RELATÓRIO DE EVENTO CONFERÊNCIA GREEN RIO 2013
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- Juliana Fernandes Neves
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1 RELATÓRIO DE EVENTO GERÊNCIA DE CONHECIMENTO E COMPETITIVIDADE RIO DE JANEIRO, JUNHO DE 2013
2 Instituição: Planeta Orgânico Rio Orgânico Evento: Realizado no dia 8 e 9 de maio de 2013, no Espaço Tom Jobim (Jardim Botânico) Rio de Janeiro Site: Palavras-chave: Green Rio, alimentação saudável, orgânicos, turismo e gastronomia, sustentabilidade, food vision, mega eventos, olimpíadas de 2016, passaporte verde, gestão sustentável, beleza orgânica, tendência de consumo. APRESENTAÇÃO O De Olho no Mercado é um produto da Gerência de Conhecimento e Competitividade do Sebrae/RJ composto de três volumes relatórios de empresa e/ou de dirigente (volume 1), de evento (volume 2) e temático (volume 3) com o objetivo de oferecer conhecimento que possa subsidiar colaboradores no planejamento de ações e na tomada de decisão. O mercado brasileiro de alimentos e produtos orgânicos faturou R$ 1,5 bilhão em 2012 e, deste valor, um terço foi representado pelas exportações, segundo estimativas do Instituto de Promoção do Desenvolvimento (IPD). A expectativa da entidade é que o seguimento atinja R$ 2 bilhões em Segundo o IPD, o mercado nacional cresce à medida em que o processo de regulamentação realizado em 2011 se consolida, e há mais aporte no ramo, além do estímulo proporcionado pelos grandes eventos esportivos no país nos próximos anos. (Fonte: Jornal Valor Econômico. Sessão Agronegócios em 15 de maio de 2013.) O Estado do Rio de Janeiro vem se preparando estrategicamente para que os megaeventos sejam catalisadores de iniciativas de longo prazo. O Estado do Rio de Janeiro é o segundo maior mercado consumidor do Brasil e sua gastronomia e turismo são formadores de opinião. A valorização das vocações regionais do estado será incentivada como valor agregado de cada região. No evento Green Rio foi apresentado, por exemplo, o Vale do Café, um território com elevadas potencialidades para o desenvolvimento de uma ação em rede, voltada para valorização dessa região. A alimentação é uma parte importante nos grandes eventos e os organizadores das Olimpíadas de 2016 já manifestaram seu forte compromisso quanto à sustentabilidade dos alimentos que os atletas, as autoridades e os espectadores irão consumir durante os jogos. O dossiê da Candidatura Rio de Janeiro 2016 explicita claramente: Medidas específicas serão incluídas, como a redução dos materiais de embalagem, a utilização de materiais de embalagem biodegradáveis, o uso de alimentos orgânicos, De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
3 equipamentos eletrônicos sustentáveis, produtos de limpeza e mobiliário biológicos, instalações e equipamentos que poderão ser utilizados após os Jogos. Contexto para a Micro e Pequena Empresa O alimento orgânico é uma prioridade na agenda do Sebrae/RJ. A produção orgânica é um importante instrumento de diferenciação do pequeno produtor fluminense na economia do estado, pois tem um valor agregado inerente, já que traz na sua essência os pilares da sustentabilidade: econômico, social e ambiental. Há oportunidades crescentes para os produtores de orgânicos, principalmente se pensarmos no calendário dos grandes eventos que acontecerão no Rio de Janeiro: a cidade receberá um grande número de turistas estrangeiros acostumados ao consumo de produtos orgânicos no mercado doméstico, o produto orgânico ganha cada vez mais espaço nas gôndolas das principais redes de varejo do estado o aumento do interesse dos restaurantes fluminenses na busca de fornecedores desse tipo de produto. Mas também há diversos desafios a enfrentar: a pequena oferta de produtos orgânicos no estado, diante de seu potencial de crescimento o pequeno número de produtores com espírito empreendedor aguçado e que vejam a produção orgânica como uma atividade econômica rentável. Fonte: Revista Orgânicos & Cia ( De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
