EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, MINISTRA CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA
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- Sabina Azenha Vilanova
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1 EXCELENTÍSSIMA SENHORA PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, MINISTRA CÁRMEN LÚCIA ANTUNES ROCHA Por seus advogados signatários, O SOLIDARIEDADE SD, partido político com registro definitivo no Tribunal Superior Eleitoral e representação parlamentar no Congresso Nacional, com sede no SCN, quadra 02, Bloco D, loja 310, parte 077, Asa Norte, CEP , Brasília/DF, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fundamento no art. 102, 1º, da Constituição Federal, e nos dispositivos da Lei nº 9.882/99, ajuizar a presente ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL COM PEDIDO DE MEDIDA CAUTELAR contra a decisão do TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, nos autos do Recurso Ordinário e da PET que cassou o diploma de Vice- Governador do Amazonas JOSÉ HENRIQUE OLIVEIRA, o que faz pelas razões de fato e de direito articuladas adiante:
2 1 SÍNTESE DO CASO A presente empreitada jurídica teve início com o ajuizamento de Representação Especial por conduta afrontosa aos artigos 41-A e 73 da Lei nº 9.405/97 pela Coligação Renovação e Experiência, do Estado do Amazonas, ao final de 2014, referente ao pleito eleitoral do mesmo ano. Narra a exordial que, em operação policial, em 24 de outubro de 2014, equipe da Polícia Federal se infiltrou em reunião política do comitê eleitoral vinculado à campanha do José Melo de Oliveira, à época candidato a Governador pelo Estado do Amazonas, constatando-se, através da análise dos frutos da investigação, que o representado Moisés Barros, pastor evangélico, cooptava pastores de igrejas evangélicas menores com a vil finalidade de captar ilicitamente voto de seus fiéis. Conforme fora apurado, o esquema de compra de votos era supostamente organizado por Nair Queiroz Blair, responsável por pessoa jurídica fictícia denominada ANS&D Agência Nacional de Segurança e Defesa, que prestaria serviços de vigilância e segurança pública à Secretaria Estadual de Segurança Pública do Estado do Amazonas. Foram colocados na condição de investigados José Melo de Oliveira, José Henrique Oliveira, Nair Queiroz Blair, Moisés Barros, Raimundo Ribeiro de Oliveira Filho, Raimundo Rodrigues da Silva. Na peça, os investigantes procuraram pormenorizar individualmente os ilícitos eleitorais de cada um dos já mencionados, sem, contudo, conseguir fazê-lo acerca do
3 segundo investigado, o Sr Vice-Governador do Estado do Amazonas, José Henrique Oliveira. Apresentadas as defesas, por ter sido colocado genericamente no polo passivo da demanda, o Sr José Henrique Oliveira assumiu defesa conjunta com o Governador, o Sr José Melo de Oliveira. Mostra-se mister que se sobressaia aos olhos dessa Suprema Corte o fato de que, em momento algum, foram trazidos ao conhecimento do Poder Judiciário nem mesmo indícios da coadunação do Sr José Henrique Oliveira com o esquema de captação ilegal de votos. Nem mesmo em nenhuma das contestações foi apresentado fato, documento ou menção a conduta ou participação individualizada comprobatória da ciência do Vice-Governador acerca dos fatos que lhe ensejaram tamanha reprimenda. Em janeiro de 2016, a chapa eleita, Governador e Vice, foi cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM). Na ocasião, porém, o tribunal entendeu que eles poderiam permanecer no cargo até a finalização do julgamento no TSE. Interposto Recurso Ordinário ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a Colenda Corte Eleitoral, por 5 votos a 2, entendeu por manter a cassação do governador de Amazonas, José Melo de Oliveira (PROS), e do vice, José Henrique Oliveira (SD), por alegada compra de votos nas eleições de Em 04/05/2017, foi encaminhada comunicação ao TRE/AM, notificando da decisão proferida na sessão daquele dia e para que fossem iniciados os trabalhos para a realização de novas eleições para os cargos de Governador e Vice-Governador, sem aguardar a publicação do acordão proferido pelo TSE, bem como o costume da Corte
4 em postergar o cumprimento para após a análise de eventuais Embargos de Declaração. Um dia após a decisão ser proferida o TRE-AM notificou o Presidente da Assembleia Legislativa amazonense, deputado David Almeida, para que assumisse o Governo do Amazonas interinamente. Tudo isso sem que, até o momento, fosse publicado o acórdão insurgido. Eis a narrativa dos fatos SÍNTESE DA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL Oportunamente, será demonstrado que existe autonomia jurídica entre os cargos de Governador e Vice-Governador. Em verdade, de todos os Chefes e Vices do poder Executivo. Drásticas e fundamentais consequências derivam daí. A primeira e fundamental delas é que a valoração jurídica de suas condutas deve ser feita de modo pessoal e individualizado. De modo que, nos casos em que se pede a cassação por captação ilícita de sufrágio, não se poderá realizar o julgamento da Chapa, mas considerando as condutas de cada candidato, individualizadamente. Se, por exemplo, há indícios de que o candidato a Governador supostamente incorreu em tal conduta, ele, e somente ele, deve ser processado. Comprovadas as
5 alegações e sobrevindo condenação, os efeitos da decisão (=cassação) limitar-se-ão a ele, não atuando de modo algum em relação ao Vice-Governador. E vice-versa. Ainda a título exemplificativo, levantando indícios de que ambos os candidatos incorreram em tal conduta, ambos podem ser processados, em litisconsórcio passivo simples, delimitando-se claramente as imputações referentes às condutas de cada um. A instrução e eventual julgamento, igualmente, deverão atentar para a pessoalidade das condutas. E aí, pode haver a cassação apenas do candidato a Governador, apenas do candidato a Vice-Governador, de ambos ou de nenhum, tudo de acordo com a sorte da instrução. Pois bem. A presente Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental tem como objeto decisão do Tribunal Superior Eleitoral que cassou a chapa de candidatos eleitos a Governador e Vice-Governador do Estado do Amazonas, determinando a convocação de novas eleições naquela unidade federativa. Impugna-se tal decisão porque ela cassou a Chapa por haver entendido que o candidato eleito a Governador praticou captação ilícita de sufrágio. Ou seja, conduta imputada exclusivamente ao candidato eleito a Governador redundou em cassação da Chapa, alcançando o candidato eleito a Vice-Governador sem que houvesse qualquer acusação contra este dirigida. Ou seja, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral fixa o entendimento de que a conduta do candidato a Chefe do Executivo estende-se automaticamente ao candidato a Vice. A cassação do Vice-Governador se deu pura e simplesmente por ser integrante
6 da Chapa, ou seja, porque é Vice-Governador e não por se haver comprovado ter ele praticado qualquer conduta ilícita. Ocorre, porém, que há autonomia entre tais cargos. Vale dizer: o cargo de Vice- Governador não é acessório ao do Governador, de modo que a sua sorte não segue à do principal. Obediente a essas premissas, o Autor da presente Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental vem impugnar a interpretação dada pelo Tribunal Superior Eleitoral para que este Supremo Tribunal Federal defina a interpretação em conformidade com preceitos fundamentais, qual seja as condutas de campanha dos candidatos a Governador e Vice- Governador (a rigor, de todos os candidatos a Chefe e Vice do Poder Executivo) devem ser controladas pessoal e individualizadamente, procedendo-se, assim, à cisão da Chapa para fins de processamento e julgamento. Os preceitos constitucionais violados pela decisão que deixa de cindir a Chapa, processando, julgando e condenando o candidato a Vice-Governador apenas por ter essa condição e não por haver praticado alguma conduta ilícita, são aqueles que consagram as garantias processuais do devido processo legal (CF, art. 5º, LIV), do contraditório e da ampla defesa (CF, art. 5º, LV), da publicidade (CF, art. 37, caput e 93, IX) pessoalização (CF, art. 5º, XLV) e da individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI). Mas há mais.
