FLUXO INTERNACIONAL DE BENS E DE CAPITAL DURANTE O 1 NOVÊNIO DO PLANO REAL: UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA NO PERÍODO DE 1994 A 2002.

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "FLUXO INTERNACIONAL DE BENS E DE CAPITAL DURANTE O 1 NOVÊNIO DO PLANO REAL: UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA NO PERÍODO DE 1994 A 2002."

Transcrição

1 FLUXO INTERNACIONAL DE BENS E DE CAPITAL DURANTE O 1 NOVÊNIO DO PLANO REAL: UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA NO PERÍODO DE 1994 A INTERNATIONAL FLOW OF ASSETS AND CAPITAL DURING THE FIRST NINE YEARS OF THE PLANO REAL : AN ECONOMETRIC ANALISYS FROM 1994 TO Resumo Giovani Angelo Soares Pinto 1 O principal objetivo deste artigo é provar que o resultado do fluxo internacional de bens foi consideravelmente similar ao resultado do fluxo internacional de capitais durante o 1 novênio do Plano Real, conforme é anunciado na identidade da conta de renda nacional que define o mesmo resultado da balança comercial para o montante líquido de capital enviado para o exterior em determinado período. Este estudo é baseado em uma metodologia própria que consiste em verificar se os resultados das Exportações Líquidas possuem trajetória compatível com os resultados das diferenças entre as variáveis Poupança (P) e Investimento (I), utilizando-se de técnicas econométricas. Os resultados demonstraram que o objetivo deste estudo foi alcançado. Palavras-chave: Plano Real; Balança Comercial; Fluxo Internacional de Bens e Capital. 1 Graduado e mestre em Economia. Professor da Universidade Estadual de Minas Gerais (Câmpus de Passos). Endereço: Rua Ouro Preto, 382 apt Bairro: Centro. Cidade: Passos, M.G. CEP: giangelosp@hotmail.com Veredas Favip ano 12 volume 9 número

2 Abstract The main objective of this paper is to check if the result of the international flow of assets was substantially similar to the result of the international capital flow during the 1 st nine-year period of the Real Plan, as it is announced on the identity of the account of national income that defines the same result trade balance for the net amount of capital sent abroad at any given time. This study is based on an own methodology that is to verify if the results of Net Exports have consistent trajectory with the results of the differences between the variables Savings (P) and investment (I), using econometric techniques. The results showed that the objective was achieved. Keywords: Real Plan; Balance of Trade; International Flow of Goods and Capital. 1 Introdução O governo FHC representou um marco no cenário político nacional em se tratando da forma de conduzir economicamente o país. O êxito na contenção da inflação por meio do Plano Real, a adoção da valorização cambial e a manutenção de altas taxas de juros; juntamente com a promoção da abertura econômica e o baixo crescimento econômico somado às altas taxas de desemprego foram as principais características desse governo. O Plano Real foi um pacote de medidas adotado em 1994 que pretendia estabilizar a economia brasileira. Segundo Gomes (2014), a criação do Plano Real foi inspirada nos estudos de André Lara Resende e Pérsio Arida (Proposta Larida), publicados em 1984, que demonstrava ser imprescindível a existência simultânea de duas moedas; uma contagiada pela inflação e a outra resguardada e valorizada, na qual ocorresse a mudança gradual de moeda pelos agentes econômicos até a ocasião em que a confiança na nova moeda fosse consolidada. A política cambial teve importante função no processo de estabilização econômica. No momento em que foi implementado o Plano Real até o início de 1995, constatou-se uma considerável valorização cambial e uma abertura econômica mais abrangente, deixando a produção doméstica mais exposta à oferta de bens e serviços de origem estrangeira, o que colaborou para o controle da inflação (SCHWARZBACH, 2008). Em relação à abertura econômica promovida neste período, tal processo foi Veredas Favip ano 12 volume 9 número

3 impulsionado principalmente pelas privatizações e incentivos à captação de recursos oriundos do exterior. Após 1994, ocorreram desvalorizações cambiais graduais que visaram equilibrar as contas externas, que foram prejudicadas pela valorização cambial. No início de 1999, o governo implantou o regime de câmbio flutuante, que depreciou imediatamente a taxa de câmbio, mas que superficialmente foi estabilizada em período posterior. Por fim, com a eleição presidencial de 2002 e suas incertezas, o câmbio sofre uma desvalorização momentânea. O maior choque do regime cambial implantado em 1994 foi sobre as contas externas. A Balança Comercial passou a apresentar resultados deficitários consecutivos, o que dificultou a absorção dos produtos nacionais pelo mercado internacional. Como a Balança de Serviços também obteve resultados deficitários, o governo foi pressionado a criar mecanismos para atrair capitais que financiassem tais déficits. Os mecanismos de atração de capitais foram baseados no aumento das taxas de juros, que causaram forte impacto sobre o Produto Interno Bruto. Porém, esses mesmos mecanismos garantiram um relevante fluxo de financiamento externo que conteve as forças inflacionárias, mesmo após as desvalorizações cambiais ocorridas a partir de É esse o cenário deste estudo sobre a identidade macroeconômica P I = BC que demonstra de forma efetiva a relação entre tais fluxos com a Balança Comercial no período de 1994 a Na segunda seção será apresentada uma abordagem teórica sobre tal identidade macroeconômica. Na terceira seção, a metodologia (baseada em técnicas econométricas) utilizada neste estudo será demonstrada e aplicada. Na quarta seção, serão apresentados os resultados da influência da poupança e do investimento sobre a balança comercial (e se tais resultados são válidos estatisticamente) nesse período. Na quinta seção será analisado se os resultados das variáveis dessa identidade não contrapuseram a realidade do período em questão, e também será investigado de que modo os aspectos das políticas econômicas adotadas nesse período levaram aos resultados encontrados na terceira seção. A sexta seção refere-se às considerações finais deste artigo. Veredas Favip ano 12 volume 9 número

4 2 Abordagem Teórica Para analisar a relação entre o fluxo internacional de capital e a balança comercial, é necessário observar a identidade da conta de renda nacional por meio da poupança e investimento. De acordo com a identidade: Y = C + I + G + BC; Onde, Y: Renda Agregada; C: Consumo Agregado; I: Investimento Agregado; G: Gastos do Governo; BC: Exportações Líquidas (Balança Comercial). Considere Y C G como a poupança nacional P, que é a soma da poupança privada (Y T C) com a poupança pública (T G), sendo T a representação dos tributos. Então, P = I + BC; Tal equação pode ser reescrita como: P I = BC. Esse modo da identidade da conta da renda nacional demonstra que as exportações líquidas (também conhecida como balança comercial) de um país sempre se iguala à diferença entre sua poupança e seu investimento agregado 2. Tal diferença pode ser chamada de fluxo líquido de capital para o exterior. A lógica implícita nessa identidade é a seguinte: Se a balança comercial é superavitária, é porque o país exporta mais que importa. Sendo assim, este país empresta tal superávit para estrangeiros e acumula uma determinada poupança que se torna superior ao seu investimento. No caso da balança comercial ser deficitária, é 2 Tal identidade macroeconômica refere-se a um axioma cujo fundamento teórico está totalmente consolidado nas Ciências Econômicas; e não a uma conjectura defendida por um ou algum grupo de economistas. Veredas Favip ano 12 volume 9 número