4 PROGRAMAÇÃO Dia 8 Abertura Produção e consumo sustentável Projeção do filme "Brasil Orgânico" Projeto Cosmético de base florestal da Amazônia/Parceria Sebrae-AM e GIZ Parcerias público privadas e Objetivos do milênio Contribuições do turismo e da gastronomia para alcançar os Objetivos do milênio Gestão eficiente e sustentável da água. Dia 9 Mega eventos, legado e passaporte verde Mega eventos no Estado do Rio de Janeiro: valorização da origem Rodovias verdes Centro de Inteligência em Orgânicos: considerações e perspectivas para o setor orgânico Orgânicos e tendências de consumo Rio Food Vision: construindo uma proposta de alimentação saudável e sustentável nas Olimpíadas de PONTOS PRINCIPAIS 1º painel: Contribuições do turismo e da gastronomia para alcançar os Objetivos do Milênio Participantes: EcoBrasil - Ariane Janer SindRio - Teresa Corção Braztoa - Ana Carina Homa Sebrae - Marisa Freitas Cardoso Durante o primeiro painel da conferência foram discutidas as estratégias de como criar o sabor da sustentabilidade na gastronomia já que hoje o turismo gera uma demanda crescente por produtos sustentáveis (embora o turista, de maneira geral, queira ter todas as mordomias possíveis durante sua estadia). De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
5 Uma pesquisa realizada pelo site Trip Advisor em 2012 revelou que 71% dos turistas dizem querer uma experiência de viagem verde, mas que desse total menos de 25% procuram informações verdes na hora de reservar sua viagem e que ainda menos que 15% tomam decisões por razões verdes. Diante desses dados é possível observar que hotéis e restaurantes que já praticam ações sustentáveis não as comunicam aos seus clientes, que só as conhecem no momento da chegada. No Brasil existem diversas certificações para práticas verdes, porém não é suficiente somente receber certificações, é preciso de planejamento para divulgar e fazer com que essas certificações representem um diferencial para quem as possua. A comida e a alimentação sustentável estão inseridas e diretamente ligadas à cadeia do turismo. O que se deve planejar é como o restaurante pode contribuir para a sustentabilidade e para a preservação do local visitado. Algumas ações foram citadas no debate: como evitar o desperdício de comida / correto dimensionamento das porções o engajamento e o treinamento dos colaboradores a promoção de ações de conscientização dos fornecedores locais, por parte das prefeituras a medição da gestão sustentável (sem medição não existe gestão) a aplicação de um preço mais acessível aos produtos orgânicos e justo para os produtores. O marketing sustentável deve ser aplicado tanto no ambiente interno da empresa (colaboradores e demais stakeholders) como no ambiente externo (comunicação aos clientes e demais atores da sociedade). Os quatro objetivos das metas do milênio, destacadas pelo palestrante, são: 1. o combate à fome e à miséria 2. a igualdade entre os sexos e a valorização das mulheres 3. a qualidade de vida e o respeito ao meio ambiente 4. o trabalho em grupo gerando sinergia (e não com ações isoladas). A Braztoa é uma empresa de gestão de viagens e tem em sua missão promover as boas práticas do turismo sustentável. Para o reconhecimento dessas atividades a empresa criou o Prêmio Braztoa de De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
6 Sustentabilidade. Ao contrário do que muitos podem imaginar, entre os vencedores existem pequenas pousadas e hotéis que criaram ações inovadoras nessa área, comprovando que nem sempre é necessário um grande investimento para geração de resultados e que a criatividade e a inovação são com certeza os vetores das melhores práticas em sustentabilidade. A Braztoa desenvolveu ainda guias e manuais de sustentabilidade para divulgação entre os seus associados. 2º painel: Mega eventos, legado e passaporte verde Participantes: Ministério do Esporte - Claudio Langone Ministério do Desenvolvimento Social - Arnoldo Campos Ministério do Meio Ambiente - Allan Milhomens Sebrae Yêddo Bittencourt da Silva Júnior Apresentação do Programa Brasil Orgânico Sustentável (abril de 2013 a junho de 2014): O Programa tem como objetivo desenvolver uma política nacional da agroecologia e produtos orgânicos aproveitando o evento da Copa 2014 para introduzir estes produtos no mercado consumidor dos eventos e integrar as ações e eventos de promoção do governo federal. Para dar visibilidade e credibilidade ao Programa, as campanhas de comunicação utilizarão tanto as mídias tradicionais quanto as redes sociais. Neste âmbito, o próximo evento será a Bio Brasil Fair com apoio do Ministério da Agricultura (MDA) e Ministério do Meio Ambiente (MMA). O encontro faz parte da política de participação social, que busca promover a ampliação e aprofundamento dos diálogos entre o estado e a sociedade civil em torno da Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, por meio de uma parceria entre o Ministério do Meio Ambiente e a Secretária-Geral da Presidência. De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
