UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul

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1 UNIJUÍ Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul DACEC Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação Curso Administração O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NAS ATIVIDADES DE SUINOCULTURA E BOVINOCULTURA NAS PROPRIEDADES DO MUNICÍPIO DE TRÊS PASSOS- RS A PARTIR DE INDICADORES DE DESEMPENHO Documento Sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso LISIANE MAGALI MATTHES PLETSCH Professora Orientadora: Marisandra Da Silva Casali Três Passos, dezembro de 2015

2 LISIANE MAGALI MATTHES PLETSCH O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NAS ATIVIDADES DE SUINOCULTURA E BOVINOCULTURA NAS PROPRIEDADES DO MUNICÍPIO DE TRÊS PASSOS-RS A PARTIR DE INDICADORES DE DESEMPENHO Documento Sistematizador do Trabalho de Conclusão de Curso Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Administração do Departamento de Ciências Administrativas, Contábeis, Econômicas e da Comunicação (DACEC), da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), requisito parcial para obtenção do Grau de Bacharel em Administração. Orientador(a): Marisandra Da Silva Casali Três Passos, dezembro de 2015

3 DEDICATÓRIA À Deus, uma dedicação especial pelas bênçãos dadas. Por ser luz e guia em meu caminho e fonte minha inspiração. Ao meu esposo Adônis e minha filha Kelli Larissa pelo apoio e incentivo, companheirismo e carinho que me ofereceram, à vocês dedico essa conquista como forma de amor e gratidão.

4 AGRADECIMENTOS Chegar ao final dessa etapa, me faz perceber que foi apenas mais um passo dado, no caminho que desejo seguir. Isso só foi possível com o auxílio de pessoas e instituições que contribuíram com informações para a realização da minha pesquisa, às quais sou imensamente grata. Com muito carinho agradeço aos professores e coordenação do Curso de Administração da UNIJUI, que me proporcionaram informações e conhecimento. Por meio do Professor Dr. Pedro Büttenbender, agradeço aos demais. Em especial, à minha orientadora Prof.ª Marisandra da Silva Casali, pela atenção, ajuda, paciência e dedicação em corrigir e responder meus s, e acima de tudo pela motivação e nobres ensinamentos transmitidos, que contribuíram para minha formação e história acadêmica, desejo os mais sinceros agradecimentos. À meus pais Valdir e Dulce, agradeço pela ajuda durante toda a realização do curso. Ao meu irmão Cleison Rodrigo, agradeço pelo apoio e incentivo sempre que precisei. E à meus avós, com carinho, pela inspiração que me provocam. Aos meus amigos de coração, que sempre me apoiaram nos bons e maus momentos, muito obrigada! Aos colegas de curso, pela amizade, companheirismo e troca de aprendizagens, muito obrigada. Em especial a minha amiga Daiani Dal Berto, admiro muito você! A todos os funcionários da Unijui-campus Três Passos, muito obrigada! Em especial à querida secretária do curso de Administração Carla, pela excelente receptividade, sempre. Agradeço também, a todas as pessoas e instituições que me auxiliaram na elaboração desta pesquisa, através de informações e dedicação nas entrevistas e questionários. Enfim, à todos que sempre acreditaram em mim. Muito obrigada!

5 PLETSCH. L.M.M. O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NAS ATIVIDADES DE SUINOCULTURA E BOVINOCULTURA NAS PROPRIEDADES DO MUNICÍPIO DE TRÊS PASSOS-RS A PARTIR DE INDICADORES DE DESEMPENHO RESUMO EXPANDIDO Introdução A busca e defesa pelo desenvolvimento sustentável tornaram-se, no debate ambiental contemporâneo, mais preferido e necessário. A temática ambiental exige grandes atenções, o aumento da população e consequente consumo, proporcionam degradação ao meio ambiente. Para garantir os direitos das futuras gerações, o Relatório de Brundtland, de 1987, tornou-se o marco que consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável, segundo o qual as novas gerações não devem ser sacrificadas pela busca do crescimento econômico no presente (BURSZTYN, (2012). Percebendo os impactos ambientais que podem ser gerados pelas atividades desenvolvidas nas propriedades rurais, buscou-se através deste estudo avaliar a Sustentabilidade Ambiental das propriedades rurais que desenvolvem as atividades da Suinocultura e Bovinocultura no município de Três Passos-RS, a partir da aplicação do modelo de indicadores de desempenho especificamente nas dimensões Social e Ambiental (Allegretti, 2013), permitindo verificar o enquadramento destas propriedades em faixas de desequilíbrio, em busca de equilíbrio ou em equilíbrio. E assim, identificar as práticas agropecuárias utilizadas nas atividades da Suinocultura e Bovinocultura de leite nas propriedades do município. Bem como, levantar as principais Leis e Regulações existentes no Brasil que condicionam a atividade da Suinocultura e Bovinocultura de Leite. E a partir disso, propor ações que possam contribuir com práticas sustentáveis nestas atividades. Metodologia Os dados foram obtidos a partir de uma pesquisa exploratória à produtores rurais que desenvolvem as atividades da Suinocultura e Bovinocultura de Leite no município de Três Passos-RS e entrevistas à especialistas da área, como o presidente dos suinocultores do município (Assuipassos), representante da Emater e responsável pelos serviços de fiscalização ambiental nas propriedades. Foram aplicados questionários estruturados com perguntas fechadas e abertas à clientes da Agropecuária Florestal, situada no município de Três Passos- RS, através de uma amostra não probabilística e por conveniência, à 30 produtores rurais que praticam as referidas atividades. Para análise dos dados, o método utilizado foi adaptado de Allegretti (2013), na perspectiva de avaliar a sustentabilidade nas atividades da Suinocultura e Bovinocultura nas dimensões sociais e ambientais. Baseado em Allegretti (2013) criou-se uma matriz de avaliação das duas dimensões, onde os indicadores variam de 1 a 3 para cada item avaliado, sendo (1) em desequilíbrio, (2) em busca de equilíbrio e (3) em equilíbrio. Totalizando o máximo de 30 pontos por dimensão e 60 pontos no total da matriz. Os valores próximos de 1 são considerados críticos e os próximos de 30, pontos de excelência, numa análise por dimensão.

6 Resultados e Discussão Dimensão Social As atividades da suinocultura e bovinocultura desenvolvem grande papel social, pois envolvem a mão de obra familiar, gerando emprego em todas as propriedades. Dentre os critérios avaliados na dimensão social, os indicador de desempenho que demonstrou valor menor que 1 e considerado em situação crítica foi a mão de obra (0,48) nas propriedades que desempenham apenas a atividade da suinocultura e (0,35) nas propriedades que desenvolvem ambas as atividades, classificando-o como indicador em desequilíbrio, apontando para a forma de realização dos serviços, seja por ineficiência da mão de obra ou por falta de automação de alguns processos de rotina. Outro indicador que se apresenta em situação crítica é o da segurança. Segundo recomendações e exigências do Ministério do Trabalho, é necessário que o produtor rural utilize equipamentos de proteção individual (EPI), constituídos por botas de borracha, luvas de borracha, máscara de desinfecção, roupas impermeáveis e tampões auriculares, para que possam garantir condições adequadas de trabalho para as pessoas envolvidas, Amaral (2006) apud Allegretti (2013). Existe pouca preocupação entre os produtores rurais em relação à segurança, pelo fato da mão de obra ser praticamente familiar, ele se torna de pouca importância com índice de 1,75 nas propriedades que praticam somente a atividade da bovinocultura de leite e 1,76 nas propriedades que praticam ambas as atividades. Sendo que na atividade da suinocultura ele se apresenta com índice 2. Um ponto a ser observado neste indicador que poderia auxiliar na melhoria dos índices é a qualificação da mão de obra, que recebeu valor médio de 1,77 na atividade da suinocultura, 1,78 nas propriedades que desempenham a bovinocultura e 1,68 nas propriedades com ambas as atividades. Isto ocorre em consequência da não realização de cursos de qualificação, assim, a pouca frequência em que realizam algum treinamento deixa este índice em busca de equilíbrio. Este indicador está relacionado com o grau de escolaridade do produtor rural que, segundo Allegretti (2013), a educação é imprescindível para a produtividade de cada individuo, sendo importante para a melhoria das aptidões e capacidade do trabalhador. Outro ponto crítico encontrado nesta dimensão foi a Legislação Trabalhista. Conforme exigências estabelecidas pela CLT, o trabalhador rural deve ser registrado, receber horas extras, adicionais de insalubridade e periculosidade (ALLEGRETTI, 2013). Todos os produtores contribuem junto à previdência somente por meio de arrecadação sobre a produção rural comercializada. Porém, não destacam métodos de controle das horas extras de trabalho dos funcionários familiares e não registram insalubridade. Assim, os valores médios para este indicador na atividade da suinocultura, bovinocultura e ambas as atividades é respectivamente, (1,80), (1,68) e (1,50), sendo classificados em busca de equilíbrio. Dentre os indicadores avaliados na dimensão social, alguns foram classificados como em equilíbrio, como qualidade de vida, participação social, sucessão, desenvolvimento regional e higiene e sanidade. Ao analisar qualidade de vida, o valor médio atribuído a este indicador nas propriedades que desenvolvem apenas a atividade da suinocultura foi de (2,62), na atividade da bovinocultura (2,28), e naquelas que desempenham ambas as atividades, 2,25. Em relação a participação social dos produtores em entidades do setor, todos participam de alguma entidade, pode se destacar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Associações comunitárias rurais, Clube de mães e cooperativas como Cotricampo, Sicredi e

7 Cresol. Dessa forma, este indicador recebeu índice de (2,47) na atividade da suinocultura, (2,33) na atividade da bovinocultura e (2,25) em propriedades com ambas as atividades. O indicador desenvolvimento regional buscou avaliar a maneira como as atividades da suinocultura e bovinocultura interferem no desenvolvimento econômico do município através da comercialização da produção e compra de insumos. Comprovou-se que a compra de insumos e compras gerais para a propriedade acontece no comércio local do próprio município, como agropecuárias e cooperativas. A venda da produção de suínos é comercializada com a empresa JBS Foods, que possui sua indústria localizada no município de Três Passos-RS, já a produção de leite destina-se 100% para outros municípios como Esperança do Sul-RS e Palmeira das Missões-RS. Os indicadores desenvolvimento regional e sucessão possuem ampla relação. A importância da continuidade econômica destas atividades relacionadas ao seguimento cultural são considerados indispensáveis para a manutenção da renda e identidade cultural. Existe a necessidade dos produtores serem estimulados a permanecer e reinvestir na atividade, a sucessão demonstra a intenção de algum membro da família em dar continuidade às atividades. O valor médio para sucessão familiar na atividade da suinocultura (2,75), na atividade da bovinocultura (2,40) e em propriedades que praticam ambas as atividades (2,92), classificando-se como em equilíbrio. Segundo a pesquisa, os produtores rurais declaram ter histórico familiar vinculado às atividades desempenhadas, seja por herança familiar, sendo que muitos trabalham a vida toda neste setor. Verificou-se que em 70% das propriedades rurais, o proprietário possui filhos que demonstram ter interesse e tem estimativa em dar continuidade as atividades. O ponto crítico está nas propriedades que desenvolvem apenas a atividade da bovinocultura de leite, onde 75% não possuem filhos com interesse em dar continuidade nestas práticas, ou seja, das 08 propriedades pesquisadas, 06 não possuem sucessão. Isso deve-se ao fato, que ao exercer apenas esta atividade, ela se torna pouco rentável, não servindo de estimulo para que os filhos queiram permanecer. O valor total da dimensão social para as propriedades que desempenham apenas atividade da suinocultura totalizou (21,94), para a atividade da bovinocultura de leite somou (21,47) e para ambas as atividades gerou (21,24), que lhe atribui faixa de em equilíbrio. Porém é preciso observar que estes valores estão próximos ao valor mínimo para esta faixa, sendo que muitas ações precisam ser desempenhadas a partir de cada indicador. Dimensão Ambiental Dentre os indicadores ambientais analisados, atenta-se para aspectos de extrema importância para a preservação do meio ambiente que encontram-se em situação de busca de equilíbrio, como, a falta de licenciamento para exercer atividade da bovinocultura (1,25), tratamento de dejetos (1,52) e o inadequado destino dos dejetos (1,25), seguido da falta de análises de solo (1,82), nesta atividade. O fato de ter licenciamento para a atividade da suinocultura a classifica como em equilíbrio nestes indicadores, pois as informações técnicas contribuem para o alcance de metas solicitadas e melhores resultados. Em entrevista, a Bióloga responsável em verificar e liberar as propriedades rurais para exercer estas atividades no município de Três Passos-RS, refere que a atividade da Suinocultura no município, basicamente toda ela é integrada a empresas em terminação ou produção de leitões, cujo processo produtivo dá-se conforme as exigências do mercado e em conformidade às leis ambientais. Já a bovinocultura de leite está presente na grande maioria das propriedades rurais, garantido a subsistência de muitas famílias, o nível de preocupação e

8 cuidado com as questões ambientais ainda precisa ser construído e ampliado, pois as empresas compradoras de leite, na maioria, não dão assistência técnica ao produtor. Verificou-se que todas as propriedades pesquisadas que desenvolvem a atividade da suinocultura possuem licenciamento ambiental, contendo Licença de operação, atribuindo a este indicador valor máximo (3). Dentre as 08 propriedades pesquisadas, que desenvolvem a atividade da bovinocultura de leite, apenas uma apresenta Licença para Operar, sendo que 87,5% das propriedades pesquisadas não possuem licenciamento ambiental, deixando este indicador em situação crítica (1,25). O indicador tratamento de dejetos apresenta valor médio (2,91), na atividade da suinocultura, estando portanto, em equilíbrio. Todas as propriedades possuem no mínimo uma esterqueira, os produtores conhecem sua capacidade de armazenagem, as mesmas são revestidas com material impermeabilizado, conforme exigências dos órgãos reguladores, porém não são cobertas. Já para a atividade da bovinocultura, este indicador revela valor médio (1,52), pois apenas uma propriedade possui esterqueira com revestimento exigido, sendo que as demais não possuem o revestimento adequado, sendo construídas com tijolos, ou os dejetos depositados em valas sem nenhuma proteção. Também desconhecem sua capacidade de armazenagem. Para o indicador tratamento de dejetos encontra-se em equilíbrio a atividade da suinocultura (2,88), através do IAD (Índice Ambiental de Dejetos), que confronta número de animais manejados, produção de dejetos em litros, TRH -Tempo de Retenção Hidráulica correta e capacidade total das esterqueiras. Os produtores que desenvolvem a atividade da bovinocultura não possuem esterqueiras dimensionadas com as características necessárias, deixando o indicador apenas em (1,25), o que pode ser ocasionado devido à falta de licenciamento. Não é possível calcular o IAD, pois é desconhecida a capacidade das esterqueiras. Consegue-se apenas calcular a quantidade de dejetos produzidos, sendo que 75% não realizam análise de solo para determinar o volume de dejetos a ser aplicado. Assim aplicam de forma desordenada toda quantidade de dejetos produzida, buscando deixar ao máximo os dejetos nas esterqueiras que possuem. Segundo a Bióloga responsável por verificar os licenciamentos, muitos produtores tem consciência de estabilização do dejeto antes da aplicação como biofertilisantes, assim como, respeitam a recomendação agronômica em relação à quantidade aplicada, necessidade de cultura e tipo de solo. Porém, no trabalho à campo, percebe-se que muitos ignoram as informações técnicas e aplicam dejetos constantemente, numa carga superior a tolerada pelo solo e capacidade de assimilação das culturas, provocando contaminação das águas e do solo. Dentre os demais indicadores avaliados na dimensão ambiental, alguns critérios receberam pontuação máxima, ou seja, em equilíbrio, como os indicadores bem estar animal que recebeu índice (3) e vetores e roedores, que também recebeu índice (3) para atividade da suinocultura, limpeza e instalações também recebeu (3) para ambas as atividades. Os demais indicadores também receberam destaque positivo como água e energia, ficando com índice (2,86) para suinocultura, para bovinocultura obteve índice (2,28) e para ambas as atividades, totalizou (2,78). O indicador embalagens e material de saúde para suinocultura obteve índice (2,96), para bovinocultura (2,91) e para ambas as atividades (2,79). Manejo de solo (2,66), (2,62) e (2,04), respectivamente paras atividades da suinocultura, bovinocultura e ambas as atividades. Todos estes indicadores possuem relação com as informações técnicas recebidas pela empresa integradora, e cabe ao produtor rural adequá-las ao manejo de forma eficiente, trazendo bons resultados para a produção.

9 O valor total da dimensão ambiental para as propriedades que desempenham apenas atividade da suinocultura obteve índice total de (28,74), para a atividade da bovinocultura de leite totalizou (21,02) e para ambas as atividades totalizou (24,72), que lhe atribui faixa de em equilíbrio. Porém é preciso observar que alguns valores estão próximos ao valor mínimo da faixa, principalmente para a atividade da bovinocultura, sendo que muitas ações precisam ser desempenhadas a partir de cada indicador. Conclusão Buscou-se avaliar a sustentabilidade ambiental nas propriedades rurais, através de indicadores de desempenho nas dimensões sociais e ambientais. Os quais revelaram que o município de Três Passos-RS, encontra-se na situação em equilíbrio nas duas dimensões avaliadas. A análise de cada indicador separadamente apontou vários pontos críticos, os quais precisam de ações e medidas para melhoraria seu desempenho. Nesse sentido, a importância de cumprir as leis e regulações, que condicionam as atividades da Suinocultura e Bovinocultura, contribui para a execução de atividades menos poluidoras. O Desenvolvimento Sustentável só acontece se o desenvolvimento social e econômico estiver em harmonia com o meio ambiente. Palavras-chave: Desenvolvimento Sustentável. Indicadores. Atividade de Suinocultura e Bovinocultura. Referências Bibliográficas: ALLEGRETTI, Gabriela. Integração das dimensões Social, Ambiental e Econômica na terminação de suínos: construção de indicadores de desempenho e validação em um município do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: BURSZTYN, Maria Augusta; BURSZTYN Marcel. Fundamentos de política e gestão ambiental: os caminhos do desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, 2012.

