VIVÊNCIA VER. VER-SUS ARAPIRACA Nome: NAYARA NORRANY DA SILVA RODRIGUES Curso: Nutrição Instituição: UNIT Centro Universitário Tiradentes

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1 VIVÊNCIA VER VER-SUS ARAPIRACA Nome: NAYARA NORRANY DA SILVA RODRIGUES Curso: Nutrição Instituição: UNIT Centro Universitário Tiradentes A vivência do VER-SUS SUS ocorreu entre os dias 4 á 15 de janeiro de 2016 na cidade de Arapiraca/AL com alojamento na Universidade Estadual de Alagoas (UNEAL). 04/01: No primeiro dia durante toda a manhã os viventes se organizaram no alojamento. Já durante a tarde houve a recepção no auditório da UNEAL com diversas convidada convidadas da secretaria da saúde de Arapiraca, Arapiraca na qual estavam presentes: Rafaela (Diretora da Atenção Básica); Cledja (coordenadora Saúde Mental/Rede de Atenção Psicossocial); Pollyana (Coordenadora ordenadora Saúde da Mulher/Rede Cegonha); Jéssyca (Coordenadora de Doenças Crônicas) e Genilza (Coordenadora do NASF). Inicialmente foi posto um vídeo sobre o município de Arapiraca em que most mostrava a situação atual da mesma e discussão durante toda à tarde tarde com cada convidada presente. O que foi relatado (em resumo) deste dia foi o seguinte: A composição da Atenção Básica em Arapiraca sendo descrita com 37 Unidades de saúde, 01 Unidade Simplificada, 60 Equipes de saúde da família, 06 PACS (Programa de Agentes Agentes Comunitários de Saúde), 42 Equipes de saúde bucal e 10 equipes de NASF (Núcleo de Apoio a Saúde da Família) perfazendo dessa forma uma cobertura de 90% da sua população. NENHUM DE NÓS É TÃO INTELIGENTE, QUANTO TODOS NÓS JUNTOS. (Warren Bennis) Frase ase que passou no slide e me chamou atenção, pois, a meu ver nenhum profissional da saúde funciona bem se não está junto de sua equipe multidisciplinar. Trabalhar em conjunto, conjunto essa é a base. Durante a noite ocorreu à criação do contrato de vivência, divisão o de tarefas e grupos: NB s (Núcleo de Base) e GV s (Grupo de Vivência), a apresentação de vivente por vivente numa roda na plenária (local onde ocorreram as discussões/palestras/atividades) e entrega das mochilas e camisas. 05/01: Dia de nomeação dos quartos. Ressaltando que tanto anto meu NB quanto GV foi o 3. Meus facilitadores de NB foram Adriano e Renato, e de GV foram Bianca e Rany. Todas os quatros denomino como maravilhosos, pois, compartilharam suas experiências e sabedorias comigo comi e com todos. Meu grupo de NB foi nomeado como equipe SUSTentação e o grito de guerra criado por nós foi o seguinte: Esse SUS é envolvente, vai fazer você pirar, vai entrar na sua

2 mente, sempre dá para melhorar. Vou contar uma lição... Você não vai esquecer, isso é sustentação, nosso NB. Tivemos apenas alguns minutos para pensar rápido e usar a criatividade criando e ilustrando uma bandeira da equipe, além desse grito de guerra/musiquinha. Após esse momento houve a leitura do texto sobre feudalismo, o eixo do dia foi sociedade, meu grupo ficou com o capítulo 8 no qual tinha tema como A Crise do Escravismo e a Origem do Feudalismo. Houve a leitura em grupos (divididos por NB S e depois todos os NB S se reuniram na plenária para discussão do eixo). 06/01: Dia de visita, visita a unidade básica de saúde. Eixo: Atenção Básica. Cada GV foi direcionado a uma UBS diferente. Durante a manhã, mais precisamente as 07:45 meu GV3 visitou a UBS Dr. Geraldo Lúcio da Silva, localizado no bairro primavera na cidade de Arapiraca. Inicialmente fomos recepcionados por J. Amaro (Técnico de Enfermagem) no qual nos apresentou todas as instalações físicas e funcionários presentes no determinado local (Médico Jonathan e Enfermeira Evelin). Tivemos o prazer, também, de uma roda de conversa com três agentes comunitários de saúde na qual nos tiraram dúvidas, falaram da sua rotina e desabafaram (de certa forma) apontando pontos positivos e negativos. Foi um momento lindo, visto que foi citado por todos os ACS que ser um deles é se doar, não só exercer sua função, ser mais que isso, ser coração, trabalhar também com amor pelo que faz e pelas famílias que atendem, ter ligação. Foi questionado sobre o psicológico de cada ACS e foi notório a insatisfação