7 Outra ação programada é a inclusão e comercialização dos produtos orgânicos brasileiros nos principais eventos durante a Copa das Confederações 2013 (coffeebreaks, almoços, jantares, alimentação em geral). Em Brasília, de 20 a 22 de agosto, acontecerá o 25ª Congresso Abrasel Restaurante Show. A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) está presente com suas seccionais em 27 estados brasileiros fortalecendo o setor de alimentação fora do lar, defendendo os interesses e direitos de seus associados e buscando um ambiente favorável para o desenvolvimento sustentável dos negócios no setor. Em Manaus, de 27 a 30 de novembro, está prevista a realização da Feira de Promoção de Produtos Orgânicos FIAM 2003, que tem como objetivos principais a atração de investimentos, promoção comercial de produtos e serviços da amazônia brasileira, mostra de programas e projetos resultantes das políticas públicas para desenvolvimento socioeconômico sustentável, promoção e identificação de parcerias público privadas, além de estímulo a exportações, incremento do fluxo de turistas e viabilização de parcerias para o setor. Na Copa do Mundo da FIFA, a ideia é criar tendas para venda e promoção dos produtos orgânicos brasileiros nos arredores dos estádios, além da negociação com a FIFA para venda também dentro dos estádios. 3º painel: Centro de Inteligência em Orgânicos: Considerações e Perspectivas para o Setor Orgânico Participante: Sylvia Wachsner No Brasil, a cadeia da produção orgânica está sendo construída gradualmente. Diversos obstáculos devem ser enfrentados, como os baixos investimentos realizados nas agroindústrias e na produção, que têm dificuldade de gerar em maior escala. Desta forma, a demanda dos consumidores atraídos pelo conceito de alimentos orgânicos ainda é bem maior do que a oferta desses produtos. Também é necessário um avanço quantitativo em termos de pesquisa, assistência técnica especializada e produção de insumos e sementes. Embora a expressão agricultura orgânica aparente uma atividade simples, requisitos como a adubação natural, conservação da área e proibição de fertilizantes químicos, dentre outros, requerem cuidados específicos e bem distantes da agricultura convencional, que dispõe de ferramentas próprias. De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
8 Os supermercados estão percebendo o potencial do setor orgânico e a importância na conquista de maior espaço para esses produtos em suas gôndolas, mas a dependência dos pequenos produtores tem seus riscos. Uma estratégia mundial dos grandes varejistas é (para alimentos convencionais e orgânicos) o investimento em marcas próprias como forma de crescimento, terceirizando a produção e investindo no marketing dos produtos. Para os pequenos produtores orgânicos a industrialização de um elevado percentual da sua produção para um cliente e a vinculação da receita mensal de uma só fonte deve ser bem pensada. Os pequenos produtores fecharão negociações mais favoráveis se estiverem integrados e organizados, seja em cooperativas ou grupos. O mercado interno continua sendo muito importante para os produtores brasileiros, sobretudo para as pequenas agroindústrias e produtores familiares, cuja produção é limitada. A criação do selo único de certificação brasileiro Orgânicos Brasil, em janeiro de 2011, ajudou a criar um diferencial competitivo e a organizar os produtos ofertados, trazendo cada vez mais transparência para o sistema ao propiciar estatísticas e levar ao público informações sobre os alimentos e produtos consumidos. Além disso, os produtores de orgânicos foram enquadrados em um conjunto de instruções normativas e regulamentos, o que representa um enorme desafio. A exportação é um empreendimento muito maior, pois requer grande escala, rastreabilidade, logística eficiente, estabilidade e padronização na oferta de produtos. Poucas são as empresas equipadas para atender as exigências dos mercados internacionais e no caso dos alimentos orgânicos brasileiros não as commodities os preços ainda são superiores quando comparados com similares nos mercados de Europa e Estados Unidos. Com a implantação do Sistema Brasileiro de Avaliação da Conformidade Orgânica, os investimentos na agricultura orgânica aumentam a oferta de insumos, sementes e pesquisa que contribuam para o incremento da produtividade no país. O mercado interno é muito importante sobretudo para as pequenas agroindústrias e produtores familiares, em que todas as formas de comercialização devem ser consideradas (inclusive o grande varejo). De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