10 LISTA DE QUADROS Quadro 1 - Estrutura de Sustentabilidade do Modelo M.A.I.S Quadro 2 - Faixas de sustentabilidade organizacional do modelo M.A.I.S Quadro 3 - Pontuação total e por dimensão das faixas de equilíbrio Quadro 4 - Indicadores das dimensões social, ambiental e econômica Quadro 5 - Construto dos indicadores de Sustentabilidade para a atividade de Suinocultura e Bovinocultura Quadro 6 - pontuação total e por dimensão para a atividade de Suinocultura e Bovinocultura Quadro 7 - Desempenho dos Indicadores Sociais nas atividades de Suinocultura e Bovinocultura Quadro 8 - Desempenho dos Indicadores Ambientais nas atividades de Suinocultura e Bovinocultura... 68

11 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Indicadores para avaliação de desempenho Social na Suinocultura: Tabela 2 - Indicadores para avaliação de desempenho Ambiental na Suinocultura Tabela 3 - Indicadores para avaliação de desempenho Social na Suinocultura e Bovinocultura Tabela 4 - Indicadores para avaliação de desempenho Ambiental na Suinocultura e Bovinocultura Tabela 5 - Perfil das propriedades do Município de Três Passos... 59

12 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - Esquema de Sustentabilidade Corporativa Gráfico 1 - Gráfico de desempenho dos Indicadores Sociais Gráfico 2 - Gráfico de desempenho dos Indicadores Ambientais... 68

13 LISTA DE SIGLAS APAs - Áreas de Preservação Ambiental ARIEs - Áreas de Relevante Interesse Ecológico APPs - Áreas de Preservação Permanente ASSUPASSOS Associação dos Suinocultores de Três Passos-RS CONAMA Conselho Nacional do Meio Ambiente CTPE - Capacidade Total das Esterqueiras EMBRAPA - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento FAO Food. And Agriculture Organyation FEICAP Feira, Exposição Industrial, Comercial e Agropecuária FEPAM - Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler FUNDESA - Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal GEE - Gases do Efeito Estufa IAD - Indicador Ambiental de Dejetos IBAMA Instituto Brasileiro do Meio Ambiente IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ICMS Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços JBS - Jason Business System LI Licença de Instalação LP Licença Prévia LO Licença de Operação M.A.I.S - Método de Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade OMS - Organização Mundial de Saúde PIB - Produto Interno Bruto PD - Plantio Direto

14 RC -Rotação de Culturas SEMA - Secretaria Estadual do Meio Ambiente SIPS - Sindicato da Indústria de Produtos Suínos TBL -Triple Botton Line TRH - Tempo de Retenção hidráulica UCs - Unidades de Conservação UPL- Unidade de Produção de Leitões

15 SUMÁRIO INTRODUÇÃO CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO Apresentação do Tema Caracterização do Setor Setor da Suinocultura Setor da Bovinocultura de Leite Problema ou Questão de Estudo Objetivos Objetivo Geral Objetivos Específicos Justificativa REFERENCIAL TEÓRICO O Setor Agropecuário e o Meio Ambiente Atividade de Suinocultura e Bovinocultura Desenvolvimento Sustentável Definições Dimensões da Sustentabilidade Triple Botton Line Dimensão Ambiental Dimensão Econômica Dimensão Social Indicadores Indicadores Ambientais Série ISO Legislações Ambientais Método para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade M.A.I.S Método para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade (M.A.I.S) adaptado à Suinocultura Indicadores Sociais... 41

16 Mão de obra Qualidade de Vida Participação Social Escolaridade Segurança Sucessão Legislação trabalhista Desenvolvimento Regional Qualificação da mão de obra Higiene e Sanidade Indicadores Ambientais Licenciamento Tratamento de Dejetos Dejetos Bem estar animal Água Limpeza das instalações Descarte de Resíduos Sólidos Vetores e Roedores Manejo do solo Análise do Solo METODOLOGIA Classificação Da Pesquisa Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral Coleta e Análise dos Dados Método de Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade (M.A.I.S) Adaptadado à Atividade da Suinocultura e Bovinocultura de Leite AS ATIVIDADES DE SUINOCULTURA E BOVINOCULTURA NO MUNICÍPIO DE TRÊS PASSOS-RS NAS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL Práticas agropecuárias utilizadas nas atividades da Suinocultura e Bovinocultura nas propriedades do Município de Três Passos-RS O Município de Três Passos-RS... 58

17 4.2. Principais Leis e Regulações existentes no Brasil que condicionam a atividade da Suinocultura e Bovinocultura de Leite Indicadores de desempenho nas dimensões Social e Ambiental para as atividades de Suinocultura e Bovinocultura no município de Três Passos-RS Ações que possam contribuir para as práticas sustentáveis nas atividades de Suinocultura e Bovinocultura CONSIDERAÇÕES FINAIS REFERÊNCIAS APÊNDICES Apêndice A Questionário Indicadores de Desempenho na Suinocultura e Bovinocultura no Município de Três Passos - RS: Apêndice B - Entrevista Indicadores de Desempenho na Suinocultura e Bovinocultura no Município de Três Passos RS ANEXOS Anexo A - Critérios para Bovinocultura Anexo B Critérios para Suinocultura... 89

18 INTRODUÇÃO Os problemas ambientais causados pela destinação inadequada de dejetos no meio rural estão se tornando cada vez mais um problema para o meio ambiente e para as pessoas que vivem nas áreas rurais. Os dejetos gerados nas atividades de suinocultura e bovinocultura apresentam um potencial poluidor muito elevado, face à grande quantidade de contaminantes presentes nestes, principalmente aos recursos hídricos, quando mal manejados. Este cenário resulta, segundo Castro (2009), na poluição dos recursos hídricos através da inserção de dejetos de forma direta, como a matéria orgânica e de forma indireta por meio de lançamento em excesso de dejetos como adubo orgânico. Estas atividades constituem de grande potencial poluidor, que deve receber especial atenção no sentido de que este risco seja minimizado. O grande volume de dejetos gerados nas atividades da suinocultura e bovinocultura, associadas ao alto potencial poluidor, são fatores que merecem grande atenção, de modo a se encontrar alternativas de manejo menos traumáticas possíveis, que possibilite a continuidade do crescimento das atividades. A atividade da suinocultura, segundo Oliveira (1993), através da concentração da produção e dos animais, gera um volume muito grande de dejetos com uma carga orgânica alta, além da presença de coliformes fecais, resultando em severos danos ambientais relacionados à destruição de recursos naturais renováveis, principalmente a água. Para Palhares (2014), as preocupações com as consequências desse modelo de desenvolvimento, ao qual a humanidade engajou-se, sustentado em grande parte pelas tecnologias modernas, levantam uma questão crucial: como manter o crescimento econômico para atender a toda população do planeta com um a disponibilidade de bens compatíveis com a dignidade humana, sem esgotar os recursos naturais. Percebendo os impactos ambientais que podem ser gerados pelas atividades desenvolvidas nas propriedades rurais, buscou-se através deste trabalho avaliar a Sustentabilidade Ambiental das propriedades rurais que desenvolvem as atividades da Suinocultura e Bovinocultura no município de Três Passos-RS, a partir da aplicação do modelo de indicadores de desempenho especificamente nas dimensões Social e Ambiental (Oliveira, 2002). Desta forma, conseguir identificar as práticas agropecuárias utilizadas nas atividades da Suinocultura e Bovinocultura de leite nas propriedades do município. Bem como, levantar as principais Leis e Regulações existentes no Brasil que condicionam a

19 19 atividade da Suinocultura e Bovinocultura de Leite e assim propor ações que possam contribuir para práticas sustentáveis nestas atividades. As motivações para o estudo deu-se devido ao tema ser de grande importância para a Suinocultura e Bovinocultura de Leite e para a economia do Município de Três Passos, principalmente para as pequenas propriedades rurais que atuam na agricultura familiar e neste sentido dependem desta atividade para evitar o êxodo rural, fortalecer o produtor e gerar emprego e renda para a população. E, acima de tudo, a preocupação com o Meio Ambiente, que está sofrendo impactos com a grande geração de dejetos. Assim, para Ferreira (2013), a ideia não é abdicar do progresso, fundamental para manter o mundo em movimento, mas encontrar um modelo de desenvolvimento que não esgote os recursos naturais, combinando crescimento econômico e conservação ambiental. Para uma melhor compreensão, o presente trabalho está dividido em quatro capítulos. O primeiro traz a contextualização de Estudo, com a apresentação do tema, caracterização do setor, questão de estudo, objetivos geral e específicos, finalizando com a justificativa. No segundo capítulo consta o referencial teórico, representando a base teórica na qual se fundamenta esta pesquisa. São abordados assuntos relacionados ao Setor Agropecuário e o Meio Ambiente, definições sobre a Atividade da Suinocultura e Bovinocultura, abrangendo Desenvolvimento Sustentável, suas definições e dimensões, referindo-se ao Triple Botton Line TBL. E ainda, referências sobre Indicadores Ambientais, a Série ISO e Legislações Ambientais. No terceiro capítulo, definem-se as questões metodológicas com algumas orientações teóricas e classificação da pesquisa, em seguida apresenta-se o universo e amostra, da mesma maneira os sujeitos da pesquisa e análise e interpretação dos dados. No quarto capítulo, encontram-se os resultados obtidos a partir dos questionários e entrevistas realizadas para a construção deste trabalho.

20 1. CONTEXTUALIZAÇÃO DE ESTUDO 1.1. Apresentação do Tema O Brasil, ao longo dos anos tem se destacado no cenário mundial, nos aspectos relacionados ao segmento agropecuário, através de décadas tornou-se um país com uma grande exportação de produtos agropecuários, sendo considerado como uma das maiores potências mundiais no que diz respeito à criação animal. Segundo a Zoetis, companhia global líder em saúde animal, o país tem o maior rebanho bovino comercial do mundo, ultrapassando a marca de 212,8 milhões de cabeças. Mantém-se, também, como o quarto maior produtor de carne suína, com 34,9 milhões de animais abatidos, produzindo mais de 3,4 milhões de toneladas, representado 10% das exportações mundiais. O crescimento da participação do país no cenário mundial do agronegócio aumenta exponencialmente. Dois dos três maiores produtores exportadores de carne das Américas são empresas brasileiras. Segundo o ministério da Agricultura (2014), até 2020, a expectativa é que a produção nacional de carne bovina supra 44,5% do mercado mundial, e a de carne suína 14,2%. Segundo a Zoetis, tal representatividade acarreta maiores níveis de exigência quanto às práticas de produção e saúde animal. Três Passos, capital da Região Celeiro, localiza-se no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, distante 480km da capital Porto Alegre, 60km da divisa com o Estado da Santa Catarina, 25km da fronteira com a República da Argentina com ligação pela BR-468, onde a travessia é de balsa, ligando Porto Soberbo a El Soberbio (FEICAP, 2015). Na área rural, o município possui em torno de estabelecimentos rurais, com média de área de 13,43 hectares, sendo uma região de minifúndios, predominando a agricultura familiar. A atividade mais representativa é a leiteira, seguida da suinocultura, avicultura, fumicultura, hortigranjeiros e agroindústria familiar. O setor da agroindústria é fortalecido com uma unidade da Jason Business System (JBS), que tem abate diário de suínos no município. No município de Três Passos-RS, segundo dados da Secretaria da Agricultura (2015), na atividade leiteira, são produzidos mais de 20 milhões de litros de leite/ano, por mais de 800 famílias, de mais de vacas leiteiras.

21 21 Já a Suinocultura, é considerada também, uma atividade de grande importância para a economia das famílias. Atualmente, são mais de 135 produtores de suínos, cuja atividade representa significativos ganhos de retorno de ICMS ao município, aliada à agroindustrialização dessa produção do município, na unidade da JBS, que está ampliando suas instalações com a indústria de embutidos. São terminados mais de animais/ano no município para abate. Dos 135 produtores envolvidos, 114 produtores possuem sistema de Terminação, 13 produtores possuem UPL- Unidade de Produção de Leitões e 08 creches. No sistema de terminação a capacidade de alojamento é de cerca de suínos por lote, já nas UPL são matrizes alojadas e nos crechários a capacidade de alojamento por lote é de leitões. O município de Três Passos-RS é um dos maiores produtores de suínos de Estado de Rio Grande do Sul, segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Suínos SIPS Caracterização do Setor Setor da Suinocultura Segundo a EMBRAPA (2015) - Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, a carne suína é a mais produzida e consumida do mundo, devido ao crescimento populacional e também ao aumento do poder aquisitivo da população, especialmente nos países emergentes. A tendência é que aumente ainda mais tanto a produção, quanto o consumo. A suinocultura no Brasil é uma atividade predominantemente praticada em pequenas propriedades rurais. Aproximadamente 82% dos suínos são criados em unidades de até 100 hectares, empregando mão de obra tipicamente familiar e conferido fonte de renda e estabilidade para quem a pratica (EMBRAPA,2015) Setor da Bovinocultura de Leite O Brasil é o sexto produtor mundial de leite, com 1,3 milhões de produtores de leite e produção de 27,5 bilhões de litros/ano, movimentando R$ 64 bilhões/ano e empregando 4 milhões de pessoas. Os principais produtores são os Estados de Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Goiás, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, que, em 2008, foram responsáveis por 81,7% do total produzido no País. O leite está entre os seis primeiros produtos mais importantes da agropecuária brasileira, ficando à frente de produtos tradicionalmente obtidos, como o café

22 22 beneficiado e o arroz. O agronegócio do leite e seus derivados, onde o Brasil se posiciona como o sexto produtor mundial, desempenha um papel relevante no suprimento de alimentos e na geração de emprego e renda para a população. Para cada dólar de aumento na produção no sistema agroindustrial do leite, há acréscimo de, aproximadamente, cinco dólares no Produto Interno Bruto-PIB, o que coloca o agronegócio do leite à frente de setores importantes como o da siderurgia e o da indústria têxtil (BANCO DO BRASIL, 2010). De maneira geral, os produtores encaram a produção de leite como um complemento dos demais empreendimentos da propriedade; isto tem reflexo direto na produtividade da atividade, 1550 litros/vaca/ano, que é muito baixa. Embora esta produtividade suplante a média nacional (900 litros/vaca/ano), fica muito aquém daquela dos demais países do Mercosul: Argentina litros/vaca/ano; Uruguai litros/vaca/ano; Chile litros/vaca/ano e Paraguai litros/ vaca/ano (Revista Indústria de Laticínios, 1996). Entretanto é possível observar-se que em algumas bacias leiteiras esse conceito de produção marginal está mudando, já existe grande número de produtores em fase de especialização na produção de leite, fazendo da atividade a principal fonte de renda da propriedade. A agricultura é um dos setores mais importantes da economia do município, gerando emprego, renda e inserção social a mais de famílias. Segundo dados da Secretaria da Agricultura do município (2015), as propriedades do município de Três Passos, de base familiar possuem em média 12,0 hectares. A Secretária da Agricultura trabalha através de programas que visam melhoraria principalmente da economia das famílias, de forma sustentável através do estímulo ao associativismo, do acompanhamento técnico gratuito aos agricultores e incentivos para aumento da produção Problema ou Questão de Estudo Qual atual situação das atividades de suinocultura e bovinocultura no município de Três Passos-RS nas dimensões da sustentabilidade ambiental e social?

23 Objetivos Objetivo Geral Analisar a Sustentabilidade Ambiental das propriedades rurais que desenvolvem as atividades da Suinocultura e Bovinocultura no município de Três Passos-RS, a partir de indicadores de desempenho ambiental e social Objetivos Específicos Identificar as práticas agropecuárias atualmente utilizadas nas atividades da Suinocultura e Bovinocultura de leite nas propriedades do Município de Três Passos- RS; Descrever as principais Leis e Regulações existentes no Brasil que condicionam a atividade da Suinocultura e Bovinocultura de Leite; Verificar e analisar os indicadores de desempenho nas dimensões Social e Ambiental para a suinocultura e bovinocultura; Propor ações que possam contribuir para as práticas sustentáveis nas atividades de Suinocultura e Bovinocultura Justificativa A Suinocultura e a Bovinocultura de Leite, constituem-se atualmente como as principais atividades produtivas existentes no meio rural brasileiro, sendo de extrema importância para a economia do Rio Grande do Sul. Segundo dados do Ministério da Agricultura (2014), a bovinocultura é um dos principais destaques do agronegócio brasileiro no cenário mundial. O rebanho bovino brasileiro proporciona o desenvolvimento de dois segmentos lucrativos, as cadeias produtivas de carne e leite. Em relação à suinocultura, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2011), o Brasil encontra-se em quarto lugar no ranking de produção e exportação mundial de carne suína. A importância econômica destas atividades é inegável, segundo Tramontini (2000), gera cerca de 2,5 milhões de empregos na região sul do Brasil, a atividade está presente na maioria das pequenas propriedades rurais, auxiliando assim, na fixação do homem no campo. Garcia e Palmeira (2006), relata que a suinocultura e as atividades ligadas a ela, ocupam lugar

24 24 de destaque na matriz produtiva do agronegócio brasileiro. A suinocultura viabiliza a bacia leiteira, devido ao uso dos dejetos dessa produção como adubação para as pastagens e produção de grãos. Representa, para inúmeros municípios gaúchos e para um grande número de propriedades rurais, base de sustentação econômica. Segundo dados do Informativo da Prefeitura Municipal de Três Passos, no ano de 2014 foram produzidos 30 milhões de litro de leite no município, sendo aproximadamente 700 produtores que atuam nessa atividade. Já na atividade da suinocultura, seguindo o mesmo informativo, o município conta com 90 mil suínos alojados por lote em sistema de UPL, creche e terminação. No entanto, o grande volume de dejetos gerados nestas atividades, podem se tornar sérios fatores de risco para o surgimento de impactos ambientais, devendo então ser convenientemente tratados, através de uma atividade bem conduzida. Diante do exposto, torna-se importante analisar como estas atividades estão sendo conduzidas no município de Três Passos RS, no sentido de verificar como está acontecendo o manejo e destinação dos dejetos oriundos das atividades da suinocultura e bovinocultura de leite, como ocorre o processo de licenciamento ambiental que condicionam estas atividades. Visualizar a real e atual situação, proporcionado assim que as atividades tenham continuidade, auxiliando na busca do desenvolvimento sustentável. A presente pesquisa constitui-se de uma ferramenta importante para o aprendizado do acadêmico. Para produtores e o meio rural servirá para uma melhor compreensão da maneira de gerir os dejetos produzidos por estas atividades, melhorando assim, todo o processo produtivo. Para sociedade, no mesmo sentido poderá servir de instrumento para minimizar os impactos causados ao meio ambiente. Para o meio acadêmico torna-se relevante o referido estudo, pelo crescente interesse ao tema relacionado às questões ambientais. A importância que as atividades representam para o município, o enorme potencial poluidor presente nos dejetos, bem como a necessidade de mantermos condições adequadas de vida para as gerações futuras, constituem as principais motivações, que levaram a trabalhar com este tema.

