UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO ANÁLISE MORFOLÓGICA DA EVOLUÇÃO DA REABSORÇÃO ÓSSEA À DISTÂNCIA NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA INDUZIDA EM MOLARES MURINOS

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1 UNIVERSIDADE SAGRADO CORAÇÃO LYZETE BERRIEL CARDOSO ANÁLISE MORFOLÓGICA DA EVOLUÇÃO DA REABSORÇÃO ÓSSEA À DISTÂNCIA NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA INDUZIDA EM MOLARES MURINOS BAURU 2011

2 19 Introdução LYZETE BERRIEL CARDOSO ANÁLISE MORFOLÓGICA DA EVOLUÇÃO DA REABSORÇÃO ÓSSEA À DISTÂNCIA NA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA INDUZIDA EM MOLARES MURINOS Dissertação apresentada à Pró-reitoria de pesquisa e Pós-graduação como parte dos requisitos para obtenção do título de Mestre em Odontologia, área de concentração: Biologia Oral, sob orientação da Profa. Dra. Angela Mitie Otta Kinoshita. BAURU 2011

3 20 Introdução C2685a Cardoso, Lyzete Berriel Análise morfológica da evolução da reabsorção óssea à distância na movimentação dentária induzida em molares murinos / Lyzete Berriel Cardoso f. : il. Orientador: Prof. Dr. Angela Mitie Otta Kinoshita Co-orientador: Prof. Dr. Alberto Consolaro. Dissertação (Mestrado em Odontologia área de concentração Biologia Oral) - Universidade Sagrado Coração - Bauru - SP. 1. Movimentação dentária induzida. 2. Reabsorção óssea à distância. 3. Reabsorção radicular. I. Kinoshita, Angela Mitie Otta. II. Consolaro, Alberto III. Título.

4 21 Introdução

5 22 Introdução Dedico este trabalho aos meus pais, José e Lyenne, seres humanos autênticos. A vida de vocês é o exemplo que escolhi para trilhar a minha vida. E aos meus irmãos, Pili, Marcelo e Guilherme, que sempre me fazem sorrir. É certo, afinal das contas, que neste mundo nada nos torna necessário a não ser o amor. Goethe

6 23 Introdução AGRADECIMENTOS ESPECIAIS À minha orientadora Profª. Drª. Angela Mitie Otta Kinoshita, profissional exemplar e admirável, pela confiança e pelo incentivo em realizar este trabalho. O meu muito obrigado por acreditar em minha capacidade. Ao Prof. Dr. Alberto Consolaro, fonte de inspiração de milhares de alunos. Como poderia lhe dizer que você tem o dom de ensinar se prontamente discordaria dizendo que para dar uma boa aula não é necessário dom? É necessário sim seguir uma simples e delicada receita de sua autoria: adicionar capacidade de amar, sensibilidade, criatividade e muita vontade de ensinar a horas de muito trabalho e está pronta uma maravilhosa aula! Obrigada por servir aos seus alunos tal iguaria, que sacia nossos questionamentos e nos faz querer aprender cada vez mais. Muito obrigada pela sua colaboração na realização deste trabalho, pela oportunidade de conviver com sua experiência e sabedoria contribuindo enormemente à minha formação profissional. Não basta ensinar ao homem uma especialidade, porque ele se tornará assim uma máquina utilizável e não uma personalidade. É necessário que adquira um sentimento, um senso prático daquilo que vale a pena ser empreendido, daquilo que é belo, do que é moralmente correto. Albert Einstein

7 24 Introdução AGRADECIMENTOS À coordenação do programa de Mestrado em Biologia Oral da Universidade Sagrado Coração de Bauru, na pessoa da Profª. Drª. Leda Francischoni, obrigada por todo respeito e carinho transmitidos a mim. À Profª. Drª. Solange Oliveira Braga Franzolin, pela presteza e orientação na análise estatística deste trabalho. Ao Prof. Dr. Milton Santamaria Jr., professor de Ortodontia do Centro Universitário Herminio Ometto de Araras, e à cirurgiã dentista Me. Vanessa Bernardini Maldonado, pela disponibilidade do material pertinente as suas pesquisas para que eu pudesse realizar esta dissertação. Meus singelos agradecimentos aos demais professores do Programa de Mestrado em Biologia Oral, pelos valiosos ensinamentos durante a minha formação acadêmica e científica. E a toda equipe de funcionários do Programa da Pós-graduação, pela atenção e prontidão em ajudar. Aos amigos pós-graduandos que me acompanharam neste período, obrigada pelo companheirismo e tão agradável convivência. Aos meus queridos alunos, que me valorizam e inconscientemente me incentivam a querer progredir sempre. Às minhas avós, Minerva (in memoriam) e Assumpta (in memoriam), exemplos de mulheres guerreiras, mas sempre com um sorriso nos lábios de batom. Aos meus amigos, de risadas e de lágrimas: Ana Paula, Andrea, Ângela, Claudia, Denise, Paulinha, Regina, Valéria, Alexandre, Augusto, Claudio e Ricardo. Um brinde a nossa amizade! Ao amigo Paulo, pela dedicação, cumplicidade e por alimentar meu corpo e minha alma com suas comidas encantadas. À querida amiga Veridiana, por pacientemente revisar e formatar os meus textos. Às minhas cunhadas, Roberta e Gabriela, por alegrarem a vida dos meus irmãos!

8 25 Introdução RESUMO O presente trabalho tem por finalidade delinear morfologicamente a evolução da reabsorção óssea à distância na movimentação dentária induzida em molares murinos. O estudo também comparou morfologicamente os eventos encontrados no ligamento periodontal, na superfície radicular e na superfície óssea do periodonto de dentes submetidos a forças leves/moderadas e a forças intensas na movimentação dentária induzida. Para tanto, 24 ratos da linhagem Wistar de ambos os gêneros foram divididos em grupos de acordo com o período experimental de 3, 5, 7, e 9 dias. O dispositivo utilizado para a movimentação dentária baseou-se no modelo de Heller e Nanda, com uma mola de aço inoxidável fechada ancorada nos incisivos superiores promoveu-se o movimento de inclinação mesial do primeiro molar superior esquerdo, aplicando-se uma força de 75 cn. A análise microscópica qualitativa avaliou os fenômenos teciduais e celulares decorrentes da movimentação dentária nas raízes mesiovestibular e distovestibular, em cortes microscópicos transversais, nos diferentes períodos de observação. As raízes do primeiro molar direito, sem movimentação dentária, foram utilizadas como controle. Os resultados da análise da evolução da reabsorção óssea à distância mostraram que: morfologicamente não se iniciou aos 3 dias; apenas aos 5 dias observou-se unidades osteorremodeladoras instaladas na periferia da área hialina e nas superfícies ósseas circunvizinhas; aos 7 dias apresentou-se organizada e literalmente acontecendo com a cortical óssea alveolar sendo solapada; aos 9 dias ainda apresentou-se ativa, pôde-se avaliar de forma homogênea e uniforme a remodelação periodontal, as reabsorções radiculares associadas tiveram expressão máxima. As diferenças nas reações teciduais e celulares encontradas nas raízes mesiovestibular e distovestibular revelaram-se estatisticamente significantes. De acordo com a metodologia utilizada pôde-se concluir que: 1. os períodos de observação no modelo experimental de movimentação dentária induzida em ratos com o aparelho idealizado por Heller e Nanda devem se estender o mais tardiamente possível a partir do 9º dia de aplicação das forças; 2. as duas raízes analisadas representam modelos experimentais distintos e consistentes de observação das reações dos tecidos periodontais frente a forças leves/moderadas e intensas, servindo para testar variáveis que possam influenciar a movimentação dentária induzida. Palavras-chaves: Movimentação dentária induzida. Reabsorção óssea à distância. Reabsorção radicular.

9 26 Introdução ABSTRACT This study has as purpose to morphologically outline the evolution of the bone resorption at a distance, in the dental movement, induced in murine molar. The study also morphologically compared the events found in the periodontal ligament, in the root surface and on the bone surface of the periodontium of teeth submitted to light/moderate forces and to intense forces in the induced dental movement. For such, 24 rats of the lineage Wistar, of both gender were divided in groups, in accordance to the experimental period of 3, 5, 7 and 9 days. The device used for the dental movement was based on Heller and Nanda s model, with a closed stainless steel spring, anchored in the superior incisors, it was provoked the movement of mesio inclination of the first left maxillary first molar, applying a force of 75 cn. The qualitative microscopic analysis evaluated the tissue and cellular phenomena resulting from the dental movement of the mesiobuccal and distobuccal root, in transversal microscopic sections, in the different periods of observation. The roots of the right first molar, without dental movement, were used as control. The results of the analysis of the bone resorption analysis on distance showed that morphologically, it did not start in 3 days; only in 5 days bone modelling units installed in the peripheral of the hyaline area and on the surrounding bone surfaces; on the 7 th day, it was organized and literally happening with the alveolar cortical bone, being destroyed; on the 9 th day, it was still active, and the periodontal remodeling could be alleviated in a homogeneous and uniform way, and the associated root resorptions had maximum expression. The differences in the tissue and cellular reactions found on the mesiobuccal and distobuccal roots revealed to be statistically significant. Pursuant to the methodology used, it could be concluded that: 1. the observation periods in the experimental model of induced dental movement in rats, with the appliance was conceived by Heller and Nanda shall extend, as late as possible, after the 9 th forces application day; 2: both roots analyzed represent distinct and consistent experimental models of observation of the reactions of the periodontal tissues, in view of light/moderate and intense forces, serving to test variables that may influence the induced dental movement. Key-words: Induced dental movement. Bone resorption on distance. Root resorption.