9 4º painel: Orgânicos e tendências de consumo Participantes: Deputada Aspásia Camargo Ministério da Agricultura - Fabiana Nobre Ministério do Meio Ambiente - Claudia de Souza Pesagro - Maria Fernanda Fonseca Moderação - Claudia Cataldi Na última semana de abril de 2013 um projeto de lei [1] foi reapresentado, com o intuito de fortalecer o controle de uso e de comercialização, por meio de um sistema de cadastro eletrônico para monitorar de forma eficaz a entrada de agrotóxicos no estado. Esse fato acabou enfraquecendo os produtores informais, que tiveram o seu acesso à compra de agrotóxicos dificultada. [2]. O grupo de trabalho deste projeto foi criado com a participação de vários órgãos e foi feita uma grave denúncia: o plano diretor da cidade do Rio de Janeiro classificou toda a cidade como área urbana com o objetivo de aumentar a arrecadação do IPTU e evitar o processo de favelização, mas este fato prejudicou muito a agricultura familiar. A agricultura deve ser recuperada em defesa da nossa saúde e a produção orgânica é uma forma de combate ao uso de agrotóxicos. De acordo com relatório da Anvisa [3], em 2008 o Brasil assumiu o posto de maior consumidor de agrotóxicos do mundo, ultrapassando os Estados Unidos e movimentando mais de US$ 7 bilhões/ano. Foram abordados os seguintes tópicos sobre a história do manejo da biodiversidade e da agricultura sustentável de orgânicos no Brasil: Atualmente, no bioma mata atlântica, existem 31 milhões de pessoas na cidade menos de 1 milhão no campo plano nacional de agroecologia e produtos orgânicos universalização do consumo e conservação e manejo e uso sustentável dos recursos nacionais meta de controle do uso de agrotóxicos recuperação da biodiversidade brasileira De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
10 introdução de novas tecnologias certificação ambiental unidades de conservação do Brasil e as unidades extrativistas (o RJ não tem, mas é preciso fomentar essas práticas) Governo Federal vem ampliando investimentos e fomentando e trabalhando com APL para diversos produtos. 5º painel: Rio Food Vision: construindo uma proposta de alimentação saudável e sustentável nas Olimpíadas de 2016 Participantes: Conservation International e WWF - Guilherme Dutra e Jean Timmers Marine Stewardship Council - Martin Dias Insitituto-e - Nina Braga / Moderação Planeta Orgânico - Maria Beatriz B. Martins Costa As Olimpíadas de Londres em 2012 mostraram que políticas de compra criativas e bem planejadas podem resultar em melhorias significativas no desempenho de sustentabilidade, estimular inovações e ainda funcionar como efeito demonstrativo para plateias globais. Londres apresentou os jogos mais verdes da história e deixou um desafio para o Rio de Janeiro de igualar ou superar esse desempenho. A Food Vision 2012/Visão de Alimentação para as Olimpíadas de Londres em 2012 foi o primeiro documento desse tipo desenvolvido para os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos. Este documento, por sua vez, irá proporcionar uma estrutura adequada para o desenvolvimento de uma Visão de Alimentação Sustentável em De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
11 Convocados e liderados pela ISEAL Alliance, e com uma Secretaria coordenada pelas instituições Conservation Internacional e WWF, representantes de organizações, governo e empresas, entre elas o Planeta Orgânico, fazem parte do grupo Rio Food Vision: por uma alimentação saudável e sustentável nas Olimpíadas 2016 que discutiu este tema durante o evento Green Rio. O objetivo deste grupo multifacetado, que envolve ISEAL, Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Ministério do Meio Ambiente, FairTrade, Planeta Orgânico, Marine Stweardship Council, Imaflora e Fundação Getúlio Vargas (FGV) é iniciar um diálogo e construir uma proposta que contemple a Visão de Alimentação Sustentável para as Olimpíadas do Rio em 2016, que bem preparada e eficazmente apresentada, pode deixar um legado significativo e motivar globalmente a expansão do consumo sustentável. CONSIDERAÇÕES É necessário facilitar o acesso