corpo. Este movimento ondulatório não é, nem muito menos forçado, senão que sai de uma perfeita coordenação da ação dos braços e as pernas. Segundo Counsilman o movimento ondulante do corpo em borboleta se deve a três fatores fundamentais: - A ação do batido para abaixo das pernas faz subir por força aos quadris, - A inércia dos braços que recuperam tende a afundar a cabeça e os ombros - A primeira fase da tração induz a que a cabeça e os ombros se remontem *
2 2 AÇÃO DOS BRAÇOS A ação dos braços de borboleta tem bastante similitude com a de crawl. A simples vista uma das poucas diferenças apreciáveis é a de que no crawl o movimento dos braços é alternativo, no entanto na borboleta sua ação é simultânea. Devido a sua similitude estabeleceremos as mesmas divisões para realizar o estudo da ação dos braços. Para descrever o movimento distinguiremos uma fase propulsiva (de tração) e outra de recobro (acima da superfície da água), dentro das quais, teremos umas subfases. 2.1 Fase Propulsiva Entrada Quando os braços entram no água, devem estar ligeiramente flexionados, mantendo os cotovelos elevados. No momento da entrada da mão, os cotovelos e antebraços se mantêm mais altos do que os ombros e a cabeça. Ainda que os braços devem permanecer quase estendidos à hora de realizar a entrada, o ordem deverá o seguinte: Cabeça, mãos cotovelos e ombros As mãos entram à largura dos ombros ou algo mais abertas. A ultima parte da entrada consiste em levar as mãos ligeiramente para fora com os polegares dirigidos para abaixo Agarre Os braços tracionam obliquamente e para afora, enquanto as mãos vão girando para o centro para adiantar o cotovelo. Os cotovelos permanecem adiantados até que os braços conseguem ficar num plano perpendicular à direção de avanço do nadador. Quando isto ocorre, as mãos e antebraços realizaram já a parte mais ampla da tração e começarão a mover-se para dentro Puxão O puxão começa quando se traciona desde fora para a linha média do corpo, sem deixar cair os cotovelos para atrás. As palmas olham
3 ligeiramente para dentro com os cotovelos dirigidos lateralmente e acima com respeito à mão. O puxão deve fazer-se tendo apresente que as mãos devem ir por embaixo do corpo, justo na linha média do corpo, até que comece a fase de empuxo. No ponto médio da tração (coincide com o puxão) o ângulo dos cotovelos deve ser de 90. Esta posição do cotovelo é importante: Os cotovelos devem apontar aos lados - Devem estar altos (sua queda incidiria na propulsão) - Nesse momento as mãos deverão estar em seu ponto mas próximo Empurre O empurre final da braçada aquática está em conjunção com o segundo pontapé. As mãos pressionam para atrás até uma posição em que as bonecas se flexionam para atrás totalmente quando se produz o empuxo da água passadas os quadris. Fase propulsiva Conselhos para um bom recobro dos braços: - Braços ligeiramente flexionados - Braços descontraídos - Os cotovelos vão em todo momento mas altos que as mãos
4 - Entrada no água com um abertura não maior da linha de ombros 2.2 Exercícios de Assimilação Para uma Melhora na Técnica de Braços EXERCÍCIO 1. Proposta: Com uma bóia nas pernas nadar um longo de braços de borboleta tentando dar as mínimas braçadas possíveis. Observações: Deve-se procurar um deslizamento, nunca uma paragem nos quadris PONTO MORTO DE BORBOLETA Proposta: P.M Observações: Com um braço acima, com um braços abaixo, P.M. alternativo PERRITO DE BORBOLETA Proposta: Procurar a tração correta Observações: Pode-se fazer com um braço ou com o 2 ao mesmo tempo 3 AÇÃO DAS PERNAS O movimento das pernas no estilo de borboleta é também muito similar ao do estilo de crawl. A ação das pernas no estilo de borboleta tem somente 2 diferenças:
5 - O batido dos 2 pés é simultaneo, por isso é também chamado batido de golfinho - Há 2 pontapés por cada ciclo de braços, isto é: 1ª pontapé: quando os braços entram ao água (para não perder a continuidade na propulsão do estilo) 2ª pontapé quando os braços saem do água (este pontapé facilita eficazmente a saída da cabeça do água) Dentro de cada pontapé podemos distinguir, ao igual que em crawl, uma parte descendente (+ propulsiva) e uma ascendente. 3.1 Exercícios de Assimilação Para uma Melhora na Técnica de Pernas PERNAS FORA DA ÁGUA Proposta: Procurar os 2 pontapés em cada ciclo Observações: EXERCÍCIO 2 Proposta: Com os braços sobre o borde e em posição vertical, realizar o pontapé de borboleta. Objetivo: Tomada de consciência do movimento de pernas.