7 A rigor, duas decisões são objeto da presente Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental: i) o acórdão que cassou a Chapa sem individualização das condutas, já referida; ii) a decisão monocrática da Presidente do Tribunal Superior Eleitoral, que determinou a execução imediata da decisão independentemente de sua publicação. Essa segunda decisão viola preceitos fundamentais porque exara interpretação destoante do princípio da publicidade e, ainda, sem qualquer respaldo legal, daí sobrevindo o cabimento da presente Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental, que se volta contra decisão atentatória ao preceito fundamental da legalidade (CF, art. 5º, II). Sem embargo, como a decisão se revela, a rigor, contrária a texto expresso de lei, tem-se que resta violado, outrossim, o preceito fundamental da segurança jurídica (CF, art. 5º). Quanto a esta segunda decisão, portanto, esta Ação de Descumprimento de Preceito Fundamental requer seja definido por este Excelso Tribunal que Salvo disposição legal expressa, o acórdão proferido pelo Tribunal Superior Eleitoral que cassa Chapa não pode produzir efeitos antes de sua publicação no órgão oficial. Em apertada síntese, eis os motivos e os preceitos fundamentais violados que levam ao ajuizamento desta Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Passaremos, na sequência, a demonstrar o atendimento dos seus pressupostos de admissibilidade específicos, a saber, a legitimidade, a indicação dos preceitos fundamentais violados.
8 2 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE DA PRESENTE ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 2.1. LEGITIMIDADE PARA A ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL A propósito da legitimidade para o ajuizamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, dispõe o art. 2º, I, Lei 9.882/1999: Art. 2 o Podem propor arguição de descumprimento de preceito fundamental: I os legitimados para a ação direta de inconstitucionalidade; Dispõe, a propósito, o art. 103 da CF: Art Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade e a ação declaratória de constitucionalidade: I - o Presidente da República; II - a Mesa do Senado Federal; III - a Mesa da Câmara dos Deputados; IV a Mesa de Assembleia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal; V o Governador de Estado ou do Distrito Federal; VI - o Procurador-Geral da República; VII - o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil; VIII - partido político com representação no Congresso Nacional; IX - confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional.
9 O autor da presente Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, partido SOLIDARIEDADE (SD), partido político com representação no Congresso Nacional, pelo que vai atendido o permissivo constitucional do inciso VIII do art Satisfeito, portanto, o requisito da legitimidade IDENTIFICAÇÃO DOS PRECEITOS FUNDAMENTAIS O complexo sistema brasileiro de controle concentrado de constitucionalidade abrange a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, assim referida no 1º do art. 102 da CF: A arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. Referido preceito constitucional foi disciplinado pela Lei 9.882/1999, que, em seu artigo 1º prescreve: A arguição prevista no 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público.
10 Até aqui, sabe-se que cabe Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental contra atos do Poder Público. Não há, contudo, na legislação de regência definição de preceito fundamental nem de quais atos do Poder Público autorizam o manejo da referida ação constitucional. A propósito do conceito de preceito fundamental para fins de cabimento de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, escrevem Gilmar Ferreira Mendes e Lenio Luiz Streck: Levando em conta os objetivos do Estado Democrático de Direito, a atribuição de sentido que se pode fazer à expressão preceitos fundamentais caminha na direção de que tais direitos são aqueles reconhecidos ou outorgados e protegidos pelo direito constitucional interno de cada Estado. Ou, como diz Canotilho (Direito Constitucional, cit., p. 177), designam-se por normas de direitos fundamentais todos os preceitos constitucionais destinados ao reconhecimento, garantia ou conformação constitutiva de direitos fundamentais (in Comentários à Constituição do Brasil. Coordenação Científica: J. J. Gomes Canotilho, Gilmar Ferreira Mendes, Ingo Wolfgang Sarlet e Lenio Luiz Streck. Coordenação executiva: Leo Ferreira Leoncy. Saraiva. 2014, p ). Conquanto auxilie, tal conceito não resolve completamente o problema de definir quais sejam, afinal, os preceitos fundamentais para fins de cabimento de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. Mais adiante, então, Gilmar Ferreira Mendes e Lenio Luiz Streck enfatizam:
11 O próprio Supremo Tribunal Federal reconhece a dificuldade de definir o que seja preceito fundamental, conforme pode ser visto na discussão da ADPF MC n. 33. Reconheceu-se a dificuldade em indicar, a priori, os preceitos fundamentais da Constituição passíveis de lesão tão grave que justifique o processo e o julgamento da arguição de descumprimento, não havendo dúvida, entretanto, de que alguns desses preceitos estão enunciados, de forma explícita, no texto constitucional; também não se poderá negar a qualidade de preceitos fundamentais da ordem constitucional aos direitos e garantias individuais (art. 5º, dentre outros). Da mesma forma, não se poderá deixar de atribuir essa qualificação aos demais princípios protegidos pela cláusula pétrea do art. 60, 4º, da Constituição, quais sejam, a forma federativa de Estado, a separação de Poderes e o voto direto, secreto, universal e periódico. Por outro lado, a própria Constituição explicita os chamados princípios sensíveis, cuja violação pode dar ensejo à decretação de intervenção federal nos Estados-membros (art. 34, VII). É fácil ver que a amplitude conferida às cláusulas pétreas e a ideia de unidade da Constituição (Einheit der Verfassung) acabam por colocar parte significativa da Constituição sob a proteção dessas garantias. O efetivo conteúdo das garantias de eternidade somente será obtido mediante esforço hermenêutico. Apenas essa atividade poderá revelar os princípios constitucionais que, ainda que não contemplados expressamente nas cláusulas pétreas, guardam estreita vinculação com os princípios por elas protegidos e estão, por isso, cobertos pela garantia de imutabilidade que delas dimana. Os princípios merecedores de proteção, tal como enunciados normalmente nas chamadas cláusulas pétreas, parecem despidos de conteúdo específico. Essa orientação, consagrada por esta Corte para os chamados princípios sensíveis, há de se aplicar à concretização das cláusulas pétreas e, também, dos chamados preceitos
