Palavras Chave: Acidente Vascular Cerebral, Kinesio Taping, Marcha
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- Adriano Galvão Vilarinho
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1 APLICAÇÃO DA KINESIO TAPING NA CORREÇÃO FUNCIONAL DA MARCHA DO PACIENTE COM ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) Stephanie Castilho Gerzonowicz Suellen de Melo Rodrigues Diogo Suriani Luiz Guilherme Cardoso Thiago Vilela Lemos RESUMO Introdução: O Acidente Vascular Cerebral (AVC) representa a segunda causa principal de morte no mundo e em longo prazo está associada com deficiências físicas e qualidade de vida comprometida. O AVC pode ser classificado de acordo com suas complicações. Um dos problemas muito comuns nos hemiparéticos é a marcha, que leva em muitos casos a uma ausência do movimento controlado em dorsiflexão de tornozelo no inicio do apoio do calcanhar e a privação no movimento do tornozelo do inicio do apoio do calcanhar até o apoio intermediário. Objetivos: O objetivo do trabalho foi evidenciar a influência da aplicação da Kinesio Tape nas alterações da marcha do paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Metodologia: Estudo quantitativo experimental de três pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC), da Clínica Escola da Universidade Salgado de Oliveira, do sexo masculino, na faixa etária de 55 á 70 anos de idade, com IMC (índice de massa corporal) de a 24.9, média de peso normal. Resultado: acompanhamos três voluntários analisando as variações angulares dos membros inferiores, no plano sagital, com e sem bandagem em cada subfase da marcha. Conclusão: considerando as evidências encontradas neste estudo, o mesmo pode ser considerado relevante na prática, onde acreditamos que o método Kinesio Taping pode reduzir a alteração na marcha do paciente com AVC. Palavras Chave: Acidente Vascular Cerebral, Kinesio Taping, Marcha
2 INTRODUÇÃO As doenças neurológicas afetam mais de um bilhão de pessoas a cada ano em todo o mundo. Este índice aumenta com o envelhecimento da população, fazendo dos distúrbios neurológicos uma preocupação de saúde pública. O Acidente Vascular Cerebral (AVC) representa a segunda causa principal de morte (CAMPOS; DAMIAN, 2011), depois das doenças cardíacas e a longo prazo está associada com deficiências físicas e qualidade de vida comprometida (BRAMBILHA; COUCH; LAMBERTSEN, 2012). O AVC pode ser classificado em Isquêmico dos tipos trombótico ou embólico e Hemorrágico. O AVC isquêmico, trombótico, ou embólico contabiliza 80% dos casos e o AVC hemorrágico contabiliza 20% destes. Os três fatores de risco mais comuns são a hipertensão arterial, o diabetes e as doenças do coração (RYERSON, 2004). Aproximadamente 85% dos casos levam a problemas neurocomportamentais como problemas cognitivos, transtornos psiquiátricos e agitação / agressão (IBRAHIM; VISWANATHAN, 2012) além de hemiplegia unilateral. Outros problemas comuns são a espasticidade, a fraqueza muscular e o desequilíbrio, que podem levar a uma marcha alterada. A marcha alterada tem sido descrita de acordo com suas anormalidades biomecânicas e cinesiológicas (RYERSON, 2004). Os problemas mais comuns da marcha em pessoas com hemiparesia são: a ausência do movimento controlado em dorsiflexão no inicio do apoio do calcanhar e a privação no movimento do tornozelo do inicio do apoio do calcanhar até o apoio intermediário. Essas alterações irão resultar em falta de equilíbrio de tronco e perda dos padrões de movimento do final no balanceio, no qual é caracterizado por flexão do quadril, extensão do joelho e dorsiflexão do tornozelo (PERRY, 2005). Durante a fase aguda e de reabilitação a fisioterapia trabalha com objetivo de melhorar a capacidade funcional do individuo (LANGHAMMER; LINDMARK, 2011). Algumas técnicas fisioterapêuticas são aplicadas pelos seus efeitos neurológicos e funcionais e por proporcionarem melhora do desempenho nas atividades diárias destes indivíduos. Um método bastante utilizado nos dias de hoje para tratamento do portador de AVC é o Kinesio Taping.