5 porque o país importou mais que exportou, e vai tomar empréstimos no exterior para financiar este déficit na forma de investimento, cujo montante será superior à sua poupança (MANKIW, 2011). A base teórica dessa identidade macroeconômica também pode ser encontrada em qualquer livro prestigiado de macroeconomia, como em Blanchard (2007) ou em Dornbusch, Fischer e Startz (2013). 3 - Metodologia A metodologia desta pesquisa possui caráter quantitativo e consiste em testar as seguintes hipóteses: H0: P I = BC; ou seja, as dinâmicas dos fluxos internacionais de bens e de capitais foram similares no 1 novênio do governo FHC. H1: P I BC; ou seja, as dinâmicas dos fluxos internacionais de bens e de capitais não foram similares no 1 novênio do governo FHC. Para realizar tal teste, é necessário regredir as três variáveis da equação em questão e analisar se os resultados dos coeficientes encontrados fazem com que os valores das variáveis se encaixem de acordo com a estrutura da equação. Como a identidade P I = BC possui a forma de uma subtração, a hipótese nula (H0) só será aceita quando as três variáveis se comportarem na regressão da seguinte forma: a variável dependente se comportando como a diferença das outras variáveis, o estimador da variável se comportando como minuendo e sempre sendo igual a 1 (β1 = 1), e o estimador da variável se comportando como subtraendo e sempre sendo igual a -1 (β2 = 1). Mas antes disso, deve-se verificar se há estacionariedade (que será melhor explicada na seção 3.2) entre essas variáveis para que assim tal regressão possa ser realizada. Deve-se também ajustar adequadamente os dados coletados para que eles possam ser utilizados de modo correto Coleta e ajustamento dos dados Todos os dados utilizados neste artigo de maneira integral ou ajustada, foram extraídos do site do Ipeadata. Os dados referentes à Poupança Nacional Bruta foram utilizados da mesma forma como foram coletados, ou seja, sem ajustamento. Veredas Favip ano 12 volume 9 número

6 Os dados referentes ao Investimento Agregado foram ajustados da seguinte forma: foi coletado a taxa anual de investimento a preços correntes, sendo que esta taxa está expressa como parcela do PIB em termos percentuais. Assim foi necessário coletar também o resultado anual do PIB em termos absolutos. Os valores do Investimento Agregado foram obtidos por meio da multiplicação entre as taxa anuais de investimento e os resultados anuais do PIB. A tabela abaixo demonstra claramente tal manipulação: Tabela 1: Taxa de Investimentos, PIB e Investimento Agregado de 1994 a Ano Taxa de Investimentos Investimento Agregado PIB (R$ milhões) Preços correntes (% PIB) (R$ milhões) , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,0258 Fonte: Ipeadata. Em relação aos dados referentes à Balança Comercial, esses dados foram coletados com periodicidade mensal, mas foram tratados de modo que os valores fossem somados e assim transformados em dados anuais. Entretanto, os resultados da Balança Comercial são expressos em dólares no site do Ipeadata, enquanto os valores do PIB e da Poupança Nacional Bruta são expressos em reais. Para resolver este impasse, será utilizada a taxa média anual de câmbio comercial para venda com o intuito de converter em reais os resultados da Balança Comercial (multiplicando os valores desta taxa pelos resultados anuais da Balança Comercial), conforme pode ser verificado na tabela abaixo: Veredas Favip ano 12 volume 9 número

7 Tabela 2: Balança Comercial e Taxa Média de Câmbio de 1994 a Ano Balança Comercial (US$ milhões) Taxa média de câmbio comercial para venda (R$/US$) Balança Comercial (R$ milhões) , , , , , , , , , , , , , , , , , ,9076 Fonte: Ipeadata. A próxima tabela apresenta os dados finais que serão utilizados nas variáveis do modelo econométrico proposto neste artigo. Dessa forma é finalizada a coleta e ajustamento dos dados. Tabela 3: Balança Comercial, Poupança Nacional Bruta e Investimento Agregado de 1994 a 2002 Ano Balança Comercial Poupança Nacional Investimento Agregado (R$ milhões) Bruta (R$ milhões) (R$ milhões) , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , , ,0258 Fonte: Ipeadata Testes para detecção de estacionariedade Como os dados analisados são do tipo série temporal, deve-se examinar se tais dados seguem um processo estocástico estacionário, pois isso é uma condição necessária quando lidamos com esse tipo de dado. Para verificar se as variáveis presentes nesse modelo econométrico são estacionárias foram realizados testes de Veredas Favip ano 12 volume 9 número

8 raiz unitária. A tabela 4 apresenta os resultados do teste Dickey-Fuller Aumentado (GUJARATI, 2000). A hipótese nula de que a série é não estacionária (existe raiz unitária) foi aceita para todas as variáveis do modelo ao nível usual de significância de 10%. Tabela 4: Teste Dickey-Fuller Aumentado (ADF) Variável Defasagens Estatística tau p-valor BC 1 2, P 1 1, ,9989 I 1 0, ,9868 Elaborado pelo autor com a ajuda do software Gretl Equação do teste para todas as variáveis: com constante e sem tendência. Em uma primeira análise, pode se chegar à conclusão de que tais dados não são apropriados para uma análise econométrica pelo fato de serem não estacionários. Mas pode ser que a combinação linear (BCt α β1pt β2it) seja estacionária tornando esses dados propícios para a análise econométrica, ou seja, pode ser que essas variáveis sejam cointegradas. Para verificar essa possibilidade, foi realizado o teste de Engle-Granger Aumentado (GUJARATI, 2000). O resultado da estatística tau foi de -3,04728 e o p-valor foi 0,2229 (este teste foi baseado na regressão por MQO apresentada na seção posterior). A hipótese nula de que tal combinação linear é não estacionária também é aceita ao nível usual de significância de 10%. Porém, é observado que o resultado do p-valor se encontra perto da fronteira do nível de significância de 10%. Considerando que este teste (que é baseado no teste Dickey- Fuller Aumentado) tende a aceitar a hipótese nula quando ela é falsa (GUJARATI, 2000), é aceitável que as variáveis em questão sejam tratadas como cointegradas. Mas para afirmar esta conclusão com mais certeza, é necessário testar mais uma vez a condição de estacionariedade da combinação linear (BCt α β1pt β2it). Dessa forma, foi realizado o teste de Johansen (KIM; MADDALA, 1998) na qual seus resultados são apresentados na tabela abaixo: Veredas Favip ano 12 volume 9 número

9 Tabela 5: Teste de Cointegração pelo Método Johansen Ordem Autovalor Teste traço p-valor Teste λ-max p-valor 0 0, ,691 0, ,099 0, , ,592 0, ,516 0, , ,077 0, ,077 0,0015 Elaborado pelo autor com a ajuda do software Gretl Modelo com constante sem restrições de 3 equações e 1 defasagem. Como pode ser observado, todos os testes traço e dois dos três testes λ-max rejeitaram a hipótese nula de que o menor autovalor é zero ao nível de significância de 1% (em um dos testes λ-max tal hipótese nula é rejeitada ao nível de significância de 10%), ou seja, pode-se afirmar que a hipótese da combinação linear (BCt α β1pt β2it) ser estacionária é aceita com alta significância estatística. Assim, torna-se possível o uso desses dados na análise econométrica proposta neste artigo. 4 - Resultados da Pesquisa Procedimentos, resultados e análise do modelo econométrico Como já foi dito, o objetivo deste artigo é verificar se teoricamente a identidade P I = BC foi aplicada de maneira satisfatória ao caso brasileiro durante o 1 novênio do Plano Real ( ). Para obter tal verificação, será estimado pelo método de mínimos quadrados ordinários (MQO) o seguinte modelo econométrico: BC t = α +β 1 P t +β 2 I t + u t ; Onde, BC t : Balança Comercial no Período t; P t : Poupança Nacional Bruta no Período t; I t : Investimento Agregado no Período t; u t : Resíduo no Período t (Termo de Erro); α: Termo Constante; β 1 e β 2 : Estimadores de seus Respectivos Regressores. Veredas Favip ano 12 volume 9 número

10 Apesar desses dados serem do tipo série temporal, a escolha desse método ocorreu porque o modelo econométrico foi baseado na identidade macroeconômica P I = BC e de acordo com seu embasamento teórico, a variável BC t é explicada apenas por seus regressores S t e I t e não pelos resultados passados de si própria. A tabela abaixo apresenta os resultados e estimativas desse modelo: Tabela 6: Estimativas da Regressão por MQO (Variável Dependente: BC) Coeficiente Erro Padrão razão-t p-valor constante ,7 7315,9-3,5339 0,01231 P 1, , ,3828 0,00169 I -0, , ,4524 0,00432 Média var. dependente 2676,000 D.P. var. dependente 14353,16 Soma resíd. quadrados 2,15e+08 E.P. da regressão 5989,595 R-quadrado 0, R-quadrado ajustado 0, F(2, 6) 19,96997 P-valor(F) 0, Log da verossimilhança -89,22587 Critério de Akaike 184,4517 Critério de Schwarz 185,0434 Critério Hannan-Quinn 183,1749 rô -0, Durbin-Watson 2, Elaborado pelo autor com a ajuda do software Gretl As observações se referem ao período (nº observações = 9). Agora é necessário verificar a validade de tais estimativas. Foi testado pelo método de White (GUJARATI, 2000) se essas estimativas apresentam o problema da heteroscedasticidade (testes como o de Breusch-Pagan-Godfrey não são possíveis de serem utilizados nessa situação porque eles são para grandes amostras, o que não é o caso). O resultado da estatística LM (Qui-quadrado(5)) foi 7,96801 com p-valor igual à 0, A hipótese nula de ausência de heteroscedasticidade foi rejeitada ao nível usual de significância de 10% (apesar desse resultado se encontrar bem perto dessa fronteira dos 10%). De fato, esses estimadores apresentam resquícios de heteroscedasticidade. Para resolver este problema, a estimação dos parâmetros foi realizada pelo método dos mínimos quadrados generalizados (MQG) na qual a heteroscedasticidade é corrigida conforme White (GUJARATI, 2000). A tabela abaixo apresenta os resultados e estimativas desse modelo pelo método MQG: Veredas Favip ano 12 volume 9 número