25 2. REFERENCIAL TEÓRICO O referencial teórico representa a base teórica na qual se fundamenta esta pesquisa. Foram abordados assuntos relacionados ao Setor Agropecuário e o Meio Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Gestão Ambiental, Definições e Dimensões de Sustentabilidade, Triple Botton Line TBL, Indicadores e Indicadores Ambientais, além de definições sobre a Atividade da Suinocultura e Bovinocultura. Sendo referenciado também, o Método de Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade M.A.I.S e sua adaptação à Suinocultura O Setor Agropecuário e o Meio Ambiente Segundo Souza et al (2008) no final do século XX, constatou-se indícios quanto à capacidade da natureza continuar oferecendo todos os recursos necessários para a sobrevivência da humanidade. Por um lado, o crescimento da população, já seria o suficiente, permitindo que muitos dos recursos naturais se esgotem em poucos anos. Do outro lado, o consumo desordenado e a exploração das riquezas naturais sem a devida reposição têm contribuído para o estágio atual de degradação, sendo consequência do processo de desenvolvimento econômico corrente. Para Palhares (2014), o homem vem provocando impacto no meio ambiente desde a Pré-história, quando deixou de ser extrativista, passou a viver em grupos, inventou o fogo e aperfeiçoou a agricultura e a pecuária, fundamentais para o desenvolvimento das sociedades. As interferências das ações humanas sobre o meio ambiente, segundo o mesmo autor, ficaram mais evidentes durante a Revolução Industrial, no século 17, quando a industrialização e o consumo de carvão na Europa começaram a causar problemas nas cidades. Em sua obra, ressalta que a década de 1960 assistiu a uma intensificação do debate ambiental, onde diversas obras foram publicadas sobre as questões ambientais. Na mesma época foi criado o Clube de Roma, reunindo pesquisadores alertados sobre o excesso da poluição e degradação causado pelo crescimento econômico, na obra intitulada Limites ao Crescimento previa-se um cenário de impossibilidade de perpetuação do crescimento econômico em virtude da exaustão dos recursos ambientais por ele acarretada. Para Bursztyn (2012), o conceito de meio ambiente se refere: Em termos amplos, o meio ambiente inclui e transcende os elementos do mundo natural, como a fauna, a flora, a atmosfera, o solo e os recursos hídricos. Engloba, também, as relações entre as pessoas e o meio onde vivem. Portanto, tratar a questão

26 26 ambiental demanda conhecimentos sobre o meio físico e biótico e a dimensão socioeconômica e cultural, tudo isso circunscrito a um dado contexto políticoinstitucional, onde aqueles aspectos interagem (Bursztyn, 2012, p.42). Segundo Ferreira (2013), a agropecuária é uma das atividades que causam maior impacto sobre o meio ambiente, alterando o equilíbrio ecológico e diminuindo a biodiversidade dos biomas. Dos biomas brasileiros, o que mais sofre pressão dessa atividade é o Pampa, que tem 71% da sua área ocupada com estabelecimentos agropecuários. Até 2050, a demanda mundial por alimentos deverá crescer cerca de 70%, aponta a FAO Food. And Agriculture Organyation, órgão da ONU para a agricultura e alimentação. Isso significa que a produção agrícola também precisará crescer para suprir essa demanda, e a necessidade de produzir volumes crescentes de alimentos de forma sustentável é um grande desafio (FERREIRA, 2013). Ainda, segundo o mesmo autor, o Brasil, ao longo dos séculos, passou do extrativismo e da agricultura de subsistência para uma exploração agroindustrial intensa. De acordo com a Food Agriculture Organizatio (FAO), o país terá a maior produção agrícola do mundo na próxima década, com aumento de 40% até Porém, esse crescimento não pode vir acompanhado por uma maior utilização dos recursos. É preciso seguir ampliando os conhecimentos científicos e tecnológicos que possam propiciar a produção de mais alimentos, sem, no entanto, degradar e colocar em risco os biomas. O Brasil caminha para um crescimento econômico, que demanda um aumento da produção de alimentos e outros produtos, ao mesmo tempo cresce a conscientização pela necessidade de produção de forma ambientalmente sustentável. Para Guinoza (2013), em seu artigo, O único desenvolvimento possível, foi a partir das revoluções científica, industrial e francesa que se instituiu o progresso como único meio de proporcionar à humanidade bemestar e felicidade, com ganho monetário e consumo material. Para alcançar tal objetivo, inventou-se dominar a natureza a qualquer custo, explorando indiscriminadamente seus recursos. Mas, em certo momento do século XX, começaram a surgir indícios de que esse modelo de desenvolvimento seria insustentável no longo prazo. No setor agropecuário, a gestão ambiental começou a ganhar relevância desde a Segunda Guerra Mundial com as modificações tecnológicas e produtivas. Agrotóxicos, fertilizantes químicos, dejetos resultantes das produções, e que em grande quantidade podem poluir os solos, ar e as águas superficiais e subterrâneas, são exemplos dos impactos negativos da atividade da agropecuária no meio ambiente ao qual teve que se voltar à gestão ambiental

27 27 tanto das empresas envolvidas com o setor como também o produtor que se dedica a estas atividades (MIRANDA, 2005). A intensificação das atividades agropecuárias, especialmente a criação de suínos em confinamento gera um volume muito grande de dejetos. Nesse sentido é crescente a preocupação com o seu destino, tanto pela questão ambiental, como pela possibilidade de se tornar um recurso de importância econômica. A utilização de dejetos como fertilizantes, sem que haja planejamento de seu uso pode provocar impacto ambiental. Este fato ocorre especialmente devido ao descarte de dejeto sem o devido tratamento. Para Palhares (2014), a crescente produção de alimentos pode causar impactos nos cursos dá agua, no solo e na atmosfera, poluição por diversos contaminantes e emissões de gases do efeito estufa (GEE) Atividade de Suinocultura e Bovinocultura Mesmo considerando a importância econômica, social e cultural da suinocultura, a produção tem um potencial poluidor muito grande devido ao grande volume de dejetos gerados por animal e a concentração em pequenas áreas. Por apresentar uma composição química variável decorrente da alimentação e do manejo diferente, possui um impacto ao meio ambiente (MELLER, 2007). Os dejetos de suínos são compostos de fezes e de urinas dos animais, resíduos de rações em comedouros, água excedente dos bebedouros, utilizada na higienização das baias, além de pelos e poeira das instalações (DIESEL, 2002 apud ALVES, 2007). Segundo Palhares (2014), uma das características marcantes dos confinamentos, principalmente da suinocultura, é a produção de grandes volumes de dejetos em pequenas áreas. Os dejetos são compostos por fezes, urina, pelos, resíduos das instalações(areia, cimento), sobras de alimentação e de água dos bebedouros. Decorrente de vários fatores como a falta de formação de pessoal, orientação técnica aos produtores e a ineficiência na fiscalização governamental, faz com que exista uma contaminação maior ao meio ambiente destacando principalmente em águas e lençóis freáticos, alterações no solo, além da poluição do ar causada pelos gases: CO2, CH4 e cheiro desagradável de H2S (BELLI FILHO et al 1997 apud ARAUJO, 2007). Geralmente a prática mais adotada pela suinocultura brasileira é de armazenar os dejetos em lagoas ou tanques e posteriormente aplicar em pastagens ou lavouras como

28 28 fertilizante do solo. Porém em muitos casos, dependendo do volume de aplicação, o solo não consegue mais absorver e reciclar essa demanda, que muitas vezes supera a recomendação dos órgãos ambientais fiscalizadores (KUNZ et al, 2009 apud VIVAN, 2010). A suinocultura se caracteriza como uma atividade de grande importância econômica, pela capacidade de produzir grande quantidade de proteína de qualidade em pouco espaço físico e curto espaço de tempo. Ao mesmo tempo, esta atividade é fonte geradora de contaminação e poluição do meio ambiente. Segundo as recomendações básicas, na produção de suínos, desenvolvidas pela FUNDESA (Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal), a atividade da suinocultura é considerada pelos órgãos ambientais de alto potencial poluidor. Por isso, é importante atuar com responsabilidade para a correta destinação dos dejetos. O manejo dos dejetos possui três objetivos principais: aumentar o máximo possível a concentração de dejetos; dar a eles o melhor valor agronômico, como fertilizante de plantas e impedir a contaminação do meio ambiente. O destino final dos dejetos vai depender de como o projeto de construção foi elaborado e do sistema de manejo adotado. Em relação ao manejo dos dejetos da bovinocultura leiteira, sua operação adequada é um requisito básico ao sucesso de qualquer empreendimento agropecuário. O bovino usado para a produção leite pode ser analisado como uma máquina que processa o alimento, convertendo apenas parte deste em leite, o restante é eliminado em forma de resíduos, que possuem grande capacidade de poluição (HARDOIM, 1999) Desenvolvimento Sustentável Definições Para Palhares (2014), a publicação do Relatório de Brundtlandt ou Nosso Futuro Comun, pode ser considerado o avanço no comprometimento com um desenvolvimento mais consciente de suas consequências ambientais e um marco formal sobre conceituação de desenvolvimento sustentável. O relatório, segundo Bursztyn (2012), propõe uma perspectiva de conciliação entre desenvolvimento e meio ambiente, introduzindo na agenda internacional a noção de desenvolvimento sustentável. Várias medidas a serem tomadas pelos países foram propostas, como:

29 29 A limitação do crescimento populacional; a garantia de recursos básicos no longo prazo; preservação da biodiversidade e dos ecossistemas; diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias que admitem o uso de fontes energéticas renováveis; aumento da produção industrial nos países não industrializados com base em tecnologias ecologicamente adaptadas; controle de urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores; e atendimento às necessidades básicas (Bursztyn, 2012, p.93). Conforme Bursztyn (2012), além da publicação do Relatório de Brundtlandt, ocorreram outros eventos e acordos ambientais, como a Rio 92, que deveria elaborar estratégias e medidas para deter e reverter a degradação ambiental. Além da Agenda 21, que para satisfazer as necessidades básicas, elevar o nível de vida de todos, obter melhor proteção e gestão dos ecossistemas, é necessário estabelecer uma associação mundial em prol do desenvolvimento sustentável. Recentemente na Rio 2012, objetivou-se renovar compromissos políticos com o desenvolvimento sustentável, avaliar progressos e atrasos na implementação de compromissos dos encontros anteriores e tratar de novos desafios. Segundo Pretty (2007) apud Allegretti (2013), os sistemas de alta sustentabilidade podem ser aqueles preocupados em fazer o melhor uso dos recursos naturais, sem danificálos, sendo isto possível, norteando quatro princípios chave da sustentabilidade: integrar processos biológicos e ecológicos (reciclagem de nutrientes); minimizar o uso de recursos não renováveis (reduzir danos ao homem e ao ambiente); fazer uso produtivo dos conhecimentos e habilidades dos produtores e fazer uso produtivo da capacidade coletiva das pessoas. A gestão ambiental na agropecuária deve ser reconhecida como uma ferramenta fundamental para produzir de maneira menos impactante. Segundo Palhares (2014), aplicar boas práticas agropecuárias são uma maneira do produtor criar e incrementar um modo de gerenciar adequadamente seu sistema produtivo, pensando no ambiente, na lucratividade do agronegócio e no consumidor final. Segundo Barbosa (2011), as propriedades rurais brasileiras estão se modernizando em virtude das inovações tecnológicas e de gestão no setor agroindustrial. O uso de energias renováveis é uma alternativa tecnológica capaz de gerar ótimos resultados, melhorando a gestão dos recursos econômicos da propriedade, reduzindo problemas ambientais pelos resíduos orgânicos e evitando problemas à saúde humana em razão da contaminação do meio ambiente, além de contribuir para a estabilização dos níveis de consumo dos recursos naturais e solucionar o problema de abastecimento energético mundial. Os produtores rurais utilizam tecnologias que geralmente são escolhidas por sua eficiência e rentabilidade econômica. Entretanto, essas opções tecnológicas, ao causarem danos ambientais, afetam negativamente o bem-estar de outros agentes que utilizam os recursos ambientais comuns.

30 30 A Suinocultura e Bovinocultura de Leite encontram no Desenvolvimento Sustentável um grande desafio, pois à medida que cresce a produção o impacto ambiental das atividades tende a se agravar se não for acompanhado por um gerenciamento ambiental. Segundo Palhares (2014), os dejetos da suinocultura e bovinocultura de leiteira são aqueles que trazem os maiores desafios para o seu manejo e uso agronômico, por causa de sua natureza líquida e elevada diluição. Com vistas ao desenvolvimento sustentável, é necessário que os recursos ambientais, dada sua finitude, sejam objeto de gestão. Isto possibilita que sejam estabelecidas condições para o uso de tais recursos, com o objetivo maior de garantir que atuais e futuras gerações tenham acesso a eles. Gestão Ambiental é considerada uma nova área do conhecimento, que envolve conhecimentos de uma série de outras ciências: Trata-se de um conjunto de políticas, programas e práticas que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente. A gestão é realizada por meio da eliminação ou minimização de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos e atividades, incluindo-se todas as fases do ciclo de vida de um produto (IBAMA, 2006). Para Palhares (2014), torna-se importante estabelecer políticas públicas de incentivo à gestão agropecuária, incorporando práticas agropecuárias mais sustentáveis, tornando-se fator relevante para a sustentabilidade na agropecuária brasileira, deixando que o Brasil continue a atender as demandas internas e externas, tanto as atuais como as futuras Dimensões da Sustentabilidade Sachs (1993), informa que ao pretendermos avaliar a sustentabilidade de uma atividade ou organização devemos encontrar indicadores e instrumentos específicos relacionados ao Ecodesenvolvimento e Desenvolvimento Sustentável como sinônimos, citando cinco dimensões inter-relacionadas de sustentabilidade: social, econômica, ecológica, espacial e cultural. Na dimensão social Sachs (1993), requer que a coesão da sociedade e sua capacidade de trabalhar em prol de objetivos comuns sejam mantidas e que as necessidades individuais bem-estar, saúde, expressão cultural e educação sejam cumpridas. Sobre a dimensão ecológica, segundo Sachs (1993), a sustentabilidade causa um aumento das capacidades de recursos do planeta através da criatividade e uso de tecnologias

31 31 corretas, pretendendo minimizar os danos provocados ao meio ambiente pelo uso consciente, ou diminuição de recursos finitos. Em relação ao ponto de vista econômico Sachs (2002), sugere que a sustentabilidade deve ser encontrada pela alocação e gerenciamento eficiente dos recursos e de um fluxo continuo de investimentos públicos e privados. Sobre sustentabilidade cultural Sachs (1993), se expressa a favor do desenvolvimento baseado nas raízes endógenas dos processos de modernização e dos sistemas de produção integrados, em conjunto com processos que buscam mudanças sem enfrentar a continuidade cultural, encontrando-se com o conceito de eco desenvolvimento, localizando respostas específicas para regiões, ecossistemas e culturas. Seguindo o mesmo autor, a sustentabilidade espacial sugere iniciativas para a redução da concentração nas cidades, promovendo o manejo sustentável para a agricultura e exploração das florestas por meio de incentivo à industrialização, desse modo gerando tecnologias limpas e de preservação da biodiversidade Triple Botton Line Ainda que o tema da sustentabilidade tenha se desenvolvido ao ponto de ter sua importância globalmente aceita, ainda era necessária a criação de um modelo que tornasse a discussão mais tangível para as organizações. Nesse sentido, surgiu o Triple Botton Line (LIMA, 2008), no qual a discussão se daria em torno dos seguintes pilares: Econômico, com a criação de empreendimentos viáveis, atraentes para os investidores; Ambiental, com a interação de processos com o meio ambiente sem causar-lhe danos permanentes; Social com o estabelecimento de ações justas para trabalhadores, parceiros e sociedade. Conforme Lima (2008), o termo Triple Botton Line - TBL é utilizado para definir o conjunto de valores, assuntos e processos que as empresas devem ter em conta de modo a minimizarem os danos resultantes das suas atividades e de modo a criar valor econômico, social e ambiental. O termo Triple Botton Line foi criado por John Elkington em 1994, tendo sido amplamente divulgado. Segundo o autor, sustentabilidade é o princípio de assegurar que nossas ações hoje não limitarão a gama de opções econômicas, sociais e ambientais disponíveis para as gerações futuras.

