CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM DOIS VIZINHOS/PR
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- Edson Festas Quintão
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1 CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE CANA-DE-AÇÚCAR EM DOIS VIZINHOS/PR Suelen Raquel de Campos 1, Jéssica Ramão 2, Alessandro Jaquiel Waclawovsky 3* 1 Acadêmica do curso Zootecnia, UTFPR, Campus Dois Vizinhos, Paraná. Bolsista PIBIC Fundação Araucária. 2 Acadêmica do curso Engenharia Florestal, UTFPR, Campus Dois Vizinhos, Paraná. Bolsista PIBIC Fundação Araucária. 3 Professor da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campus Dois Vizinhos, Paraná. alessandroj@utfpr.edu.br *Autor para correspondência Resumo: A produção de cana-de-açúcar tem grande importância econômica no Brasil. Porém, o crescimento e desenvolvimento dos diversos genótipos existentes são variáveis conforme a condição edafoclimática de cada região. O experimento teve como objetivo avaliar o crescimento e desenvolvimento das variedades RB855113, RB845197, RB855536, RB925345, RB928064, RB867515, RB e RB na região de Dois Vizinhos/PR. O ensaio foi realizado na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, no período de Outubro de 2009 a Março de 2010, seguindo um delineamento experimento inteiramente casualizado. Os fatores analisados foram o acúmulo de massa fresca de colmo e o número, comprimento e espessura de entrenós. A taxa de crescimento avaliada pelo número, comprimento e diâmetro de entrenós e acúmulo de massa fresca de colmo, permitiu identificar relações entre estes parâmetros e o desempenho agronômico dos genótipos e diferenciar estes quanto a sua produtividade, destacando-se as variedades RB855113, RB845197, RB855536, RB925345, RB e RB Palavras-chave: colmo, entrenó, massa fresca, Saccharum spp. Introdução A produção de cana-de-açúcar tem grande relevância econômica e agrícola no Brasil e está distribuída em sete milhões de hectares no território nacional, mas o estado de São Paulo concentra a maior parte das lavouras, sendo responsável por 60% da safra brasileira. No Paraná, a cultura tem apresentado crescimento expressivo nos últimos anos, mantendo o Estado como um dos principais produtores em termos de área e produtividade. A produção é processada por usinas e destilarias instaladas principalmente nas regiões norte e nordeste do Estado, onde a cana-de-açúcar possui clima e solo que propiciem o desenvolvimento da cultura e tem impulsionado a economia da região (GALVÃO, et. al, 2009). A cana-de-açúcar é uma planta perene que tem como principal característica o perfilhamento do tipo touceira que ocorre na fase inicial de desenvolvimento. Possui metabolismo fotossintético do tipo C4 sendo eficiente na conversão de energia radiante em energia química. O seu crescimento é variável, dependendo da época de plantio, tipo de muda e condições ambientais, mas sabe-se que há uma produção média de dois a quatro entrenós por mês, com 10 a 15 cm de comprimento cada um (CASTRO; KLUGE; SESTARI, 2008). Vários fatores promovem a inibição ou favorecem o crescimento da cana-de-açúcar. A germinação, perfilhamento e desenvolvimento vegetativo ocorrem melhor em clima quente e úmido. A maturação e consequente acúmulo de sacarose nos colmos necessitam de clima frio e seco. No entanto, temperaturas próximas de 0 C causam grandes prejuízos, na medida em que provocam a morte de gemas apicais e laterais, em plantas jovens e adultas. A umidade é importante em todos os estágios de desenvolvimento da cultura, sendo necessária uma precipitação a partir de 1000 mm para suprir as necessidades da planta. A radiação solar, também é importante, pois a cana-de-açúcar é considerada uma planta de sol. Solos adequados são os pesados, bem estruturados, profundos, férteis e com boa capacidade de retenção de nutrientes e água (CASTRO; KLUGE; SESTARI, 2008).