12 fundamentais. É o estudo da ordem constitucional no seu contexto normativo e nas suas relações de interdependência que permite identificar as disposições essenciais para a preservação dos princípios basilares dos preceitos fundamentais em um determinado sistema. Destarte, um juízo mais ou menos seguro sobre a lesão de preceito fundamental consistente nos princípios da divisão de Poderes, da forma federativa do Estado ou dos direitos e garantias individuais exige, preliminarmente, a identificação do conteúdo dessas categorias na ordem constitucional e, especialmente, das suas relações de interdependência. Nessa linha de entendimento, a lesão a preceito fundamental não se configurará apenas quando se verificar possível afronta a um princípio fundamental, tal como assente na ordem constitucional, mas também a disposições que confiram densidade normativa ou significado específico a esse princípio. (in Comentários à Constituição do Brasil. Coordenação Científica: J. J. Gomes Canotilho, Gilmar Ferreira Mendes, Ingo Wolfgang Sarlet e Lenio Luiz Streck. Coordenação executiva: Leo Ferreira Leoncy. Saraiva. 2014, p. 1391). Com amparo no que restou decidido por este Excelso Supremo Tribunal Federal na ADPF n. 33, Nelson Nery Jr e Georges Abboud indicam quais são os preceitos fundamentais que fazem cabível a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental: Os preceitos fundamentais são valores jurídicos fundamentais dominantes na sociedade. São fundamentais, entre outros, os preceitos constitucionais relativos: I aos fundamentos da República: a) Estado Democrático de Direito (CF 1º caput); b) soberania nacional (CF 1º I);
13 c) cidadania (CF 1º II); dignidade da pessoa humana (CF 1º III); e) valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (CF 1º IV); pluralismo político (CF 1º V); II as cláusulas pétreas (CF 60 4º): g) direitos e garantias fundamentais (CF 5º); h) direitos sociais (CF 6º ao 11); i) forma federativa do Estado brasileiro; j) separação e independência entre os poderes; l) voto universal, secreto, direto e periódico (in Direito Constitucional Brasileiro. RT. 2017, p. 734). Está claro, portanto e como não poderia deixar de ser, que por todos os direitos e garantias fundamentais vertidos nos incisos do art. 5º da CF ostentam natureza de preceitos fundamentais da ordem jurídico-positivo-constitucional brasileira, de modo que a sua violação torna cabível o emprego da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental. In casu, todos os preceitos fundamentais havidos por violados, já indicados no item 2.1 supra, situam-se no rol do art. 5º da CF, a saber: segurança jurídica (CF, art. 5º), legalidade (CF, art. 5º, II), devido processo legal (CF, art. 5º, LIV), contraditório e à ampla defesa (CF, art. 5º, LV), pessoalização (CF, art. 5º, XLV) e individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI). A violação de tais preceitos decorre, basicamente, de duas circunstâncias. Primeiro, o Vice-Governador foi incluído em processo de cassação de chapa e consequente perda de cargo por suposta compra de sufrágio, porém não houve sequer alegação e muito menos indicação de qualquer conduta pessoal sua, devidamente individualizada, que ligasse a sua pessoa às referidas práticas. A acusação é exclusivamente dirigida a condutas em tese praticadas pelo Governador. Como se o fato de haver uma chapa justificasse que as sanções impostas em razão de (supostas) ilicitudes praticadas por um necessariamente se estendessem ao outro. Eis o que viola
14 os preceitos fundamentais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, da pessoalização e individualização da pena. Segundo, o Tribunal Superior Eleitoral, ao proferir o acórdão ora impugnado houve por bem, em total contrariedade a texto expresso de lei, determinar a execução imediata de sua decisão antes mesmo que ela fosse publicada! Ora, uma decisão só é eficaz quando publicada, daí que ordenar que seus efeitos atuem antes da publicação, além de se contrapor ao princípio da publicidade, de matiz constitucional (art. 37, caput, e 93, IX), encerra manifesta ilegalidade, contrariando os preceitos fundamentais da legalidade e da segurança jurídica. Quanto ao primeiro aspecto, houve violação de preceitos fundamentais que asseguram ao ocupante do cargo de Vice-Governador, que não pode exercer adequadamente suas garantias inerentes ao devido processo legal. Quanto ao segundo aspecto, houve violação de preceitos fundamentais que asseguram ao Governador e ao Vice-Governador (na verdade, a qualquer cidadão!), em respeito à legalidade e à segurança jurídica, que, salvo disposição legal expressa, um acórdão só produz efeitos e pode ser executado a partir de sua publicação. Claro que tudo isso será desenvolvido com vagar em capítulos oportunos, mas ficam essas considerações para fins de explicitação (i) da existência de preceitos violados e (ii) de demonstração perfunctória de como se deu tal violação. Em síntese, portanto, a presente Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental tem como fundamento a violação dos seguintes preceitos: segurança jurídica (CF, art. 5º), legalidade (CF, art. 5º, II), devido processo legal (CF, art. 5º, LIV), contraditório e à ampla defesa (CF, art. 5º, LV), pessoalização (CF, art. 5º, XLV) e individualização da pena (CF, art. 5º, XLVI).