32 32 Considerando esta teoria, o autor enfatiza que tanto a sociedade como as organizações, não consideram somente o lucro como questão primordial, devendo um enfoque diferenciado ser dado aos resultados sociais e ambientais das organizações. Somente o equilíbrio destes três pilares leva a existência da sustentabilidade dentro de uma organização (Figura 01). Figura 1 - Esquema de Sustentabilidade Corporativa Fonte: Elkington (1998) apud Allegretti (2013) O grande desafio proposto por esta teoria, segundo o autor é a procura de uma visão equilibrada destas três dimensões. Sendo que a diversidade de interesses e entendimentos do conceito de sustentabilidade ao longo do tempo, vem envolvendo novos atores na determinação de valor para as organizações empresariais. Sendo elas consideradas de grande porte ou aquelas menores propriedades rurais podem ser modificadas, mas a análise equilibrada e interligada deste triângulo não deixará de fundamentar este conceito dinâmico e em constante estruturação que é a sustentabilidade. No presente relatório, a sustentabilidade foi pesquisada segundo a perspectiva do Triple Botton Line, entendida pelas dimensões ambiental, social e econômica, com enfoque especial às questões ambientais e sociais, descritas a seguir Dimensão Ambiental A dimensão ambiental da sustentabilidade considera aspectos associados aos recursos naturais e questões voltadas aos impactos causados por ações de empresas a esses recursos.

33 33 Segundo Oliveira (2005), esta dimensão trata da preservação dos recursos naturais na produção de recursos renováveis e da limitação na produção de recursos não renováveis, do respeito à capacidade de autodepuração dos ecossistemas naturais e da redução do volume de resíduos e poluição, por meio da conservação de energia e da reciclagem. A autora destaca também, que são importantes a promoção da autolimitação do consumo de materiais por parte dos países ricos e dos indivíduos de todo planeta, sobretudo a definição de regras para uma adequada proteção ambiental, criando uma máquina institucional, bem como selecionando instrumentos econômicos, legais administrativos necessários para seu cumprimento. Para Claro e Claro (2004), a dimensão ambiental pode ser dividida em três subdimensões. A primeira foca na ciência ambiental e inclui ecologia, diversidade do hábitat e florestas; a segunda inclui a proteção da saúde humana por meio da diminuição da contaminação química e da poluição e a terceira focaliza na conservação e na administração de recursos renováveis e não renováveis. De acordo com Sachs (1993), os resultados da sustentabilidade ambiental podem ser fomentadas através das medidas: Intensificação do uso de recursos potenciais dos vários ecossistemas, com um mínimo de danos aos sistemas de sustentação da vida, para propósitos socialmente válidos; Limitação do consumo de combustíveis fósseis e de outros recursos e produtos facilmente esgotáveis ou ambientalmente prejudiciais, substituindo-os por recursos ou produtos renováveis ou abundantes, e ambientalmente inofensivos; Redução do volume de resíduos e de poluição, por meio da conservação e reciclagem de energia e recursos; Autolimitação do consumo material pelos países ricos e pelas camadas sociais privilegiadas em todo mundo; Intensificação da pesquisa de tecnologias limpas e que utilizem de modo mais eficiente os recursos para a promoção desenvolvimento urbano, rural e industrial; Definição de regras para uma adequada proteção ambiental, concepção da máquina institucional, escolha de instrumentos econômicos, legais e administrativos necessários para assegurar o cumprimento das regras.

34 Dimensão Econômica A dimensão econômica da sustentabilidade é analisada através de aspectos micro e macroeconômicos. Do ponto de vista microeconômico são considerados os resultados econômico-financeiros alcançados pelas empresas. E os macroeconômicos, buscam caracterizar o bem estar econômico, seja de um indivíduo, de município, região ou de uma sociedade de maneira em geral. Segundo Oliveira (2005), a sustentabilidade econômica suporta a diversificação das atividades produtivas, desenvolvimento econômico inter-setorial equilibrado, segurança alimentar, contínua atualização dos instrumentos de produção e acesso a ciência e tecnologia. De acordo com Sachs (1993), a dimensão econômica pode ser possibilitada através de alocação e gestão mais eficientes de recursos e por fluxos regulares de investimentos públicos e privados Dimensão Social De acordo com Oliveira (2005), a sustentabilidade social deve nortear-se pela busca da equidade na distribuição de renda e de bens, com o objetivo de diminuir a desigualdade entre os padrões de vida dos ricos e dos pobres e de promover a igualdade de acesso a recursos e serviços sociais e ao emprego pleno. Sachs (1993), coloca a sustentabilidade social como a consolidação de um processo de desenvolvimento baseado em outo tipo de crescimento e orientado para outra visão do que é a boa sociedade. A finalidade desta dimensão é construir uma civilização do ser em que exista maior equidade na distribuição do ter e da renda, de modo a melhorar os direitos e as condições de grandes massas da população e a reduzir a distância entre os padrões de vida de abastados e não abastados. Ainda para o mesmo autor, existem as melhorias sociais internas e externas às organizações, relacionadas não apenas com questões da equidade, mas também em relação à qualidade de vida de maneira geral. Já, para Claro e Claro (2004), a dimensão social refere-se no aspecto social relacionado às características dos seres humanos, como suas habilidades, dedicação e experiências, incluindo tanto o ambiente interno das organizações quanto o ambiente externo.

35 Indicadores Segundo HAMMOND, et al. (1995) apud Allegretti (2013), o termo indicador tem por objetivo informar sobre o desenvolvimento de uma meta, notar uma tendência ou um fenômeno não verificado de imediato. Sobre indicadores, Ferreira, Cassiolato e Gonzales (2009), referem: Indicador é uma medida, de ordem quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos elementos que compõem o objeto da observação. É um recurso metodológico que informa empiricamente sobre a evolução do aspecto observado. Indicadores devem proporcionar respostas imediatas às mudanças ocorridas em determinados sistemas, ser facilmente executados, permitir enfoque integrado, relacionandose com outros indicadores e permitir a análise das relações percebidas. Deve também ser dirigido ao usuário, ser útil e significativo para seus propósitos. Todos os elementos envolvidos na realidade estudada são de extrema importância (MARZAL; ALMEIDA, 2000). Avaliações sobre sustentabilidade informam situações de risco, podem prever situações futuras, informar e guiar decisões políticas, corrigir eventuais desvios, definir ou monitorar a sustentabilidade de uma realidade, facilitar o processo de tomada de decisão, quantificar e simplificar as informações, detectar distúrbios de planejamento e contribuir a identificar tendências importantes (MARZAL, 1999). Ao analisar sustentabilidade Altieri (1989), salienta que alguns critérios devem ser incorporados na construção de indicadores: produtividade, equidade, estabilidade, resiliência, onde somente de forma inter-relacionada permitirão uma avaliação do sistema integral pesquisado. Segundo Gallopin (1996) apud Allegretti (2013), é necessário a participação dos atores envolvidos no sistema avaliado, tanto à formação das políticas públicas como da própria sociedade civil, para consequentemente legitimar estes sistemas, elaborar o conhecimento e apropriar-se da consciência da realidade ambiental e social.

36 Indicadores Ambientais Série ISO De acordo com Grippi (2001) apud Zasso (2007), o estabelecimento de sistemas de gestão ambiental acarreta benefícios para a organização em virtude do reconhecimento obtido com o levantamento dos aspectos e impactos ambientais significativos, principalmente aqueles relacionados ao uso de recursos ambientais. Vieira e Weber (1997) apud Zasso (2007), mencionam que certos elementos encarados como inesgotáveis, podem vir a ser, dependendo da forma como forem explorados, crescimento econômico, da necessidade de domínio da natureza pelo homem, dos bens de consumo e do mercado. Segundo os autores, estes fatos ampliam a concepção de gestão cotidiana de recursos, no mínimo cabe uma reflexão quanto à dependência do homem pelos recursos naturais e na prática a criação de sistemas de gestão ambiental. As normas da série ISO preocupam-se com o gerenciamento ambiental, com as ações que a organização realiza para minimizar os efeitos prejudiciais de sua atividade e para conseguir uma melhoria continua do seu desempenho ambiental pela aplicação de metodologias aceitas internacionalmente (MAIMON, 1996). As normas da série ISO são constituídas por uma série de especificações conhecidas como padrões genéricos de gerenciamento dos sistemas, os quais podem ser aplicados em qualquer tamanho de organização (grande ou pequena), para qualquer tipo de produto, em qualquer setor de atividade, seja pública ou privada (MIRANDA, 2005) Legislações Ambientais Palhares (2014), refere-se às atividades humanas, e os empreendimentos econômicos precisam ser regulamentados e normatizados, com o objetivo de preservação da qualidade ambiental. Sendo que estudos aprofundados nas diversas áreas permitiram que a legislação, em nível federal, estadual e municipal, aprofundasse a implantação de normas, regras e procedimentos técnicos que garantissem o uso dos recursos naturais de forma mais sustentável. Segundo Bursztyn (2012), o licenciamento ambiental é um instrumento de comando e controle, onde os projetos elaborados são submetidos a um processo de análise avaliação de

37 37 impactos ambientais a ele relacionados. Sendo o instrumento de maior reconhecimento e poder na gestão ambiental. Para construção, instalação, ampliação e funcionamento de estabelecimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou que possam causar degradação ambiental dependerão de prévio licenciamento ambiental. Conforme o Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa, 2014), o Licenciamento Ambiental no Estado do Rio Grande do Sul está sob responsabilidade originária da Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA), sendo realizado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (FEPAM). A Lei Complementar Federal 140/11 dá autonomia e competência aos Municípios para licenciamento das atividades de impacto local. As etapas para o licenciamento de empreendimentos novos e empreendimentos já existente são: Licença Prévia (LP) - que é concedida na fase preliminar do planejamento da atividade, aprovando sua localização; Licença de Instalação (LI) - autoriza a instalação do empreendimento ou atividade, conforme as especificações constantes no projeto incluindo supressão de vegetação, a terraplanagem e abertura de acesso para o local do empreendimento, além das medidas de controle ambiental; Licença de Operação autoriza o funcionamento da atividade, após verificação de cumprimento das exigências que contam nas licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação Método para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade M.A.I.S Oliveira (2002) apresentou a análise de sustentabilidade através do Método para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade Organizacional M.A.I.S. Esse método avalia os resultados da sustentabilidade organizacional independentemente do tipo de atividade desenvolvida pela empresa ou porte da organização. A estrutura analítica de sustentabilidade proposta pelo autor e apresentada no Quadro 01:

38 38 Quadro 1 - Estrutura de Sustentabilidade do Modelo M.A.I.S DIMENSÕES INDICADORES Geração de emprego e renda; ética organizacional; participação em entidades de classe e desenvolvimento regional; programas de prevenção de acidentes e Social doenças para os envolvidos; capacitação e desenvolvimento de pessoas; programas para a melhoria da qualidade de vida; projetos sociais; sistema de trabalho socialmente aceitos; interação com a sociedade; políticas de responsabilidade social, saúde e segurança. Política de gestão ambiental; avaliação de aspectos e impactos ambientais do negócio; preparação para emergências, ações corretivas e preventivas; avaliação Ambiental de desempenho global; avaliação de riscos; avaliação de oportunidades; estratégias para desenvolvimento de tecnologias ecologicamente equilibradas, análise do ciclo de vida de produtos e serviços; controle operacional. Política de qualidade; definição de metas e objetivos; gestão de processos, produtos e serviços; controle de não conformidades; medição e monitoramento de Econômico processos, produtos e serviços; auditorias e análise crítica; gerenciamento de riscos e crises; infra estrutura adequada; registros e documentação; avaliação dos resultados da organização. Incentivo à criatividade e liderança; geração de cultura organizacional; adequação das comunicações internas e externas; comprometimento da organização; Cultural avaliação de fornecedores e do mercado; melhoria contínua; prática do exercício da cidadania organizacional; existência de código de conduta organizacional; aprendizagem organizacional; imagem da organização. Fonte: Oliveira (Oliveira, 2002 p.97-98). Segundo o mesmo autor a pontuação para cada indicador é realizada a partir de três perspectivas: elaboração ou existência de política ou procedimento (E), a implantação do planejado ou do procedimento adotado (I) e o processo de verificação ou controle adotado na busca de oportunidades de melhoria nos processos de gestão (V). Para cada indicador foi realizada uma ponderação dentro de uma escala (0 a 3) de resultados. Sendo que cada indicador poderá receber uma pontuação de 0 a 3 para cada perspectiva observada, a pontuação mínima que cada indicador pode receber será 0 (zero) e a máxima será 9 (nove). Para Oliveira (2002), a sustentabilidade é avaliada segundo quatro dimensões, formadas por dez diferentes indicadores para cada dimensão de sustentabilidade, onde o valor total máximo que pode ser obtido em cada dimensão será de 90 pontos, e a máxima que a organização poderá alcançar é 360 pontos. O mesmo autor propõe as seguintes faixas de sustentabilidade: insustentável, em busca de sustentabilidade e sustentável. Insustentável é a organização que se não mudar o atual comportamento, terá grandes dificuldades em sobreviver em um mercado extremamente consciente da necessidade da modificação da relação de produção e consumo. Em busca de sustentabilidade é a empresa que busca integrar os sistemas de gestão para a sobrevivência no mercado, para fortalecimento da sua imagem e para a convivência harmônica com a sociedade. E sustentável é a organização caracterizada como cidadã, uma vez que possui ações de responsabilidade social.

39 39 A pontuação para as diferentes faixas de sustentabilidade encontra-se, no Quadro 02: Quadro 2 - Faixas de sustentabilidade organizacional do modelo M.A.I.S FAIXAS DE SUSTENTABILIDADE PONTUAÇÃO CORRESPONDENTE Insustentável 0 a 149 Em busca de sustentabilidade 150 a 249 Sustentável 250 a 360 Fonte: Oliveira (Oliveira, 2002 p.103). Para o autor, esse método pode ser aplicado em qualquer tipo de organização, independentemente do tipo de atividade e porte, da mesma forma que pode ser aplicada por qualquer profissional, desde que conheça os indicadores sugeridos e que a organização, objeto da análise, contenha registros a partir de seus processos de gestão de qualidade, ambiental, saúde, segurança e responsabilidade social, ou tenha um registro de um modelo integrado para a tomada de decisão Método para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade (M.A.I.S) adaptado à Suinocultura Segundo Allegretti (2013), alcançar o equilíbrio entre princípios de sustentabilidade e incluí-los na formação das comunidades rurais é o eixo fundamental para o alinhamento das ações de busca de sustentabilidade no meio rural. Relacionar conhecimentos e práticas já comprovadas de aumento de produtividade no setor, sem comprometer recursos naturais e sem deixar de preservá-los, além de atitudes que envolvam a qualificação humana individual ou coletiva dos agentes envolvidos no processo, são meios indispensáveis para que este desejado desenvolvimento sustentável seja alcançado. Baseado no Método para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade (M.A.I.S) (Oliveira, 2002), Allegretti (2013) adaptou o método à atividade de suinocultura desenvolvida nas propriedades rurais, quanto às dimensões propostas em: sistemas em desequilíbrio, sistemas em busca de equilíbrio e sistemas em equilíbrio. Essa possibilidade se deu pela confrontação de indicadores de desempenho das dimensões ambiental, social e econômica na tentativa de buscar um sistema equilibrado de produção.