10 27 Introdução LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Figura 2 - Figura 3 - Figura 4 - Figura 5 - Figura 6 - Crânio murino (A) no qual se destaca os molares e incisivos (IC), especialmente o primeiro molar superior (1º MS) movimentado pelo aparelho idealizado por Heller e Nanda 8 (B). No corte microscópico transversal (C), notam-se as raízes dentárias nos seus planos cervicais, no círculo observam-se as raízes do primeiro molar superior esquerdo Aspectos em microscopia eletrônica de varredura (A e B) onde se observam as raízes mesiovestibular (RMV) e distovestibular (RDV) e aspecto macroscópico (C) do primeiro molar superior murino sobre o qual incidem as forças (seta) aplicadas no modelo experimental de Heller e Nanda 8 para movimentação dentária induzida Nos esquemas observam-se os planos de cortes longitudinais, em A, e transversais, em B, do primeiro molar superior murino Esquema demonstrativo utilizado como critério para avaliar o grau de comprometimento da reabsorção radicular quanto à extensão em sua superfície mesial Esquema demonstrativo utilizado como critério para avaliar o grau de comprometimento da reabsorção radicular quanto à espessura em relação ao raio radicular Representação esquemática da raiz mesiovestibular do primeiro molar murino e suas estruturas periodontais e ósseas normais. Destaca-se a regularidade da espessura periodontal e os espaços medulares. AO = osso alveolar, EM = espaço medular, LP = ligamento periodontal, D = dentina, P= polpa... 43

11 28 Introdução Figura 7 - Estruturas periodontais normais na raiz mesial do primeiro molar superior murino sobre as quais incidem as forças leves/moderadas aplicadas no modelo experimental de Heller e Nanda. COV = cortical óssea vestibular, M = face mesial, PL = face palatina, O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, V = vasos, CB = cementoblatos. (HE; A: 2X, B: 10X, C: 25X) 44 Figura 8 - Figura 9 - Representação esquemática de corte transversal cervical da raiz distovestibular do primeiro molar murino e suas estruturas periodontais e ósseas normais. Destaca-se a regularidade da espessura periodontal e os espaços medulares, assim como os osteoblastos (setas finas) nas superfícies ósseas e os cementoblastos (setas largas) na superfície radicular externa. AO = osso alveolar, EM = espaço medular, LP = ligamento periodontal, D= dentina, P = polpa Estruturas periodontais normais na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino sobre as quais incidem as forças intensas aplicadas no modelo experimental de Heller e Nanda 8. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, V = vasos, CB = cementoblatos. (HE; A:10X, B: 25X, C:40X) Figura 10 - Representação esquemática dos eventos morfológicos observados na raiz mesiovestibular do primeiro molar murino submetido a forças leves/moderadas durante a movimentação dentária induzida experimental. O esquema caracteriza os eventos da reabsorção óssea frontal (ROF) detectados aos 5 e 7 dias de movimentação dentária induzida. Destaca-se a ausência de reabsorção radicular e as BMUs (setas) com seus clastos multinucleados e suas lacunas de Howship... 48

12 29 Introdução Figura 11 - Reabsorção óssea frontal na raiz mesial do primeiro molar superior murino após aplicação de forças leves/moderadas por 5 dias. Destacamse nas setas as esparsas unidades osteorremodeladoras e seus clastos nas lacunas de Howship. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária. (HE; A: 10X, B: 25X) Figura 12 - Reabsorção óssea frontal (setas) na raiz mesial do primeiro molar superior murino após aplicação de forças leves/moderadas por 9 dias. Destacam-se nas setas as unidades osteorremodeladoras e seus clastos nas lacunas de Howship. Destaca-se o reaparecimento de algumas áreas hialinas no ligamento periodontal (círculos). O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária. (HE; A: 10X, B: 25X) Figura 13 - Representação esquemática de corte transversal da raiz distovestibular do primeiro molar murino submetido por 3 dias a forças intensas durante a movimentação dentária induzida experimental. Nota-se a hialinização segmentar do ligamento periodontal mesial (setas), redução da espessura periodontal e ausência de BMUs Figura 14 - Reabsorção óssea à distância (setas) na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 3 dias. Destaca-se o segmento periodontal hialinizado (H) e uma incipiente atividade clástica nas suas extremidades palatina e vestibular (círculos). RM = raiz mesial, RDV = raiz distovestibular, MB = mucosa bucal, O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária. (HE; A: 2X, B: 4X) Figura 15 - Reabsorção óssea à distância na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 3 dias no mesmo espécime da figura anterior. Destaca-se o segmento periodontal hialinizado (H) e uma incipiente atividade clástica (setas) nas suas extremidades palatina e vestibular. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária. (HE; A: 10X, B e C: 25X)... 54

13 30 Introdução Figura 16 - Representação esquemática de corte transversal da raiz distovestibular do primeiro molar murino submetido por 5 dias a forças intensas durante a movimentação dentária induzida experimental. Nota-se a hialinização segmentar do ligamento periodontal mesial (setas finas), redução da espessura periodontal e BMUs (círculos) nas extremidades vestibular e lingual da área hialina e nas superfícies ósseas circunvizinhas distantes, inclusive nos espaços medulares subjacentes. Destaca-se o início da reabsorção radicular vizinha e limitada ainda ao cemento (setas largas) Figura 17 - Cortes transversais das raízes do primeiro molar superior murino após aplicação de forças por 5 dias. RM = raiz mesial, RDV = raiz distovestibular, MB = mucosa bucal, O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, COV = cortical óssea vestibular, P = periósteo. (HE; 2X) Figura 18 - Reabsorção óssea à distância na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 5 dias no mesmo espécime da figura 16. Destaca-se o segmento periodontal hialinizado (H) e a atividade clástica (círculos) nas suas extremidades palatina e vestibular. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, MB = mucosa bucal, COV = cortical óssea vestibular, EM = espaço medular. (HE; A: 2X, B: 4X, C: 10X) Representação esquemática de corte transversal da raiz distovestibular Figura 19 - do primeiro molar murino submetido por 7 dias a forças intensas durante a movimentação dentária induzida experimental. Nota-se a hialinização segmentar do ligamento periodontal mesial (setas finas) ligeiramente menor, redução da espessura periodontal e reabsorção óssea mais severa com BMUs (círculos) na periferia da área hialina, nas superfícies ósseas circunvizinhas e nos espaços medulares subjacentes. A reabsorção óssea se aproxima da face alveolar periodontal em contato com o segmento hialino do ligamento periodontal. Destaca-se a maior reabsorção radicular vizinha agora se estendendo para a dentina e com maior extensão e profundidade (setas largas)... 60

14 31 Introdução Figura 20 - Reabsorção óssea à distância (setas) na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 7 dias. Nota-se o segmento periodontal hialinizado (H) e a interação clástica com as áreas hialinizadas nas suas extremidades palatina e vestibular e exposição da superfície radicular por morte dos cementoblastos. Destaca-se a reabsorção radicular ainda limitada ao cemento, mas ativa com várias unidades osteorremodeladoras associadas (círculos). O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, EM = espaço medular. (HE; A: 4X, B e C: 25X, C e D: 40X)) Figura 21 - Representação esquemática de corte transversal da raiz distovestibular do primeiro molar murino submetido por 9 dias a forças intensas durante a movimentação dentária induzida experimental. Destaca-se que a hialinização do ligamento periodontal mesial se limita agora a áreas isoladas e menores (círculos) e que a espessura periodontal se amplia nas áreas anteriormente reduzidas. A reabsorção óssea à distância é mais severa e se aproxima da superfície óssea periodontal que também apresenta agora reabsorção óssea frontal (setas finas) e recolonização de áreas com osteoblastos. Destaca-se a maior reabsorção radicular vizinha na dentina e com maior extensão e profundidade. Algumas áreas reabsorvidas da superfície radicular estão recolonizadas com cementoblastos (setas largas)... 63

15 32 Introdução Figura 22 - Reabsorção óssea à distância (setas) na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 9 dias. O ligamento periodontal está se reorganizando e reabsorção óssea frontal na superfície periodontal da cortical alveolar pode ser identificada (círculo). Nota-se áreas hialinas remanescentes do segmento periodontal hialinizado anteriormente (H) e a interação clástica com as mesmas. Destaca-se a reabsorção radicular (RR) no cemento e dentina, mas ativa com unidades osteorremodeladoras associadas (círculos). O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, EM = espaço medular. (HE; A: 4X, B: 10X, C e D: 25X) Figura 23 Reabsorção óssea à distância na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 9 dias. O ligamento periodontal está se reorganizando juntamente com a cortical óssea periodontal (setas). Nota-se áreas hialinas remanescentes do segmento periodontal hialinizado anteriormente (H) e a interação clástica com as mesmas. Células morfologicamente compatíveis com macrófagos fagocitam remanescentes hialinos (M). O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, EM = espaço medular. (HE; A: 4X, B: 10X, C: 25X) Figura 24 - Reabsorção óssea à distância na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 9 dias em fase avançada de reorganização do ligamento periodontal e da cortical óssea periodontal (setas). Não há remanescentes de áreas hialinas detectáveis morfologicamente. A reabsorção radicular (RR) é extensa e afeta a dentina, além do cemento e apresenta muitos clastos. A polpa apresenta-se morfologicamente normal. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, EM = espaço medular, MB = mucosa bucal. (HE; A:4X, B:10X, C e D:25X)... 66

