41. Mercês. 1 Diagnóstico. 1.1 Dados demográficos e localização

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1 41. Mercês 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Mercês, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município não possui distritos e está parcialmente inserido na UPGRH DO1, correspondendo a 13% da área territorial situada na BHRPG. A área urbana da sede está inserida na Bacia Hidrográfica dos Rio Pomba e Rio Muriaé. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); Interceptores (parcialmente instalados); ETE em obras. No município, o tratamento de esgotos é de responsabilidade da prefeitura, que realiza coleta de 70% do esgoto gerado na área urbana do município e, até então, não realiza nenhum tratamento. O esgoto é lançado in natura no Córrego das Flores e nos ribeirões Santana e Espírito Santo, que são afluentes do Rio Paciência. Os principais pontos de lançamento são respectivos aos pontos das coordenadas UTM 23K E e N, E e N, E e N, E e N, E e N, E e N, E e N, E e N, E e N, conforme mostram as Figuras 1-1 a

2 Figura 1.1 Lançamento pontual de esgoto in natura no Rio Paciência. Figura 1.2 Trecho do Rio Paciência que recebe esgoto in natura. Figura 1.3 Trecho do Rio Paciência que recebe esgoto in natura em lançamentos pontuais e difusos. Figura 1.4 Lançamento pontual de esgoto in natura. Parte do efluente infiltra no solo devido a rachaduras na manilha, parte escoa a céu aberto até atingir o Rio Paciência. Figura 1.5 Lançamento pontual de esgoto in natura no Rio Paciência. Figura 1.6 Lançamento difuso de esgoto in natura no Córrego Barreto. 338

3 Figura 1.7 Trecho do Ribeirão Espírito Santo que recebe esgoto in natura. Figura 1.8 Lançamento pontual de esgoto in natura no Córrego das Flores. Figura 1.9 Lançamento difuso de esgoto in natura no Córrego Barreto. Figura 1.10 Lançamento pontual de esgoto in natura no Córrego Barreto. Figura 1.11 Lançamento pontual de esgoto in natura no Córrego Jaboticabeiras (afluente do Córrego das Flores). Figura 1.12 Lançamento pontual de esgoto in natura no Córrego Jaboticabeiras (afluente do Córrego das Flores). Conforme informado pelos gestores municipais, o PMSB está sendo elaborado com recursos da Funasa, por meio da AGEVAP e somente falta a aprovação na câmara para que vire Lei. O PMSB contempla um horizonte de 30 anos, abrangendo as quatro áreas do saneamento na área urbana. 339

4 O município de Mercês está enquadrado no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que enviou Relatório Técnico à FEAM, possuindo o prazo até março de 2017 para instalação de sistema de tratamento regularizado que atenda 80% da população. Segundo os dados do primeiro trimestre de 2013 do ICMS Ecológico, critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, o município de Mercês não recebe a verba vinculada a esse imposto porque não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos O município possui um convênio com a Funasa (Convênio Nº MG ). Na gestão 2009/2012 foi pactuado convênio entre o município e a Funasa, conforme termo do convênio (TC/0230/12 SIAFI Nº ) com objetivo de construção de uma ETE e SES. Após a formalização do referido convênio, foi realizada licitação para contratação de empresa para execução das obras. A empresa vencedora da licitação deu início às obras ainda na gestão , todavia, após levantamento feito pelo departamento jurídico desta municipalidade, verificou-se a existência de irregularidades na execução da obra, razão pela qual a atual gestão aviou denúncia administrativa em face do antigo gestor, com intuito de averiguar os indícios de irregularidades. A denúncia mencionada foi proposta no âmbito da Justiça Federal Procuradoria da República no Município de Juiz de Fora MG. Protocolo Nº IC / , encontrando-se o feito em apuração. Ressalta-se que essas informações foram repassadas pelos representantes municipais no momento da visita ETE Mercês (em obras) Processo COPAM 21436/2011/001/2012 Uma ETE está sendo construída na sede do município. As obras iniciaram em julho de 2012, porém está paralisada desde o início de O projeto da ETE não foi localizado junto aos documentos da prefeitura. Os representantes municipais não souberam informar dados relativos à estação, tais como: o sistema de tratamento, o local de disposição dos resíduos, a eficiência prevista, o percentual de atendimento previsto, a vazão, etc. 340

5 Informaram apenas que as obras estão sendo realizadas com recursos da Funasa, que haverá cobrança de tarifa e que o efluente tratado será lançado no Rio Paciência. A ETE possui AAF válida até 03/2016. O local da ETE se refere ao ponto das coordenadas UTM 23K E e N e as imagens das Figuras 1-13 a 1-22 ilustram o local. Figura 1.13 Placa de identificação da obra da ETE. Figura 1.14 Vista superior do local de implantação. Figura 1.15 Vista posterior do local de implantação. Figura 1.16 Vestígios das obras. Figura 1.17 Materiais das obras. Figura 1.18 Materiais das obras. 341

6 Figura 1.19 Estruturas de apoio das obras. Figura 1.20 Estruturas de apoio das obras. Figura 1.21 Estruturas de apoio das obras. Figura 1.22 Vista interna do local de implantação. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Mercês, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 342

7 Mercês - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 16,10 3,70 19,80 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE (MO)); OP = operacionalidade da(s) ETE; RA= regularização ambiental da(s) ETE; DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE. Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Mercês A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Muito Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 19,80 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que no momento da visita os dados referentes à ETE Mercês (percentual de atendimento a população e características do sistema de tratamento de esgotos) não estavam disponíveis. Ressalta-se que todo esgoto gerado pela população urbana de Mercês é lançado em cursos d água não pertencentes a BHRPG. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 391,82 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) 343

8 o Carga poluidora lançada = 391,82 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Mercês População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total (lança fora da BHRPG) Atual 391, ,82 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Mercês foi classificada como Muito ruim ( IQES Muito Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação é a ausência de tratamento de esgoto, embora este problema seja resolvido ou amenizado com o início de operação da ETE Mercês. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Este problema será resolvido com o início de operação da ETE Mercês (obras). Ainda não há informações a respeito do percentual de atendimento do empreendimento, bem como da tecnologia de tratamento de esgoto. Caso não seja possível atender toda a população com apenas essa ETE, o sistema de tratamento de esgotos deverá ser composto por mais ETEs. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de 344

9 Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo Problema 2: Parcela da população urbana (30%) não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. Diretriz para o problema 2: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugere-se que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 345

10 42. Oratórios 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Oratórios, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município, que não possui distritos, está totalmente inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em abril de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); Interceptores; Fossas negras; ETE em projeto. No município, o tratamento de esgotos é de responsabilidade da prefeitura. O município possui rede coletora de esgotos, que atende 100% da população, porém não é realizado nenhum tratamento. Foi informado que na zona rural, possivelmente, existem fossas negras. Todo o esgoto coletado é direcionado a um único ponto, onde se pretende implantar a ETE, cujo projeto está sendo elaborado. Paralelamente à elaboração do projeto, foi enviado pleito para a Funasa, solicitando fundos para implantação de ETE e abastecimento de água pelo PAC 2, porém ainda não foi contemplado, conforme informado. Foi convocado na Portaria Funasa nº 784 de 7 de junho de 2013, a apresentar projeto de esgotamento sanitário, anteriormente selecionado através da Portaria Funasa nº 192, de 1 de fevereiro de

11 O município de Oratórios não possui PMSB, segundo informado a gestão municipal é nova, estando ainda se organizando. Foi também informado que o município está solicitando pleito através do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piranga para elaboração do PMSB. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que enviou Relatório Técnico à FEAM. Os municípios desse grupo têm o prazo até março de 2017 para implantação de SES, que atenda 80% da população urbana, com eficiência de remoção de carga orgânica de no mínimo 60%, bem como sua regularização ambiental. Segundo os dados do primeiro trimestre de 2013 do ICMS Ecológico, critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, o município não recebe a verba vinculada a esse imposto porque não possui SES regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. Todo o esgoto sanitário da zona urbana do município é lançado in natura no Ribeirão Oratórios no ponto referente às coordenadas geográficas UTM 23K E e N, conforme Figuras 1-1 e 1-2. Figura 1.1 Ponto que recebe esgoto do município de Oratórios (ribeirão Oratórios). Figura 1.2 Vista jusante do Ribeirão Oratórios após ponto de lançamento de esgoto do município. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE em projeto Foi informado que o município possui um projeto de ETE sendo elaborado. Os representantes municipais não souberam dar maiores esclarecimentos sobre o projeto, como vazão de projeto, eficiência de remoção de DBO, qual o sistema de tratamento que será empregado, etc. 347

12 Informaram apenas que o município está aguardando liberação de recursos pela Funasa para execução das obras da estação, que atenderá 100% da população, e que possuem dois possíveis locais para sua implantação. Os locais são referentes aos pontos de coordenadas geográficas UTM 23K E e N (Figura 1.3) e E e N (Figura 1.4). Cabe salientar que ambos os locais se encontram próximos ao ponto onde atualmente é realizado o lançamento do esgoto in natura. Figura 1.3 Local para possível implantação de ETE. Figura 1.4 Outro local para possível implantação de ETE. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Oratórios, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 348

13 Oratórios - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 23,00 26,70 3,70 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Oratórios A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 26,70 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. Ressalta-se que o município apresentou um alto valor de atendimento por coleta, obtendo pontuação máxima para o indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que no momento da visita as informações referentes ao projeto da ETE não estavam disponíveis. Vale lembrar que, como todo o esgoto gerado pela população urbana de Oratórios é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab 349

14 o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 175,01 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 175,01 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Oratórios População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 175, ,01 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Oratórios foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação foi a ausência de tratamento de esgoto. No momento da visita, o projeto de implantação de um sistema de tratamento de esgotamento sanitário do município estava em fase de elaboração. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Este problema poderá ser resolvido com a implantação da ETE, cujo projeto encontrava-se em fase de elaboração. Ainda não há informações a respeito do percentual de atendimento do empreendimento. Caso não seja possível atender toda a população com apenas uma ETE, o sistema de tratamento de esgotos deverá ser composto por mais ETEs. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgoto, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de 350

15 Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 2: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 2: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 351

16 43. Ouro branco 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Ouro Branco, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município está parcialmente inserido na UPGRH DO1, na região da Bacia Hidrográfica do Rio do Carmo, sendo que a sede e os distritos estão localizados na Bacia Hidrográfica do Rio Paraopeba. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em abril de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Fossas negras; Interceptores; Elevatórias; ETE em operação. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município é da COPASA. Segundo informado por representantes da COPASA, 92% dos habitantes da área urbana são atendidos por serviço de coleta e tratamento de esgotos. Parte do restante da população reside em locais de ocupação irregular, sobretudo em áreas de preservação permanente APP, e lança os esgotos clandestinamente na rede pluvial ou fazem o uso de fossas negras. O município possui PMSB abrangendo as quatro áreas do saneamento tanto para área urbana, quanto rural. O PMSB de Ouro Branco, o Plansob, foi elaborado entre início de 2010 e meados de 2011, em parceria com a Fundação de Apoio à Universidade Federal de Viçosa Funarbe, e tornou-se uma referência nacional, principalmente pela expressiva participação popular. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que sua estação de tratamento de esgotos não se encontra regularizada ambientalmente. 352

17 O município está enquadrado no Grupo 5 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Segundo as disposições da DN COPAM nº 96/2006, o município deveria possuir ETE regularizada atendendo, pelo menos, 80% da população urbana. Entretanto, o município não atende a essas deliberações uma vez que sua ETE não possui, conforme informado anteriormente, regularização ambiental, embora atenda 92% de sua população urbana. Pelo fato da ETE possuir capacidade para uma vazão acima de 50 L/s e estar enquadrada na classe 3 da DN COPAM nº 74, de 9 de setembro de 2004, é necessário possuir LO. Conforme informado pela COPASA, já foi dada entrada no processo de licenciamento e alguns dos motivos que dificultaram a obtenção da licença, até então, já foram resolvidos, como por exemplo, a obrigatoriedade de possuir uma área de reserva legal e a aprovação do local por parte da administração do município de Congonhas, uma vez que a ETE está implantada em seu domínio territorial. O esgoto não tratado do município é lançado no Ribeirão Ouro Branco e nos córregos José Machado, Quebra Cangalha e Ferreira, que são afluentes do Ribeirão Ouro Branco. Foram georreferenciados, em coordenadas UTM 23K, os seguintes pontos de lançamento de esgoto in natura: Córrego José Machado (Figura 1.1) E e N, E e N; Ribeirão Ouro Branco (Figura 1.2) E e N; Córrego Quebra Galha E e N; e Córrego Ferreira (Figuras 1-3 e 1-4) E e N, E e N, E e N. Figura 1.1 Lançamento no Córrego José Machado. Figura 1.2 Ribeirão Ouro Branco visivelmente poluído. 353

18 Figura 1.3 Lançamento no Córrego Ferreira. Figura 1.4 Córrego Ferreira bastante poluído pelos esgotos no bairro São Francisco. Conforme informado por representantes da COPASA, há um projeto concluído para a modernização das elevatórias que, segundo eles, sua manutenção é mais dispendiosa que a da própria ETE. O projeto também prevê o aumento do atendimento dos serviços de coleta e tratamento de esgotos para um percentual acima de 95%. 1.3 Estação de Tratamento de Esgotos ETE Ouro Branco (em operação) Processo COPAM 00230/1990/003/2007 A ETE Ouro Branco está localizada na rodovia MG 445, km5, no território do município de Congonhas, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Córrego Gurita nas coordenadas UTM 23K E e N. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar, lagoa anaeróbia e lagoa facultativa (Figura 1.5). São duas lagoas anaeróbias operando em paralelo e duas lagoas facultativas, também paralelamente. Figura 1.5 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Ouro Branco. Fonte: Adaptado de von Sperling,

19 A ETE possui placa de identificação do empreendimento, bem como de restrição de acesso a pessoas não autorizadas, cercamento (Figura 1.6) e paisagismo (Figura 1.7) adequado. Não foram observados RSU dispersos na área da ETE. Haviam operadores devidamente capacitados e uniformizados, utilizando EPI com cartão de vacina em dia, conforme informado. A estação possui casa de apoio, onde há sistema de comunicação, livro de registro de ocorrências e de paralisações, manual operacional das unidades e um laboratório para fazer as análises mais frequentes. As canaletas de drenagem pluvial estavam devidamente limpas e desobstruídas e as tubulações de condução do efluente ao corpo receptor estavam protegidas. Embora relativamente distante e com vegetação abundante, foi possível acessar o ponto de lançamento do efluente no corpo receptor. Na data da visita, o tratamento preliminar (Figuras 1-8 e 1-9) estava em boas condições. O desarenador possui dispositivos para o direcionamento do fluxo dos esgotos e retirada mecânica do material sedimentado. Os resíduos sólidos do tratamento preliminar (Figura 1.10) são dispostos em aterro controlado na própria ETE (Figura 1.17). A medição da vazão (Figura 1.15) é feita somente na saída do efluente tratado (Figura 1.16). O efluente é conduzido por gravidade para as lagoas anaeróbias (Figura 1.13), onde há um sistema que distribui equitativamente o esgoto para cada uma das lagoas (Figura 1.12). Tanto as lagoas anaeróbias quanto as facultativa (Figura 1.11) operavam adequadamente e não foram verificadas vegetação no talude, presença abundante de material sobrenadante ou má impermeabilização. A carga afluente é inferior à capacidade instalada da ETE, que recebe atualmente cerca de 50 L/s e foi projetada para receber uma vazão superior a 100 L.s -1. O tempo de detenção hidráulica TDH, está em torno de 34 dias. Nunca foi feita a retirada do lodo das lagoas e, conforme informado pelos representantes da COPASA, as análises de sólidos sedimentáveis do efluente indicam que ainda levará muitos anos para que isso seja necessário. Foram avistadas capivaras nas lagoas facultativas que são nativas da região. A ETE opera em boas condições apresentando eficiência média de remoção de DBO de 86%. O programa de monitoramento da ETE é realizado regularmente, em que são realizadas as seguintes análises: oxigênio dissolvido do efluente (2 vezes ao dia), sólidos sedimentáveis do afluente e do efluente (1 vez ao dia), ph do efluente (1 vez ao dia), DBO e DQO do afluente e do efluente (1 vez por semana) e vazão do efluente tratado (a cada 2h). A elevada frequência da medição da vazão, de duas em duas horas, se dá em razão da falha no sistema de medição automático. Assim, para se ter uma estimativa da vazão média é necessário fazer a medição 355

20 manual várias vezes ao dia. Segundo informado, deverão comprar um novo sistema de medição automático. A ETE começou a operar em outubro de 2002 e foi implantada com recursos próprios da COPASA e da prefeitura de Ouro Branco. Os recursos para manutenção provêm da tarifação. O percentual de atendimento atual corresponde a 92% da população da população total da sede, o que corresponde a aproximadamente habitantes. A vazão média atual é de aproximadamente 50 L.s -1. A ETE possui licença de operação em análise técnica, cujo número do processo COPAM é 00230/1990/003/2007. Em 2011, o processo havia sido arquivado, mas em meados de 2012 a COPASA solicitou a reabertura do processo, uma vez que averbaram uma reserva legal e as demais informações complementares foram atendidas. Figura 1.6 Entrada da ETE. Figura 1.7 Identificação no interior da ETE. Figura 1.8 Gradeamento. Figura 1.9 Desarenador. 356

21 Figura 1.10 Caçamba para estocagem do material retirado no tratamento preliminar. Figura 1.11 Visão geral das lagoas anaeróbias e facultativas. Figura 1.12 Sistema de distribuição do esgoto para as lagoas anaeróbias. Figura 1.13 Lagoa anaeróbia. Figura 1.14 Lagoa facultativa. Figura 1.15 Vista do local onde se mede a vazão. 357

22 Figura 1.16 Efluente tratado. Figura 1.17 Aterro controlado da ETE. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Ouro Branco, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Bom e por isso representado com a cor verde, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Ouro Branco - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 69,37 21,16 23,00 17,50 6,00 3,90 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Ouro Branco 358

23 A classificação do município de Ouro Branco na faixa Bom do IQES é resultado de seus altos percentuais de coleta (PCD = 92%) e tratamento (PTD = 92%) de esgotos e das boas condições de operacionalidade da ETE (OP = 17,50). Os resíduos sólidos da ETE não são descartados da maneira mais correta (DR = 6), e o empreendimento não possui regularização ambiental. No indicador AA, o município recebeu apenas a pontuação referente ao subindicador MO, uma vez que é realizado o programa monitoramento da ETE. Esses valores são ponderados em relação ao PTD, o que elevou a pontuação do município. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de ampliação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Vale relembrar que como todo o esgoto gerado pela população urbana de Ouro Branco é lançado fora da BHRPG foi apresentada apenas a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 1.706,89 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - ETE Ouro Branco: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,85 = 1.334,78 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 1.706, ,78 = 372,10 kgdbo.d -1 o Redução de 78,20% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Ouro Branco População considerada Total (Lança fora da UPGRH Piranga) Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Atual 1.706, ,78 372,10 78,20% 359

24 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Ouro Branco foi classificada como bom ( IQES Bom ). O principal fator responsável por essa classificação é resultado de seus altos percentuais de coleta, tratamento de esgotos e das boas condições de operacionalidade da ETE. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Fração população urbana (8%) não é atendida pelos serviços de coleta e tratamento de esgoto. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugere-se que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. O esgoto coletado deverá ser direcionado a ETE. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, favor consultar o Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). B- Problemas e diretrizes em relação à estação de tratamento de esgoto: Problema 2: A ETE não está regularizada ambientalmente. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que seja requerida a regularização ambiental para a ETE. Assim a estação de tratamento de esgotos estará apta a operar de acordo com as condições e parâmetros ambientais legalmente vigentes. Para obter as informações sobre o processo de regularização ambiental, favor consultar o site da SEMAD ( 360

25 45. Ouro Preto 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Ouro Preto, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. Na sede do município, a população urbana é de habitantes. Ouro Preto possui 12 distritos: Amarantina, cuja população urbana é de habitantes; Antônio Pereira, com habitantes; Cachoeira do Campo, com habitantes; Engenheiro Correia, com 283; Glaura, com 695; Lavras Novas, com 828 habitantes; Miguel Burnier, com 233; Rodrigo Silva, com 724; Santa Rita de Ouro Preto, com 1.432; Santo Antônio do Leite, com 1.564; Santo Antônio do Salto, com 480 habitantes; e, São Bartolomeu, com 167. O município está parcialmente inserido na UPGRH DO1, correspondendo a 40,86% de sua área territorial, incluindo a sede municipal. Da porção pertencente à UPGRH DO1, a maior parte está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio do Carmo e apenas uma extremidade na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Nas visitas realizadas ao município, em abril de 2012 para elaboração do PITE Piracicaba e em maio de 2013 para elaboração do PITE Piranga, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora de esgoto; Interceptores; Elevatória em obras; Fossas negras e tanques sépticos; Duas ETEs em operação, nos distritos de São Bartolomeu e Antônio Pereira; Uma ETE em obras, na sede; Cinco ETEs em projeto, nos distritos de Antônio Pereira, Lavras Novas, Glaura, Amarantina e Santo Antônio do Leite. Os tanques sépticos individuais se localizam, majoritariamente, no distrito de Lavras Novas, pois são muito utilizados pelas pousadas. No distrito de Glaura, há também um tanque séptico comunitário, mas que atende uma parcela muito pequena da população. 361

26 A prestação do serviço de esgotamento sanitário do município é do Serviço Municipal de Água e Esgoto SEMAE. Conforme informado na visita, o percentual da população urbana atendida por rede coletora de esgotos é de 85% e o percentual da população urbana atendida por tratamento de esgotos é de 2,32%, que representa o tratamento realizado pela ETE São Bartolomeu e pela ETE Samarco, que atendem, respectivamente, 100% da população urbana de São Bartolomeu e 28% da população urbana de Antônio Pereira. Conforme informado na data da visita, o PMSB estava em fase de licitação, sendo a AGB Peixe Vivo Associação Executiva de Apoio à Gestão de Bacias Hidrográficas Peixe Vivo o órgão responsável por este processo. Ouro Preto não recebe ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de esgotos, já que não possui ETE regularizada para atendimento mínimo de 50% da população urbana. O município está enquadrado no Grupo 3 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a essa deliberação, uma vez que já deveria possuir sistema de tratamento de esgotos regularizado para atender, pelo menos, 80% da população urbana. Os esgotos do município são lançados em diversos córregos e ribeirões, pertencentes às bacias hidrográficas do Rio Paraopeba, Rio das Velhas, Rio Piranga e Rio Piracicaba. Conforme levantamento do PITE Rio das Velhas (FEAM, 2011), contribuem na bacia do Rio das Velhas os distritos de Amarantina, Cachoeira do Campo, Engenheiro Correia, Glaura, Rodrigo Silva, Santo Antônio do Leite e São Bartolomeu. Na bacia do Rio Paraopeba, contribui somente o distrito de Miguel Burnier, segundo o PITE Paraopeba (FEAM, 2012). No âmbito da elaboração do PITE Piracicaba (FEAM, 2013), verificou-se que na área urbana do município não há contribuição de esgotos na bacia hidrográfica do Rio Piracicaba. Por fim, na bacia do Rio Piranga contribuem a sede municipal e os distritos de Antônio Pereira, Lavras Novas, Santo Antônio do Salto e Santa Rita de Ouro Preto. Ainda, verificou-se que o distrito de Rodrigo Silva lança parcialmente na bacia do Rio das Velhas e parcialmente na bacia do Rio Piranga. As coordenadas dos principais pontos de lançamento de esgoto da sede e distritos contribuintes na BHRPG são UTM 23K E e N (Córrego Água Suja), E e N (Córrego do Campo), E e N, E e N (Córrego da Água Limpa), 362

27 655403E e N (Córrego da Água Limpa), E e N (Córrego dos Contos), E e N (Córrego dos Contos), E e N (Córrego Caquende), E e N (Córrego Caquende), E e N (Córrego Caquende), E e N (Ribeirão Funil), E e N (Córrego Sobreiro), E e N (Córrego Sobreiro), E e N (Córrego Taquaral), E e N (Córrego Piedade), E e N (Córrego), E e N (Ribeirão Funil), E e N (Córrego do Pocinho), E e N (Ribeirão Funil), E e N (córrego "sem nome"), E N (córrego Varjada), E e N (córrego Varjada), E e N (córrego da Praia), E N (córrego Brocotó), E e N (córrego Brocotó), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (Córrego do Engenho), E e N (Córrego do Engenho), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (Córrego Bento), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (Córrego Cuiabá), E e N (córrego "sem nome"), E e N (Rio Maynart). Nas Figuras 1-1 a 1-26 são mostradas algumas imagens dos pontos de lançamento de esgoto bruto ou de suas proximidades registrados durante as visitas. Figura 1.1 Lançamento no Córrego Água Suja (Antônio Pereira). Figura 1.2 Tubulação que conduz a maior parte dos esgotos de Lavras Novas para o Córrego do Campo. 363

28 Figura 1.3 Lançamento difuso no Córrego Caquende - sede. Figura 1.4 Lançamento pontual no Córrego Água Limpa, a montante - sede. Figura 1.5 Lançamento difuso no Córrego dos Contos, a montante - sede. Figura 1.6 Lançamento difuso no Córrego da Água Limpa, a jusante - sede. Figura 1.7 Lançamento pontual no Córrego Caquende - sede. Figura 1.8 Lançamento difuso e pontual no Córrego dos Contos, a jusante. Assinalada a presença de interceptores - sede. 364

29 Figura 1.9 Lançamento difuso próximo à confluência do Córrego Caquende com o Ribeirão Funil - sede. Figura 1.10 Lançamento pontual pelo interceptor no Ribeirão Funil, próximo ao Córrego Sobreiro - sede. Figura 1.11 Lançamentos difuso e pontual (mistura com água pluvial) no Córrego Sobreiro - sede. Figura 1.12 Lançamento difuso na cabeceira do Córrego Sobreiro - sede. Figura 1.13 Lançamento pontual dos esgotos do Pocinho e Sra. do Carmo. Redes de água pluvial e de esgoto (assinalada) - sede. Figura 1.14 Local de confluência do Córrego que recebe os esgotos do Pocinho e Sra. do Carmo (à esquerda) com o Córrego que recebe os esgotos do Jardim Itacolomi e Lagoa (à direita) - sede. 365

30 Figura 1.15 Lançamento pontual dos esgotos da Vila dos Engenheiros e Bauxita no Córrego da Varjada (sede). Figura 1.16 Lançamentos difusos no Córrego da Varjada em Saramenha (sede). Figura 1.17 Córrego da praia após receber os esgotos (Rodrigo Silva). Figura 1.18 Esgoto seguindo a céu aberto em direção ao Córrego Brocotó pelo fato de a tubulação estar rompida (Rodrigo Silva). Figura 1.19 Lançamento difuso no Córrego Cuiabá (Santa Rita de Ouro Preto). Figura 1.20 Lançamento pontual no Córrego do Engenho (Santa Rita de Ouro Preto). 366

31 Figura 1.21 Lançamentos pontual e difuso no Córrego Cuiabá (Santa Rita de Ouro Preto). Figura 1.22 Ponto de lançamento onde o esgoto segue a céu aberto em direção ao Córrego Cuiabá (Santa Rita de Ouro Preto). Figura 1.23 Lançamento pontual no Córrego Cuiabá (Santa Rita de Ouro Preto). Figura 1.24 Lançamento no Córrego Bento (Santa Rita de Ouro Preto). Figura 1.25 Mais um lançamento pontual no Córrego Bento (Santa Rita de Ouro Preto). Figura 1.26 Lançamento no solo, a aproximadamente 500m do Rio Maynart (Santo Antônio do Salto). 367

32 Conforme levantado nas visitas, há alguns projetos concluídos ou em andamento de SES para a sede e parte dos distritos. Atualmente, somente o distrito de São Bartolomeu possui ETE em operação que atende a toda a área urbana do mesmo. No distrito de Antônio Pereira, existe uma ETE em operação que atende apenas a Vila Residencial Antônio Pereira, com cerca de 1250 habitantes, mas já foi concluído o projeto básico e executivo para atendimento de toda a população urbana do distrito, o qual prevê o prolongamento do interceptor existente, que irá se conectar a uma estação elevatória para transpor o esgoto até uma ETE a ser instalada em substituição à existente. Na sede municipal, o projeto existente para o sistema de tratamento de esgotos está sendo revisado pelo SEMAE e as obras, que se iniciaram em 2010, estão paralisadas. Para o distrito de Lavras Novas, existe um projeto básico e executivo elaborado e, segundo o SEMAE, deverá ser contratada uma empresa para revisá-lo. Para os distritos de Glaura, Amarantina e Santo Antônio do Leite, foram elaborados os projetos básicos e, conforme informado por representantes do SEMAE, foi aprovado um repasse de recurso pelo Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais FHIDRO 6, para elaboração dos respectivos projetos executivos e também para a elaboração do projeto para Cachoeira do Campo. A proposta deu entrada na Secretaria Executiva do Fhidro Sefhidro, em 2010 com o projeto nº 286, e foi aprovada pelo grupo coordenador do FHIDRO, conforme pôde ser verificado no histórico de projetos do FHIDRO, atualizado em 15 de janeiro de 2013 e disponibilizado no site do Instituto Mineiro de Gestão das Águas IGAM. Entretanto os projetos estão paralisados, pois até então houve repasse do recurso pelo Estado. Em Rodrigo Silva, foi informado que na virada dos anos 2012/2013 o distrito recebeu a visita de técnicos da COPASA para levantamento topográfico do projeto de SES, que deverá ser elaborado no âmbito do programa de parceria entre a SEDRU e a COPASA. Por fim, para os distritos de Engenheiro Correia, Miguel Burnier, Santa Rita de Ouro Preto e Santo Antônio do Salto ainda não há projetos em andamento. 6 O Fundo de Recuperação, Proteção e Desenvolvimento Sustentável das Bacias Hidrográficas do Estado de Minas Gerais Fhidro, tem por objetivo dar suporte financeiro a programas e projetos que promovam a racionalização do uso e a melhoria dos recursos hídricos, quanto aos aspectos qualitativos e quantitativos, inclusive os ligados à prevenção de inundações e o controle da erosão do solo, em consonância com as Leis Federais 6.938/1981 e 9.433/1997, e com a Lei Estadual /1999. Fonte: 368

33 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE São Bartolomeu Em operação Processo COPAM: 16992/2009/001/2009 A ETE São Bartolomeu está localizada no distrito de São Bartolomeu, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente da estação é lançado no Rio das Velhas (Figura 1.37), nas coordenadas UTM 23K E e N. A tecnologia de tratamento de esgoto adotada nessa estação é composta por tratamento preliminar, constituído por gradeamento (Figura 1.30), desarenador (Figura 1.31) e calha Parshall, um reator UASB (Figuras 1-33 e 1-34) e um filtro anaeróbio (Figura 1.35). O lodo é disposto em dois leitos de secagem. A Figura 1.27 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE São Bartolomeu. Figura 1.27 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE São Bartolomeu. Fonte: Adaptado de von Sperling, Na entrada da ETE, há uma placa de identificação (Figura 1.39) e esta se encontra devidamente cercada (Figuras 1-28 e 1-29). Em seu interior há uma unidade de apoio, integrada com instalações sanitárias, de uso do operador. De 2012 para 2013 foram executadas melhorias na estação, em que o operador recebeu treinamento e passou-se a medir a vazão afluente, que é em torno de 1 L.s -1. O operador usa regularmente EPI e, conforme informado, possui manual operacional e livro de registro de ocorrências e paralisações atualizado. Foi observado que a escada utilizada para se alcançar o topo do reator UASB não possui guarda-corpo, representando risco de acidente para o operador. A respeito da operação da ETE, a limpeza da grade é feita a cada 15 dias e a limpeza dos leitos de secagem, de seis em seis meses, assim como a retirada do lodo do reator UASB. A periodicidade 369

34 de descarte foi determinada juntamente com profissionais da COPASA e o espaço de tempo realizado entre um descarte e outro em parte se deve ao fato de que a ETE está operando com uma vazão bem abaixo da sua capacidade máxima. O lodo proveniente do reator UASB, depois de desidratado nos leitos de secagem, é disposto em valas na própria área da ETE (Figura 1.38), assim como o material gradeado. De acordo com informações, a ETE tem eficiência aproximada de 85% de remoção de DBO. A ETE foi projetada para atender 100% da população urbana do distrito de São Bartolomeu, o que atualmente equivale a aproximadamente 167 habitantes. Conforme informado, o programa de monitoramento do efluente da estação é realizado regularmente. Os parâmetros monitorados, bimestralmente, são: condutividade elétrica efluente, DBO afluente e efluente, DQO afluente e efluente, E Coli efluente, ph efluente, sólidos sedimentáveis afluente e efluente, vazão média mensal afluente e efluente. Os parâmetros analisados com frequência semestral são: cloreto total efluente, fósforo total efluente, nitrato efluente, nitrogênio amoniacal total efluente, óleos e graxas efluente e substâncias tenso ativas ATA, efluente. O teste de toxicidade aguda do efluente é realizado anualmente. Segundo pesquisa realizada no SIAM em março de 2013, a ETE São Bartolomeu possui AAF válida até novembro de 2013 (Nº Processo COPAM 16992/2009/001/2009). Não foi identificada, dentro da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba BHRPI, estação de amostragem do Projeto Águas de Minas 7 localizada a jusante do ponto de lançamento da ETE São Bartolomeu. 7 O Projeto Águas de Minas é responsável pelo monitoramento da qualidade das águas superficiais e subterrâneas de Minas Gerais. Em execução desde 1997, o programa disponibiliza uma série histórica da qualidade das águas no Estado e gera dados indispensáveis ao gerenciamento correto dos recursos hídricos. Fonte: 370

35 Figura 1.28 Vista geral da ETE São Bartolomeu. Figura 1.29 Presença de cercamento e portão de acesso. Figura 1.30 Gradeamento. Figura 1.31 Desarenador e elevatória. Figura 1.32 Casa de apoio. Figura 1.33 Vista do reator UASB e filtro anaeróbio. 371

36 Figura 1.34 Escada do reator UASB. Figura 1.35 Vista superior do filtro anaeróbio. Figura 1.36 Descarte do lodo no leito de secagem. Figura 1.37 Lançamento do efluente no Rio das Velhas. Figura 1.38 Vala para disposição de resíduos na área da ETE. Figura 1.39 Placa de identificação ETE Ouro Preto Em obras Processo COPAM: 10932/2006/001/2008 A ETE Ouro Preto, que se encontrava em obras (Figura 1.44) na data da visita, está localizada na sede do município, numa região popularmente conhecida como Osso de Boi ou Antigo Matadouro, 372