40 40 Segundo Allegretti (2013), as referências do Triple Bottorn Line-TBL, auxiliaram na definição das três dimensões avaliadas, ambiental, social e econômica. Assim como entrevistas realizadas contribuíram na determinação dos temas e indicadores a serem avaliados em cada dimensão, e ainda a revisão bibliográfica. A partir dessas premissas foi criada uma matriz de avaliação das três dimensões, com valoração dos indicadores variando entre 1 a 3 para cada item, podendo totalizar a soma máxima de 30 pontos por dimensão e 90 pontos no total da matriz de desempenho. A pontuação total e a dimensão das faixas de equilíbrio encontram-se no Quadro 03: Quadro 3 - Pontuação total e por dimensão das faixas de equilíbrio Classificação das faixas de equilíbrio Faixa de equilíbrio por dimensão Faixa de equilíbrio total Em desequilíbrio Em busca de equilíbrio Em equilíbrio Fonte: Allegretti (2013) Ainda, segunda a autora, os indicadores construídos buscaram responder as questões propostas nos temas estabelecidos dentro de cada dimensão, encontradas no Quadro 04: Quadro 4 - Indicadores das dimensões social, ambiental e econômica DIMENSÕES INDICADORES Mão de obra; Qualidade de vida; Participação Social; Escolaridade; Segurança; Social Sucessão; Legislação Trabalhista; Desenvolvimento Regional; Qualificação de mão de obra; Higiene e Sanidade. Licenciamento; Tratamento de Dejetos; Dejetos (destinação); Bem estar animal; Ambiental Água; Limpeza de instalações; Descarte de embalagens; Vetores e roedores; Manejo de solo; Análise de solo. Conversão alimentar; Taxa de mortalidade; Peso ao abate; Preço; Dias de Econômico alojamento e vazio sanitário; Lotes abatido/ano; Mao de obra; Outras receitas; Benfeitorias e Redução de custos. Fonte: Allegretti (2013) Método M.A.I.S de Oliveira (2002) e adaptado à suinocultura segundo Allegretti (2013), conforme consta na tabela 01:

41 41 Tabela 1 - Indicadores para avaliação de desempenho Social na Suinocultura: Indicadores Sociais Mão de obra Qualidade de vida Participação social Escolaridade Critério avaliado Relação n de horas trabalhadas e n de animais Acesso a transporte escolar, saúde pública, lazer e comunicação Participação em entidades do setor Escolaridade dos membros Em desequilíbrio (Valor 1) Critério para classificação Em busca de equilíbrio (Valor 2) Em equilíbrio (Valor 3) Valor negativo 0,1 a 1 >1 Acesso deficitário Acesso parcial Acesso total com qualidade Não participa Eventualmente Efetivamente Ninguém possui 1 grau completo Uma pessoa 1 grau completo Segurança Uso de EPI Somente bota Bota e luva Sucessão Legislação trabalhista Desenvolvimento regional Qualificação da mão de obra Histórico e planejamento sucessório Registro e benefícios legais Comercialização na região Incentivo ou participação em cursos Ausência de ambos os itens Funcionários e produtor não arrecadam Não comercializa Não participou nos últimos 5 anos Ausência de um dos itens Funcionário não registrado, mas produtor arrecada Comercializa parcialmente Participou nos últimos 5 anos Uma pessoa 2 grau completo Utiliza integralmente Presença de ambos os itens Funcionários registrados e produtor arrecada Comercializa integralmente Participou no último ano Higiene e Sanidade Condições básicas de higiene e sanidade Não controla nenhum item Controla parcialmente Controla integralmente todos os itens Fonte: Alegretti (2013) Indicadores Sociais Mão de obra Alegretti (2013), para este indicador, desenvolveu a fórmula: Mão de obra = [(ns x 8) / 900] ht

42 42 Onde: ns = nº de suínos na propriedade; 8 = horas de trabalho diário; 900 = nº de animais manejados eficientemente em uma jornada de trabalho; ht = nº de horas trabalhadas. Segundo a autora, valores maiores a 1 revelam o equilíbrio deste indicador, onde um funcionário maneje eficientemente 900 ou mais animais, em 08 horas de trabalho diário. Tais dados possuem como referência o artigo 58 da CLT que estabelece que a jornada de trabalho tem 8 horas diárias (BRASIL, 1943), e as entrevistas realizadas por Allegretti com experts do setor e suinocultores definiram que um trabalhador pode atender 900 suínos em 8 horas de trabalho Qualidade de Vida Whoqol (1995) apud Allegretti (2013), desenvolveu o conceito de qualidade de vida como sendo: a percepção do indivíduo de sua posição na vida no contexto da cultura e sistemas de valores nos quais ele vive em relação aos seus objetivos, expectativas, padrões e preocupações. Ao construir este indicador a autora levou em consideração o grau de satisfação dos suinocultores quanto as questões dessa natureza consideradas como formas de qualidade de vida: acesso a transporte escolar, saúde pública, lazer e comunicação (telefone e internet) Participação Social Carvalho (1998) apud Allegretti (2013), refere-se à participação social, relacionando-a à construção de espaços que criam interfaces entre estado e sociedade na gestão de interesses coletivos. Segundo a autora, a participação do produtor rural em entidades e atividades do setor foi considerada como um indicador social.

43 Escolaridade Alegretti (2013), refere-se ao relatório sobre o desenvolvimento, publicado pelo Banco Mundial (1995), o qual afirma que a educação é imprescindível para o aumento da produtividade de cada indivíduo, enaltecendo a importância da melhoria das aptidões e da capacidade do trabalhador para o bom êxito econômico num ambiente cada vez mais competitivo. Baseada no censo agropecuário 2006 efetuado pelo IBGE (2009), apenas 19,6% dos produtores agropecuários possuem ensino fundamental completo. Conhecer o nível de escolaridade do produtor rural permite avaliar a capacidade de absorção das informações técnicas que lhe são transmitidas. Assim este indicador caracteriza a capacitação intelectual e formação técnica das pessoas responsáveis pela gestão ou no processo produtivo Segurança Amaral et al. (2006) apud Allegretti (2013), para assegurar questões éticas e legais é extremamente importante o fornecimento de equipamentos de proteção individual (EPI), certificados pelo Ministério do Trabalho, sendo constituído por: botas de borracha, luvas de borracha, máscara para desinfecção, roupas impermeáveis para lavação e tampões auriculares, para que possam garantir condições adequadas de trabalho para as pessoas envolvidas na rotina da suinocultura. Assim, segundo a autora o uso parcial ou integral do material indicado determinou a classificação de equilíbrio sugerida neste indicador Sucessão Para Tedesco (2001) apud Allegretti (2013), o produtor rural é o proprietário, dono dos meios de produção e trabalhador ao mesmo tempo, tornando a família o personagem principal. Para a autora a mão de obra familiar é a principal força de trabalho verificada na suinocultura. Dessa forma, a importância da continuidade cultural e econômica da atividade mostrase de maneira indispensável para a manutenção da renda e da identidade cultural. Este indicador considerou o histórico familiar e intenção de prosseguir com a atividade como itens de classificação.

44 Legislação trabalhista De acordo com Alegretti (2013), dentre as situações trabalhistas estabelecidas pela CLT, o trabalhador rural deve ser registrado e receber pelas horas extras trabalhadas, também devem ser considerados adicionais de insalubridade e periculosidade proporcionais as sua atividades conforme descrito no artigo 13 1º; art. 192 e 193 1º da CLT (BRASIL, 1993). Segundo a autora, as propriedades rurais são compostas por mão de obra familiar na sua maioria e os trabalhadores não se dedicam exclusivamente a uma atividade, conforme constatou nas entrevistas realizadas. Mas todos os membros da propriedade devem estar registrados ou arrecadando tributos para uma estabilidade social e lhes garantam uma segurança previdenciária. A execução destes aspectos, determinou a classificação deste indicador Desenvolvimento Regional Conforme Polése (1998) apud Allegretti (2013) o desenvolvimento regional depende das riquezas naturais das regiões aliadas ao fator humano (cultura, costumes, práticas de trabalho). O entendimento da forma com que se dão as relações comerciais no município permite avaliar se estas trocas são revertidas em desenvolvimento ao município, permitindo a criação deste indicador Qualificação da mão de obra Para Staduto; Shikida; Bacha (2004) apud Allegretti (2013), a inserção da mão de obra assalariada e mais qualificada deixa a agropecuária participar do novo ciclo de inovação tecnológica, baseada no uso seletivo de tecnologia minimizadora de custos. Portanto, para conseguir acompanhar os avanços tecnológicos, tanto em equipamentos como no manejo das propriedades, deve haver uma preocupação com investimentos em qualificação de mão de obra. A participação em cursos ou treinamentos serviu de base para a construção deste indicador social.

45 Higiene e Sanidade Baseada nas recomendações básicas de saúde propostas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a autora refere-se às propriedades rurais e urbanas, as quais devem dispor de condições mínimas de saúde e higiene, sendo necessário que tenham a presença de fossa séptica nas residências e instalações, seja realizada a limpeza periódica da caixa d água e a importância do destino correto dos resíduos sólidos da propriedade. Estes aspectos contribuíram para a construção do indicador social higiene e sanidade. Tabela 2 - Indicadores para avaliação de desempenho Ambiental na Suinocultura Indicadores Ambientais Licenciamento Tratamento de dejetos Dejetos Bem estar animal Água Limpeza das instalações Descarte de resíduos sólidos Vetores e roedores Manejo do Solo Análise de Solo Fonte: Alegretti (2013) Critério avaliado Possui e em que fase se encontra N de esterqueiras e TRH>120dias Capacidade das esterqueiras e TRH>120dias Linha de cocho e animal/m² Fontes e estado de conservação Frequência de limpeza e desinfecção Como descarta resíduos de saúde e embalagens Forma de controle Realiza algum MS?(PD e RC) Frequência que realiza? Há planejamento e monitoramento para adubação? Em desequilíbrio (Valor 1) Não possui nem protocolo na FEPAM Nenhuma ou 1 e sem características Capacidade e TRH insuficiente LC<30cm/animalm² baia 1 fonte preservada 1 x/dia e des. a cada dois lotes Enterra ou queima Critérios para classificação Em busca de equilíbrio (Valor 2) Somente protocolo Min 2 e com 1 característica Capacidade suficiente e TRH insuficiente LC>30cm/animal/m² 2 fontes não preservada 1x/ e des. a cada dois lotes Correto destino parcial Em equilíbrio (Valor 3) Possui L.O Min 2 e com as 3 características Capacidade de TRH suficientes LC>30cm/animal e -1 animal/m² 2 ou +fontes preservadas 1 ou +/dia e des. a cada lote Correto destino total Não há controle Há controle parcial Há controle total Não realiza PD e RC Não faz e não planeja ou monitora a adubação PD e sem RC Realizam análise, mas aplicam sem planejamento e monitoramento PD e RC Realizam análise e aplicam com planejamento e monitoramento

46 Indicadores Ambientais Licenciamento Segundo Miranda (2005) apud Allegretti (2013), a suinocultura é uma atividade de alto potencial poluidor principalmente para a água e passível de licenciamento ambiental específico. O licenciamento ambiental torna-se a primeira etapa para o planejamento e execução de qualquer atividade que faça uso de recursos naturais ou provoque algum impacto com sua implantação. Para a autora grande parte das propriedades rurais iniciaram suas atividades antes da vigência das leis ambientais atualmente em vigor. A situação legal das propriedades foi a base para construção deste indicador Tratamento de Dejetos Baseada nos critérios técnicos elaborados pela FEPAM (2007), para o Rio Grande do Sul, a autora destaca que o licenciamento ambiental para os novos empreendimentos suinícolas que optarem pelo manejo de dejetos líquidos devem ter estruturas de armazenagem (esterqueiras) em número de duas, impermeabilizadas e com cobertura para evitar a entrada de águas pluviais. A capacidade deve ser compatível com o volume de dejeto gerado, respeitando o tempo de retenção hidráulica (TRH), que deve corresponder a no mínimo 120 dias de manejo, associada a uma margem de segurança de 20%. Sendo que estas estruturas devem estar cercadas e isoladas do acesso de animais ou pessoas. Para definição deste indicador foram considerados o número de esterqueiras disponíveis, aliado às três características fundamentais (impermeabilização, cobertura e isolamento) Dejetos Segundo Diesel, Miranda e Perdomo (2002) apud Allegretti (2013), um suíno em fase de terminação gera, como média diária, sete litros de dejetos (fezes e urina). Estas diluições podem variar de 7,5 à 15 litros animal dia conforme as práticas de manejo. Para este indicador a autora considerou o referencial, relacionando-o ao número de animais manejados por lote nas propriedades, para a construção da fórmula indicador ambiental de dejetos (IAD), como segue:

47 47 IAD=[nº de animais x 7,5L x 144dias] CTEP Onde: IAD = indicador ambiental de dejetos; Nº de animais = número de suínos no plantel; 7,5 = Produção de dejetos em litros; 144 = tempo de retenção hidráulica recomendado em dias, acrescido de 20% (FEPAM, 2007). CTPE = Capacidade total das esterqueiras. Os resultados identificados nesta fórmula confrontados ao tempo de retenção hidráulico e a capacidade total das esterqueiras permite a classificação para este indicador Bem estar animal Baseada na definição adotada pelo Farm Animal Welfare Council (FAWC, 2009) para conceituar bem estar animal Allegretti (2013), refere-se as cinco liberdades inerentes ao animal: liberdade fisiológica ( ausência de fome e sede), ambiental (edificações adaptadas), liberdade sanitária (ausência de fraturas e doenças), liberdade comportamental (possibilidade de exprimir comportamentos normais) e, a liberdade psicológica (ausência de medo e ansiedade). Segundo Amaral et al. (2006) apud Allegretti (2013), na fase de crescimento e terminação um suíno precisa de 1m² de área para seu desenvolvimento, da mesma maneira as instalações precisam conter sistemas de ventilação (cortinas), que permitam o controle de temperatura, visando controlar a concentração de gases tóxicos nos horários mais quentes. Ainda os animais devem dispor de área de cocho linear para que todos os animais da baia tenham acesso à ração no momento em que esta é fornecida. Para a criação deste indicador, a autora considerou a disponibilidade de área linear de cocho, a área para animal em cada baia e as demais características mencionadas.

48 Água Amaral et al., 2006) apud Allegretti (2013), considera que a água interfere na qualidade da produção de suínos. Ela deve ser preservada não apenas por desempenhar este papel, mas também por ser um fator limitante para a sobrevivência das próximas gerações. Para este indicador, a autora considerou a diversidade quanto à origem (fonte, poços, cisterna) disponíveis deste recurso para a utilização nas propriedades e suas formas de preservação Limpeza das instalações Segundo a mesma autora, o manejo de limpeza das instalações deve compreender no mínimo, uma limpeza mecânica diária. E, na troca de lotes deve ser realizada uma limpeza mecânica seca e úmida, para amolecer a sujeira e facilitar a remoção de toda a matéria orgânica que fica grudada nas instalações e equipamentos, seguido de desinfecção, visando reduzir a carga microbiana no ambiente. A eficiência nas recomendações, fundamentaram a classificação deste indicador Descarte de Resíduos Sólidos Segundo Allegretti ( 2013), o destino correto dos resíduos sólidos nas propriedades rurais permitiu a construção e classificação deste indicador ambiental Vetores e Roedores Amaral et. al., (2006) apud Allegretti (2013), considera a importância de um controle de fatores de risco de transmissão de doenças e de possíveis fontes de contaminação de alimentos. Provocados por vetores como roedores e moscas, é fundamental para garantir bons índices de produtividade e qualidade no produto final. A existência das formas de controle de biossegurança aplicadas nas propriedades, permitem a classificação deste indicador.

49 Manejo do solo Conforme Ruedell (1998) apud Allegretti (2013), práticas de manejo de solo que venham a incrementar a absorção de água pelo solo e a não lixiviação de nutrientes apresentam-se como fundamentais para a sustentabilidade ambiental. Segundo a autora, práticas de manejo de solo como terraceamento, plantio direto (PD) e rotação de culturas (RC), que visem aumentara a capacidade de absorção e produção do solo, foram consideradas como critérios para a classificação de equilíbrio deste indicador Análise do Solo Segundo a mesma autora, determinar a quantidade de nutrientes necessários no solo para o desenvolvimento de diferentes culturas requer a realização periódica de análises de solo prévias à aplicação de qualquer tipo de adubação, inclusive a orgânica advinda do dejeto de suíno. A realização de análises de solo, assim como o monitoramento e planejamento na aplicação de biofertilizantes nas áreas agrícolas foram os critérios utilizados para este indicador.

50 3. METODOLOGIA O presente capítulo descreve os métodos utilizados no estudo, através da explicitação do tipo de pesquisa, sujeitos da pesquisa e universo amostral, seguida da coleta e análise dos dados e o método de avaliação utilizado Classificação Da Pesquisa Segundo Zamberlan et al (2014), inúmeras tipologias são encontradas na literatura que trata de pesquisa. Para fins da elaboração do trabalho de pesquisa sugere-se classificar o estudo pela sua natureza, abordagem, objetivos e procedimentos técnicos. O presente relatório refere-se a uma pesquisa de natureza aplicada e visa gerar conhecimentos para aplicação prática, voltados à solução de problemas específicos da realidade. Quanto à forma de abordagem, classifica-se como pesquisa quantitativa, segundo Zamberlan et al (2014), considera que tudo pode ser quantificável, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-las. A pesquisa pode ser considerada também qualitativa, pois considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido em números. O considerável número de indicadores utilizados na pesquisa, para definir a situação da dimensão social e ambiental, demonstra a utilização da abordagem quantitativa, envolvendo dados numéricos e a valoração de cada indicador no método proposto, valeu-se de dados quantitativos para a mensuração. Segundo Vergara (2004, p. 46), o leitor deve ser informado sobre o tipo de pesquisa que será realizada sua conceituação e justificativa à luz da investigação específica. Há várias taxionomias de tipos de pesquisa, conforme os critérios utilizados: quanto aos fins e quanto aos meios. Quanto aos fins a pesquisa é de caráter exploratório. No entendimento de Vergara (2004, p. 47), a investigação exploratória é realizada em área na qual há pouco conhecimento acumulado e sistematizado. E descritiva, pois expõe características de determinada população ou determinado fenômeno. As entrevistas e questionários foram os instrumentos metodológicos para essa pesquisa e permitiram uma abordagem qualitativa, fornecendo várias informações para o estudo do

51 51 tema. Em relação aos procedimentos técnicos foram utilizados a pesquisa bibliográfica, documental, levantamento e pesquisa de campo. Ressalta Vergara (2004, p.48), pesquisa bibliográfica é o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicos, isto é, material acessível ao público em geral. Para Vergara (2004, p.48), investigação documental é a realizada em documentos conservados no interior de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com pessoas. Segundo Gil (2002), levantamento envolve a interrogação direta das pessoas cujo comportamento deseja-se conhecer. O procedimento se dará pela solicitação de informações a um grupo significativo de pessoas sobre o problema estudado para depois, mediante análise das respostas por meio de tabulação e interpretações, obter conclusões referente aos dados coletados. Segundo Vergara (2004, p.47), pesquisa de campo é investigação empírica realizada no local onde ocorre ou ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para explica-lo. Para a realização do estudo foram necessárias várias revisões bibliográficas e documentais sobre as dimensões sociais e ambientais, que serviram de base para a avaliação dos indicadores Sujeitos da Pesquisa e Universo Amostral Para Zamberlan et al. (2014), os sujeitos da pesquisa são as pessoas e ou organizações das quais os dados serão coligidos. No referente estudo foram coletados dados junto à Secretaria do Meio Ambiente e da Agricultura de Três Passos-RS, questionários com produtores de suínos e de leite do mesmo município e com especialistas na área, como o presidente dos suinocultores do município de Três Passos-RS (Assuipassos), representante da Emater e responsável pelos serviços de fiscalização ambiental nas propriedades. Segundo dados da Secretaria Municipal da Agricultura a atividade leiteira, atualmente está presente em mais de 700 produtores, e 135 produtores estão envolvidos na suinocultura. De acordo com as informações obtidas pela Agropecuária Florestal, o total de clientes da organização gira em torno de 1360, abrangendo o município de Três Passos-RS e outros municípios, sendo que destes, grande parte desenvolve a atividade da suinocultura e bovinocultura de leite. Foram distribuídos e aplicados questionários aos clientes ativos, do

