Éllyda Marcelle Campos Cavalcante (UFPE)
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1 Aplicação da Classificação ABC como Ferramenta de Apoio ao Gerenciamento de Estoque: Estudo de Caso em uma Empresa de Alimentos no Interior de Pernambuco Éllyda Marcelle Campos Cavalcante (UFPE) Resumo: O ideal seria que sempre que requerido, o produto estivesse disponível, sem ter quantidade nenhuma em estoque. Mas, como isso é inviável, deve-se utilizar adequadas ferramentas no gerenciamento de estoque, a fim de melhorar o nível de serviço e reduzir os custos da organização. Um adequado controle de estoques é fundamental para que empresas consigam sobreviver em um mercado cada vez mais competitivo. Tanto o capital investido em estoque como os custos operacionais podem ser reduzidos, se pecebermos que todos os itens estocados não necessitam do mesmo controle. Para determinar o modelo de reposição ideal para cada item armazenado na câmara fria de uma empresa alimentícia, deve-se primeiramente separar os itens em ordem de importância segundo a ótica do custo e quantidade demandada. Ou seja, cada item estocado deve ser classificado conforme seus requisitos antes de estabelecer uma política de estoques. A curva ABC é uma das formas mais indicadas para fazer essa classificação. Este artigo mostra a aplicação desta classificação no gerenciamento de estoque em uma empresa do interior de Pernambuco, permitindo adotar uma política eficiente para cada tipo de produto armazenado. Palavras-chave: Classificação ABC, Gerenciamento de Estoques, Empresa Alimentícia. Application of the ABC Classification as a Tool to Support Inventory Management: Case Study at a Food Company in the Interior of Pernambuco Abstract The ideal would be that whenever required, the product would be available, without having any quantity in stock. But since this is impracticable, appropriate inventory management tools should be used in order to improve the level of service and reduce the costs of the organization. Adequate inventory control is critical if companies are to survive in an increasingly competitive market. Both the capital invested in stock and the operating costs can be reduced if we realize that all stocked items do not require the same control. To determine the ideal replacement model for each item stored in the cold room of a food company, it is necessary to first separate the items in order of importance according to the cost and quantity demanded. That is, each item stocked must be classified according to its requirements before establishing a stock policy. The ABC curve is one of the best ways to do this classification. This article shows the application of this classification in the management of stock in a company of the interior of Pernambuco, allowing to adopt an efficient policy for each type of product stored. Keywords: ABC Classification, Inventory Management, Food Company.
2 1. Introdução O estoque tem um papel fundamental em todas as empresas, sendo uma área que interage com os demais departamentos, como produção, compras, vendas, etc. Sua existência decorre do fato do fornecimento geralmente não ocorrer examente quando o item é demandado. Segundo Ballou (2011) estoques são acumulações de matériasprimas, suprimentos, componentes, materiais em processos e produtos acabados que surgem em numerosos pontos do canal de produção e logística das empresas. É necessária uma política de decisão eficaz para que não exista nem excesso de produtos estocados, que gera um maior custo e possibilidade de perdas por prazo de validade, nem falta de produtos, que pode levar a uma parada na produção e insatisfação dos clientes. No mundo competitivo em que vivemos, as empresas estão sempre buscando vantagem em relação aos concorrentes e a oportunidade de atender estes clientes, no momento e quantidade requerida, é grandemente facilitada com uma eficaz decisão de estoque. Então, deve-se obter a quantidade ideal de cada produto presente no estoque para atender as prioridades gerenciais de modo eficaz e melhorar o nível de serviço, possibilitando o abastecimento de materiais à empresa e permitindo economias de escala. As decisões de estocagem para administração de materiais servem para melhorar o serviço ao cliente, pois os estoques proporcionam um nível de disponibilidade de produtos que fazem com que a produção siga continuamente e os produtos sejam entregues em tempo, satisfazendo as expectativas dos clientes; e para reduzir os custos, pois permitem operações de produção equilibradas, permitem aproveitar preços de matérias-primas mais baixos e também benefícios de compras em quantidades maiores. A política ideal é aquela em que os produtos são mantidos no nível mais baixo possível