MANEJO DE SOLUÇÕES NUTRITIVAS NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DE CULTIVARES DE TOMATE CEREJA EM SUBSTRATO
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1 DALL ORTO LTC; Manejo TOLEDO de ACB; soluções NASCIMENTO nutritivas na TS; produção DONEGÁ e qualidade NA; CAMPAGNOL de cultivares R; MELLO de tomate SC cereja Manejo em substrato de soluções nutritivas na produção e qualidade de cultivares de tomate cereja em substrato. Horticultura Brasileira 27: S2329-S2333. MANEJO DE SOLUÇÕES NUTRITIVAS NA PRODUÇÃO E QUALIDADE DE CULTIVARES DE TOMATE CEREJA EM SUBSTRATO Luigi Tancredi Campo Dall Orto 1 ; Ana Claudia Baldo de Toledo 1 ; Thaisa S. Nascimento 1 ; Mateus Augusto Donegá 1 ; Rafael Campagnol 1 ; Simone da Costa Mello 1 1 Estudante de Mestrado da ESALQ/USP Departamento de Produção Vegetal. Avenida Pádua Dias, 11, , Piracicaba SP; luigi123@usp.br; actoledo@esalq.usp.br; thaisasamp@yahoo.com.br; mateus_aug@yahoo.com.br; rafcampagnol@hotmail.com; scmello@esalq.usp.br. RESUMO O cultivo de tomate cereja vem aumentando em função do interesse pelo consumidor em adquirir frutos mais saborosos, uma vez que o teor de sólidos solúveis de alguns cultivares desse grupo chega até 14 Brix. Para o produtor essa hortaliça apresenta maior valor agregado no mercado, gerando maior rendimento. Entretanto para alcançar elevada produtividade e qualidade há necessidade de manejo adequado da solução nutritiva. O trabalho objetivou avaliar o crescimento, a produção e a qualidade de dois cultivares de tomate do grupo cereja (Pepe e Coco) submetidos a três soluções nutritivas. O experimento foi conduzido em estufa na área experimental da Escola Superior de Agricultura Luiz De Queiroz - ESALQ/USP, no município de Piracicaba- SP. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições e seis tratamentos dispostos no esquema fatorial 3x2. Para a altura do primeiro cacho floral, o cultivar Pepe não sofreu influência da solução nutritiva, porém a cultivar Coco apresentou menor altura do primeiro cacho floral quando fertirrigada com a solução 1. O número de frutos, número de frutos rachados, produção comercial e teor de sólidos solúveis foram maiores para o cultivar Pepe em relação ao cultivar Coco para as três soluções nutritivas. A produção total foi maior para o cultivar Pepe quando submetida às soluções nutritivas 2 e 3. PALAVRAS-CHAVE: Solanum lycopersicum, tomate cereja, soluça nutritiva. ABSTRACT Development, yield and quality of cherry tomato cultivars on substrate under nutrient solution management The cherry tomato cultivation is increasing as a function of interest by consumers to purchase more fruit flavor, as the soluble solids content of some cultivars of this group reaches 14 Brix. For the producer this vegetable is more value in the market, generating more income. However to achieve high productivity and quality there is need for adequate management of nutrient solution. The study aimed to evaluate the development, yield and quality of two cultivars of cherry tomato group (Pepe and Coco) under three nutrient solutions. The experiment was conducted in greenhouse in the experimental area of the Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ / USP, in Piracicaba-SP. The experimental design was a randomized block with four replications and six treatments in a S 2329
2 factorial 3x2. For the first time a bunch floral cultivar Pepe was not affected the nutrient solution, but the cultivar Coco showed lower height of the first flower cluster with the solution with solution 1. The number of fruits, number of cracked fruits, commercial production and content of soluble solids were higher for the cultivar Pepe as compared as cultivar Coco for the three nutrient solutions. Total production was higher for the cultivar Pepe with nutrient solutions 2 and 3. KEYWORDS: Solanum lycopersicum, cherry tomato, nutrient solution. INTRODUÇÃO O tomate é uma das hortaliças mais cultivadas em ambiente protegido, que viabiliza a produção em qualquer época do ano principalmente em períodos cujas condições climáticas são adversas como elevadas temperaturas e precipitações. Nesse sistema, a produção em substrato vem crescendo em função das suas vantagens como manejo mais rigoroso da solução nutritiva, das condições fitossanitárias e uso mais eficiente da água e dos fertilizantes. A produtividade do tomateiro produzido em substrato tem sido 20% a 25% superior ao obtido no cultivo em