37 no bairro Pocinho. O acesso é feito pela BR-356, na altura do quilômetro 101. A estação está localizada nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.43) e sua implantação teve início em maio de 2010 e não há previsão para conclusão. Segundo informado, as obras foram interrompidas, porque a empresa responsável pela sua execução não renovou o contrato firmado entre as partes. Com a desistência da empresa há necessidade de reprogramar todo o contrato de repasse com a CEF para a liberação de uma nova licitação. Segundo informado, o projeto da ETE e da rede coletora está sendo revisado pelo SEMAE. A ETE Ouro Preto (Figura 1.41) terá um sistema de tratamento de esgoto composto por tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento, desarenador e calha Parshall, oito reatores UASB (Figura 1.42), dois filtros biológicos percoladores e dois decantadores secundários. Além disso, a ETE irá contar com um tratamento terciário de radiação UV. A disposição do lodo proveniente dos reatores UASB será realizada através de um sistema tubular geotêxtil, sendo que o percolado será retornado ao processo de tratamento. Haverá também a recirculação do lodo dos decantadores para os reatores UASB e a recirculação do efluente dos decantadores ao sistema de tratamento. A Figura 1.40 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento que será adotado na ETE Ouro Preto. Sistema Tubular Geotêxtil Figura 1.40 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Ouro Preto. Fonte: Adaptado de von Sperling, O material gradeado, a areia e o lodo serão encaminhados para o aterro controlado do município. O efluente tratado da ETE Ouro Preto será lançado no Ribeirão Funil, afluente do Rio Piranga. A ETE Ouro Preto foi dimensionada para atender habitantes em início de plano, em 2008, e habitantes em final de plano, em 2027, correspondentes às vazões médias de 48,05 L/s e 96,89L/s e percentual de atendimento de 60% e 95%, respectivamente. Segundo pesquisa realizada no SIAM em março de 2013, a ETE Ouro Preto possuía LP e LI, vencida em setembro de 2010 (Número do processo COPAM: 10932/2006/001/2008). 373

38 Figura 1.41 Vista geral do reator UASB da ETE Ouro Preto. Figura 1.42 Reator UASB em obras. Figura 1.43 Vista geral da área destinada para continuação das obras da ETE. Figura 1.44 Placa de identificação das obras da ETE Ouro Preto ETE Samarco Em operação A ETE Samarco, cujo acesso é feito pela Rodovia Samarco, está localizada no distrito de Antônio Pereira, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente da estação é lançado no Córrego Água Suja, que deságua no Rio Gualaxo do Norte O sistema de tratamento de esgoto adotado é constituído por lagoa facultativa, conforme fluxograma da Figura

39 Figura 1.45 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Samarco. Fonte: Adaptado de von Sperling, A ETE Samarco (Figura 1.46) estava devidamente cercada, mas não havia placa de identificação. Verificou-se que a estação apresentava condições, aparentemente, insatisfatórias de operação. Não há tratamento preliminar e pôde ser visualizado assoreamento na lagoa (Figura 1.47). Segundo informado, o lodo nunca foi removido e a eficiência de remoção de DBO é de apenas 50%. Por outro lado, não foram observadas presença de material sobrenadante ou floração de algas na superfície da lagoa. A manutenção é feita por um operador treinado do SEMAE responsável por todo o sistema de água e esgoto do distrito de Antônio Pereira. No momento da visita, não foi possível averiguar com precisão as condições operacionais da lagoa porque o operador não se encontrava no momento. E devido ao excesso de vegetação, não foi possível ter acesso ao local de lançamento do efluente tratado. Foi observada a presença de jacarés na lagoa facultativa. A ETE atende apenas à população da Vila Samarco, também conhecida como Vila Residencial Antônio Pereira, construída para abrigar funcionários e operários da mineradora Samarco. Segundo informado, a vila abriga entre e habitantes. Segundo pesquisa realizada no SIAM em março de 2013, a ETE Samarco não possui regularização ambiental. Não foi identificada, dentro da BHRPI, estação de amostragem do projeto Águas de Minas localizada a jusante do ponto de lançamento da ETE Samarco. 375

40 Figura 1.46 Vista geral da ETE Samarco. Figura 1.47 Assoreamento na lagoa facultativa ETE Antonio Pereira Em projeto Processo COPAM: 21115/2010/001/2010 A ETE Antônio Pereira irá substituir a atual ETE Samarco, portanto, a área destinada à implantação da estação está localizada no mesmo local onde está instalada a ETE Samarco, nas coordenadas UTM 23K E e N. O sistema de tratamento de esgoto adotado na ETE Antônio Pereira será composto por tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento, desarenador e calha Parshall, e um sistema de lodos ativados. Além disso, a ETE contará com um tratamento terciário, através de radiação UV e o sistema de desidratação de lodo será feito através de centrífuga e adensador (Figura 1.48). O projeto da estação prevê o atendimento de 100% da população do distrito de Antônio Pereira em início (2010) e final de plano (2030), inclusive da Vila Samarco, correspondendo a vazões de 5 e 8 L.s -1, respectivamente. É prevista uma eficiência de remoção de DBO de 99%. O corpo de água receptor do efluente da ETE será o Córrego Água Suja, afluente do Rio Gualaxo do Norte. 376

41 Figura 1.48 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Antônio Pereira. Fonte: Adaptado de von Sperling, Até a data da visita, conforme informado, o SEMAE possuía a posse provisória da área da estação e o financiamento para a implantação da ETE Antônio Pereira já havia sido aprovado pelo PAC 2, mas encontrava-se ainda em trâmite na CEF, para a liberação do recurso. Em pesquisa realizada no SIAM em março de 2013, a ETE Antônio Pereira possui AAF válida até dezembro de 2014 (Número do processo COPAM: 21115/2010/001/2010) ETE Lavras Novas Projeto A ETE Lavras Novas, que se encontrava em fase de projeto na data da visita, possui área destinada para implantação localizada nas coordenadas UTM 23K E e N, (Figuras 1-50 e 1-51), e, segundo informado, o efluente da estação será lançado no Córrego Seca Fumo. O sistema de tratamento de esgoto, previsto no projeto, será composto por tratamento preliminar, caracterizado por gradeamento, desarenador e medidor de vazão, seguido de um reator UASB, dois filtros biológicos percoladores, dois decantadores secundários com póstratamento com desinfecção por radiação UV e dois leitos de secagem do lodo proveniente do reator e dos decantadores. O fluxograma da ETE pode ser visualizado na Figura

42 Figura 1.49 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Lavras Novas. Fonte: Adaptado de von Sperling, O projeto prevê a implantação de uma estação elevatória de recirculação do esgoto tratado. A eficiência de remoção de DBO desse tipo de sistema de tratamento, segundo von Sperling (2005), varia de 80 a 93%. Os recursos para a implantação da ETE foram concedidos pelo governo federal, através do PAC 1, porém o recurso não foi liberado, porque não conseguiu comprovar arrecadação, uma vez que não faz a cobrança pelo uso da água. Segundo informado pelos representantes da prefeitura, o projeto sofreu resistência do órgão responsável pela administração do Parque Estadual do Pico do Itacolomi, que solicitou a realocação da área da ETE, já que a estação poderia provocar odores e impactos visuais. Na data da visita, o distrito de Lavras Novas era dotado de rede coletora, que atendia apenas à rua principal, e tanques sépticos que são a alternativa mais utilizada pelas pousadas. Parte do esgoto gerado no distrito é lançada na represa Custódio e a outra na Bacia Hidrográfica do Rio Mainart. Segundo pesquisa realizada no SIAM em março de 2013, não havia registro de processo administrativo de requerimento de regularização ambiental para a ETE Lavras Novas. Figura 1.50 Área destinada à implantação da ETE Lavras Novas. Figura 1.51 Área destinada à implantação da ETE Lavras Novas. 378

43 1.3.6 ETE Glaura Projeto A ETE do distrito de Glaura deverá ser implantada nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente da estação será lançado no Córrego da Casa Branca ou no Córrego Carlos Leite, segundo informado. O sistema de tratamento de esgoto, previsto no projeto básico, será composto pela tecnologia de reator UASB seguido por filtro anaeróbio. Prevê-se uma eficiência de remoção de DBO de 75% e atendimento de 100% da população do distrito, conforme repassado pelo SEMAE. O projeto está paralisado, pois aguardam a liberação dos recursos do FHIDRO para a elaboração do projeto executivo. Ainda não foi dada entrada no processo de regularização ETE Amarantina Projeto A ETE do distrito de Amarantina deverá ser implantada nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente da estação deverá ser lançado no Rio Maracujá. O sistema de tratamento de esgoto, previsto no projeto básico, será composto pela tecnologia de reator UASB seguido por filtro anaeróbio. Prevê-se uma eficiência de remoção de DBO de 85% e atendimento de aproximadamente habitantes para final de plano, conforme repassado pelo SEMAE. O projeto está paralisado, pois aguardam a liberação dos recursos do FHIDRO para a elaboração do projeto executivo. Ainda não foi dada entrada no processo de regularização ETE Santo Antônio do Leite Projeto A ETE do distrito de Santo Antônio do Leite deverá ser implantada nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente da estação deverá ser lançado no Córrego da Prata ou no Córrego do Gouveia, conforme informado. O sistema de tratamento de esgoto, previsto no projeto básico, será composto pela tecnologia de reator UASB seguido por filtro anaeróbio. 379

44 Prevê-se uma eficiência de remoção de DBO de 85% e atendimento de aproximadamente habitantes em final de plano, conforme repassado pelo SEMAE. O projeto está paralisado, pois aguardam a liberação dos recursos do FHIDRO para a elaboração do projeto executivo. Ainda não foi dada entrada no processo de regularização. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Ouro Preto, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Ouro Preto - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 18,28 0,58 9,33 8,02 10,62 19,31 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Ouro Preto 380

45 O baixo percentual de tratamento de esgotos foi o principal fator responsável pela classificação Muito ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR foram ponderados pelo percentual de tratamento de esgotos declarado (PTD) no cálculo final do índice. Os valores do PT e OP foram calculados a partir das duas ETE que operam no município. Apenas uma delas possui regularização ambiental e realiza o descarte adequado de seus resíduos. No indicador AA, o município não satisfez a nenhum dos subindicadores, já que não atende a DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, não recebe ICMS Ecológico pelo tratamento de esgotos e o monitoramento ambiental não é realizado em suas ETEs. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município, e posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação da ETE Ouro Preto (obras) na sede e da ETE Antônio Pereira (projeto). Há ainda um projeto para o distrito de Lavras Novas, que ainda deverá passar por revisão, portanto ele não foi considerado no cenário hipotético, já que não há previsão de instalação. Como o município está parcialmente inserido na área da bacia, os dados foram apresentados considerando toda a população urbana e, em seguida, apenas a parcela que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPG, que representa cerca de 78,2% da população total. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 3.300,48 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: o - ETE Samarco: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,85 = 57,60 kgdbo.d -1 o - ETE São Bartolomeu: 167 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 7,85 kgdbo.d -1 o Total da carga removida = 65,45 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 3.300,48-65,45 = 3.235,03 kgdbo.d -1 o Redução de 1,98% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Antônio Pereira e Ouro Preto estivessem em operação atualmente: 381

46 o Carga poluidora removida: - ETE Antônio Pereira: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,99 = 385,34 kgdbo.d -1 - ETE Sede Ouro Preto: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,93 = 2.019,55 kgdbo.d -1 Total da carga removida = 2.412,73 kgdbo.d -1 Obs.: a ETE Samarco será substituída pela ETE Antônio Pereira, portanto no cenário hipotético desconsiderou-se a remoção realizada pela ETE Samarco. o Carga poluidora que seria lançada = 3.300, ,73 = 887,75 kgdbo.d -1 o Redução de 73,10% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual Avaliação para a parcela da população urbana que lança esgotos na BHRPG Cenário atual o População urbana atual que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPG: - Sede: hab - Distrito de Antônio Pereira: hab - Distrito de Lavras Novas: 828 hab - Distrito de Rodrigo Silva: 362 hab (cerca de metade do distrito) - Distrito de Santa Rita de Ouro Preto: hab - Distrito de Santo Antônio do Salto: 480 hab - Total: hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 2.580,93 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - ETE Samarco: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,99 = 57,60 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada na BHRMP = 2.580,93 57,60 = 2.523,33 kgdbo.d -1 o Redução de 2,23% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Antônio Pereira e Ouro Preto estivessem em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Antônio Pereira: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,99 = 385,34 kgdbo.d -1 - ETE Sede Ouro Preto: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,93 382

47 = 2.019,55 kgdbo.d -1 Total da carga removida: 2.404,89 kgdbo.d -1 Obs.: a ETE Samarco será substituída pela ETE Antônio Pereira, portanto no cenário hipotético desconsiderou-se a remoção realizada pela ETE Samarco. o Carga poluidora que seria lançada = 2.580, ,89 = 176,04 kgdbo.d -1 o Redução de 93,18% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Ouro Preto População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Contribuinte Atual 3.300,483 65, ,03 1,98% Hipotético 3.300, ,73 887,75 73,10% Atual 2.580,93 57, ,33 2,23% Hipotético 2.580, ,89 176,04 93,18% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Ouro Preto foi classificada como muito ruim ( IQES Muito Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação é o baixo percentual de tratamento de esgoto. O tratamento de esgotos é realizado pelas ETE São Bartolomeu e ETE Samarco, que atendem, respectivamente, a população urbana dos distritos de São Bartolomeu (100%) e Antônio Pereira (28%). Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: A grande maioria da população urbana (97,68%) não é atendida por tratamento de esgoto. 383

48 Diretriz para o problema 1: Este problema poderá ser amenizado com a implantação de ETEs na sede (ETE Ouro Preto, obras) e nos distritos de Antônio Pereira, Lavras Novas, Santo Antônio do Leite, Arantina e Glaura que estão em fase de projeto. Não obstante, ainda não existem perspectivas de implantação de sistemas de tratamento de esgotos nos demais distritos urbanos. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. Problema 2: Uma parcela da população urbana total, equivalente a 15%, não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água e em fossas negras. Diretriz para o problema 2: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugere-se que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza 384

49 urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas e diretrizes em relação às estações de tratamento de esgotos: Problema 4: As seguintes inconformidades foram identificadas nas ETEs do município: ETE São Bartolomeu: Ausência de guarda corpo na escada de acesso ao reator UASB. ETE Samarco: Ausência de tratamento preliminar, assoreamento e excesso de lodo na lagoa facultativa, excesso de vegetação na área da ETE, presença de animais na lagoa facultativa. Diretriz para o problema 4: ETE São Bartolomeu: Sugere-se que seja instalado o guarda corpo na escada de acesso ao reator UASB, contribuindo para a segurança dos operadores e gestores da ETE. ETE Samarco: A série de inconformidades registradas compromete a qualidade do processo de tratamento de esgotos nesta ETE. No entanto, não se recomenda a realização de grandes investimentos. Os esforços devem ser concentrados na implantação do novo sistema de tratamento de esgotos projetado para o distrito de Antônio Pereira, cuja estação de tratamento de esgoto deve ser implantada no mesmo local da ETE Samarco. 385

50 46. Paula Cândido 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Paula Cândido, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui um único distrito, Airões, com população urbana de 675 habitantes. O município está totalmente inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Uma ETE fora de operação, no distrito de Airões. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município e no distrito é da prefeitura. Segundo informado por representantes da prefeitura, 80% da população da sede e distrito é atendida por rede coletora, entretanto, não há tratamento de esgotos. O município declarou não possuir PMSB, mas tem conhecimento de sua importância e abrangência. Conforme informado, o município enviou termo de manifestação de interesse para pleitear recursos via IBIO AGB Doce, em consonância com o Edital de Chamamento Público nº 002/2013 da Unidade de Gestão de Recursos Hídricos Piranga UGRH1 para o custeio de todo o processo de elaboração do PMSB e elaboração de projeto de serviços de esgotamento sanitário da sede municipal. Paula Cândido não recebe ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de esgotos, já que não possui ETE regularizada para atendimento mínimo de 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o 386

51 prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Os serviços de esgotamento sanitário do município não são tarifados. Sobre as dificuldades gerais para a universalização dos serviços de esgotamento sanitário, foram apontadas a adequação e modernização do sistema de rede coletora (redes mistas e antigas) e a falta de recursos. Foram georreferenciados pontos de lançamento de esgoto in natura no Rio Turvo Limpo na sede e córregos sem nome na sede e no distrito. Os principais pontos localizam-se nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1), E e N (Figura 1.2), E e N (Figura 1.3) e E e N (Figura 1.4). Figura 1.1 Lançamento in natura no Rio Turvo Limpo sede. Figura 1.2 Lançamento in natura no Rio Turvo Limpo - sede. Figura 1.3 Lançamento in natura no Córrego sem nome, afluente do Rio Turvo Limpo - sede. Figura 1.4 Lançamento in natura no Córrego sem nome, distrito de Airões. 387

52 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Airões (fora de operação) A ETE Airões está localizada no distrito de Airões nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado era lançado no Rio Santo Antônio (Figuras 1-6 e 1-7). Não foi possível definir precisamente o sistema de tratamento de esgoto, pois a área encontrava-se encoberta por vegetação (Figura 1.8). Pela descrição dos moradores, provavelmente, era composto por tratamento preliminar, tanque séptico, filtro anaeróbio e leito de secagem (Figura 1.5). Figura 1.5 Fluxograma do possível sistema de tratamento da ETE Airões. Fonte: Adaptado de von Sperling, Conforme informado na data da visita, a ETE está fora de operação há 15 anos por descaso administrativo e há intenção em reativá-la. A ETE atendia a 80% da população do distrito, equivalente a 540 habitantes. Não foram encontrados documentos referentes ao projeto e monitoramento da ETE. 388

53 Figura 1.6 Lançamento in natura da ETE Airões. Figura 1.7 Lançamento in natura da ETE Airões no Rio Santo Antônio. Figura 1.8 Sistema de tratamento encoberto pela vegetação. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Paula Cândido, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 389

54 Paula Cândido - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 18,40 3,70 22,10 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Paula Cândido A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 22,10 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de operação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Vale lembrar que, como todo o esgoto gerado pela população urbana de Paula Cândido é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 266,54 kgdbo.d

55 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 266,54 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Paula Cândido População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 266,54 0,00 266,54 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Paula Cândido foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação foi a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Sugere-se que a Prefeitura de Paula Cândido busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos do governo federal para repasses de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Problema 2: Uma parcela da população urbana da sede (20%) e do distrito de Airões (20%), não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. 391

56 Diretriz para o problema 2: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 392

57 48. Pedra Bonita 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Pedra Bonita, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo na área urbana e na área rural. Não há distritos e o município está parcialmente inserido na UPGRH DO1, correspondendo a 48,95% da área territorial na Bacia Hidrográfica do Rio Matipó. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a área urbana do município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Elevatória; Uma ETE fora de operação (temporariamente). A prestação do serviço de esgotamento sanitário do município é da prefeitura. Foi informado que o percentual da população urbana atendida por rede coletora é de aproximadamente 100%. No momento da visita, o percentual de tratamento era nulo, mas vale ressaltar que a ETE, que atendia aproximadamente 60% da população urbana, estava fora de operação há cerca de um mês devido à instalação de uma elevatória adicional. Pedra Bonita ainda não possui PMSB, mas este deve ser elaborado por meio de financiamento da IBIO AGB Doce, conforme Edital de Chamamento Público nº 02/2013 UGRH1. Em relação ao primeiro trimestre de 2013, o município recebeu a parcela do ICMS Ecológico critério Saneamento, subcritério Tratamento de Esgotos, uma vez que possuía sistema de tratamento de esgotos regularizado atendendo mais de 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa 393

58 deliberação, uma vez que já enviou o Relatório Técnico à FEAM e possui o prazo até o ano de 2017 para atingir o percentual de tratamento de pelo menos 80% da população urbana. No momento da visita, todo o esgoto da cidade era lançado in natura em um único ponto, no Rio Baratinha (Figura 1.1), nas coordenadas UTM 23K E e N. Bem próximo a este local, adjacente à ETE, era lançado o esgoto tratado de 60% da população. Quando a instalação da elevatória adicional for concluída, será lançado o esgoto tratado de 100% da população. Figura 1.1 Lançamento no Rio Baratinha. 1.3 Estação de Tratamento de Esgotos ETE Pedra Bonita temporariamente fora de operação. Processo COPAM nº: 06716/2009/001/2009 A ETE está localizada na rua Agenor Bibiano do Carmo, nas coordenadas UTM 23K E e N. O esgoto era lançado no Rio Baratinha, nas coordenadas UTM 23K E e N. Segundo informado, a ETE foi instalada há cerca de 12 anos, por meio do Programa de Ação Social em Saneamento 8 PASS. Em maio de 2013, foi desativada em razão da necessidade de instalação de uma elevatória adicional devido ao aumento da vazão afluente como resultado da ampliação da coleta de esgotos, que passou de 60% para 100%. Logo, foi 8 Programa de Ação Social em Saneamento (PASS/BID) visa universalizar os serviços de abastecimento de água e de esgotamento sanitário nas áreas urbanas de maior concentração de pobreza, melhorando o quadro de saúde da população e as condições ambientais nas localidades beneficiadas. Por se tratar de uma política tipicamente compensatória, o PASS/BID restringe sua atuação aos municípios de pequeno e médio porte com maiores déficits de cobertura desses serviços. Neste sentido, atua nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste, no Estado do Espírito Santo e no norte do Estado de Minas Gerais, localidades reconhecidas como as de menor renda - com IDH abaixo da média nacional - e maior déficit em saneamento básico. Fonte: 394

59 necessário desligar a elevatória existente para não sobrecarregá-la. Na data da visita, foi repassado que a instalação da elevatória adicional estava em vias de execução e as obras para ampliação do sistema de coleta e tratamento estavam sendo feitas com recursos do PAC1 por meio da Funasa. A ETE é constituída por tratamento preliminar, reator UASB, filtro anaeróbio e leito de secagem. A estação conta com uma casa de apoio. Na visita, observou-se que havia um queimador de gases, mas seu sistema completo ainda não havia sido totalmente instalado e ainda estão em processo de avaliação se será colocado em funcionamento, conforme ilustrado de Figura 1.3 a A Figura 1.2 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE. Figura 1.2 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE de Pedra Bonita. Fonte: Adaptado de von Sperling, O responsável pela operação da ETE informou que não era feita a medição da vazão, mas pelos dados do consumo de água, a vazão seria em torno de 12 L.s -1, considerando um coeficiente de retorno de 80%. Em consulta realizada no SIAM em março de 2013, verificou-se que a ETE possuía AAF válida até 04/05/2013 (Processo COPAM nº: 06716/2009/001/2009). 395

60 1 2 Figura 1.3 Vista da ETE. Figura 1.4 Vista dos reatores. 1: UASB, 2: Filtro anaeróbio. Figura 1.5 Tratamento preliminar. Figura 1.6 Calha Parshall. Figura 1.7 Escada de acesso ao topo do reator UASB. Figura 1.8 Filtro anaeróbio. 396

61 Figura 1.9 Leitos de secagem. Figura 1.10 Casa de apoio e queimador inoperante. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Pedra Bonita, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Pedra Bonita - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 23,00 26,70 3,70 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE (MO)); OP = operacionalidade da(s) ETE; RA= regularização ambiental da(s) ETE; DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE. Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Pedra Bonita 397

62 A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 26,70 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. Ressalta-se que o município apresentou um alto valor de atendimento por coleta, obtendo pontuação máxima para o indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado cenário atual e, posteriormente, o cenário hipotético considerando a reativação da ETE Pedra Bonita (fora de operação), que está passando por reformas para ampliação do atendimento. O município está totalmente inserido na BHRPG, portanto apresentou-se a avaliação para a população urbana total. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 97,58 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 97,58 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Pedra Bonita estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Pedra Bonita: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 84,89 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 97,58 84,89 = 12,69 kgdbo.d -1 o Redução de 87% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. 398

63 Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Pedra Bonita População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 97, ,58 0% Hipotético 97,58 84,89 12,69 87% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Pedra Bonita foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação é o baixo percentual de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Este problema será resolvido com a reativação da ETE Pedra Bonita. No momento da visita, obras estavam sendo realizadas na estação de tratamento de esgotos visando universalizar o atendimento para toda a população urbana. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 2: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 2: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de 399

64 saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 400

65 49. Pedra do Anta 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Pedra do Anta, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município está totalmente inserido na UPGRH DO1, na Bacia Hidrográfica do Rio Casca. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em abril de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); Interceptores. No município, o tratamento de esgotos é de responsabilidade da prefeitura, que realiza a coleta de 100% do esgoto sanitário, o que corresponde a cerca de 900 residências. Não é realizado nenhum tipo de tratamento. Todo o esgoto coletado é lançado em um único local, no ponto de coordenadas geográficas UTM 23K E e N, conforme Figuras 1-1 e 1-2. O esgoto é lançado no Córrego Pedra do Anta, que é afluente do Rio Casca. Figura 1.1 Local onde passa o Córrego Pedra do Anta, que recebe o esgoto do município. Figura 1.2 Ponto que recebe esgotos do município de Pedra do Anta. 401

66 O município de Pedra do Anta não possui PMSB, segundo informado, a gestão municipal é nova, estando ainda se organizando. Pedra do Anta não recebe ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, já que não possui ETE regularizada para atendimento mínimo de 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação uma vez que enviou Relatório Técnico à FEAM. Os municípios desse grupo possuem prazo até março de 2017 para implantação de SES, que atenda 80% da população urbana, com eficiência mínima de 60% de remoção de carga orgânica, bem como sua regularização ambiental. O município não possui projeto de ETE, embora já tenha, anteriormente, se inscrito para elaboração de projetos com recursos do PAC, porém o projeto ficou financeiramente inviável e foi abandonado, conforme informado. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Pedra do Anta, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 402

67 Pedra do Anta - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 21,85 3,70 25,55 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Pedra do Anta A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 25,55 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Vale lembrar que, como todo o esgoto gerado pela população urbana de Pedra do Anta é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 118,37 kgdbo.d

68 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 118,37 kgdbo.d -1 Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Pedra do Anta População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 118, ,37 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Pedra do Anta foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação foi a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Sugere-se que a Prefeitura de Pedra do Anta busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de 404

69 Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 2: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 2: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 405

70 50. Piedade de Ponte Nova 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Piedade de Ponte Nova, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e 884 habitantes correspondem à população rural. O município está totalmente inserido na UPGRH DO1, na Bacia Hidrográfica do Rio Casca. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora). No município, o tratamento de esgoto é de responsabilidade da prefeitura, sendo a COPASA responsável pelo abastecimento de água. O município não possui PMSB e foi informado que se trata de nova gestão da prefeitura que ainda está se organizando. Foi informado, também, que a elaboração do PMSB está nos planos do governo para os próximos 04 anos. Piedade de Ponte Nova não recebe ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de esgotos, já que não possui ETE regularizada para atendimento mínimo de 50% da população urbana. Foi informado que 50% do esgoto é coletado e lançado in natura nos córregos dos Vieiras, dos Martins e Fubá. Os lançamentos são realizados no pontos referentes às coordenadas UTM 23K E e N (Bairro Agreste lançamentos pontual e difuso), E e N (Centro pontual e difuso), E e N (centro pontual), E e N (centro pontual e difuso), E e N (centro), E e N (lava-jato + laticínio) e E e N (zona rural). Os locais estão ilustrados de Figura 1.1 a

71 Figura 1.1 Lançamento pontual de esgoto in natura no Córrego dos Martins. Figura 1.2 Lançamento pontual e difuso de esgoto in natura no Córrego dos Vieiras. Figura 1.3 Local por onde passa tubulação de esgoto in natura até o Córrego dos Vieiras. Figura 1.4 Trecho do Córrego dos Vieiras que recebe esgoto in natura. Contribuição da parte central do município. Figura 1.5 Córrego dos Vieiras. Figura 1.6 Trecho do Córrego Martins que recebe esgoto in natura. Contribuição de lava-jato e fábrica de laticínios. 407

72 Figura 1.7 Lançamento de esgoto in natura no Córrego das Cotias (Zona rural). Já houve no município um projeto de ETE, porém não foi dada continuidade ao mesmo. Portanto, foi informado que, quando houver novamente a elaboração de projeto, há um local para implantação da estação de tratamento. O local é referente às coordenadas UTM 23K E e N - (Fazenda Cotia), representado nas Figuras 1-8. Figura 1.8 Terreno para implantação de ETE. (Fazenda Cotia). O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação uma vez que enviou Relatório Técnico à FEAM. Os municípios desse grupo possuem prazo até março de 2017 para implantação de SES, que atenda 80% da população urbana, com eficiência mínima de 60% de remoção de carga orgânica, bem como sua regularização ambiental. 408

73 Foi informado que a prefeitura está tentando obter recursos junto à Funasa para elaborar um projeto de SES. O município de Piedade de Ponte Nova foi convocado na Portaria Funasa nº 784/2013, a apresentar projeto de esgotamento sanitário, anteriormente selecionado através da Portaria Funasa nº 192/ Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Piedade de Ponte Nova, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Piedade de Ponte Nova - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 11,50 3,70 15,20 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Piedade de Ponte Nova O baixo percentual de atendimento por coleta e a ausência de tratamento de esgotos foram responsáveis pela classificação Muito ruim do IQES. Além disto, os indicadores OP, RA, DR e 409

74 os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 15,20 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. A Pontuação no indicador PC foi baixa, uma vez que metade da população urbana não é atendida por coleta de esgotos (PCD = 50%). 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Vale lembrar que, como todo o esgoto gerado pela população urbana de Piedade de Ponte Nova é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 171,61 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 171,61 kgdbo.d -1 Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Piedade de Ponte Nova População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 171, ,61 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Piedade Ponte Nova foi classificada como muito ruim ( IQES Muito 410

75 Ruim ). Os principais fatores por essa classificação foi a deficiência na coleta ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Sugere-se que a Prefeitura de Piedade Ponte Nova busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. Problema 2: Metade da população urbana do Município não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. Diretriz para o problema 2: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 3: Alguns pontos da área urbana são atendidos pela rede coletora mista (esgotos sanitários e águas pluviais). Quando implantada uma estação de tratamento de esgoto, o afluente oriundo da rede mista pode comprometer a eficiência e a conservação das 411

76 unidades de tratamento de esgoto devido à sobrecarga hidráulica, especialmente nos períodos de maior precipitação pluvial. Diretriz para o problema 3: Sugere-se que a prefeitura realize obras de infraestrutura no sentido de separar o esgoto doméstico das águas pluviais nos trechos de rede mista. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 4: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 4: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 412

77 51. Pingo-D Água 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Pingo-d Água, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo habitantes na área urbana e 385 habitantes na área rural. Não há distritos e o município está totalmente inserido na UPGRH DO1, na região da Bacia Hidrográfica Incremental. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a área urbana do município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora. A prestação do serviço de esgotamento sanitário do município é da prefeitura. Segundo informado, o percentual da população urbana atendida por serviço de coleta de esgotos é de 100%, enquanto que o percentual de tratamento de esgotos é nulo. O município ainda não possui PMSB, entretanto, representantes da prefeitura informaram que têm interesse em iniciar a sua elaboração o mais breve possível e estão buscando informações sobre como elaborar e onde obter recursos para esta finalidade. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, pois este não possui sistema de tratamento de esgotos regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende essa deliberação uma vez que enviou o Relatório Técnico à FEAM. Os municípios desse grupo possuem o prazo até março de 2017 para possuírem o serviço de tratamento de esgotos que atenda, pelo menos, 80% da população urbana, com eficiência mínima de 60% de remoção de carga orgânica, bem como sua regularização ambiental. 413

78 O lançamento do esgoto bruto da sede é feito de forma pontual. Todo o esgoto da cidade é lançado em dois pontos próximos ao Rio Sacramento, nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1), aonde chegam aproximadamente 45% do esgoto da cidade, que segue um trecho a céu aberto em direção ao rio e no outro ponto, de coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.2), que chegam os demais 55% do esgoto, onde a tubulação encontra-se quebrada e o esgoto segue por debaixo do solo até o Rio Sacramento. Figura 1.1 Ponto de lançamento de esgoto, onde segue a céu aberto até o Rio Sacramento. Figura 1.2 Ponto de lançamento de esgoto, onde a tubulação encontra-se quebrada e o esgoto segue por debaixo do solo para o Rio Sacramento. Conforme informado por representantes da prefeitura, não há um projeto devidamente elaborado para o sistema de tratamento de esgotos. A principal dificuldade relatada foi a falta de recursos. Além disso, encontram empecilhos quanto à disponibilização de informações relativas ao planejamento na área de esgotamento sanitário da gestão anterior, e carecem de orientações relativas às fontes de recursos e à elaboração de projetos e PMSB. Na visita realizada, observou-se que a topografia do município parece ser favorável para a implantação do SES, uma vez que todo o esgoto da cidade é conduzido por gravidade em dois pontos próximos um do outro, em uma área aparentemente subaproveitada. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Pingo d Água, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. 414

79 Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Pingo d' água - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 23,00 26,70 3,70 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Pingo d Água A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 26,70 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. Ressalta-se que o município apresentou percentual de atendimento por coleta igual 100%, obtendo pontuação máxima para o indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Pingo d Água é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. 415

80 Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 217,89 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 217,89 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Pingo d Água População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 217, ,89 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Pingo d Água foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação foi a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Sugere-se que a Prefeitura de Pingo d Água busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos do governo federal para repasses de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). 416

81 Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 2: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 2: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 417

82 52. Piranga 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Piranga, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui dois distritos, Pinheiros Altos e Santo Antônio do Pirapetinga, com população urbana de 441 e 133 habitantes, respectivamente. Todo o território está inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Duas ETEs em operação, uma no distrito de Pinheiros Altos e outra no povoado rural de Roças Grandes. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município e nos distritos é da prefeitura. Segundo informado por representantes da prefeitura, na sede e no distrito de Santo Antônio do Pirapetinga, 50% da população é atendida por rede coletora e o tratamento de esgotos é nulo. No distrito de Pinheiros Altos, os percentuais de coleta e tratamento são de 90% da população urbana. O município declarou não possuir PMSB, mas tem conhecimento de sua importância e abrangência. Segundo informado e levantado no Sismoc, há um convênio de 2011 em andamento para elaboração do PMSB. O processo encontra-se em fase de licitação para contratação da empresa. Piranga enviou termo de manifestação de interesse para pleitear recursos via IBIO AGB Doce e, em consonância com o resultado preliminar do Edital de Chamamento Público nº 002/2013 UGRH1, foi classificado para elaboração de projeto de serviços de esgotamento sanitário da sede municipal, conforme informado. 418