consistente com a necessidade do produto na produção. A classificação ABC é antiga, mas muito eficaz e baseia-se no raciocínio do Diagrama de Pareto desenvolvido por Vilfredo Pareto, que permite a priorização dos problemas e afirma que em torno de 80% das vendas de uma operação são responsáveis por apenas 20% de todos os tipos de itens estocados. Deste então, este raciocínio vem sendo usado na gestão empresarial moderna. É utilizada para definição de política de vendas, planejamento da distribuição, programação da produção e resolução de uma série de problemas usuais de empresas industriais, comerciais ou de prestação de serviços. O controle de estoque em indústria que trabalham com alimentos perecíveis deve ser mais rigoroso já que os produtos se estragam em um curto espaço de tempo. Produtos perecíveis são aqueles que duram pouco e que são sensíveis à deterioração bíológica, física ou química e que se não forem armazenados adequadamente, podem ter suas propriedades prejudicadas. Para este tipo de produto, deve ser utilizada a metodologia PVPS (Primeiro que vence, primeiro que sai), onde os produtos com vencimento mais próximos devem ser utilizados primeiro. Estes produtos devem ser estocados em local limpo, fresco, arejado e higienizados adequadamente. O objetivo deste artigo é aplicar o método da classificação ABC em uma empresa de alimentos, para ordenar em três classes (A, B e C) os produtos quanto à sua importância em valor monetário total de estoque, onde os itens mais representativos vão ter um controle mais rígido. Espera-se poder contribuir para a gestão de estoque da
3 empresa quanto à forma como gerencia seus estoques, aumentando a sua eficiência e eficácia, por meio da identificação de problemas na política de estoques e proposição de um modelo de gestão de estoques adequado. 2. Referencial Teórico 2.1 Classificação ABC Lidar com muitos milhares de itens estocados, fornecidos por centenas de fornecedores, com possivelmente dezenas de milhares de consumidores individuais, torna a tarefa de operações complexa e dinâmica (SLACK, CHAMBERS e JOHNSTON, 2009). Segundo Tubino (2000) a classificação ABC é um método de diferenciação dos estoques segundo sua maior ou menor abrangência em relação a determinado fator, consistindo em separar os itens por classes de acordo com sua importância relativa. Este método também é empregado para tratar outras questões que envolvam importâncias relativas, por exemplo, dividir e priorizar os problemas para ataca-los dentro do enfoque da qualidade total. O princípio da classificação ABC estabelece que as letras A, B e C representam diferentes importâncias relativas em ordem decrescente. Também em ordem decrescente são definidas as formas de controle, ou seja, controles maiores para os itens mais representativos e assim sucessivamente (MAGAD et. al., 1995). Viana (2002) afirma que: - a classe A representa o grupo de maior valor de consumo e menor quantidade de itens, que deve ser gerenciado com maior atenção, pois ele é a grande massa de capital empatada na formação de estoques da empresa; - a classe B equivale ao grupo de situação intermediária entre as classes A e C; - a classe C corresponde ao grupo de menor valor de consumo e maior quantidade de itens, portanto, menos importante, que justificam menor atenção no gerenciamento. Assim, consideramos que os itens da classe A devem ter análises mais detalhadas e rígidas, maiores giros, menores estoques e menores lotes de reposição. Estes itens envolve maior capital e tem forte influencia financeiramente. Os itens da classe C podem ser estocados em quantidades maiores, por períodos maiores, com menos controle em termos de frequência e requerem menor atenção por parte da administração, onde o idel é criar um sistema de reposição fácil. Já com os itens da classe B, o tratamento pode ser intermediário, mas tem que ser analisados com cuidado para se estabelecer o comportamento de consumo ao longo do tempo bem como os limites de estoques. Uma política inadequada dos produtos mantidos em estoque poderá diminuir o capital de giro e aumentar custos desnecessários. A elaboração da classificação ABC, segundo Tubino (2000), pode ser feita a partir da seguinte rotina: Calcular a demanda valorizada de cada item (custo unitário x demanda); Ordenar os itens decrescentemente, pela demanda valorizada;