16 33 Introdução LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Distribuição dos animais no trabalho, relacionando-se o gênero e o número de animais por grupo Tabela 2 - Comparação da análise morfológica das áreas com hialinização do ligamento periodontal de molares murinos submetidos à movimentação dentária induzida aos 3, 5, 7 e 9 dias com forças leves/moderadas e intensas de acordo com o número de espécime afetado Tabela 3 - Comparação da análise morfológica da superfície/reabsorção radicular de molares murinos submetidos à movimentação dentária induzida aos 3, 5, 7 e 9 dias com forças leves/moderadas e intensas de acordo com o número de espécime afetado Tabela 4 - Comparação da análise morfológica da superfície óssea no periodonto de molares murinos submetidos à movimentação dentária induzida aos 3, 5, 7 e 9 dias com forças leves/moderadas e intensas de acordo com o número de espécime afetado Tabela 5 - Análise morfológica da reabsorção óssea à distância em molares murinos submetidos à movimentação dentária induzida aos 3, 5, 7 e 9 dias com forças leves/moderadas e intensas de acordo com o número de espécime afetado... 69

17 34 Introdução LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS cn Centinewtons g Grama ºC Graus Celsius µm Micrometro mm Milímetro ml Mililitro mg/ml Miligrama por mililitro ml/kg Mililitro por quilograma % Porcentagem/percentual

18 35 Introdução SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO REVISÃO DA LITERATURA PROPOSIÇÃO MATERIAL E MÉTODOS AMOSTRAGEM INSTALAÇÃO DO DISPOSITIVO UTILIZADO PARA A MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA INDUZIDA PREPARO HISTOTÉCNICO DAS PEÇAS PARA ESTUDO MICROSCÓPICO ÁREAS A SEREM ANALISADAS ANÁLISE MICROSCÓPICA RESULTADOS DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA Aspectos morfológicos do ligamento periodontal murino normal Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças leves/moderadas nos períodos de 3, 5, 7 e 9 dias Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças intensas no período de 3 dias Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças intensas no período de 5 dias Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças intensas no período de 7 dias Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças intensas no período de 9 dias ANÁLISE MICROSCÓPICA SEMIQUANTITATIVA DOS FENÔMENOS ENCONTRADOS POR ESPÉCIMES E GRUPOS EXAMINADOS AO MICROSCÓPIO ÓPTICO ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS RESULTADOS DISCUSSÃO CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXOS... 88

19 INTRODUÇÃO

20 19 Introdução 1 INTRODUÇÃO A movimentação dentária induzida por aparelhos ortodônticos constitui-se em um dos procedimentos terapêuticos mais realizados na clínica odontológica. A procura da estética e da funcionalidade bucal e dentária requer o tratamento ortodôntico na maioria da população, inclusive das pessoas portadoras de estados sistêmicos alterados. Muito frequentemente a movimentação ortodôntica está associada a reabsorções radiculares que podem em situação extrema levar à perda dentária ou ao comprometimento maior ou menor da estrutura periodontal 1,2. O conhecimento da biologia da movimentação dentária induzida implica na necessidade de reconhecer os fenômenos teciduais, celulares e moleculares a cada dia de sua evolução. Desta forma poderemos interferir de forma segura e consciente com medicação 3,4,5,6 procedimentos e intervenções para otimizar o tratamento ortodôntico e o conforto do paciente, reduzir as reabsorções radiculares ou evitá-las e ainda viabilizar a realização do tratamento ortodôntico em pacientes sistemicamente comprometidos 2,7. O modelo experimental de movimentação dentária induzida de Heller e Nanda 8 está universalmente consagrado pelo uso na grande maioria dos trabalhos pertinentes ao assunto 6,7,9,10,11,12,13,14,15,16 assim como pela possibilidade de extrapolação dos resultados conseguidos para a clínica ortodôntica 4,17,18. Quanto maior a padronização e detalhamento deste modelo experimental, maior será sua aplicabilidade e potencialidade de extrapolação de resultados 6,19. Melhorar este modelo implica em aperfeiçoar esta fonte de conhecimentos sobre a biologia da movimentação dentária induzida. Em geral nos primeiros trabalhos os tempos experimentais se estendiam até o quinto ou sétimo dia. E depois deste período, o que este modelo oferecia como oportunidade de observação e análise quanto aos fenômenos teciduais em dentes submetidos a forças intensas como na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino? Ainda existem outros questionamentos que os trabalhos anteriores deste modelo não respondem: As reabsorções radiculares associadas ao movimento dentário experimentalmente induzido estão relacionadas à reabsorção óssea frontal ou à reabsorção óssea à distância? Em qual período experimental as áreas de hialinização são eliminadas e o ligamento periodontal inicia seu processo de reorganização?

21 20 Introdução O que e quando ocorre a substituição da cortical óssea alveolar reabsorvida para reinserir o ligamento periodontal? O que ocorre com as áreas hialinizadas do tecido conjuntivo: são fagocitadas, reabsorvidas ou circunscritas? Em que locais a reabsorção radicular ocorre em relação às áreas hialinas? Quando há suspeita de que ocorreu reabsorção óssea à distância em algum dente, requer-se um intervalo maior para a reativação do aparelho ortodôntico? Para colaborar com a necessidade de compreender a movimentação dentária induzida em áreas submetidas a forças intensas nos vários períodos experimentais, especialmente nos mais tardios quando ocorre à reorganização do ligamento periodontal e as reabsorções radiculares são mais ativas e extensas 6,7,15, novos estudos são necessários. Ainda se sabe muito pouco sobre a cronologia e eventos sequenciais da reabsorção óssea à distância e a consequente reorganização periodontal decorrente. Respostas aos questionamentos efetuados podem ser obtidas com a análise microscópica dos eventos induzidos por forças intensas em dentes submetidos à movimentação dentária induzida experimentalmente em murinos. Nos pacientes humanos os períodos tardios e a reorganização periodontal ocorre a cada período de ativação entre 15 a 21 dias. Em um período de seis meses a um ano, o somatório dos vários períodos de ativação dos aparelhos ortodônticos representa a imagem final dos tecidos periodontais e das raízes dentárias nas radiografias e tomografias. Conhecer o que ocorre em cada período de ativação em seu início, meio e fim aumenta muito a chance de interferirmos para reduzir consequências indesejáveis. Entre as interferências do profissional no tratamento ortodôntico com base em resultados experimentais pode-se incluir: planejamento defensivo para reabsorções radiculares e perda de nível ósseo, aplicações de forças melhor distribuídas na estrutura dentária para a redução da sintomatologia dolorosa e desconforto do paciente, reduzir as forças sobre os dentes considerando que a hialinização ligamentar reduz a velocidade de movimentação dentária ou bloqueia-a somando-se ao fato que provavelmente está associada a severas reabsorções radiculares. O conhecimento dos fenômenos teciduais, celulares e moleculares envolvidos na movimentação dentária induzida pode fundamentar as condutas clínicas.

22 REVISÃO DA LITERATURA

23 22 Revisão da Literatura 2 REVISÃO DA LITERATURA O movimento dentário induzido em animais permite estudar, clínica e microscopicamente, os fenômenos biológicos da movimentação dentária, a interpretação e o entendimento das alterações nos dentes e tecidos de suporte envolvidos, analisando suas variáveis como emprego de medicamentos, condições sistêmicas e locais. Os primeiros estudos em modelos experimentais simulando o movimento dentário datam de 1901 e 1911, com os trabalhos de Sandstedt 20 em cães e de Oppenheim 21 em macacos, respectivamente. Os autores observaram microscopicamente os tecidos periodontais após a movimentação dentária induzida, relatando os fenômenos observados. No homem, a primeira observação microscópica do movimento dentário induzido foi descrita por Herzberg 22, em A análise microscópica em humanos é limitada, pois requer extrações e as fibras do ligamento periodontal são rompidas e as alterações do osso alveolar não podem ser analisadas 23. Atualmente, com a evolução nos estudos experimentais, os ratos são empregados com maior frequência nos trabalhos de movimentação dentária induzida 6,7,8,13,14,15,19,24,25. Estes animais são de fácil manuseio e têm como vantagens, menor custo de manutenção e facilidade de obtenção, devido ao curto período de procriação e as ninhadas com muitos filhotes 19. O modelo murino é passível de extrapolação para o homem, considerando-se as características anatômicas, a morfologia radicular favorável, as proporções no tamanho dos molares e o metabolismo duas vezes maior que no homem 4,17,18. O movimento dentário induzido resulta da aplicação de forças mecânicas sobre o dente não para obter um movimento mecânico e sim para promover um estímulo biológico capaz de promover reações teciduais iniciadas no ligamento periodontal. Esse movimento caracterizase pela reabsorção e neoformação óssea com a consequente modificação da anatomia alveolar e mudança da posição dentária de forma permanente e estável 2,26,27,28,29. Esta ação mecânica traduzida em evento biológico é chamada de mecanotransdução. No início da movimentação dentária induzida a força aplicada no ligamento periodontal promove estresse celular mecânico e funcional. O estresse celular mecânico é originado pela deformação do citoesqueleto e perda da tensigridade (situação de equilíbrio em que as forças aplicadas sobre uma estrutura têm uma resultante igual a zero) celular. A principal causa do estresse celular funcional é a hipoxia resultante da compressão dos vasos sanguíneos do ligamento periodontal 30.