83 O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, pois o percentual de atendimento por tratamento atual de 6,66% da população urbana é inferior ao mínimo para receber essa parcela do ICMS, que é de 50%. Piranga se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Piranga foi contemplado com recurso para elaboração de projetos via Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de Conforme levantado, esse projeto será para serviços de esgotamento sanitário da sede e do distrito de Santo Antônio de Pirapetinga. Conforme informado por representante da empresa, as visitas às localidades ainda não foram feitas e, consequentemente, os Relatórios Técnicos preliminares RTP ainda não foram elaborados. No início do contrato, fizeram uma pesquisa nos arquivos da COPASA e identificaram a existência de projeto para a sede municipal. A cobrança pelos serviços de esgotamento sanitário municipal ocorre por meio de uma taxa via IPTU, conforme informado. Sobre as dificuldades gerais para a universalização dos serviços de esgotamento sanitário foram citados, além da falta de recursos, a mudança de gestão 2012/2013, inundações recorrentes em pontos específicos e ocupação desordenada. Foram georreferenciados um total de sete pontos representativos de lançamento de esgoto in natura no Rio Piranga, córregos das Almas, sem nome e Grande. Estes se localizam nas coordenadas UTM 23K E e N (Figuras 1-1 e 1-7), E e N (Figura 1.2), E e N (Figura 1.3), E e N (Figura 1.4), E e N (Figura 1.5) e E e N (Figura 1.6). 419

84 Figura 1.1 Lançamento in natura no Rio Piranga, bairro Cidade Nova. Figura 1.2 Lançamento in natura no Rio Piranga, rua Cristóvão Lana e Mercado. Figura 1.3 Lançamento in natura no Rio Piranga / Córrego das Almas (Centro e Vila Carmo). Figura 1.4 Lançamento in natura no Rio Piranga, rua Nova. Figura 1.5 Lançamento in natura no Rio Piranga, ruas Dr Fritz e Nova. Figura 1.6 Lançamento in natura no Córrego sem nome, afluente do Rio Piranga. 420

85 Figura 1.7 Lançamento in natura no córrego Grande, afluente do Rio Piranga. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Pinheiros Altos (em operação) A ETE Pinheiros Altos está localizada no distrito de Pinheiros Altos, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Córrego Pinheiros. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar (Figura 1.10), reator UASB (Figura 1.11) seguido de filtro anaeróbio (Figura 1.12) e leito de secagem (Figura 1.13). O fluxograma da ETE está ilustrado na Figura 1.8. Figura 1.8 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Pinheiros Altos. Fonte: Adaptado de von Sperling,

86 O prestador de serviço responsável pela operação e manutenção da ETE é a prefeitura. Conforme informado na data da visita, a ETE está em operação desde o início da década de Atualmente atende uma população de 397 habitantes, equivalente a 90% da população urbana do distrito. Os resíduos sólidos são dispostos na própria área da ETE, que não possui licença, nem monitoramento ambiental. Na data da visita, dentre as inconformidades levantadas, destacam-se: ausência de casa de apoio, ausência de operador treinado e capacitado, ausência de placa de identificação e restrição de acesso a pessoas não autorizadas (Figura 1.9), ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado, operador com cartão de vacina desatualizado, ausência de manual operacional e medição de vazão, não utilização de gradeamento, ausência de queimador de gás e remoção do lodo com frequência inadequada (leitos de secagem inutilizados, remoção feita através de caminhão). Figura 1.9 ETE Pinheiros Altos - portão de acesso. Figura 1.10 Tratamento Preliminar. Figura 1.11 Reator Anaeróbio. Figura 1.12 Filtro Anaeróbio. 422

87 Figura 1.13 Leitos de secagem ETE Roças Grandes (em operação) A ETE Roças Grandes está localizada no povoado rural de Roças Grandes, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado (Figura 1.19) é lançado no Córrego Roças Grandes. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar (Figura 1.16), tanque séptico (Figura 1.17) seguido de filtro anaeróbio (Figura 1.18) e leito de secagem. O fluxograma dessa unidade está descrito na Figura Figura 1.14 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Roças Grandes. Fonte: Adaptado de von Sperling, O prestador de serviço responsável pela operação e manutenção da ETE é a prefeitura. Conforme informado na data da visita, a ETE está em operação desde o início da década de Atualmente atende uma população de 22 casas. Os resíduos sólidos são dispostos na própria área da ETE, que não possui licença nem monitoramento ambiental. 423

88 Na data da visita, dentre as inconformidades levantadas, destacam-se: ausência de profissional capacitado responsável pela gestão da ETE, ausência de placa de identificação e restrição de acesso a pessoas não autorizadas (Figura 1.15), ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado, operador com cartão de vacina desatualizado, ausência de manual operacional e medição de vazão, não utilização de gradeamento (Figura 1.16) e remoção do lodo com frequência inadequada (leitos de secagem sem ligação com as demais unidades, remoção feita através de caminhão). Figura 1.15 ETE Roças Grandes, portão de acesso. Figura 1.16 Tratamento Preliminar. Figura 1.17 Tanque Séptico. Figura 1.18 Filtro Anaeróbio. 424

89 Figura 1.19 Efluente tratado. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Piranga, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Piranga - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 12,18 1,67 11,93 6,00 3,70 18,74 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Piranga 425

90 A classificação do município de Piranga na faixa Muito ruim do IQES é justificada pelos baixos percentuais de atendimento à população por coleta (PCD = 52,96%) e tratamento (PTD = 6,66%) de esgotos sanitários. Os indicadores OP e DR foram ponderados em relação ao valor do PTD no cálculo final do índice. A ETE em operação na área urbana do município não possui regularização ambiental e não realiza o descarte adequado de seus resíduos (DR = 6). No indicador AA, o município recebeu apenas a pontuação referente ao atendimento à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, uma vez que não é realizado o monitoramento da ETE e não há recebimento de ICMS Ecológico pelo tratamento de esgotos. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, já que não há previsão de ampliação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Vale lembrar que, como todo o esgoto gerado pela população urbana de Piranga é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 321,73 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: o - ETE Pinheiros Altos: 397 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 18,65 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 321,73 18,65 = 303,08 kgdbo.d -1 o Redução de 5,80% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. 426

91 Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Piranga População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 321,73 18,65 303,08 5,80% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Piranga foi classificada como muito ruim ( IQES Muito Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação é o baixo percentual de tratamento de esgoto. Nas localidades urbanas, o tratamento é realizado apenas em Pinheiros Altos, sendo que 90% da população urbana do distrito é atendida pelo serviço. A outra ETE do município localiza-se na comunidade rural de Roças Grandes. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Uma parcela, referente a 50% da população urbana da sede e do distrito de Santo Antônio do Pirapetinga, não é atendida pela rede coletora de esgotos. No distrito de Pinheiros Altos, a ausência de atendimento pelo serviço de coleta de esgoto é de 10%. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Parte da população urbana é atendida pela rede coletora mista (esgoto sanitário e águas pluviais). Quando implantada uma estação de tratamento de esgoto, o afluente oriundo da rede mista pode comprometer a eficiência e a conservação das unidades de tratamento de esgoto devido à sobrecarga hidráulica, especialmente nos períodos de maior precipitação pluvial. 427

92 Diretriz para o problema 2: Sugere-se que a prefeitura realize obras de infraestrutura no sentido de separar o esgoto doméstico das águas pluviais nos trechos de rede mista. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Problema 3: 100% da população urbana da sede e do distrito de Santo Antônio do Pirapetinga não é atendida por tratamento de esgotos. No distrito de Pinheiros Altos, a ausência de atendimento pelo serviço é de 10%. Diretriz para o problema 3: Sugere-se que a Prefeitura de Piranga busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Para universalização do serviço de tratamento de esgoto no distrito de Pinheiros Altos é necessário expandir a rede coletora de esgoto como sugerido na diretriz proposta para o problema 1. Posteriormente esse esgoto deverá ser direcionado para ETE. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 4: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 4: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter 428

93 informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas e diretrizes em relação às estações de tratamento de esgotos: Problema 5: As seguintes inconformidades foram identificadas nas ETE do município: ETE Pinheiros Altos: (i) ausência da casa de apoio, (ii) ausência de operador treinado e capacitado, (iii) ausência de placa de identificação e restrição de acesso a pessoas não autorizadas, (iv) ausência de livro de ocorrência e paralizações atualizado, (v) operador com cartão de vacina desatualizado, (vi) ausência de manual operacional e medição de vazão, (vi) não utilização de gradeamento, (viii) ausência de queimador de gás, (iv) remoção do lodo com frequência inadequada. ETE Roças Grandes: (i) ausência de profissional capacitado responsável pela gestão da ETE, (ii) ausência de placa de identificação e restrição de acesso a pessoas não autorizadas, (iii) ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado, (iv) operador com cartão de vacina desatualizado, (iv) ausência de manual operacional, (v) medição de vazão, (vi) não utilização de gradeamento, (vi) remoção do lodo com frequência inadequada. Diretriz para o problema 5: Sugere-se que seja contratado um engenheiro sanitarista, civil ou ambiental, para que este realize a avaliação da ETE e elabore um documento que conste as plantas das estações e os seus manuais operacionais. Após a conclusão dessa etapa, deverão ser selecionados e capacitados funcionários para gerir, operar e realizar a manutenção da ETE. Essas ações, aliadas a substituição e restauração das estruturas danificadas poderão sanar as inconformidades observadas. Problema 6: As ETE Pinheiros Altos e Roças Grandes não estão regularizadas ambientalmente. Diretriz para o problema 6: Sugere-se que seja requerida a regularização ambiental para a ETE. Assim a ETE estará apta a operar de acordo com todas as condições e parâmetros 429

94 ambientais legalmente vigentes. Para obter as informações sobre o processo de regularização ambiental, deverá ser consultado o site da SEMAD ( 430

95 53. Ponte Nova 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Ponte Nova, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui dois distritos, Rosário do Pontal e Vau-Açu, com população urbana de 567 e 896 habitantes, respectivamente. Ponte Nova está totalmente inserida na UPGRH DO1, com a maior parte do território na BHRPG, mas seu território também atinge parte da Bacia Hidrográfica do Rio do Carmo e região da Bacia Hidrográfica Incremental da UPGRH DO Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Uma ETE em projeto. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município e nos distritos é do Departamento Municipal de Água e Esgoto DMAES. Conforme informado na visita, na sede e nos distritos entre 90% e 95% da população é atendida por rede coletora e o tratamento de esgotos é nulo. O município possui PMSB, sendo a última versão datada de março de O plano foi elaborado com recurso proveniente do Ministério das Cidades, conforme informado. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que este não possui sistema de tratamento de esgotos regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 2 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a essa deliberação, uma vez que já deveria possuir sistema de tratamento de esgotos que 431

96 atendesse pelo menos 80% da população urbana com eficiência de 60% e regularização ambiental. Os serviços de esgotamento sanitário do município, até a data da visita, não eram tarifados, conforme informado. Segundo relatado no momento da visita, os desafios para universalização dos serviços de esgotamento sanitário envolvem o fator econômico para execução das obras, como também a topografia local, visto a existência de redes clandestinas beira rio. O primeiro projeto de ETE previa atendimento a 12% da população urbana da sede. Já o projeto atual, de 2007, prevê atendimento a 100% da sede e foi elaborado com recurso próprio. Os principais cursos d água do município são o Rio Piranga e seus afluentes, como o Córrego Tijuca, Córrego 1º de Maio e Ribeirão Vau-Açu. Todos recebem esgoto bruto. Foram georreferenciados os principais afluentes do Rio Piranga em termos de lançamento de esgoto in natura como o Córrego Manso (Figura 1.1), nas coordenadas UTM 23K E e N, que recebe esgoto in natura de bairros como Paraíso, São Pedro, Guarapiranga, Palmeiras e Vale Verde, Córrego Vau-Açu (Figuras 1-2 e 1-3), nas coordenadas UTM 23K E e N e Córrego São Sebastião (Figura 1.4), nas coordenadas UTM 23K E e N. Figura 1.1 Córrego Manso. Figura 1.2 Córrego Vau-Açu desaguando no Rio Piranga. 432

97 Figura 1.3 Córrego Vau-Açu desaguando no Rio Piranga. Figura 1.4 Lançamento do Córrego São Sebastião no Rio Piranga. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Ponte Nova (em projeto) Processo COPAM 26601/2011/001/2013 A ETE Ponte Nova localizar-se-á na rodovia BR120, entre os bairros Fortaleza e Rasa, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado será lançado diretamente no Rio Piranga. O sistema de tratamento de esgoto será composto por tratamento preliminar, reator UASB, filtro biológico percolador, decantador secundário e tratamento terciário via UV (Figura 1.5). Figura 1.5 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Ponte Nova. Fonte: Adaptado de von Sperling,

98 O projeto foi elaborado com recursos próprios e encontra-se concluído, conforme informado. A dificuldade encontra-se na questão financeira para sua execução, já que o recurso para as obras ainda não foram definidos. Os recursos para a manutenção da ETE serão obtidos através de tarifação. Em consulta ao projeto, verificou-se que para os anos de início de plano, 2008, e final de plano, 2027, estão previstas eficiências de remoção de DBO de 60% e 91,23%, respectivamente, bem como, o número de habitantes atendidos de e , um percentual de atendimento de 90% e 100% e vazões médias de 84,06 L/s e 122L.s -1, respectivamente. O local previsto para disposição dos resíduos será, futuramente, o aterro sanitário de Ponte Nova. Na data da visita, a regularização ambiental, LP e LI, encontrava-se em andamento. Nas Figuras 1-6 a 1-8, encontram-se imagens da área para implantação da ETE Ponte Nova. Figura 1.6 Área para implantação da ETE Ponte Nova. Figura 1.7 Área para implantação da ETE Ponte Nova. Figura 1.8 Área para implantação da ETE Ponte Nova. 434

99 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Ponte Nova, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Ponte Nova - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 20,70 20,70 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 128/2008 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Ponte Nova A ausência de tratamento de esgotos foi responsável pela classificação Ruim do IQES. Os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados para municípios que possuem ETE em operação. O município também não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, portanto o valor obtido no IQES (22,90) é igual ao indicador PC. 435

100 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação da ETE Ponte Nova (projeto). Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Ponte Nova é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 2.763,99 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 2.763,99 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se a ETE Ponte Nova estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Ponte Nova: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,60 = 1.300,21 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 2.763, ,21 = 1.463,78 kgdbo.d -1 o Redução de 47% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Ponte Nova População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 2.763, ,99 0% Hipotético 2.763, , ,78 47% 436

101 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Ponte Nova foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação é foi a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Este problema poderá ser amenizado com a implantação da ETE Ponte Nova (projeto). O empreendimento foi projetado para atender toda a população urbana da sede. No entanto, ainda não existem perspectivas de implantação de sistemas de tratamento de esgotos nos distritos de Rosário do Pontal e Vau-Açu. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, sugere-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. Problema 2: Uma parcela de 10% da população da sede e dos distritos de Rosário do Pontal e Vau-Açu não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. Diretriz para o problema 2: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não 437

102 seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. 438

103 54. Porto Firme 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Porto Firme, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município não possui distrito e está totalmente inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Uma elevatória; Uma ETE em operação; Uma ETE em projeto. A prestação do serviço de esgotamento sanitário no município é da prefeitura. Segundo seus representantes, na sede 87,5% da população é atendida por rede coletora e 65%, por tratamento de esgotos. O município declarou não possuir PMSB, mas enviou termo de manifestação de interesse para pleitear recursos via IBIO AGB Doce, em consonância ao Edital de Chamamento Público nº 002/2013 UGRH1, para o custeio de todo o processo de elaboração do PMSB. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município. O percentual de atendimento por tratamento atual de 65% da população urbana é superior ao mínimo para receber essa parcela do ICMS, que é de 50%, porém a ETE não atende o requisito de possuir licença ambiental. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa 439

104 deliberação, uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Porto Firme possui convênio com a Funasa via Anexo I Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de 2011, e pelo Anexo II da Portaria Funasa nº 436/2011. O primeiro diz respeito à elaboração de projeto de SES, para a sede, e o segundo sobre módulos sanitários domiciliares. Foi informado pela empresa contratada para elaborar o projeto de SES da sede (ESSE Engenharia) que o Relatório Técnico preliminar RTP, encontra-se concluído. Os serviços de esgotamento sanitário do município não são tarifados. Foi georreferenciado um ponto de lançamento de esgoto in natura no Rio Piranga, localizado nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1) e estes abrangem os bairros não atendidos pela ETE, Rosário e Coronel Totó. O registro fotográfico de um segundo ponto (Figura 1.2) abrange o bairro Trevo ou Rita Gonçalves Maciel. Figura 1.1 Lançamento in natura no Rio Piranga. Figura 1.2 Lançamento in natura no Rio Piranga, embaixo do bambuzal. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE sede (em operação) A ETE sede está localizada nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado (Figura 1.11) é lançado no Rio Piranga. 440

105 O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar (Figura 1.4), um reator UASB (Figura 1.6), um filtro anaeróbio (Figura 1.7) e leito de secagem (Figura 1.8). O fluxograma da ETE está descrito na Figura 1.3. Figura 1.3 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Porto Firme. Fonte: Adaptado de von Sperling, Conforme informado na data da visita, a ETE entrou em operação no ano de 2003 e conta com o mesmo operador nestes 10 anos de funcionamento. Segundo informado, os recursos para a implantação da ETE foram provenientes da Funasa e os recursos para a manutenção são próprios. O percentual de atendimento atual corresponde a 65% da população urbana da sede, o que corresponde a habitantes. A ETE não possui programa de automonitoramento e também não foram informados dados de projeto por desconhecimento dos documentos. Na data da visita, foi identificado que a ETE possui casa de apoio (Figura 1.9). Dentre as inconformidades levantadas, destaca-se: ausência de operador treinado e capacitado, ausência de placa de identificação e restrição de acesso a pessoas não autorizadas (Figura 1.5), ausência de guarda corpo ou sistema de proteção de acesso às unidades, ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado e ausência de manual operacional. Foi verificada também a ausência de medição de vazão e inoperação do queimador de gás (Figura 1.10) do reator UASB, justificada pela vazão insuficiente. Registrou-se o crescimento de vegetação nos leitos de secagem, (Figura 1.8). Outra irregularidade observada diz respeito ao lançamento do efluente do UASB feito diretamente no Rio Piranga. Ademais, o tratamento preliminar encontra-se lacrado e não há possibilidade de inspecionar o seu 441

106 interior (Figura 1.4). O motivo do seu fechamento foi a quantidade de reclamações de mau odores pelos moradores próximos à unidade. A ETE não possui regularização ambiental. Figura 1.4 Tratamento Preliminar. Figura 1.5 Portão de entrada. Figura 1.6 Reator UASB. Figura 1.7 Filtro Anaeróbio. Figura 1.8 Descarga do lodo no leito de secagem. Figura 1.9 Casa de apoio. 442

107 Figura 1.10 Queimador de gás. Figura 1.11 Saída do efluente tratado ETE Sede (projeto) O relatório preliminar da ETE sede foi concluído em março de 2012 pela empresa contratada pela Funasa. A proposta inicial seria fazer o levantamento para universalização do tratamento da sede. Porém, a empresa contratada avaliou ser mais interessante a construção de uma nova ETE à jusante da ETE já existente. Dentre os motivos, apontam-se: distanciamento da comunidade, má operação e sub-dimensionamento da ETE atual. Foram avaliadas duas novas alternativas de tratamento de esgoto para a sede do município de Porto Firme. A primeira (Figura 1.12) é composta por um sistema compacto, constituído pela junção do filtro biológico percolador e do decantador secundário ao reator UASB. Já a segunda (Figura 1.13) alternativa, corresponde a um sistema de lagoas anaeróbias com póstratamento através de lagoas facultativas. O projeto possui horizonte de 20 anos, de 2014 a 2034, vazões médias totais de início e final de plano equivalentes a 8,2 L/s e 10,8 L.s -1, populações de início e final de plano de e habitantes, respectivamente, e eficiência de remoção de DBO na faixa de 80 a 90%. 443

108 Figura 1.12 Fluxograma do sistema de tratamento proposto (1) da nova ETE Sede. Fonte: Adaptado de von Sperling, Figura 1.13 Fluxograma do sistema de tratamento proposto (2) da nova ETE Sede. Fonte: Adaptado de von Sperling, Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Porto Firme, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Médio e por isso representado com a cor amarela, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 444

109 Porto Firme - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 54,23 20,13 16,25 15,77 6,00 3,70 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Porto Firme O município de Porto Firme foi classificado na faixa Médio do IQES por apresentar percentuais de coleta (PCD = 87,50%) e tratamento (PTD = 65%) de esgotos consideráveis. Os valores dos indicadores OP e DR foram ponderados em relação ao PTD no cálculo final do índice. A ETE em operação no município apresenta uma boa operacionalidade, porém os seus resíduos sólidos não são descartados da maneira correta (DR = 6). No indicador AA o município atendeu apenas ao subindicador DN, pois não é realizado o programa de monitoramento da ETE e o município não recebe ICMS Ecológico pelo tratamento de esgotos. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que no momento da visita o projeto de ampliação do sistema de tratamento de esgotos sanitários encontrava-se ainda em elaboração. 445

110 Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Porto Firme é lançado no interior da BHRPG foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 260,87 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - ETE Porto Firme: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 147,52 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 260,87 147,52 = 113,36 kgdbo.d -1 o Redução de 56,55% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Porto Firme População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 260,87 147,52 113,36 56,55% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Porto Firme foi classificada como médio ( IQES Médio ). Os principais fatores por essa classificação foi o expressivo percentual de coleta e tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 35% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Este problema poderá ser resolvido com a implantação de uma nova ETE na área urbana. Este empreendimento se localizaria mais a jusante da ETE em 446

111 operação no município, um fator que contribuiria para um maior atendimento à população. O projeto prevê a desativação da ETE em operação de Porto Firme após a implantação do novo sistema de tratamento de esgotos. Problema 2: Uma parcela da população (12,5%) não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. Diretriz para o problema 2: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. B- Problemas e diretrizes em relação às estações de tratamento de esgotos Problema 3: Foram identificadas as seguintes inconformidades na ETE Sede: (i) ausência de operador treinado e capacitado, (ii) ausência de placa de identificação e restrição de acesso a pessoas não autorizadas, (iii) ausência de guarda corpo ou sistema de proteção de acesso às unidades, (iv) ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado, (v) ausência de manual operacional, (vi) ausência de medição de vazão, (vi) crescimento de vegetação nos leitos de secagem. Diretriz para o problema 3: Sugere-se que seja contratado um engenheiro sanitarista, civil ou ambiental, para que este realize a avaliação da ETE e elabore um documento que conste a planta da estação e um manual operacional. Após a conclusão dessa etapa, deverão ser selecionados e capacitados funcionários para gerir, operar e realizar a manutenção da ETE. Problema 4: ETE Sede não regularizada ambientalmente. Diretriz para o problema 4: Sugere-se que seja requerida a regularização ambiental para a ETE. Assim a ETE estará apta a operar de acordo com todas as condições e parâmetros ambientais legalmente vigentes. Para obter as informações sobre o processo de regularização ambiental, deverá ser consultado o site da SEMAD ( 447

112 55. Presidente Bernardes 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Presidente Bernardes, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município está totalmente inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); ETE em projeto. No município, o abastecimento de água e a coleta de esgotos são de responsabilidade da COPASA. Segundo informado, é coletado 70% do esgoto gerado na área urbana do município e não há nenhum tratamento. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que este não possui sistema de tratamento de esgotos regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. O esgoto é lançado in natura no Rio Piranga e nos córregos Limeira e Praia. Os principais pontos de lançamento são respectivos às coordenadas UTM 23K E e N (Rua Taquaraçu), E e N (Bairro Praia), E e N (Bairro Bela Vista), E e N (Bairro Bela Vista), conforme ilustrado de Figura 1.1 a

113 Figura 1.1 Lançamento de esgoto in natura em Córrego afluente do Rio Piranga. Figura 1.2 Lançamento de esgoto in natura no Córrego do Machado. Figura 1.3 Local onde é feito lançamento de esgoto in natura no Rio Piranga. Figura 1.4 Lançamento de esgoto in natura no Rio Piranga. O município possui PMSB, elaborado em 2009, pela COPASA. O plano contempla apenas água e esgoto, na área urbana. Foi informado que há interesse em completar o plano com as demais áreas do saneamento. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. No entanto, de acordo com essa deliberação, o município tem o prazo até março de 2017 para implementar sistema de tratamento de esgotos que atenda 80% da população urbana, com eficiência de remoção de DBO de 60% e sua devida regularização ambiental. O município foi contemplado para elaboração de projeto de ETE pelo Anexo I da Portaria Funasa nº 436/2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481/2011, em seguida, a COPASA 449

114 obteve a concessão para esgoto, sendo então responsável pela obra. Segundo a Funasa, o convênio corresponde ao projeto básico. O município possui ainda convênio com a Funasa no Programa Melhorias Sanitárias Domiciliares, para implantação de módulos sanitários para a zona rural e ETE na zona urbana. Foi ainda convocado na Portaria Funasa nº 784, de 7 de junho de 2013, a apresentar projeto de esgotamento sanitário, anteriormente selecionado através da Portaria Funasa nº 192, de 1 de fevereiro de Os serviços de esgotamento sanitário não são tarifados, conforme informardo. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Sede (em projeto) Não possui processo Há um projeto de uma ETE sendo elaborado, com recursos da Funasa, porém ainda não foi definido o local onde a mesma será instalada. Foi informado que a ETE atenderá, em início de plano, a 85% da população urbana e a previsão para final de plano é que atenda 100% da população urbana. O corpo d água receptor do efluente tratado será o Rio Piranga e o Córrego da Limeira. O sistema de tratamento de esgoto será composto por tratamento preliminar, reator UASB, filtros biológicos e decantadores. Ainda não foi definido como será feito o descarte do lodo. Fluxograma simplificado da ETE está ilustrado nafigura 1.5. Figura 1.5 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE. Fonte: Adaptado de von Sperling,

115 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Presidente Bernardes, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Presidente Bernardes - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 16,10 3,70 19,80 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Presidente Bernardes A não universalização do serviço de coleta (PCD= 70%) e a ausência de tratamento de esgotos foram os fatores responsáveis pela classificação Muito ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 19,80 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água 451

116 da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação da ETE Presidente Bernardes (projeto). Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Presidente Bernardes é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 88,67 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 88,67 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Presidente Bernardes estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Presidente Bernardes: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,93 = 82,46 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 88,67 82,46 = 6,21 kgdbo.d -1 o Redução de 93% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Presidente Bernardes População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 88, ,67 0% Hipotético 88,67 82,46 6,21 93% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Presidente Bernardes foi classificada como muito ruim ( IQES 452

117 Muito Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação é o baixo percentual de coleta e ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município, e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 1: Este problema poderá ser resolvido com a implantação da ETE Presidente Bernardes. O empreendimento foi projetado para tratar os esgotos gerados por 100% da população urbana. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. Problema 2: Parcela da população urbana do Município (30%) não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. Diretriz para o problema 2: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. 453

118 56. Raul Soares 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Raul Soares, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que correspondem à população urbana e correspondem à população rural. O município possui cinco distritos cujos respectivos números de habitantes na área urbana são: Bicuíba, com 528; Santana do Tabuleiro, com 459; São Sebastião do Óculo, com 191; São Vicente da Estrela, com 607; e Vermelho Velho, com 629. O município está totalmente inserido na UPGRH DO1, sendo que a maior parte encontra-se na região da Bacia Hidrográfica do Rio Matipó e parte na região da Bacia Hidrográfica Incremental. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Uma ETE em projeto para o distrito de Vermelho Velho; Um tanque séptico em projeto para o distrito de Vermelho Velho; Uma ETE em operação, no distrito de Bicuíba. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede e nos distritos é do SAAE, entretanto, em Bicuíba, até então, é de responsabilidade da Zona da Mata Geração S/A, que tem a concessão de uma pequena central hidroelétrica PCH, da Brookfield na região. Conforme informado por representantes do SAAE, o percentual da população urbana atendida por serviços de coleta de esgotos na sede e nos distritos é de aproximadamente 80% e não há tratamento de esgotos, exceto em Bicuíba, onde praticamente 100% dos habitantes da área urbana são atendidos por ambos os serviços. O município não possui PMSB, mas manifestou interesse em sua elaboração para a IBIO AGB Doce. 454

119 O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que este não possui estação de tratamento de esgotos regularizada para atender pelo menos 50% da população urbana. O município atende a DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, uma vez que já enviou o Relatório Técnico à FEAM e, como está enquadrado no Grupo 7 da referida deliberação, tem o prazo até março de 2017 para implantar ETE regularizada que atenda, no mínimo, 80% da população urbana. Na sede, o esgoto bruto é lançado diretamente no Rio Matipó e no Rio Santana e em alguns de seus córregos afluentes. Foram georreferenciados pontos de lançamento difusos e pontuais no Rio Santana (Figuras 1-1 e 1-2), afluente do Rio Matipó, nas coordenadas UTM 23K E e N e E e N, no Rio Matipó (Figuras 1-3 e 1-4), nas coordenadas UTM 23K E e N e E e N, e no Córrego Ubá (Figura 1.5), afluente do Rio Matipó, nas coordenadas UTM 23K E e N. Também foi georreferenciado um lançamento pontual no Rio Vermelho (Figura 1.6), distrito de Vermelho Velho, nas coordenadas UTM 23K E e N. Figura 1.1 Lançamento difuso no Rio Santana. Figura 1.2 Lançamento pontual no Rio Santana. 455

120 Figura 1.3 Lançamento difuso no Rio Matipó. Figura 1.4 Lançamento pontual no Rio Matipó. Figura 1.5 Lançamentos no Córrego Ubá. Figura 1.6 Ponto de lançamento no Rio Vermelho, distrito de Vermelho Velho. O município havia sido pré-selecionado para receber recursos para obras de infraestrutura de esgotamento sanitário pela Funasa, referente à convocação da Portaria 314, de 14 de junho de 2011, conforme divulgado no Anexo II da Portaria 436, de 25 de agosto de Entretanto, na seleção final, divulgada na Portaria 808 de 7 de dezembro de 2011, verificouse que a proposta não foi selecionada. Em 2013, não pleitearam recursos junto à Funasa na convocação da Portaria Funasa nº 192, de 1 de fevereiro de 2013, conforme informado. Na data da visita, verificou-se que o projeto existente, elaborado em 2005, contempla rede coletora e interceptora, mas não souberam informar se também há projeto para a estação de tratamento de esgotos da sede. Apesar de não estarem disponíveis os dados sobre a ETE que atenderia a sede, na visita foi mostrada a área onde provavelmente a estação seria construída. Esta área encontra-se nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.7). 456

121 O SAAE informou que entrou com o projeto de nº 230 em 2008, o Programa de Saneamento Ambiental de Raul Soares - Prosar 9, para a obtenção de recursos junto ao Fhidro/IGAM para instalação dos interceptores. Contudo, o projeto ainda não foi conveniado e não têm informação de quando os recursos serão liberados. Figura 1.7 Área provável para instalação da ETE para atender a sede. Para os distritos de Santana do Tabuleiro, São Sebastião do Óculo e São Vicente da Estrela não há previsão de elaboração de projetos de SES. A área urbana do distrito de Bicuíba é atendida por tratamento de esgotos e, para o distrito de Vermelho Velho, tem um projeto básico de SES elaborado desde 2010, mas ainda não solicitaram os recursos para as obras. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Bicuíba (em operação) A ETE Bicuíba está localizada no distrito de mesmo nome, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Córrego da Serra (Figura 1.20), afluente do Rio Matipó. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar (Figura 1.11), reator UASB (Figura 1.12), filtro anaeróbio (Figura 1.13), leito de secagem (Figura 1.14) e lagoas de maturação (Figuras 1-17 a 1-19), conforme ilustrado no fluxograma da Figura PROSAR - Programa de saneamento ambiental de Raul Soares para ampliação da rede coletora e instalação de interceptores no sistema de esgotamento sanitário no município. 457

122 Figura 1.8 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Bicuíba. Fonte: Adaptado de von Sperling, Segundo informado, a ETE está em operação desde o ano 2000, aproximadamente. Foi implantada pela Cataguases, que foi comprada pela Brookfield. Conforme consulta em documentos disponibilizados no SIAM, a Zona da Mata Geração S/A, que tem a concessão da PCH da região da Brookfield é responsável pelo empreendimento. Foi informado por representantes do SAAE que a empresa tem interesse em passar a responsabilidade para o setor público. Durante a visita, observou-se que a ETE contava com uma boa infraestrutura geral, onde havia casa de apoio e restrição de entrada de pessoas não autorizadas, as unidades dos reatores possuíam guarda-corpo, o cercamento e o paisagismo eram adequados, sendo possível acessar com facilidade o ponto de lançamento do esgoto tratado. Entretanto, não havia placa de identificação e livro de ocorrências atualizado. O operador responsável pela manutenção da ETE era devidamente capacitado e uniformizado, utilizava EPI e estava com cartão de vacina em dia, conforme informado. O tratamento preliminar encontra-se em uma altura acima no nível do solo, em que a elevatória está localizada a montante da estação e o esgoto, após passar pelo tratamento preliminar, constituído basicamente por desarenador, é encaminhado ao reator UASB por gravidade. Previamente ao bombeamento, há um sistema tipo cesto para retenção de sólidos, em que o material retido é retirado cerca de duas vezes por semana, e um local para deposição do excesso de areia, que sofre limpeza mensalmente, conforme informado. O reator UASB e o filtro anaeróbio estavam aparentemente em boas condições e não foram encontradas rachaduras, corrosão ou colmatação, mas não há sistema de exaustão ou queima do biogás gerado, que é lançado diretamente na atmosfera. As lagoas de maturação também, aparentemente, estavam operando adequadamente, onde não havia presença de 458

123 material sobrenadante e nem vegetação nos taludes. O efluente estava ligeiramente turvo e esverdeado devido ao crescimento das algas. As imagens destas unidades estão dispostas de Figua 1-9 a Na data da visita, os leitos de secagem não estavam em funcionamento, pois estavam sendo feitas obras para resolver problemas de infiltração. Foi informado também que a ETE havia sido paralisada recentemente devido à colmatação do filtro anaeróbio e o material filtrante (pedras) havia sido trocado há cerca de um mês da data da visita. Os resíduos sólidos são dispostos em aterro controlado na área da ETE. Conforme relatado pelo operador da estação, não é medida a vazão e, mensalmente, são coletadas amostras do efluente tratado e da água do corpo receptor para análises, mas não soube informar quais são os parâmetros e frequências. A ETE foi projetada para atender 100% da população urbana do distrito, equivalendo atualmente a aproximadamente 528 habitantes Figura 1.9 Vista geral das unidades. 1: estação elevatória, 2: tratamento preliminar, 3: UASB, 4: filtro anaeróbio. Figura 1.10 Vista das lagoas de maturação. Figura 1.11 Tratamento preliminar. Figura 1.12 Saída do efluente tratado do reator UASB. 459

124 Figura 1.13 Filtro anaeróbio. Figura 1.14 Leitos de secagem, em obras. Figura 1.15 Vista anterior do reator UASB e filtro anaeróbio. Figura 1.16 Casa de apoio. Figura ª lagoa. Figura ª lagoa. 460