4 Calcular a demanda valorizada total dos itens; Calcular as percentagens individuais e acumuladas da demanda valorizada de cada item em relação à demanda valorizada total; Estabelecer, arbitrariamente, as classes A, B e C. Com esta classificação, é possível verificar quais os produtos que possuem maior giro e estão impactando em alto valor estocado. Uma adequada aplicação facilitará as atividades de compras e o controle dos custos de estocagem. Esta abordagem apesar de ser simples, muitas vezes é ignorada por muitas empresas, mas podemos considerá-la como uma técnica que pode trazer significativas melhorias nos processos. 3. Metodologia Quanto aos objetivos, esta pesquisa é exploratória, onde serão descritos e expostas às formas de como a empresa controla a sua gestão de estoque, visando o conhecimento da realidade dos processos adotados na estocagem da empresa. A pesquisa foi elaborada como sendo do tipo estudo de caso, onde os dados foram coletados inicialmente na empresa através de visitas in loco, onde foi possível conhecer os processos realizados, fazer entrevistas com funcionários e recolher dados importantes. A pesquisa foi feita no ano de 2017 em uma empresa situada no interior de Pernambuco, recolhendo os dados relativos à demanda e valor unitário dos itens em um período de um ano (Janeiro/2016-Dezembro/2016). Os itens analisados serão as matérias-primas armazenadas na câmara fria da empresa, visto que estes itens, por serem perecíveis e necessitarem de armazenagem diferenciada, trazem grandes custos para a empresa, necessitando de uma eficiente política de estoque. 4. Resultados e Discussões Dias (2012, p. 73) afirma que após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, as classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: Classe A Grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção bem especial pela administração. Classe B Grupo de itens em situação intermediária entre as classes A e C. Classe C Grupo de itens menos importante que justificam pouca atenção por parte da administração. Segundo Pozo (2010), a montagem da curva ABC processa-se através da realização de quatro passos:. Inicialmente, deve-se levantar todos os itens do problema a ser resolvido, com os dados de suas quantidades, preços unitários e preços totais;
5 . O segundo passo é colocar todos os itens em uma tabela em ordem decrescente de preços totais e sua somatória total. Essa tabela deve estar composta das seguintes colunas: item, nome ou número da peça, preço unitário, preço total do item, preço acumulado e porcentagem;. O próximo passo é dividir cada valor de cada item pela somatória total de todos os itens e colocar a porcentagem obtida em sua respectiva coluna;. Finalmente, deve-se dividir todos os itens em classes A, B e C, de acordo com a prioridade e tempo disponível para tomar decisão sobre o problema. A pesquisa foi feita em uma empresa do interior de Penambuco, que possui 100 anos de experiência no segmento de panificação, que fornece para supermecados, hotéis, navios, lojas de conveniência, empresas de refeições e grandes varejistas. Hoje, é a maior e mais moderna fábrica de pães, massas de bolos e salgados congelados do Nordeste. Oferece mais de 250 produtos, gera mais de 400 empregos diretos, tem uma frota própria com vários caminhões frigoríficos, possui um parque industrial com mais de m 2 e seus produtos estão presentes nos estados de Pernambuco, Paraíba e Alagoas. Dispõe de uma capacidade produtiva de pães congelados por dia. A classificação ABC começa com a coleta dos dados relativos ao consumo médio e custo de todos os itens armazenados na câmara fria, para que eles sejam classificados em ordem decrescente de importância. A empresa forneceu os dados dos produtos com que trabalha, em quantidade média de consumo e preço unitário, no período de um ano (01/01/2016 à 31/01/2016). No total, são vinte e oito produtos diferenciados e para cada produto existe um valor de pedidos, preço e valor de consumo. Esta classificação ABC identifica os itens que necessitam de maior atenção e o tratamento adequado quanto ao seu controle a todos as classes. O objetivo é aumentar a eficiência operacional e trazer benefícios à organização. A Tabela 1 mostra a classificação ABC dos produtos citados. O estoque possui alta rotatividade por se tratar de produtos perecíveis, então, o capital não fica parado muito tempo em estoque. Vale ressaltar que estes produtos devem estar sempre disponíveis à produção para que a empresa possa oferecer nível de serviço de boa qualidade. Pior do que armazenar em excesso, é ter que parar a produção por falta de matéria-prima. Realizando os passos citados anteriormente sobre os dados obtidos na empresa, tem-se a lista de materiais em estoque classificada pela demanda valorizada. Apesar de a empresa possuir nove departamentos no total, os itens analisados nesta pesquisa atendem apenas aos departamentos DELTA e SALGADOS, pois são os únicos departamentos que produzem produtos já com o recheio, os demais só fornecem as massas para vendas. Exceção é o FERMENTO FRESCO que atende todos os departamentos.