15 2.3. OBJETO DA ARGUIÇÃO DE PRECEITO FUNDAMENTAL. DECISÃO JUDICIAL COMO ATO DO PODER PÚBLICO PASSÍVEL DE IMPUGNAÇÃO POR ESTA VIA. Como já visto, assim prescreve o art. 1º da Lei 9.882/1999: A arguição prevista no 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público. A expressão ato do poder público é amplíssima. Abrange atos da administração pública direta e indireta, inclusive atos de particular que se encontre no exercício de função pública, como explicitam Nelson Nery Jr e Georges Abboud: O objeto da arguição é ato do poder público que possa ser lesivo a preceito fundamental. Esse ato do Poder Público pode ser normativo ou administrativo, comissivo ou omissivo. Todos esses ficam sujeitos à fiscalização por meio da arguição de descumprimento de preceito constitucional fundamental. Por Poder Público se entendem todas as autoridades públicas e todos os órgãos da administração pública direta e indireta, vale dizer, as pessoas jurídicas do direito público interno (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), seus respectivos órgãos (Ministérios, Secretarias, Agências reguladoras e demais órgãos de decisão e execução), bem como as entidades da administração indireta (autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações públicas), em todos os níveis de governo (federal, estadual,
16 distrital e municipal). Por órgão do Poder Público entende-se, também, o particular que se encontre no exercício de função pública ou delegada pelo Poder Público (serviços notariais e registrários, serviços públicos de transporte, ensino superior (universidades e faculdades), serviços de telefonia, rádio e televisão etc.). (in Direito Constitucional Brasileiro. RT. 2017, p. 735). Abrange, outrossim, os atos do poder legislativo não passíveis de controle pela via da Ação Direta de Inconstitucionalidade, Ação Declaratória de Inconstitucionalidade ou Ação Direta por Omissão. Então, caberá Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental para controlar a constitucionalidade de (i) leis anteriores à Constituição (juízo de recepção constitucional) e (ii) direito municipal contestado em face da Constituição, ou melhor, direito municipal que viola preceitos fundamentais (no mesmo sentido: NERY JR, Nelson. ABBOUD, Georges. Direito Constitucional Brasileiro. RT. 2017, p. 735). Portanto, a diferença em termos de atos do poder legislativo, sublinha Lenio Luiz Streck, é que o dispositivo que regula a arguição de descumprimento é específico ao falar da violação (descumprimento) de preceitos fundamentais, ao passo que a ação direta de inconstitucionalidade a ação declaratória de constitucionalidade se referente a violações genéricas do sistema (in Jurisdição Constitucional e Decisão Jurídica. 3ª Ed. RT. 2013, p. 923). Daí por que cabe controle concentrado de constitucionalidade, via Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, para impugnar normas anteriores à
17 Constituição e direito municipal que contrastem preceitos fundamentais da Constituição Federal de Derradeiramente, também cabe Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental para impugnar decisões judiciais. Importante deixar claro que, no caso, cabe Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental tanto por (i) lesão a preceito decorrente de mera interpretação judicial quanto por (ii) contrariedade à Constituição decorrente de decisão judicial sem respaldo legal (ou fundada em falsa base legal). Tratando da hipótese (i) lesão a preceito decorrente de mera interpretação judicial, assim escreve Gilmar Ferreira Mendes: Pode ocorrer lesão a preceito fundamental fundada em simples interpretação judicial do texto constitucional. Nesses casos a controvérsia não tem por base a legitimidade ou não de uma lei ou de um ato normativo, mas se assenta simplesmente na legitimidade ou não de uma dada interpretação constitucional. No âmbito do recurso extraordinário essa situação apresenta-se como um caso de decisão judicial que contraria diretamente a Constituição (art. 102, III,a). Não parece haver dúvida de que, diante dos termos amplos do art. 1º da Lei n /99, essa hipótese poderá ser objeto de arguição de descumprimento lesão a preceito fundamental resultante de ato do Poder Público, até porque se cuida de uma situação trivial no âmbito de controle de constitucionalidade difuso. Assim, o ato judicial de interpretação direta de um preceito fundamental poderá conter uma violação da norma constitucional.
18 Nessa hipótese caberá a propositura da arguição de descumprimento para afastar a lesão a preceito fundamental resultante desse ato judicial do Poder Público, nos termos do art. 1º da Lei n /99 (in Curso de Direito Constitucional. 12ª Ed. Saraiva, 2017, p.1379). Relativamente hipótese (ii) contrariedade à Constituição decorrente de decisão judicial sem base legal (ou fundada em falsa base legal), trata-se de decisão sem base legal. Cabe Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental nesses casos porque decisões contrárias à lei sempre encerram violação a algum preceito fundamental, se não a algum específico (p.ex. a violação do art. 10, CPC, viola o preceito fundamental do contraditório art. 5º, LV, CF), ao menos o da legalidade, este próprio um preceito fundamental vertido no art. 5º, II, CF. Neste sentido, a correta ponderação de Gilmar Ferreira Mendes: Problema igualmente relevante coloca-se em relação às decisões de única ou de última instância que, por falta de fundamento legal, acabam por lesar relevantes princípios da ordem constitucional. Uma decisão judicial que, sem fundamento legal, afete situação individual revela-se igualmente contrária à ordem constitucional, pelo menos ao direito subsidiário da liberdade de ação (Auffangrundrecht). Se se admite, como expressamente estabelecido na Constituição, que os direitos fundamentais vinculam todos os Poderes e que a decisão judicial deve observar a Constituição e a lei, não é difícil compreender que a decisão judicial que se revele desprovida de base legal afronta algum direito individual específico, pelo menos na vertente do princípio da legalidade. (in Curso de Direito Constitucional. 12ª Ed. Saraiva, 2017, p.1381).