3 O Dr. Kenso Kase, Quiroprático, desenvolveu o método Kinesio Taping (KT) na década de 1970 (WILLIAMS, et al. 2012). Os princípios da atuação do método Kinesio Taping no músculo são: correção da função motora de músculos fracos, aumento da propriocepção através da estimulação dos mecanoceptores cutâneos e aumento da circulação sanguínea e linfática (HALSETH, et al. 2004). A Kinesio Tape é uma fita elástica terapêutica utilizada para o tratamento de lesões desportivas e uma variedade de outros distúrbios (JARACZEWSKA; LONG, 2006). O objetivo deste estudo foi verificar a influência da aplicação do Método Kinesio Taping na alteração da marcha do paciente com Acidente Vascular Cerebral (AVC). Analisando as técnicas do Kinesio Taping de correção funcional para hiperextensão, de ativação muscular para músculos fracos e de inibição muscular para músculos hiperativados. METODOLOGIA Os preceitos ético-legais foram considerados conforme rege a resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que trata das recomendações éticas quando da realização de pesquisa que envolva seres humanos. O protocolo deste estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, através da Plataforma Brasil. Foi realizado um estudo quantitativo experimental com 3 (três) pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC), atendidos na Clínica Escola da Universidade Salgado de Oliveira, do sexo masculino, com IMC (Índice de Massa Corporal) de 18.5 a 24.9 média - peso normal e hemiparesia direita ou esquerda. Foram utilizados como critérios de inclusão: diagnóstico de incapacidade resultante de um Acidente Vascular Cerebral Isquêmico em artéria cerebral média que apresente alterações na marcha; Escala Modificada de Ashword 1, +1 e 2; apresentar quadro motor de hemiparesia incompleta,força muscular grau III, IV e V e não necessitar de meios auxiliares para realizar a marcha. Foram utilizados como critérios de exclusão: déficit de esquema corporal (negligência); alterações de quadril; déficit cognitivo; paciente que apresentar trombose; edemas generalizados; fraturas; ferimentos ou cirurgias na região da aplicação da bandagem; déficits visuais; afasia; agnosia, apraxia; alterações de
4 quadril nível 3 e 4; contratura muscular em membros inferiores, convulsões; déficit sensitivos e contra indicações da Kinesio Taping. Houve prévio esclarecimento aos participantes sobre o desenvolvimento e os objetivos da pesquisa e, em seguida, as pacientes que concordaram em participar assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Para a Avaliação Postural usamos o programa SAPO (Software de Avaliação Postural) e para a aplicação do Método Kinesio Taping foi utilizada a bandagem da marca Kinesio Tex Gold. Os procedimentos foram realizados na clínica escola da Faculdade Universo. Primeiramente foi realizada uma filmagem da marcha do indivíduo em vista lateral (plano sagital) sem bandagem. A câmera foi posicionada no nível da cintura pélvica a uma distância de 3 metros do paciente. Aplicou-se a bandagem Kinesio Tape com as técnicas de Correção Funcional para a hiperextensão de joelho (tempo limite de 12 dias de uso), ativação muscular para músculos fracos ou hipoativos e inibição muscular para músculos hiperativos (tempo limite de uso de 5 dias). Para a aplicação da técnica de correção funcional o corte da bandagem foi em I e a mensuração total da fita foi da linha glútea ao tendão de Aquiles no sentido vertical. Fixamos a bandagem com âncora proximal 0% de tensão, zona terapêutica de 50-75% de tensão, utilizadas como molas auxiliares ou limite na qual forneceu estímulo sensorial para limitar o movimento de hiperextensão e âncora distal 0% de tensão. Primeiramente o examinador posicionou o joelho do paciente em leve flexão, então a âncora proximal foi aplicada abaixo da região da linha glútea 20 cm e a âncora distal aplicada acima da região do