6 Código Descrição da mercadoria Consumo mensal médio (Kg) Valor Unitário Médio Valor Total Valor Consumo Acumulado Tabela 1 Classificação ABC dos itens da câmara fria Grau % individual % Acumulada Classificação QUEIJO PARMESÃO 3343 R$ 21,66 R$ ,43 R$ , ,85% 17,85% A QUEIJO MUSSARELA 3195 R$ 18,29 R$ ,21 R$ , ,41% 32,25% A FERMENTO FRESCO R$ 3,96 R$ ,63 R$ , ,12% 43,37% A FILE PEITO FRANGO CG 5077 R$ 8,13 R$ ,37 R$ , ,18% 53,55% A REQUEIJÃO CATUPIRY 1460 R$ 22,42 R$ ,30 R$ ,93 5 8,07% 61,61% A BACALHAU DESF 1360 R$ 22,77 R$ ,84 R$ ,78 6 7,63% 69,25% B REQUEIJÃO TRADICIONAL 1663 R$ 13,49 R$ ,87 R$ ,65 7 5,53% 74,78% B COXÃO MOLE RESF 918 R$ 16,27 R$ ,60 R$ ,25 8 3,68% 78,46% B PRESUNTO COZ MAGRO OVAL 1181 R$ 12,40 R$ ,31 R$ ,57 9 3,61% 82,07% B QUEIJO MUSSARELA BUFALA 281 R$ 40,06 R$ ,23 R$ , ,77% 84,84% B PEITO DEF. CHESTER 382 R$ 25,03 R$ 9.560,19 R$ , ,36% 87,20% B CARNE BOVINA 525 R$ 15,72 R$ 8.254,31 R$ , ,03% 89,23% B OVO INTEGRAL PASTEURIZADO 792 R$ 10,11 R$ 8.006,58 R$ , ,97% 91,20% B MASSA MACAXEIRA 1772 R$ 3,93 R$ 6.955,10 R$ , ,71% 92,92% B MASSA MANDIOCA 1944 R$ 3,01 R$ 5.848,68 R$ , ,44% 94,36% B MORTADELA 155,6 R$ 37,45 R$ 5.827,22 R$ , ,44% 95,80% C GEMA DE OVO PASTEURIZADA 288 R$ 19,79 R$ 5.700,67 R$ , ,41% 97,20% C BLANQUET PERU 104 R$ 29,99 R$ 3.118,96 R$ , ,77% 97,97% C BACON 196 R$ 13,36 R$ 2.617,87 R$ , ,65% 98,62% C COXA E SOBRECOXA CONG 242 R$ 5,71 R$ 1.381,09 R$ , ,34% 98,96% C ESPINAFRE FOLHA 145 R$ 7,32 R$ 1.060,89 R$ , ,26% 99,22% C GOMA DE MANDIOCA 160 R$ 3,95 R$ 631,36 R$ , ,16% 99,37% C QUEIJO GORGONZOLA 17,7 R$32,78 R$ 580,24 R$ , ,14% 99,52% C SALAME ITALIANO 12,4 R$43,76 R$ 542,62 R$ , ,13% 99,65% C LINGUIÇA CALABRESA 37 R$12,73 R$ 471,13 R$ , ,12% 99,77% C QUEIJO RICOTA FRESCA 45 R$10,21 R$ 459,35 R$ , ,11% 99,88% C QUEIJO PROVOLONE 16,8 R$25,30 R$ 425,08 R$ , ,10% 99,98% C LANCHE WILSON (APRESUNTADO) 8,8 R$ 7,25 R$ 63,80 R$ , ,02% 100,00% C Total R$ ,96
7 A Figura 1 mostra os resultados graficamente: 120,00% 100,00% 80,00% 60,00% 40,00% 20,00% 0,00% Porcentagem individual Porcetagem Acumulada Figura 1 Curva Representativa da Classificação ABC De acordo com Petrônio (2009), não existe forma totalmente aceita de dizer qual o percentual do total dos itens que pertencem à classe A, B ou C. A experiência demonstra que poucos itens, de 10% a 20% do total, são da classe A, enquanto uma grande quantidade, em torno de 50%, são da classe C e 30% a 40% são da classe B. Como a determinação de quais os itens pertencentes a cada classe depende apenas de bom senso e conveniência de controles, ficou definido que os itens cuja porcentagem acumulada referente ao valor total fosse menor ou igual a 65% seriam pertencentes à classe A, entre 65% e 95% seriam classificados como classe B e o restante à classe C. Classe Corte Proporção de Itens Proporção de Valores A 65% 17,86% 61,61% B 95% 35,71% 32,75% C 100% 46,43% 5,64% Tabela 2 Proporções relacionadas a cada uma das Classes
8 Classificação dos Itens CLASSE A CLASSE B CLASSE C Gráfico 1 Gráfico em Pizzas representativos das Proporções de cada Classe 70,00% 60,00% 50,00% 40,00% 30,00% 20,00% 10,00% 0,00% A B C Proporção de Itens Proporção de Valores Gráfico 2 - Gráfico em Colunas representativos das Proporções de cada Classe Analisando o resultado gráfico e os demais resultados obtidos da classificação ABC dos itens da câmara fria da organização, identifica-se que 17,86% dos itens pertencem à classe A, os quais correspondem a mais de 61% do valor total de estoque; 35,71% dos itens pertencem à classe B, correspondendo a 32,75% do valor total; e, 46,43% dos itens são da classe C e respondem por apenas 5,64% do custo total. Com isso, fica claro que reduções de custos nos itens pertencentes à classe A, trazem melhorias significativas no desempenho global dos estoques, portanto, merecem atenção especial e um controle mais detalhado e rigoroso, pois são