52 52 município de Três Passos-RS, que praticam estas atividades. Foram considerados clientes ativos, aqueles que frequentaram a agropecuária ao menos uma vez ao mês nos últimos três meses. Foram percebidos 100 clientes ativos que praticam estas atividades, dos quais 29 trabalham apenas com suinocultura, 19 apenas com bovinocultura e 51 clientes praticam as duas atividades em suas propriedades rurais. A determinação do tamanho da amostra deu-se segundo Vergara (2004), de forma não probabilística e por conveniência, em função da facilidade de acesso aos produtores rurais e às informações necessárias para realização do relatório. Por meio da Agropecuária Florestal, que compreende, enquanto clientes, vários produtores rurais que desempenham as atividades da Suinocultura e Bovinocultura, no município de Três Passos-RS. Sendo, que foram aplicados questionários à 30 produtores rurais. Os questionários foram respondidos pelo responsável da família da respectiva atividade desenvolvida. Dentre os quais 09 desenvolvem a atividade da Suinocultura, 08 correspondem à atividade da Bovinocultura e 13 desenvolvem ambas às atividades Coleta e Análise dos Dados Através da obtenção dos dados, foi possível organizar as informações levantadas junto aos sujeitos da pesquisa. Para Zamberlan et al (2014), neste item é explicitado como se pretende obter os dados necessários para responder ao problema. Como instrumentos para coleta de dados serão utilizados o questionário e a entrevista. No presente relatório, foram utilizados as técnicas de entrevista em profundidade e questionário. Segundo Zamberlan et al (2014), a entrevista em profundidade se caracteriza como técnica para obter dados qualitativos, sendo considerada uma entrevista não estruturada, direta e pessoal. Em relação ao questionário, Zamberlan (2014) apud Malhotra (2001), questionário representa um conjunto formal de perguntas cuja finalidade é obter informações dos entrevistados. Quanto sua estrutura podem ser consideradas estruturadas ou não estruturadas. Aos produtores de leite e suínos foi aplicado um questionário estruturado com perguntas fechadas e abertas, com finalidade à atender aos objetivos geral e específicos da pesquisa (Apêndice A). O questionário utilizado foi adaptado segundo Allegretti (2013), à atividade da Suinocultura e Bovinocultura do município de Três Passos-RS. Os questionários foram aplicados diretamente aos produtores no estabelecimento da Agropecuária Florestal,

53 53 quando dispunham de tempo para responder. Foram também, entregues questionários para serem respondidos em casa e posteriormente devolvidos na empresa. Além, de questionários aplicados nas propriedades mais próximas. A data de aplicação dos questionários deu-se de 1º de setembro à 15 de setembro de Já aos especialistas, entendedores do tema e representantes de instituições foram realizadas entrevistas em profundidade (Apêndice B). Por meio de conversas informais, com a responsável pelos serviços de fiscalização ambiental, representante da Emater e Assuipassos, foram levantados aspectos relacionados às atividades da Suinocultura e Bovinocultura, desempenhadas pelos produtores rurais, enfatizando a situação da preservação ambiental nas propriedades rurais. Sua percepção, sobre a preocupação dos produtores em relação aos dejetos produzidos e como boas práticas de manejo podem contribuir para o alcance do Desenvolvimento Sustentável nas propriedades. As entrevistas foram realizadas nos dias 18 e 25 de agosto e 19 de setembro de Método de Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade (M.A.I.S) Adaptadado à Atividade da Suinocultura e Bovinocultura de Leite O método utilizado neste estudo foi adaptado de Allegretti (2013) para avaliação da sustentabilidade na atividade da Suinocultura e Bovinocultura, nas dimensões sociais e ambientais. Optou-se por não pesquisar a dimensão econômica devido à dificuldades no acesso às informações. O quadro 5 apresenta um construto dos indicadores de sustentabilidade utilizados no estudo:

54 54 Quadro 5 - Construto dos indicadores de Sustentabilidade para a atividade de Suinocultura e Bovinocultura Método para Avaliação de Indicadores de Sustentabilidade - M.A.I.S de acordo com Oliveira (2002) Método para Avaliação de Indicadores de sustentabilidade (M.A.I.S) adaptado à suinocultura conforme Allegretti (2013) Método para Avaliação de Indicadores de sustentabilidade (M.A.I.S) adaptado à suinocultura e bovinocultura, a partir de Allegretti (2013) CARACTERIZAÇÃO DIMENSÃO SOCIAL DIMENSÃO AMBIENTAL - Tamanho da propriedade - Atividades desenvolvidas - Número de animais - Tempo na atividade - Participação em associações - Existência/responsabilidade do projeto 1. Mão de obra 2. Qualidade de vida 3. Participação social 4. Escolaridade 5. Segurança 6. Sucessão 7. Legislação trabalhista 8. Desenvolvimento Regional 9. Qualificação de mão de obra 10. Higiene e Sanidade 1. Licenciamento 2. Tratamento de dejetos 3. Dejetos 4. Bem estar animal 5. Água 6. Limpeza das instalações 7. Descarte de resíduos sólidos 8. Vetores e roedores 9. Manejo de solo 10. Análise de solo Fonte: Elaborado pela autora, a partir de Allegretti (2013) Na tabela 3 encontram-se os indicadores e critérios utilizados para avaliação de desempenho Social na atividade da Suinocultura e Bovinocultura:

55 55 Tabela 3 - Indicadores para avaliação de desempenho Social na Suinocultura e Bovinocultura Indicadores Sociais Mão de obra Qualidade de vida Participação social Escolaridade Critério avaliado Relação n de horas trabalhadas e n de animais Acesso a transporte escolar, saúde pública, lazer e comunicação Participação em entidades do setor Escolaridade dos membros Em desequilíbrio (Valor 1) Critério para classificação Em busca de equilíbrio (Valor 2) Em equilíbrio (Valor 3) Valor negativo 0,1 a 1 >1 Acesso deficitário Acesso parcial Acesso total com qualidade Não participa Eventualmente Efetivamente Ninguém possui 1 grau completo Uma pessoa 1 grau completo Uma pessoa 2 grau completo Segurança Uso de EPI Somente bota Bota e luva Utiliza integralmente Sucessão Histórico e planejamento sucessório Ausência de ambos os itens Ausência de um dos itens Presença de ambos os itens Legislação trabalhista Desenvolvimento regional Qualificação da mão de obra Higiene e Sanidade Registro e benefícios legais Comercialização no município Incentivo ou participação em cursos Condições básicas de higiene e sanidade Funcionários e produtor não arrecadam Não comercializa Não participou nos últimos 5 anos Não controla nenhum item Funcionário não registrado, mas produtor arrecada Comercializa parcialmente Participou nos últimos 5 anos Controla parcialmente Funcionários registrados e produtor arrecada Comercializa integralmente Participou no último ano Controla integralmente todos os itens Fonte: Allegretti (2013) Seguindo a mesma linha de Allegretti (2013), para a situação da atividade da bovinocultura do Município de Três Passos-RS, no indicador mão de obra buscou-se definir a quantidade de animais manejados, em 8 horas de trabalho diárias. Nas conversas durante a aplicação dos questionários aos produtores de leite, constatou-se que um trabalhador pode atender aproximadamente, 60 bovinos produzindo leite, onde: Mão de obra = [(nb x 8) / 30] - ht nb = nº de bovinos na propriedade; 8 = horas de trabalho diário;

56 56 60 = nº de animais manejados eficientemente em uma jornada de trabalho; ht = horas trabalhadas. Na tabela 4 encontram-se os indicadores e critérios utilizados para avaliação de desempenho Ambiental na atividade da Suinocultura e Bovinocultura: Tabela 4 - Indicadores para avaliação de desempenho Ambiental na Suinocultura e Bovinocultura Indicadores Ambientais Licenciamento Tratamento de dejetos Dejetos Bem estar animal Água Limpeza das instalações Descarte de resíduos sólidos Vetores e roedores Manejo do Solo Análise de Solo Fonte: Allegretti (2013) Critério avaliado Possui e em que fase se encontra N de esterqueiras e TRH>120dias Capacidade das esterqueiras e TRH>120dias Linha de cocho e animal/m² Fontes e estado de conservação Frequência de limpeza e desinfecção Como descarta resíduos de saúde e embalagens Forma de controle Realiza algum MS?(PD e RC) Frequência que realiza? Há planejamento e monitoramento para adubação? Em desequilíbrio (Valor 1) Não possui nem protocolo na FEPAM Nenhuma ou 1 e sem características Capacidade e TRH insuficiente LC<30cm/animalm² baia 1 fonte preservada 1 x/dia e des. a cada dois lotes Enterra ou queima Critério para classificação Em busca de equilíbrio (Valor 2) Somente protocolo Min 2 e com 1 característica Capacidade suficiente e TRH insuficiente LC>30cm/animal/m² 2 fontes não preservada 1x/ e des. a cada dois lotes Correto destino parcial Em equilíbrio (Valor 3) Possui L.O Min 2 e com as 3 características Capacidade de TRH suficientes LC>30cm/animal e -1 animal/m² 2 ou +fontes preservadas 1 ou +/dia e des. a cada lote Correto destino total Não há controle Há controle parcial Há controle total Não realiza PD e RC Não faz e não planeja ou monitora a adubação PD e sem RC Realizam análise, mas aplicam sem planejamento e monitoramento PD e RC Realizam análise e aplicam com planejamento e monitoramento Para atividade da bovinocultura foram considerados os mesmos aspectos para o indicador dejetos conforme Allegretti (2013), alterando a quantidade de dejetos produzidos, conforme Oliveira (1993) refere que um bovino gera 9,4 litros por dia.

57 57 IAD=[nº de animais x 9,4L x 144dias] CTEP Onde: IAD = indicador ambiental de dejetos; Nº de animais = número de bovinos manejados; 9,4 = Produção de dejetos em litros; 144 = tempo de retenção hidráulica recomendado em dias, acrescido de 20% (FEPAM, 2007). CTPE = Capacidade total das esterqueiras. Os resultados identificados nesta fórmula confrontados ao tempo de retenção hidráulico e a capacidade total das esterqueiras permite a classificação para este indicador. Para o indicador de bem estar animal na atividade da bovinocultura considerou-se a aplicação das cinco liberdades, conforme Allegretti ( 2013), e a disponibilidade de cocho por animal durante a ordenha e o sistema de ventilação do local. No indicador limpeza das instalações para a atividade da bovinocultura foram consideradas a importância das limpezas diárias nas instalações e a desinfecção dos equipamentos de ordenha. Baseada no referencial teórico foi criada uma matriz de avaliação das dimensões, contendo pontuação total e faixa de equilíbrio por dimensão, conforme encontra-se no Quadro 06: Quadro 6 - pontuação total e por dimensão para a atividade de Suinocultura e Bovinocultura Classificação das faixas de equilíbrio Faixa de equilíbrio por dimensão Faixa de equilíbrio total Em desequilíbrio Em busca de equilíbrio Em equilíbrio Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de Allegretti (2013) Os indicadores variam de 1 a 3 para cada item avaliado, totalizando o máximo de 30 pontos por dimensão e 60 pontos no total da matriz. Os valores próximos a 1 são considerados críticos e os próximos a 30, pontos de excelência, numa análise por dimensão.

58 4. AS ATIVIDADES DE SUINOCULTURA E BOVINOCULTURA NO MUNICÍPIO DE TRÊS PASSOS-RS NAS DIMENSÕES DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL E SOCIAL Nesta seção apresentam-se as informações sobre o município de Três Passos-RS e as principais práticas agropecuárias utilizadas nas atividades da suinocultura e bovinocultura. Em continuidade, destacam-se as principais leis e regulações existentes no Brasil que condicionam estas atividades. Em seguida, apresentam-se os indicadores de desempenho nas dimensões Social e Ambiental para as atividades de Suinocultura e Bovinocultura no município de Três Passos-RS. Seguido de ações que possam contribuir para as práticas sustentáveis nas atividades de Suinocultura e Bovinocultura Práticas agropecuárias utilizadas nas atividades da Suinocultura e Bovinocultura nas propriedades do Município de Três Passos-RS O Município de Três Passos-RS Segundo dados da Prefeitura Municipal, Três Passos, capital da Região Celeiro, localiza-se no Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, distante 480km da capital Porto Alegre, 60km da divisa com o Estado de Santa Catarina, 25km da Fronteira com a República da Argentina com ligação pela BR 468, onde a travessia é de balsa ligando Porto Soberbo a El Soberbio. A população estimada/2014 era de habitantes. Na área rural, o município possui em torno de estabelecimentos rurais, com média de área de 13,43 hectares, sendo uma região de minifúndios, predominando a agricultura familiar. A atividade mais representativa é a leiteira, seguida da suinocultura, avicultura, fumicultura, hortigranjeiros e agroindústria familiar. O setor de agroindústria é fortalecido com uma unidade da JBS, que tem abate diário de suínos no município. O perfil das propriedades pesquisadas que desenvolvem as atividades da suinocultura e bovinocultura de leite, está definido na Tabela 5:

59 59 Tabela 5 - Perfil das propriedades do Município de Três Passos Suinocultura (média) Bovinocultura (média) Ambas às atividades (média) Tamanho das propriedades 16,62ha 13,55ha 21,73 Nº de animais (cabeças) 716,6 21,42 324,7 Situação Integrado (JBS) Particular Int/Part Tempo na atividade (anos) 14,66 23,25 12,30 Elaboração do projeto 77,77% 12,5% 50% Fonte: Dados da pesquisa (2015) O tamanho das propriedades que desenvolvem a atividade da suinocultura é, em média, 16,62 hectares, o número de animais manejados é 716,6 cabeças, sua situação ocorre em forma de integração com a JBS situada em Três Passos-RS, sendo o tempo que exercem esta atividade gira em torno de 14,66 anos e 77,77% das propriedades elaboraram projeto quando iniciaram a atividade, atualmente todos se encontram em situação legal de operação. Os bovinocultores de leite do município de Três Passos-RS possuem propriedades com 13,55 hectares em média, contendo em média 21,42 animais, para obter dados mais próximos da realidade não foi adicionada a este somatório a quantidade de animais da maior propriedade pesquisada, que apresenta 230 animais sendo a única que possui Licenciamento Ambiental e elaborou projeto ao iniciar a atividade (12,5%). Na atividade da bovinocultura os produtores trabalham de forma particular, são responsáveis pela aquisição de alimentos e medicamentos. Esta atividade possui o maior tempo de desempenho pelos produtores, sendo que alguns trabalham a vida toda nesta produção, aproximadamente 23 anos. Nas propriedades que desenvolvem ambas as atividades o tamanho médio é de 21,73 hectares. Os produtores possuem, em média, 614,65 suínos e 34,8 bovinos, gerando média nestas propriedades de 324,7 animais. A situação ocorre de forma integrada para a atividade da suinocultura e particular para a bovinocultura. Desempenham estas atividades em torno de 12,30 anos, sendo que 100% dos suinocultores realizou projeto ao iniciar a atividade e nenhum produtor possui licenciamento para exercer a atividade da bovinocultura. Devido à grande importância econômica destas atividades para o município, torna-se cada vez mais importante a aplicação de boas práticas na produção, evitando impactos

60 60 ambientais. O desenvolvimento em escala da suinocultura e bovinocultura contribui para a produção de resíduos, que necessitam ser manejados e distribuídos de forma correta. Na atividade da suinocultura as informações técnicas disponibilizadas aos produtores pela empresa integradora assumem papel relevante, pois a execução de forma eficiente das metas exigidas contribui para o alcance de bons resultados e contribuem para a diminuição dos problemas ambientais. O volume de dejetos gerados na atividade da suinocultura é determinado em função do tamanho do rebanho e das práticas de manejo da propriedade. Pode-se citar, como exemplo, os desperdícios oriundos do bebedouro e a quantidade de água utilizada na limpeza das baias e animais tem grande influência sobre o volume dos dejetos. Outra prática, que necessita de eficiência é o adequado armazenamento dos dejetos, as esterqueiras devem ser dimensionadas de maneira correta, considerando seu volume e construídas para evitar riscos de poluição. Além da análise destes dejetos e de solo quando aplicados nas lavouras, para garantir segurança e benefício agrícola. Percebe-se a importância das práticas utilizadas nas propriedades, assim os critérios avaliados em cada indicador e apresentados na pesquisa, servirão para demonstrar a situação das propriedades rurais no município de Três Passos-RS, bem como as leis e regulações, que necessitam ser seguidas e condicionam as atividades da Suinocultura e Bovinocultura Principais Leis e Regulações existentes no Brasil que condicionam a atividade da Suinocultura e Bovinocultura de Leite Para que as atividades da suinocultura e bovinocultura de leite sejam conduzidas de maneira sustentável é necessário que consigam conciliar produtividade com a conservação do meio ambiente. Para tal é preciso adotar sistemas de segurança que previnam acidentes, atendendo a Legislação Ambiental, que servirá de base para um referencial técnico e legal para o crescimento destas atividades com equilíbrio ambiental, visando qualidade e conservação do meio ambiente. Os critérios técnicos para o licenciamento ambiental de novos empreendimentos, destinados à suinocultura e bovinocultura estão disponíveis no site da FEPAM. Estes visam orientar os procedimentos para o licenciamento ambiental de novos empreendimentos destinados à suinocultura e bovinocultura no Estado do Rio Grande do Sul, através de critérios técnicos para estas atividades.