19 Tais entendimentos já foram corroborados por este Supremo Tribunal Federal no bojo da ADPF n. 101, em que se discutia a violação de preceitos fundamentais por decisões judiciais que autorizaram a importação de pneus usados, contrariando normas editadas por diferentes órgãos da Administração Pública: EMENTA: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL: ADEQUAÇÃO. OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE. ARTS. 170, 196 E 225 DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. CONSTITUCIONALIDADE DE ATOS NORMATIVOS PROIBITIVOS DA IMPORTAÇÃO DE PNEUS USADOS. RECICLAGEM DE PNEUS USADOS: AUSÊNCIA DE ELIMINAÇÃO TOTAL DE SEUS EFEITOS NOCIVOS À SAÚDE E AO MEIO AMBIENTE EQUILIBRADO. AFRONTA AOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE ECOLOGICAMENTE EQUILIBRADO. COISA JULGADA COM CONTEÚDO EXECUTADO OU EXAURIDO: IMPOSSIBILIDADE DE ALTERAÇÃO. DECISÕES JUDICIAIS COM CONTEÚDO INDETERMINADO NO TEMPO: PROIBIÇÃO DE NOVOS EFEITOS A PARTIR DO JULGAMENTO. ARGUIÇÃO JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. 1. Adequação da arguição pela correta indicação de preceitos fundamentais atingidos, a saber, o direito à saúde, direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 196 e 225 da Constituição Brasileira) e a busca de desenvolvimento econômico sustentável: princípios constitucionais da livre iniciativa e da liberdade de comércio
20 interpretados e aplicados em harmonia com o do desenvolvimento social saudável. Multiplicidade de ações judiciais, nos diversos graus de jurisdição, nas quais se têm interpretações e decisões divergentes sobre a matéria: situação de insegurança jurídica acrescida da ausência de outro meio processual hábil para solucionar a polêmica pendente: observância do princípio da subsidiariedade. Cabimento da presente ação. 2. Argüição de descumprimento dos preceitos fundamentais constitucionalmente estabelecidos: decisões judiciais nacionais permitindo a importação de pneus usados de Países que não compõem o Mercosul: objeto de contencioso na Organização Mundial do Comércio OMC, a partir de , pela Solicitação de Consulta da União Europeia ao Brasil. 3. Crescente aumento da frota de veículos no mundo a acarretar também aumento de pneus novos e, consequentemente, necessidade de sua substituição em decorrência do seu desgaste. Necessidade de destinação ecologicamente correta dos pneus usados para submissão dos procedimentos às normas constitucionais e legais vigentes. Ausência de eliminação total dos efeitos nocivos da destinação dos pneus usados, com malefícios ao meio ambiente: demonstração pelos dados. 4. Princípios constitucionais (art. 225) a) do desenvolvimento sustentável e b) da equidade e responsabilidade intergeracional. Meio ambiente ecologicamente equilibrado: preservação para a geração atual e para as gerações futuras. Desenvolvimento sustentável: crescimento econômico com garantia paralela e superiormente respeitada da saúde da população, cujos direitos devem ser observados em face das
21 necessidades atuais e daquelas previsíveis e a serem prevenidas para garantia e respeito às gerações futuras. Atendimento ao princípio da precaução, acolhido constitucionalmente, harmonizado com os demais princípios da ordem social e econômica. 5. Direito à saúde: o depósito de pneus ao ar livre, inexorável com a falta de utilização dos pneus inservíveis, fomentado pela importação é fator de disseminação de doenças tropicais. Legitimidade e razoabilidade da atuação estatal preventiva, prudente e precavida, na adoção de políticas públicas que evitem causas do aumento de doenças graves ou contagiosas. Direito à saúde: bem não patrimonial, cuja tutela se impõe de forma inibitória, preventiva, impedindo-se atos de importação de pneus usados, idêntico procedimento adotado pelos Estados desenvolvidos, que deles se livram. 6. Recurso Extraordinário n , Relator o Ministro Carlos Velloso, Plenário, DJ , e Recurso Extraordinário n , Relator o Ministro Ilmar Galvão, Plenário, DJ : Portarias emitidas pelo Departamento de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Decex harmonizadas com o princípio da legalidade; fundamento direto no art. 237 da Constituição da República. 7. Autorização para importação de remoldados provenientes de Estados integrantes do Mercosul limitados ao produto final, pneu, e não às carcaças: determinação do Tribunal ad hoc, à qual teve de se submeter o Brasil em decorrência dos acordos firmados pelo bloco econômico: ausência de tratamento discriminatório nas relações comerciais firmadas pelo Brasil. 8. Demonstração de que: a) os elementos que compõem o pneus, dando-lhe durabilidade, é
22 responsável pela demora na sua decomposição quando descartado em aterros; b) a dificuldade de seu armazenamento impele a sua queima, o que libera substâncias tóxicas e cancerígenas no ar; c) quando compactados inteiros, os pneus tendem a voltar à sua forma original e retornam à superfície, ocupando espaços que são escassos e de grande valia, em especial nas grandes cidades; d) pneus inservíveis e descartados a céu aberto são criadouros de insetos e outros transmissores de doenças; e) o alto índice calorífico dos pneus, interessante para as indústrias cimenteiras, quando queimados a céu aberto se tornam focos de incêndio difíceis de extinguir, podendo durar dias, meses e até anos; f) o Brasil produz pneus usados em quantitativo suficiente para abastecer as fábricas de remoldagem de pneus, do que decorre não faltar matéria-prima a impedir a atividade econômica. Ponderação dos princípios constitucionais: demonstração de que a importação de pneus usados ou remoldados afronta os preceitos constitucionais de saúde e do meio ambiente ecologicamente equilibrado (arts. 170, inc. I e VI e seu parágrafo único, 196 e 225 da Constituição do Brasil). 9. Decisões judiciais com trânsito em julgado, cujo conteúdo já tenha sido executado e exaurido o seu objeto não são desfeitas: efeitos acabados. Efeitos cessados de decisões judiciais pretéritas, com indeterminação temporal quanto à autorização concedida para importação de pneus: proibição a partir deste julgamento por submissão ao que decidido nesta arguição. 10. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental julgada parcialmente procedente. (ADPF 101, Relator(a): Min. CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, j. em 24/06/2009, DJe )