24 23 Revisão da Literatura Nas situações de estresse, as células liberam de forma aumentada os mediadores, pequenas proteínas denominadas citocinas e fatores de crescimento, que são mensagens bioquímicas utilizadas para sua intercomunicação, interagindo com os receptores de superfície na membrana das células agredidas e nos tecidos vizinhos. Além das citocinas e fatores de crescimento, no estresse celular há a produção de prostaglandinas e leucotrienos, devido ao maior afluxo de íons cálcio para o citosol das células estimulando várias enzimas quiescentes, entre elas a fosfolipase que promove o início do ciclo metabólico do ácido araquidônico gerando como produtos finais esses mediadores químicos pró-inflamatórios 31,32,33,34. Os mediadores são capazes de induzir fenômenos de natureza celular, tecidual ou vascular, com o objetivo de restabelecer a condição de normalidade e homeostasia. Se o estresse celular não propiciar o retorno à normalidade, a célula evolui para lesões subletais e posteriormente, senão removida a causa, evolui para a necrose, com desintegração celular, gerando proteínas livres no interstício que irão desencadear a inflamação. Uma força aplicada no ligamento periodontal promove compressão das células e pode ocasionar destruição eventual de algumas delas, concomitantemente, o colabamento dos vasos sanguíneos promove hipoxia ou anoxia e também pode ocasionar destruição celular, desorganização de fibras colágenas e da matriz extracelular gerando proteínas livres no meio intersticial 30,32. A inflamação é um mecanismo de defesa local com o objetivo de destruir o agressor e depois promover a reparação na área lesada. Na movimentação dentária induzida, o agressor é a força que está atuando no ligamento periodontal entre o dente e o osso alveolar fasciculado. A liberação elevada de mediadores durante o estresse celular e a inflamação promove a reabsorção óssea frontal, com espaçamento do espaço periodontal e dissipação da força aplicada, devolvendo-lhe a normalidade e a tensigridade 2. A reabsorção óssea que acomete a cortical alveolar nas áreas submetidas à pressão, frontalmente ao local de aplicação da força no ligamento periodontal durante o movimento dentário induzido, é denominada reabsorção óssea frontal ou direta. A reabsorção óssea só é possível porque os osteoblastos possuem receptores específicos para os mediadores da inflamação. Os produtos do ácido araquidônico, especialmente a prostaglandina E 2, induzem a contração do citoesqueleto dos osteoblastos na superfície óssea 35, expondo o tecido osteóide ao meio tecidual. A superfície óssea recoberta pelo osteóide será desnudada no início do estresse ou da inflamação pela ação da colagenase liberada pelos osteoblastos 36,37. A ação associada da colagenase presente no exsudato inflamatório sobre o osteóide expõe ainda mais a matriz

25 24 Revisão da Literatura mineralizada à ação das células clásticas, que foram atraídas ao local pelo ph ácido do exsudato, e devido à exposição dos cristais de hidroxiapatita aumenta o efeito quimiotático para essas células com consequente reabsorção óssea. A superfície óssea desnuda é imediatamente reconhecida e aderida pelos clastos, que juntamente com os osteoblastos e macrófagos formam as unidades osteorremodeladoras (do inglês Bone Modelling Units BMUs), responsáveis pela reabsorção do tecido mineralizado 36. Após a formação das BMUs, os clastos são coordenados pelos osteoblastos e macrófagos, pois não possuem receptores de membrana específicos necessários para receber os estímulos locais e sistêmicos da homeostasia óssea 2,38. As BMUs estão presentes após 40 horas e são numerosas sobre a superfície periodontal da cortical óssea submetida à pressão no terceiro e quarto dia do movimento dentário induzido 2. Na reabsorção óssea frontal não são observadas alterações significantes na camada cementoblástica, cuja função e localização sobre a raiz permanecem inalteradas. Os cementoblastos não possuem receptores de superfície para os mediadores que participam da remodelação óssea 39,40,41, protegendo a raiz da reabsorção dentária iatrogênica. A maioria das reabsorções radiculares externas ocorre devida a uma lesão inicial na camada cementoblástica, deixando a superfície mineralizada de dentina exposta à ação das BMUs 38. Nessa fase do movimento dentário induzido, acreditava-se que os restos epiteliais de Malassez eram afetados pela desorganização temporária do ligamento periodontal desaparecendo definitivamente, as análises eram feitas com microscopia óptica 42,43. Através da microscopia eletrônica foi comprovada a persistência dos restos epiteliais de Malassez 44, que continuam ativos e estimulados a proliferar e produzir mediadores, especialmente o EGF ou Fator de Crescimento Epitelial ou Epidérmico, para colaborar na reorganização tecidual, osteoclasia, cementogênese e reparação da superfície radicular que, por ventura, tenha sofrido reabsorção 45. Microscopicamente, a reabsorção óssea frontal é caracterizada pela presença de inúmeras lacunas de Howship na superfície periodontal da cortical óssea, nas áreas submetidas à pressão, contendo no seu interior unidades osteorremodeladoras. A reabsorção óssea frontal acontece quando a força aplicada sobre o dente não lesa e necrosam as células do tecido periodontal, gerando o mínimo possível de áreas hialinas, e preserva a camada cementoblástica, estrutura protetora da raiz dentária contra a reabsorção. A compressão do ligamento periodontal altera a relação bioquímica e organizacional dos componentes da matriz extracelular, promovendo a união de feixes de fibras colágenas resultando em áreas de maior concentração protéica, de aspecto microscópico eosinofílico

26 25 Revisão da Literatura homogêneo, do tipo vidro despolido, pobre em células. O desaparecimento das células nessas áreas restritas ocorre em função da migração ou morte celular. Dessa forma, estabelecem-se as denominadas áreas de hialinização. Extensas áreas de hialinização acontecem quando há necrose celular 46 em consequência à aplicação de uma força inadequada ao dente que cause o colabamento dos vasos sanguíneos do ligamento periodontal, com anoxia 30. O conceito de força ótima ou ideal ainda é teórico, mais importante que a intensidade é a distribuição da força ao longo da raiz dentária e do osso alveolar, a qual depende principalmente de fatores anatômicos como: proporção coroa-raiz 47, forma da crista óssea e deflexão óssea, forma da raiz dentária 48,49, ângulo formado pelo eixo vertical da coroa e da raiz dentária e formas especiais do terço apical. Intensidades iguais de forças durante a movimentação dentária induzida não produzem o mesmo nível de estresse, pois há muitas variáveis anatômicas entre os indivíduos e mesmo entre os dois lados de um mesmo arco dentário 50. Quando a força aplicada ao dente for de grande magnitude, promove a formação de extensas áreas de hialinização sem células e vasos funcionantes que propiciassem a reabsorção frontal da cortical óssea alveolar, nestas condições, os fenômenos de estresse celular e inflamação acontecerão ao redor das áreas de necrose. As células clásticas iniciam a reabsorção óssea na superfície cortical periférica às áreas hialinas e nos espaços medulares subjacentes a estas áreas hialinas. Com o passar das horas ou dias, esta reabsorção vai solapando a parte óssea em contato com o segmento hialino que acaba sucumbindo à força ainda ativa. O dente, abruptamente, sofre um intenso movimento. Esse fenômeno biológico é identificado como reabsorção óssea à distância 51. Microscopicamente, inúmeras lacunas de Howship estarão preenchidas por células clásticas, nos espaços medulares do osso alveolar e na cortical óssea, na periferia das áreas hialinas. Quanto mais áreas hialinas, mais atraso na movimentação dentária, pois a reorganização periodontal local requer a eliminação dessas áreas por fagocitose. Clinicamente, a situação caracteriza-se pela dor e não pelo movimento dentário. Na movimentação dentária induzida, o papel exercido pelo infiltrado inflamatório está reservado aos macrófagos na remoção dos restos celulares, em especial da matriz extracelular hialinizada, possibilitando a reorganização e reparação do ligamento periodontal, e mesmo da superfície óssea alveolar. Durante a fagocitose, os macrófagos liberam citocinas e fatores de crescimento, exercendo quimiotaxia para as células mesenquimais, células endoteliais, fibroblastos e osteoblastos, efetivando também estímulos à proliferação e síntese por parte dessas células.

27 26 Revisão da Literatura Concomitantemente à reabsorção óssea à distância, pode haver reabsorção dentária associada. O excesso de força gera compressão dos vasos sanguíneos do ligamento periodontal e anoxia, provocando a morte dos cementoblastos, que revestem a superfície radicular e não apresentam, na sua membrana celular, receptores aos mediadores estimuladores da reabsorção óssea 39,40,41. Com o desnudamento da superfície radicular, unidades osteorremodeladoras se instalarão na superfície cementária e a reabsorção radicular se fará presente. Microscopicamente, a reabsorção dentária é caracterizada pela presença de lacunas de Howship na superfície cementária, podendo atingir a camada dentinária, com presença ou não de clastos no interior. A área da superfície radicular no local apresenta perda da camada cementoblástica e exposição direta do tecido cementário e dentinário à ação reabsortiva dos clastos. Os aspectos morfológicos microscópicos da biologia da movimentação dentária induzida foram analisados e descritos em muitos artigos, teses e livros 6,7,8,9,11,12.13,14,15,24,29,52,53,54,55. Ao microscópio óptico, as alterações biológicas são observadas no ligamento periodontal, no osso alveolar e nas raízes dos dentes movimentados. Compreendem as áreas hialinas focais e segmentares do ligamento periodontal, as reabsorções ósseas, frontal e a distância, e as reabsorções radiculares cementária e dentinária. Notam-se também alterações morfológicas e quantitativas das células clásticas, principalmente nas lacunas de Howship, presentes na periferia do osso alveolar, nos espaços medulares e na superfície das raízes do dente movimentado. Uma série de variantes influencia na biologia da movimentação dentária induzida, por exemplo, o tempo de observação, o plano dos cortes microscópicos, o tipo de movimento, a intensidade da força, os dentes envolvidos, a morfologia radicular e da crista óssea e a utilização de medicamentos 6,7,13,15,49,56,57,58,59. A falta de padronização destas variáveis pode alterar os resultados microscópicos e empobrecer a análise microscópica e comparativa. A partir de revisão sistemática da literatura, Böhl et al. 23, em 2009, encontrou resultados discrepantes ao analisar a identificação e quantificação da hialinização no ligamento periodontal após experimento com movimentação dentária induzida devido a grande variação nas metodologias experimentais utilizadas, grande diferença na aplicação de forças e variabilidade de área e de tempo no aparecimento das áreas hialinas. O tempo de observação dos efeitos periodontais na movimentação dentária induzida experimentalmente em ratos é fundamental para a consistência dos resultados obtidos. Estudos pilotos realizados pela mesma equipe 9,10,12,13,24,29 para confirmar os melhores