tendão de Aquiles 20 cm, ambas com 0% de tensão. O examinador então posicionou o joelho em extensão neutra para que a fita seja fixada. Para uma melhor aderência a pele ativou-se a bandagem, realizando fricção manual sobre a mesma. Para a aplicação da técnica de ativação muscular do músculo quadríceps o corte da bandagem foi em Y e a mensuração total da fita foi da região de Espinha Ilíaca Antero Inferior á base da patela, com o joelho do paciente na posição de alongamento de flexão, no sentido vertical. Para a fixação da bandagem a âncora proximal com 0% de tensão foi fixada na região de EIAI, com zona terapêutica de
5 25-35% de tensão na junção músculo tendínea, de origem para inserção (proximal para distal), e caudas da âncora distal se fixarão nas bordas lateral e medial da patela até a tuberosidade da tíbia com 0% de tensão. Para a aplicação da técnica de ativação muscular do tibial anterior, paciente em decúbito dorsal, o corte da bandagem foi em I. Para a mensuração total da fita o examinador colocou os músculos dorsiflexores em alongamento com movimento de plantiflexão de pé, e a fita foi aplicada da região da tuberosidade da tíbia á região anterior do tornozelo, no sentido vertical. Para a aplicação da bandagem a âncora proximal com 0% de tensão foi fixada na região da tuberosidade da tíbia, com zona terapêutica de 25-35% de tensão de origem para inserção (proximal para distal) e âncora distal 0% de tensão na região anterior do tornozelo. Para a aplicação da técnica de ativação muscular do psoas maior o corte da bandagem foi em I, com âncora inicial lateralmente ao umbigo e âncora final sobre o terço médio da coxa em sua porção medial, Sendo a zona terapêutica de 25-35% de tensão. Em seguida, para a aplicação da técnica de inibição muscular do Gastrocnêmio, o paciente foi posicionado em decúbito ventral, o corte da bandagem foi em Y (cauda medial e cauda lateral) e a mensuração total da fita foi da base do calcâneo á região da fossa poplítea, com o joelho estendido e tornozelo na posição de alongamento em dorsiflexão, com a fita em sentido vertical. Na fixação da bandagem Kinesio Tex Gold a âncora proximal com 0% de tensão foi fixada na base do calcâneo e a zona terapêutica de 10-15% de tensão foi aplicada de inserção para origem (distal para proximal), para o músculo Gastrocnêmio a cauda medial fixará na borda medial do gastrocnêmio e a cauda lateral na borda lateral de gastrocnêmio, para o músculo Sóleo a cauda medial foi fixada na borda medial do sóleo e a cauda lateral na borda lateral de sóleo, ambos com 0% de tensão. Para a aplicação da técnica de inibição muscular no Isquiotibial, o corte da bandagem foi em I e a mensuração total da fita foi da região da tuberosidade isquiática á região da fossa poplítea, o quadril posicionado em flexão, o joelho em posição de alongamento de extensão, a fita em sentido vertical. Na fixação da bandagem a âncora proximal com 0% de tensão foi fixada medialmente a fossa poplítea, a zona terapêutica de 10-15% de tensão foi aplicada de inserção para
6 origem (distal para proximal), e a âncora distal se fixou na tuberosidade isquiática com 0% de tensão. Após a colocação da bandagem Kinesio Tex Gold foi realizado uma nova filmagem para a avaliação. Todas as filmagens das marchas (sem bandagem e com bandagem) foram analisadas através do programa SAPO (Sistema de Avaliação Postural), onde verificamos as variações angulares dos membros inferiores no plano sagital em cada subfase da marcha contato inicial, resposta a carga, apoio médio, apoio terminal, pré balanço, balanço inicial, balanço médio e balanço terminal. Os valores angulares obtidos através do Sistema de Avaliação Postural foram normalizados de acordo com valores de referência da marcha normal segundo Perry (2005) e os valores de goniometria segundo Marques (2002) foram analisado estatisticamente através do teste ANOVA.