relatada sobre isso, pensam nos outros e esquecem que também precisam ir a psicólogo. Isso precisa mudar. Promovem saúde ao público e esquecem da promoção da própria saúde! Por fim, fizemos algumas perguntas básicas a 3 usuários que ali estavam presentes. Tais como Você vem a essa UBS com freqüência? O que você acha do SUS de Arapiraca? Você demora a ser atendido? Como é a recepção dos profissionais que lhe atendem? E para nossa surpresa, fomos surpreendidas com uma usuária Não sei por que na televisão só passa a parte ruim dos hospitais, do SUS, só preza as coisas ruins, nunca mostra os pontos positivos. O atendimento aqui é maravilhoso, os profissionais atendem bem, tem problemas sim, os medicamentos, por exemplo, mais os funcionários não. Citou Sra. Josineide. Durante a tarde houve a abertura com uma mística relaxante, emocionante e carinhosa. Lágrimas rolaram, além de muito afeto e acolhimento. SER GENTE QUE QUERIA SENTIR GENTE Esse foi o lema da dinâmica. Após esse momento lindo tivemos o privilégio de debater ainda sobre o eixo de atenção básica com os seguintes convidados: Elias (Médico residente em saúde da família de Caruaru) e Rafaela (Diretora de Atenção Básica de Arapiraca). Saliento que foi citado que em Arapiraca têm-se t 91% de cobertura de atenção básica e que em geral não só

3 na cidade de Arapiraca mais em toda nação antes a atenção primária era de baixa qualidade e hoje tem força e contato bem maior. 07/01: Manhã: Visita aos níveis secundários e terciários. Meu grupo (GV3) visitou o CRIA (Centro De Referencia Integrado De Arapiraca) e o CEO (Centro de Especialidades Odontológicas). No CRIA fomos recebidos e acompanhados durante toda a visita pela assistente social Iolanda; além da diretora do centro Cristine ter tirado dúvidas e da participação do Hércules (farmacêutico) e Roberta (enfermeira). Um fato que me chamou bastante atenção foi à sala de ouvidoria em que uma funcionária se mostrou bastante receptiva e ainda nos deu os números para ligarmos e indicarmos ao público. Citou Liguem, estamos esperando a ligação de todos vocês tanto para fazer reclamações, denúncias ou elogios. Liguem, pois, é importante para se ter uma mudança. No Cria a maior demanda é para psicólogo, exatamente por isso têm-se 9 no centro. Abrange diversas especialidades, entre elas estão: endocrinologista, cardiologista infantil e adulto, ginecologista, psicólogo, psiquiatra, acupuntura, nutricionista, gastroenterologista, alergista, pneumologista, dermatologista, reumatologista. Importante salientar que a prefeitura oferece transporte agendado (marcação no serviço social) sendo 1 carro pela manhã e outro pela tarde. Possui um ambulatório de feridas que funciona a 3 anos e tem 3 salas (sala de recepção, sala de avaliação e sala de curativos) tudo bem organizado sob as funções da enfermeira Larissaa que foi contratada recentemente e citou Arapiraca possui 220 mil habitantes e infelizmente aqui no ambulatório de feridas não é atendido nem 1% da população. Não falta material, falta cobertura, justamente por isso não se pode atender mais pessoas. São atendidos 25 pacientes fixos (todos residentes em Arapiraca, pois, a troca dos curativos é diária) e não estão aceitando mais pacientes, mesmo tendo demanda. O mais maravilhosoo foi saber e ver que o CRIA possui examee de mamografia funcionando de segunda á sexta atendendo 15 pacientes por dia. Ressaltando outro ponto positivo a que o CRIA é referência é o tratamento aos portadores de hanseníase e tuberculose. Atendendo esse setor por demanda espontânea, acolhe qualquer um. O CEO atende 600 pacientes/dia e têm na direção Ericlécia (simpática que nos recepcionou). O atendimento lá funciona por marcação feita pelo sistema, não se marca lá consulta nenhuma, é o seguinte: o que não se consegue fazer em um posto é encaminhado para lá. Possui 17 dentistas, faz raio x, periodontia, estomatologia, etc. O mais lindo foi ver que tem uma sala especializada toda padronizada, salientando que neste centro não se realiza implante e nem prótese. Tarde: Iniciaram-se as atividades com uma mística chamada dança do Berequetê Foi bem divertido. O berequetê surgiu no berço da moderna cultura arcaica brasileira, o Acre. Começou em meados do século XVII pela necessidade dos índios em trocarem informações