11 Tabela 7: Estimativas da Regressão por MQG (Variável Dependente: BC) Coeficiente Erro Padrão razão-t p-valor constante ,1 6967,13-3,6787 0,01035 P 1, , ,3896 0,00069 I -0, , ,1769 0,00206 Soma resíd. quadrados 15,81938 E.P. da regressão 1, R-quadrado 0, R-quadrado ajustado 0, F(2, 6) 25,47533 P-valor(F) 0, Log da verossimilhança -15,30850 Critério de Akaike 36,61700 Critério de Schwarz 37,20867 Critério Hannan-Quinn 35,34017 rô -0, Durbin-Watson 2, Elaborado pelo autor com a ajuda do software Gretl As observações se referem ao período (nº observações = 9). As estimativas apresentadas na tabela acima são melhores que as estimativas obtidas na regressão por MQO. Ao analisar informações como os critérios de Schwarz, Akaike e Hannan-Quinn é observado que os valores desses critérios são consideravelmente menores na regressão por MQG em comparação às estimativas obtidas pelo método MQO. O R-quadrado da regressão por MQG é superior ao R- quadrado da regressão por MQO. Também é observado que o p-valor da estatística F da regressão por MQG é praticamente a metade do p-valor da estatística F da regressão por MQO, demonstrando que a regressão por MQG possui nível de significância global bem maior que o nível de significância da regressão por MQO. Nas duas regressões, o termo constante é estatisticamente significante ao nível de significância de 2% (provando que a estrutura do modelo econométrico com termo constante é melhor especificado nesse caso) e os coeficientes β1 e β2 são estatisticamente significantes ao nível de significância de 1%. As estimativas obtidas por MQG foram as eleitas para serem utilizadas neste artigo. Sendo assim, conclui-se que durante o período de 1994 a 2002, um aumento de R$ 1,10 na Poupança Nacional Bruta provocava em média um aumento de R$ 1,00 no resultado da Balança Comercial; e uma redução de R$ 0,73 no Investimento Agregado provocava em média um aumento de R$ 1,00 no resultado da Balança Comercial Testando a aplicação da teoria na prática Veredas Favip ano 12 volume 9 número

12 O teste da aplicação da identidade macroeconômica P I = BC no 1 novênio do Plano Real é o principal objetivo deste artigo. Será provado que tal identidade se aplicou satisfatoriamente à realidade durante o período de 1994 a 2002, se as hipóteses de que β1 = 1 e β2 = 1 forem aceitas como estatisticamente significativas. Caso contrário, tal teoria macroeconômica não se ajustou bem àquela realidade. Eis o teste: Para β 1 Hipótese nula: β 1 = 1. t = (1, )/0, = 0,5989 valor crítico: t 0,05;6 = 1,943 Como t < t 0,05;6 A hipótese nula (β 1 = 1) é aceita. Para β 2 Hipótese nula: β 2 = 1. t = [-0, (-1)]/0, = 1,8826 valor crítico: t 0,05;6 = 1,943 Como t < t 0,05;6 A hipótese nula (β 2 = 1) é aceita. 5 - Discussão O teste realizado na seção anterior demonstrou que β1 = 1 e β2 = 1 ao nível de significância de 5%, ou seja, a hipótese nula (H0) desta pesquisa foi aceita. Isso prova que a teoria que dá embasamento para a identidade macroeconômica P I = BC se aplicou de maneira satisfatória à realidade brasileira durante o período de 1994 a Ao observar os resultados da seção anterior, se chega à conclusão que o impacto positivo da Poupança Nacional Bruta obteve maior influência sobre os déficits da Balança Comercial que o impacto negativo do Investimento Agregado ( 1,10 > -0,73 ). As políticas econômicas implementadas durante o período em questão podem explicar analiticamente tais resultados. Em relação à Poupança Nacional Bruta, é possível verificar que houve expressivos incentivos à captação de poupança externa (que compõe a Poupança Veredas Favip ano 12 volume 9 número

13 Nacional Bruta). As altas taxas de juros e a valorização cambial vigentes no período de 1994 a 2002 proporcionaram ótimos rendimentos aos especuladores estrangeiros, o que promoveu uma grande acumulação de recursos direcionados à poupança externa (CASA, 2008). Considerando que de acordo com a identidade macroeconômica em questão os resultados negativos da Balança Comercial se igualam com a totalidade dos capitais oriundos do mercado internacional em determinado período, a expressiva magnitude de β1 (estimador da Poupança Nacional Bruta) é satisfatoriamente explicada. Em relação ao Investimento Agregado, seu menor impacto sobre a Balança Comercial pode ser explicado pelas baixas taxas de investimento no período de 1994 a As altas taxas de juros adotadas nesse período elevaram os custos de investimento e a severa recessão econômica juntamente com a valorização cambial que marcaram esse novênio extinguiu uma parcela considerável da Demanda Agregada, o que deprimiu a quantidade de investimentos. Outro aspecto deve ser destacado: a legislação regulatória implantada nesse período gerou incerteza nos investidores, contribuindo ainda mais para reduzir a taxa de investimentos. Com esses resultados, fica evidente que a entrada de capitais externos no Brasil durante esse novênio ocorreu devido a intenção dos especuladores de lucrar no mercado financeiro com as altas taxas de juros praticadas internamente, e não com o objetivo de investir diretamente na economia brasileira. 6 - Conclusão Este estudo pretendeu verificar a aplicação da teoria que explica a identidade P I = BC na realidade brasileira durante o período de 1994 a Para isso, foi realizada uma análise econométrica utilizando as três variáveis presentes nessa identidade macroeconômica. Apesar dessas três variáveis representarem individualmente séries temporais não estacionárias, elas demonstraram ser cointegradas; o que viabilizou a conclusão deste estudo. O método de regressão utilizado para determinar os coeficientes da identidade macroeconômica em questão foi o método dos mínimos quadrados generalizados (MQG). Para este estudo, esse método se mostrou mais adequado que o método dos mínimos quadrados ordinários (MQO), pois apresentou melhores estimativas. Os resultados dessa análise econométrica provaram que o resultado do fluxo internacional de bens foi consideravelmente similar ao resultado do fluxo de capitais Veredas Favip ano 12 volume 9 número

14 recebidos do exterior durante o 1 novênio do Plano Real. Isso torna-se evidente com a apresentação dos resultados β1 = 1 e β2 = 1 que, ao serem testados, se mostraram ser estatisticamente significativos. Além disso, foi observado que a Poupança Nacional Bruta influenciou mais a Balança Comercial que o Investimento Agregado no período em questão, demonstrando que os investimentos estrangeiros focaram mais o mercado financeiro e menos o setor produtivo. 7 - Referências Bibliográficas BLANCHARD, O. Macroeconomia. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 4ª ed., CASA, C. A. L. Dívida Interna, Inflação e Desinflação ( ): o Financiamento do Estado Brasileiro sob a Perspectiva da Vulnerabilidade Externa e da Preferência pela Liquidez do Mercado de Títulos Públicos. Finanças Públicas XIII Prêmio Tesouro Nacional, DORNBUSCH, R.; FISCHER, S; STARTZ, F. Macroeconomia. Porto Alegre: McGraw- Hill Education, 11ª ed., GOMES, F. G. 2014: vinte anos do Plano Real. Cadaminuto (portal eletrônico), Maceió, Conferir em GUJARATI, D. N. Econometria Básica. São Paulo: Pearson Makron Books, 3ª ed., IPEADATA. Base de dados. Disponível em: < KIM, I. e MADDALA, G.S., Unit Roots, Cointegration, and Structural Change. Themes in Modern Econometrics. USA: Cambridge University Pres, MANKIW, N. G. Macroeconomia. Rio de Janeiro: Editora LTC, 7ª ed., SCHWARZBACH, E. P. Dívida Pública Interna: Uma Análise Crítica do seu Comportamento no Brasil, após o Plano Real. Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Veredas Favip ano 12 volume 9 número