7 RESULTADOS Tabela 1: Variações angulares dos membros inferiores (quadril, joelho e tornozelo) no plano sagital, em três pacientes com e sem bandagem em cada subfase da marcha: contato inicial, resposta a carga, apoio médio, apoio terminal, pré balanço, balanço inicial, balanço médio e balanço terminal. Contato Inicial Resposta à Carga Apoio Médio sem com Normal sem com Normal sem com Normal Paciente 1 QUADRIL Paciente 1 JOELHO Paciente 1 TORNOZELO Paciente 2 QUADRIL Paciente 2 JOELHO Paciente 2 TORNOZELO Paciente 3 QUADRIL Paciente 3 JOELHO Paciente 3 TORNOZELO Apoio Terminal Pré Balanço Balanço Inicial sem com Normal Sem com Normal sem com Normal Paciente 1 QUADRIL Paciente 1 JOELHO Paciente 1 TORNOZELO Paciente 2 QUADRIL Paciente 2 JOELHO Paciente 2 TORNOZELO Paciente 3 QUADRIL Paciente 3 JOELHO Paciente 3 TORNOZELO
8 Balanço Médio Balanço Terminal sem com Normal sem com Normal Paciente1 QUADRIL Paciente1 JOELHO Paciente1 TORNOZELO Paciente2 QUADRIL Paciente2 JOELHO Paciente2 TORNOZELO Paciente3 QUADRIL Paciente3 JOELHO Paciente3 TORNOZELO ANOVA (p<0,05) Tabela 2: Verificou-se que na articulação do tornozelo houve diferença significativa dentre as estruturas analisadas, tendo sido avaliada no plano sagital e analisada a cada subfase da marcha. FASE DA Resposta à Apoio Contato Inicial Apoio Médio MARCHA Carga Terminal sem Com sem com sem com sem com p-valor < < < FASE DA MARCHA Pré Balanço Balanço Inicial Balanço Médio Balanço Terminal sem com sem com sem com sem com p-valor Teste t de Student (p<0,05).
9 DISCUSSÃO A obtenção dos parâmetros angulares permite identificar alterações e definição de dados normativos de diferentes articulações do corpo humano (DAVIS, 1997). Como visto na Tabela 1 podemos observar os parâmetros da angulação das articulações do quadril, joelho e tornozelo em plano sagital, em todas as subfases da marcha, representados por valores normais e valores referentes à marcha com alterações musculares ou funcionais. Segundo Perry (2005), a marcha normal consiste em passos que envolvem mudança no alinhamento entre o corpo e o pé, durante o apoio e o avanço dos segmentos de membro inferior em balanço. O início do apoio tem sido chamado toque do calcanhar, o paciente hemiparético pode nunca tocar o solo dessa forma ou fazer isso em um momento muito posterior do ciclo de marcha. Uma boa análise da marcha é importante para se obter uma melhor compreensão do comportamento biomecânico das articulações dos membros inferiores, um dos métodos mais usados para avaliar a marcha é o uso de câmeras, pois estas fornecem parâmetros angulares das articulações em diferentes vistas (CAPPOZZO et al., 2005). Na pesquisa foi utilizada a filmagem como parâmetro de avaliação da marcha em vista lateral (plano sagital), onde foi visualizada as articulações do quadril, joelho e tornozelo. Para Lucareli (2008) a marcha deve ser eficiente e econômica, exigindo uma integração do sistema nervoso e do sistema músculo-esquelético. No estudo durante a marcha os pacientes relataram cansaço após as filmagens de avaliação postural, tal fator pode ter sido ocasionado por ações irregulares dos músculos causadas pela falta de treinamento e condicionamento destes, apresentando assim grande gasto de energia. Segundo Mackay-Lyons (2002) ainda há pouca intervenção na reabilitação da fase crônica, sendo pouca ou nenhuma baseada em evidência, além de nenhuma indicação de exercícios regulares após a doença, causando ao paciente falta de condicionamento físico. Gerando encurtamentos cada vez mais extensos dos músculos, no caso da nossa pesquisa em membros inferiores, podendo gerar maiores alterações na marcha.