125 Figura ª lagoa. Figura 1.20 Efluente tratado sendo lançado no Córrego da Serra ETE Vermelho Velho (em projeto) A ETE Vermelho Velho seria implantada às margens da rodovia Durval Alves de Faria na entrada para o distrito de Vermelho Velho, nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.22). O efluente tratado seria lançado no Rio Vermelho. O estudo de concepção do SES foi elaborado por estudantes da Universidade Federal de Viçosa, como trabalho de conclusão do curso, e foi concluído em Ainda não foram solicitados os recursos para as obras, conforme informado por representantes do SAAE. Inicialmente foi feita a divisão do distrito em cinco sub-bacias. Para as sub-bacias I, II, III e IV, que abrangem 82 dos 86 lotes passíveis de construção, o sistema de tratamento de esgoto seria composto por tratamento preliminar, reator UASB, filtro anaeróbio e leito de secagem (Figura 1.21). A sub-bacia V, devido à sua localização mais distante do centro do distrito, teria um tratamento individual constituído por tanque séptico e filtro anaeróbio. Figura 1.21 Fluxograma do sistema de tratamento do projeto da ETE de Vermelho Velho. Fonte: Adaptado de von Sperling,

126 O projeto prevê o atendimento de 100% da população urbana, o que corresponderia a aproximadamente 663 habitantes e vazão de 1,11 L/s em início de plano, em 2010, e 871 habitantes e vazão de 1,36 L/s em final de plano, no ano de Considerando que a subbacia V terá um tratamento individualizado, o projeto para a ETE que atenderá as demais sub-bacias prevê 622 habitantes e vazão de 1,02 L/s em início de plano, em 2010, e 820 habitantes e vazão de 1,26 L/s em final de plano, no ano de Na consulta, em abril de 2013, ao SIAM, verificou-se que ainda não foi solicitada regularização ambiental para o empreendimento. Figura 1.22 Área prevista para implantação da ETE de Vermelho Velho. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Raul Soares, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 462

127 Raul Soares - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 18,56 0,85 19,53 6,00 7,60 24,11 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Raul Soares O baixo percentual de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES para o município de Raul Soares. A ETE apresenta uma boa operacionalidade, porém o valor do indicador OP foi ponderado em relação ao PTD no cálculo final do índice, assim como o indicador DR. A ETE não possui regularização ambiental. No indicador AA, o município recebeu pontuação referente aos subindicadores DN e MO, já que atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008 e o programa de monitoramento da ETE é realizado. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação das ETE Vermelho Velho e Tanque Séptico, ambas em projeto. Como Raul Soares encontra-se totalmente inserido na BHRPG, foram realizados os cálculos para a população urbana total do município. 463

128 Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 836,14 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - ETE Bicuíba: 528 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 24,81 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 836,14 24,81 = 811,33 kgdbo.d -1 o Redução de 2,97% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Vermelho Velho e Tanque Séptico estivessem em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Vermelho Velho: 820 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,75 = 33,21 kgdbo.d -1 - ETE Tanque Séptico: 51 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,75 = 2,07 kgdbo.d -1 Total da carga removida = 60,08 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 836,14 60,08 = 776,06 kgdbo.d -1 o Redução de 7,19% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Raul Soares População considerada Total Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Atual 836,14 24,81 811,33 2,97% Hipotético 836,14 60,08 776,06 7,19% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios considerados para cálculo do IQES, a qualidade do esgotamento sanitário do município de Raul Soares foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável por essa classificação é o baixo percentual de tratamento de esgoto. No município, este serviço encontra-se disponível apenas para a população do distrito de Bicuída. 464

129 Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgoto: Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos na sede e nos distritos de Santana do Tabuleiro, São Sebastião do Óculo e São Vicente da Estrela, Vermelho Velho, o que corresponde a 96,60% da população urbana do município. Diretriz para o problema 1: Este problema será um pouco amenizado com a implantação da ETE Vermelho Velho (em projeto). O empreendimento foi projetado para tratar 100% do esgoto gerado no distrito de Vermelho Velho. No entanto, até momento da visita ainda não existiam perspectiva de implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários na sede e nos distritos de Santana do Tabuleiro, São Sebastião do Óculo e São Vicente da Estrela. Isto posto, sugere-se que a Prefeitura e o SAAE do Município de Raul Soares busquem informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasse de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. Problema 2: Parcela de 20% população urbana não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. Diretriz para o problema 2: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não 465

130 seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. B- Problemas e diretrizes em relação à estação de tratamento de esgoto: Problema 3: A ETE Bicuíba não está regularizada ambientalmente. Diretriz para o problema 3: Sugere-se que seja requerida a regularização ambiental para a ETE, após ter sido consolidada a gestão, operação e manutenção adequada da estação. Assim a ETE estará apta a operar de acordo com todas as condições e parâmetros ambientais legalmente vigentes. Para obter as informações sobre o processo de regularização ambiental, deverá ser consultado o site da SEMAD ( C- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 4: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 4: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 466

131 57. Ressaquinha 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Ressaquinha, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo na área urbana e na área rural. Na sede, a população urbana é de habitantes. Há três distritos: Canjamba, com 128 habitantes na área urbana; Simão Tamm, com 272, e Vargem do Amargoso, com 123. O município está parcialmente inserido na UPGRH DO1, correspondendo a 24% de sua área territorial na região da BHRPG. A nascente do Rio Piranga está localizada no distrito de Simão Tamm. A sede está inserida na Bacia Hidrográfica do Rio das Mortes. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a área urbana do município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (na sede e nos distritos); Fossas negras (nos distritos); Um tanque séptico comunitário (na sede); Interceptores parcialmente instalados (na sede); Uma ETE fora de operação (na sede). A prestação do serviço de esgotamento sanitário do município é da prefeitura. Segundo informado, o percentual da população urbana atendida por serviço de coleta de esgotos na sede é de aproximadamente 80%, enquanto que para os distritos não foi informado. Há uma estação de tratamento de esgotos, mas que nunca operou. Na sede, foi implantado, em 2012, um tanque séptico comunitário que atende cerca de 10 casas. Logo, considerando uma média de quatro habitantes por casa, aproximadamente, 40 pessoas são atendidas pelo tanque séptico e, portanto, o percentual da população urbana total atendida por tratamento de esgotos é de apenas 1,3%. 467

132 O município ainda não possui PMSB e, até a data da visita, não havia perspectivas de sua elaboração. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que este não possui estação de tratamento de esgotos regularizada para atender pelo menos 50% da população urbana. Na data da visita, o município não atendia a DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, uma vez que ainda não havia enviado o Relatório Técnico à FEAM. Como está enquadrado no Grupo 7 da DN COPAM nº 96/2006, possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda, pelo menos, 80% da população urbana e tenha eficiência mínima de remoção 60% da carga orgânica. Os pontos de lançamento de esgotos nos distritos foram georreferenciados. Ressalta-se que os lançamentos são difusos, em que a maioria das casas lança diretamente nos corpos de água receptores. Em Camjamba, registrou-se um ponto nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1), onde o lançamento ocorre em um Córrego afluente do Rio Piranga, cujo nome informado foi Córrego Fazenda da Pedra. Em Vargem do Amargoso, foram registrados os lançamentos nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.2), em um Córrego afluente do Rio Piranga, e E e , onde o esgoto segue um trecho a céu aberto em direção a um Córrego afluente do Rio Piranga. Por fim, em Simão Tamm foram georreferenciados, em UTM 23K, pontos de lançamentos no Córrego Mata Virgem (afluente do Rio Piranga) nas coordenadas E e N (Figura 1.3), diretamente no Rio Piranga, nas coordenadas E e N (Figura 1.4), e em um Córrego afluente do Rio Piranga, nas coordenadas E e N. 468

133 Figura 1.1 Lançamento difuso no Córrego Fazenda da Pedra, em Canjamba. Figura 1.2 Esgotos seguindo a céu aberto, próximo a um Córrego afluente do Rio Piranga, em Vargem do Amargoso. Figura 1.3 Lançamento no Córrego Mata Virgem, em Simão Tamm. Figura 1.4 Espuma no Rio Piranga, indicando o lançamento de esgotos, em Simão Tamm. Na sede, os esgotos são lançados diretamente no Rio Ressaquinha, que deságua no Rio das Mortes, pertencente à Bacia Hidrográfica do Rio Grande. Contudo, cerca de dez casas têm os esgotos conduzidos para um tanque séptico, localizado nas coordenadas UTM23K E e N (Figura 1.5), próximo ao Rio Ressaquinha, onde o efluente é lançado em sumidouro. O tanque séptico foi implantado em 2012 e até então não havia um gestor responsável. 469

134 Figura 1.5 Tanque séptico. Conforme informado, em foi implantada uma ETE na sede municipal através do convênio COPASA/SEDRU 153/04. Entretanto, apenas uma pequena parcela da população tem a rede interceptada. Dessa forma, houve a necessidade de complementar o projeto de forma a abranger todo o sistema de coleta e interceptação dos esgotos. Em 2011, o município foi contemplado pela Portaria Funasa nº 314, de 14 de junho de 2011, para elaboração de projetos de esgotamento sanitário, conforme disposto no Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de Segundo informado em julho de 2013 pela empresa responsável, vencedora da licitação, o Relatório Técnico Preliminar - RTP já foi concluído. 1.3 Estação de Tratamento de Esgotos ETE Ressaquinha fora de operação A ETE está localizada na sede do município, no bairro Colônia, nas coordenadas UTM 23K E e N. Se a estação estivesse em operação, o esgoto tratado seria lançado no Rio Ressaquinha. A ETE nunca operou, desde sua implantação em Como as obras no sistema de condução não foram concluídas, os esgotos não chegam até a estação. Segundo representantes da prefeitura, vários documentos e informações foram perdidos com a troca da gestão municipal. Somente foram localizados os documentos referentes ao convênio da COPASA com a SEDRU, que possibilitou a implantação do empreendimento, mas não havia dados técnicos do projeto disponíveis. A falta de informações, bem como a escassez de 470

135 recursos, são fatores relatados que dificultam a continuidade às obras e a manutenção do sistema de tratamento de esgotos. Na visita realizada à ETE, diagnosticou-se que esta é constituída por elevatória, tratamento preliminar, reator UASB, leito de secagem, queimador de gases e casa de apoio, conforme pode ser visto de Figura 1.7 a 1-12 e cujo fluxograma simplificado está ilustrado na Figura 1.6. Ressalta-se que não havia processo de regularização ambiental referente a este empreendimento. Figura 1.6 Fluxograma ETE fora de operação de Ressaquinha. Fonte: Adaptado de von Sperling, Figura 1.7 Entrada da ETE. Figura 1.8 Tratamento preliminar (preenchido com água de chuva). 471

136 Figura 1.9 Vista lateral do reator UASB. Figura 1.10 Vista superior do reator UASB. Figura 1.11 Queimador de gases. Figura 1.12 Leitos de secagem. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Ressaquinha, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 472

137 Ressaquinha - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 18,40 0,33 7,87 18,83 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Ressaquinha O baixo percentual de tratamento de esgotos que o município apresentou (PTD = 1,33) foi o principal fator responsável pela classificação na faixa Muito ruim do IQES. O tratamento de esgotos é realizado por um tanque séptico, que apresentou uma baixa operacionalidade, e o valor obtido no indicador foi ainda ponderado em relação ao PTD. O município não atendeu a nenhum dos demais indicadores, o que contribuiu ainda mais para a baixa pontuação no índice. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de ampliação do sistema de tratamento de esgotos sanitários. Vale lembrar que o município está parcialmente inserido BHRPG, portanto os dados são apresentados considerando inicialmente toda a população urbana e, em seguida, apenas a parcela que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPG, que representa cerca de 17,3% da população total. 473

138 2.2.1 Avaliação para a população urbana total do município Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 163,24 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - Tanque Séptico: 40 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,35 = 0,76 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 163,24 0,76 = 162,49 kgdbo.d -1 o Redução de 0,46% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual Avaliação para a parcela da população urbana que lança esgotos na BHRPG Cenário atual o População urbana atual que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPG: - Distrito de Canjamba: 128 hab - Distrito de Simão Tamm: 272 hab - Distrito de Vargem do Amargoso: 123 hab - Total: 523 hab Carga poluidora gerada = 523 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 28,24 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada na BHRMP = 28,24 0 = 28,24 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Ressaquinha População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 163,24 0,76 162,49 0,46% Contribuinte Atual 28, ,24 0% 474

139 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município Ressaquinha foi classificada como Muito ruim (IQES = Muito ruim). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município foi o baixo percentual de tratamento de esgotos. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população urbana da sede (20%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Não há informações sobre a porcentagem da população urbana dos distritos que é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgoto para 98,4% da população urbana da sede. Nos distritos de Canjamba, Simão Tamm e Vargem do Amargoso este serviço não é realizado. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que a prefeitura avalie a possibilidade de ativação da ETE Ressaquinha. Caso fique constatada a inviabilidade técnica e econômica dessa ativação, faz-se necessário a elaboração de um novo projeto de implantação de sistema de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. 475

140 Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 4: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Diretriz para o problema 4: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda a pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 476

141 58. Rio Casca 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Rio Casca, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui um distrito, Jurumirim, que possui população urbana de 463 habitantes. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, sendo a maior parte na Bacia Hidrográfica do Rio Casca e na região da Bacia Hidrográfica Incremental da UPGRH DO Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); ETE em projeto. Na sede do município, a concessão do esgoto foi feita para a COPASA, no distrito o tratamento de esgoto é de responsabilidade da prefeitura. O município não possui PMSB e foi informado que se trata de nova gestão, estando ainda se organizando. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que este não possui estação de tratamento de esgotos regularizada para atender pelo menos 50% da população urbana. Na sede do município, 77,38% do esgoto é coletado e lançado in natura no Rio Casca, no Córrego do Roma e no Córrego Bela Vista. Já no distrito, é realizada coleta de 85% do esgoto e também não é realizado tratamento. Na sede, os lançamentos são realizados no pontos referentes às coordenadas UTM 23K E e N (Bairro Santa Efigênia), E e N (Bairro Jacarandá e Bairro das Graças), E e N (Centro lançamento difuso), E e N 477

142 (Centro lançamento pontual), E e N (Bairro Bela Vista e Bairro Céu Azul lançamento pontual e difuso), E e N (Bairro Bela Vista lançamento pontual) conforme podem ser identificados de Figura 1.1 a 1-6. Figura 1.1 Lançamento de esgoto in natura ao longo do Córrego do Roma. Figura 1.2 Os bairros Jacarandá e das Graças contribuem com lançamento no Córrego do Roma. Figura 1.3 Lançamento difuso de esgoto in natura no Rio Casca. Figura 1.4 Lançamento pontual submerso no Rio Casca. Figura 1.5 Lançamento pontual e difuso de esgoto in natura no Rio Casca. Destaque: Lançamento pontual. Figura 1.6 Lançamento pontual no Rio Casca a cerca de 100 metros. Contribuição do Bairro Bela Vista. 478

143 No distrito de Jurumirin, os lançamentos são feitos, principalmente nos pontos referentes às coordenadas UTM 23K E e N (Rua C e Rua Francisco Daniel da Silva e Rua Vista Alegre lançamento pontual), E e N (Rua Procópio Xavier e Escola ponto aproximado cerca de 20 metros), E e N (Rua São Sebastião), E e N (Rua Procópio Xavier), conforme identificado de Figura 1.7 a Figura 1.7 Lançamento pontual e difuso de esgoto in natura ao longo do Córrego de Jurumirin. Figura 1.8 Local por onde passa tubulação que conduz esgoto in natura até o Córrego de Jurumirin, a cerca de 20 metros. Figura 1.9 Lançamento pontual e difuso de esgoto in natura no Córrego de Jurumirin. Figura 1.10 Tubulação que conduz esgoto in natura até o Córrego de Jurumirin, a cerca de 25 metros. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que enviou Relatório Técnico à FEAM. Como está enquadrado no Grupo 7 da DN COPAM nº 96/2006, possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda, pelo menos, 80% da população urbana, com remoção mínima de 60% da carga orgânica. 479

144 O município foi contemplado no Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de 2011, para elaboração de projeto para ETE na comunidade Vista Alegre, localizada no distrito de Jurumirin. Foi ainda convocado na Portaria Funasa nº 784, de 7 de junho de 2013, a apresentar projeto de esgotamento sanitário, anteriormente selecionado através da Portaria Funasa nº 192, de 1 de fevereiro de Estações de Tratamento de Esgotos ETE Rio Casca (em projeto) O município possui um projeto de ETE, que está sendo elaborado pela COPASA. Juntas, COPASA e prefeitura estão pleitando recursos para execução das obras. O sistema de tratamento empregado será composto de tratamento Preliminar, dois reatores UASB seguidos de filtro anaeróbio e leito de secagem, conforme ilustra fluxograma da Figura Figura 1.11 Fluxograma do projeto da ETE Rio Casca. Fonte: Adaptado de von Sperling, Segundo informado pela COPASA, está previsto para final de plano, em 2031, uma vazão de 24,16 L/s e atendimento a habitantes (cerca de 99%), com eficiência de remoção de DBO de 70%. 480

145 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Rio Casca, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Rio Casca - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 17,87 3,70 21,57 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Rio Casca A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 21,57 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água 481

146 da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação da ETE Rio Casca (projeto). Como Rio Casca encontra-se totalmente inserido na BHRPG, foram realizados os cálculos para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 612,04 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 612,04 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se a ETE Rio Casca estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Rio Casca: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,70 = 410,92 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 612,04 410,92 = 201,11 kgdbo.d -1 o Redução de 67% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Rio Casca População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 612, ,04 0% Hipotético 612,04 410,92 201,11 67% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município Rio Casca foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). Os principais fatores responsáveis pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. 482

147 Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Cerca de 23% da população urbana da sede e 15% da população urbana do distrito de Jurumirim não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e do distrito de Jurumirim. Diretriz para o problema 2: Este problema será praticamente solucionado com a implantação da ETE Rio Casca (em projeto). O empreendimento foi projetado para tratar 99% do esgoto gerado na sede, correspondendo a cerca de 95% da população urbana total do município. No entanto, até momento da visita ainda não existiam perspectiva de implantação de um sistema de tratamento de esgotos sanitários no distrito de Jurumirim. Isto posto, sugere-se que a Prefeitura (responsável pelos serviços de esgotamento sanitário naquela localidade) busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de 483

148 Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 4: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Diretriz para o problema 4: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda a pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem 484

149 como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 485

150 59. Rio Doce 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Rio Doce, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e 812 habitantes correspondem à população rural. O município não possui distrito e está totalmente inserido na UPGRH DO1, com maior parte de seu território na Bacia Incremental da UPGRH DO1 e uma pequena parte na Bacia Hidrográfica do Rio do Carmo. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Uma ETE em operação. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município é da prefeitura. Segundo informado pelo chefe de departamento de saneamento, na sede 100% da população é atendida por rede coletora e por tratamento de esgotos. O município declarou não possuir PMSB, mas estão mobilizados para sua elaboração e têm conhecimento de sua importância e abrangência. Em princípio elaborariam por conta própria, mas não descartam a possibilidade de contratação do serviço. Rio Doce enviou termo de manifestação de interesse para pleitear recursos via IBIO AGB Doce, em consonância com o Edital de Chamamento Público nº 002/2013 UGRH1, para o custeio de todo o processo de elaboração do PMSB. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos está disponível para o município, já que o percentual de atendimento por tratamento atual é de 100%, superior ao mínimo para receber essa parcela do ICMS que é de 50%. Ademais, o empreendimento é licenciado. 486

151 O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Ressalta-se que possuem o prazo até março de 2017 para implantar SES que atenda, pelo menos, 80% da população urbana. O município de Rio Doce foi contemplado para elaboração de projeto via Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de Segundo informado na data da visita, o projeto contemplará quatro comunidades rurais: Jorge, Matadouro, Santana do Deserto e São João do Entre Montes. O município já solicitou recursos para obras via carta-consulta e foi convocado pela Portaria Funasa nº 784, de 7 de junho de 2013, para apresentar projeto técnico referente à Portaria Funasa nº 192, de 1 de fevereiro de Pela Portaria Funasa nº 931, de 10 de julho de 2013, o município foi convocado para entrevista técnica e apresentação de documentação complementar. A entrevista visa averiguar a viabilidade técnica do projeto apresentado, o qual será financiado com recursos do PAC O pagamento pelos serviços de esgotamento sanitário é feito anualmente via taxa no IPTU. Conforme informado, o desafio para universalização dos serviços de esgotamento sanitário envolve o financiamento para contemplar sitiantes e propriedades isoladas. O primeiro projeto e a primeira licença ambiental para ETE previa a construção de uma lagoa facultativa, porém, por problemas de rompimento, alteraram para o sistema existente atualmente. O encontro do Rio Carmo com o Rio Piranga ocorre em território municipal, formando o Rio Doce. O principal curso d água da sede é o Córrego Lajes, que não recebe esgoto bruto da população urbana, pois 100% da sede é contemplada com tratamento de esgotos. Logo, não foram georreferenciados pontos de lançamento de esgoto in natura na sede. 10 Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) promoveu a retomada do planejamento e execução de grandes obras de infraestrutura social, urbana, logística e energética do país, contribuindo para o seu desenvolvimento acelerado e sustentável. Em 2011, o PAC entrou na sua segunda fase, PAC 2, com o mesmo pensamento estratégico, aprimorados pelos anos de experiência da fase anterior, mais recursos e mais parcerias com estados e municípios, para a execução de obras estruturantes que possam melhorar a qualidade de vida nas cidades brasileiras. ( 487

152 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Rio Doce (em operação) Processo COPAM 04147/2012/001/2012 A ETE Rio Doce está localizada na estrada Porto Alegre nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Córrego das Lajes, afluente do Rio Doce. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar, reator UASB, filtro anaeróbio e leito de secagem, conforme fluxograma ilustrado nafigura 1.1. Figura 1.1 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Rio Doce. Fonte: Adaptado de von Sperling, A ETE possui placa de identificação do empreendimento (Figura 1.2), bem como de restrição de acesso a pessoas não autorizadas, cercamento e paisagismo adequado. Não foram observados RSU dispersos na área da ETE e nem vestígios de animais. Havia operador devidamente capacitado e uniformizado, utilizando EPI, e foi declarado que este mantêm o cartão de vacina em dia. A estação possui casa de apoio (Figura 1.4), manual operacional e o sistema de comunicação é feito via celular. Uma das inconformidades verificadas foi a ausência de livro de registro de ocorrências e de paralisações. As canaletas de drenagem pluvial (Figura 1.5) estavam devidamente limpas e desobstruídas e as tubulações de condução do efluente ao corpo receptor estavam protegidas. O ponto de lançamento do efluente no corpo receptor não era acessível devido à vegetação. Na data da visita, o tratamento preliminar (Figura 1.3) apresentava-se em boas condições. A medição de vazão não estava sendo feita, pois a régua encontrava-se quebrada. O reator UASB (Figura 1.8) e os filtros anaeróbios (Figura 1.9) operavam sem inconformidades. O lodo 488

153 gerado coletado no leito de secagem (Figura 1.10) e o material retido no tratamento preliminar são encaminhados para o aterro controlado da usina de triagem municipal. A ETE Rio Doce não possui programa de automonitoramento. Começou a operar em 2008 e foi implantada com recursos via consórcio Candonga (barragem), conforme informado. Os recursos para manutenção provêm da prefeitura. O percentual de atendimento atual corresponde a 100% da população urbana da sede, ou seja, habitantes. A vazão média atual é de aproximadamente 4 L.s -1. A eficiência de remoção de DBO é estimada em 80%. Atualmente não são feitas análises, pois o município está em processo de contratação de uma empresa, conforme informado. A ETE possui AAF válida até agosto de Figura 1.2 Placa de identificação e cercamento, ETE Rio Doce. Figura 1.3 Tratamento preliminar. Figura 1.4 Casa de apoio. Figura 1.5 Drenagem pluvial. 489

154 Figura 1.6 Queimador de gás. Figura 1.7 Lançamento inacessível. Figura 1.8 Reator UASB. Figura 1.9 Filtros anaeróbios. Figura 1.10 Leitos de secagem. 490

155 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Rio Doce, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito bom e por isso representado com a cor azul, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Rio Doce - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 86,76 23,00 25,00 17,66 9,00 6,00 6,10 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Rio Doce A classificação na faixa Muito bom do IQES para o município de Rio Doce já era esperado visto que 100% da população urbana é atendida pelos serviços de coleta e tratamento de esgotos. Isso acarretou na elevação do valor do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR foram ponderados pelo percentual de tratamento de esgotos declarado (PTD) no cálculo final do índice. Apesar de não realizar o descarte dos resíduos sólidos de forma adequada (DR = 6), a ETE apresenta uma boa operacionalidade, infraestrutura e segurança, verificadas durante a visita à estação, obtendo, portanto uma alta pontuação no indicador OP. O município apenas deixou de receber a pontuação referente ao subindicador MO, visto que não é realizado programa de monitoramento da ETE. 491

156 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de ampliação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Rio Doce é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 89,26 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - ETE Rio Doce: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 77,66 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 89,26 77,66 = 11,60 kgdbo.d -1 o Redução de 87% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Rio Doce População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 89,26 77,66 11,60 87% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município Rio Doce foi classificada como muito bom ( IQES Muito bom ). Os principais fatores responsáveis pela boa qualidade do serviço nesse município é amplitude da cobertura de coleta e tratamento de esgotos. Diretrizes foram elaboradas para auxiliar o município em melhorias pontuais para manter a boa avaliação do seu serviço de esgotamento sanitário, que estão descritas a seguir. 492

157 A- Problemas e diretrizes em relação à Estação de Tratamento de Esgotos: Problema 1: O município não realiza monitoramento da qualidade do efluente da ETE. Diretriz para o problema 1: Sugere-se que a prefeitura realize o monitoramento da qualidade do monitoramento do efluente da ETE. As análises laboratoriais devem ser realizadas em laboratório acreditado ou homologado com a Norma ABNT NBR ISO/IEC 17025:2005, conforme estabelecido pela DN Copam 167 de 29 de junho de Problema 2: Inconformidades registradas na ETE. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que seja providenciado livro de ocorrências e paralisações atualizado; acessibilidade ao ponto de coleta de amostras e lançamento de esgoto tratado no corpo receptor; e, régua no medidor de vazão. 493

158 60. Rio Espera 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Rio Espera, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui dois distritos: Rio Melo, que possui população urbana de 242 habitantes; e Piranguita, com população urbana de 401 habitantes. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, com 100% do território na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); Interceptores (distrito de Rio Melo); Elevatória (distrito de Rio Melo); ETE em operação (distrito de Rio Melo); ETE fora de operação (sede). Tanto na sede, quanto nos distritos, o tratamento de esgotos é de responsabilidade da prefeitura. A COPASA é responsável apenas pelo abastecimento de água. O município não possui PMSB e foi informado que o tema ainda não foi discutido, embora conheçam sua importância. Rio Espera não recebe ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, uma vez que não possui sistema de tratamento de esgotos regularizado que atenda 50% da população urbana. Na sede do município, 70% do esgoto é coletado e lançado in natura no Rio Espera, no Ribeirão Boa Esperança e no Rio Brejaúba. O lançamento é feito principalmente nos pontos referentes às coordenadas UTM 23K E e N, E e N, E 494

159 e N, E e N, E e N, conforme apresentado nas Figuras 1-1 a 1-5. Figura 1.1 Lançamento pontual de esgoto in natura em Córrego afluente do Rio Espera tubulação coberta pelo mato. Figura 1.2 Lançamento difuso de esgoto in natura no Rio Espera. Figura 1.3 Lançamento pontual de esgoto in natura no Rio Espera. Figura 1.4 Lançamento difuso de esgoto in natura ao longo do Rio Espera. Figura 1.5 Lançamento difuso de esgoto in natura no Rio Espera. 495

160 No distrito de Piranguita, 90% da população é atendida por rede coletora, mas o esgoto de 100% da população é lançado in natura no Rio Piranga, nos pontos referentes às coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.6), E e N (ponto aproximado cerca de 40 metros Figura 1.7). Figura 1.6 Lançamento pontual de esgoto in natura no Rio Piranga. Figura 1.7 Lançamento pontual de esgoto in natura em Córrego afluente do Rio Piranga, a cerca de 40 metros. O distrito de Rio Melo tem 100% de coleta e tratamento dos esgotos sanitários. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a essa deliberação, uma vez que não enviou Relatório Técnico à FEAM. Como está enquadrado no Grupo 7 das deliberações mencionadas, possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda, pelo menos, 80% da população urbana. O município foi convocado na Portaria Funasa nº 784, de 7 de junho de 2013 a apresentar projeto de esgotamento sanitário, anteriormente selecionado através da Portaria Funasa nº 192, de 1 de fevereiro de Estações de Tratamento de Esgotos ETE Rio Melo em operação No distrito de Rio Melo, há uma ETE que opera desde o ano de 2007, que foi construída pela COPASA, mas a operação e manutenção são feitas pela prefeitura. 496

161 O sistema de tratamento utilizado é composto de tratamento preliminar e reator UASB, seguido de leito de secagem. O fluxograma da Figura 1.8 ilustra o sistema de tratamento da ETE. Figura 1.8 Fluxograma do projeto da ETE Rio Melo. Fonte: Adaptado de von Sperling, As inconformidades identificadas na ETE foram a ausência de operador treinado e capacitado, ausência de sistema de comunicação, placa de identificação e inacessibilidade ao ponto de lançamento do efluente tratado no corpo receptor. Em relação à operação da ETE, identificou-se na etapa de tratamento preliminar que o desarenador se encontrava desativado e com esgoto em seu interior, na etapa do desaguamento do lodo, observou-se que o leito de secagem apresentava vegetação em seu interior. As Figuras 1-9 e 1-10 abaixo ilustram a situação da ETE. Figura 1.9 Vista geral da ETE Rio Melo. Figura 1.10 Desarenador inativado e com esgoto em seu interior. 497

162 Figura 1.11 Leito de secagem com vegetação no interior. Figura 1.12 Ponto de lançamento inacessível ETE Sede fora de operação No ano de 2007, a COPASA construiu uma ETE na sede do município, porém não foram instalados os interceptores e a estação nunca funcionou. Segundo o representante da prefeitura, existe intenção de ativar a ETE. O sistema de tratamento que seria empregado era composto de tratamento preliminar, reator UASB e leito de secagem, conforme ilustra o fluxograma da Figura Figura 1.13 Fluxograma do projeto da ETE Sede. Fonte: Adaptado de von Sperling, Não foi possível ter acesso à ETE Rio Espera e a Figura 1.14 apresenta a vista geral da estação. 498

163 Figura 1.14 Vista geral da ETE Rio Espera (fora de operação). 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Rio Espera, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 499

164 Rio Espera - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 17,54 2,49 14,01 12,00 3,90 23,01 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Rio Espera O baixo percentual tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação do município na faixa Ruim do IQES. A ETE apresenta uma operacionalidade satisfatória (OP=14,01), a destinação de seus resíduos é feita forma correta (DR=12), além da realização do programa monitoramento (MO=3,9). Porém os indicadores OP, DR e o subindicador MO foram ponderados pelo baixo percentual de tratamento declarado (PTD=9,97%), o que pouco contribui para a pontuação final do IQES. Além disto, a ETE não possui regularização ambiental e o município não recebeu a pontuação referente aos demais subindicadores da análise adicional (AA), uma vez que não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008 e não recebe ICMS Ecológico pelo tratamento de esgotos. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que no momento da visita os dados referentes ao projeto da ETE Rio Espera (fora de operação) não estavam disponíveis. Todo o esgoto gerado pela população urbana de Rio Espera é lançado no interior da BHRPG, portanto foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. 500

165 Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 129,76 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - ETE Rio Melo: 500 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,75 = 20,25 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 129,76 20,25 = 109,51 kgdbo.d -1 o Redução de 15,61% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Rio Espera População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 129,76 20,25 109,51 15,61% 3 Diretrizez Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município Rio Espera foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). Os principais fatores responsáveis pela má qualidade do serviço nesse município são o serviço de coleta não universalizado e baixo percentual de coleta e tratamento de esgotos. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Parcela da população urbana da sede (30%) e do distrito de Piranguita não é atendida pela rede coletora, lançando o esgoto doméstico diretamente nos cursos d água. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não 501

166 seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e do distrito de Piranguita. Diretriz para o problema 2: Embora não se tenha informação sobre o percentual de atendimento a população urbana pela ETE Sede (fora de operação), a sua ativação poderá amenizar o problema. Para tanto, sugere-se que a prefeitura avalie a possibilidade de ativação dessa ETE. Caso ateste-se a inviabilidade técnica ou econômica do empreendimento, é necessário elaborar um novo projeto de sistema de tratamento de esgotos na sede. No distrito de Piranguita, por sua vez, não existem perspectivas de implantação de sistemas de tratamento de esgotos. Isto posto, sugere-se que a Prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação à Estação de Tratamento de Esgotos: Problema 3: Série de inconformidades registradas na ETE Rio Melo: (i) ausência de operador treinado e capacitado, (ii) ausência de sistema de comunicação; (iii) ausência de placa de identificação do empreendimento; (iv) inacessibilidade ao ponto de lançamento do efluente tratado no corpo receptor; (v) desarenador desativado e com esgoto em seu interior; (vi) leito de secagem apresentava vegetação em seu interior 502

167 Diretriz para o problema 3: Sugere-se que seja contratado um engenheiro sanitarista, civil ou ambiental, para que este realize a avaliação da ETE e elabore um documento que conste a planta da estação e um manual operacional. Após a conclusão dessa etapa, deverão ser selecionados e capacitados funcionários para gerir, operar e realizar a manutenção da ETE. C- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 4: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 4: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas e diretrizes em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 5: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Diretriz para o problema 5: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda a pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do 503

168 formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 504

169 61. Santa Cruz Do Escalvado 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Santa Cruz do Escalvado, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. Na sede e nos distritos de São Sebastião do Soberbo e Zito Soares, a população urbana é de 1.177, 309 e 244 habitantes, respectivamente. O município está totalmente inserido na UPGRH, sendo que a maior parte encontra-se na região da Bacia Hidrográfica Incremental. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em abril de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores no distrito de São Sebastião do Soberbo; Uma ETE em operação no distrito de São Sebastião do Soberbo; Uma ETE em operação na zona rural, comunidade de São José da Vargem Alegre. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede e no distrito de Zito Soares é da prefeitura, enquanto que no distrito de São Sebastião do Soberbo, atualmente o Consórcio Candonga é o responsável. Conforme informado por representantes da prefeitura, 100% dos habitantes da área urbana são atendidos por serviço de coleta de esgotos, embora tenham sido observados, durante a visita, lançamentos de esgotos diretamente das casas nos córregos. O percentual de atendimento por tratamento de esgotos na área urbana do município é de 17,9%, correspondendo a 100% da população do distrito de São Sebastião do Soberbo. Não há tratamento do esgoto na sede e no distrito de Zito Soares. O município não possui PMSB e até a data da visita não havia perspectivas de sua elaboração. 505