XI Encontro de Iniciação à Docência

XI Encontro de Iniciação à Docência 4CCSADEMT03 O MODELO IS LM: UMA ABORDAGEM PARA A ECONOMIA BRASILEIRA NO PERÍODO DE 1995 2007 Tatyanna Nadábia de Souza Lima (1), Marcilia Nobre Gadelha (2), Sinézio Fernandes Maia (3) Centro de Ciências

Leia mais

FATORES EXPLICATIVOS DO SALDO DA BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL 1990 A 1997

FATORES EXPLICATIVOS DO SALDO DA BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL 1990 A 1997 Economia e Desenvolvimento, nº 11, março/2000 Artigo Acadêmico FATORES EXPLICATIVOS DO SALDO DA BALANÇA COMERCIAL DO BRASIL 1990 A 1997 Zenir Adornes da Silva * Resumo: Neste artigo, analisa-se a influência

Leia mais

PROJEÇÃO DA TAXA R$/US$ NO MÉDIO PRAZO

PROJEÇÃO DA TAXA R$/US$ NO MÉDIO PRAZO PROJEÇÃO DA TAXA R$/US$ NO MÉDIO PRAZO As projeções da Macrométrica para a evolução da taxa de câmbio R$/US$ nos próximos quatro anos apresentam grande discrepância em relação às projeções levantadas pelo

Leia mais

4 Mecanismo gerador dos dados, quebras estruturais e cointegração

4 Mecanismo gerador dos dados, quebras estruturais e cointegração 4 Mecanismo gerador dos dados, quebras estruturais e cointegração 4.1. Mecanismo gerador de dados Eis alguns fatos destacados na literatura: A teoria da PPC prevê que a taxa de câmbio real deve convergir

Leia mais

MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013

MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013 MODELOS DE REGRESSÃO E DECOMPOSIÇÃO PARA DESCREVER O CONSUMO RESIDENCIAL DE ENERGIA ELÉTRICA NO BRASIL ENTRE 1985 E 2013 Maria José CharfuelanVillarreal Universidade Federal do ABC OBJETIVO Identificar

Leia mais

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc.

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc. ECONOMETRIA Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc. Cap. 10 Multicolinearidade: o que acontece se os regressores são correlacionados? Fonte: GUJARATI; D. N. Econometria Básica: 4ª Edição. Rio de Janeiro.

Leia mais

MODELOS ECONOMÉTRICOS PARA DADOS DE ALTA- FREQUENCIA: TEORIA E APLICAÇÕES

MODELOS ECONOMÉTRICOS PARA DADOS DE ALTA- FREQUENCIA: TEORIA E APLICAÇÕES MODELOS ECONOMÉTRICOS PARA DADOS DE ALTA- FREQUENCIA: TEORIA E APLICAÇÕES Aluno: Thiago Portugal Frotté Orientador: Marcelo Cunha Medeiros Introdução Atualmente a previsão de eventos econômicos está em

Leia mais

Setor Externo: Otimismo Incipiente

Setor Externo: Otimismo Incipiente 7 Setor Externo: Otimismo Incipiente Vera Martins da Silva (*) Apesar do enorme desemprego e nível de atividade ainda com péssimos indicadores há no ar um conjunto de informações e percepções sobre a existência

Leia mais

Gabarito da 1 a Lista de Exercícios de Econometria II

Gabarito da 1 a Lista de Exercícios de Econometria II Gabarito da 1 a Lista de Exercícios de Econometria II Professor: Rogério Silva Mattos Monitor: Delano H. A. Cortez Questão 1 Considerando que o modelo verdadeiro inicialmente seja o seguinte: C = a + 2Y

Leia mais

UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA DO ICMS *

UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA DO ICMS * UMA ANÁLISE ECONOMÉTRICA DO ICMS * Carlos Eduardo S. Marino ** * Trabalho de conclusão da disciplina de Econometria I, ministrada pelos professores Ivan Castelar e Vitor Monteiro, realizada no primeiro

Leia mais

Tabela 1 - Teste de Dickey-Fuller para série log-preço futuro. Teste ADF 0, ,61% Tabela 2 - Teste de Dickey-Fuller para série log-preço à vista

Tabela 1 - Teste de Dickey-Fuller para série log-preço futuro. Teste ADF 0, ,61% Tabela 2 - Teste de Dickey-Fuller para série log-preço à vista 32 5. Resultados 5.1. Séries Log-preço Para verificar se as séries logaritmo neperiano dos preços (log-preço) à vista e futuro e as séries logaritmo neperiano dos retornos (log-retorno) à vista e futuro

Leia mais

Setor Externo: Ajuste Forçado e Retomada da Economia Brasileira

Setor Externo: Ajuste Forçado e Retomada da Economia Brasileira 7 Setor Externo: Ajuste Forçado e Retomada da Economia Brasileira Vera Martins da Silva (*) A economia brasileira está saindo do fundo do poço, mas muito mais lentamente do que o desejado pela grande massa

Leia mais

Cód. Disciplina Período Créditos Carga Horária º 4 Semanal Mensal 4 60 ANÁLISE MACROECONÔMICA I

Cód. Disciplina Período Créditos Carga Horária º 4 Semanal Mensal 4 60 ANÁLISE MACROECONÔMICA I Cód. Disciplina Período Créditos Carga Horária 020022 5º 4 Semanal Mensal 4 60 Nome da Disciplina ANÁLISE MACROECONÔMICA II Curso CIÊNCIAS ECONÔMICAS ANÁLISE MACROECONÔMICA I Modelo keynesiano simplificado.

Leia mais

Para o presente estudo, foram obtidos os dados através das bases de dados Bloomberg e Ipeadata.

Para o presente estudo, foram obtidos os dados através das bases de dados Bloomberg e Ipeadata. 3 Metodologia 3.1. Variáveis analisadas Foram selecionadas algumas variáveis relacionadas ao carry trade do real; esta selação foi baseada nos estudos de Carvalho e Divino (2009) e Nishigaki (2007). As

Leia mais

Flutuações Econômicas no Curto Prazo OA e DA CAPÍTULO 33

Flutuações Econômicas no Curto Prazo OA e DA CAPÍTULO 33 Flutuações Econômicas no Curto Prazo OA e DA CAPÍTULO 33 Segunda Prova Dia 01 de julho (quinta-feira) - 19:00 hs. Dúvidas 01/06 à tarde. Dia 24 e 25 de junho não haverá aula. Prova para os que faltaram

Leia mais

Econometria - Lista 6

Econometria - Lista 6 Econometria - Lista 6 Professores: Hedibert Lopes, Priscila Ribeiro e Sérgio Martins Monitores: Gustavo Amarante e João Marcos Nusdeo Exercício 1 A curva de Phillips desempenha um papel fundamental na

Leia mais

NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA Uma avaliação dos indicadores da economia brasileira em 2007

NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA Uma avaliação dos indicadores da economia brasileira em 2007 NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA Uma avaliação dos indicadores da economia brasileira em 2007 Lucas Lautert Dezordi * Guilherme R. S. Souza e Silva ** Introdução O presente artigo tem

Leia mais

Macroeconomia para executivos de MKT. Lista de questões de múltipla escolha

Macroeconomia para executivos de MKT. Lista de questões de múltipla escolha Macroeconomia para executivos de MKT Lista de questões de múltipla escolha CAP. 3. Ambiente Externo, Cenário Macroeconômico e Mensuração da Atividade Econômica 5.1) A diferença entre Produto Nacional Bruto

Leia mais

CAPÍTULO 18. Abertura dos mercados de bens e dos mercados financeiros. Olivier Blanchard Pearson Education