23 Também, na ADPF n. 144, em que se discutia a interpretação do Tribunal Superior Eleitoral que afirmou não ser autoaplicável o 9º do art. 14 da CF: E M E N T A: ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL - POSSIBILIDADE DE MINISTROS DO STF, COM ASSENTO NO TSE, PARTICIPAREM DO JULGAMENTO DA ADPF - INOCORRÊNCIA DE INCOMPATIBILIDADE PROCESSUAL, AINDA QUE O PRESIDENTE DO TSE HAJA PRESTADO INFORMAÇÕES NA CAUSA - RECONHECIMENTO DA LEGITIMIDADE ATIVA "AD CAUSAM" DA ASSOCIAÇÃO DOS MAGISTRADOS BRASILEIROS - EXISTÊNCIA, QUANTO A ELA, DO VÍNCULO DE PERTINÊNCIA TEMÁTICA - ADMISSIBILIDADE DO AJUIZAMENTO DE ADPF CONTRA INTERPRETAÇÃO JUDICIAL DE QUE POSSA RESULTAR LESÃO A PRECEITO FUNDAMENTAL - EXISTÊNCIA DE CONTROVÉRSIA RELEVANTE NA ESPÉCIE, AINDA QUE NECESSÁRIA SUA DEMONSTRAÇÃO APENAS NAS ARGÜIÇÕES DE DESCUMPRIMENTO DE CARÁTER INCIDENTAL - OBSERVÂNCIA, AINDA, NO CASO, DO POSTULADO DA SUBSIDIARIEDADE - MÉRITO: RELAÇÃO ENTRE PROCESSOS JUDICIAIS, SEM QUE NELES HAJA CONDENAÇÃO IRRECORRÍVEL, E O EXERCÍCIO, PELO CIDADÃO, DA CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA - REGISTRO DE CANDIDATO CONTRA QUEM FORAM INSTAURADOS PROCEDIMENTOS JUDICIAIS,
24 NOTADAMENTE AQUELES DE NATUREZA CRIMINAL, EM CUJO ÂMBITO AINDA NÃO EXISTA SENTENÇA CONDENATÓRIA COM TRÂNSITO EM JULGADO - IMPOSSIBILIDADE CONSTITUCIONAL DE DEFINIR-SE, COMO CAUSA DE INELEGIBILIDADE, A MERA INSTAURAÇÃO, CONTRA O CANDIDATO, DE PROCEDIMENTOS JUDICIAIS, QUANDO INOCORRENTE CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO - PROBIDADE ADMINISTRATIVA, MORALIDADE PARA O EXERCÍCIO DO MANDATO ELETIVO, "VITA ANTEACTA" E PRESUNÇÃO CONSTITUCIONAL DE INOCÊNCIA - SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS E IMPRESCINDIBILIDADE, PARA ESSE EFEITO, DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO CRIMINAL (CF, ART. 15, III) - REAÇÃO, NO PONTO, DA CONSTITUIÇÃO DEMOCRÁTICA DE 1988 À ORDEM AUTORITÁRIA QUE PREVALECEU SOB O REGIME MILITAR - CARÁTER AUTOCRÁTICO DA CLÁUSULA DE INELEGIBILIDADE FUNDADA NA LEI COMPLEMENTAR Nº 5/70 (ART. 1º, I, "N"), QUE TORNAVA INELEGÍVEL QUALQUER RÉU CONTRA QUEM FOSSE RECEBIDA DENÚNCIA POR SUPOSTA PRÁTICA DE DETERMINADOS ILÍCITOS PENAIS - DERROGAÇÃO DESSA CLÁUSULA PELO PRÓPRIO REGIME MILITAR (LEI COMPLEMENTAR Nº 42/82), QUE PASSOU A EXIGIR, PARA FINS DE INELEGIBILIDADE DO CANDIDATO, A EXISTÊNCIA, CONTRA ELE, DE CONDENAÇÃO PENAL POR DETERMINADOS DELITOS - ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL SOBRE O ALCANCE DA LC
25 Nº 42/82: NECESSIDADE DE QUE SE ACHASSE CONFIGURADO O TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO (RE /BA, REL. MIN. OSCAR CORRÊA) - PRESUNÇÃO CONSTITUCIONAL DE INOCÊNCIA: UM DIREITO FUNDAMENTAL QUE ASSISTE A QUALQUER PESSOA - EVOLUÇÃO HISTÓRICA E REGIME JURÍDICO DO PRINCÍPIO DO ESTADO DE INOCÊNCIA - O TRATAMENTO DISPENSADO À PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA PELAS DECLARAÇÕES INTERNACIONAIS DE DIREITOS E LIBERDADES FUNDAMENTAIS, TANTO AS DE CARÁTER REGIONAL QUANTO AS DE NATUREZA GLOBAL - O PROCESSO PENAL COMO DOMÍNIO MAIS EXPRESSIVO DE INCIDÊNCIA DA PRESUNÇÃO CONSTITUCIONAL DE INOCÊNCIA - EFICÁCIA IRRADIANTE DA PRESUNÇÃO DE INOCÊNCIA - POSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DESSE PRINCÍPIO AO ÂMBITO DO PROCESSO ELEITORAL - HIPÓTESES DE INELEGIBILIDADE - ENUMERAÇÃO EM ÂMBITO CONSTITUCIONAL (CF, ART. 14, 4º A 8º) - RECONHECIMENTO, NO ENTANTO, DA FACULDADE DE O CONGRESSO NACIONAL, EM SEDE LEGAL, DEFINIR "OUTROS CASOS DE INELEGIBILIDADE" - NECESSÁRIA OBSERVÂNCIA, EM TAL SITUAÇÃO, DA RESERVA CONSTITUCIONAL DE LEI COMPLEMENTAR (CF, ART. 14, 9º) - IMPOSSIBILIDADE, CONTUDO, DE A LEI COMPLEMENTAR, MESMO COM APOIO NO 9º DO ART. 14 DA CONSTITUIÇÃO, TRANSGREDIR A PRESUNÇÃO CONSTITUCIONAL DE INOCÊNCIA, QUE SE QUALIFICA COMO VALOR FUNDAMENTAL, VERDADEIRO
26 "CORNERSTONE" EM QUE SE ESTRUTURA O SISTEMA QUE A NOSSA CARTA POLÍTICA CONSAGRA EM RESPEITO AO REGIME DAS LIBERDADES E EM DEFESA DA PRÓPRIA PRESERVAÇÃO DA ORDEM DEMOCRÁTICA - PRIVAÇÃO DA CAPACIDADE ELEITORAL PASSIVA E PROCESSOS, DE NATUREZA CIVIL, POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - NECESSIDADE, TAMBÉM EM TAL HIPÓTESE, DE CONDENAÇÃO IRRECORRÍVEL - COMPATIBILIDADE DA LEI Nº 8.429/92 (ART. 20, "CAPUT") COM A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (ART. 15, V, c/c O ART. 37, 4º) - O SIGNIFICADO POLÍTICO E O VALOR JURÍDICO DA EXIGÊNCIA DA COISA JULGADA - RELEITURA, PELO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, DA SÚMULA 01/TSE, COM O OBJETIVO DE INIBIR O AFASTAMENTO INDISCRIMINADO DA CLÁUSULA DE INELEGIBILIDADE FUNDADA NA LC 64/90 (ART. 1º, I, "G") - NOVA INTERPRETAÇÃO QUE REFORÇA A EXIGÊNCIA ÉTICO-JURÍDICA DE PROBIDADE ADMINISTRATIVA E DE MORALIDADE PARA O EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO - ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL JULGADA IMPROCEDENTE, EM DECISÃO REVESTIDA DE EFEITO VINCULANTE. (ADPF 144, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/2008, DJe ). Mais recentemente, na ADPF 403, que, embora ainda em tramitação, deferiu liminar para impedir a reiteração de decisões judiciais ordenatória de suspensão do aplicativo WhatsApp:
27 Trata-se de arguição de descumprimento de preceito fundamental, ajuizada pelo Partido Popular Socialista PPS, com pedido de medida cautelar, contra decisão do Juiz da Vara Criminal de Lagarto (SE), Marcel Maia Montalvão, nos autos do Processo nº , que bloqueou o aplicativo de comunicação WhatsApp. O arguente sustenta, em suma, ser cristalina a violação do direito à comunicação. Afinal, o aplicativo de mensagens WhatsApp realizou algo visto como impensável até a década passada: uniu as mais diversas gerações em uma só plataforma de troca de informações, proporcionando a comunicação de maneira irrestrita para os aderentes (fl. 4 do documento eletrônico 1). Alega, nesse sentido, que, segundo dados mais recentes, de cada 10 (dez) celulares brasileiros, 8 (oito) estão conectados ao aplicativo. Em um país de dimensões continentais como o nosso, um único aplicativo para celular conseguir abarcar um número de consumidores que chega a quase metade do contingente populacional brasileiro, que é de 205,8 milhões de pessoas, é algo para se enaltecer (fl. 4 do documento eletrônico 1). Aduz, mais, que busca-se, assim, nessa apertada alusão, asseverar que o aplicativo WhatsApp é um meio deveras democrático para o cidadão brasileiro se comunicar. Quiçá o mais democrático, graças à sua plataforma gratuita, simples e interativa (fl. 4 do documento eletrônico 1). Argumenta, dessa forma, que a suspensão da atividade do WhatsApp, baseado em controverso fundamento, viola o direito à comunicação, garantido constitucionalmente ao povo brasileiro. Afirma, nessa linha, que pode ocorrer lesão a
28 preceito fundamental fundada em simples interpretação judicial do texto constitucional. Em tais casos a controvérsia não tem por base a legitimidade, ou não, de uma lei, de um ato normativo, mas se assenta simplesmente na legitimidade ou não de certa interpretação. Assim sendo, busca-se que o egrégio Supremo Tribunal Federal declare inconstitucional a interpretação de um magistrado que cerceia o direito à comunicação de milhares de cidadãos (fl. 5 do documento eletrônico 1). Por essas razões, requer, nos termos do art. 5º, 1º, da Lei 9.882/99, diante da grave violação ao direito à comunicação livre e irrestrita, seja deferida a liminar pelo relator de plano, ad referendum do Tribunal Pleno, para suspender os efeitos da decisão do Juiz da Vara Criminal de Lagarto, Marcel Maia Montalvão, [que,] nos autos do Processo nº , bloqueou o aplicativo de comunicação WhatsApp por 72 horas, de forma que o mesmo volte a operar imediatamente; b) EM PROVIMENTO FINAL E DEFINITIVO, que seja julgado o presente pedido de arguição de descumprimento de preceito fundamental, para reconhecer a existência de violação ao preceito fundamental à comunicação, nos termos do art. 5º, inciso IX, com a finalidade de não mais haver suspensão do aplicativo de mensagens WhatsApp por qualquer decisão judicial (fl. 9 do documento eletrônico 1). Por meio da Petição 39344/2016-STF, o PPS informa a ocorrência de nova ordem judicial de bloqueio do serviço do serviço do WhatsApp. Narra, desse modo, que, conforme amplamente veiculado pela imprensa (notícias em anexo), a Juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias/RJ, na data de hoje, determinou nova
29 suspensão do serviço do aplicativo WhatsApp em todas as operadoras de telefonia do país (fl. 1 do documento eletrônico 35). Destaca, ainda, que, embora o ajuizamento da ADPF tenha sido motivado por outra decisão judicial do mesmo jaez, o pedido de mérito formulado na inicial abrangia a finalidade de não mais haver suspensão do aplicativo de mensagens WhatsApp por qualquer decisão judicial (fl. 1 do documento eletrônico 35). Requer, então, a imediata suspensão da decisão exarada pela Juíza Daniela Barbosa Assumpção de Souza, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias/RJ, nos autos do IP /2016, pelos fundamentos consignados na peça vestibular da presente ADPF (fl. 1 do documento eletrônico 35). É o relatório necessário. Decido. Dispõe o art. 102, 1º, da Constituição Federal, que a arguição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constituição, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei. A fim de dar concretude a tal comando constitucional, foi editada a Lei 9.882/1999, que, em seu art. 1º, caput, assim dispõe: a arguição prevista no 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Supremo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante de ato do Poder Público (grifei). O ato do Poder Público, no caso em exame, é a decisão da 2ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias/RJ, nos autos do IP /2016, que determinou a suspensão do serviço do aplicativo Whatsapp em todas as operadoras de telefonia, até que a ordem judicial seja efetivamente cumprida pela empresa Facebook, sob as penas da Lei. Com efeito, o Supremo Tribunal Federal admite a
30 impugnação de decisões judiciais por meio de ADPF, conforme se observa, por exemplo, do julgamento da ADPF 249-AgR/DF, de relatoria do Ministro Celso de Mello, cujo acórdão de julgamento foi ementado nos seguintes termos: ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL POSTULADO DA SUBSIDIARIEDADE INOBSERVÂNCIA INVIABILIDADE DE REFERIDA AÇÃO CONSTITUCIONAL DOUTRINA PRECEDENTES POSSIBILIDADE DE IMPUGNAÇÃO, MEDIANTE ADPF, DE DECISÕES JUDICIAIS, DESDE QUE NÃO TRANSITADAS EM JULGADO CONSEQUENTE OPONIBILIDADE DA COISA JULGADA EM SENTIDO MATERIAL À ADPF PRECEDENTE O SIGNIFICADO POLÍTICO-JURÍDICO DA RES JUDICATA RELAÇÕES ENTRE A COISA JULGADA MATERIAL E A CONSTITUIÇÃO RESPEITO PELA AUTORIDADE DA COISA JULGADA MATERIAL, MESMO QUANDO A DECISÃO TENHA SIDO PROFERIDA EM CONFRONTO COM A JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL ADPF: AÇÃO CONSTITUCIONAL QUE NÃO DISPÕE DE FUNÇÃO RESCISÓRIA EXISTÊNCIA DE CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE CARACTERIZADA POR JULGAMENTOS CONFLITANTES DE ÓRGÃOS JUDICIÁRIOS DIVERSOS: PRESSUPOSTO NECESSÁRIO E ESSENCIAL AO VÁLIDO AJUIZAMENTO DA ADPF AUSÊNCIA, NO CASO, DE QUALQUER ESTADO DE INCERTEZA OU DE INSEGURANÇA NO PLANO JURÍDICO, NOTADAMENTE PORQUE JÁ DIRIMIDO O DISSENSO INTERPRETATIVO PELO STF FORMULAÇÃO, NA ESPÉCIE, DA SÚMULA