4 entre tribos. A dança surgiu como uma celebração e só para não deixar em branco o termo berequetê em munducuru, significa "bunda nascente". Filme Crítica sobre o acolhimento e a atenção a saúde do paciente A meu ver esse filme retratou a forma como alguns profissionais tratam os pacientes literalmente de olhos fechados, tratam apenas a dor/mal estar físico (no caso a doença), sem se importar com um indivíduo como um tudo. Sendo dessa forma, ignorada a condição psicológica do paciente, apenas sendo levada em conta a anamnese clínica, ou melhor, os sintomas. Epidemias é um ponto a ressaltar. Sátira que retrata o atendimento no SUS em alguns locais. Presença especial de Luiza (Psicologa residente da Uncisal) e Aline (RH da prefeitura de Arapiraca) Texto Humaniza SUS: Política Nacional de Humanização Leitura da parte do marco teórico político e discussão entre NB s durante 40 minutos fora da plenária (em lugares escolhidos pelos próprios NB S afastados uns dos outros) Sorteio de um princípio para cada NB e explicação de forma lúdica na plenária Cordel Humaniza SUSS Relato das visitas aos níveis secundários e terciários (10 minutos de apresentação por GV) Noite: Tema Racismo. Aconteceu uma dinâmica denominada de QUEM SÃO VOCÊS? dinâmica essa tomada totalmente pela emoção onde qualquer um (de forma voluntária) dava seu depoimento, relatava quem era ou um fato que já sofreu de racismo. Foi comovente. Após dinâmica houve debate sobre o eixo. 08/01: Manhã: Visita a comunidade terapêutica. Visitei a Comunidade Missionária Sagrada Família. Comporta 40 residentes (no máximo) e funciona sob direção de Givanildo e Reginaldo (assistente social). Os residentes entram devido ao álcool ou droga. A ligação com a família lá dentro é praticamente inexistente, pois, a visita ocorre apenas 1 vez/mês sendo agendada e assistida (não tem privacidade) e têm-se 20 minutos de orientação familiar. Os residentes tem entre 18 á 65 anos e são todos homens. Um fato que me chamou bastante atenção foi a idolatração dos residentes com o diretor da comunidade, a esposa do diretor e o assistente social; os residentes os chamam de missionários. Sendo o convívio lá dentro bem rígido, tomado por um cronograma terapêutico com normas de moradia e regras (que achei absurdo). Todos os residentes devem ter a religião católica, se forem evangélicos tem que abrir mão da sua religião, pois, lá dentro tudo é voltado ao catolicismo. Visto que o diretor afirmou acolhemos todo mundo, de forma voluntária, só é vir e aceitamos e não é bem assim, existem lá dentro regulamentos, começando pela religião... Tarde: Documentário Saúde Mental e Dignidade Humana. Discussão sobre documentário Relatos sobre vivência as comunidades terapêuticas Todos são iguais perante a lei, l inclusive os doentes mentais. Frase que me tocou. Noite: Cultural: Interação entre viventes e facilitadores.

5 09/01: Manhã: Eixo Reforma Sanitária. Leitura do texto sobre reforma sanitária entre NBs (fora da plenária). Título O Programa Neoliberal de Collor: Uma Inflexão Privatizante. Leitura de um poema e discussão do texto na plenária. Tarde: Houve duas místicas. Mística 1 Dinâmica amar ao próximo como a si mesmo : Denominar um nome de um animal para o colega e sem saber depois alguém da comissão avisa que quem vai imitar é você próprio; Mística 2 - Dinâmica sobre gênero LGBT: Determinar um nome do sexo oposto ao seu e permanecer usando ele até o dia acabar. Vídeo: Saúde e Democracia ; Discussão sobre o vídeo; Construção de um cartaz em ordem cronológica sobre a história da reforma protestante. 10/01: DIA LIVRE. Dia de descanso, pois, a vivência é maravilhosa sim, porém, cansativa. Em grupo (mesmo em dia livre onde cada um poderia fazer o que desejasse e com quem desejasse) fui durante a tarde ao shopping. Descontração. Já durante a noite fomos conhecer a Praça Ceci Cunha (referência da cidade de Arapiraca) onde lá brincando de imagem e ação. Tudo muito lindo, divertido e maravilhoso. Afinal, com pessoas maravilhosas como pode ter coisas ruins?! 