CAPÍTULO 18. Abertura dos mercados de bens e dos mercados financeiros. Olivier Blanchard Pearson Education Olivier Blanchard Pearson Education Abertura dos mercados de bens e dos mercados financeiros CAPÍTULO 18 Capítulo 18: Abertura dos mercados de Abertura dos mercados de bens e dos mercados financeiros A

Leia mais

Mais de 12 mil séries de tempo relativas às economias brasileira e mundial, selecionadas por sua relevância e que podem ser acessadas de forma

Mais de 12 mil séries de tempo relativas às economias brasileira e mundial, selecionadas por sua relevância e que podem ser acessadas de forma Mais de 12 mil séries de tempo relativas às economias brasileira e mundial, selecionadas por sua relevância e que podem ser acessadas de forma simples e eficiente. Séries diárias, mensais trimestrais e

Leia mais

AULAS 25 E 26 Heteroscedasticidade

AULAS 25 E 26 Heteroscedasticidade 1 AULAS 25 E 26 Heteroscedasticidade Ernesto F. L. Amaral 10 e 15 de junho de 2010 Métodos Quantitativos de Avaliação de Políticas Públicas (DCP 030D) Fonte: Wooldridge, Jeffrey M. Introdução à econometria:

Leia mais

Os benefícios do câmbio desvalorizado para o saldo da Balança Comercial

Os benefícios do câmbio desvalorizado para o saldo da Balança Comercial Os benefícios do câmbio desvalorizado para o saldo da Balança Comercial O superávit na balança comercial brasileira deveu-se mais à diminuição de importações do que ao aumento das exportações Marcelo de

Leia mais

I MACROECONOMIA BÁSICA: AGREGADOS MACROECONÔMICOS,

I MACROECONOMIA BÁSICA: AGREGADOS MACROECONÔMICOS, Sumário Resumido Ordem dos Economistas do Brasil, xiii Apresentação, xv Introdução Teoria Macroeconômica: Evolução e Situação Atual, 1 Parte I MACROECONOMIA BÁSICA: AGREGADOS MACROECONÔMICOS, 17 Apresentação,

Leia mais

Econometria Semestre

Econometria Semestre Econometria Semestre 2010.01 174 174 21.4. PROCESSOS ESTOCÁSTICOS INTEGRADOS O passeio aleatório é apenas um caso particular de uma classe de processos estocásticos conhecidos como processos integrados.

Leia mais

A Metodologia de Box & Jenkins

A Metodologia de Box & Jenkins A Metodologia de Box & Jenins Aula 03 Bueno, 0, Capítulo 3 Enders, 009, Capítulo Morettin e Toloi, 006, Capítulos 6 a 8 A Metodologia Box & Jenins Uma abordagem bastante utilizada para a construção de

Leia mais

Perspectivas para o Saldo da Balança Comercial

Perspectivas para o Saldo da Balança Comercial Perspectivas para o Saldo da Balança Comercial Maio/2008 Sumário: Em sua última reunião, o Banco Central decidiu por começar um novo ciclo de elevação da Taxa Selic, inicialmente de 11,25% para 11,75%,

Leia mais

Fatores Determinantes do

Fatores Determinantes do Fatores Determinantes do Balanço de Pagamentos Abordagem pela Absorção Abordagem pelos Movimentos de Capital Abordagem Monetária http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Contabilidade das relações externas

Leia mais

O mercado de bens em uma economia aberta CAPÍTULO 19. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard

O mercado de bens em uma economia aberta CAPÍTULO 19. Olivier Blanchard Pearson Education Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard O mercado de bens em uma economia aberta Olivier Blanchard Pearson Education CAPÍTULO 19 2006 Pearson Education Macroeconomia, 4/e Olivier Blanchard 19.1 A relação IS numa Agora precisamos saber distinguir

Leia mais

A América Latina e o ajuste estrutural apóso Consenso de Washington

A América Latina e o ajuste estrutural apóso Consenso de Washington A América Latina e o ajuste estrutural apóso Consenso de Washington Resenha Economia e Comércio / Desenvolvimento Jéssica Naime 05 de novembro de 2004 1 A América Latina e o ajuste estrutural após o Consenso

Leia mais

Setor Externo: Panorama Internacional em Transformação

Setor Externo: Panorama Internacional em Transformação 8 análise de conjuntura Setor Externo: Panorama Internacional em Transformação Vera Martins da Silva (*) Dentro de um quadro recessivo, o setor externo continua como um fator de otimismo na economia brasileira.

Leia mais

AULA 11 Heteroscedasticidade

AULA 11 Heteroscedasticidade 1 AULA 11 Heteroscedasticidade Ernesto F. L. Amaral 30 de julho de 2012 Análise de Regressão Linear (MQ 2012) www.ernestoamaral.com/mq12reg.html Fonte: Wooldridge, Jeffrey M. Introdução à econometria:

Leia mais

Paulo Jorge Silveira Ferreira. Princípios de Econometria

Paulo Jorge Silveira Ferreira. Princípios de Econometria Paulo Jorge Silveira Ferreira Princípios de Econometria FICHA TÉCNICA TÍTULO: Princípios de Econometria AUTOR: Paulo Ferreira ISBN: 978-84-9916-654-4 DEPÓSITO LEGAL: M-15833-2010 IDIOMA: Português EDITOR:

Leia mais

O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008

O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008 NIVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA O desempenho dos principais indicadores da economia brasileira em 2008 Guilherme R. S. Souza e Silva * RESUMO - O presente artigo tem o objetivo de apresentar

Leia mais

Uma análise dos principais indicadores da economia brasileira

Uma análise dos principais indicadores da economia brasileira NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA Uma análise dos principais indicadores da economia brasileira Guilherme R. S. Souza e Silva * RESUMO - O presente artigo tem o objetivo de apresentar e

Leia mais

Unidade III ECONOMIA E MERCADO. Prof. Rodrigo Marchesin

Unidade III ECONOMIA E MERCADO. Prof. Rodrigo Marchesin Unidade III ECONOMIA E MERCADO Prof. Rodrigo Marchesin Introdução Macroeconomia: Grandes questões econômicas; Comportamento global do sistema; Análise dos grandes agregados econômicos. Estrutura básica

Leia mais

Resolução da Prova de Matemática Financeira e Estatística do ISS Teresina, aplicada em 28/08/2016.

Resolução da Prova de Matemática Financeira e Estatística do ISS Teresina, aplicada em 28/08/2016. de Matemática Financeira e Estatística do ISS Teresina, aplicada em 8/08/016. 11 - (ISS Teresina 016 / FCC) Joana aplicou todo seu capital, durante 6 meses, em bancos ( e Y). No Banco, ela aplicou 37,5%

Leia mais

Para além da política macroeconômica. Geraldo Biasoto Junior

Para além da política macroeconômica. Geraldo Biasoto Junior Para além da política macroeconômica Geraldo Biasoto Junior Agosto de 2010 Política econômica no Brasil Cisão entre a macro e a microeconomia Taxa de juros = instrumento exclusivo de política econômica

Leia mais

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Departamento de Economia Rua Marquês de São Vicente, Rio de Janeiro Brasil.