solo. Entretanto, o fornecimento inadequado de fertilizantes pode provocar redução na produtividade e na qualidade dos frutos (KAWAKAMI et al., 2006), além de ocasionar perda de nutrientes e possibilidade de contaminação do ambiente quando aplicados em excesso. Os nutrientes absorvidos em maiores quantidades pela cultura do tomate são o potássio e o nitrogênio. Para Fayad et al. (2002), as maiores porcentagens de absorções de N e K ocorrem no período entre 35 e 91 dias, quando atingem 73,5% do N e 75,0% do K absorvidos durante o ciclo cultura. Pela ordem decrescente, seguem o cálcio, o enxofre o fósforo e o magnésio, sendo este absorvido em pequena quantidade. Entretanto, em virtude da variedade de substratos existentes no mercado e do grande número de cultivares de tomate, há falta de informações quanto ao manejo adequado da fertirrigação. Feltrin et al. (2005) afirmaram que os cultivares respondem de maneira diferenciada ao manejo da nutrição, que contribui ou não para a melhoria das características qualitativas dos frutos. Desta maneira esse trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos de três soluções nutritivas no crescimento, na produção e na qualidade de dois cultivares de tomate cereja cultivado em substrato à base de casca de pinus. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em estufa na área experimental da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz - ESALQ/USP, no município de Piracicaba- SP. A estufa foi do tipo arco com 6,40m de largura e 20 m de comprimento, com altura do pé direito de 2,5 m, coberta com plástico anti-uv. O delineamento experimental foi em blocos ao acaso, com quatro repetições e seis tratamentos dispostos no esquema fatorial 3x2, ou seja, três soluções nutritivas e dois cultivares de tomate do grupo cereja (Pepe e Coco). 2330S
3 As soluções nutritivas empregadas foram: Solução 1: 500g 1000L -1 de Kristalon, 560g 1000L -1 de Nitrato de Ca, 171,5g 1000L -1 de Nitrato de K, 180g 1000L -1 de Nitrato de Mg, 60 g 1000L -1 de MAP, 192 g 1000L -1 de MKP, 20g 1000L -1 de Hidro Cocktail, 247 g 1000L -1 de Sulfato de Mg, 58,1g 1000L -1 Sulfato de K e CE( ds m -1 ) de 1,79. Solução 2: 500g 1000L -1 de Kristalon, 798g 1000L -1 de Nitrato de Ca, 247,5g 1000L -1 de Nitrato de K, 180g 1000L -1 de Nitrato de Mg, 60g 1000L -1 de MAP, 132,5g 1000L -1 de MKP, 20g 1000L -1 de Hidro Cocktail, 354 g 1000L -1 de Sulfato de Mg, 84,5g 1000L -1 Sulfato de K e CE( ds m -1 ) de 2,20. Solução 3: 500g 1000L -1 de Kristalon, 1040g 1000L -1 de Nitrato de Ca, 228g 1000L -1 de Nitrato de K, 180g 1000L -1 de Nitrato de Mg, 60 g 1000L -1 de MAP, 169g 1000L -1 de MKP, 20g 1000L -1 de Hidro Cocktail, 460g 1000L -1 de Sulfato de Mg, 87,7g 1000L -1 Sulfato de K e CE( ds m -1 ) de 2,52. O suprimento de solução nutritiva foi mediante irrigação diária por gotejamento. As plantas também foram irrigadas somente com água por mais duas vezes ao dia. As mudas de tomate foram transplantadas em 27/03/08 para vasos de 15L preenchidos com substrato à base de casca de pinus, no espaçamento de 40 cm entre plantas e 1,0 m entre linhas. Cada parcela continha dez plantas. As plantas foram tutoradas na vertical e conduzidas com uma haste. Até o início do florescimento todos os vasos receberam uma única solução nutritiva de 500g 1000L -1 de Kristalon, 600g 1000L -1 de Nitrato de Ca, 225g 1000L -1 de Nitrato de K, 180g 1000L -1 de Nitrato de Mg, 60g 1000L -1 de MAP, 100g 1000L -1 de MKP e 10g 1000L -1 de Hidro Cocktail. A partir desse período, que durou 42 dias após o transplante das mudas, essa solução foi substituída pelos tratamentos (solução 1, 2 e 3). Foi avaliado: a altura da inserção do primeiro cacho floral desde a superfície do substrato até o ponto de inserção do cacho; o calibre médio dos frutos do primeiro cacho floral; a produção total de frutos por planta; o número de frutos por planta; o peso médio dos frutos; a produção comercial de frutos por planta, calculada através da diferença entre a produção total e a produção de frutos não comercializáveis (frutos com defeitos); o teor de sólidos solúveis ( Brix), ph, acidez titulável da polpa dos frutos e a cor da casca com auxílio de um colorímetro, tomandose uma leitura por fruto na região colorida, num total de 10 frutos por parcela. Foram avaliadas as coordenadas de cromaticidade a* e b* e luminosidade (L). Os dados foram submetidos às analises de variância e as médias dos fatores comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. RESULTADOS E DISCUSSÃO: A altura do primeiro cacho floral sofreu influência tanto do cultivar como da solução nutritiva (Tabela 1). Observou-se que o cultivar Coco apresentou menor altura do primeiro cacho floral em relação ao Pepe, na solução nutritiva 1, sendo que nas demais soluções elas não diferiram significativamente entre si. Isso significa que o cultivar Coco tem crescimento menos acelerado nas condições de manejo da solução nutritiva 1, em que se aplicou 128,6 mg L -1 de N, principal elemento responsável pelo crescimento vegetativo da planta. Todos os frutos do primeiro cacho floral foram avaliados quanto ao diâmetro equatorial, aos 46 dias após o transplante das mudas. Não houve diferença significativa entre os tratamentos para essa característica, sendo que a média do diâmetro foi igual a 21 mm. S 2331
4 A análise estatística acusou efeito significativo para as variáveis descritas na tabela 2 somente entre cultivares. O número de frutos por planta, a produtividade comercial e o teor de sólidos solúveis foram superiores para o cultivar Pepe. Esses resultados estão de acordo com o desenvolvimento das plantas, que apresentaram crescimento mais vigoroso e folhas maiores, o que provavelmente resultou em maior absorção de água e nutrientes, consequentemente em maior produção de fotoassimilados destinados à produção de frutos, com qualidade superior, caracterizada pelo maior teor de sólidos solúveis. Por outro lado, a maior produção comercial levou ao desenvolvimento de frutos menores (maior diâmetro equatorial) e de menor peso. A cor avaliada através das coordenadas de cromaticidade a* e b* e luminosidade (L) não sofreu influência dos tratamentos. O número de frutos rachados também foi superior para o cultivar Pepe, provavelmente em função das características genéticas do material. A produção total sofreu interação entre os cultivares e soluções nutritivas (Tabela 3). Nas soluções nutritivas 2 e 3 as produções totais foram 105,5% e 66,7% superiores para o cultivar Pepe, respectivamente, concordando com os resultados obtidos para o número de frutos por planta e produção comercial. AGRADECIMENTOS Á CAPES pela concessão da bolsa de mestrado ao primeiro autor. LITERATURA CITADA FAYAD JA; FONTES PCR; CARDOSO AA; FINGER LF; FERREIRA FA Absorção de nutrientes pelo tomateiro cultivado sob condições de campo e de ambiente protegido. Horticultura Brasileira 20: FELTRIN DM; POTT CA; FURLANI PR; CARVALHO CRL Produtividade e qualidade de frutos de cultivares de tomateiro fertirrigado com cloreto e sulfato de potássio. Revista de Ciências Agroveterinárias 4: KAWAKAMI FPC; ARAÚJO JAC de; IUNCL V; FACTOR TL; CORTEZ GEP Manejo da fertirrigação em função da condutividade elétrica da solução nutritiva drenada no cultivo de tomate cereja sob ambiente protegido. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE OLERICULTURA, 47. Anais eletrônicos... Porto Seguro: UESB. Disponível em: eventosx 2332S
5 Tabela 1. Altura do primeiro cacho floral em função das cultivares de tomate Coco e Pepe e das soluções nutritivas [Heigth of the first flower cluster according to tomato cultivars Coco and Pepe and nutrient solutions]. Piracicaba, Solução Nutritiva Coco 1,48Aa 1,56Ba 1,52Aba Pepe 1,59Ab 1,60Aa 1,58Aa C.V.(%) - 5,71 - Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%. Tabela 2. Número de Frutos (NF), Número de Frutos Rachados (NFR), Peso Médio (PM), Produção Comercial (PC), Diâmetro (D), teor de sólidos solúveis ( Brix), para as cultivares de tomate Coco e Pepe [Fruits number (NF), Number of cracked fruits (NFR), Average weight (PM), Commercial yield (CP), Diameter (D), Soluble solids content ( Brix), for tomato varieties Coco and Pepe]. Variáveis NF NFR PM PC D SS (g) (g planta -1) (cm) ( o Brix) Coco 73,01b 5,21b 19,06a 1318,74b 3,64a 5,18b Pepe 142,99a 18,56a 14,91b 2000,68 a 3,33 b 5,59 a C.V(%) 22,77 36,61 8,41 22,35 4,18 4,73 Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%. Tabela 3. Produção Total (g planta -1 ) das cultivares de tomate Coco e Pepe e das soluções nutritivas [Total yield (g Plant -1 ) of tomato varieties Coco and Pepe and nutrient solutions]. Soluções Nutritivas Coco 166,36 Aa 1099,36 Ab 1387,76 Ab Pepe 1818,24 Aa 2259,25 Aa 2313,68 Aa C.V.(%) 21, Médias seguidas pela mesma letra, maiúscula na linha e minúscula na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5%. S 2333
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