170 O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que este não possui estação de tratamento de esgotos regularizada que atenda, pelo menos, 50% da população urbana. O município está enquadrado no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atualmente atende a essa deliberação, uma vez que já enviou o Relatório Técnico à FEAM e tem o prazo até março de 2017 para possuir ETE regularizada que atenda, no mínimo, 80% da população urbana. Na sede, o esgoto bruto é lançado no Ribeirão Escalvado, afluente do Rio Doce, e em seus córregos afluentes, Charnecão e Caracol; enquanto que no distrito de Zito Soares, recebem esgoto bruto os córregos Boa Viagem, Correias e Vituruna, afluentes do Córrego da Onça, que por sua vez é afluente do Rio Doce. Na sede, foram georreferenciados diversos locais nos quais há lançamentos de esgoto in natura, em sua maioria de forma difusa. No Ribeirão Escalvado, o lançamento ocorre nas coordenadas UTM 23K E e N, E e N, E e N, E e N, E e N, E e N, E e N, no Córrego Charnecão nas coordenadas UTM 23K E e N, e no Córrego do Caracol nas coordenadas UTM 23K E e N. Alguns desses lançamentos de esgoto podem ser visualizados de Figura 1.1 a 1-6. Figura 1.1 Lançamento no Córrego Charnecão. Figura 1.2 Lançamento no Ribeirão Escalvado. 506

171 Figura 1.3 Lançamento no Ribeirão Escalvado. Figura 1.4 Lançamento no Ribeirão Escalvado. Figura 1.5 Lançamento no Ribeirão Escalvado. Figura 1.6 Lançamento no Córrego Caracol. Segundo informações obtidas na visita, não há nenhum projeto em vista de tratamento de esgotos para a área urbana da sede e do distrito de Zito Soares. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Nova Soberbo (em operação) A ETE Nova Soberbo está localizada no distrito de São Sebastião do Soberbo, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Córrego do Gambá, afluente do Rio Doce, nas coordenadas UTM 23K E e N. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar, tanque séptico, filtro anaeróbio e leito de secagem. O fluxograma desta estação é apresentado na Figura

172 Figura 1.7 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Nova Soberbo. Fonte: Adaptado de von Sperling, Em relação à infraestrutura geral da ETE, não havia placa de identificação, mas o acesso a pessoas não autorizadas era restrito e o cercamento e paisagismo eram adequados (Figuras 1-8 e 1-9). O operador responsável pela manutenção da estação era devidamente capacitado e uniformizado, utilizava EPI e estava com cartão de vacina em dia, conforme informado. Na data da visita, o tratamento preliminar (Figura 1.10) funcionava adequadamente, onde verificou-se que os materiais retidos no gradeamento são retirados diariamente e a limpeza do desarenador é feita a cada dois meses. A vazão é medida periodicamente (Figura 1.11). O efluente é conduzido por gravidade para os tanques sépticos (Figura 1.12) e em seguida para os filtros anaeróbios. As unidades são aterradas e, aparentemente, estavam em boas condições, com exceção de uma das tampas dos filtros anaeróbios (Figura 1.13) que se encontrava com rachaduras. Tanto para os tanques sépticos quanto para os filtros anaeróbios, a retirada do lodo excedente é realizada com uma frequência semestral. No leito de secagem (Figura 1.14), não foi verificado vegetação no interior, má impermeabilização ou sobrecarga. Os resíduos sólidos são dispostos em leito de secagem com cal e cerragem e são depositados em vala impermeabilizada na própria ETE (Figura 1.15). O percolado retorna ao sistema de tratamento. Conforme informado, é realizado programa de monitoramento da ETE, em que são feitas análises periódicas do efluente bruto e tratado e do corpo de água receptor, a montante e a jusante do ponto de lançamento do esgoto tratado (Figuras 1-16 e 1-17), mas não foi informado quais os parâmetros e as frequências do monitoramento. 508

173 A ETE foi implantada há cerca de dez anos pelo Consórcio Candonga, que é responsável também por sua manutenção. O percentual de atendimento atual corresponde a 100% da população urbana do distrito, equivalendo a aproximadamente 309 habitantes. A vazão média atual é de aproximadamente 0,55 L.s -1. A ETE foi projetada para atender em início e final de plano a 300 e 600 habitantes, respectivamente, correspondendo a 100% de atendimento do distrito com vazões de 0,5 e 1,0 L/s respectivamente. Em consulta no site do SIAM em abril de 2013, não foi encontrado o processo de regularização ambiental da ETE. Figura 1.8 Entrada da ETE. Figura 1.9 Outro portão de acesso à ETE. Figura 1.10 Tratamento preliminar. Figura 1.11 Calha Parshall. 509

174 Figura 1.12 Tanque séptico. Figura 1.13 Tampas do tanque séptico. Figura 1.14 Leito de secagem. Figura 1.15 Vala impermeabilizada de disposição de resíduos. Figura 1.16 Lançamento do efluente tratado. Figura 1.17 Identificação da estação de monitoramento. 510

175 1.3.2 ETE São José da Vargem Alegre (em operação). Processo COPAM: 10644/2010/001/2011 A ETE São José da Vargem Alegre está localizada na área rural da sede, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado em um córrego que deságua no Rio Doce. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar, tanque séptico e filtro anaeróbio. O fluxograma simplificado dessa ETE se encontra na Figura Figura 1.18 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE São José da Vargem Alegre. Fonte: Adaptado de von Sperling, A ETE estava devidamente cercada (Figuras 1-19 e 1-24) e não havia presença de pessoas não autorizadas ou animais. Entretanto, o paisagismo estava inadequado, onde a ausência de poda dificultava a visualização das unidades constituintes da estação e o acesso ao ponto de lançamento do efluente tratado. Havia um operador responsável pela manutenção da ETE, entretanto o próprio afirmou não ter recebido manual operacional. A vazão até então não era medida e o material gradeado estava disposto inadequadamente, próximo à unidade de tratamento preliminar (Figuras 1-20 e 1-21). Verificou-se no desarenador presença abundante de vegetação e acúmulo de areia (Figura 1.22). O tanque séptico e o filtro anaeróbio (Figura 1.23) estavam devidamente tampados, sem sinais de rachadura, mas não era retirada a escuma e o lodo excedente nunca havia sido removido, sendo que até então não havia monitoramento para verificar quando deveria ser realizada a sua remoção. Por outro lado, conforme representantes do empreendimento, a situação deveria melhorar com a contratação recente de um profissional que irá auxiliar na gestão da estação. Também está previsto a realização de automonitoramento, com análises de DBO, DQO, SST, SDT, óleos e graxas e coliformes, e no projeto é prevista 90% de remoção de DBO. Os resíduos 511

176 sólidos do tratamento preliminar são encaminhados para uma usina de triagem e compostagem, segundo informado. A ETE foi implantada com recursos da Funasa e a operação iniciou-se apenas cerca de dez anos da data de sua inauguração, que havia sido no ano de 2001, conforme informado. O tratamento de esgotos atende aproximadamente 95% da população da comunidade rural de São José da Vargem Alegre, correspondendo a cerca de 320 habitantes. Para início e final de plano, o projeto prevê atendimento para 300 e 600 habitantes, respectivamente, correspondendo a uma vazão de 0,5 e 1,0 L/s respectivamente. A ETE possui AAF válida até abril de Figura 1.19 Entrada da ETE. Figura 1.20 Tratamento preliminar. Figura 1.21 Depósito do material gradeado de forma inadequada. Figura 1.22 Acúmulo de areia e vegetação no desarenador. 512

177 Figura 1.23 Vista das unidades da ETE. Figura 1.24 Placa de identificação. 513

178 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Santa Cruz do Escalvado, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Santa Cruz do Escalvado - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 37,07 23,00 17,14 12,00 7,60 4,47 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Santa Cruz do Escalvado A classificação do município de Santa Cruz do Escalvado na faixa Ruim do IQES se explica pelo baixo atendimento à população por tratamento de esgotos (PTD= 17,86%). A ETE do município apresenta boa operacionalidade (OP= 17,14) e realiza programa de monitoramento (MO= 3,9), além do município atender à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008. Por outro lado, a ETE não possui regularização ambiental e seus resíduos sólidos não são descartados da maneira correta (DR = 6) e devido ao baixo PTD o município não recebe ICMS Ecológico pelo tratamento de esgotos. 514

179 Como os indicadores OP e DR e o subindicador MO foram ponderados em relação ao percentual de tratamento de esgotos (PTD), estes pouco contribuíram para a pontuação final do IQES. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, considerando a operação da ETE Nova Soberbo. O município possui ainda a ETE São José da Vargem Alegre, que está localizada na área rural e, portanto não foi considerada. Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Santa Cruz do Escalvado é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 93,42 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: o - ETE Nova Soberbo: 309 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,85 = 14,18 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 93,42 14,18 = 79,24 kgdbo.d -1 o Redução de 15,18% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Santa Cruz do Escalvado População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 93,42 14,18 79,24 15,18% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Santa Cruz do Escalvado foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é o baixo 515

180 percentual de tratamento de esgotos. O município possui uma ETE em operação, responsável por atender 100% da população urbana do distrito de São Sebastião do Soberbo. Diretrizes foram, então, elaboradas para os outros problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e do distrito de Zito Soares. Diretriz para o problema 1: Sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasse de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. É necessário implantar ETE na sede do município, bem como, construir uma ETE para o distrito de Zito Soares. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação à Estação de Tratamento de Esgotos: Problema 2: O município não possui regularização ambiental da ETE Nova Soberbo. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que seja requerida a regularização ambiental para a ETE, após ter sido consolidada a gestão, operação e manutenção adequada da estação. Assim a ETE estará apta a operar de acordo com todas as condições e parâmetros ambientais legalmente vigentes. Para obter as informações sobre o processo de regularização ambiental, deverá ser consultado o site da SEMAD ( 516

181 Problema 3: Irregularidades registradas na ETE Nova Soberbo. Diretriz para o problema 3: Sugere-se que seja contratado um engenheiro sanitarista, civil ou ambiental, para que este realize a avaliação da ETE e elabore um documento que conste a planta da estação e um manual operacional. Após a conclusão dessa etapa, deverão ser selecionados e capacitados funcionários para gerir, operar e realizar a manutenção da ETE. C- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 6: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 6: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 517

182 62. Santa Margarida 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Santa Margarida, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. Na sede, a população urbana é de habitantes. O município tem um distrito, Ribeirão de São Domingos, que possui população urbana de habitantes. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, com contribuição na Bacia Hidrográfica do Rio Matipó. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); Interceptores; ETE em operação; Fossas negras; Tanques sépticos. No município o tratamento de esgotos é de responsabilidade da prefeitura. A COPASA atua apenas no abastecimento de água. O município não possui PMSB, mas está tentando obter recursos junto à Funasa, aos Órgãos Ambientais e ao Estado, para elaboração do mesmo. Foi informado que houve uma reunião com a IBIO-AGB Doce, que tem interesse em elaborar o PMSB no município. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos já está disponível para o município, uma vez que este já realiza tratamento de esgotos atendendo mais de 50% da população urbana, bem como possui regularização ambiental da ETE. No município, o esgoto que não recebe tratamento é lançado nos ribeirões Santa Margarida e São Domingos. 518

183 Na sede do município, os esgotos sanitários são lançados in natura, principalmente nos pontos referentes às coordenadas UTM 23K E e N, E e N, E e N, E e N, conforme se pode observar de Figura 1.1 a 1-4. Figura 1.1 Lançamento difuso de esgoto in natura no Ribeirão Santa Margarida. Figura 1.2 Lançamento de esgoto in natura ao longo do Córrego Cachoeirinha. Figura 1.3 Trecho do Córrego Cachoeirinha que recebe esgoto in natura. Figura 1.4 Lançamento de esgoto in natura no Ribeirão Santa Margarida. No distrito de Ribeirão de São Domingos, os esgotos sanitários são lançados nos pontos referentes às coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.5), E e N (Figura 1.6). 519

184 Figura 1.5 Lançamento de esgoto in natura no Ribeirão São Domingos. Figura 1.6 Lançamento de esgoto in natura no Ribeirão São Domingos. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a essa deliberação, uma vez que não enviou Relatório Técnico à FEAM. Como está enquadrado no Grupo 7 da DN COPAM nº 96/2006, possui prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda, pelo menos, 80% da população urbana. Foi informado que o município foi contemplado no Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de 2011, para elaboração de projeto de esgotamento sanitário, para o distrito de Ribeirão de São Domingos. O município de Santa Margarida foi ainda convocado na Portaria Funasa nº 784, de junho de 2013, a apresentar projeto de esgotamento sanitário, anteriormente selecionado através da Portaria Funada nº 192, 1 de fevereiro de Estações de Tratamento de Esgotos ETE Santa Margarida (em operação) Processo 00241/2001/004/2006 LOC válida até 25/06/2013 Há uma ETE em funcionamento no município, ela foi construída no ano de 2004, com recursos da Funasa e é mantida com a verba recebida de ICMS ecológico, conforme informado. O sistema de tratamento empregado é composto de tratamento preliminar, reator UASB e 2 filtros anaeróbios. O fluxograma da Figura 1.7 ilustra o projeto da ETE Santa Margarida. 520

185 Figura 1.7 Fluxograma do projeto da ETE Santa Margarida. Fonte: Adaptado de von Sperling, Segundo o projeto da ETE, a previsão de final de plano é 2030, quando estará atendendo uma população de habitantes, com vazão média de 15,18 L/s e remoção de DBO de 94%. As inconformidades identificadas na ETE foram a ausência de placa de identificação, ausência de guarda corpo e de livro de ocorrências. Na etapa do tratamento preliminar, verificou-se que o material removido no gradeamento não recebia a destinação adequada. Na etapa do tratamento secundário, observou-se que o operador de gás encontrava-se inativado. As figuras 1-8 a 1-11 ilustram a situação da ETE. Figura 1.8 Detalhe: tratamento preliminar. Figura 1.9 Vista geral da ETE (UASB, filtros anaeróbios e leito de secagem). 521

186 Figura 1.10 Leito de secagem e ao fundo o operador da ETE. Figura 1.11 Lançamento do efluente tratado no Ribeirão Santa Margarida. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Santa Margarida, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Médio e por isso representado com a cor amarelo, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Santa Margarida - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 54,00 19,43 12,86 15,83 9,00 12,00 6,30 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Santa Margarida 522

187 O enquadramento do município de Santa Margarida na faixa Médio do IQES na deve-se principalmente ao percentual de atendimento por tratamento de esgoto que foi declarado (PTD) em 53,41%. A ETE Santa Margarida possui boa operacionalidade, regularização ambiental, realiza o descarte de seus resíduos sólidos de maneira adequada e realiza o monitoramento. Além disto, o município recebe ICMS Ecológico pelo tratamento de esgotos, visto que a população urbana atendida pelo serviço é superior a 50%. Não obstante, como os indicadores RA e DR e o subindicador MO foram ponderados pelo PTD que se caracterizava por um percentual intermediário, o valor final do IQES situou-se na faixa Médio. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de ampliação do sistema de tratamento de esgotos sanitários. Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Santa Margarida é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 411,80 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: o - ETE de Santa Margarida: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 197,03 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 411,80 197,03 = 214,77 kgdbo.d -1 o Redução de 47,85% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. 523

188 Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Santa Margarida População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 411,80 197,03 214,77 47,85% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Santa Margarida foi classificada como médio ( IQES Médio ). O principal fator responsável pela qualidade do serviço de esgotamento sanitário, avaliada como média foi o percentual de tratamento de esgoto, que situava-se em uma escala intermediária. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: 17% da população da sede e 10% da população do distrito de Ribeirão de São Domingos não são atendidos por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Fração da população urbana da sede e do distrito de Ribeirão de São Domingos lança esgoto doméstico em fossas negras. Diretriz para o problema 2: Caso não seja viável instalar a rede coletora, sugere-se instalar soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 3: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 35% e 100% da população urbana da sede e do distrito de Ribeirão de São Domingos, respectivamente. 524

189 Diretriz para o problema 3: O primeiro passo é avaliar se com a realização de obras de infraestrura de esgotos, a ETE Santa Margarida terá condições de atender toda a população urbana da sede. Caso não seja possível, o sistema de tratamento de esgotos daquela localidade deverá ser composto por mais de uma ETE. No distrito de Ribeirão de São Domingos um projeto de implantação de sistema de tratamento de esgoto deverá ser elaborado. Isto posto, sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 (Guia para captação de recursos), no Volume I deste plano. B- Problemas e diretrizes em relação à Estação de Tratamento de Esgotos: Problema 4: Inconformidades registradas na ETE Santa Margarida. Diretriz para o problema 4: Sugere-se que seja contratado um engenheiro sanitarista, civil ou ambiental, para que este realize a avaliação da ETE e elabore um documento que conste a planta da estação e um manual operacional. Após a conclusão dessa etapa, deverão ser selecionados e capacitados funcionários para gerir, operar e realizar a manutenção da ETE. C- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 5: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 5: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentários da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; 525

190 limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). D- Problemas e diretrizes em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 6: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Diretriz para o problema 6: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda a pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 526

191 63. Santana dos Montes 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Santana dos Montes, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui um único distrito, Joselândia, com população urbana de 351 habitantes. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, com contribuição na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em abril de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Fossas negras; Uma ETE fora de operação. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede e no distrito do município é da prefeitura. Conforme informado, a água do município não é tratada e o consumo chega a L.dia -1. Segundo o relato do secretário municipal, na sede 95% da população é atendida por rede coletora e não há tratamento de esgotos. Para o distrito, o percentual de atendimento por coleta declarado foi de 90% e também não há tratamento de esgoto. O município declarou não possuir PMSB, mas informou ter participado de reunião no município de Lamim, no dia 22 de abril de 2013, para pleitear inserção no CISAB e, através dele, buscar meios para elaboração do PMSB. Santana dos Montes enviou termo de manifestação de interesse via Edital de Chamamento Público nº 002/2013 da UGRH1, para pleitear recursos junto à IBIO AGB Doce para o custeio de todo o processo de elaboração do PMSB, e para elaboração de projeto de serviços de esgotamento sanitário da sede municipal. 527

192 O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que este não possui estação de tratamento de esgotos regularizada que atenda, pelo menos, 50% da população urbana. Os serviços de água e esgoto do município não são tarifados, conforme informado. O município participa do consórcio intermunicipal de reciclagem e compostagem de resíduos juntamente com Cristiano Otoni, Caranaíba, Queluzito e Casa Grande. Dentre as principais dificuldades para universalização dos serviços de esgotamento sanitário no município, aponta-se: rede coletora precária (manilhas de barro), local de implantação da ETE próximo à comunidade e resistência da população sobre a tarifação. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação uma vez que já enviou o Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Os principais cursos d água do município são: Córrego Fonte Limpa e Córrego do Santinho, ambos na sede, e Córrego São José, no distrito de Joselândia. Todos recebem esgoto bruto. Foram georreferenciados pontos de lançamento de esgoto in natura no Córrego Fonte Limpa nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1), no Córrego Cachoeira do Santinho nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.2) e no Córrego Serra d água nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.3). Um lançamento a céu aberto, proveniente de 7 casas, foi identificado nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.4). No distrito de Joselândia, foram identificados dois pontos de lançamento nas coordenadas UTM 23K E e N(Figura 1.5) e E e N (Figura 1.6), ambos no Córrego São José. 528

193 Figura 1.1 Lançamento in natura no Córrego Fonte Limpa. Figura 1.2 Lançamento in natura no Córrego Cachoeira do Santinho. Figura 1.3 Lançamento in natura no Córrego Serra D água, afluente do Cachoeira do Santinho. Figura 1.4 Lançamento a céu aberto. Figura 1.5 Lançamento in natura no distrito de Joselândia. Figura 1.6 Lançamento in natura no Córrego São José, distrito de Joselândia. 529

194 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Santana dos Montes (fora de operação) A ETE Santana dos Montes está localizada no bairro São Joaquim nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado será lançado no Córrego Cachoeira do Santinho. O sistema de tratamento de esgoto existente é compacto, composto por tratamento preliminar, reator UASB, filtro biológico percolador, decantador secundário e leito de secagem. O fluxograma simplificado da ETE está na Figura 1.7. Figura 1.7 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Santana dos Montes. Fonte: Adaptado de von Sperling, Na data da visita, havia na área da ETE (Figura 1.9) apenas o sistema compacto, o esgoto não chegava até o sistema, sendo lançado em quatro diferentes pontos na área da ETE, inclusive diretamente no solo (Figura 1.10). A estação não possui licença ambiental. Existe um Centro de Referência de Assistência Social CRAS, nas proximidades da área da ETE (Figura 1.12). A ETE encontra-se nessa situação desde 2006, quando foi implantada, sendo o rebaixamento do terreno (Figura 1.11) uma das justificativas para a paralização das obras. O agente financeiro declarado na visita foi a Funasa, porém, nas placas do local (Figura 1.8), havia informações de apoio do BNDES e BDMG, através do fundo para desenvolvimento regional com recursos da desestatização. Caso ateste-se a impossibilidade técnica de reativação da ETE, foi informada uma possível parceria com uma empresa na implantação de um sistema de tratamento alternativo. 530

195 Os parâmetros de projeto da ETE Santana dos Montes estão baseados num horizonte de projeto de 20 anos, A eficiência de remoção de DBO prevista é de 93,7%. O número de habitantes atendidos de início de plano é de habitantes, sendo habitantes para final de plano. A vazão média prevista é de 1,23L/s e 1,84 L/s para início e final de plano, respectivamente. Figura 1.8 Placas de identificação. Figura 1.9 Área da ETE Santana dos Montes. Figura 1.10 Lançamento in natura no solo, na área da ETE. Figura 1.11 Sistema compacto e, ao fundo, árvore caída em função do rebaixamento do terreno. Figura 1.12 CRAS, localizado ao lado da área da ETE. 531

196 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Santana dos Montes, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente à cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Santana dos Montes - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 21,67 3,70 25,37 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Santana dos Montes A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 25,37 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um 532

197 cenário hipotético que considera o início de operação da ETE Santana dos Montes (fora de operação). Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Santana dos Montes é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual: o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 123,77 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 123,77 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se a ETE Santana dos Montes estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Santana dos Montes: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,93 = 99,54 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 123,77 99,54 = 24,23 kgdbo.d -1 o Redução de 80,42% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Santana dos Montes População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 123, ,77 0% Hipotético 123,77 99,54 24,23 80,42% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Santana dos Montes foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O 533

198 principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população urbana da sede (5%) e do distrito de Joselândia (10%) não é atendida por rede coletora de esgotos. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e do distrito de Joselândia. Diretriz para o problema 2: O primeiro passo é avaliar a viabilidade de ativação da ETE Santana dos Montes. Caso ateste-se a inviabilidade técnica e econômica do empreendimento, um novo sistema de tratamento de esgotos deverá ser projetado para a sede. No distrito de Joselândia, um projeto de implantação de sistema de tratamento de esgoto também deverá ser elaborado. Isto posto, sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasse de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de 534

199 Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 535

200 64. Santo Antônio do Grama 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Santo Antônio do Grama, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e 720 habitantes correspondem à população rural. O município não possui distrito e o território encontra-se totalmente inserido na UPGRH DO1, com contribuição na Bacia Hidrográfica do Rio Casca. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora). No município, o tratamento de esgoto é de responsabilidade da prefeitura, sendo a COPASA responsável pelo abastecimento de água. O município não possui PMSB e foi informado que se trata de nova gestão, estando ainda se organizando. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não é disponibilizado para o município, uma vez que não possui estação de tratamento de esgotos regularizada que atenda, pelo menos, 50% da população urbana. No município, 70% do esgoto é coletado e lançado in natura no Ribeirão Santo Antônio, no Córrego Salgado e no Córrego Biscoito. Alguns pontos de lançamento no Ribeirão Santo Antônio foram identificados e se referem às coordenadas UTM 23K E e N (Bairro Santa Efigênia lançamento pontual Figura 1.1), E e N (Bairro Palhada Figura 1.2), E e N (Centro lançamentos pontual e difuso Figura 1.3), E e N (Bairro Rosário Figura 1.4). 536

201 Figura 1.1 Lançamento de esgoto in natura no Ribeirão Santo Antônio. Figura 1.2 Lançamento de esgoto in natura ao longo do Ribeirão Santo Antônio. Figura 1.3 Lançamento de esgoto in natura ao longo do Ribeirão Santo Antônio. Figura 1.4 Lançamento pontual de esgoto in natura no Ribeirão Santo Antônio. Não há projeto de ETE, mas foi informado que quando houver a intenção de se implantar uma estação no município, a prefeitura já possui um terreno para tal. É o local referente às coordenadas UTM 23K E e N (Figuras 1-5 a 1-7). Figura 1.5 Terreno disponível para construção de ETE. Figura 1.6 Terreno disponível para construção de ETE, sob novo ângulo. 537

202 Figura 1.7 Entrada do terreno disponível para construção de ETE. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Santo Antônio do Grama foi contemplado no Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de 2011, para elaboração de projetos. Segundo os representantes do município, a Funasa informou que o projeto está sendo elaborado, mas não passou maiores informações. Foi ainda convocado na Portaria Funasa nº 784, de 7 de junho de 2013, a apresentar projeto de esgotamento sanitário, anteriormente selecionado através da Portaria Funasa nº 192, 1 de fevereiro de Foi realizado um estudo sobre a viabilidade de elaboração do projeto de ETE para o município. Segundo seus representantes, a COPASA não teve interesse em arcar com o projeto, por se tratar de uma cidade muito pequena que demoraria a dar retorno financeiro. 538

203 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Santo Antônio do Grama, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente à cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Santo Antônio do Grama - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 16,10 3,70 19,80 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Santo Antônio do Grama A não universalização do serviço de coleta (PCD = 70%) e a ausência de tratamento de esgotos foram responsáveis pela classificação Muito ruim do IQES, visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 19,80 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água 539

204 da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que no momento da visita o projeto de ETE do município ainda não havia sido elaborado. Não obstante, como já mencionado, o município de Santo Antônio do Grama foi contemplado com recursos para elaboração de um projeto de implantação de um sistema de tratamento de esgotos. Vale lembrar que como todo o esgoto gerado pela população urbana de Santo Antônio do Grama é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 181,71 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 181,71 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Santo Antônio do Grama População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 181, ,71 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Santo Antônio do Grama foi classificado como muito ruim ( IQES Muito ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. No momento da visita, o município ainda não possuía projetos de ETE, mas havia sido contemplado com recursos para elaboração de um projeto por meio da portaria 481/2011 da Funasa. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. 540

205 A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população urbana (30%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 2: Este problema pode ser resolvido com a implantação da ETE, cujo projeto será elaborado com recursos da Funasa. Ainda não há informações a respeito do percentual de atendimento do empreendimento. Caso não seja possível atender toda a população com apenas uma ETE, o sistema de tratamento de esgotos deverá ser composto por mais ETE(s). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para 541

206 captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 542

207 65. São Domingos do Prata 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de São Domingos do Prata, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), apresenta população total de habitantes sendo que, habitantes correspondem à população urbana e habitantes à população rural. Na sede, a população urbana é de habitantes. São Domingos do Prata possui cinco distritos sendo: Cônego João Pio, com 344 habitantes na zona urbana; Ilhéus do Prata, com 117 habitantes; Juiraçu, com 152 habitantes; Sant ana do Alfié, com 497 habitantes; e Vargem Linda, com 476 habitantes. O município encontra-se parcialmente inserido na UPGRH DO1, mais precisamente 26,91% de sua área localizada na região da Bacia Hidrográfica Incremental. A sede de São Domingos do Prata localiza-se fora dessa bacia. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Uma elevatória desativada, na ETE Cerâmica; Fossas negras e tanques sépticos; Duas ETE fora de operação (Bairro Cerâmica e Distrito de Vargem Linda); Uma ETE em projeto, que atenderá a sede. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município e nos distritos é da prefeitura. Segundo informado na visita, 95% da população urbana da sede é atendida por rede coletora e não há tratamento de esgoto. Para os distritos Ilhéus do Prata e Juiraçu, cujo esgotamento sanitário contribui para a UPGRH-DO1, os percentuais de coleta declarados foram 70% e 20%, respectivamente. Não há tratamento de esgotos nesses distritos. Nada foi declarado para os distritos de Cônego João Pio, Sant ana do Alfié e Vargem Linda. Em relação aos dados do primeiro trimestre de 2013 do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, o município de São Domingos do Prata não 543

208 recebe a verba vinculada a esse imposto, porque o município não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. De acordo com a DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, o município de São Domingos do Prata está classificado no Grupo 7. O município cumpre as referidas deliberações uma vez que enviou o Relatório Técnico a FEAM. O município tem o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada e atender 80% da população urbana com um sistema de tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. A Prefeitura Municipal de São Domingos do Prata não possui em seu organograma departamento responsável por água e esgoto, portanto, os assuntos referentes ao saneamento básico do município são gerenciados pela Divisão Municipal de Meio Ambiente e operacionalizados pelo Departamento Municipal de Viação e Obras. Conforme informado pelos representantes municipais, o município assinou convênio no ano de 2013 para custeio da elaboração do PMSB e teve seu plano de trabalho aprovado em junho de Desta forma, abriu-se o processo licitatório, com previsão de conclusão para 18 de julho de 2013, para contratação da empresa de consultoria técnica que auxiliará o município na elaboração do PMSB. O trabalho de elaboração do PMSB tem previsão de duração de 08 (oito) meses. O município foi contemplado, em 2012, pela FUNASA, com o projeto de readequação e complementação da rede coletora de esgotos e da estação de tratamento de esgotos (ETE- CENTRO). Segundo informações da FUNASA, o Relatório Técnico Preliminar - RTP já foi apresentado pela empresa e está em processo de análise pelo órgão federal. Está sendo elaborado, mediante assinatura do Termo de Manifestação de Interesse pelo Município, os projetos do Saneamento Básico Rural referentes ao tratamento de esgoto. A empresa responsável pela elaboração dos projetos está em fase de levantamento de dados técnicos. O custeio desse programa advém da cobrança instituída sobre o uso dos recursos hídricos. 544

209 A SEDRU está elaborando, com suporte técnico da COPASA, o projeto de esgotamento sanitário do Distrito de Cônego João Pio (popularmente conhecido como Padre Pio ou Teixeiras) em seu programa de Despoluição de Bacias Hidrográficas. Já estão sendo feitos os levantamentos planimétricos do distrito e a previsão de entrega dos trabalhos é de 06 (seis) meses. Quando prontos, eles serão entregues à prefeitura municipal para que a mesma busque financiadores para a execução do projeto. Em Ilhéus do Prata, o lançamento de esgoto in natura ocorre de forma difusa no Ribeirão Santa Rita, com despejos via redes coletoras ou direto das casas. Em Juiraçu, a situação encontra-se mais crítica, pois parte dos lançamentos são feitos de forma individual em bueiros, misturando-se às águas de drenagem e os despejos, muitas vezes, nem chegam ao Córrego Santa Isabel diretamente, sendo lançados em regiões próximas, no solo. Foram georreferenciados pontos de lançamento de esgoto in natura no Ribeirão Santa Rita e no Córrego Santa Isabel, nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1) e E e N (Figura 1.2). Figura 1.1 Lançamento in natura no Ribeirão Santa Rita, afluente do Rio Doce, distrito de Ilhéus do Prata. Figura 1.2 Lançamentos individuais in natura no bueiro, distrito de Juiraçu. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Cerâmica fora de operação A ETE Cerâmica está localizada no bairro Cerâmica (Figuras 1-10 e 1-11) nos pontos de coordenadas UTM 23K E e N. O corpo d água receptor do efluente da ETE é o Córrego Cerâmica (Figura 1.6). 545

210 O sistema de tratamento de esgoto da estação é composto pelo tratamento preliminar (desarenador Figura 1.7), reator UASB e filtro anaeróbio de duas câmaras (Figura 1.9) e dois leitos de secagem (Figura 1.8). A Figura 1.3 apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Cerâmica. Figura 1.3 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Cerâmica. Fonte: Adaptado de von Sperling, Sua implantação visou o atendimento à licença para construção das casas populares através do programa Companhia de Habitação do Estado de Minas Gerais COHAB. A ETE chegou a atender 27% da população urbana (bairro Cerâmica e COHAB), ou seja, habitantes. Suas obras iniciaram em 2002 e terminaram em No momento da visita, encontrava-se inoperante, pois nas chuvas da virada do ano 2011/2012 houve rompimento do interceptor. O órgão responsável pelo financiamento foi a Funasa, em Vale ressaltar que, em nova visita feita ao município em junho de 2013, as condições de inoperação ainda estavam presentes. Em consulta ao memorial descritivo da ETE Cerâmica, foram levantados os dados de: população de início e final de plano de habitantes e habitantes, respectivamente; vazão média prevista de 1,74 L.s -1 ; vazão máxima prevista de 3,47 L.s -1 ; eficiência prevista de remoção de DBO de 85% ( DBO5 < 60 mg/l e SS < 90 mg/l ); carga máxima de 75 Kg DBO 5.d -1 e destinação dos resíduos para uma UTC. Apesar de inoperante na data da visita, a ETE Cerâmica tinha operador responsável que realizava o serviço de manutenção do paisagismo da área. Verificou-se a existência de 546

211 cultivo de hortaliças no interior da ETE (canto direito da Figura 1.4). A Figura 1.5 ilustra a erosão provocada pelas chuvas da virada do ano 2011/2012, comprometendo o cercamento. Segundo pesquisa realizada no SIAM em março de 2012, a ETE Cerâmica não possuía regularização ambiental. A ETE também não possuía automonitoramento, na data da visita. Figura 1.4 Casa de apoio da ETE Cerâmica. Figura 1.5 Erosão na beira do Córrego Cerâmica comprometendo o cercamento. Figura 1.6 Lançamento do efluente tratado no Córrego Cerâmica, afluente do Rio da Prata. Figura 1.7 Tratamento preliminar Desarenador. Figura 1.8 Leitos de Secagem. Figura 1.9 Reator UASB e Filtro Anaeróbio. 547

212 Figura 1.10 Vista parcial da ETE e ao fundo conjunto habitacional COHAB. Figura 1.11 Vista frontal da ETE. Durante a visita, foi ressaltado que há intenção em reativar esta ETE assim que houver recurso para conserto e reparo do interceptor ETE Vargem Linda fora de operação A ETE Vargem Linda está localizada no distrito de Vargem Linda, nos pontos de coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.17). O corpo d água receptor do efluente da ETE é o Rio Prata (Figura 1.18). O sistema de tratamento de esgoto da ETE é constituído por desarenador, sistema compacto de reator UASB e filtro anaeróbio (Figura 1.14) seguido de disposição no solo em baias de Brachiaria (Figura 1.13), além de leito de secagem (Figuras 1-15 e 1-16). A Figura 1.12apresenta o fluxograma do sistema de tratamento da ETE Vargem Linda. Figura 1.12 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Vargem Linda. Fonte: Adaptado de von Sperling,