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Departamento de Economia Rua Marquês de São Vicente, Rio de Janeiro Brasil. PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Departamento de Economia Rua Marquês de São Vicente, 225 22453-900 - Rio de Janeiro Brasil TEORIA MACROECONÔMICA II P2 19 de outubro de 2006 Professor:

Leia mais

Demanda Brasileira de Importação de Borracha Natural,

Demanda Brasileira de Importação de Borracha Natural, XLV Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural "Conhecimentos para a Agricultura do Futuro" Demanda Brasileira de Importação de Borracha Natural, 1965-2005 Naisy Silva

Leia mais

Sustentabilidade da dívida pública: uma proposta de longo prazo José Luís Oreiro * e Luiz Fernando de Paula **

Sustentabilidade da dívida pública: uma proposta de longo prazo José Luís Oreiro * e Luiz Fernando de Paula ** Sustentabilidade da dívida pública: uma proposta de longo prazo José Luís Oreiro * e Luiz Fernando de Paula ** As escolhas em termos de política econômica se dão em termos de trade-offs, o que significa

Leia mais

Sumário. ) Importações de Bens e de Serviços Não-Fatores (M nf

Sumário. ) Importações de Bens e de Serviços Não-Fatores (M nf Sumário CAPÍTULO 1 BALANÇO DE PAGAMENTOS... 1 1.1 Conceitos Introdutórios... 1 1.1.1 Definição... 1 1.1.2 Meios (formas) Internacionais de Pagamento... 3 1.1.3 Apresentação da Estrutura Antiga do Balanço

Leia mais

4 Base de dados, métricas estatísticas e metodologia

4 Base de dados, métricas estatísticas e metodologia 4 Base de dados, métricas estatísticas e metodologia 4.1. Base de dados Foram coletados dados do boletim estatístico do Ministério da Previdência Social de forma temporal para os meses de dezembro de 2002

Leia mais

O PAPEL DOS SALÁRIOS NA COMPETITIVIDA- DE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS, *

O PAPEL DOS SALÁRIOS NA COMPETITIVIDA- DE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS, * O PAPEL DOS SALÁRIOS NA COMPETITIVIDA- DE DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS, 1965-85* 159 CARLOS HENRIQUE ROCHA ** RESUMO Este estudo investiga empiricamente o papel dos salários nas exportações brasileiras

Leia mais

2 - Representações do Sistema Econômico

2 - Representações do Sistema Econômico 2 - Representações do Sistema Econômico As Ciências Econômicas procuram elaborar modelos que explicam o comportamento da realidade. O modelo econômico é um conjunto de relações (na forma de equações ou

Leia mais

PROGRAMA DA DISCIPLINA. RCC6004 Métodos Quantitativos Avançados SEMESTRE: 1º/2017 QUARTAS-FEIRAS: 08:00-12:00 HORAS

PROGRAMA DA DISCIPLINA. RCC6004 Métodos Quantitativos Avançados SEMESTRE: 1º/2017 QUARTAS-FEIRAS: 08:00-12:00 HORAS PROGRAMA DA DISCIPLINA RCC6004 Métodos Quantitativos Avançados SEMESTRE: 1º/2017 QUARTAS-FEIRAS: 08:00-12:00 HORAS Mestrado em Controladoria e contabilidade Prof. Dr. Marcelo Botelho da Costa Moraes mbotelho@usp.br

Leia mais

Carga Horária: 80 horas (correspondem a aulas e atividades extra-classe)

Carga Horária: 80 horas (correspondem a aulas e atividades extra-classe) Curso: Economia Disciplina: ECONOMETRIA Turma 4ECO Carga Horária: 80 horas (correspondem a aulas e atividades extra-classe) Período Letivo: 2014/1 Professor: Hedibert Freitas Lopes (www.hedibert.org) OBJETIVO:

Leia mais

Um ambiente super amigável de trabalho com recursos poderosos de análise e acesso a uma ampla base de dados da economias brasileira e internacional.

Um ambiente super amigável de trabalho com recursos poderosos de análise e acesso a uma ampla base de dados da economias brasileira e internacional. Um ambiente super amigável de trabalho com recursos poderosos de análise e acesso a uma ampla base de dados da economias brasileira e internacional. Mais de 12 mil séries de tempo relativas às economias

Leia mais

Cenário Macroeconômico 2006 Janeiro de 2006

Cenário Macroeconômico 2006 Janeiro de 2006 Cenário Macroeconômico 2006 Janeiro de 2006 1 Cenário Econômico Regra básica: Cenário Internacional é dominante. Oscilações de curto prazo são determinadas exogenamente. 2 Cenário Internacional União monetária

Leia mais

9 Ver em especial o site:

9 Ver em especial o site: O desempenho recente dos principais indicadores da economia brasileira Lucas Lautert Dezordi * Guilherme R. S. Souza e Silva ** Introdução Esta seção do boletim Economia & Tecnologia irá discutir cinco

Leia mais

EAE 0423-Economia Brasileira I. Prof. Dr. Guilherme Grandi

EAE 0423-Economia Brasileira I. Prof. Dr. Guilherme Grandi EAE 0423-Economia Brasileira I Prof. Dr. Guilherme Grandi CRISE E ESPERANÇA: 1974-1980 - DIONÍSIO DIAS CARNEIRO O capítulo está organizado em cinco seções: 1. Introdução 2. Condicionantes Externos e Internos

Leia mais

Capítulo 3. O Modelo de Regressão Linear Simples: Especificação e Estimação

Capítulo 3. O Modelo de Regressão Linear Simples: Especificação e Estimação Capítulo 3 O Modelo de Regressão Linear Simples: Especificação e Estimação Introdução Teoria Econômica Microeconomia: Estudamos modelos de oferta e demanda (quantidades demandadas e oferecidas dependem

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO. Faculdade de Ciências e Letras FCLar Araraquara

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO. Faculdade de Ciências e Letras FCLar Araraquara UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO Faculdade de Ciências e Letras FCLar Araraquara PROJETO DE PESQUISA : em Macroeconomia Aberta da Argentina referente aos anos de 2006-2012 Coordenador:

Leia mais

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Teste Intermédio

INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Teste Intermédio NOVA SCHOOL OF BUSINESS AND ECONOMICS INTRODUÇÃO À MACROECONOMIA Teste Intermédio Ana Balcão Reis Catarina Ângelo 24 de Novembro de 2012 Inácia Pimentel Simão Arouca Duração Total: 1h45m I ( 8,1 val) Nos

Leia mais

Notas sobre o efeito da variação da taxa de câmbio sobre o lucro de uma firma exportadora

Notas sobre o efeito da variação da taxa de câmbio sobre o lucro de uma firma exportadora Notas sobre o efeito da variação da taxa de câmbio sobre o lucro de uma firma exportadora Notes on the effects of exchange rate variation on the profits of an exporting firm Antonio Sergio Munhoz 1 Palavras-chave:

Leia mais

Aula 01 Balanço de Pagamentos e Contas Nacionais

Aula 01 Balanço de Pagamentos e Contas Nacionais Aula 01 Balanço de Pagamentos e Contas Nacionais 1. (ESAF- AFRF- 2005) Considere as seguintes informações para uma economia hipotética (em unidades monetárias): Exportações de bens e serviços não fatores:

Leia mais

Análise Conjuntural: Variáveis- Instrumentos e Variáveis- meta

Análise Conjuntural: Variáveis- Instrumentos e Variáveis- meta Análise Conjuntural: Variáveis- Instrumentos e Variáveis- meta Fernando Nogueira da Costa Professor do IE- UNICAMP h;p://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Estrutura da Apresentação Variáveis- instrumentos:

Leia mais

Objetivos e instrumentos de política econômica, 1

Objetivos e instrumentos de política econômica, 1 Sumário Prefácio, xiii i Objetivos e instrumentos de política econômica, 1 1. Objetivo do estudo de economia, 2 2. Objetivos de política econômica, 3 2.1 Crescimento da produção e do emprego, 3 2.2 Controle

Leia mais

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Departamento de Economia Rua Marquês de São Vicente, Rio de Janeiro Brasil

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Departamento de Economia Rua Marquês de São Vicente, Rio de Janeiro Brasil PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE JANEIRO Departamento de Economia Rua Marquês de São Vicente, 225 2245-900 - Rio de Janeiro Brasil Eco 1217 Teoria Macroeconômica II Aulas: ª e 5ª, das 9h às 11h

Leia mais

ECONOMIA 04 de Dezembro de 2015 Brasil Endividamento do Setor Público

ECONOMIA 04 de Dezembro de 2015 Brasil Endividamento do Setor Público Dec-92 Dec-94 Dec-96 Dec-98 Dec-00 Dec-02 Dec-04 Dec-06 ECONOMIA 04 de Dezembro de Brasil Endividamento do Setor Público O Morto-Vivo (Parte II): Até Onde Vai o Endividamento do Setor Público? Mauricio

Leia mais

R-quadrado para comparar modelos em nível e modelos. Gretl SÉRIE DE NOTAS TÉCNICAS EM ECONOMIA DA UFG NT N. 06. NOTA TÉCNICA EM ECONOMIA n.