11/01: Manhã: Vivência foi um pouco mais tarde, ás 08h00min. Dinâmica A união faz a força Círculo que você deve observar o seu amigo a direita e da esquerda para quando a música parar pegar nas mãos dos dois e assim não se soltar até conseguir desatar o nó. 30 minutos de leitura com NBs Debate sobre os textos Corte de gastos sociais e o financiamento do setor privado Tarde: Participação do professo economista José Meneses palestrando sobre o senso comum com abertura para perguntas/discussões. Noite: Reformulação do contrato da vivência e momento cultural Filme Tatuagem 12/01: Manhã: Participação do psicólogo Fabrício. Vídeo relacionado a matriz afro O povo brasileiro Darcy Ribeiro. Discussão sobre o vídeo. Leitura de textos por NBS. Texto do meu grupo (NB3) Evidências de Racismo na Assistência e na Pesquisa em Saúde. Discussão dos textos na plenária (5 min. por grupos/nbs) Tarde: Continuação das discussões dos textos. Vídeo O cuidar nos terreiros Saúde. Discussão do Vídeo. 13/01: Manhã: Eixo Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra. Dia de a alvorada ser bem cedo, as 05h00min devido à visita ser em outra cidade. Saída da UNEAL foi ás 07h00min. Destino: Teotônio Vilela/AL. Recepção por coordenadores e diretores do MST no assentamento José Elenilson. Divisão de grupos de vivência (GVs) para acompanhar 8 moradores que fazem parte do MST. Acompanhei o Sr. Luiz, foi enriquecedor ir às terras de cultivo, ouvir as histórias vividas por ele e ainda por cima ganhar abacaxi e mamão (tudo orgânico e delicioso). De volta ao assentamento tivemos um almoço promovido pelos próprios trabalhadores rurais sem terra. Tarde: Peça teatral demonstrando sobre um caso que marca o movimento Morte de José Elenilson (assassinado em atalaia de forma brutalmente). Momento canção: Hino e músicas do MST Relatos sobre o MST

6 Explicação cronológica de toda a história do movimento descrita por Givan. Noite: Construção de um mural e de envelopes individuais para serem colocadas cartinhas. Ah, em poucas palavras resumo minha experiência sobre esse dia: O que se pode afirmar... A mídia exibe o que é do seu interesse e não a realidade! O MST é lutador, sofredor e pessimista. O que não é improdutivo é transformado em produtivo, qual o problema nisso? Movimento de luta pela reforma agrária e pela justiça social, eu admiro! 14/01: Penúltimo dia. Vídeo Sou sem terra, sou pobre, sou negro, sou revolução. Presença de dois convidados (fazem parte de assentamentos). Relatos sobre a visita ao MST do dia anterior. Texto 2 Plano Nacional de Reforma Agrária. Vídeo Saudação do Presidente Uruguais Mujica. Leitura de textos por NBs. Discussão de textos. Vídeo Lutas, Construir Reforma Agrária Popular. Debate sobre vídeo. Oficina de turbante. Criação da bandeira VER- SUS com assinatura de cada vivente e facilitador. 15/01: O dia mais triste chegou, isso mesmo, o dia de ir embora. Tivemos um café da manhã belo como todos os outros, mais esse foi marcado pela saudade já sentida por todos. Após o café nos reunimos na plenária, encerramento. Dinâmica Que bom, Que pena, Que tal. Vídeo belíssimo que por emoção do momento acabei não copiando o nome. E por fim, recolher os envelopes do mural de cartinhas! E como chorei lendo cada papelzinho. Pessoas de lugares diferentes, de opção sexual diferentes, de raças diferentes, de cursos diferentes e ainda sim tão iguais, tão lindos, tão maravilhosos. "Somos iguais mesmo sendo diferentes!" o VER-SUS foi a melhor experiência da minha vida. Projeto que trata o ser como um todo. Trata mente, trata corpo, trata coração. E que possamos ser profissionais tão humanizados como fomos durante a vivência. Não digo acabou, e sim digo AGORA COMEÇOU. Apenas tivemos uma ajudinha/empurrão dos facilitadores lindos que convivemos em Arapiraca e fez com que a lâmpada de ir atrás, ir em busca, ir ajudar e ir construir esse SUS maravilhoso fosse acendida. O SUS funciona sim, ele é um sistema em construção e nós temos o direito de criticar e a obrigação de melhorá-lo. E assim seguirei cantando o grito de guerra do VER-SUS ARAPIRACA/AL: O SUS É NOSSO, NINGUÉM TIRA DA GENTE, DIREITO GARANTIDO NÃO SE COMPRA E NÃO SE VENDE