6 Observações: O quadril permanece em contato com a parede. EXERCÍCIO 3. Proposta: Agarrado com ambas mãos ao rebosadero, realizar o pontapé de borboleta. Objetivo: tomada de consciência do movimento de pernas. Observações: As pernas se levam atrás estendidas e no último instante se flexionam. EXERCÍCIO 4 Proposta: Em posição dorsal, com tabela sobre o ventre, realizar o pontapé de braça. Objetivo: estudo propulsivo do movimento de pernas. Observações: Variante: Sem a bóia. a)braços colados ao corpo. b) braços estendidos. EXERCÍCIO 5 Proposta: Com os braços estendidos sobre uma prancha e em posição ventral, realizar o pontapé de borboleta. Objetivo: estudo propulsivo do movimento de pernas. Observações:
7 EXERCÍCIO 6 Proposta: Com os braços estendidos e em posição ventral, realizar o pontapé de borboleta. Objetivo: estudo propulsivo do movimento de pernas. Observações: Associar com a respiração. Respirar cada dois batidos. Variante: Com os braços colados ao corpo. EXERCÍCIO 7 Proposta: Pontapé de Golfinho com braços abaixo (colados nas coxas) Observações: Procurar os 2 pontapés em cada ciclo 4 COORDENAÇÃO A coordenação do estilo de borboleta se centra em 2 aspectos. 4.1 Coordenação Braços-Pernas Como já dissemos antes se produzem 2 pontapés por cada ciclo de braços. O primeiro pontapé coincide quando os braços se introduzem no água e o segundo pontapé coincide com a saída dos braços, isto é com o final do agarre na tração 4.2 Coordenação da Respiração Para isso temos que nos fixar em quando sai quando se mete a cabeça. A cabeça entra quando se dá o primeiro batido e sai quando se dá o segundo. Por conseguinte, inspira-se depois da 2ª pontapé e se espira depois da primeira.
8 4.3 Exercícios de Aprendizagem da Coordenação do Estilo de Braça BATIDO GOLFINHO COM BRAÇOS ABAIXO Proposta: Pontapé de golfinho com braços abaixo (colados nas coxas) Observações: Procurar os 2 pontapés em cada ciclo Se pode acompanhar de pequenas trações com os braços. PONTO MORTO DE BORBOLETA Proposta: P.M Observações: Com um braço acima, com um braços abaixo, P.M. alternativo 5 CONSELHOS FINAIS DO ESTILO DE BORBOLETA A clave de uma boa coordenação no estilo de borboleta radica numa boa execução do segundo pontapé, isto é, daquela que impulsionava o corpo para diante e para acima para procurar a inspiração e o recobro dos braços. Com uma boa execução deste pontapé conseguiremos uma boa coordenação do estilo.
9 Avaliação. Ficha técnica do estilo completo
10 BIBLIOGRAFIA Apuntes Curso monitor Real Federación Española de Natación. Madrid 1998 Counsilman, J. E. La Natación: Ciencia y Técnica para la preparación de campeones. Ed. Hispano Europea. 7ª edición. Barcelona D. L. Costill, E, W. Maglischo, A. B. Richardson. Natación. Ed. Hispano Europea. Barcelona García, J. Revista Sport Life. Nº Gosalvez, M. Y Joven, A. Natación y sus especialidades deportivas. Ministerio de Educación y Cultura. Madrid 1997 Lanuza, A ejercicios y juegos de natación. Ed. Paidotribo. Barcelona 1992 Maglischo, E. Nadar mas rápido. Ed. Hispano Europea. Barcelona 1986 Navarro, F. Hacia el Dominio de la Natación. Ed. Gymnos. Madrid 1995 Navarro, F. y Arsenio, O. Natación II: La natación y su entrenamiento. Ed. Gymnos. Navarrro, F. Pedagogía de la Natación. Ed. Miñón. Madrid 1978 Pagina Web Real Federación Española de natación. Vilte, E., Gómez, J. La enseñanza de la natación. Ed. Stadium. Buenos Aires.
11 Índice QUARTA PARTE: ESTILO BORBOLETA POSIÇÃO DO CORPO AÇÃO DOS BRAÇOS Fase Propulsiva Entrada Agarre Puxão Empurre Exercícios de Assimilação Para uma Melhora na Técnica de Braços AÇÃO DAS PERNAS Exercícios de Assimilação Para uma Melhora na Técnica de Pernas.5 4 COORDENAÇÃO Coordenação Braços-Pernas Coordenação da Respiração Exercícios de Aprendizagem da Coordenação do Estilo de Braça CONSELHOS FINAIS DO ESTILO DE BORBOLETA... 8 BIBLIOGRAFIA... 10
Fernando Navarro descreve muito bem em seu livro "Para o Domínio da Natação" uma série de regras básicas.
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