61 61 Conforme informações fornecidas pela Secretaria Municipal de Meio ambiente (2015) deste município, as atividades da suinocultura e bovinocultura necessitam de licenciamento ambiental. O Licenciamento é um procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental autoriza a localização, instalação, ampliação e operação de empreendimentos e atividades que utilizam de recursos ambientais, consideradas poluidoras ou que possam causar degradação ambiental. São necessárias três tipos de licenças: Licença Prévia (LP) - é a licença que deve ser solicitada na fase de planejamento da implantação, alteração ou ampliação do empreendimento. Ela aprova a viabilidade ambiental do empreendimento. Licença de Instalação (LI) - licença que aprova os projetos. È a licença que autoriza o início da obra. Licença de Operação (LO) - licença que autoriza o início do funcionamento da obra, é concedida depois de atendidas as condições na Licença de Instalação. Segundo os critérios técnicos da Fepam, os objetivos da utilização adequada dos resíduos em solos agrícolas é evitar a poluição de mananciais hídricos, aproveitamento do potencial dos resíduos como fertilizantes após o tratamento, evitar a contaminação da cadeia alimentar, proporcionar a conservação do solo, minimizar a poluição do ar e garantir o bem estar do empreendedor e vizinhança. Devem também ser considerados aspectos locacionais das áreas de criação de suínos e bovinos e de aplicação de dejetos. Na seleção das áreas para implantação de empreendimentos destinados à atividade da suinocultura e bovinocultura deverão ser consideradas, as legislações referentes a Unidades de Conservação (UCs), Áreas de Preservação Ambiental (APAs), Áreas de Relevante Interesse Ecológico (ARIEs) e a Reserva de Mata Atlântica e Áreas de Preservação Permanente (APPs). 1 As áreas de criação de aplicação de resíduos devem ser de uso rural e devem estar em conformidade com as diretrizes de zoneamento do município, definidas pelas suas respectivas leis (Plano Diretor/Lei de Direterizes Urbanas) e pelo Código Sanitário Lei Nº 6.503/72 e Decreto Estadual Nº /74. 2 As áreas de criação devem se situar a uma distância mínima de corpos hídricos, o lençol freático deve estar no mínimo a 1,5m de profundidade.

62 62 3 As áreas de criação deverão situar-se a uma distância mínima de 300 metros de núcleos populacionais e 50 metros das frentes de estradas para a atividade da suinocultura e 20 metros das frentes de estradas para a atividade da bovinocultura de leite. Em relação às características da área de criação, todos os empreendimentos que utilizam manejo de dejetos devem ter estruturas de armazenagem (esterqueiras) impermeabilizadas e com capacidade compatível com o volume de dejetos gerado, de acordo com o número de animais. Devem ser mantidas as condições de higiene das instalações para a criação, evitando a proliferação de vetores, através de limpeza periódica. Referente a área de aplicação de dejetos, os solos devem ter boa drenagem interna e não ser sujeitos à inundações periódicas, usar técnicas de terraceamento, plantio direto, plantio em curvas de nível, coberturas de vegetação e demais práticas de conservação de solo. Estes critérios foram fundamentados nos seguintes documentos de referência: - Lei /2012 (alterada pela Lei /2012 Código Florestal Federal; - Decreto Federal 7.830/2012; -Lei 9.605/1998 (Lei de Crimes Ambientais); - Lei 9.985/2000 (Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC, critérios e normas para a criação, implantação e gestão das unidades de conservação, as relacionadas a Áreas de Preservação Ambiental - APA, Áreas de Relevante Interesse Ecológico ARIE, Reservas Particulares de Patrimônio Natural RPPN); - Resoluções CONAMA 302 e 303/2002 (Áreas de Preservação Permanente-APPs); - Resolução CONAMA 10/1998 (Mata Atlântica); - Resolução CONAMA 12/1998 (Mata Atlântica); - Lei /2000 (Código Estadual do Meio Ambiente); - Lei 9.519/1992 (Código Florestal Estadual); - Lei 6.503/1972 (Código Sanitário Estadual); - Planos diretores ou zoneamento municipais. Demais critérios técnicos para o licenciamento ambiental de novos empreendimentos destinados à Suinocultura e Bovinocultura encontram-se, respectivamente no Anexo 1 e 2.

63 Indicadores de desempenho nas dimensões Social e Ambiental para as atividades de Suinocultura e Bovinocultura no município de Três Passos-RS A partir da tabulação dos dados e valoração dos resultados chegou-se ao valor dos indicadores nas atividades desempenhadas na dimensão social, como apresentado no quadro7: Quadro 7 - Desempenho dos Indicadores Sociais nas atividades de Suinocultura e Bovinocultura Indicadores Sociais Suinocultores (média) Bovinocultores (média) Ambas (média) 1 Mão de obra 0,48 2,01 0,35 2 Qualidade de vida 2,62 2,28 2,60 3 Participação social 2,47 2,33 2,25 4 Escolaridade 2,44 2 2,84 5 Segurança 2 1,75 1,76 6 Sucessão 2,75 2,40 2,92 7 Jornada Trabalhista 1,80 1,68 1,50 8 Desenvolvimento Regional 2,88 2,5 2,63 9 Qualificação de mão de obra 1,77 1,78 1,68 10 Higiene e sanidade 2,73 2,74 2,71 Total Indicadores Sociais 21,94 21,47 21,24 Fonte: Dados da pesquisa de campo (2015) Higiene e Sanidade Qualificação da MO Desenv. Regional Legislação trabalhista Sucessão Segurança Escolaridade Ambas Bovinocultura Suinocultura Participação Social Qualidade de Vida Mão de Obra 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Gráfico 1 - Gráfico de desempenho dos Indicadores Sociais Fonte: Dados da pesquisa de campo (2015)

64 64 Dentre os critérios avaliados na dimensão social, o indicador de desempenho que demonstrou valor menor que 1 e considerado em situação crítica foi mão de obra (0,48) nas propriedades que desempenham apenas a atividade da suinocultura e (0,35) nas propriedades que desenvolvem ambas as atividades. As atividades da suinocultura e bovinocultura desenvolvem grande papel social, pois envolvem a mão de obra familiar, gerando emprego em todas as propriedades. Na atividade da suinocultura o sistema de produção é realizado de forma integrada com a indústria, sendo ela responsável pelo fornecimento de animais, rações, medicamentos e assistência técnica, já o bom desempenho na prestação destes serviços depende do produtor, que é responsável pelo manejo dos animais e o alcance das metas projetadas pela empresa integradora. Maior desempenho determina maior ganho econômico para o produtor e permitem melhor aproveitamento da mão de obra em outras atividades efetuadas na propriedade. Considerando a construção deste indicador em que um produtor rural maneje em 8 horas de trabalho diário 900 animais (Allegretti, 2013), as horas dedicadas à atividade e o número de animais na propriedade, atribui-se a este indicador valor médio de 0,48, classificando-o como indicador em desequilíbrio, apontando para a forma de realização dos serviços, seja por ineficiência da mão de obra ou por falta de automação de alguns processos de rotina. Nos relatos feitos pelos produtores rurais durante a aplicação dos questionários, observou-se que para esta atividade requer-se uma dedicação de tempo muito grande para os animais manejados. Percebendo-se a necessidade de planejamento na distribuição dos serviços, qualificação da mão de obra e implementação de processos de automação (tecnologia) disponíveis no setor, como por exemplo, a forma de destinar rações aos cochos dos animais, que demanda tempo e eficiência. Estas ações podem contribuir para a melhoria da distribuição do tempo no uso da mão de obra. Na atividade da bovinocultura a forma de produção é autônoma, onde o produtor rural faz a aquisição de animais, insumos e recebe pouca assistência técnica, mas é responsável em fornecer produto de qualidade às empresas recolhedoras de leite. Nas propriedades que desempenham ambas as atividades o valor médio para este indicador foi de (0,35), considerando que um trabalhador rural maneje 60 vacas em lactação de forma eficiente em 8 horas de trabalho diária, as horas dedicadas à atividade e o número de animais na propriedade. Sendo necessário maior planejamento do tempo, pois existem mais serviços a serem desempenhadas.

65 65 Vale destacar a importância da aquisição de tecnologias que auxiliem no manejo da produção, pois nas propriedades que desempenham apenas a atividade da bovinocultura os processos para ordenha são todos mecanizados, diminuindo o tempo de trabalho do produtor, ficando a média para este indicador em (2,01) e atingindo classificação em equilíbrio. Analisou-se que outro indicador que se apresenta em situação crítica é o da segurança. Segundo recomendações e exigências do Ministério do Trabalho, é necessário que o produtor rural utilize equipamentos de proteção individual (EPI), constituídos por botas de borracha, luvas de borracha, máscara de desinfecção, roupas impermeáveis e tampões auriculares, para que possam garantir condições adequadas de trabalho para as pessoas envolvidas, Amaral (2006) apud Allegretti (2013). Existe pouca preocupação entre os produtores rurais em relação a este indicador, pelo fato da mão de obra ser praticamente familiar, ele se torna de pouca importância com índice de 1,75 nas propriedades que praticam somente a atividade da bovinocultura de leite e (1,76) nas propriedades que praticam ambas as atividades. Sendo que na atividade da suinocultura ele se apresenta com índice (2). Apenas uma propriedade, das 30 analisadas, disponibiliza estes materiais aos envolvidos nas atividades recebendo valor 3 (em equilíbrio). Um ponto a ser observado neste indicador, que poderia ajudar na melhoria dos índices é a qualificação da mão de obra, que recebeu valor médio de (1,77) na atividade da suinocultura, (1,78) nas propriedades que desempenham a bovinocultura e (1,68) nas propriedades com ambas as atividades. Isto se deve em consequência da não realização de cursos de qualificação, a pouca frequência em que realizam algum treinamento deixa este índice em busca de equilíbrio. Sendo que este indicador está relacionado ao grau de escolaridade do produtor rural que, segundo Allegretti (2013), a educação é imprescindível para a produtividade de cada individuo, sendo importante para a melhoria das aptidões e capacidade do trabalhador. A partir do nível de escolaridade do produtor rural percebe-se a capacidade de absorção das informações técnicas que lhe são transmitidas, como por exemplo, o uso de EPI. Outro indicador crítico encontrado nesta dimensão foi a Legislação Trabalhista. Conforme exigências estabelecidas pela CLT, o trabalhador rural deve ser registrado, receber horas extras, adicionais de insalubridade e periculosidade (ALLEGRETTI, 2013). Todos os produtores contribuem junto à previdência somente por meio de arrecadação sobre a produção rural comercializada. Porém, não destacam métodos de controle das horas extras de trabalho dos funcionários familiares e não registram insalubridade. Assim, os valores médios para este

66 66 indicador na atividade da suinocultura, bovinocultura e ambas as atividades é respectivamente, (1,80), (1,68) e (1,50), sendo classificados em busca de equilíbrio. Dentre os indicadores avaliados na dimensão social, alguns foram classificados como em equilíbrio : qualidade de vida, participação social, sucessão, desenvolvimento regional e higiene e sanidade. Ao analisar qualidade de vida, o valor médio atribuído a este indicador nas propriedades que desenvolvem apenas a atividade da suinocultura foi de (2,62), na atividade da bovinocultura (2,28), e naquelas que desempenham ambas as atividades, (2,25). Os produtores rurais consideram aspectos como acesso à saúde pública básica e odontológica, acesso à lazer e disponibilidade de sistema de comunicação, como telefone e internet. Apenas o acesso a sistema de transporte público é considerado deficitário, pois nas áreas rurais não é mais disponibilizado, sendo que 70% dos entrevistados não possuem acesso ao mesmo. Mesmo assim, 96,66% dos produtores rurais consideram satisfatória sua qualidade de vida no meio rural, somente um destacou a falta de lazer no meio rural e que não se sente satisfeito, pois sente falta de valorização do setor pelos órgãos governamentais. Em relação à participação social dos produtores em entidades do setor, todos participam de alguma entidade, onde pode se destacar o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Associações comunitárias rurais, Clube de mães e cooperativas como Cotricampo, Sicredi e Cresol. Participam também de eventos e atividades sociais no município como clubes, feiras e palestras. Somente a participação em entidades fora do setor não acontece. Dessa forma, este indicador recebeu índice de (2,47) na atividade da suinocultura, (2,33) na atividade da bovinocultura e (2,25) em propriedades com ambas as atividades. O indicador desenvolvimento regional buscou avaliar a maneira como as atividades da suinocultura e bovinocultura interferem no desenvolvimento econômico do município através da comercialização da produção e compra de insumos. Comprovou-se que a compra de insumos e compras gerais para a propriedade acontece no comércio local do próprio município, como agropecuárias e cooperativas. A venda da produção de suínos é comercializada para a empresa JBS Foods, que possui sua indústria localizada no município de Três Passos-RS, já a produção de leite destina-se 100% para outros municípios como Esperança do Sul-RS e Palmeira das Missões-RS. Quanto à necessidade de buscar mão de obra ou trabalho eventual para a propriedade, este é adquirido junto aos vizinhos.

67 67 Os indicadores desenvolvimento regional e sucessão possuem ampla relação. A importância da continuidade econômica destas atividades relacionadas ao seguimento cultural, são considerados indispensáveis para a manutenção da renda e identidade cultural. Existe a necessidade dos produtores serem estimulados a permanecer e reinvestir na atividade, a sucessão demonstra a intenção de algum membro da família em dar continuidade às atividades. O valor médio para sucessão familiar na atividade da suinocultura (2,75), na atividade da bovinocultura (2,40) e em propriedades que praticam ambas as atividades (2,92), classificando-se como em equilíbrio. Segundo a pesquisa, os produtores rurais declaram ter histórico familiar vinculado às atividades desempenhadas, seja por herança familiar, sendo que muitos trabalham a vida toda neste setor. Verificou-se que em 70% das propriedades rurais, o proprietário possui filhos que demonstram ter interesse e tem estimativa em dar continuidade as atividades. O ponto crítico está nas propriedades que desenvolvem apenas a atividade da bovinocultura de leite, onde 75% não possuem filhos com interesse em dar continuidade nestas práticas, ou seja, das 08 propriedades às quais foi aplicado questionário, 06 não possuem sucessão. Isso deve-se ao fato que ao exercer apenas esta atividade, ela se torna pouco rentável, não servindo de estimulo para que os filhos queiram permanecer. O valor total da dimensão social para as propriedades que desempenham apenas atividade da suinocultura totalizou (21,94), para a atividade da bovinocultura de leite somou (21,47) e para ambas as atividades gerou (21,24), que lhe atribui faixa de em equilíbrio. Porém é preciso observar que estes valores estão próximos ao valor mínimo para esta faixa, sendo que muitas ações precisam ser desempenhadas a partir de cada indicador. Dimensão Ambiental A partir da tabulação dos dados e valoração dos resultados chegou-se ao valor dos indicadores nas respectivas atividades desempenhadas na dimensão ambiental, como apresenta-se no quadro 8:

68 68 Quadro 8 - Desempenho dos Indicadores Ambientais nas atividades de Suinocultura e Bovinocultura Indicadores Ambientais Suinocultores (média) Bovinocultores (média) Ambas (média) 1 Licenciamento 3 1, Tratamento de dejetos 2,91 1,52 1,82 3 Destinação de dejetos 2,88 1,25 1,91 4 Bem estar animal 3 2,12 2,46 5 Água e energia 2,86 2,28 2,78 6 Limpeza e instalações Embalagens e materiais de 2,96 2,91 2,79 saúde 8 Vetores e Roedores 3 2, Manejo do Solo 2,66 2,62 2,92 10 Análise de solo 2,47 1,82 2,04 Total Indicadores Ambientais 28,74 21,02 24,72 Fonte: Dados da pesquisa (2015) Análise de Solo Manejo de Solo Vetores e Roedores Embala. e Mat. De Saúde Limpeza e Instalações Água e Energia Bem Estar Animal Ambas atividades Bovinocultura Suinocultura Destinação de Dejetos Tratamento de Dejetos Licenciamento 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 Gráfico 2 - Gráfico de desempenho dos Indicadores Ambientais Fonte: Dados da pesquisa (2015) Dentre os indicadores ambientais analisados, atenta-se para aspectos de extrema importância para a preservação do meio ambiente que encontram-se em situação de busca de equilíbrio como, a falta de licenciamento para exercer atividade da bovinocultura (1,25), tratamento de dejetos (1,52) e o inadequado destino dos dejetos (1,25), seguido da falta de

69 69 análises de solo (1,82) nesta atividade. O fato de ter licenciamento para a atividade da suinocultura a classifica como em equilíbrio nestes indicadores, pois as informações técnicas contribuem para o alcance de metas solicitadas e melhores resultados. Em entrevista, a Bióloga responsável em verificar e liberar as propriedades rurais para exercer estas atividades no município de Três Passos-RS, refere que a atividade da Suinocultura no município, basicamente toda ela é integrada a empresas em terminação ou produção de leitões, cujo processo produtivo dá-se conforme as exigências do mercado e em conformidade às leis ambientais. Já a bovinocultura de leite está presente na grande maioria das propriedades rurais, garantido a subsistência de muitas famílias, o nível de preocupação e cuidado com as questões ainda precisa ser construído e ampliado, pois as empresas compradoras de leite, na maioria, não dão assistência técnica ao produtor. Verificou-se que todas as propriedades pesquisadas que desenvolvem a atividade da suinocultura possuem licenciamento ambiental, contendo Licença de operação, atribuindo a este indicador valor máximo (3). Dentre as 08 propriedades pesquisadas, que desenvolvem a atividade da bovinocultura de leite, apenas uma apresenta Licença para Operar, sendo que 87,5% das propriedades pesquisadas não possuem licenciamento ambiental, deixando este indicador em situação crítica (1,25). O indicador tratamento de dejetos apresenta valor médio (2,91), na atividade da suinocultura, estando portanto, em equilíbrio. Todas as propriedades possuem no mínimo uma esterqueira, os produtores conhecem sua capacidade de armazenagem, as mesmas são revestidas com material impermeabilizado, conforme exigências dos órgãos reguladores, porém não são cobertas. Já para a atividade da bovinocultura, este indicador revela valor médio (1,52), pois apenas uma propriedade possui esterqueira com revestimento exigido, sendo que as demais não possuem o revestimento adequado, sendo construídas com tijolos, ou os dejetos depositados em valas sem nenhuma proteção. Também desconhecem sua capacidade de armazenagem. Para a correta destinação destes dejetos, o presidente da Assuipassos, órgão que representa os produtores suinocultores no município de Três Passos-RS, revela que todos os produtores suinocultores possuem esterqueiras para o armazenamento dos dejetos e a maioria conta com a bovinocultura associada, quando os dejetos tornam-se aliados para baratear os custos das pastagens. Considera também, a importância dos produtores considerar o tempo de armazenagem dos dejetos até sua total fermentação e o uso de biodigestores para capturar o