28 27 Revisão da Literatura períodos de observação, concluíram que antes dos três dias, os efeitos periodontais são de difícil avaliação morfológica microscópica porque provavelmente estão ocorrendo no nível molecular e bioquímico. Para avaliar os diferentes períodos de observação e os planos dos cortes microscópicos na movimentação dentária induzida em murinos, Fracalossi 15, em 2007, analisou 25 cortes longitudinais e 25 cortes transversais, por períodos de 3, 5, 7 e 9 dias. Ao final do experimento sugeriu para uso nos próximos trabalhos dessa mesma linha de pesquisa períodos de observação de 5 a 9 dias, já que, aos 3 dias, os fenômenos mostraram-se discretos e semelhantes aos do período de 5 dias. Verificou que a secção ideal para a análise simultânea das raízes e tecidos periodontais circunjacentes, em ratos, é a transversal. O dente mais estudado no movimento dentário induzido em ratos e válido para extrapolação em humanos é o primeiro molar superior, sua formação não é contínua como acontece com os incisivos desses animais. Este dente sofre aplicação de força para mesial, produzindo movimento de inclinação 6,7,13,15,16. O aspecto morfológico deste dente permite estudar o efeito da mesma variável experimental aplicada sob condições de forças biologicamente aceitáveis (na raiz mesial) e lesivas (na raiz distal) simultaneamente 2,5,11,24. A análise neste modelo deve valorizar a região cervical da raiz, onde ocorre maior concentração de forças e os fenômenos reabsortivos são mais exuberantes. Existem muitos tipos de aparelho empregado na movimentação dentária induzida experimentalmente e que influenciam o grau de observação microscópica. Os aparelhos em forma de V têm a finalidade de separar os incisivos 60. Os parafusos expansores entre os primeiros molares superiores promovem a vestibularização dos mesmos. O modelo de aparelho utilizando molas transversais de vestibularização dos primeiros molares superiores 61,62,63 atua tanto nos dentes quanto na sutura palatina e devido a tábua óssea vestibular do rato ser muito delgada limita o grau de observação microscópica, além de sofrer deiscências. Não é possível uma aferição da padronização dessas molas. Os elastômeros utilizados entre o primeiro e o segundo molar superior exercem uma força rapidamente dissipante, pois atuam sobre dois dentes, ao invés de apenas um, sendo a força absorvida pela deflexão das cristas e septos ósseos de ambos os molares 64,65. Essas peculiaridades reduzem o tempo de ocorrência dos fenômenos teciduais nesse modelo experimental de movimentação dentária induzida. Dados descritos na revisão sistemática de Ren et al. 19 : em 20% dos estudos sobre movimentação dentária induzida as forças aplicadas foram menores que 20 cn; 27% dos

29 28 Revisão da Literatura estudos utilizaram elastômeros com forças desconhecidas; 37% aplicaram forças de 20 a 50 cn e 12% utilizaram forças de 50 a 100 cn. As molas distendidas entre os incisivos e os molares com o objetivo de mesializar os molares, atualmente considerados como designs predominantes, permitem a quantificação e a padronização das forças utilizadas no modelo experimental, conferindo credibilidade na extrapolação dos resultados obtidos 6,7,9,10,11,12,13,14,15,16. A diversidade das metodologias quanto ao tipo do modelo experimental utilizado, o tempo de movimentação dentária, os planos dos cortes microscópicos avaliados, leva a necessidade da realização de novos estudos das análises morfológicas microscópicas da biologia da movimentação dentária induzida. Priorizando a padronização da metodologia científica, com descrição detalhada de todas as condições experimentais e especialmente dos critérios adotados para se constituir uma amostra e obterem-se os dados, estes estudos poderão esclarecer vários questionamentos: As áreas hialinas e o tipo de reabsorção óssea, durante a movimentação dentária induzida, estariam na dependência da intensidade da força ou de sua distribuição mais ou menos concentradas na estrutura dentária? Qual a composição das áreas hialinas? Apenas colágeno e outros componentes da matriz extracelular? Haveria componentes do coágulo sanguíneo? E restos celulares necróticos? Qual o padrão de fagocitose e reabsorção das áreas hialinas pelas células vizinhas? Quando a remodelação das áreas hialinas se inicia e termina na cronologia da movimentação dentária induzida? Quem reabsorve: macrófagos, clastos ou outras células? Os cementoblastos sempre morrem quando tem áreas hialinas? A presença de áreas hialinas na cronologia da movimentação dentária induzida necessariamente implica em reabsorção dentária? Na reabsorção óssea frontal são encontradas áreas hialinas?

30 PROPOSIÇÃO 29

31 30 Proposição 3 PROPOSIÇÃO A partir dos questionamentos apresentados e baseando-se no modelo de movimentação dentária de Heller e Nanda 8, propusemo-nos em cortes microscópicos transversais de primeiros molares murinos a: 1. Delinear morfologicamente o fenômeno da reabsorção óssea à distância nos períodos experimentais de 3, 5, 7 e 9 dias, para definir parâmetros seguros de comparação em futuros estudos de variáveis que possam influenciar a movimentação dentária induzida e as reabsorções radiculares associadas; 2. Comparar morfologicamente e realizar a análise semiquantitativa dos eventos encontrados no ligamento periodontal, na superfície radicular e na superfície óssea do periodonto de dentes submetidos a forças leves/moderadas e a forças intensas na movimentação dentária induzida nos períodos experimentais de 3, 5, 7 e 9 dias.

32 MATERIAL E MÉTODOS 31

33 32 Material e Métodos 4 MATERIAL E MÉTODOS Os procedimentos desta pesquisa obedeceram às recomendações éticas e legais especificadas pela Comissão de Ética em Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Bauru Universidade de São Paulo (Of. CEEPA Nº 2/2006). 4.1 AMOSTRAGEM A amostra deste estudo foi constituída de ratos da linhagem Wistar (Rattus norvegicus, albinos) de ambos os gêneros. Os animais tinham 90 dias de idade, pesando em média 200 g as fêmeas e 300 g os machos. Os animais foram obtidos no biotério da Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo. Durante o período experimental, foram mantidos em gaiolas plásticas, na proporção de 3 animais por gaiola, forradas com raspa de madeira (maravalha de pinus) esterilizada e seca, diariamente substituída, proporcionando um ambiente limpo e arejado necessário à saúde e bem-estar dos animais. A temperatura média estabelecida foi de 25ºC, com iluminação natural 66. Os animais foram alimentados com ração moída*, fornecida ad libitum, e receberam suprimento constante de água potável. Antes da montagem do dispositivo ortodôntico, cada animal da amostra passou por um período de adaptação à ração moída que foi utilizada com o objetivo de evitar que o dispositivo utilizado se danificasse durante a mastigação dos animais. Tabela 1 Distribuição dos animais no trabalho, relacionando-se o gênero e o número de animais por grupo Grupos experimentais Gênero 3 dias 5 dias 7 dias 9 dias Total Total Foram utilizados 24 animais distribuídos entre os grupos com períodos de 3, 5, 7 e 9 dias de movimentação dentária induzida, como demonstrado na tabela 1. *Nutrilabor Ratos e Camundongos da marca Guabi Campinas Brasil.

34 33 Material e Métodos Os animais foram divididos igualmente entre os dois gêneros, visto que Santamaria Jr 7 detectou que não há diferenças quanto aos fenômenos observados na movimentação dentária induzida e nas reabsorções radiculares associadas entre gêneros (Tabela 1). 4.2 INSTALAÇÃO DO DISPOSITIVO UTILIZADO PARA A MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA INDUZIDA Para a instalação do dispositivo utilizado no movimento dentário os animais foram previamente anestesiados por via intramuscular, com seringa de 1 ml e agulha de 12,7 mm estéril acoplada, com a mistura em partes iguais do anestésico cloridrato de ketamina*, 100 mg/ml e o relaxante muscular cloridrato de xilazina**, 20 mg/ml, na dosagem de 1 ml/kg. Obtendo um período de duas a quatro horas de anestesia. Nos animais experimentais foi movimentado o primeiro molar esquerdo utilizando-se um dispositivo ortodôntico. O dispositivo para movimentação dentária induzida foi construído de acordo com Heller e Nanda (8) e modificado por Martins-Ortiz (13) com aprimoramentos desenvolvidos na linha de pesquisa de movimentação dentária induzida da Disciplina de Patologia Bucal da FOB USP 2,7,9,10,11,12,13,15. O design do aparelho empregou uma mola de aço inoxidável*** fechada de 4 mm de comprimento (Figura 1). A mola foi amarrada no primeiro molar superior esquerdo com fio de amarrilho com 0,14 mm de diâmetro (ponto de aplicação da força) e distendida 2 mm até os incisivos superiores (ponto de ancoragem) onde foi apreendida com fio de amarrilho com 0,25 mm de diâmetro, despendendo uma força previamente padronizada de 75 cn sobre o primeiro molar permitindo que fosse mesializado (movimento de inclinação). Foi depositada uma camada de resina composta recobrindo os fios de amarrilho ao redor dos incisivos, como demonstrado na figura 1. A colocação dos fios e molas nos molares não pode promover lesões na papila interdentária favorecendo a instalação de doença periodontal, esta situação comprometeria a análise dos efeitos da movimentação dentária induzida na crista óssea e região cervical das raízes. Os espécimes que durante a colocação do aparelho apresentaram sangramento foram descartados da amostra. * Dopalen e **Anasedan da marca Vetbrands Jacareí Brasil. *** Marca comercial Morelli Sorocaba Brasil.