10 A reabilitação do paciente pós AVC normalmente ocorre durante a fase aguda, às vezes não sendo capaz de fornecer exercícios adequados para que o quadro se reverta (POTEMPA et al., 1994). Para o tratamento muscular há duas orientações básicas na aplicação, para inibição da função dos músculos que realizam ações excessivas usa-se a colocação da bandagem de inserção à origem e para ativar, diminuir a fraqueza muscular crônica e aumentar contrações a bandagem é aplicada de origem à inserção (KASE;WALLIS;KASE, 2003). Os estudioso Jaraczewska e Long (2006) relatam que o Kinesio Taping em conjunção com outras intervenções terapêuticas podem facilitar ou inibir a função do músculo, apoiar estrutura, reduzir a dor, e fornecer feedback proprioceptivo para atingir e manter o corpo em perfeito alinhamento. O conceito do método Kinesio Taping nasceu da hipótese de que o músculo e outros tecidos podem ser auxiliados por um componente externo, como a bandagem Kinesio Tex Gold (MARTINS; OLIVEIRA; LOPES, 2009). No tratamento fisioterapêutico, segundo estudos de Langhammer e Lindmark (2011) foi observado que todos os pacientes com AVC, indiferentemente da deficiência, têm a mesma possibilidade de melhorar com exercícios e treinamentos físicos, além do Kinesio Taping. O método utilizado em nosso trabalho foi o Kinesio Taping, com aplicação da bandagem Kinesio Tex Gold, fita adesiva com efeitos específicos para tratamentos. A técnica desenvolvida por Kase utiliza métodos incluem correções físicas, relaxamento, recuperação espacial de fáscia, auxilio para ligamentos e tendão, melhora de movimento e circulação linfática (HUANG et al., 2011). Em um estudo clássico, Knutsson e Richards (1979), descrevem que o mau funcionamento do controle motor é classificado em 3 tipos: I) hipertonia de gastrocnêmio e sóleo; II) diminuição de força dos músculos Quadríceps e Iliopsoas; e III) co-coativação de 2 músculos ao mesmo tempo (agonista e antagonista ativados em um mesmo movimento). A espasticidade pode alterar a angulação articular, acarretando deformidades estáticas e durante a marcha dinâmica (KNUTSON; MARTENSSON, 1980). Em nossa pesquisa foi colocada a bandagem nos pacientes 1 e 2 com ativação muscular para quadríceps por apresentar fraqueza do mesmo e inibição muscular
11 em gastrocnêmio pela hiperativação do músculo, já no paciente 3 foi utilizada a ativação de iliopsoas por este apresentar fraqueza e inibição de gastrocnêmio pela sua hiperativação. O alinhamento adequado do pé permite que esta estrutura desempenhe funções importantes durante a marcha, tais como colocar forças sobre o solo para acelerar o corpo durante atividades como andar e correr, adaptar-se a superfícies irregulares e absorver forças de reação do solo (MICHAUD, 1993). Pode-se observar na tabela 2 que houve diferença significativa para todas as subfases da marcha na articulação do tornozelo após aplicação da bandagem Kinesio Tex Gold, tal fator pode ter sido ocasionado pela resposta inibitória do músculo gastrocnêmio e ativação do músculo tibial anterior. Enquanto na tabela 1 obteve-se que houve diferença significativa apenas na fase de Balanço Inicial e fase de Balanço Médio na articulação do joelho e na articulação do quadril diferença significativa apenas na fase de Resposta à Carga. Como é demonstrado na tabela 1, paciente 1 apresenta flexão aumentada de joelho, causada possivelmente por uma espasticidade de isquiotibiais. Um estudo mais completo e fidedigno seria com o uso da eletromiografia (EMG), no entanto, sua utilização se mostrou inviável para este estudo.
12 CONCLUSÃO Considerando as analises estatísticas encontradas neste estudo, o mesmo pode ser considerado relevante na prática, onde acreditamos que o método Kinesio Taping pode influenciar na alteração de marcha do paciente com AVC, Embora não digamos que o uso da Kinesio Taping altera as disfunções da marcha. Existe uma relação, que pode ser vista pelo resultado estatístico que mostra que houve diferença relativa para todas as subfases da marcha na articulação do tornozelo. Pelo fato de ser uma pesquisa inédita do tema há necessidade de novos estudos que investiguem a aplicação da bandagem Kinesio Tex Gold, com pesquisadores que conheçam o método, nas alterações da marcha do paciente pós AVC. É interessante que se façam mais estudos com a metodologia utilizada, com uma amostra maior, para que se comparem os resultados encontrados.