213 Conforme informado na data da visita, a ETE encontrava-se inoperante desde sua implantação, no ano de 2003, pois não havia rede interceptora. Adicionalmente, essa rede atravessaria propriedades particulares que não possuem registro de imóveis. Dessa forma, o recurso levantado para investimento na rede foi retornada. Conforme informado pelo representante municipal, essa ETE é resultado de compensação ambiental de uma empresa mineradora de grande porte que, em sua privatização, repassou verba para os municípios em que atuava. No caso do município de São Domingos do Prata, o repasse foi de 200 mil reais. Essa verba era apenas para implantação da ETE, ou seja, o município arcaria com a construção das redes de coleta e interceptores. Em consulta ao memorial descritivo da ETE Vargem Linda, os seguintes dados de projeto foram levantados: população início plano de 1500 habitantes, vazão média prevista de 2,08 L.s -1, vazão máxima prevista de 3,75 L.s -1, eficiência de remoção de DBO e de sólidos em suspensão de 85% e 90%, respectivamente. Na data da visita, a ETE encontrava-se em situação de abandono (Figura 1.19). Paisagismo inadequado pela falta de capina e cercamento depredado (Figura 1.20) possibilitando acesso de pessoas e animais. Segundo pesquisa realizada no SIAM em março de 2012, a ETE Vargem Linda não possuía regularização ambiental. As Figuras abaixo (1.13 à 1.20), ilustram a situação da estação no momento da visita. Figura 1.13 Disposição no solo. Figura 1.14 Sistema Híbrido UASB/Filtro Anaeróbio. 549

214 Figura 1.15 Sistema Híbrido UASB/Filtro e Leitos de Secagem. Figura 1.16 Leitos de Secagem. Figura 1.17 Vista superior da ETE. Figura 1.18 Corpo d água receptor do efluente tratado, Rio da Prata. Figura 1.19 Vista externa da ETE. Figura 1.20 Cercamento da ETE comprometido. 550

215 Foi relatado que há interesse na reativação da ETE Vargem Linda quando houver a conclusão do interceptor. Entretanto, ela tem que ser reavaliada uma vez que ficou exposta a ação do tempo por mais de 10 anos. O entorno dessa ETE também necessita de readequações ETE Sede projeto A ETE Sede Prata se localizará na região à jusante da cidade, à margem da Rodovia BR-120 que liga São Domingos do Prata ao município de Nova Era, depois do bairro Vista Alegre, na margem direita do Rio da Prata, mais precisamente nos pontos de coordenadas UTM 23K E e N (Figuras 1-23 e 1-24). O corpo d água receptor do efluente tratado será o Rio Prata. As premissas do estudo do projeto foram obtidas do Diagnóstico do SES da Cidade de São Domingos do Prata/MG de abril de Os anos de início e final de plano previstos eram 2011 e 2031, respectivamente. A porcentagem de atendimento à população de início de plano era 95%, cerca de habitantes, e final de plano, 100% de atendimento, correspondendo a cerca de habitantes. Nas Figuras 1-21 e 1-22 estão ilustrados os possíveis sistemas de tratamento a serem implantados na ETE Sede Prata. A opção 1 seria um sistema com tratamento secundário composto de UASB seguido de filtro anaeróbio e a opção 2 seria UASB seguido de filtro biológico percolador e decantador secundário. Figura 1.21 Fluxograma do sistema de tratamento a ser implantado na ETE Sede Prata (Opção 1). Fonte: Adaptado de von Sperling,

216 Figura 1.22 Fluxograma do sistema de tratamento a ser implantado na ETE Sede Prata (Opção 2). Fonte: Adaptado de von Sperling, Na data da visita, a ETE encontrava-se em projeto. A ETE Sede Prata receberá os esgotos gerados na Sub-bacia Hidrográfica do Córrego Gandra e na Bacia Hidrográfica do Rio Prata. A área (Figuras 1-23 e 1-24) ainda será adquirida pela prefeitura. Quanto ao financiamento, uma empresa estava adaptando o projeto para captação de recursos junto à Funasa, conforme informado. O projeto contempla também a construção de uma estação elevatória de esgotos - EEE. Figura 1.23 Área para implantação da ETE Sede Prata, nas proximidades do bairro Boa Vista. Figura 1.24 Área para implantação da ETE Sede Prata sob outro ângulo. 552

217 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para São Domingos do Prata, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. São Domingos do Prata - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 21,39 25,09 3,70 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para São Domingos do Prata A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 25,09 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água 553

218 da região. São mostrados dois cenários, o atual e o hipotético. O último considera o início de operação das ETE Sede (projeto) e Vargem Linda (fora de operação que nunca operou) e da reativação da ETE Cerâmica (fora de operação). O município encontra-se parcialmente inserido na BHRPG, com contribuição no lançamento de esgotos de cerca de 2,6% da população urbana, portanto os dados apresentados consideram inicialmente toda a população urbana e, em seguida, apenas a parcela contribuinte Avaliação para a população urbana total do município Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 567,27 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 567,27 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Sede, Cerâmica e Vargem Linda estivessem em operação atualmente: o Carga poluidora removida: o - ETE Sede = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,93 = 448 kgdbo.d -1 o - ETE Cerâmica = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 70,47 kgdbo.d -1 o - ETE Vargem Linda = 476 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 22,36 kgdbo.d -1 o Total da carga removida: 541 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 567, = 26,53 kgdbo.d -1 o Redução de 95,32% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual Avaliação para a parcela da população urbana que lança esgotos na BHRPG Cenário atual o População urbana atual que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPG: - Distrito de Ilhéus do Prata: 117 hab - Distrito de Juiraçu: 152 hab - Total: 269 hab 554

219 o Carga poluidora gerada = 269 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 14,53 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada na BHRMP = 14,53 0 = 14,53 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de São Domingos do Prata População considerada Total Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Atual 567, ,27 0% Hipotético 567, ,53 95,32% Contribuinte Atual 14, ,53 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de São Domingos do Prata foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: 5% da população da sede, 30% da população do distrito de Ilhéus do Prata, 80% da população do distrito de Juiraçu, além de uma porcentagem não conhecida dos distritos de Cônego João Pio, Santana do Alfié e Vargem Linda não são atendidos por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não 555

220 seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e dos distritos de Ilhéus do prata, Juiraçu, Cônego João Pio, Santana do Alfié e Vargem Linda. Diretriz para o problema 2: Este problema pode ser amenizado com a reativação da ETE Cerâmica (fora da operação) e implantação da ETE Sede (projeto), ambas localizadas na sede. No distrito de Vargem Linda também existe a possibilidade de ativação da ETE (fora da operação). Nesses casos, o primeiro passo é avaliar a viabilidade de ativação ou reativação da ETE. Caso ateste-se a inviabilidade técnica e econômica desses empreendimento, um novo sistema de tratamento de esgotos deverá ser implantado para atender à população. No caso dos demais distritos, projetos de implantação de sistema de tratamento de esgoto deverão ser elaborados. Isto posto, sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. 556

221 66. São Geraldo 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de São Geraldo, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui um distrito, Monte Celeste. Seu território está parcialmente inserido na UPGRH DO1, com contribuição na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); No município, o abastecimento de água e a coleta de esgotos é de responsabilidade da prefeitura, tanto na sede, quanto no distrito. Na sede, 70% do esgoto é coletado e não é realizado nenhum tratamento. No distrito, 80% do esgoto é coletado e também não há tratamento de esgoto. Foi informado que o município foi contemplado no Edital de Chamamento Público nº 01, de 18 de março de 2013, da AGEVAP, para elaboração de PMSB, porém o mesmo já vem sendo elaborado com recursos da prefeitura. Com relação aos dados do primeiro trimestre de 2013 do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, o município não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. O esgoto in natura é lançado no Rio Xopotó e seus afluentes, nos pontos respectivos as coordenadas UTM 23K E e N (Bairros Horto Florestal, Gervásio Martins e Eduardo Torrente), E e N (todo o município aproximado 200 metros), 557

222 725273E e N (Bairros São Vicente e Maria Braga Lisboa, e Centro) na sede, conforme pode ser observado de Figura 1.1 a 1-3. Figura 1.1 Lançamento de esgoto in natura diretamente no solo, em época de chuvas forma um córrego. Figura 1.2 Local onde é feito lançamento de esgoto in natura no Rio Xopotó. Figura 1.3 Local onde é feito lançamento de esgoto in natura no Rio Xopotó. No distrito, os lançamentos são feitos nos pontos relativos às coordenadas UTM 23K E e N, e E e N, referentes às Figuras 1-4 e 1-5, respectivamente. 558

223 Figura 1.4 Local onde é realizado lançamento de esgoto in natura no Córrego São Francisco. Figura 1.5 Local onde é realizado lançamento de esgoto in natura no Córrego São Francisco. O município foi contemplado com recursos da Funasa para elaboração de projeto de ETE na área urbana da sede e no distrito, porém a fundação ainda não fez contato, conforme informado. O município de São Geraldo se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a essa deliberação, uma vez que não enviou Relatório Técnico à FEAM. Os municípios desse grupo possuem o prazo até março de 2017 para implantação de sistema de tratamento de esgotos que atenda 80% da população urbana, com eficiência de remoção de DBO de 60%, bem como sua devida regularização ambiental. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para São Geraldo, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 559

224 São Geraldo - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 16,30 16,30 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para São Geraldo A ausência de tratamento de esgotos foi responsável pela classificação Muito ruim do IQES, uma vez que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados para municípios que possuem ETE em operação. O município também não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, portanto o valor obtido no IQES é igual ao valor do indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Vale lembrar que o município está parcialmente inserido na BHRPG. Os dados inicialmente apresentados consideram toda população urbana e, em seguida, apenas a parcela que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPG. 560

225 2.2.1 Avaliação para a população urbana total do município Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 392,58 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 392,58 0 = 392,58 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual Avaliação para a parcela da população urbana que lança esgotos na BHRPG Cenário atual o População urbana atual que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPG: - Distrito de Monte Celeste: 622 hab o Carga poluidora gerada = 622 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 33,59 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada na BHRMP = 33,59 0 = 33,59 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de São Geraldo População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 392, ,58 0% Contribuinte Atual 33, ,59 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de São Geraldo foi classificada como muito ruim ( IQES Muito ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. 561

226 Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: 30% da população da sede e 20% da população do distrito de Monte Celeste não são atendidos por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e do distrito de Monte Celeste. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos do governo federal para repasse de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos 562

227 orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas e diretrizes em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 4: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Diretriz para o problema 4: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda a pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 563

228 67. São José Do Goiabal 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de São José do Goiabal, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo na área urbana e na área rural. Não há distritos. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, contribuindo pela região da Bacia Hidrográfica Incremental. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a área urbana do município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Elevatória; Uma ETE fora de operação. A prestação do serviço de esgotamento sanitário do município é da prefeitura. Segundo informado, praticamente 100% da população urbana é atendida por rede coletora na sede e, no momento da visita, o percentual de tratamento era nulo, pois a ETE que atendia a toda população estava fora de operação. Há um Plano de Abastecimento de Água para a área urbana, elaborado em 2011 pela COPASA. O PMSB propriamente dito, contemplando as quatro áreas do saneamento, provavelmente será elaborado com recursos da IBIO AGB Doce. O benefício do ICMS Ecológico referente ao tratamento de esgotos ainda não está disponível para o município, porque este ainda não possui sistema de tratamento de esgotos regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. Atualmente, o município atende a DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, pois já enviou o Relatório Técnico à FEAM e, como está enquadrado no Grupo 7 dessas deliberações, possui 564

229 o prazo até março de 2017 para atingir o percentual de tratamento de pelo menos 80% da população urbana. A sede já conta com 100% dos interceptores e todo o esgoto é conduzido por gravidade para a elevatória, que fazia o bombeamento para a ETE. Devido à desativação temporária da estação, o esgoto é lançado em um único ponto, próximo à elevatória (by-pass), no Córrego do Funil, nas coordenadas UTM 23K E e N. Esse córrego deságua no Ribeirão Sacramento, que por sua vez é afluente do Rio Doce. Figura 1.1 Estação elevatória. Figura 1.2 Local onde o esgoto é lançado no Córrego do Funil. Em 2011, o município havia sido contemplado pela Portaria Funasa nº 314, de 14 de junho de 2011, para elaboração de projetos de esgotamento sanitário, conforme disposto no Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de Entretanto, conforme informado por representantes municipais, cancelaram a solicitação porque a prefeitura não enviou os dados solicitados pela fundação. Como o município já possui uma ETE com capacidade para atender toda a população, as demandas existentes são para melhorar as condições de infraestrutura e operação da estação, bem como do SES. Segundo informado, há um projeto para adequação das ligações domiciliares e da rede coletora em toda a área urbana, que apresenta problemas de entupimento e extravasamento de esgoto. Além disso, o município foi convocado pela Portaria Funasa nº 784, de 7 de junho de 2013, referente à Portaria Funasa nº 192, de 1º de fevereiro de 2013, para apresentar o projeto de esgotamento sanitário. 565

230 1.3 Estação de Tratamento de Esgotos ETE São José do Goiabal fora de operação A ETE está localizada na zona rural do município, na localidade denominada como Mutuca, nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.4). O esgoto era lançado no Ribeirão Sacramento. A ETE operou por cerca de oito anos e desde meados de 2012 estava desativada, devido a dificuldades de acesso pela estrada de terra por causa das chuvas do final do ano, furto do cercamento e problemas na rede coletora. Na data da visita, foi informado que havia previsão de reativar a ETE até agosto de O sistema de tratamento é constituído por tratamento preliminar (Figura 1.5) e lagoa facultativa (Figura 1.6), conforme ilustrado no fluxograma da Figura 1.3 e registrado nas fotografias da estação. O operador responsável informou que não era realizada a medição da vazão e nem análises de monitoramento. Figura 1.3 Fluxograma da ETE de São José do Goiabal. Fonte: Adaptado de von Sperling, A ETE foi implantada com recursos da Funasa e foi projetada para atender 100% da população, correspondendo a habitantes e vazão de 4,96 L.s -1, em início de plano (2000), e habitantes e vazão de 6,25 L.s -1, em final de plano (2020). A eficiência prevista de remoção de DBO é de 90%. A ETE não possui regularização ambiental. 566

231 Figura 1.4 Entrada da ETE. Figura 1.5 Tratamento preliminar. Figura 1.6 Lagoa facultativa. Figura 1.7 Parte do fundo da lagoa exposta. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para São José do Goiabal, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 567

232 São José do Goiabal - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 23,00 26,70 3,70 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para São José do Goiabal A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES, visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 26,70 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. Ressalta-se que o município apresentou o serviço de coleta de esgoto completamente universalizado, obtendo pontuação máxima para o indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a reativação da ETE São José do Goiabal (fora de operação). Como todo o esgoto gerado pela população urbana de São José do Goiabal é lançado no interior da BHRMP, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab 568

233 o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 199,21 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 199,21 0 = 199,21 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se a ETE São José do Goiabal estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Sede: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,9 = 179,28 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 199,21 179,28 = 19,92 kgdbo.d -1 o Redução de 90% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de São José do Goiabal População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 199, ,21 0% Hipotético 199,21 179,28 19,92 90% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de São José do Goiabal foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. No entanto, este problema poderá ser resolvido com a reativação da ETE São José do Goiabal. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação à Estação de Tratamento de Esgotos: Problema 1: A ETE está fora de operação. 569

234 Diretriz para o problema 1: É necessário restabelecer o acesso à ETE, recompor o cerceamento e sanar os problemas na rede coletora e demais problemas que impedem a ETE de voltar à operação. Problema 2: A ETE São José do Goiabal não possui regularização ambiental. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que seja requerida a regularização ambiental para a ETE, após ter sido consolidada a gestão, operação e manutenção adequada da estação. Assim, a ETE estará apta a operar de acordo com todas as condições e parâmetros ambientais legalmente vigentes. Para obter as informações sobre o processo de regularização ambiental, deverá ser consultado o site da SEMAD ( B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. O município possui apenas um Plano Municipal de Abastecimento de Água. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 570

235 68. São Miguel do Anta 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de São Miguel do Anta, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município não possui distrito. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, com contribuição pela Bacia Hidrográfica do Rio Casca. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora. A prestação do serviço de esgotamento sanitário no município é da prefeitura. Segundo informado por seu representante, na sede 85% da população é atendida por rede coletora e não há tratamento de esgotos. O município declarou não possuir PMSB, mas enviou termo de manifestação de interesse via Edital de Chamamento Público nº 002/2013 da UGRH1, para pleitear recursos junto à IBIO AGB Doce. Com relação aos dados do primeiro trimestre de 2013 do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, o município não recebe a verba vinculada a esse imposto, porque não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada e atender 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. 571

236 São Miguel do Anta foi contemplado para elaboração de projeto via Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de Esse projeto abrange rede coletora, interceptor e ETE da sede. Segundo informado por representante da Funasa, o projeto ainda não foi contratado. O município também foi convocado via Portaria Funasa nº 784, de 07 de junho de 2013, para apresentar projeto técnico referente à Portaria Funasa nº 192, de 1 de fevereiro de 2013, que pleiteia recursos para execução de obras. Porém, pela Portaria Funasa nº 931, de 10 de julho de 2013, não foi convocado para entrevista técnica. Há também em andamento um convênio com a Funasa iniciado em 2012, via Anexo II da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, referente à implantação de módulos sanitários domiciliares. Os serviços de esgotamento sanitário do município não são tarifados. Foram georreferenciados pontos de lançamento de esgoto in natura nos córregos Sem Peixe e Fartura, nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1) e E e N (Figura 1.2). Figura 1.1 Lançamento in natura no Córrego Sem Peixe, manilha embaixo da ponte. Figura 1.2 Lançamento in natura no Córrego Fartura, bairro Rosário. 572

237 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para São Miguel do Anta, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. São Miguel do Anta - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 19,55 3,70 23,25 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para São Miguel do Anta A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 23,25 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água 573

238 da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que no momento da visita o projeto da ETE do município ainda não havia sido elaborado. Não obstante, como já mencionado, o município de São Miguel do Anta foi contemplado com recursos para elaboração de um projeto de implantação de um sistema de tratamento de esgotos. Já que todo o esgoto gerado pela população urbana de São Miguel do Anta é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 202,28 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 202,28 0 = 202,28 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de São Miguel do Anta População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 202, ,28 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de São Miguel do Anta foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. No momento da visita, o município ainda não possuía projeto de ETE, mas havia sido contemplado com recursos para elaboração de um projeto por meio da portaria 48/2011 da Funasa. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. 574

239 Problema 1: Fração da população urbana da sede (15%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede. Diretriz para o problema 2: Este problema poderá ser resolvido com a implantação da ETE, cujo projeto será elaborado com recursos da Funasa. Ainda não há informações a respeito do percentual de atendimento do empreendimento. Caso não seja possível atender toda a população com apenas uma ETE, o sistema de tratamento de esgotos deverá ser composto por mais ETEs. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgoto, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro 575

240 componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 576

241 69. São Pedro dos Ferros 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de São Pedro dos Ferros, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que correspondem à população urbana e correspondem à população rural. Na sede são habitantes na área urbana. Há um distrito, Águas Férreas, cuja população urbana é de habitantes. O município está totalmente inserido na UPGRH DO1, sendo que grande parte, incluindo a sede, contribui na Bacia Hidrográfica do Rio Matipó e, outra parte, incluindo o distrito de Águas Férreas, está situada na Bacia Hidrográfica do Rio Casca. Uma pequena porção está localizada região da Bacia Hidrográfica Incremental. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a área urbana do município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores, parcialmente, instalados na sede; Fossas negras, no distrito. A prestação dos serviços de esgotamento sanitário na sede e no distrito é da prefeitura. O percentual da população urbana atendida por rede coletora é de aproximadamente 80% na sede e no distrito de Águas Férreas. Tanto na sede quanto no distrito, não há tratamento de esgotos. Segundo representantes do município, há um Plano de Abastecimento de Água na área urbana elaborado em 2012 pela COPASA e prefeitura. Entretanto, até a data da visita não havia perspectivas do PMSB, propriamente dito, que contemplasse os quatro segmentos do saneamento. 577

242 O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que este não possui estação de tratamento de esgotos regularizada para atender, pelo menos, 50% da população urbana. Até a data da visita, o município não atendia a DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, uma vez que ainda não havia enviado o Relatório Técnico à FEAM. Como pertence ao Grupo 7 dessas deliberações, possui o prazo até março de 2017 para possuir ETE regularizada atendendo, no mínimo, 80% da população urbana e com eficiência de remoção de 60%. Conforme informado, o município não dispõe de projetos de esgotamento sanitário, sobretudo, devido à falta de planejamento e de interesse por parte dos gestores municipais. No passado, foram instalados alguns interceptores, mas estes nunca funcionaram e encontram-se danificados. A nova gestão, segundo informado, fez pleito à IBIO AGB Doce para elaboração do PMSB, SAA, SES e GRSU. Além disso, enviaram projeto de abastecimento de água na oportunidade da Portaria Funasa nº 192, de 1º de fevereiro de Segundo informado, está em andamento a elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Foram registrados os principais pontos de lançamento de esgoto na sede e em Águas Férreas. Na sede, parte dos esgotos são lançados no ponto de coordenadas UTM 23K E e N, no local de confluência de um córrego canalizado sem nome com o Córrego de Pedra, que juntamente com outro córrego formam o Córrego São Pedro. Neste local os esgotos são misturados com água de nascente e pluvial. No Córrego São Pedro, foram georreferenciados lançamentos de forma pontual de algumas casas, nas coordenadas UTM 23K E e N, e de forma difusa no local de coordenadas UTM 23K E e N. Nesse córrego, também há lançamento bastante significativo de efluente industrial de um matadouro, nas coordenadas UTM 23K E e N, bem como é possível visualizar presença de interceptores, nas coordenadas UTM 23K E e N. Também foram observados interceptores danificados, nas coordenadas UTM 23K E e N, e, por fim, lançamento pontual e difuso nas coordenadas UTM 23K E e N, local de confluência dos córregos São Pedro e Volta Grande. Algumas dessas ocorrências podem ser observadas de 578

243 Figura 1.1 a 1-6. O Córrego Volta Grande deságua no Rio Santana, que por sua vez, é afluente do Rio Matipó. Em Águas Férreas foram georreferenciados locais onde há lançamentos pontuais de esgotos diretamente no Rio Casca, nas coordenadas UTM 23K E e N, E e N, E e N, e E e N, sendo que neste último ponto o esgoto segue um trecho a céu aberto e há cerca de 10 anos os moradores solicitam o conserto das manilhas. No ponto de coordenadas UTM 23K E e N, o esgoto é lançado no solo, próximo ao Rio Casca e a situação é bastante crítica. A rede encontra-se entupida e danificada, os moradores da habitação próxima informaram que não é possível utilizar o banheiro e têm diversos problemas de saúde relacionados às péssimas condições sanitárias. Próximo às coordenadas UTM 23K E e N informaram que há lançamento difuso, diretamente das casas, em um córrego afluente do Rio Casca, mas não foi possível visualizar devido à vegetação no entorno. De Figura 1.7 a 1-10 encontram-se algumas dessas ocorrências. Figura 1.1 Local aonde chega cerca de 50% dos esgotos da sede, próximo à confluência com o Córrego de Pedra. Figura 1.2 Córrego São Pedro no ponto logo a jusante do lançamento do efluente do matadouro. É possível visualizar presença abundante de urubus e forte odor. 579

244 Figura 1.3 Lançamento difuso (seta vermelha) em um local onde há presença de interceptores (seta amarela), mas que não funcionam. Figura 1.4 Lançamento difuso (seta vermelha). Detalhe para o interceptor afogado e danificado (seta amarela). Figura 1.5 Lançamento difuso no Córrego São Pedro. Figura 1.6 Confluência do Córrego São Pedro, já bastante poluído pelos esgotos, com o Córrego Volta Grande. Figura 1.7 Lançamento pontual no Rio Casca, em Águas Férreas. Figura 1.8 Outro lançamento pontual no Rio Casca, em Águas Férreas. 580

245 Figura 1.9 Esgotos seguindo a céu aberto em direção ao Rio Casca, em Águas Férreas. Figura 1.10 Local onde a rede está quebrada e entupida. É possível visualizar extravasamento de esgoto, com emanação de forte odor. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para São Pedro dos Ferros, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. São Pedro dos Ferros - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 18,40 18,40 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para São Pedro dos Ferros 581

246 A ausência de tratamento de esgotos foi responsável pela classificação Muito ruim do IQES. Os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados para municípios que possuem ETE em operação. O município também não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, portanto o valor obtido no IQES é igual ao valor do indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Como todo o esgoto gerado pela população urbana de São Pedro dos Ferros é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 366,28 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 366,28 0 = 366,28 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de São Pedro dos Ferros População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 366, ,28 0% 582

247 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de São Pedro dos Ferros foi classificada como muito ruim ( IQES Muito ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Cerca de 20% da população urbana da sede e do distrito de Águas Férreas não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e do distrito de Águas Férreas. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de 583

248 Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. O município possui apenas um Plano Municipal de Abastecimento de Água. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas e diretrizes em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 4: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Diretriz para o problema 4: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O 584

249 município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 585

250 70. Sem-Peixe 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Sem-Peixe, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. Na sede, a população urbana e rural é de e 801 habitantes, respectivamente, enquanto no distrito de São Bartolomeu de Sem Peixe a população urbana e rural é de 178 e 539 habitantes, respectivamente. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, na região da Bacia Hidrográfica Incremental. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em abril de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que a área urbana do município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; ETE em projeto. A prestação do serviço de esgotamento sanitário do município é da prefeitura. Segundo informado, o percentual da população atendida por serviço de coleta de esgotos na área urbana é de 100%, porém não há tratamento de esgotos. O PMSB encontra-se em andamento. Aproximadamente 25% do documento está concluído, referente à fase de diagnóstico que já foi executada, conforme informado. O PMSB incluirá os quatro segmentos do saneamento, a saber: abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e drenagem e manejo de águas pluviais urbanas. Os recursos para elaboração do PMSB são da prefeitura que, segundo informado, irá arcar com os projetos de drenagem urbana, controle de vetores e manejo de resíduos sólidos, no qual está previsto uma UTC. Já o projeto de esgotamento sanitário será elaborado pela Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Rio Piracicaba Amepi, e o projeto de abastecimento de água, pela Funasa. 586

251 O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, uma vez que não possui sistema de tratamento de esgotos regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. Até a data da visita, não atendiam a DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, uma vez que ainda não haviam enviado o Relatório Técnico à FEAM. Como o município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96/2006, possuem o prazo até março de 2017 para implantar serviço de tratamento de esgotos que atenda, pelo menos, 80% da população urbana. O lançamento do esgoto bruto na área urbana da sede é feito em sua maior parte diretamente no Rio Sem Peixe e também no Córrego do Eloi, afluente deste rio. No distrito, o lançamento ocorre no Córrego São Bartolomeu, que deságua no Rio Doce. Foram georreferenciados pontos de lançamento de esgotos no Rio Sem Peixe (Figuras 1-1 e 1-2) nas coordenadas UTM 23K E e N, E e N, E e N. No Córrego do Eloi, nas coordenadas UTM 23K E e N. e no Córrego São Bartolomeu (Figuras 1-3 e 1-4), nas coordenadas UTM 23K E e N, E e N. Figura 1.1 Lançamento no Rio Sem Peixe. Figura 1.2 Lançamento pontual no Rio Sem Peixe. 587

252 Figura 1.3 Lançamento difuso no Córrego São Bartolomeu. Figura 1.4 Local onde se concentra a maior parte do esgoto do distrito. A partir deste ponto, segue por mais aproximadamente 300 m de tubulação até o Córrego São Bartolomeu. Existe um projeto em andamento para SES para a sede do município. Avalia-se a possibilidade de implantarem a tecnologia de canteiros bio sépticos, desenvolvida pelo Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado Ipec, para as pequenas comunidades como alternativa para o tratamento de esgotos e controle de vetores. 1.3 Estação de Tratamento de Esgotos ETE Sede em projeto A ETE que atenderá a sede do município deverá ser implantada no bairro Colônia, nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.6). O efluente tratado será lançado diretamente no Rio Sem Peixe (Figura 1.7). O projeto do SES contempla rede coletora de esgoto, interceptor, uma elevatória com caixa de gordura e desarenador, uma ETE compacta de polipropileno, queimador de gases, emissário e ligações domiciliares. O sistema de tratamento da estação deverá ser composto por tratamento preliminar, reator UASB e leito de secagem. O fluxograma simplificado da ETE está na Figura 1.5. O lodo desidratado e os materiais retidos no tratamento preliminar deverão ser dispostos em aterro sanitário a ser instalado juntamente com uma UTC. 588

253 Figura 1.5 Fluxograma do projeto da ETE de Sem-Peixe. Fonte: Adaptado de von Sperling, O projeto está em fase de elaboração. Foi enviada uma proposta por meio de carta-consulta na convocação referente à Portaria Funasa nº 192, de 1º de fevereiro de 2013, para receber recursos para obras de infraestrutura de esgotamento sanitário e, até a data da visita, aguardavam a publicação dos municípios contemplados, conforme informado. Segundo os responsáveis pelo setor de saneamento do município, está previsto para início de plano, em 2014, e final de plano, em 2034, o atendimento de 100% da população urbana da sede, o que corresponderia a aproximadamente e habitantes, respectivamente. Considerou-se o crescimento populacional de 5% ao ano. No projeto consta que a vazão média para final de plano seria de 18m³.h -1, e vazão máxima, 26 m³.h -1. Conforme consulta ao SIAM em maio de 2013, não havia processo de regularização ambiental relacionado a este empreendimento. Figura 1.6 Área prevista para ser construída a ETE na sede. Figura 1.7 Vista para o corpo receptor, Rio Sem Peixe. 589

254 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Sem-Peixe, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Sem-Peixe - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 23,00 23,00 0,00 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Sem-Peixe A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pelo enquadramento do município na faixa Ruim do IQES. Os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados para municípios que possuem ETE em operação. O município também não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, portanto o valor obtido no IQES é igual ao valor do indicador PC. Ressalta-se que o serviço de coleta de esgoto apresentou-se completamente universalizado em Sem-Peixe (PCD= 100%), obtendo pontuação máxima para o indicador PC. 590

255 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera operação da ETE Sede (em projeto). Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Sem-Peixe é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 81,38 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 81,38 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Sede, estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Sede: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,75 = 53,82 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 81,38 53,82 = 27,55 kgdbo.d -1 o Redução de 66,14% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Sem-Peixe População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 81, ,38 0% Hipotético 81,38 53,82 27,55 66,14 591

256 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Sem Peixe foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Este problema poderá ser amenizado com a implantação da ETE Sede. O empreendimento foi projetado para atender 100% da população urbana da sede. Diretrizes foram, então, elaboradas para os outros problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos 100% da população urbana da sede e do distrito de São Bartolomeu de Sem-Peixe. Diretriz para o problema 1: Para a sede, este problema poderá ser resolvido com o início da operação da ETE Sede, em projeto. No caso do distrito de São Bartolomeu de Sem-Peixe, sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 (Guia para captação de recursos), no Volume I deste plano. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgoto, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 2: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de

257 Diretriz para o problema 2: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda a pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 593

258 71. Senador Firmino 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Senador Firmino, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (mista); Tanques sépticos. No município, o abastecimento de água e a coleta de esgotos é de responsabilidade do SAAE. Cerca de 56% do esgoto gerado na área urbana do município é coletado, mas não há nenhum tratamento. Os serviços de coleta de esgoto são tarifados. Foi informado que o município de Senador Firmino não possui PMSB, porém já encaminhou pedido de recursos por duas vezes para a Funasa. Na época da visita, ainda não havia sido contemplado. Adicionalmente, o município também realizou manifestação de interesse ao CBH-Piranga e aguardava contato. De acordo com dados do primeiro trimestre relativos a ICMS Ecológico, o município não recebe o recurso referente a este imposto visto que não atende ao critério de Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, por não dispor de ETE regularizada que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. O esgoto é lançado in natura no Rio Turvo e nos córregos Água Espalhada, Chácara e Lana. Os principais pontos de lançamento são respectivos aos pontos das coordenadas UTM 23K E e N (Avenida Benjamin de Miranda), E e N (Bairro Luis 594

259 Tarcísio de Oliveira), E e N (Av. João Policarpo de Miranda), E e N (Centro/Rua Antônio Brás), E e N (Rua Jandira, Rua Tolentino Fernandes), E e N (Monsenhor Maurício, Bairro Chácara), E e N (Rua Turmalina), E e N (Rua Turmalina), E e N (Rua Esmeralda/ Rua Rubi), E e N (Rua Álvaro Gamarano/ Bairro Córrego Grande), E e (Rua Jesus Teixeira), E e N (Rua do Cruzeiro), E e N (Praça Raimundo Carneiro, Rua Manoel de Oliveira Fernandes e Rua Pio XII/Centro). Algumas dessas ocorrências estão ilustradas nas Figura 1.1 a Figura 1.1 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Água Espalhada. Figura 1.2 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Água Espalhada. Figura 1.3 Lançamento de esgoto in natura no Rio Turvo. Figura 1.4 Lançamento de esgoto in natura no Rio Turvo. 595

260 Figura Lançamento de esgoto in natura no Rio Turvo. Figura 1.6 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Chácara. Figura 1.7 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Chácara. Figura 1.8 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Chácara. Figura 1.10 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Lana. Figura 1.9 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Chácara. 596

261 Figura 1.11 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Lana. Figura 1.12 Lançamento de esgoto in natura no Córrego Lana. Figura 1.13 Lançamento de esgoto in natura no Rio Turvo. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a essa deliberação, uma vez que não enviou Relatório Técnico à FEAM. Os municípios pertencentes a esse grupo têm o prazo até março de 2017 para implantação de sistema de tratamento de esgotos sanitários regularizada ambientalmente, que atenda 80% da população urbana, com eficiência de remoção de carga orgânica de 60%. O município foi contemplado com recurso para elaboração de projetos de SES pelo Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de 2011, e a previsão é de que deve ser disponibilizado ainda em Há também um convênio com a Funasa para melhorias na reservação de água tratada e o projeto já está sendo elaborado. Foi enviada, ainda, uma carta consulta referente à Portaria 597

262 Funasa nº 192, 1 de fevereiro de 2013, para ampliação do sistema de captação, tratamento e distribuição de água. No momento estavam aguardando resposta. O município foi ainda selecionado no Edital de Chamamento Público nº 002/2013 da UGHRO1, em conformidade com os Programas de Saneamento, P11 e P41, do PAP-Doce, com recursos da cobrança pelo uso da água arrecadados pela União e pelo Estado de Minas Gerais, para financiamento de PMSB, SES, SAA e GRSU. Cabe salientar que esse edital não é definitivo, pois ainda serão selecionadas as prioridades de investimento. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Senador Firmino, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Senador Firmino - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 12,88 12,88 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Senador Firmino 598