35 34 Material e Métodos Todos os dias os ratos foram examinados quanto ao correto posicionamento do dispositivo ortodôntico. Após a ativação inicial o aparelho não recebeu nenhuma outra ativação adicional durante o período experimental. Devido às propriedades do aço, a força se dissipou gradualmente ao longo dos dias do experimento. IC Figura 1 - Crânio murino (A) no qual se destaca os molares e incisivos (IC), especialmente o primeiro molar superior (1º MS) movimentado pelo aparelho idealizado por Heller e Nanda 8 (B). No corte microscópico transversal (C), notam-se as raízes dentárias do nos seus planos cervicais, no círculo observam-se as raízes do primeiro molar superior esquerdo.

36 35 Material e Métodos RDV RMV 3ºMS 2ºMS 1ºMS Figura 2 - Aspectos em microscopia eletrônica de varredura (A e B) onde se observam as raízes mesiovestibular (RMV) e distovestibular (RDV) e aspecto macroscópico (C) do primeiro molar superior murino sobre o qual incidem as forças (seta) aplicadas no modelo experimental de Heller e Nanda 8 para movimentação dentária induzida (A: STEVE GSCHMEISSNER, Science Photo Library; B: ALATLI-KUT, HULTENBY, HAMMARSTRÖM, In: CONSOLARO, 2005, p. 505).

37 36 Material e Métodos 4.3 PREPARO HISTOTÉCNICO DAS PEÇAS PARA ESTUDO MICROSCÓPICO Ao término dos períodos de movimentação os animais foram sacrificados por dose letal da mistura anestésica de ketamina e xilazina através de anestesia intracardíaca. Em seguida, procedeu-se à decapitação e dissecação, removendo-se os componentes epiteliais e musculares circunjacentes à maxila. As maxilas foram fixadas em solução tamponada de formol 10% por dois dias e desmineralizadas em solução de Morse (citrato de sódio e ácido fórmico em igual volume) no prazo de aproximadamente uma semana, sendo o ponto de desmineralização verificado todos os dias. As maxilas foram incluídas em parafina e cortadas no sentido transversal na espessura de 4 µm, os cortes foram controlados passo a passo, observando a sequência no microscópio óptico, mesmo sem coloração, orientando o posicionamento do bloco (Figura 3). As lâminas receberam coloração pelo método hematoxilina-eosina de Harris e Lison. 4.4 ÁREAS ANALISADAS O corte no sentido transversal possibilita a visualização de todas as raízes do primeiro molar superior de ambos os lados, esquerdo e direito (Figura 1) 15. Foram analisadas as raízes mesiovestibular e distovestibular do primeiro molar superior esquerdo de todos os animais de cada grupo. As raízes foram analisadas na altura do terço cervical onde os fenômenos biológicos são observados com maior exuberância 6,7,13,15, isto ocorre devido à forma rombóide dessas raízes onde a parte de maior concentração de força é a região cervical 49 (Figura 2). Os fenômenos microscópicos observados na raiz mesiovestibular são característicos de forças leves/moderadas e na raiz distovestibular pode-se observar simultaneamente fenômenos biológicos produzidos por forças intensas, a forma trapezoidal do primeiro molar murino ajuda explicar este fato 2 (Figura 2). As raízes mesiovestibular e distovestibular do primeiro molar direito, sem movimentação dentária, foram utilizadas como controle. Nelas foram observados os aspectos morfológicos do ligamento periodontal murino normal.

38 37 Material e Métodos Figura 3 - Nos esquemas observam-se os planos de cortes longitudinais, em A, e transversais, em B, do primeiro molar superior murino (FRACALOSSI, 2008).

39 38 Material e Métodos 4.5 ANÁLISE MICROSCÓPICA Examinarem-se os cortes teciduais provenientes do processamento histotécnico em um microscópio óptico binocular Nikkon H550L. Para a análise microscópica foram avaliados cinco cortes por animal, ou seja, cinco cortes por raiz. Foi escolhido o corte com os fenômenos teciduais e celulares mais representativos para o período de movimentação dentária induzida e registrados em quadros especificamente idealizados para esta finalidade (Anexos). Dentre esses fenômenos estão: Áreas hialinas do ligamento periodontal; Reabsorção radicular; Reabsorção óssea frontal; Reabsorção óssea à distância. Áreas hialinas do ligamento periodontal Os espécimes foram avaliados quanto à presença de áreas hialinas isoladas ou segmentares. Se as mesmas estavam acompanhadas da preservação ou ausência dos cementoblastos e osteoblastos, se apresentavam reabsorção radicular, reabsorção óssea frontal e reabsorção óssea à distância. Ainda foram observados outros aspectos como a presença de restos celulares/nucleares na área hialina e a fagocitose periférica. Reabsorção radicular Foram analisadas se as superfícies radiculares dos espécimes apresentavam-se preservadas ou com processos reabsortivos. Quando a reabsorção radicular era detectada, avaliava-se a sua fase evolutiva: ativa, paralisada e reparada. A quantificação da reabsorção radicular foi realizada quanto à sua extensão e a sua espessura em relação ao raio. O grau de comprometimento da reabsorção radicular quanto à sua extensão foi diagnosticada em até um ¼, de ¼ a ½, de ½ a ¾, de ¾ a 1 da superfície mesial (Figura 4). O grau de comprometimento da reabsorção radicular quanto à sua espessura foi diagnosticada em até um ¼, de ¼ a ½, de ½ a ¾, de ¾ a 1 em relação ao raio radicular (Figura 5).

40 39 Material e Métodos ¼ Figura 4 Esquema demonstrativo utilizado como critério para avaliar o grau de comprometimento da reabsorção radicular quanto à extensão em sua superfície mesial. ¼ Figura 5 Esquema demonstrativo utilizado como critério para avaliar o grau de comprometimento da reabsorção radicular quanto à espessura em relação ao raio radicular. Reabsorção óssea frontal e reabsorção óssea à distância

41 40 Material e Métodos A superfície óssea no periodonto dos espécimes foi avaliada quanto à presença ou ausência de reabsorção óssea frontal e reabsorção óssea à distância. Quando a reabsorção óssea era observada, avaliava-se a sua fase evolutiva: ativa, paralisada e reparada. A análise morfológica da reabsorção óssea à distância foi também realizada, analisando-se a distribuição das BMUs nos tecidos periodontais: superfície óssea periodontal, porção óssea vestibular dos segmentos hialinizados, porção óssea lingual dos segmentos hialinizados, espaços medulares subjacentes e periferia das áreas hialinas propriamente. Análise estatística Utilizou-se o teste estatístico exato de Fisher para verificar as diferenças das análises morfológicas entre as raízes mesiovestibular e distovestibular, de acordo com: O tipo de força a que foram submetidas, força leve/moderada e força intensa; O tempo da movimentação dentária induzida: 3, 5, 7 e 9 dias. Para todas as análises adotou-se nível de significância de 5%.

42 RESULTADOS 41

43 42 Resultados 5 RESULTADOS 5.1 DESCRIÇÃO MICROSCÓPICA Aspectos morfológicos do ligamento periodontal murino normal O ligamento periodontal tem uma espessura regular e homogênea ao longo da circunferência radicular. As fibras periodontais são bem definidas e organizadas em feixes que se misturam imaginologicamente e inserem-se na superfície do cemento de um lado, assim como no osso fasciculado ou alveolar propriamente dito do outro lado, fusionando-se com a matriz mineralizada cementária e óssea. A individualização das fibras colágenas no ligamento periodontal é marcante e por entre elas observam-se numerosos fibroblastos jovens, muitos vasos sanguíneos e espaços negativos ocupados pela parte mais gelificada da matriz extracelular (Figuras 6, 7 e 9). O cemento radicular murino na região cervical da raiz é fino, acelular, basofílico e organizado em camadas lamelares paralelas ao longo eixo da raiz. A camada de pré-cemento é muito fina e nem sempre observada pela sua delicadeza. Sobre a superfície organizam-se os cementoblastos em paliçada e por entre os quais se inserem as fibras colágenas periodontais (Figuras 6 e 7). No outro lado o osso fasciculado revela feixes de inserção das fibras colágenas e as camadas lamelares irregulares que se fundem e continuam-se com o osso maduro secundário do processo alveolar murino. Na superfície periodontal do alvéolo abrem-se espaços medulares que anatomicamente chamam-se foraminas e comunicam o tecido conjuntivo fibroso periodontal com o tecido conjuntivo mais frouxo que ocupam os espaços medulares. Na superfície óssea periodontal organizam-se grosseiramente em paliçada os osteoblastos de forma poliédrica e cromatina densa revelada pela forte coloração com a hematoxilina (Figura 9). Entre os osteoblastos e a parte mineralizada da superfície periodontal nota-se a camada de osso imaturo, também conhecido como osteóide. Eventualmente na superfície óssea periodontal nota-se BMUs ou Unidades Ósseas Remodeladoras com clastos bem definidos nas lacunas de Howship.