R-quadrado para comparar modelos em nível e modelos. Gretl SÉRIE DE NOTAS TÉCNICAS EM ECONOMIA DA UFG NT N. 06. NOTA TÉCNICA EM ECONOMIA n. SÉRIE DE NOTAS TÉCNICAS EM ECONOMIA DA UFG NT N. 06 NOTA TÉCNICA EM ECONOMIA n. 06 Publicação cujo objetivo é auxiliar na elaboração de aulas e de pesquisas do Curso de Ciências Econômicas da UFG, divulgando

Leia mais

NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA A evolução dos principais indicadores econômicos do Brasil em 2007

NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA A evolução dos principais indicadores econômicos do Brasil em 2007 NÍVEL DE ATIVIDADE, INFLAÇÃO E POLÍTICA MONETÁRIA A evolução dos principais indicadores econômicos do Brasil em 2007 Guilherme R. S. Souza e Silva * Introdução Este artigo pretende apresentar e discutir

Leia mais

( ) e r = r( y). Arrecadação Tributária: T = 20 Exportações: X = 20 Importações: Q = 10

( ) e r = r( y). Arrecadação Tributária: T = 20 Exportações: X = 20 Importações: Q = 10 Introdução a macro 2015 lista 5: O modelo IS-LM REVISÃO: A CURVA IS E O EQUILÍBRIO NO MERCADO DE BENS E SERVIÇOS 1) O que a relação IS explica? 2) A curva IS recebe este nome para enfatizar a relação entre

Leia mais

Ajustamento da Economia em Regime de Câmbio Fixo

Ajustamento da Economia em Regime de Câmbio Fixo Ajustamento da Economia em Regime de Câmbio Fixo Déficit ou Superávit Externo: ajustamento sem ou com esterilização monetária; recessão ou desvalorização. http://fernandonogueiracosta.wordpress.com/ Circuito

Leia mais

Conjuntura Nacional e Internacional Escola Florestan Fernandes, Guararema, 3 de julho de º. PLENAFUP

Conjuntura Nacional e Internacional Escola Florestan Fernandes, Guararema, 3 de julho de º. PLENAFUP Conjuntura Nacional e Internacional Escola Florestan Fernandes, Guararema, 3 de julho de 2015 5º. PLENAFUP Economia Brasileira I.54 - Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) Período Índice

Leia mais

Questões e Exercícios

Questões e Exercícios Sistema de Contas Nacionais (SCN) Contabilidade Nacional Questões e Exercícios Prof. Waldery Rodrigues Júnior waldery.rodrigues@yahoo.com.br Introdução: conceitos básicos, identidades fundamentais, formas

Leia mais

AULA 13 Análise de Regressão Múltipla: MQO Assimptótico

AULA 13 Análise de Regressão Múltipla: MQO Assimptótico 1 AULA 13 Análise de Regressão Múltipla: MQO Assimptótico Ernesto F. L. Amaral 15 de abril de 2010 Métodos Quantitativos de Avaliação de Políticas Públicas (DCP 030D) Fonte: Wooldridge, Jeffrey M. Introdução

Leia mais

Prova de Estatística

Prova de Estatística UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ CURSO DE MESTRADO EM ECONOMIA PROCESSO SELETIVO 2010 Prova de Estatística INSTRUÇÕES PARA A PROVA Leia atentamente as questões. A interpretação das questões faz parte da prova;

Leia mais

4 Modelo de microestrutura para a taxa de câmbio

4 Modelo de microestrutura para a taxa de câmbio 35 4 Modelo de microestrutura para a taxa de câmbio O objetivo deste Capítulo é apresentar um modelo capaz de capturar as características do modo de funcionamento do mercado cambial brasileiro e subsidiar

Leia mais

O IBOVESPA E O CÂMBIO NOS DEZ ANOS DE TAXA

O IBOVESPA E O CÂMBIO NOS DEZ ANOS DE TAXA O IBOVESPA E O CÂMBIO NOS DEZ ANOS DE TAXA FLUTUANTE JOSÉ WELISSON ROSSI* O objetivo principal deste estudo é comparar o comportamento das séries dos ativos taxa de câmbio e valor das ações das empresas

Leia mais

DETERMINANTES DA BALANÇA COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS NO PERÍODO DE 1997 A 2009

DETERMINANTES DA BALANÇA COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS NO PERÍODO DE 1997 A 2009 DETERMINANTES DA BALANÇA COMERCIAL DO AGRONEGÓCIO BRASILEIRO: ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DAS VARIÁVEIS MACROECONÔMICAS NO PERÍODO DE 1997 A 2009 Taciane Graciele Fanck Kich (UFSM) tacikich@yahoo.com.br Daniel

Leia mais

A Cruz Keynesiana. Antony Mueller UFS Agosto 2011

A Cruz Keynesiana. Antony Mueller UFS Agosto 2011 A Cruz Keynesiana Antony Mueller UFS Agosto 2011 Demanda macroeconômica Economia fechada sem estado Z = C + I Economia fechado com estado Z = C + I + G Economia aberta com estado Z = C + I + G + EX IM

Leia mais

1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3.

1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3. 1 1. Avaliação de impacto de programas sociais: por que, para que e quando fazer? (Cap. 1 do livro) 2. Estatística e Planilhas Eletrônicas 3. Modelo de Resultados Potenciais e Aleatorização (Cap. 2 e 3

Leia mais

Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira

Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira Impactos da Crise Mundial sobre a Economia Brasileira Centro das Indústrias do Estado de São Paulo - CIESP Campinas (SP) 29 de julho de 2009 1 CIESP Campinas - 29/07/09 Crise de 2008 breve histórico Início:

Leia mais

REGIMES CAMBIAIS LEITURA OBRIGATÓRIA

REGIMES CAMBIAIS LEITURA OBRIGATÓRIA LEITURA OBRIGATÓRIA CAPÍTULO 23 ECONOMIA ABERTA: REGIMES CAMBIAIS, DETERMINAÇÃO DA RENDA E IMPACTOS DA POLÍTICA ECONÔMICA Pinho, Diva Benevides & Vasconcellos, Marco Antonio S.(Org.), Manual de Economia,

Leia mais

M l u t l i t c i oli l n i e n arid i a d de

M l u t l i t c i oli l n i e n arid i a d de Multicolinearidade 1 Multicolinearidade Quando existem relação linear exata entre as variáveis independentes será impossível calcular os estimadores de MQO. O procedimento MQO utilizado para estimação

Leia mais

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc.

ECONOMETRIA. Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc. ECONOMETRIA Prof. Patricia Maria Bortolon, D. Sc. Cap. 9 Modelos de Regressão com Variáveis Binárias Fonte: GUJARATI; D. N. Econometria Básica: 4ª Edição. Rio de Janeiro. Elsevier- Campus, 2006 Variáveis

Leia mais

AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples

AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples 1 AULAS 14 E 15 Modelo de regressão simples Ernesto F. L. Amaral 18 e 23 de outubro de 2012 Avaliação de Políticas Públicas (DCP 046) Fonte: Wooldridge, Jeffrey M. Introdução à econometria: uma abordagem

Leia mais

Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (PIB)

Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (PIB) Federal University of Roraima, Brazil From the SelectedWorks of Elói Martins Senhoras Winter January 1, 2008 Curso de Extensão: Noções de Macroeconomia para RI (PIB) Eloi Martins Senhoras Available at:

Leia mais

Faculdade de Economia do Porto Ano Lectivo de 2005/2006. LEC 201 Macroeconomia I. A Macroeconomia no Curto Prazo: Modelo Keynesiano Simples

Faculdade de Economia do Porto Ano Lectivo de 2005/2006. LEC 201 Macroeconomia I. A Macroeconomia no Curto Prazo: Modelo Keynesiano Simples Faculdade de Economia do Porto Ano Lectivo de 2005/2006 LEC 201 Macroeconomia I A Macroeconomia no Curto Prazo: Modelo Keynesiano Simples Introdução Introdução No curto prazo, a Macroeconomia preocupa-se

Leia mais

Sustentabilidade da Dívida Brasileira (Parte 3)

Sustentabilidade da Dívida Brasileira (Parte 3) 24 temas de economia aplicada Sustentabilidade da Dívida Brasileira (Parte 3) Raí Chicoli (*) Este é o terceiro de três artigos sobre a sustentabilidade da dívida pública brasileira. Neste último artigo,