263 O baixo percentual de coleta (PCD= 56%) e a ausência de tratamento de esgotos foram responsáveis pela classificação Muito ruim do IQES. Os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados para municípios que possuem ETE em operação. O município também não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, portanto o valor obtido no IQES é igual ao valor do indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que no momento da visita o projeto da ETE do município ainda não havia sido elaborado. Não obstante, como já mencionado, o município de Senador Firmino foi contemplado com recursos para elaboração de um projeto de implantação de um sistema de tratamento de esgotos. Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Senador Firmino é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 252,88 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 252,88 0 = 252,88 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Senador Firmino População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 252, ,88 0% 599

264 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Senador Firmino foi classificada como muito ruim ( IQES Muito ruim ). Os principais fatores responsáveis pela má qualidade do serviço nesse município são o baixo percentual de coleta e a ausência de tratamento de esgoto. No momento da visita, o município ainda não possuía projetos de ETE, mas havia sido contemplado com recursos para elaboração de um projeto por meio da portaria 481/2011 da Funasa. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: 44% da população urbana da sede não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 2: Este problema poderá ser resolvido com a implantação da ETE cujo projeto será elaborado com recursos da Funasa. Ainda não há informações a respeito do percentual de atendimento do empreendimento. Caso não seja possível atender toda a população com apenas uma ETE, o sistema de tratamento de esgotos deverá ser composto por mais ETE(s). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgoto, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico entrando em contato com a Gerência de 600

265 Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas e diretrizes em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 4: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Diretriz para o problema 4: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda a pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem 601

266 como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 602

267 72. Senhora de Oliveira 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Senhora de Oliveira, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município não possui distrito. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Uma elevatória; Uma ETE em operação. A prestação do serviço de esgotamento sanitário no município é do SAAE. Segundo informado por representantes do SAAE na data da visita, na sede 90% da população é atendida por rede coletora e 80%, por tratamento de esgotos. Estão em fase final as obras dos interceptores, ampliando a capacidade da ETE, atendendo 100% dos esgotos coletados. O município declarou não possuir PMSB, mas tem conhecimento de sua importância e abrangência. A princípio utilizariam o Cisab como meio facilitador para sua elaboração, mas o município enviou também termo de manifestação de interesse, em consonância com o Edital de Chamamento Público nº 002/2013, da UGRH1, para pleitear recursos via IBIO AGB Doce. De acordo com os dados do 1º trimestre 2013 do ICMS Ecológico, Senhora de Oliveira recebe a parcela referente ao critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, pois seu percentual de atendimento por tratamento de esgotos de 80% da população urbana, superior ao mínimo necessário, que é de 50%, e encontra-se com a licença ambiental em dia. 603

268 O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Os municípios pertencentes a esse grupo têm o prazo até março de 2017 para implantação de sistema de tratamento de esgotos sanitários, que atenda 80% da população urbana, com eficiência de remoção de carga orgânica de 60% e sua devida regularização. Senhora de Oliveira foi contemplado para elaboração de projeto via Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de Na data da visita, foi informado que este projeto será para serviços de esgotamento sanitário na zona rural. O município foi também convocado a apresentar projeto técnico na área de esgotamento sanitário via Portaria Funasa nº 784, de 07 de junho de 2013, referente à Portaria Funasa nº 192, de 01 de fevereiro de Este projeto pleiteia recursos para execução de obras, porém não foi convocado para entrevista técnica pela Portaria Funasa nº 931, de 10 de julho de Sobre a ETE sede, encontra-se em andamento um convênio com a Funasa, desde o ano de 2006, que contempla a construção da ETE, da rede coletora e dos interceptores de esgoto, conforme informado. A ETE já se encontra em operação e a universalização dos serviços de coleta e tratamento está em andamento. Os serviços de esgotamento sanitário do município ainda não são tarifados. Foram georreferenciados dois pontos de lançamento de esgoto in natura no Ribeirão Oliveira, localizados nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1) e E e N (Figura 1.2). Figura 1.1 Lançamento in natura no Ribeirão Oliveira, bairro da Limeira. Figura 1.2 Lançamento in natura no Ribeirão Oliveira. 604

269 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Senhora de Oliveira (em operação) Processo COPAM 09241/2007/002/2012 A ETE Senhora de Oliveira está localizada na saída para o município de Brás Pires, Km01, rodovia MG-275, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Ribeirão Oliveira. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar, estação elevatória, sistema compacto reator UASB/filtro anaeróbio (Figura 1.6) seguido de escoamento superficial (Figura 1.8) e leito de secagem (Figura 1.7). O fluxograma simplificado da ETE encontra-se na Figura 1.3. Figura 1.3 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Senhora de Oliveira. Fonte: Adaptado de von Sperling, Conforme informado na data da visita, a ETE está em operação desde 05 de junho de 2012 e o prestador de serviço responsável é o SAAE. Não foi possível fazer o levantamento dos dados de projeto da ETE dado o desconhecimento dos arquivos pelos representantes municipais. Os últimos dados levantados e repassados foram eficiência de remoção de DBO igual a 85%, habitantes atendidos ou 80% da população urbana e vazão medial de 5,5 L.s -1. Os recursos para implantação da ETE são intermediados pela Funasa (Figura 1.9) e os recursos para manutenção provêm do SAAE, conforme informado. Foi informado que o primeiro projeto desta ETE foi alterado com realocação do sistema devido ao desnível de poços de visita e por incluir a construção de três elevatórias. 605

270 Na data da visita, dentre as inconformidades levantadas, destacam-se: ausência de operador treinado e capacitado, ausência de placa de identificação e restrição de acesso a pessoas não autorizadas (Figura 1.4), ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado, ausência de manual operacional, operador com cartão de vacina desatualizado e ausência de queimador de gás. Ademais, a ETE não possui automonitoramento. A ETE possui Autorização Ambiental de Funcionamento com validade até Abril de 2016, cujo número do processo COPAM é 09241/2007/002/2012. Figura 1.4 ETE Senhora de Oliveira, portão de acesso. Figura 1.5 Casa de apoio. Figura 1.6 Sistema compacto UASB/FAn. Figura 1.7 Leitos de Secagem. 606

271 Figura 1.8 Escoamento superficial. Figura 1.9 Placa obras Funasa. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Senhora de Oliveira, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Bom e por isso representado com a cor verde, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Senhora de Oliveira - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 69,91 20,70 20,00 17,37 9,00 6,10 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Senhora de Oliveira 607

272 A classificação do município na faixa Bom do IQES já era esperada, visto que 90% da população urbana é atendida por rede coletora e 80% por tratamento de esgotos. Isso acarretou na elevação do valor do IQES visto que os indicadores OP e RA, e o subindicador MO foram ponderados pelo indicador PTD no cálculo final do índice. Apesar de não ser realizado um programa de monitoramento ambiental e a destinação dos resíduos sólidos da ETE ser feita de forma inadequada, o indicador operacionalidade recebeu uma pontuação elevada, coerente com as boas condições de operação, infraestrutura e segurança verificadas durante a visita. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de ampliação dos sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Senhora de Oliveira é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 175,82 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: ETE Senhora de Oliveira: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 122,38 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 175,82 122,38 = 53,44 kgdbo.d -1 o Redução de 69,61% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Senhora de Oliveira População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 175,82 122,38 53,44 69,61% 608

273 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Senhora de Oliveira foi classificada como bom ( IQES Bom ). Os principais fatores responsáveis pela qualidade do serviço nesse município são os altos percentuais de população atendidos por coleta e tratamento de esgotos. Diretrizes foram elaboradas para auxiliar o município em melhorias pontuais para elevar a qualidade dos serviços de esgotamento sanitário, que estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população da sede (10%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 20% da população urbana da sede. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos do governo federal para repasses de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). B- Problemas e diretrizes em relação à Estação de Tratamento de Esgotos: Problema 3: O município não realiza monitoramento da qualidade do efluente da ETE e outras irregularidades. 609

274 Diretriz para o problema 3: Sugere-se que a prefeitura invista na capacitação dos funcionários da ETE para que estes desenvolvam procedimentos de monitoramento da qualidade do efluente, a fim de garantir que o tratamento esteja com eficiência adequada, bem como se mantenham tecnicamente atualizados. Problema 4: Irregularidades registradas na ETE. Diretriz para o problema 4: Sugere-se que seja contratado um engenheiro sanitarista, civil ou ambiental, para que este realize a avaliação da ETE e elabore um plano contendo os procedimentos necessários à correção das irregularidades, como: ausência de placa de identificação e restrição de acesso à pessoas não autorizadas; ausência de livro de ocorrências e paralisações, e ausência de manual operacional. C- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 5: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 5: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 610

275 73. Senhora dos Remédios 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Senhora dos Remédios, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui um único distrito, Palmital dos Carvalhos, com população urbana de 638 habitantes. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Fossas negras; Uma ETE fora de operação, que atendia a sede; Uma ETE em projeto, que atenderá a sede. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município e no distrito é realizada pela prefeitura. Segundo informado por representantes da prefeitura, cerca de 90% da população da sede e do distrito é atendida por rede coletora e não há tratamento de esgotos. O seu representante declarou que o município não possui PMSB, mas tem conhecimento de sua importância e abrangência. Segundo informado, a administração tem analisado o melhor meio para sua elaboração. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não é disponibilizado para o município visto que não possui sistema de tratamento de esgotos regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa 611

276 deliberação, uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Senhora dos Remédios foi contemplado, via Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de 2011, para elaboração de projeto de serviços de esgotamento sanitário da sede (relatório de concepção, levantamento topográfico e de geotecnia, estudos ambientais e projetos básico e executivo). O projeto encontra-se concluído e o município foi convocado via Portaria Funasa nº 784, de 07 de junho de 2013, para apresentar projeto técnico referente à Portaria Funasa nº 192, de 01 de fevereiro de Pela Portaria Funasa nº 931, de 10 de julho de 2013, o município foi convocado para entrevista técnica e apresentação de documentação complementar. A entrevista visa averiguar a viabilidade técnica do projeto apresentado, o qual será financiado com recursos do PAC 2. Os serviços de esgotamento sanitário do município são tarifados via taxa anual do IPTU, conforme informado. Foi georreferenciado um ponto de lançamento de esgoto in natura no Rio Pinta Pau, distrito de Palmital, localizado nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1). Figura 1.1 Lançamento in natura no Rio Pinta Pau, distrito de Palmital. 612

277 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE sede I (fora de operação) A ETE Senhora dos Remédios está localizada próxima à rua Manoel Leite, na margem direita do Córrego Lava-Pés, bairro Bandeirantes, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado era lançado no Córrego Lava-Pés. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar, reatores anaeróbios do tipo digestores de câmara em série e filtros anaeróbios. O fluxograma simplificado se encontra na Figura 1.2. Figura 1.2 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Sede I. Fonte: Adaptado de von Sperling, Conforme informado na data da visita, a ETE (Figura 1.3) entrou em operação no ano 2000 com recursos do Programa Ação Social e Saneamento/CEF e parou a operação em 2006 por falta de manutenção, funcionando como by-pass e lançando o efluente à montante das unidades de tratamento (Figura 1.4). Há intenção em reativá-la como parte do sistema proposto pelo novo projeto. Os dados levantados do projeto informam que os anos de início e final de plano são 1998 e 2018 e o número de habitantes atendidos são e 5.400, respectivamente. A ETE não possui licença ambiental. 613

278 Figura 1.3 ETE Senhora de Oliveira. Figura 1.4 Tubulação de lançamento ETE Sede II (projeto) O projeto básico da ETE Sede II encontra-se concluído com recursos intermediados pela Funasa. Neste mesmo órgão, foi também pré-selecionado para captar recursos para obra. Em consulta ao projeto, foi possível verificar que se adotou um horizonte de projeto de 20 anos, sendo que o primeiro ano de operação está previsto para 2014, para habitantes, e o final de plano em 2034, para habitantes. As vazões médias totais previstas são de 5,8 L/s e 6,4 L/s para início e final de plano, respectivamente. Espera-se uma eficiência de tratamento na ordem de 85% de remoção de DBO. O sistema de tratamento previsto é composto por quatro sistemas de tanques-sépticos seguidos de filtros anaeróbios, dada a topografia local. O fluxograma simplificado da ETE está na Figura 1.5. Figura 1.5 Fluxograma do sistema de tratamento previsto para nova ETE Sede II. Fonte: Adaptado de von Sperling,

279 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Senhora dos Remédios, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Senhora dos Remédios - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 20,70 3,70 24,40 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Senhora dos Remédios A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 24,40 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um 615

280 cenário hipotético que considera a reativação da ETE Sede I (fora de operação) e do início de operação da ETE Sede II (projeto). Como todo o esgoto gerado pela população urbana de Senhora dos Remédios é lançado no interior da BHRPG foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 185,22 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 185,22 0 = 185,22 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Sede I (fora de operação) e ETE Sede II (em projeto) estivessem em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Sede I e ETE Sede II: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,85 = 128,15 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 185,22 128,15= 57,07 kgdbo.d -1 o Redução de 85% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Senhora dos Remédios População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 185, ,22 0% Hipotético 185,22 128,15 57,07 69,19% 616

281 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Senhora dos Remédios foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população urbana da sede (10%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e do distrito de Palmital dos Carvalhos. Diretriz para o problema 2: Este problema poderá ser amenizado com a reativação da ETE Sede I e da implantação da ETE Sede II (projeto). Juntos esses empreendimentos poderão atender 100% da população urbana da sede. No entanto, ainda não existem perspectivas de implantação de um sistema de tratamento de esgotos no distrito de Palmital dos Carvalhos. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de 617

282 Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 618

283 74. Sericita 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Sericita, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município está totalmente inserido na UPGRH DO1, na Bacia Hidrográfica do Rio Matipó. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); Fossas negras (área rural); 2 projetos para ETE. No município, o tratamento de esgotos é de responsabilidade da prefeitura, que realiza coleta de 80% do esgoto gerado na área urbana do município e não realiza nenhum tratamento. O esgoto é lançado in natura no Rio Santana e nos seus afluentes. O Rio Santana é afluente do Rio Casca. Os principais pontos de lançamento são respectivos aos pontos das coordenadas UTM 23K E e N, E e N, E e N. Algumas dessas ocorrências podem ser vistas de Figura 1.1 a

284 Figura 1.1 Lançamento pontual de esgoto in natura no Córrego Arrozal. Figura 1.2 Lançamento pontual de esgoto in natura no Rio Santana. Figura 1.3 Lançamento difuso de esgoto in natura em afluente do Rio Santana. Figura 1.4 Local do Rio Santana onde é realizado lançamento pontual de esgoto in natura. Apesar de o município possuir um PMSB, concluído em dezembro de 2009 com recursos próprios da prefeitura, este contempla de maneira superficial apenas o abastecimento de água e esgotamento sanitário na área urbana, conforme informado. O município de Sericita está enquadrado no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a essa deliberação, uma vez que não enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda, no mínimo, a 60% de remoção de carga orgânica. Segundo os dados do primeiro trimestre de 2013 do ICMS Ecológico, critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, o município de Sericita não recebe a verba 620

285 vinculada a esse imposto, porque não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Sede (em projeto) Não possui regularização ambiental O município possui um projeto de ETE, que está sendo elaborado pela prefeitura, e os recursos para as obras foram obtidos na Funasa na convocação do PAC O local de implantação da ETE será às margens da estrada que liga Sericita à BR 262. O efluente tratado será lançado no Rio Santana. A manutenção da ETE será realizada com recursos da própria prefeitura. O projeto básico contempla rede, interceptores e a ETE. O sistema de tratamento empregado será o tratamento preliminar, reator UASB, filtro anaeróbio e leito de secagem. Já os resíduos sólidos serão enviados a um aterro sanitário que será construído. O fluxograma simplificado se encontra na Figura 1.5. Figura 1.5 Fluxograma do projeto da ETE Sede. Fonte: Adaptado de von Sperling, A previsão de início de plano da ETE, segundo informado, é para 2014 e o de final de plano, 2034, atendendo 80% da população urbana ETE Sol Nascente (em projeto) Não possui regularização ambiental Há ainda outro projeto de ETE para o município, que contemplará o Conjunto Habitacional Sol Nascente, composto por cerca de 40 famílias. 621

286 O sistema de tratamento empregado será tratamento preliminar, tanque séptico, filtro anaeróbio e leito de secagem, conforme ilustrado no fluxograma simplificado da Figura 1.6. Figura 1.6 Fluxograma do projeto da ETE Sol Nascente. Fonte: Adaptado de von Sperling, Os resíduos sólidos serão destinados a um aterro sanitário que será construído. O local da ETE se refere ao ponto das coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.8). O projeto foi elaborado com recursos da prefeitura e, para as obras, já existe um convênio firmado com a Sedru. A ETE atenderá 100% dos moradores do conjunto populacional (Figura 1.7), conforme informado. Figura 1.7 Vista do Conjunto Habitacional Sol Nascente. Figura 1.8 Local onde será implantada a ETE Sol Nascente. 622

287 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Sericita, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Sericita - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 18,40 18,40 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Sericita A ausência de tratamento de esgotos foi responsável pela classificação Muito ruim do IQES. Os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados para municípios que possuem ETE em operação. O município também não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, portanto o valor obtido no IQES é igual ao valor do indicador PC. 623

288 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação das ETEs Sede e Sol Nascente (fora de operação). Vale lembrar que, como todo o esgoto gerado pela população urbana de Sericita é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 200,77 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 200,77 0 = 200,77 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se as ETE Sede e Sol Nascente estivessem em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Sede: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 139,77 kgdbo.d -1 - ETE Sol Nascente: 240 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 11,28 kgdbo.d -1 Total da carga removida = 151,04 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 200,77 151,04 = 49,73 kgdbo.d -1 o Redução de 75,23% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Sericita População considerada Total Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Atual 200, ,77 0% Hipotético 200,77 151,04 49,73 75,23% 624

289 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Sericita foi classificada como muito ruim ( IQES Muito ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população urbana da sede (20%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 2: Este problema poderá ser resolvido com a implantação das ETEs Sede e Sol Nascente (projeto). Juntos, esses empreendimentos poderão atender 100% da população urbana. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. 625

290 B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico que contemple as quatro áreas do saneamento. Atualmente, o PMSB de Sericita contempla apenas abastecimento de água e esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). C- Problemas e diretrizes em relação à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Problema 4: Não atendimento à DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de Diretriz para o problema 4: O município possui o prazo até março de 2017 para implantar sistema de tratamento de esgotos que atenda a pelo menos 80% da população urbana, entretanto, para regularizar a sua situação até a conclusão deste processo, precisa providenciar cadastramento mediante preenchimento de formulário específico e Relatório Técnico para a FEAM como indicado na DN nº 96, de 12 de abril de 2006 no Art. 1, 7, item I. Em 2012, a FEAM enviou o Ofício Circular da Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM nº 02/12 (Apêndice 9.6) notificando o não recebimento do referido cadastro e Relatório Técnico, bem como solicitando a regularização do município. O não envio do formulário de cadastro e Relatório Técnico torna o município passível de autuação. O município deve responder o referido Ofício Circular para regularizar a sua situação, bem 626

291 como providenciar sistema de tratamento de esgotos sanitários com a devida regularização ambiental. 627

292 75. Teixeiras 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Teixeiras, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município não possui distrito. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, sendo a maior parte na BHRPG, e uma pequena parte na Bacia Hidrográfica do Rio Casca. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Fossas negras. A prestação do serviço de esgotamento sanitário no município é da prefeitura. Segundo informado por representante da prefeitura, na sede 90% da população é atendida por rede coletora e não há tratamento de esgotos. Representantes do município declararam que o mesmo ainda não possui PMSB, mas enviou termo de manifestação de interesse via Edital de Chamamento Público nº 002/2013, da UGRH1, para pleitear recursos junto à IBIO AGB Doce, tanto para custeio do processo de elaboração do PMSB, quanto para a elaboração de projeto de serviços de esgotamento sanitário da sede municipal. Segundo os dados do primeiro trimestre de 2013 do ICMS Ecológico, critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos, o município de Teixeiras não recebe a verba vinculada a esse imposto porque não possui sistema de tratamento de esgoto sanitário regularizado que atenda, no mínimo, 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa 628

293 deliberação, uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Os serviços de esgotamento sanitário do município são tarifados via taxa anual do IPTU, conforme informado. Foram georreferenciados pontos de lançamento de esgoto in natura nos córregos Grande, Sem Nome e no Ribeirão Teixeiras, nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1), E e N (Figura 1.2), E e N (Figura 1.3) e E e N (Figura 1.4). Conforme informado, lançam no Ribeirão Teixeiras os bairros Dona Amélia, Coqueiro, Dona Marta, Patrimônio, Alice Baião e residências da BR-120. No Córrego Grande, lançam Cachoeira, Progresso, Rua Nova, Represa, Bela Vista, Centro, Rua 1º de Maio, Av. Castelo Branco, Águas Claras, Vila Santana, Zé Carolina e Osvaldo Amaral. Figura 1.1 Lançamento in natura no Córrego Grande. Figura 1.2 Lançamento in natura no Ribeirão Teixeiras. Figura 1.3 Lançamento in natura no Córrego Sem Figura 1.4 Lançamento in natura no Ribeirão 629

294 2 Prognóstico Nome. Teixeiras. 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Teixeiras, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Teixeiras - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 20,70 3,70 24,40 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Teixeiras A ausência de tratamento de esgotos foi o fator responsável pela classificação Ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 24,40 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de implantação 630

295 de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Vale lembrar que, como todo o esgoto gerado pela população urbana de Teixeiras é lançado no interior da BHRPG, foi apresentada a avaliação para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 411,64 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 411,64 0 = 411,64 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Teixeiras População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 411, ,64 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Teixeiras foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população urbana (10%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da 631

296 inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual para repasses de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 (no volume I do Plano). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos 632

297 sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 633

298 76. Timóteo 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Timóteo, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes sendo que, habitantes correspondem à população urbana e 119 à população rural. Na sede, a população urbana e rural é de e 119 habitantes, respectivamente. O município apresenta um distrito, Cachoeira do Vale, que possui população total e urbana de habitantes. Seu território encontra-se parcialmente inserido na UPGRH DO1, correspondendo a 34,75% da sua área territorial na região da Bacia Hidrográfica Incremental. O restante do território do município, incluindo sede e o distrito de Cachoeira do Vale, contribuem na Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Foi realizada visita ao município em abril de 2012, no âmbito da elaboração do PITE Piracicaba. Na ocasião, diagnosticou-se que o município conta com infraestrutura disponível de: Rede coletora de esgotos; Interceptores parcialmente instalados; Elevatórias; Duas ETE fora de operação, uma na sede e outra no distrito de Cachoeira do Vale. A prestação do serviço de esgotamento sanitário do município foi recentemente concedida à COPASA. Foi informado que o percentual da população urbana atendida por rede coletora de esgoto é de 100% e o percentual de população urbana atendida por tratamento de esgoto é nulo. A COPASA tem um projeto para a construção de uma ETE para atender toda a população urbana do município. Na data da visita, havia sido informado que o PMSB havia sido concluído no final de Entretanto, em consulta ao Edital de Chamamento Público Nº001/2013 e 03/2013 UGRH1 da IBIO - AGB Doce, verificou-se que o atual PMSB contempla apenas abastecimento de água e esgotamento sanitário. O município ficou na 5ª colocação na hierarquização na 634

299 modalidade PMSB e, portanto, os componentes manejo de resíduos sólidos e drenagem pluvial deverão ser incluídos no PMSB, por meio de recursos da cobrança administrados pela IBIO - AGB Doce. Timóteo não recebe ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de esgotos por não possuir ETE regularizada que atenda, pelo menos, 50% da população urbana. O município se enquadra no Grupo 3 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a deliberação, uma vez que ainda não apresenta LO de sistema de tratamento de esgotos para atender, pelo menos, 80% da população urbana com eficiência de remoção de DBO de 60%. O esgoto in natura da sede é lançado principalmente nos córregos Ana Moura, Sebastião Cota, Lindolfo e Limoeiro. Foram registrados e georreferenciados, em coordenadas UTM 23K, pontos de lançamento na sede no Córrego Ana Moura nas coordenadas E e N e E e N, na confluência dos córregos Sebastião Cota e Lindolfo nas coordenadas E e N, e em um Córrego de nome desconhecido nas coordenadas E e N. Algumas dessas ocorrências podem ser visualizadas de Figura 1.1 a 1-4. Figura 1.1 Lançamento no Córrego Ana Moura. Figura 1.2 Lançamento no Córrego Ana Moura. 635

300 Figura 1.3 Lançamento de esgoto na rede pluvial na confluência dos Córregos Sebastião Cota e Lindolfo. Figura 1.4 Lançamento de esgoto em córrego desconhecido. Segundo representantes das secretarias de Planejamento, Meio Ambiente e Obras, anterior à concessão do serviço de esgotamento sanitário para a COPASA, a prefeitura havia conseguido financiamento para o tratamento de esgotos, mas devido, principalmente, à cobrança das taxas de esgoto, a população e a câmara municipal barraram o projeto e, dessa forma, o recurso foi perdido. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Sede (projeto) Na visita realizada em 2012, foi informado que a ETE Sede deverá ser implantada no bairro Limoeiro, nas coordenadas UTM 23K E e N, onde havia um asilo que seria desativado. Porém, conforme informado, ainda estão buscando recursos para as obras e o projeto poderá sofrer modificações. O sistema de tratamento de esgoto da ETE, provavelmente, será composto por tratamento preliminar mecanizado (grades grossas e finas, peneira e desarenador), reatores UASB, centrífugas para desidratação do lodo e sistema de controle de odores. O fluxograma simplificado se encontra na Figura

301 Figura 1.5 Fluxograma do projeto da ETE Sede de Timóteo. Fonte: Adaptado de von Sperling, A parcela dos resíduos sólidos retidos na grade, caixa de areia e o lodo desidratado proveniente dos reatores anaeróbios deverão ser dispostos adequadamente no aterro sanitário de Timóteo. É prevista eficiência de 70% de remoção de DBO. O efluente tratado será lançado no Rio Piracicaba. Os representantes da COPASA informaram que a opção pelo reator UASB foi feita baseandose em estudos de autodepuração do Rio Piracicaba que indicaram que a eficiência do tratamento atenderia às exigências legais. Entretanto, há uma área da ETE destinada para implantação de um pós-tratamento por FBP seguido de decantador secundário ou outra concepção futura, caso seja necessário ampliar as unidades da ETE. A COPASA informou que o projeto foi executado com recursos próprios, contemplando a implantação de rede coletora, rede interceptora, elevatórias e a ETE, e que, atualmente, estão buscando recursos para as obras. O projeto prevê o atendimento de 100% da população urbana, o equivalente a uma vazão média de 192,33 L.s -1, no ano de 2030, correspondendo a uma população de habitantes. A ETE ainda não possui licença prévia e de instalação ETE Limoeiro (fora de operação) Processo COPAM 00001/1996/006/2003 A ETE Limoeiro (Figura 1.7) está localizada no bairro Limoeiro, nas coordenadas UTM 23K E e N. Foi construída pela Acesita e funcionou por cerca de 18 anos, 637

302 atendendo aproximadamente 200 casas, conforme informado. Em janeiro de 2012 foi desativada. O sistema de tratamento de esgoto empregado era composto por tratamento preliminar e lagoa facultativa (Figura 1.8). O fluxograma simplificado está ilustrado na Figura 1.6. O efluente tratado era lançado no Córrego Limoeiro. Figura 1.6 Fluxograma da ETE Limoeiro. Fonte: Adaptado de von Sperling, Segundo informações de representantes da prefeitura, a ETE não apresentava boa eficiência, a impermeabilização não era eficiente, o lodo nunca havia sido descartado e a população reclamava dos maus odores. A ETE possuía somente LI, válida até 2007 (nº Processo COPAM: 00001/1996/006/2003). Figura 1.7 Vista geral da ETE inativada. Figura 1.8 Lagoa totalmente seca. 638

303 1.3.3 ETE Cachoeira do Vale (fora de operação) Processo COPAM 00001/1996/004/2002 A ETE Cachoeira do Vale está localizada no distrito de Cachoeira do Vale nas coordenadas UTM 23K E e N. Durante a visita, foi informado que a ETE foi construída em 2002 com recursos da Agência Nacional de Águas ANA. O sistema de tratamento de esgoto da ETE (Figura 1.13) era composto por tratamento preliminar (Figura 1.10), reator UASB (Figura 1.11) e leito de secagem (Figura 1.12). O fluxograma simplificado da estação se encontra na Figura 1.9. Figura 1.9 Fluxograma da ETE Cachoeira do Vale. Fonte: Adaptado de von Sperling, A ETE recebia o esgoto de todo o distrito de Cachoeira do Vale. Entretanto, os representantes da prefeitura informaram que a estação nunca foi operada, sendo que nunca houve nenhuma manutenção. O esgoto apenas passava pelas unidades de tratamento como um caixa de passagem para então ser lançado diretamente no Rio Piracicaba. A ETE adquiriu LI em 2002 (nº Processo COPAM 00001/1996/004/2002) e não possuía LO. Figura 1.10 Tratamento preliminar inoperante. Figura 1.11 Reator UASB inoperante. 639

304 Figura 1.12 Estrutura do leito de secagem. Figura 1.13 Área da ETE coberta por vegetação. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Timóteo, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Timóteo - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 23,00 23,00 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Timóteo 640

305 A ausência de tratamento de esgotos foi responsável pela classificação Ruim do IQES. Os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados para municípios que possuem ETE em operação. O município também não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, portanto o valor obtido no IQES é igual ao valor do indicador PC. Ressalta-se que o serviço de coleta de esgoto apresentou-se completamente universalizado em Timóteo (PCD= 100%), obtendo pontuação máxima para o indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação da ETE Sede (em projeto). Ressalta-se que todo esgoto gerado pela população urbana de Timóteo é lançado em cursos d água não pertencentes a BHRPG. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = 81,124 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 4.380,70 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = = kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se a ETE Sede estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Sede: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,70 = kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 4.380, = 1.314,21 kgdbo.d -1 o Redução de 70% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. 641

306 Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Timóteo População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total (lança fora da UPGRH) Atual 4.380, ,70 0% Hipotético 4.380, ,21 70% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Timóteo foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por tratamento de esgotos. Problema 1: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e do distrito de Cachoeira do Vale. Diretriz para o problema 1: Este problema poderá ser amenizado com a implantação da ETE Sede (projeto). O empreendimento foi projetado para atender 100% da população urbana da sede. No distrito de Cachoeira do Vale, deverá ser avaliada a reativação da ETE daquela localidade. Caso constate-se a inviabilidade técnica e econômica dessa reativação, um novo projeto de implantação de sistemas de tratamento de esgotos deverá ser elaborado. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. 642

307 77. Ubá 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Ubá, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que correspondem à população urbana e correspondem à população rural. Na sede, são habitantes na área urbana, enquanto que nos distritos de Diamante de Ubá, Miragaia e Ubari a população urbana é de 1.598, e 398 habitantes, respectivamente. O município está parcialmente inserido na UPGRH DO1, correspondendo a 20,53% da sua área territorial na região da BHRPG, onde está inserido o distrito de Ubari. A sede e os distritos de Diamante de Ubá e Miragaia estão inseridos na Bacia Hidrográfica do Rio Pomba e Rio Muriaé. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Fossas negras. A prestação dos serviços de esgotamento sanitário na sede e nos distritos é da prefeitura. Conforme informado por representantes municipais, há intenção de passar a concessão para a COPASA. O percentual da população urbana atendida por rede coletora é de 90% na sede e nos distritos de Miragaia e Ubari, sendo que em Diamante de Ubá chega aos 90%, conforme informado. O percentual de tratamento de esgotos é nulo em todo o município. De acordo com as informações prestadas, o PMSB foi elaborado em 2011 e já foi aprovado na câmara municipal. O PMSB contempla abastecimento de água, disposição de resíduos e esgotamento sanitário na área urbana, apenas. Os estudos de drenagem urbana estão em andamento. O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município uma vez que não possui estação de tratamento de esgotos regularizada para atender pelo menos 50% da população urbana. 643

308 O município não atende a DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, uma vez que, como pertence ao Grupo 3 da DN COPAM nº 96/2006, já deveria possuir ETE regularizada atendendo, no mínimo, 80% da população urbana com eficiência de remoção de orgânica de 60%. Havia um projeto para o SES da sede, elaborado em 2005 por meio da ANA, mas não foi dado andamento para sua execução. Como, desde então, houve um grande crescimento populacional, ainda está em fase de definição se os serviços de esgotamento serão concedidos para a COPASA. Esse projeto deverá ser descartado e novos deverão ser elaborados para a sede e distritos. Relataram dificuldades técnicas para a instalação dos interceptores devido a ocupações irregulares, falta de estrutura organizacional da prefeitura e dificuldades contratuais com a COPASA, principalmente referente à questão da tarifação. Foram registrados pontos de lançamento de esgotos em Ubari, o único distrito contribuinte com o lançamento de esgotos na UPGRH DO1. Os esgotos são lançados em córregos afluentes e tributários do Rio Turvo, nas coordenadas UTM 23K E e N, E e N, e E e N. Na sede, foram georreferenciados os dois principais locais onde os esgotos são despejados no Ribeirão Ubá, nas coordenadas UTM 23K E e N, e E e N. Figura 1.1 Lançamento difuso em um Córrego da bacia do Rio Turvo, em Ubari. Figura 1.2 Lançamento pontual em um Córrego da bacia do Rio Turvo, em Ubari. 644

309 Figura 1.3 Lançamento de uma galeria que recebe grande parte dos esgotos, em um ponto central no Ribeirão Ubá (sede). Figura 1.4 Lançamento no Ribeirão Ubá do Córrego São Domingos, canalizado, que recebe grande parte dos esgotos da cidade (sede). 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Ubá, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. Ubá - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 20,74 20,74 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Ubá 645

310 A ausência de tratamento de esgotos foi responsável pela classificação Ruim do IQES. Os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados para municípios que possuem ETE em operação. O município também não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, portanto o valor obtido no IQES é igual ao valor do indicador PC. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Apenas o cenário atual foi mostrado, uma vez que não há previsão de implantação de sistemas de tratamento de esgotos sanitários. Como o município encontra-se parcialmente inserido na BHRPG, os dados apresentados inicialmente consideram toda população urbana e, em seguida, apenas a parcela que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPG que corresponde apenas 0,4% da população urbana Avaliação para a população urbana total do município Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 5.272, 34 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 5.272,34 0 = 5.272,34 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual Avaliação para a parcela da população urbana que lança esgotos na BHRPG Cenário atual o População urbana atual que contribui com o lançamento de esgotos na BHRPI: - Distrito de Ubari: 398 hab o Carga poluidora gerada = 398 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 21,49 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada na BHRPG = 21,49 0 = 21,49 kgdbo.d