44 43 Resultados OA LP D EM P Figura 6 Representação esquemática da raiz mesiovestibular do primeiro molar murino e suas estruturas periodontais e ósseas normais. Destaca-se a regularidade da espessura periodontal e os espaços medulares. AO = osso alveolar; EM = espaço medular; LP = ligamento periodontal; D = dentina; P = polpa.

45 44 Resultados Figura 7 - Estruturas periodontais normais na raiz mesial do primeiro molar superior murino sobre as quais incidem as forças leves/moderadas aplicadas no modelo experimental de Heller e Nanda. COV = cortical óssea vestibular, M = face mesial, PL = face palatina, O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, V = vasos, CB = cementoblatos. (HE; A: 2X, B: 10X, C: 25X).

46 45 Resultados LP EM D P OA Figura 8 Representação esquemática de corte transversal cervical da raiz distovestibular do primeiro molar murino e suas estruturas periodontais e ósseas normais. Destaca-se a regularidade da espessura periodontal e os espaços medulares, assim como os osteoblastos (setas finas) nas superfícies ósseas e os cementoblastos (setas largas) na superfície radicular externa. AO = osso alveolar; EM = espaço medular; LP = ligamento periodontal; D = dentina; P = polpa.

47 46 Resultados Figura 9 - Estruturas periodontais normais na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino sobre as quais incidem as forças intensas aplicadas no modelo experimental de Heller e Nanda 8. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, V = vasos, CB = cementoblatos. (HE; A:10X, B: 25X, C: 40X). Os espaços medulares são revestidos por um fino tecido conjuntivo fibroso ricamente celularizado por componentes poliédricos de núcleos esféricos e cromatina densamente

48 47 Resultados condensada, os osteoblastos. Eventualmente entre os osteoblastos notam-se células fusiformes ou esféricas de menor tamanho também conhecidas como células ósseas de reserva ou de revestimento, com grande potencial para evoluírem para osteoblastos. Eventualmente em alguns locais das superfícies trabeculares encontram-se BMUs e lacunas de Howship bem estabelecidas. A raiz mesiovestibular do primeiro molar murino tem o formato ovalado, lembrando a forma de uma gota com a parte arredondada voltada para a face mesial e a parte afilada para a face distal. O osso mesial contra o qual a pressão da força é aplicada revela-se denso e com poucos espaços medulares pela proximidade entre a cortical óssea alveolar e a cortical óssea vestibular/mesial (Figuras 6 e 7). A raiz distovestibular por sua vez tem a forma arredondada e espessura dentinária mais regular, muito embora a área ocupada pela raiz nos cortes seja bem menor que a raiz mesiovestibular, praticamente a metade (Figuras 8 e 9). Em ambas as raízes a polpa dentária tem padrão morfológico muito semelhante ao da polpa humana, constituída por tecido conjuntivo fibroso pouco denso com muitos vasos e camada odontoblástica bem organizada Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças leves/moderadas nos períodos de 3, 5, 7 e 9 dias Todos os espécimes dos 4 grupos experimentais apresentaram reações teciduais semelhantes no ligamento periodontal submetido a pressão por forças leves/moderadas caracterizado por redução da espessura periodontal, desorganização dos feixes de fibras colágenas periodontais com perda do padrão fascicular e aparecimento de pequenas áreas hialinas isoladas. Na superfície radicular e óssea periodontal os cementoblastos e osteoblastos estavam presentes, exceto em pequenas áreas de um ou outro espécime como um sinal morfológico eventual e isolado. Aos 3 dias os osteoblastos ainda organizavam-se na superfície óssea periodontal em grosseira paliçada com eventuais BMUs e sem formação de lacunas de Howship.

49 48 Resultados ROF Figura 10 Representação esquemática dos eventos morfológicos observados na raiz mesiovestibular do primeiro molar murino submetido a forças leves/moderadas durante a movimentação dentária induzida experimental. O esquema caracteriza os eventos da reabsorção óssea frontal (ROF) detectados aos 5 e 7 dias de movimentação dentária induzida. Destaca-se a ausência de reabsorção radicular e as BMUs (setas) com seus clastos multinucleados e suas lacunas de Howship.

50 49 Resultados Figura 11 - Reabsorção óssea frontal na raiz mesial do primeiro molar superior murino após aplicação de forças leves/moderadas por 5 dias. Destacam-se nas setas as esparsas unidades osteorremodeladoras e seus clastos nas lacunas de Howship. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária. (HE; A: 10X, B: 25X). Aos 5 dias os osteoblastos apresentavam-se desorganizados, sem formarem camada bem definida, estavam aleatoriamente presentes nas proximidades da superfície periodontal, em sua maior parte ocupada pelos clastos no contexto de BMUs bem organizadas e com lacunas de Howship bem estabelecidas (Figuras 10 e 11). As áreas hialinas eram diminutas e

51 50 Resultados não influenciaram no padrão reacional e na reorganização do ligamento periodontal submetido às forças leves e moderadas. Figura 12 - Reabsorção óssea frontal (setas) na raiz mesial do primeiro molar superior murino após aplicação de forças leves/moderadas por 9 dias. Destacam-se nas setas as unidades osteorremodeladoras e seus clastos nas lacunas de Howship. Destaca-se o reaparecimento de algumas áreas hialinas no ligamento periodontal (círculos). O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária. (HE; A: 10X, B: 25X). Aos 7 dias toda a superfície óssea periodontal encontrava-se irregular com grandes lacunas de Howship uma em continuidade com a outra e preenchidas por BMUs, destacandose a presença dos clastos pelo seu tamanho e citoplasma eosinofílico evidente com vários núcleos (Figura 10). Nas superfícies ósseas dos espaços medulares notavam-se depósitos de novas lamelas discretamente aumentando a espessura das trabéculas subjacentes. No ligamento periodontal a desorganização mais intensa dos feixes colágenos ainda estava presente, mas áreas de reorganização puderam ser observadas. As áreas hialinas quando presentes eram mínimas e de difícil visualização. Aos 9 dias, em 3 espécimes, observou-se uma reorganização parcial do ligamento periodontal e reinserção de feixes colágenos nas superfícies cementária e óssea. Houve uma redução do número de BMUs na superfície óssea periodontal. Entretanto, em outros 3 espécimes, notou-se o reaparecimento de áreas hialinas definidas e associadas a uma desorganização periodontal, em metade dos espécimes voltaram a aparecer algumas áreas hialinas, como se retomando o processo visto aos 3 e 5 dias, com eventual morte de cementoblastos na superfície radicular em pontos focais (Figura 12).

52 51 Resultados Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças intensas no período de 3 dias O espaço periodontal quanto a sua área, mas especialmente quanto a sua espessura, apresentava-se reduzido na face mesial da raiz distovestibular e ao mesmo tempo muito alargado na sua face distal, na qual os feixes fibrosos se apresentavam distendidos (Figura 13). No ligamento periodontal mesial observou-se segmento contínuo e único hianilizado com aspecto róseo opaco e despolido de matriz extracelular sem células e sem fibras definidas. Na parte central deste segmento periodontal hialinizado notava-se, em todos os espécimes, fragmentos nucleares irregulares e diminutos, uma verdadeira cariorrexe. O centro da área hialina o material correspondente assumia uma coloração mais alaranjada/avermelhada (Figura 14). Na superfície radicular e óssea correspondente a este segmento hialinizado não havia cementoblastos e osteoblastos, nem mesmos seus fragmentos correspondentes, sugerindo mais um fenômeno de migração destas células do que a sua necrose no local (Figura 15). Nos limites vestibular e palatino da área hialina notaram-se células mononucleares compatíveis morfologicamente com macrófagos, provavelmente fagocitando suas margens. Aos 3 dias notou-se uma incipiente atividade clástica presente nos cortes examinados nos limites da área hialina, os espaços medulares subjacentes ou vizinhos não apresentavam BMUs (Figura 15). Não foi possível observar infiltrado inflamatório neutrofílico, muito eventualmente algumas dessas células eram detectadas, mas sem caracterizar um processo inflamatório. Nos espaços medulares o tecido conjuntivo fibroso apresentava-se normal morfologicamente, assim como o tecido pulpar.

53 52 Resultados Figura 13 Representação esquemática de corte transversal da raiz distovestibular do primeiro molar murino submetido por 3 dias a forças intensas durante a movimentação dentária induzida experimental. Nota-se a hialinização segmentar do ligamento periodontal mesial (setas), redução da espessura periodontal e ausência de BMUs.

54 53 Resultados Figura 14 - Reabsorção óssea à distância (setas) na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 3 dias. Destaca-se o segmento periodontal hialinizado (H) e uma incipiente atividade clástica nas suas extremidades palatina e vestibular (círculos). RM = raiz mesial, RDV = raiz distovestibular, MB = mucosa bucal, O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária. (HE; A: 2X, B: 4X).