de produtores orgânicos ao acervo de tecnologias disponíveis nos centros de pesquisa, além de massificar as culturas do empreendedorismo e do associativismo nos núcleos de produção, já que a força produtiva fluminense se concentra nas mãos de pequenos produtores, em sua maioria, agricultores familiares. Além disso, é importante planejar as vendas. Atualmente, o produtor planta e depois verifica se há demanda para o produto. O ideal é que se faça o contrário. Deve-se analisar onde há demanda e formalizar o compromisso de compra, preferencialmente por meio de um sinal, para poder destinar a produção. É importante que isto se torne uma prática e que o pequeno produtor produza aquilo que já conseguiu vender. Principalmente se considerarmos que ele lida com produtos altamente perecíveis, como as folhosas, que registram perdas elevadas. Estas perdas estimulam a produção em pequena escala, basicamente destinada às feiras livres, onde o pequeno produtor encontra maior liquidez. Todas as ações de desenvolvimento econômico promovidas pelo Sebrae têm como premissa levar em consideração aspectos relacionados ao meio ambiente, ao comércio justo, à tecnologia, ao associativismo, à educação e ao fortalecimento do empreendedorismo em geral, o que mostra, sem De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
12 dúvida, comprometimento com a sustentabilidade. Os projetos realizados no segmento dos orgânicos são uma boa prova disso. O calendário de eventos previstos para o Rio de Janeiro tem servido como pano de fundo para consolidação do portfólio de projetos do Sebrae/RJ. Na carteira de projetos são priorizados aqueles que visam à promoção dos micro e pequenos negócios fluminenses de forma sustentável. A ideia é que os produtores orgânicos passem a fornecer para restaurantes e hotéis na época dos eventos esportivos - quando teremos maior fluxo de turistas estrangeiros além da criação de cardápios especiais para incentivar o consumo, dentre outras iniciativas. NOTAS [1] O registro de um agrotóxico envolve atividades a serem cumpridas antes que o produto seja introduzido no mercado. A Lei Federal nº 7.802/89 estabelece o sistema de registro de agrotóxicos e seus componentes, por meio da autorização conjunta do Ministério da Agricultura, do Ministério da Saúde e do Ministério do Meio Ambiente. Depois de avaliados pelas três instâncias, e garantidos os parâmetros aceitáveis de eficácia, segurança e qualidade,o produto pode ser registrado. Veja o projeto de Lei nº 7.802/89 na íntegra: 2/2013+CMADS [2] Vídeo Rio na vanguarda do combate aos agrotóxicos, com depoimento da Deputada Aspásia Camargo sobre questões relativas ao projeto de lei em tramitação: [3] Relatório Anvisa , pg. 86: EFINITIVO_baixa.pdf?MOD=AJPERES Elaborado pelos consultores Daniel Freitas e Marcos Vargas. De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
13 ANEXO Conceitualização: Todo alimento orgânico é muito mais que um produto sem agrotóxicos. É o resultado de um sistema de produção agrícola que busca manejar de forma equilibrada o solo e demais recursos naturais (água, plantas, animais, insetos, etc.), conservando-os a longo prazo e mantendo a harmonia desses elementos entre si e com os seres humanos. Deste modo, para se obter um alimento verdadeiramente orgânico, é necessário administrar conhecimentos de diversas ciências (agronomia, ecologia, sociologia, economia, entre outras) para que o agricultor, através de um trabalho harmonizado com a natureza, possa ofertar ao consumidor alimentos que promovam não apenas a saúde deste último, mas também do planeta como um todo. Para alcançar este objetivo, existe uma disciplina teórica que integra as descobertas de várias ciências, buscando compreender em profundidade a natureza e os princípios que a regem: a agroecologia. E o que é a agroecologia? A agroecologia é uma nova abordagem da agricultura que integra diversos aspectos agronômicos, ecológicos e socioeconômicos, na avaliação dos efeitos das técnicas agrícolas sobre a produção de alimentos e na sociedade como um todo. Fazendo uma analogia da agroecologia com uma grande e frondosa árvore, podemos imaginar essa disciplina como o tronco principal, de onde partem diversos galhos, que são as correntes alternativas da agricultura. Essas correntes são: a orgânica e biológica, a biodinâmica, a natural e a permacultura. De Olho no Mercado, v. 2, nº 3, junho
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