311 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Ubá População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 5.272, ,34 0% Contribuinte Atual 21, ,49 0% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Ubá foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população urbana da sede (10%), do distrito de Miragaia (10%) e do distrito de Ubari (10%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e dos distritos de Diamante de Ubá, Miragaia e Ubari. Diretriz para o problema 2: Sugere-se que a prefeitura busque informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos dos governos federal e estadual 647

312 para repasse de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br 648

313 78. Urucânia 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Urucânia, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. O município possui um único distrito, Bom Jesus de Cardosos, com população urbana de habitantes. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, na região da Bacia Hidrográfica do Rio Casca. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Uma elevatória, em seu distrito; Uma ETE em operação, em seu distrito; Uma ETE em projeto, que atenderá a sede. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município e no distrito é da prefeitura. Segundo informado por representantes da prefeitura, na sede 75% da população é atendida por rede coletora e não há tratamento de esgotos. No distrito de Bom Jesus de Cardosos, 85% da população é atendida por rede coletora e 70% por tratamento de esgotos. O município declarou não possuir PMSB, mas tem conhecimento de sua importância e abrangência. Segundo informado, nesta nova gestão administrativa foram contratados profissionais (gestor ambiental e responsável por convênios/projetos) para contribuir na busca de meios para sua elaboração. O município enviou termo de manifestação de interesse para pleitear recursos via IBIO AGB Doce, em consonância com o Edital de Chamamento Público nº 002/2013, da UGRH01, para o custeio de todo o processo de elaboração do PMSB e também para elaboração de projeto de serviços de esgotamento sanitário da sede municipal. Há também uma mobilização, junto a uma ONG, em busca de 649

314 direcionamento e capacitação técnica para elaboração do PMSB. O município não recebe ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos pelo fato de que o percentual de atendimento por tratamento atual, de 17% da população urbana, é inferior ao mínimo para receber essa parcela do ICMS, que é de 50%. Ademais, o empreendimento não se encontra licenciado. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Na data da visita, foi feito um levantamento de convênios do município com a Funasa e identificou-se que o município havia sido contemplado com módulos sanitários domiciliares no ano de Os representantes municipais não souberam fornecer detalhes do andamento do convênio. Foi informado também que o município foi convocado, via Portaria Funasa nº 784, de 7 de junho de 2013, para apresentar projeto técnico referente à Portaria Funasa nº 192, de 1 fevereiro de Este projeto, que atenderá a sede municipal com serviços de esgotamento sanitário (coleta e tratamento), pleiteia recursos para execução de obras. Pela Portaria Funasa nº 931, de 10 de julho de 2013, o município foi convocado para entrevista técnica e apresentação de documentação complementar. A entrevista visa averiguar a viabilidade técnica do projeto apresentado, o qual será financiado com recursos do PAC 2. Sobre a universalização do tratamento de esgotos do distrito de Bom Jesus de Cardosos, foi informado que há intenção em se fazer trabalho de limpeza do Córrego Cardosos para facilitar a implantação do restante da rede. Os serviços de esgotamento sanitário do município não são tarifados, apenas uma taxa é cobrada para ligação, conforme informado. Foram georreferenciados pontos de lançamento de esgoto in natura nos córregos Contendas, Vargem Alegre, São Vicente, São José e Cardosos. Os principais localizam-se nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1), E e N (Figura 650

315 1.2), E e N (Figura 1.3), E e N (Figura 1.4), E e N (Figura 1.5), E e N (Figura 1.6) e E e N (Figura 1.7). Figura 1.1 Lançamento in natura no Córrego Contendas, afluente do Córrego São Vicente. Figura 1.2 Lançamento in natura no Córrego Vargem Alegre, bairro Dário Teixeiras. Figura 1.3 Lançamento in natura no Córrego Contendas, bairro Paulo Jardim. Figura 1.4 Lançamento in natura no Córrego São Vicente, afluente do Rio Casca. Figura 1.5 Lançamento in natura no Córrego São José, bairros Centro e Novo Milênio. Figura 1.6 Lançamento in natura no Córrego São Vicente, afluente do Rio Casca. 651

316 Figura 1.7 Lançamento in natura no Córrego Cardosos - distrito de Bom Jesus de Cardosos. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Bom Jesus de Cardosos (em operação) (Processo COPAM 22678/2005/001/2006) A ETE Bom Jesus de Cardosos está localizada no distrito de Bom Jesus de Cardosos, na Avenida José Macedo, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Ribeirão Cardosos (Figura 1.16). O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar (Figura 1.10), sistema compacto de UASB com filtro anaeróbio (Figura 1.15) e leito de secagem (Figuras 1-13 e 1-14). O fluxograma simplificado pode ser visualizado na Figura 1.8. Figura 1.8 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Cardosos. Fonte: Adaptado de von Sperling,

317 Conforme informado na data da visita, a ETE entrou em operação no final do ano de 2010 e parou a operação em 2012 por problemas de sobrecarga elétrica com a bomba que proporciona a elevação do esgoto (Figura 1.12) do tratamento preliminar para o sistema compacto. Em 2013 o problema foi solucionado e a ETE voltou a operar. Segundo informado, os recursos para a implantação da ETE foram provenientes da Funasa e os recursos para a manutenção são próprios. O percentual de atendimento atual corresponde a 70% da população urbana do distrito, o que corresponde a habitantes. Os dados de projeto informam que os anos de início e final de plano são 2006 e 2016 e o número de habitantes atendidos são 1700 e 2000, respectivamente. A vazão média de projeto é 2,78 L.s -1. Na data da visita, dentre as inconformidades levantadas, destaca-se: ausência de operador treinado e capacitado, ausência de placa de identificação e restrição de acesso a pessoas não autorizadas (Figura 1.9), ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado, operador com cartão de vacina desatualizado e presença de vazamentos nas tubulações que conduzem o efluente (Figura 1.11). Foi verificada também a inoperação do queimador de gás do reator UASB. Registrou-se o crescimento de vegetação nos leitos de secagem, sendo o percolado da descarga do lodo redirecionado para o tratamento no sistema compacto de UASB e filtro anaeróbio. A ETE não possui automonitoramento, inclusive medição de vazão. A ETE possui AAF vencida em junho de 2010, cujo número do processo COPAM é 22678/2005/001/2006. Figura 1.9 ETE Cardosos, portão de acesso e casa de apoio. Figura 1.10 Tratamento Preliminar. 653

318 Figura 1.11 Vazamento de esgoto na entrada da ETE. Figura 1.12 Estação elevatória. Figura 1.13 Descarga do lodo no leito de secagem. Figura 1.14 Percolado do leito de secagem. Figura 1.15 Sistema compacto UASB/FAn. Figura 1.16 Saída do efluente tratado 654

319 1.3.2 ETE Sede (projeto) O projeto básico da ETE Sede foi feito em março de 2013 com recursos próprios para ser inscrito no processo seletivo da Portaria Funasa nº 192, de 01 de fevereiro de 2013, referente ao repasse de recursos para execução de obras, conforme informado. A ETE sede não possuía, na data da visita, área definida. O efluente tratado será lançado diretamente no Ribeirão São Vicente. Em consulta ao projeto básico, os seguintes dados foram obtidos: eficiência de remoção de DBO prevista de 90%, habitantes a serem atendidos e vazão média de 20 L.s -1. O sistema de tratamento previsto é composto por tratamento preliminar, reator UASB, filtro biológico percolador, decantador secundário e leito de secagem (Figura 1.17). Figura 1.17 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Urucânia. Fonte: Adaptado de von Sperling, Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Urucânia, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 655

320 Urucânia - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 29,57 17,80 4,22 16,76 6,00 3,70 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Urucânia O baixo percentual de atendimento por tratamento de esgotos foi o responsável pela classificação do município na faixa Ruim do IQES. A ETE presente no município apresenta uma boa operacionalidade, porém não possui regularização ambiental e o descarte de seus resíduos sólidos não é realizado da maneira correta (DR = 6). Os indicadores OP e DR tiveram seus valores ponderados pelo baixo PTD (16,88%), o que pouco contribuiu para o valor final do IQES. Além disto, no tocante ao indicador AA, o município recebeu apenas a pontuação referente ao atendimento da DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008, visto que não é realizado programa de monitoramento ambiental da ETE e nem estava apto a receber ICMS Ecológico pelo tratamento de esgotos. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação da ETE Sede (fora de operação). Como Urucânia encontra-se totalmente inserido na BHRPG, foram realizados os cálculos para a população urbana total do município. 656

321 Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 429,08 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - ETE Bom Jesus de Cardoso: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,87 = 63 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 429,08 63 = 366,08 kgdbo.d -1 o Redução de 14,68% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se a ETE Sede estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Sede: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,90 = 343 kgdbo.d -1 Total da carga removida = 406,26 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 429,08 406,26 = 22,82 kgdbo.d -1 o Redução de 94,68% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Urucânia População considerada Total Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Atual 429, ,08 14,68% Hipotético 429,08 406,26 22,82 94,68% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Urucânia foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é o baixo percentual de tratamento de esgoto. 657

322 Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Fração da população da sede (25%) e do distrito Bom Jesus de Cardosos (15%) não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana da sede e 30% da população urbana do distrito de Bom Jesus de Cardosos. Diretriz para o problema 2: Este problema poderá ser amenizado com a implantação da ETE Sede. O empreendimento foi projetado para atender toda a população urbana local com 90% de eficiência de remoção de DBO. No distrito de Bom Jesus de Cardosos, é necessária a realização de obras de expansão da rede coletora e posterior direcionamento do esgoto à ETE. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. 658

323 B- Problemas e diretrizes em relação à Estação de Tratamento de Esgotos: Problema 4: Inconformidades registradas na ETE Bom Jesus de Cardosos prejudicam a sua operacionalidade. Diretriz para o problema 4: Sugere-se que seja contratado um engenheiro sanitarista, civil ou ambiental, para que este realize a avaliação da ETE e elabore um plano de correção de pequenas irregularidades, como: ausência de operador treinado e capacitado; utilização de EPI pelo operador; cartão de vacina do operador atualizado; ausência de placa de identificação da ETE e restrição de acesso a pessoas não autorizadas; implantar e manter atualizado o livro de ocorrências e paralisações; vazamentos nas tubulações que conduzem o efluente; ausência de medidor de vazão; e, criar programa de automonitoramento do efluente. A AAF da ETE está vencida e precisa ser revalidada. Para obter as informações sobre o processo de regularização ambiental, deverá ser consultado o site da SEMAD ( 659

324 79. Vermelho Novo 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Vermelho Novo, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, onde parte do seu território está na Bacia Hidrográfica do Rio Matipó e a outra na região da Bacia Hidrográfica Incremental. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em maio de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora (separadora); ETE em projeto. No município, o serviço de esgotamento sanitário é de responsabilidade do SAAE, bem como o abastecimento de água. Os serviços são tarifados, conforme informado. O município não possui PMSB, devido à falta de recursos financeiros e de corpo técnico capacitado. Foi informado que o município está tentando obter recursos junto à IBIO AGB Doce e ao CBH-Piranga. Vermelho Novo não recebe ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos por não possuir ETE regularizada que atenda, pelo menos, 50% da população urbana. Foi informado que é realizada coleta de 60% do esgoto gerado no município, mas não é feito nenhum tratamento. Os corpos d água que recebem esgotos in natura são o Ribeirão Vermelho e o Córrego Trindade, principalmente nos pontos referentes às coordenadas UTM 23K E e N (Centro e Bairros Altos), E e N (Rua Raimundo Anacleto), E 660

325 e N (30 % do esgoto da cidade), E e N (20% do esgoto da cidade). Algumas dessas ocorrências estão ilustradas de Figura 1.1 a 1-4. Figura 1.1 Lançamento de esgoto in natura na ponte sob o Ribeirão Vermelho. Figura 1.2 Lançamento de esgoto in natura ao longo do Ribeirão Vermelho tubulações cobertas pela vegetação. Figura 1.3 Lançamento pontual de esgoto in natura no Ribeirão Vermelho tubulação danificada. Figura 1.4 Lançamento de esgoto in natura ao longo do Ribeirão Vermelho as tubulações cobertas pela vegetação. O município se enquadra no Grupo 7 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e atende a essa deliberação, uma vez que já enviou Relatório Técnico à FEAM. Municípios desse grupo têm o prazo de até março de 2017 para obter a regularização ambiental de sua ETE, que deve ser instalada atendendo 80% da população urbana com tratamento de esgoto, cuja eficiência corresponda a no mínimo 60%. Vermelho Novo foi contemplado pelo Anexo I da Portaria Funasa nº 436, de 25 de agosto de 2011, retificado pela Portaria Funasa nº 481, de 30 de agosto de 2011, para elaboração de projeto de uma ETE, que atenderá a área urbana. 661

326 Para as obras, serão utilizados recursos obtidos através de convênio com a Funasa. Foi informado que parte do recurso já foi depositado. O município foi ainda convocado na Portaria Funasa nº 784, de 7 de junho de 2013 da Funasa a apresentar projeto de esgotamento sanitário, anteriormente selecionado através da Portaria Funasa nº 192, de 1 de fevereiro de Estações de Tratamento de Esgotos ETE Vermelho Novo (em projeto) Processo FEAM: 21128/2011/001/2012 (AAF válida até 20/02/2017. A ETE que será construída com os recursos da Funasa estará localizada a 1,7 Km da sede do município, sentido Vermelho Velho, a aproximadamente 200 metros do local referente às coordenadas UTM 23K E e N, conforme Figuras 1-5 e 1-6. Figura 1.5 Local onde será implantada a ETE que está sendo projetada. Figura 1.6 Outro ângulo do local onde será implantada a ETE que está sendo projetada. O sistema de tratamento empregado na ETE será tratamento preliminar, seguido de reator UASB, filtro anaeróbio e leito de secagem. O fluxograma abaixo ilustra o sistema (Figura 1.7). 662

327 Figura 1.7 Fluxograma do projeto da ETE Vermelho Novo. Fonte: Adaptado de von Sperling, O lançamento do esgoto tratado será feito no Rio Matipó. Segundo dados do projeto, o ano de final de plano da ETE previsto é 2032, quando estará atendendo habitantes, o que corresponderá a 95% da população urbana, com vazão média de 4,83 L/s e eficiência de remoção de DBO de 85%. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Vermelho Novo, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Muito ruim e por isso representado com a cor marrom, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 663

328 Vermelho Novo - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 13,80 3,70 17,50 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Vermelho Novo O baixo percentual de coleta e a ausência de tratamento de esgotos foram responsáveis pela classificação Muito ruim do IQES visto que os indicadores OP, RA, DR e os subindicadores MO e IE somente são pontuados se existir ETE em operação no município. Dessa forma, o valor final do IQES de 17,50 corresponde apenas à soma do indicador PC com o subindicador DN da análise adicional. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação da ETE Vermelho Novo (projeto). Como Vermelho Novo encontra-se totalmente inserido na BHRPG, foram realizados os cálculos para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 100,01 kgdbo.d

329 o Carga poluidora removida = 0 (não há tratamento de esgoto atualmente) o Carga poluidora lançada = 100,01 0 = 100,01 kgdbo.d -1 o Redução de 0% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se a ETE Vermelho Novo estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE Vermelho Novo: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,85 = 85 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 100,01 85 = 15 kgdbo.d -1 o Redução de 85% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Vermelho Novo População considerada Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Total Atual 100, ,01 0% Hipotético 100,01 85,01 15,00 85% 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Vermelho Novo foi classificada como muito ruim ( IQES Muito ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município são o baixo percentual de coleta e a ausência de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: 40% da população urbana não é atendida por rede de esgotamento sanitário. Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da 665

330 inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 100% da população urbana. Diretriz para o problema 2: Este problema poderá ser amenizado com a implantação de uma ETE na sede. O empreendimento foi projetado para atender 95% da população urbana. A eficiência de remoção de DBO está prevista em 90%. Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação ao Plano Municipal de Saneamento Básico: Problema 3: Não detenção de Plano Municipal de Saneamento Básico. Diretriz para o problema 3: Segundo o 2º do Art. 26 do Decreto 7.217/2010, a partir de 2016 (prazo alterado pelo Decreto 8.211/2014) somente poderão receber recursos orçamentário da União ou recursos de financiamento para aplicação em serviços de saneamento aqueles municípios que possuírem Plano Municipal de Saneamento Básico - PMSB. Assim, sugere-se que o município providencie a sua elaboração. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para elaboração de PMSB, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). É importante destacar que o PMSB deverá contemplar as quatro componentes do setor de saneamento - abastecimento de água; esgotamento sanitário; limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos e de águas pluviais em um horizonte de planejamento de vinte anos, abrangendo todo o território do município, suas áreas urbanas e rurais (Funasa, 2012). 666

331 80. Viçosa 1 Diagnóstico 1.1 Dados demográficos e localização O município de Viçosa, segundo dados do censo 2010 do IBGE (2010), possui população total de habitantes, sendo que habitantes correspondem à população urbana e habitantes correspondem à população rural. A sede possui população urbana de habitantes. O município possui três distritos, Cachoeira de Santa Cruz, São José do Triunfo e Silvestre, com população urbana de 988, e habitantes, respectivamente. Seu território está totalmente inserido na UPGRH DO1, na BHRPG. 1.2 Situação geral do sistema de esgotamento sanitário Em visita realizada em junho de 2013 para levantamento da situação do esgotamento sanitário, diagnosticou-se que o município apresenta infraestrutura disponível de: Rede coletora; Interceptores; Tanques sépticos, na zona rural do Paraíso; Duas ETE em operação, nos bairros Violeira e Romão dos Reis; Uma ETE em projeto, que atenderá a sede. A prestação do serviço de esgotamento sanitário na sede do município e nos distritos é do SAAE. Segundo informado por seus representantes, na sede 85,89% da população é atendida por rede coletora e 2,5%, por tratamento de esgotos. Desse montante, 80% encontrava-se interceptado na data da visita. Nos distritos de Cachoeira de Santa Cruz, São José do Triunfo e Silvestre, os percentuais de coleta declarados foram 52,29%, 86,12% e 81,4% da população urbana, respectivamente. O percentual de tratamento desses distritos é nulo. O município declarou possuir PMSB em andamento. O plano está em fase de conclusão e já se encontra na etapa de envio para aprovação na câmara municipal. Cerca de 45% dos recursos para elaboração do PMSB foram disponibilizados pela Funasa e os demais através de fonte própria. 667

332 O benefício do ICMS Ecológico critério Saneamento Ambiental subcritério Tratamento de Esgotos ainda não está disponível para o município, pois o percentual de atendimento por tratamento atual é inferior ao mínimo para receber essa parcela do imposto, que é de 50%. O município se enquadra no Grupo 2 da DN COPAM nº 96, de 12 de abril de 2006, cujos prazos foram alterados pela DN COPAM nº 128, de 27 de novembro de 2008, e não atende a essa deliberação, uma vez que já deveria possuir regularização ambiental da ETE Sede desde agosto de 2010, atendendo 80% da população com tratamento de esgoto, com uma eficiência de remoção de 60%. Na data da visita, foi informado que o recurso para as obras da ETE Sede já havia sido aprovado via PAC 2 Ministério das Cidades. A próxima etapa constitui na licitação da empresa para as obras. O distrito de Silvestre será futuramente atendido pela ETE Sede. Os demais distritos não possuem planejamento e projetos em vista. Os serviços de esgotamento sanitário do município são tarifados, conforme informado. Foram georreferenciados pontos de lançamento de esgoto in natura na sede e nos distritos, nos córregos do Fundão, Cachoeirinha, Silvestre e no Rio São Bartolomeu. Estes se localizam nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.1), E e N (Figura 1.2), E e N (Figura 1.3) e E e N (Figura 1.4). Na Figura 1.5 é possível visualizar o fim da rede interceptora, nas coordenadas UTM 23K E e N. Figura 1.1 Lançamento in natura no Córrego Fundão - distrito de São José do Triunfo Figura 1.2 Lançamento in natura no Córrego Cachoeirinha - distrito de Cachoeira de Santa Cruz. 668

333 Figura 1.3 Lançamento in natura no Córrego Silvestre - distrito de Silvestre. Figura 1.4 Lançamento in natura no Rio São Bartolomeu - sede. Figura 1.5 Fim do trecho de rede interceptora implantada. 1.3 Estações de Tratamento de Esgotos ETE Romão dos Reis (em operação) A ETE Romão dos Reis está localizada na Rua Modesto Apolinário (Figura 1.7), no bairro Romão dos Reis, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Rio São Bartolomeu. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar (Figura 1.8), tanque séptico (Figura 1.9) e filtro anaeróbio (Figura 1.10). O fluxograma simplificado desse sistema está na Figura

334 Figura 1.6 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Romão dos Reis. Fonte: Adaptado de von Sperling, Conforme informado na data da visita, a ETE entrou em operação em 20/12/95. Os recursos para implantação foram captados junto à Funasa e SAAE. Não foi possível fazer o levantamento dos dados de projeto, pois os arquivos encontram-se desconhecidos. Atualmente, a ETE atende 252 habitantes, possui vazão média de 0,22 L/s e remoção de DBO de 70%. Os resíduos sólidos são dispostos no aterro sanitário municipal. Na data da visita, dentre as inconformidades levantadas, destacam-se: cercamento danificado (Figura 1.11), ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado, ausência de manual operacional, rachaduras e má condição das tampas das unidades de tratamento. A ETE não possui leito de secagem, porém foi informado que a limpeza é feita com caminhão limpa-fossa. Segundo informado, há previsão de reforma na ETE ainda em 2013, incluindo melhorias no cercamento e estruturas físicas. A ETE não possui automonitoramento e nem licença ambiental. 670

335 Figura 1.7 ETE Romão dos Reis, portão de acesso. Figura 1.8 Tratamento Preliminar. Figura 1.9 Tanque séptico. Figura 1.10 Filtro anaeróbio. Figura 1.11 Cercamento danificado ETE Violeira (em operação) A ETE Violeira está localizada na Rua Quinquim Fontes, no bairro Violeira, nas coordenadas UTM 23K E e N. O efluente tratado é lançado no Rio Turvo Sujo. O sistema de tratamento de esgoto é composto por tratamento preliminar, reator UASB, biofiltro aerado e leito de secagem (Figura 1.12). 671

336 Figura 1.12 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE Violeira. Fonte: Adaptado de von Sperling, Conforme informado na data da visita, a ETE entrou em operação em 10 de janeiro de Os recursos para implantação foram do SAAE. Não foi possível fazer o levantamento dos dados de projeto, pois os arquivos não foram localizados. A ETE tem capacidade para atender habitantes, possui vazão média de 1,07 L/s e remoção de DBO de 90%. Os resíduos sólidos são dispostos no aterro sanitário municipal. O efluente tratado da ETE Violeira (Figura 1.13) é destinado à unidade experimental de tratamento de esgoto e utilização de efluentes/ufv (Figuras 1-14 e 1-15). Na data da visita, dentre as inconformidades levantadas, destacam-se: ausência de casa de apoio, ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado e ausência de manual operacional. A ETE não possui licença ambiental. 672

337 Figura 1.13 ETE Violeira. Figura 1.14 Placa de identificação da unidade experimental. Figura 1.15 Unidade experimental / UFV ETE sede (em projeto - Processo Copam: 08791/2006/001/2007) A ETE sede localizar-se-á na rua Maria Gabriela de Jesus, s/n, bairro Barrinha, nas coordenadas UTM 23K E e N (Figura 1.17). O efluente tratado será lançado no Rio Turvo. O sistema de tratamento de esgoto será composto por tratamento preliminar, reator UASB, filtro biológico percolador, decantador secundário e leito de secagem. O fluxograma desse sistema se encontra na Figura

338 Figura 1.16 Fluxograma do sistema de tratamento da ETE sede. Fonte: Adaptado de von Sperling, De acordo com o projeto, os anos de início e final de plano são 2004 e 2038, respectivamente. Para início de plano, está previsto atendimento a habitantes com vazão média de 80L/s e, para fim de plano, atendimento a uma população de habitantes e vazão média prevista de 400 L.s -1. O local previsto para disposição de resíduos é o aterro sanitário municipal. O município de Viçosa foi contemplado em 2010 com o PAC 2, para a construção da ETE e a finalização dos interceptores de esgoto. O convênio foi firmado no dia 27 de outubro de 2011 entre o Governo Federal, representado pela CEF, e Viçosa, que foi representado pela prefeitura e SAAE, conforme informado. Este empreendimento já foi submetido à Superintendência Regional de Regularização Ambiental SUPRAM/ Regional Zona da Mata em Ubá para análise, sendo emitido pelo COPAM o certificado LI nº 0114 ZM em 11 de abril de 2008, Licença Prévia e de Instalação para atividade de interceptores, emissários, elevatórias e reversão de esgoto, autorizando o início de implantação da ETE, de acordo com planos, programas e projetos aprovados pela CEF, agente fiscalizador da obra. O tempo estimado para a execução das obras é de 18 meses e, na data da visita, o SAAE estava seguindo tramite legal para abrir a licitação. Conforme informado, ao longo desse período, o SAAE assumiu junto à CEF o compromisso de mobilizar a comunidade sobre a importância dessa obra. Dentre as ações desenvolvidas está a de capacitar multiplicadores que vão contribuir com a divulgação do projeto de 674

339 Despoluição das Águas da Cidade. O objetivo principal é explicar a importância e o passoa-passo da obra de implantação da ETE, bem como o funcionamento dos interceptores de esgoto. Para alcançar esse objetivo, o SAAE vai distribuir um elaborado material educativo para todas as escolas e para isto estão sendo preparados atividades e programas de educação ambiental, com filmes, publicações e teatro. Figura 1.17 Área para implantação da ETE sede, Barrinha. 2 Prognóstico 2.1 Índice de Qualidade dos Serviços de Esgotamento Sanitário (IQES) Na Figura 2.1 é apresentado o resultado final do IQES para Viçosa, assim como os valores recebidos pelo município para cada um dos indicadores que compõe o índice. Observa-se que o IQES do município foi classificado como Ruim e por isso representado com a cor laranja, correspondente a cor da faixa do IQES na qual foi enquadrado, segundo a Tabela 4-11 do Volume I deste Plano. 675

340 Viçosa - IQES e Indicadores 100,00 90,00 80,00 70,00 60,00 50,00 40,00 30,00 20,00 10,00 0,00 19,53 16,98 12,00 3,35 20,73 PC PT OP RA DR AA IQES Valor do indicador para o município Valor máximo do indicador Indicadores: PC= percentual de coleta; PT = percentual de tratamento; AA= análise adicional (inclui atendimento à DN nº 96/2006 (DN); recebimento de ICMS Ecológico (IE) e apresentação de programa de monitoramento da(s) ETE(s) (MO); OP = operacionalidade da(s) ETE(s); RA= regularização ambiental da(s) ETE(s); DR= disposição final de resíduos sólidos da(s) ETE(s). Figura 2.1 Valor dos indicadores e do IQES para Viçosa O baixo percentual de tratamento de esgotos foi principal responsável pela classificação do município de Viçosa na faixa Ruim do IQES. O município possui duas ETE em operação, porém atendem a uma pequena fração da população urbana (PTD = 2,10%). Os valores do PT e OP foram calculados a partir das duas ETE que operam no município e os valores de OP e DR foram ponderados pelo valor do PTD. Ambas realizam o descarte de resíduos sólidos da maneira correta, porém nenhuma delas possui regularização ambiental. No tocante ao indicador AA, o único subindicador atendido foi o MO. No entanto, o programa de monitoramento é realizado apenas na ETE Violeira. O município não atende à DN 96/2006, cujos prazos foram alterados pela DN 128/2008 e nem está apto a receber ICMS Ecológico pelo tratamento de esgotos. 2.2 Avaliação da carga de matéria orgânica gerada, removida e lançada A seguir é apresentada uma avaliação da carga de matéria orgânica (representada pela DBO) contida no esgoto doméstico gerado diariamente no município e lançada nos cursos d água da região. Primeiramente, é mostrado o cenário atual do município e, posteriormente, um cenário hipotético que considera a operação da ETE sede (em projeto). Como Viçosa 676

341 encontra-se totalmente inserido na BHRPG, foram realizados os cálculos para a população urbana total do município. Cenário atual o População urbana atual (IBGE 2010) = hab o Carga poluidora gerada = hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 = 3.634,47 kgdbo.d -1 o Carga poluidora removida: - ETE Romão dos Reis: 500 hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,85 = 22,95 kgdbo.d -1 - ETE Violeira: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,93 = 75,33 kgdbo.d -1 Total da carga removida = 98,28 kgdbo.d -1 o Carga poluidora lançada = 3.634,47 98,28 = 3.536,19 kgdbo.d -1 o Redução de 2,70% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. Se a ETE sede estivesse em operação atualmente: o Carga poluidora removida: - ETE sede: hab x 0,054 kgdbo.hab -1.d -1 x 0,93 = kgdbo.d -1 - ETE Romão dos Reis: 22,95 kgdbo.d -1 - ETE Violeira: 75,33 kgdbo.d -1 Total da carga removida = 3.478, 34 kgdbo.d -1 o Carga poluidora que seria lançada = 3.634, ,34 = 156,13 kgdbo.d -1 o Redução de 95,70% da carga poluidora em relação à carga gerada pela população urbana atual. A Tabela 2.1 resume as informações citadas. Tabela 2.1 Resumo da avaliação sobre carga de matéria orgânica gerada e lançada pela população urbana do município de Viçosa População considerada Total Cenário Carga gerada (kgdbo.d -1 ) Carga removida (kgdbo.d -1 ) Carga lançada (kgdbo.d -1 ) Percentual de remoção Atual 3.634,67 98, ,19 2,70% Hipotético 3.634, ,34 156,13 95,70% 677

342 3 Diretrizes Tendo em vista os critérios avaliados no IQES, a qualidade do serviço de esgotamento sanitário do município de Viçosa foi classificada como ruim ( IQES Ruim ). O principal fator responsável pela má qualidade do serviço nesse município é o baixo percentual de tratamento de esgoto. Diretrizes foram, então, elaboradas para os problemas identificados no município e estão descritas a seguir. A- Problemas e diretrizes em relação ao atendimento por coleta e tratamento de esgotos. Problema 1: Ausência de atendimento por rede coletora de esgoto para a população urbana: sede (20%), distrito de Cachoeira de Santa Cruz (46,7%), distrito de São José do Triunfo (13,8% )e distrito de Silvestre (18,6%). Diretriz para o problema 1: Caso a rede coletora esteja disponível a essa população, sugerese que seja realizada a ligação domiciliar. Se, por outro lado, o problema for consequência da inexistência de rede coletora, sugere-se que essa seja instalada, caso seja viável. Caso não seja possível instalar a rede coletora, sugere-se a adoção de soluções individuais para o tratamento de esgotos nas residências. Problema 2: Ausência de atendimento em tratamento de esgotos para 97,5% e 100% da população urbana dos distritos e da sede, respectivamente. Diretriz para o problema 2: Este problema poderá ser em grande parte resolvido com a implantação da ETE Sede (projeto). O empreendimento foi projetado tratar o esgoto da população urbana da sede que atualmente não é atendida pelas ETEs em operação. No entanto, ainda não existem perspectivas de implantação de sistemas de esgotamento sanitário nos distritos urbanos. Isto posto, sugere-se que o SAAE e a prefeitura busquem informações sobre os requisitos dos processos seletivos realizados por órgãos do governo federal para repasse de recursos destinados a projetos e construção de infraestrutura do serviço de esgotamento sanitário. Para obter informações sobre os órgãos responsáveis por alocarem recursos para projeto e obras de construção, expansão ou melhorias no sistema de esgotamento sanitário, recomenda-se a consulta ao guia do Apêndice 9.6 no volume I do plano (Guia para captação de recursos). 678

343 Ressalta-se que os municípios que atendem pelo menos 50% da população urbana com tratamento de esgotos, em ETE(s) regularizada(s) ambientalmente, podem solicitar o recebimento do benefício do ICMS Ecológico, entrando em contato com a Gerência de Monitoramento de Efluentes da FEAM através do telefone (31) ou pelo gedef@meioambiente.mg.gov.br. B- Problemas e diretrizes em relação à Estação de Tratamento de Esgotos: Problema 3: As ETEs Romão dos Reis e Violeira não possuem regularização ambiental Diretriz para o problema 3: Sugere-se que seja requerida a regularização ambiental para as ETEs, após ter sido consolidada a gestão, operação e manutenção adequada da estação. Assim as ETEs estarão aptas a operar de acordo com todas as condições e parâmetros ambientais legalmente vigentes. Para obter as informações sobre o processo de regularização ambiental, deverá ser consultado o site da SEMAD ( Problema 4: Ausência de programa de monitoramento da qualidade do efluente da ETE Romão dos Reis. Diretriz para o problema 4: Sugere-se que o SAAE invista na capacitação dos funcionários da ETE para que estes desenvolvam procedimentos de monitoramento da qualidade do efluente a fim de garantir que o tratamento esteja com eficiência adequada. Problema 5: Irregularidades registradas nas ETEs. Diretriz para o problema 5: Sugere-se que a equipe técnica do SAAE realize uma avaliação das ETEs e elabore um plano de correção das inconformidades, como: cercamento ausente ou danificado; ausência de livro de ocorrências e paralisações atualizado; ausência de manual de operação; ausência de casa de apoio; ausência de medidor de vazão; rachadura no tanque séptico; e, má condição das tampas do tanque séptico. 679

344 82. Referências ARANTES, AS. Diagnóstico do uso da água com base nos processos de outorga. Estudo de caso UPGRH Piranga. 2009, 92p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental) - Universidade Federal de Ouro Preto. Ouro Preto. FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - FEAM. Plano para Incremento do Percentual de Tratamento de Esgotos dos Municípios da Bacia do Rio das Velhas. Belo Horizonte, FEAM, Disponível em: < % pdf>. Acesso em: 12 mar FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE FEAM. Plano para Incremento do Percentual de Tratamento de Esgotos dos Municípios da Bacia do Rio Paraopeba. Belo Horizonte, Disponível em:< %20meio%20eletrnico%20-%20parte%201.pdf>. Acesso em: 12 mar FUNDAÇÃO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE - FEAM. Plano para Incremento do Percentual de Tratamento de Esgotos dos Municípios da Bacia do Rio Piracicaba. Belo Horizonte, 2013b. Disponível em: < >. Acesso em: 5 abr INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA - IBGE. Censo demográfico Rio de Janeiro, Disponível em: < Acesso em: 5 abr MACIEL, ASP; TEIXEIRA, MCL; FONSECA, SPP. Proposta de formação do Comitê de Bacia Hidrográfica dos Afluentes Mineiros do Alto Rio Doce Região DO1: Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piranga. Piranga. 16p, VON SPERLING, M. Princípios do tratamento biológico de águas residuárias: Introdução à qualidade das águas e ao tratamento de esgotos, volume 1; 3. ed. Belo Horizonte: Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental UFMG; 2005, 452 p. 680

345 681

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