55 54 Resultados Figura 15 - Reabsorção óssea à distância na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 3 dias no mesmo espécime da figura anterior. Destaca-se o segmento periodontal hialinizado (H) e uma incipiente atividade clástica (setas) nas suas extremidades palatina e vestibular. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária. (HE; A: 10X, B e C: 25X) Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças intensas no período de 5 dias

56 55 Resultados O espaço periodontal quanto a sua espessura e área continuava a apresentar-se reduzido na face mesial da raiz distovestibular e alargado na face distal com seus feixes fibrosos distendidos. O segmento hialinizado do ligamento periodontal mesial apresentava-se róseo opaco e despolido de matriz extracelular sem células e sem fibras definidas. Na parte central deste segmento periodontal hialinizado notava-se em todos os espécimes fragmentos nucleares irregulares ou cariorrexe. O centro da área hialina o material correspondente assumia uma coloração mais alaranjada/avermelhada (Figura 18). Na superfície radicular e óssea correspondente a este segmento hialinizado não havia cementoblastos e osteoblastos, nem mesmos seus fragmentos correspondentes tal como aos 3 dias de observação da mesma área. Nos limites vestibular e palatino da área hialinizada havia muitas células mononucleadas e multinucleadas fagocitando-a (Figura 16). Ao mesmo tempo na superfície radicular neste ponto detectou-se pequenas áreas em extensão e profundidade de reabsorção radicular, quase que limitada ao cemento. Nestas áreas as BMUs estavam bem organizadas (Figura 18). Aos 5 dias as BMUs ou clastos isolados presentes nos limites da área hialina e na superfície radicular nesta área, também estavam presentes nas superfícies ósseas desta mesma área. Nos espaços medulares subjacentes ou vizinhos muitas BMUs organizadas e ativas estavam presentes em suas lacunas de Howship (Figuras 16 e 18). Não foi possível observar infiltrado inflamatório neutrofílico, muito eventualmente algumas dessas células eram detectadas, mas sem caracterizar um processo inflamatório. O tecido pulpar apresentava-se normal morfologicamente Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças intensas no período de 7 dias A espessura do espaço periodontal hialinizado continuava reduzido na face mesial da raiz distovestibular e alargado na face distal com seus feixes fibrosos distendidos.

57 56 Resultados Figura 16 Representação esquemática de corte transversal da raiz distovestibular do primeiro molar murino submetido por 5 dias a forças intensas durante a movimentação dentária induzida experimental. Nota-se a hialinização segmentar do ligamento periodontal mesial (setas finas), redução da espessura periodontal e BMUs (círculos) nas extremidades vestibular e lingual da área hialina e nas superfícies ósseas circunvizinhas distantes, inclusive nos espaços medulares subjacentes. Destaca-se o início da reabsorção radicular vizinha e limitada ainda ao cemento (setas largas).

58 57 Resultados Figura 17 - Cortes transversais das raízes do primeiro molar superior murino após aplicação de forças por 5 dias. RM = raiz mesial, RDV = raiz distovestibular, MB = mucosa bucal, O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, COV = cortical óssea vestibular, P = periósteo. (HE; 2X).

59 58 Resultados Figura 18 - Reabsorção óssea à distância na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 5 dias no mesmo espécime da figura 16. Destaca-se o segmento periodontal hialinizado (H) e a atividade clástica (círculos) nas suas extremidades palatina e vestibular. O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, MB = mucosa bucal, COV = cortical óssea vestibular, EM = espaço medular. (HE; A: 2X, B: 4X, C: 10X). O segmento hialinizado do ligamento periodontal mesial apresentava-se róseo opaco e despolido de matriz extracelular sem células e sem fibras definidas. A sua extensão segmentar estava ligeiramente diminuída. Na parte central deste segmento periodontal hialinizado notava-se em todos os espécimes fragmentos nucleares irregulares ou cariorrexe. O centro da

60 59 Resultados área hialina o material correspondente assumia uma coloração mais alaranjada/avermelhada (Figura 20). Na superfície radicular e óssea correspondente a este segmento hialinizado não havia cementoblastos e osteoblastos, nem mesmos seus fragmentos correspondentes tal como aos 3 e 5 dias de observação da mesma área. Nos limites vestibular e palatino da área hialinizada havia muitas células mononucleadas e multinucleadas fagocitando-a. Ao mesmo tempo na superfície radicular neste ponto detectou-se um aumento significante das áreas de reabsorção radicular em extensão e profundidade, agora comprometendo a dentina (Figura 19 e 20). Nestas áreas as BMUs estavam bem organizadas com clastos evidentes e com largas lacunas de Howship. Aos 7 dias as BMUs presentes nos limites da área hialina e nesta área na superfície radicular, também estavam presentes nas superfícies ósseas desta mesma área. Em continuidade com o acúmulo de BMUs nos extremos das áreas periodontais hialinas, os espaços medulares vizinhos e os subjacentes à área de pressão apresentavam-se ricos em BMUs organizadas e ativas com largas e múltiplas lacunas de Howship (Figura 20). No conjunto o processo reabsortivo era centrípeto: as BMUs de extremidade a extremidade do segmento periodontal hialinizado, reabsorviam a raiz, os limites da área hialina, o osso vizinho e as superfícies ósseas medulares voltadas para a área de pressão (Figuras 19 e 20). Não havia infiltrado inflamatório neutrofílico, muito eventualmente algumas dessas células eram detectadas, mas sem caracterizar um processo inflamatório. O tecido pulpar apresentava-se normal morfologicamente Aspectos morfológicos das áreas de pressão do ligamento periodontal com forças intensas no período de 9 dias O espaço periodontal reduzido na face mesial da raiz distovestibular aos 9 dias se apresenta moderadamente aumentado em relação aos 7 dias, muito embora ainda alargado na face distal com seus feixes fibrosos distendidos (Figuras 21 e 23).

61 60 Resultados Figura 19 Representação esquemática de corte transversal da raiz distovestibular do primeiro molar murino submetido por 7 dias a forças intensas durante a movimentação dentária induzida experimental. Nota-se a hialinização segmentar do ligamento periodontal mesial (setas finas) ligeiramente menor, redução da espessura periodontal e reabsorção óssea mais severa com BMUs (círculos) na periferia da área hialina, nas superfícies ósseas circunvizinhas e nos espaços medulares subjacentes. A reabsorção óssea se aproxima da face alveolar periodontal em contato com o segmento hialino do ligamento periodontal. Destaca-se a maior reabsorção radicular vizinha agora se estendendo para a dentina e com maior extensão e profundidade (setas largas).

62 61 Resultados D E Figura 20 - Reabsorção óssea à distância (setas) na raiz distovestibular do primeiro molar superior murino após aplicação de forças intensas por 7 dias. Nota-se o segmento periodontal hialinizado (H) e a interação clástica com as áreas hialinizadas nas suas extremidades palatina e vestibular e exposição da superfície radicular por morte dos cementoblastos. Destaca-se a reabsorção radicular ainda limitada ao cemento, mas ativa com várias unidades osteorremodeladoras associadas (círculos). O = osso alveolar, LP = ligamento periodontal, C = cemento, D = dentina, P = polpa dentária, EM = espaço medular. (HE; A: 4X, B e C: 25X, D e E: 40X).

63 62 Resultados O segmento hialinizado do ligamento periodontal mesial limitava-se a pequenas áreas isoladas e centrais ao ligamento periodontal em franco processo de reorganização tecidual. Estas áreas hialinas estavam circunscritas irregularmente por células compatíveis com macrófagos e eventualmente eram multinucleadas (Figura 22). Estas áreas apresentavam-se ainda róseo opaco e despolido de matriz extracelular, mas com aspecto mais alaranjado/avermelhado, sem fragmentos celulares nucleares. Perdeu-se o aspecto segmentado provavelmente porque a matriz extracelular hialinizada foi gradativamente fagocitada da periferia para o centro, e deu lugar à recolonização do espaço periodontal pelas células das áreas periodontais vizinhas (Figura 23). A reabsorção óssea estava à distância da área comprimida do ligamento periodontal. Na superfície radicular e óssea correspondente algumas áreas já apresentavam recobrimento de cementoblastos e osteoblastos. As BMUs com seus clastos e lacunas de Howship se distribuíam irregularmente inclusive na superfície óssea periodontal agora sem contato com áreas hialinizadas do ligamento periodontal. A cortical óssea vestibular apresentava espessura bem mais fina, justificando a obtenção de mais espaço para o ligamento em reorganização. Nos espaços medulares alargados e com maior comunicação com o espaço periodontal a quantidade de BMUs era grande e difusamente distribuídas (Figuras 21 e 22). O solapamento da cortical óssea alveolar com superfície voltada para o ligamento periodontal comprimido era evidente pelo sentido centrípeto do processo reabsortivo. No conjunto pôde-se dizer que houve reabsorção óssea à distância e ao mesmo tempo segue-se também com reabsorção óssea frontal, ainda que tardia (Figura 22). Na superfície radicular detectou-se um aumento significante das áreas de reabsorção radicular em extensão e profundidade, comprometendo também a dentina. Nestas áreas as BMUs estavam bem organizadas com clastos evidentes com largas lacunas de Howship (Figura 24). Em alguns pontos mais distantes as trabéculas revelavam pontos de osteogênese com formação de novas camadas lamelares de osso. Não havia infiltrado inflamatório neutrofílico, muito eventualmente algumas dessas células eram detectadas, mas sem caracterizar um processo inflamatório. O tecido pulpar apresentava-se normal morfologicamente.

64 63 Resultados Figura 21 Representação esquemática de corte transversal da raiz distovestibular do primeiro molar murino submetido por 9 dias a forças intensas durante a movimentação dentária induzida experimental. Destaca-se que a hialinização do ligamento periodontal mesial se limita agora a áreas isoladas e menores (círculos) e que a espessura periodontal se amplia nas áreas anteriormente reduzidas. A reabsorção óssea à distância é mais severa e se aproxima da superfície óssea periodontal que também apresenta agora reabsorção óssea frontal (setas finas) e recolonização de áreas com osteoblastos. Destaca-se a maior reabsorção radicular vizinha na dentina e com maior extensão e profundidade. Algumas áreas reabsorvidas da superfície radicular estão recolonizadas com cementoblastos (setas largas).

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