31 652/STF DOUTRINA RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO (destaquei). Passo então ao exame do preceito fundamental tido por violado. Dispõe o art. 5º, IX, do Texto Constitucional: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:, ( ) IX - é livre a expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Como se verifica, o direito de livre expressão e comunicação mereceu destaque do Poder Constituinte originário, com status, inclusive, de cláusula pétrea, ou seja, não pode ser abolido sequer por emenda constitucional. Na sociedade moderna, a internet é, sem dúvida, o mais popular e abrangente dos meios de comunicação, objeto de diversos estudos acadêmicos pela importância que tem como instrumento democrático de acesso à informação e difusão de dados de toda a natureza. Por outro lado, também é fonte de inquietação por parte dos teóricos quanto à possível necessidade de sua regulação, uma vez que, à primeira vista, cuidar-se-ia de um território sem lei. No Brasil, contudo, já se procurou dar contornos legais à matéria. A Lei /2014 surgiu, exatamente, com o propósito de estabelecer princípios, garantias, direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil. Em seu art. 3º, I, o citado diploma dispõe que o uso da internet no País tem como um dos princípios a garantia da liberdade de expressão, comunicação e manifestação de pensamento, nos termos da Constituição Federal. Além disso, há expressa
32 preocupação com a preservação da estabilidade, segurança e funcionalidade da rede, por meio de medidas técnicas compatíveis com os padrões internacionais e pelo estímulo ao uso de boas práticas (art. 3º, V). Ora, a suspensão do serviço do aplicativo WhatsApp, que permite a troca de mensagens instantâneas pela rede mundial de computadores, da forma abrangente como foi determinada, parece-me violar o preceito fundamental da liberdade de expressão aqui indicado, bem como a legislação de regência sobre o tema. Ademais, a extensão do bloqueio a todo o território nacional, afigura-se, quando menos, medida desproporcional ao motivo que lhe deu causa. É que a própria magistrada, em sua decisão, reconheceu que o aplicativo do whatsapp funciona plenamente no BRASIL com enorme número de usuários, sendo que, por óbvio, o mesmo é utilizado na língua portuguesa, possuindo, inclusive, corretor ortográfico em português. ( ) O aplicativo whatsapp possui mais de 1 (um) bilhão de usuários em todo mundo, sendo certo que o BRASIL é o segundo país com maior número de usuários atrás apenas da África do Sul. Segundo relatório divulgado pela entidade, 76% dos assinantes móveis no Brasil fazem uso regular do Whatsapp, que é o comunicador instantâneo mais popular no País (grifei). Sem adentrar no mérito do uso do aplicativo para fins ilícitos, é preciso destacar a importância desse tipo de comunicação até mesmo para intimação de despachos ou decisões judiciais, conforme noticiado pelo sítio eletrônico Ressalto, de resto, que não se ingressa aqui na discussão sobre a obrigatoriedade de a empresa
33 responsável pelo serviço revelar o conteúdo das mensagens, conforme determinado pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias/RJ e supostamente descumprido pelo WhatsApp, eis que isso constitui matéria de alta complexidade técnica, a ser resolvida no julgamento do mérito da própria ação. Assim, nessa análise perfunctória, própria das medidas cautelares, entendo que não se mostra razoável permitir que o ato impugnado prospere, quando mais não seja por gerar insegurança jurídica entre os usuários do serviço, ao deixar milhões de brasileiros sem comunicação entre si. Cito, por oportuno, a decisão proferida pelo Ministro Marco Aurélio na ADPF 309/DF, cujo acórdão de julgamento foi assim ementado: PODER DE CAUTELA JUDICIÁRIO. Além de resultar da cláusula de acesso para evitar lesão a direito parte final do inciso XXXV do artigo 5º da Constituição Federal, o poder de cautela, mediante o implemento de liminar, é ínsito ao Judiciário. POLÍTICA PÚBLICA DE ACESSIBILIDADE REGULAMENTAÇÃO MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES AFASTAMENTO POR DECISÃO DE TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL ARGUIÇÃO NO SUPREMO PENDÊNCIA DE APRECIAÇÃO SEPARAÇÃO DE PODERES INSEGURANÇA JURÍDICA LIMINAR REFERENDADA. Envolvida matéria de alta complexidade técnica e pendente de solução em outra arguição formalizada, cumpre suspender decisão judicial a se sobrepor a futuro pronunciamento do Supremo (grifei). Isso posto, com base no poder geral de cautela, defiro a liminar para suspender a decisão proferida pelo Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Duque de Caxias/RJ,
34 nos autos do IP /2016, restabelecendo imediatamente o serviço de mensagens do aplicativo WhatsApp, sem prejuízo de novo exame da matéria pelo Relator sorteado. Comunique-se com urgência. Publique-se. Brasília, 19 de julho de Ministro Ricardo Lewandowski Presidente (ADPF 403 MC, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em 19/07/2016, DJe 20/07/2016). Portanto, inexiste dúvida quanto ao cabimento de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental contra decisão judicial por mera interpretação atentatória a preceito fundamental. É exatamente o que se passa in casu. De um lado, ao ser ajuizada ação de cassação de chapa e perda de mandato contra Governador e Vice-Governador por suposta prática de compra de sufrágio, porém com condutas imputadas exclusivamente ao Governador, conforme se infere da leitura do acórdão regional, mantido na decisão da Corte Superior, aqui censurada. Ao Vice-Governador do Estado do Amazonas foram negados os preceitos fundamentais do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, da individualização da imputação e da pena. Por outro lado, a decisão do Tribunal Superior Eleitoral que determinou a execução imediata do seu acórdão de cassação, contrariando o disposto no 2º do art. 943 do CPC, segundo o qual lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 dias. Neste segundo caso, trata-se de decisão que viola a ampla publicidade um dos pilares da atuação democrática do Poder Judiciário sem qualquer amparo legal,
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