13 REFERÊNCIAS BRAMBILHA, R.; COUCH Y. & LAMBERTSEN, K. L., The Effect of Stroke on Immune Function, CAMPOS, W. K.; DAMIAN, J. A. G. Infarto cerebral hemisférico: algoritmo de tratamento baseado em evidência, CAPPOZZO, A.; DELLA, C. U.; LEARDINI A.; CHIARI, L. Human movement analysis using stereophotogrammetry. Part 1: theoretical background. Gait Posture Feb;21(2): Review DAVIS, R. B. Reflexions on clinical gait analysis. J. Electromyogr. Kinesiol. 1997;7(4):251:57. HALSETH, T.; MCCHESNEY, J. W.; DEBELISO, M.; VAUGHN, R.; LIEN, J. The effects of Kinesio taping on proprioception at the ankle. Journal of Sports Science and Medicine. 2004;3:1-7. HUANG, C. Y.; HSIEH, T. H.; LU, S. H.; SU, F. C. Effect of the Kinesio tape to muscle activity and vertical jump performance in healthy inactive people IBRAHIM, F.; VISWANATHAN, R. Management of agitation following aneurysmal subarachnoid hemorrhage: is there a role for Beta-blockers?, JARACZEWSKA, E.; LONG, C. Kinesio taping in stroke: improving functional use of the upper extremity in hemiplegia. Orthopedic Program. Rehabilitation Institute of Chicago, Illinois, USA. Top Stroke Rehabil Summer; 13(3):31-42, KASE, K.; WALLIS, J.; KASE, T. Clinical Therapeutic Applications of the Kinesio Taping Method, KNUTSSON, E.; MARTENSSON, A. Dynamic motor capacity in spastic paresis and its relation to prime mover dysfunction, spastic reflexes and antagonist coactivation. Scandinaviam Journal Rehabilitation Medicine. 1980;12:93-10 LANGHAMMER, B.; LINDMARK B. Functional Exercise and Physical Fitness Post Stroke: The Importance of Exercise Maintenance for Motor Control and Physical Fitness after Stroke, LEMOS, T. V.; DIAS, E. M. Kinesio Taping: Introdução ao Método e Aplicações Musculares, LUCARELI, P. R. G; GREVE, J. M. A., Knee Joint Dysfunctions That Influence Gait in Cerebro Vascular Injury, MAcKAY-LYONS, M. J. & MAKRIDES, L. Cardiovascular stress during a contemporary stroke rehabilitation program: Is the intensity adequate to induce a training effect?. Archives of Physical Medicine and Rehabilitation, 2002.
14 MARQUES, A. P. Manual de Goniometria 2ª ed. São Paulo: Manole, MARTINS, P.; OLIVEIRA, R.; LOPES, A. M. Estudo das alterações do perímetro do membro inferior, da amplitude de movimento e da dor no joelho, após aplicação da banda neuro-muscular, em indivíduos submetidos a artroplastia total do joelho, no período pós operatório imediato. Notícias de Bandas Neuromusculares, v. 1, n. 2, p. 1-5, MICHAUD, T. C. Abnormal motion during the gait cycle. In: Foot orthoses: and other forms of conservative foot care. Massachusetts: Williams & Wilkins 1993 PERRY, J. Análise de Marcha: Fases da Marcha, Vol.1 ed. São Paulo: Manole, 2005, cap. 2 p. 7-8 POTEMPA, K.; LOPEZ, M.; BRAUN, L. T.; SZIDON, J. P.; FOGG, L.; TINCKNELL, T. Physiological Outcomes of Aerobic Exercise Training in Hemiparetic Stroke Patients RYERSON, S. D. Hemiplegia In: UMPHREAD. Reabilitação Neurológica 4ª ed. São Paulo: Manole, 2004 cap.25 p. 782 e 785 e p. 874 WILLIAMS, S.; WHATMAN, C.; HUME, P.A.; SHEERIN, K. Kinesio taping in treatment and prevention of sports injuries: a meta-analysis of the evidence for its effectiveness. Sports medicine, 2012.
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