produtos que não podem faltar jamais. Os 17,86% dos itens classificados como classe A, representam quantitativamente 05 produtos. Isto mostra que apenas 05 itens são responsáveis pela maior parte do valor de estoque. Tais itens são os mais importantes para a equipe de gestão de estoques. Resumindo: Classe A: 17,86% dos itens correspondentes a 61,61% do valor; Classe B: 35,71% dos itens correspondentes a 32,75% do valor; Classe C: 46,43% dos itens correspondentes a 5,64% do valor; Percebe-se que os itens FERMENTO FRESCO e FILE PEITO FRANGO CG possuem um custo unitário baixo, mas uma importância muito maior do que outros itens, por
9 isso seu valor consumo acumulado foi muito alto. Assim verifica-se que a importância relativa de um item não está associada apenas ao seu custo, mas também a sua demanda média. 5. Conclusão Pelas análises feitas, a empresa aplica um modelo de gestão comum para todos os produtos da câmara fria, independentemente de sua classificação quanto a Classificação ABC, ou seja, seja qual for o grau de importância dos itens do estoque, os níveis de manutenção de estoques e lotes de reposição são realizados da mesma forma. Mas, a empresa poderia aumentar a sua eficiência financeira e de gestão dos estoques com a aplicação de planejamento de compras baseadas na classificação ABC dos estoques. Os itens pertencentes à classe A devem ser considerados os mais importantes, então serão aqueles que receberão uma atenção especial do departamento de compras e logística, recebendo um maior controle. Esta classificação permite que seja adotado um procedimento de ressuprimento específico para os itens pertencentes a cada uma das três classes, determinando qual o melhor método de controle de estoque, ressaltando que o investimento em melhoria de gestão de estoque deve ser direcionado primeiramente para os produtos que trazem um custo maior. Mas, às vezes os itens podem necessitar de um controle de estoque diferente daquele proposto para a classe na qual se encontra, então esta é uma classificação que deve sempre ser revista, para verificar que todos os produtos estão com o modelo adequado. O estudo se mostra bastante importante não só para a empresa analisada, mas como base de conhecimento para estudos futuros quanto à gestão de estoques em outras empresas seja do mesmo segmento ou de segmentos diferentes, buscando uma política de estoque eficiente que necessite de menos recursos possíveis.
10 Referências BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. Tradução Raul Rubenich. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, BALLOU, Ronald H. Logística empresarial: transportes, administração de materiais e distribuição física. 24 ed. São Paulo: Atlas, CHOPRA, Sunil. Gestão da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operaçõs. 4 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, DIAS, Marco Aurélio P. Administração de Materiais Princípios, Conceitos e Gestão. 6 ed. São Paulo: Editora Atlas S.A FILHO, EDGAR JOSÉ TISCOSKI. O Armazenamento e a Distribuição de uma Distribuidora de Alimentos Perecíveis: Um Estudo de Caso, MAGAD, E. L., AMOS, J. M. Total Materials Management. New York:Chapman & Hall, MARTINS, Petrônio Garcia. Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais. 3 ed Editora Saraiva POZO,H. Administração de recursos materiais e patrimoniais, 6ª ed. -São Paulo: Atlas, 2010 ROLT, EDINÉIA BIFF. A utilização da Curva ABC na Gestão de Estoques: Um estudo de Caso em uma Indústria de Revestimento Cerâmicos, SLACK, Nigel; CHAMBERS, Stuart; JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. 3. ed. Atlas S.A.: São Paulo, 2009 TUBINO, Dalvio Ferrari. Manual de Planejamento e Controle da Produção. São Paulo: Atlas, 2. ed., VIANA, João José. Administração de materiais, um Enfoque Prático.1. ed. São Paulo: Editora Atlas, 2002
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