70 70 gás metano com instalação de geradores para a produção de energia, tornando as empresas mais autossuficientes. Para este indicador encontra-se em equilíbrio a atividade da suinocultura (2,88), através do IAD (Índice Ambiental de Dejetos), que confronta número de animais manejados, produção de dejetos em litros, TRH -Tempo de Retenção Hidráulica correta e capacidade total das esterqueiras. Percebeu-se que os suinocultores possuem esterqueiras com capacidade suficiente, respeitando o TRH de 144 dias, conforme exigências da FEPAM. O destino dos dejetos são as lavouras que possuem áreas agrícolas para sua aplicação. Porém, percebem-se incertezas quanto a análise periódica de solo e dejetos para determinar o volume a ser aplicado, apenas 66,6% fazem análise de solo. E 55,5% revelam quantidades aplicadas nas lavouras, informando aplicações de duas a três vezes ao ano. Sendo que 44,4% não revelam quantidades distribuídas no solo, dizendo aplicar conforme cultura plantada e não medem quantidades aplicadas. Os produtores que desenvolvem a atividade da bovinocultura não possuem esterqueiras dimensionadas com as características necessárias, deixando o indicador apenas em (1,25), o que pode ser ocasionado devido à falta de licenciamento, não é possível calcular este índice, pois é desconhecida a capacidade das esterqueiras. Consegue-se apenas calcular a quantidade de dejetos produzidos, sendo que 75% não realizam análise de solo para determinar o volume de dejetos a ser aplicado. Assim, aplicam de forma desordenada toda quantidade de dejetos produzida, tentando deixar ao máximo os dejetos nas esterqueiras que possuem. Apenas a propriedade com licenciamento ambiental recebeu valor (3) para este indicador. Conforme o extensionista rural, da Emater, na bovinocultura essa preocupação ainda é muito pequena, porém necessária. Segundo a Bióloga responsável por verificar os licenciamentos, muitos produtores tem consciência de estabilização do dejeto antes da aplicação como biofertilisantes, assim como, respeitam a recomendação agronômica em relação à quantidade aplicada, necessidade de cultura e tipo de solo. Porém, no trabalho à campo, percebe-se que muitos ignoram as informações técnicas e aplicam dejetos constantemente, numa carga superior a tolerada pelo solo e capacidade de assimilação das culturas, provocando contaminação das águas e do solo. Pode-se perceber que as informações da Bióloga estão relacionadas com o percebido nos resultados. Dentre os demais indicadores avaliados na dimensão ambiental, alguns critérios receberam pontuação máxima, ou seja, em equilíbrio, como os indicadores bem estar animal

71 71 que recebeu índice (3) e vetores e roedores, que também recebeu índice (3) para atividade da suinocultura. Limpeza e instalações, recebeu (3) para ambas as atividades. Os demais indicadores também receberam destaque positivo como água e energia, ficando com índice (2,86) para suinocultura, para bovinocultura obteve índice (2,28) e para ambas as atividades, totalizou (2,78). O indicador embalagens e material de saúde para suinocultura obteve índice (2,96), para bovinocultura (2,91) e para ambas as atividades (2,79). Manejo de solo (2,66), (2,62) e (2,04), respectivamente paras atividades da suinocultura, bovinocultura e ambas as atividades. Todos estes indicadores possuem relação com as informações técnicas recebidas pela empresa integradora, e cabe ao produtor rural adequá-las ao manejo de forma eficiente, trazendo bons resultados para a produção. O valor total da dimensão ambiental para as propriedades que desempenham apenas atividade da suinocultura obteve índice total de (28,74), para a atividade da bovinocultura de leite ficou em (21,02) e para ambas as atividades totalizou (24,72), que lhe atribui faixa de em equilíbrio. Porém é preciso observar que alguns valores estão próximos ao valor mínimo da faixa, principalmente para a atividade da bovinocultura, sendo que muitas ações precisam ser desempenhadas a partir de cada indicador Ações que possam contribuir para as práticas sustentáveis nas atividades de Suinocultura e Bovinocultura A partir da análise e interpretação dos indicadores apresentados no estudo, são necessárias atitudes de educação ambiental de maior intensidade, para aqueles produtores envolvidos diretamente na execução das atividades. Como cursos e treinamentos, principalmente relacionados aos indicadores mais críticos. Conscientizando da importância das ações que visam melhoria da qualidade de vida nas áreas rurais, beneficiando produtores envolvidos e toda a família. O meio ambiente equilibrado é um direito de todos, às leis ambientais precisam ser exigidas, seja na liberação de financiamentos bancários, servindo de critérios de liberação, e na renovação dos licenciamentos existentes. A busca e adequação aos licenciamentos para desenvolver a atividade da bovinocultura são necessários para o crescimento da produção, permitindo proteção ao meio ambiente. É preciso adequar o modo de armazenar os dejetos desta atividade, instalando esterqueiras dimensionadas às capacidades de dejetos produzidas, conforme às exigências dos

72 72 órgãos fiscalizadores, e da mesma forma incentivar o Tempo de Retenção Hidráulico TRH, para não poluir o solo e recursos hídricos. Faz-se necessário também, à exigência na realização de análises de solo e dejetos periódicas, contribuindo para uma aplicação equilibrada nas lavouras. Para não protelar as adequações, os produtores precisam organizar as informações à seu favor, criar métodos de registros e organização, do tempo de aplicação e respectivas quantidades necessárias. Em relação à mão de obra, deve ocorrer planejamento da distribuição de serviços, qualificação de mão de obra e implementação de processos de automação, com tecnologias disponíveis, que possam contribuir para a melhoria da distribuição do tempo no uso da mão de obra. Existe a necessidade dos produtores serem estimulados a permanecer e reinvestir na atividade, dando continuidade e garantido a sucessão familiar. Dessa forma, várias são as iniciativas que devem ser tomadas para que essas atividades se desenvolvam sem agredir o meio ambiente, respeitando todos os envolvidos, através de programas de monitoramento constantes, aplicação da legislação ambiental, incentivos comerciais para todos os produtores comprometidos com uma produção ambientalmente correta e implantação de programa de boas práticas de produção.

73 CONSIDERAÇÕES FINAIS Buscou-se avaliar a sustentabilidade ambiental nas propriedades rurais, através de indicadores de desempenho nas dimensões sociais e ambientais. Os quais revelaram que o município de Três Passos-RS, encontra-se na situação em equilíbrio nas duas dimensões avaliadas. A análise de cada indicador separadamente apontou vários pontos críticos, os quais precisam de ações e medidas para melhoraria de seu desempenho. Os impactos ambientais, provocados no decorrer dos últimos anos pelo desenvolvimento das atividades agropecuárias, dentre eles a suinocultura e bovinocultura de leite, são motivos de preocupações. Consequências sociais e ambientais são percebidas nas propriedades rurais pesquisadas, que necessitam de intervenções institucionais, tanto do setor público como das empresas envolvidas e produtores rurais, para que estas atividades possam continuar seu desenvolvimento, permitindo crescimento econômico, social e ambiental. Buscando cumprir o primeiro objetivo específico da pesquisa, através do desempenho dos indicadores sociais e ambientais, pode-se constatar como acontecem as práticas desenvolvidas nas propriedades rurais que desenvolvem as atividades de suinocultura e bovinocultura. Dessa forma, na dimensão social a questão da mão de obra encontra-se em desiquilíbrio, necessitando de medidas e ações de melhoria nas práticas e a busca da sustentabilidade social. Na dimensão ambiental, os indicadores licenciamento ambiental, para a atividade da bovinocultura de leite, além de tratamento de dejetos, destino de dejetos e análise de solo, em ambas as atividades também merecem atenção especial pelo produtor rural, pois influenciam de forma negativa o equilíbrio ambiental das propriedades rurais. O produtor precisa adquirir atitudes para implementar medidas e práticas de preservação. Além do apoio das empresas envolvidas, que contribuem com informações técnicas. Nesse sentido, a importância de cumprir as leis e regulações, que condicionam as atividades da Suinocultura e Bovinocultura, contribuem para a execução de atividades menos poluidoras. O Desenvolvimento Sustentável só acontece se o desenvolvimento social e econômico estiver em harmonia com o meio ambiente. Produtores rurais, empresas integradoras e órgãos responsáveis em monitorar estas atividades, precisam entender que produzir com sustentabilidade é bom para todos os envolvidos.

74 REFERÊNCIAS ALLEGRETTI, Gabriela. Integração das dimensões Social, Ambiental e Econômica na terminação de suínos: construção de indicadores de desempenho e validação em um município do Rio Grande do Sul. Porto Alegre; ALTIERI,M.A. Agroecologia: as bases científicas para a agricultura sustentável. Rio de Janeiro: AS-PTA, Anais... Concórdia: EMBRAPA, CNPSA. 92 p BARBOSA, George Uso de biodigestores em propriedades rurais: uma alternativa à sustentabilidade ambiental,2011. BELLI FILHO, P. Tecnologias ambientais para o desenvolvimento sustentável da Suinocultura no sul do Brasil. In: Workshop sobre dejetos de suínos, Concórdia. BURSZTYN, Maria Augusta; BURSZTYN Marcel. Fundamentos de política e gestão ambiental: os caminhos do desenvolvimento sustentável. Rio de Janeiro: Garamond, CASTRO, M.R.R. Avaliação de impactos ambientais causados pela criação de suínos. Anais do IX Congresso de Ecologia do Brasil. São Lourenço, CLARO, P.B.O.; CLARO, D.P. Desenvolvimento de indicadores para monitoramento da sustentabilidade: o caso do café orgânico. Revista de Administração, São Paulo, v.39, n.1, p , DIESEL, R.; MIRANDA, R.C.; PERDOMO, C.C.; Coletânea de tecnologias sobre dejetos suínos Boletim Informativo de Pesquisa Embrapa Suínos e Aves e Extensão EMATER/RS, Articulação da Embrapa Suínos e Aves com a Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural EMATER/RS, Coor Roberto Diesel. EMATER:2002. EMBRAPA. Disponível em: < - Acessado em 23/04/2015. FEPAM. Licenciamento Ambiental para a Suinocultura e Bovinocultura. Disponível em: Acesso em: novembro FERREIRA, H.; CASSIOLATO, M.; GONZALES, R. Uma experiência de desenvolvimento metodológico para a avaliação de programas: o modelo lógico do programa segundo tempo. Rio de Janeiro, IPEA, 2009.

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77 APÊNDICES Apêndice A Questionário Indicadores de Desempenho na Suinocultura e Bovinocultura no Município de Três Passos - RS: I - Caracterização: 1) Tamanho propriedade (hec): 2) Tipo de atividades desenvolvidas na propriedade: ( ) Suinocultura; ( ) Bovinocultura de Leite. Outros:... 3) Número de Animais por atividade:... 4) Situação: Integrado ( ) Particular ( ) 5) Empresa que entrega a produção: 6) Tempo na atividade: 7) Participa da Associação de Suinocultores de Três Passos? Sim ( ) Não ( ) 8) Quando iniciou na atividade houve elaboração de projeto? Sim ( ) Não ( ) 9) Quem foi o responsável pelo projeto? II Indicadores Sociais 1) Mão de obra: Qual o tipo de Mão de obra da propriedade? 1.1) Qual o número de funcionários familiares? Horas diárias dedicadas à atividade? 1.2) Regime de contratação? Permanente ou temporário? 2) Qualidade de Vida: Tem acesso a saúde pública básica, odontológica? 2.1) Tem acesso a sistema de transporte público? 2.2) Tem acesso à lazer? 2.3) Considera satisfatória sua qualidade de vida no meio rural? 2.4) Tem acesso à sistema de comunicação? 3) Participação Social: Participa de entidade do setor? (Associações, cooperativas) ( ) Sim Não ( ) Quais? ) Participa de outras entidades fora do setor? 3.2) Participa de eventos ou atividades sociais no município (feiras, clubes, palestras) 4) Escolaridade: Nível de escolaridade do proprietário e funcionários(familiares) 4.1) Participa ou disponibiliza cursos de especialização para si ou para funcionários? 4.2) Valoriza a qualificação de funcionário? 5) Segurança: São fornecidos materiais de segurança (EPI) para os funcionários? Em que momentos e quais materiais? 6) Sucessão: Há quanto tempo está na atividade? 6.1) Como foi seu primeiro contato com a suinocultura e bovinocultura de leite?

78 78 6.2) Possui filhos que demonstram interesse em dar continuidade na atividade? 6.3) Tem estimativa em continuar a atividade da suinocultura e bovinocultura? 7) Jornada Trabalhista: Como se dá a jornada de trabalho na propriedade? 7.1) São controladas as horas extras de trabalho dos funcionários e estas são pagas aos mesmos? Qual método de controle? 7.2) Paga insalubridade aos funcionários? 7.3) Os funcionários são registrados? 8) Desenvolvimento regional: Onde compra os insumos para a propriedade? 8.1) Onde vende a produção? 8.2) Onde adquire mão de obra para a propriedade (trabalho eventual)? 8.3) Onde efetua as compras gerais da propriedade? 9) Qualificação da mão de obra: Proporciona a seus funcionários cursos de qualificação? Que frequência? 9.1) Busca alternativas dentro da atividade para agregar valor ao produto ou diversificar a produção? 10) Higiene e sanidade: Quais as condições de higiene da propriedade (pedilúvio, desinfecção, vazio sanitário, etc.) 10.1) Possui sistema de saneamento básico na propriedade? 10.2) Possui fossa séptica? 10.3) Qual a distâncias entre as instalações e as residências da propriedade? 10.4) Faz a higienização das caixas de água? Com que frequência? 10.5) Qual a destinação dos resíduos sólidos na propriedade? III Indicadores Ambientais 1) Licenciamento: Possui Licenciamento Ambiental? 1.1) Qual fase do processo se encontra 1.2) Já pleiteou algum licenciamento e lhe foi negado? Por quê? 1.3) Possui área de reserva legal averbada? Mantêm área de preservação permanente? Qual o tamanho da mata ciliar se existir rios ou córregos na propriedade? 2) Tratamento de dejetos: Possui esterqueira na propriedade? Quantas são? Qual sua capacidade? Qual é o revestimento? Elas são cobertas? 2.1) Possui composteira? 2.2) Possui outra tecnologias para tratamento de dejetos como biodigestores? 3) Destinação de Dejetos: Qual é o Destino dos Dejetos dados na propriedade? 3.1) Possui área agrícola para destinação dos dejetos? Qual área? 3.2) Faz análise periódica de solo e do dejeto para determinar o volume a ser aplicado? 3.2) Se faz a distribuição no solo qual a quantidade geralmente aplicada? 4) Bem estar animal 4.1) Qual a área do cocho disponível para o animal? Qual tipo de comedouro? 4.2) Qual a média de animais por baia(animal/m²)? 4.3) Como é sistema de ventilação das instalações?

79 79 5) Água/ Energia 5.1) Qual é a fonte de água para os animais? Qual a situação atual? Cercada ou não? 5.2) A fonte de água é a mesma para humanos e animais? 5.3) Onde está localizada esta fonte em relação às instalações da suinocultura e bovinocultura? 5.4) Qual a fonte de energia da propriedade? 6) Limpeza e instalações: Qual é o método utilizado para a limpeza das instalações? 6.1) Qual a frequência de limpeza? 6.2) Qual a origem da água e qual a destinação da mesma? 6.3) Utiliza produtos químicos, quais? 7) Embalagens e material de saúde: Como se dá o descarte de embalagens? 7.1) Como se dá o descarte de resíduos de saúde? 7.2) Como é feita a lavagem destas embalagens? 7.2) Onde são armazenados após o uso e qual sua destinação? 8) Vetores e roedores: Possui algum programa ou método de controle de vetores ou roedores? 8.1) Quais os vetores mais frequentes da atividade? Sazonalidade? 8.2) Há reclamações de pessoas da comunidade ou da vizinhança, por cauda destes vetores? 9) Manejo de solo: Faz alguma prática de manejo de solo como terraceamento, plantio direto, rotação de culturas? 10) Fiscalização ambiental: Já sofreu alguma fiscalização ambiental ou foi notificado? Em que atividade? 10.1) Qual a sua situação na atualidade? 10.2) Considera importante a preservação do meio ambiente em sua propriedade? Porquê? 11) Assistência Técnica: Possui atendimento técnico nas atividades desempenhadas, que possam auxiliar nas questões ambientais? 11.1) Quem destina o atendimento técnico?

80 80 Apêndice B - Entrevista Indicadores de Desempenho na Suinocultura e Bovinocultura no Município de Três Passos RS Nome do entrevistado: Organização que trabalha e cargo: Como encontra-se a preservação ambiental nas propriedades rurais? Como percebe a preocupação dos produtores rurais em relação aos dejetos produzidos nas atividades da suinocultura e bovinocultura? Eles possuem informações suficientes, ajuda necessária para produzir sem poluir? Como a s boas práticas de manejo dos dejetos, nas atividades desenvolvidas, podem contribuir para um desenvolvimento sustentável nas propriedades rurais do município? Quais sugestões e medidas seriam necessárias para implementar nas propriedades?

81 Anexo A - Critérios para Bovinocultura ANEXOS

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