Leia mais

A BALANÇA COMERCIAL BILATERAL BRASIL ESTADOS UNIDOS ( ): UMA ABORDAGEM ECONOMÉTRICA

A BALANÇA COMERCIAL BILATERAL BRASIL ESTADOS UNIDOS ( ): UMA ABORDAGEM ECONOMÉTRICA Revista Economia e Desenvolvimento, nº 3, 003. A BALANÇA COMERCIAL BILATERAL BRASIL ESTADOS UNIDOS (983-00): UMA ABORDAGEM ECONOMÉTRICA Maurício Jorge Pinto de Souza Roberta Dalla Porta Gründling Ricardo

Leia mais

ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO A PRÁTICA DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO FAMILIAR NOS DOMICÍLIOS DE LARANJEIRAS DO SUL

ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO A PRÁTICA DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO FAMILIAR NOS DOMICÍLIOS DE LARANJEIRAS DO SUL ÁREA TEMÁTICA: PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO A PRÁTICA DO CONTROLE ORÇAMENTÁRIO FAMILIAR NOS DOMICÍLIOS DE LARANJEIRAS DO SUL Cheila Lucas dos Santos (UNICENTRO), Amarildo Hersen (Orientador), e- mail: amarildohersen@yahoo.com.br

Leia mais

Introdução à. Macroeconomia

Introdução à. Macroeconomia Introdução à Prof. Fabini Hoelz Bargas Alvarez IBMEC-RJ / UCP O que é? É o estudo da economia como um todo, pois analisa a economia através de suas variáveis fortemente agregadas. Abrange o comportamento

Leia mais

Previsão da inflação do indicador IGP-M através de um modelo ARIMA

Previsão da inflação do indicador IGP-M através de um modelo ARIMA Previsão da inflação do indicador IGP-M através de um modelo ARIMA Mauricio Mattos Junho de 2014 Resumo Esse trabalho visa identificar um modelo ARIMA que seja efetivo na descrição e predição dos valores

Leia mais

PIB. PIB Trimestral 3,9% 2,6% 2,3% 2,3%

PIB. PIB Trimestral 3,9% 2,6% 2,3% 2,3% PIB O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou nesta última sextafeira, 29 de Maio, os dados do Produto Interno Bruto (PIB) referentes ao primeiro trimestre de 2015. Análise preliminar

Leia mais

2005: Cenários para o Mercado de Renda Fixa. Marcello Siniscalchi

2005: Cenários para o Mercado de Renda Fixa. Marcello Siniscalchi 2005: Cenários para o Mercado de Renda Fixa Marcello Siniscalchi Ampla liquidez internacional provocada por taxas de juros reais negativas e curvas de juros pouco inclinadas. Taxas de juros Reais G3 Inclinação

Leia mais

Análise da série temporal do desemprego em regiões metropolitanas do Brasil

Análise da série temporal do desemprego em regiões metropolitanas do Brasil Análise da série temporal do desemprego em regiões metropolitanas do Brasil Érica Fernanda da Cruz 1 3 Tamara Aparecida Nogueira dos Anjos 2 Thelma Sáfadi 2 1 Introdução O desemprego no Brasil é uma constante

Leia mais

Relações Determinantes sobre as Despesas e as Receitas da Conta de Viagens Internacionais do Balanço de Pagamentos Brasileiro

Relações Determinantes sobre as Despesas e as Receitas da Conta de Viagens Internacionais do Balanço de Pagamentos Brasileiro Turismo em Análise, v.19, n.2, agosto 2008 293 Relações Determinantes sobre as Despesas e as Receitas da Conta de Viagens Internacionais do Balanço de Pagamentos Brasileiro Determinants in the credits

Leia mais

Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais

Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais Modelagem do comportamento da variação do índice IBOVESPA através da metodologia de séries temporais João Eduardo da Silva Pereira (UFSM) jesp@smail.ufsm.br Tânia Maria Frighetto (UFSM) jesp@smail.ufsm.br

Leia mais

4 Modelos de Regressão Dinâmica

4 Modelos de Regressão Dinâmica 4 Modelos de Regressão Dinâmica Nos modelos de regressão linear (Johnston e Dinardo, 1998) estudados comumente na literatura, supõe-se que os erros gerados pelo modelo possuem algumas características como:

Leia mais

Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real

Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real Análise de previsão da inflação no período pós-plano Real Marina Rodrigues Maestre 1 Jayane Pereira de Oliveira 2 Raquel Castellucci Caruso Sachs 3 Vitor Augusto Ozaki 4 1 Introdução Durante a década de

Leia mais

Identificando transformações estruturais da economia brasileira:

Identificando transformações estruturais da economia brasileira: Identificando transformações estruturais da economia brasileira: 1990-2003 Umberto Antonio Sesso Filho * Rossana Lott Rodrigues ** Antonio Carlos Moretto *** RESUMO A década de 1990 foi palco de mudanças

Leia mais

CEMAP MOEDA BRASILEIRA PERMANECEU SOBREVALORIZADA EM 2014 E FUNDAMENTOS CONTINUAM A SE DETERIORAR. 1

CEMAP MOEDA BRASILEIRA PERMANECEU SOBREVALORIZADA EM 2014 E FUNDAMENTOS CONTINUAM A SE DETERIORAR. 1 Carta CEMAP Carta Centro de Macroeconomia Aplicada FGV-EESP ECONOMIA Março de 2015 MOEDA BRASILEIRA PERMANECEU SOBREVALORIZADA EM 2014 E FUNDAMENTOS CONTINUAM A SE DETERIORAR. 1 O objetivo desta Carta

Leia mais

MACROECONOMIA I 1E201

MACROECONOMIA I 1E201 MACROECONOMIA I 1E201 (2008-09) João Correia da Silva (joao@fep.up.pt) APRESENTAÇÃO JOÃO SILVA Atendimento: 2 as -feiras, das 11h às 12h, gabinete 606. joao@fep.up.pt http://www.fep.up.pt/docentes/joao

Leia mais

ECONOMETRIA I. I (11 valores)

ECONOMETRIA I. I (11 valores) Faculdade de Economia Universidade Nova de Lisboa ECONOMETRIA I Exame de 1ª Época 14 de Janeiro de 2005 Duração: 2 horas I (11 valores) Com base numa amostra aleatória de 88 alunos que fizeram o exame

Leia mais

Política Cambial Modelo IS LM BP. Prof. Waldery Rodrigues Jr.

Política Cambial Modelo IS LM BP. Prof. Waldery Rodrigues Jr. Política Cambial Modelo IS LM BP Modelo Mundell Fleming (Dornbush) Prof. Waldery Rodrigues Jr. Teoria: Macro IS LM BP Prof. Waldery Rodrigues Jr. 2 Macro IS LM BP Prof. Waldery Rodrigues Jr. 3 Macro IS

Leia mais

3 Metodologia. Lucro empresa privada = a + b Valorização Ibovespa

3 Metodologia. Lucro empresa privada = a + b Valorização Ibovespa 3 Metodologia Segundo a metodologia de Aswath Damodaran 15, a avaliação de empresas de capital fechado possui, porque a informação disponível para avaliação é limitada e as empresas fechadas não possuem

Leia mais

O Brasil Pode Mais: Uma Agenda de Reformas Macroeconômicas para o Crescimento Sustentado com Estabilidade de Preços

O Brasil Pode Mais: Uma Agenda de Reformas Macroeconômicas para o Crescimento Sustentado com Estabilidade de Preços O Brasil Pode Mais: Uma Agenda de Reformas Macroeconômicas para o Crescimento Sustentado com Estabilidade de Preços José Luis Oreiro Professor do Departamento de Economia da Universidade de Brasília Pesquisador

Leia mais

PRINCIPAIS DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 1995 A 2007: UM ESTUDO

PRINCIPAIS DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 1995 A 2007: UM ESTUDO PRINCIPAIS DETERMINANTES DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS NO PERÍODO DE 1995 A 27: UM ESTUDO Área: ECONOMIA Categoria: PESQUISA Vania Moroz Rolim de Moura Universidade Estadual de Ponta Grossa UEPG Praça Santos

Leia mais

Ajustando o Balanço de Pagamentos

Ajustando o Balanço de Pagamentos Alicia Ruiz Olalde Ajustando o Balanço de Pagamentos Desvalorização cambial Elevação das tarifas de importação Estabelecimento de cotas de importação Concessão de subsídios às exportações Controle de capitais

Leia mais