2 O objetivo do presente estudo foi avaliar o crescimento e desenvolvimento de oito genótipos de cana-deaçúcar, de importância econômica para o Estado do Paraná, cultivados no município de Dois Vizinhos/PR. Material e Métodos O experimento foi realizado na área experimental da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), campus Dois vizinhos, na região que compreende ao terceiro planalto paranaense, com altitude de 520m, entre as coordenadas 25º44 latitude Sul e 53º04 longitude Oeste. O clima predominante é do tipo subtropical úmido mesotérmico (Cfa), segundo a classificação de Köppen. O solo pertence à Unidade de mapeamento Nitossolo Vermelho distroférrico úmbrico, textura argilosa fase floresta subtropical perenifólia relevo ondulado. A implantação do experimento foi realizada em Outubro de 2009, com o plantio manual de oito variedades de cana-de-açúcar RB855113, RB845197, RB855536, RB925345, RB928064, RB867515, RB e RB por meio mudas obtidas a partir de um canteiro experimental localizado no Campus de Francisco Beltrão da UTFPR. As mudas foram plantadas numa profundidade de aproximadamente 20 cm, com espaçamento entre touceiras de 1,00 metro. Cada muda era composta por no mínimo cinco perfilhos em brotação. Para controle de ervas foi realizado trato cultural manual, não sendo realizado controle contra doenças e pragas. Após seis meses de crescimento, foram analisados três perfilhos de cada variedade selecionados a partir de características produtivas, como época de maturação e taxa de acúmulo de sacarose, sendo estas consideradas as unidades experimentais. Posteriormente, de cada perfilho foram separados as folhas dos colmos, sendo estas amostras utilizadas para as análises de massa fresca de colmo, número, comprimento e diâmetro de entrenós, de cada colmo. O experimento seguiu o delineamento inteiramente casualisado, sendo utilizadas três plantas por variedade para compor as repetições. Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de Duncan em nível de 5% de probabilidade. Resultados e Discussões A análise de crescimento de diferentes variedades de cana-de-açúcar foi realizada de Outubro/2009 a Março/2010 na região de Dois Vizinhos/PR para verificar o desempenho agronômico desta planta na região Sudoeste do Paraná. A contagem do número de entrenós produzidos durante o período experimental demonstrou diferentes taxas de emissão de entrenós pelos genótipos analisados (Figura 1). Este resultado indica que as variedades utilizadas apresentaram taxas de crescimento diferenciadas nas condições edafo-climáticas da região. Para qualificar melhor o crescimento, foram avaliados também o comprimento e diâmetro dos entrenós (Figura 2 e 3). Estes parâmetros de crescimento são importantes, pois influenciam no acúmulo de massa fresta e consequentemente a produtividade do genótipo, que é também definida pelo estande de plantas por área, que por sua vez é dependente também da capacidade de perfilhamento do material genético. Desta maneira, verificou-se que o número, comprimento e espessura de entrenós contribuíram para as diferenças observadas no acúmulo de massa fresca nos colmos (Figura 4). Por exemplo, a relação entre a massa fresca de colmo nas variedades RB e RB foi devido à habilidade de produzir maior número de entrenós (Figura 1) e também entrenós mais longos (Figura 2). Por outro lado, a variedade RB , apesar de
3 apresentar elevado número de entrenós (Figura 1), apresenta comprimento e diâmetro de entrenós menores (Figuras 2 e 3), o que prejudicou a avaliação de massa fresca nesta variedade (Figura 4). Isto demonstra que, a capacidade de emitir entrenós é importante para o acúmulo de massa fresca,,porém o conjunto entre emissão de entrenós, capacidade de crescimento em comprimento e diâmetro é fundamental para elevados níveis de produtividade. Conclusão A taxa de crescimento de diferentes cultivares de cana-de-açúcar em Dois Vizinhos/PR foi avaliada pelo número, comprimento e diâmetro de entrenós e acúmulo de massa fresca de colmo, sendo possível identificar relações entre estes parâmetros e o desempenho agronômico dos genótipos e diferenciar estes quanto a sua produtividade, destacando-se as variedades RB855113, RB845197, RB855536, RB925345, RB e RB Entretanto, outras avaliações são necessárias para determinar os genótipos melhor adaptados à região de Dois Vizinhos/PR. Referências CASTRO, Paulo R.C. KLUGE, Ricardo A. SESTARI, Ivan. Manual de Fisiologia Vegetal: Fisiologia de Cultivos. Piracicaba: Editora Agronômica Ceres, p. GALVÃO,Reinaldo; GOZER,Isabel Cristina; ORTIZ, Graziela Fatima; DAHMER, Vanessa. Concentração na agroindústria canavieira paranaense pós desregulamentação setorial: uma análise aplicada de suas Mesorregiões. Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural, SOBER, Porto Alegre, Figura 1. Número de entrenós por colmo das oito variedades de cana-de-açúcar. UTFPR, Dois Vizinhos, 2010.
4 Entrenó Figura 2. Comprimento de entrenós de oito variedades de cana-de-açúcar. UTFPR, Dois Vizinhos, Entrenó Figura 3. Diâmetro de entrenós de oito variedades de cana-de-açúcar. UTFPR, Dois Vizinhos, 2010.
5 Figura 4. Massa verde de colmo (kg) de oito variedades de cana-de-açúcar. UTFPR, Dois Vizinhos, 2010.
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