FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA

Transcrição

1 AVENIDA GUARARAPES RECIFE/PE Vista panorâmica da avenida Guararapes em Fonte : MORAES, José Recife MAIO/ FACULDADE DE CIÊNCIAS HUMANAS ESUDA

2 INTRODUÇÃO A Avenida Guararapes, objeto de estudo deste trabalho, localizada no bairro de Santo Antônio, apresenta um quadro expressivo de mudanças. Antes, a citada avenida congregava as atividades sócio-econômicas da cidade, conceituada comportamentalmente por Del Rio(1990) como sociopetal. Com a vinda, em 1980 de grandes equipamentos urbanos para os bairros periféricos do Recife, o quadro muda, gerando uma descentralização comportamental sócio-econômica (sociofugal) (DEL RIO,1990), configurando assim uma tendência atual de descentralização das grandes cidades (CAMPOS, 2001). O pólo comercial da cidade do Recife é subdividido em três bairros históricos: Santo Antônio, São José e Boa Vista, caracterizam-se pela variedade das lojas e serviços oferecidos (CAMPOS, 2001).

3 Histórico da avenida Guararapes Este referencial histórico destina-se a registrar em que circunstância foi criada a Avenida Guararapes objeto de estudo deste trabalho, enfocando sua importância e função para com a cidade do Recife. Os planos urbanísticos apresentados em meados do século XIX, trouxeram o surgimento do profissional sanitarista, figura de transição entre o médico e o engenheiro (OUTTES, 1997). Esses profissionais não visavam apenas à solução da questão da insalubridade das urbes; a estética e principalmente o descongestionamento do tráfego também eram defendidos como solução de melhoria da mudança condicional da cidade colonial burocrática pelo progresso da cidade capitalista que aspira ser industrial (OUTTES, 1997). Com o surgimento deste novo profissional, dotado de conhecimento de medicina social, bacteriologia e de experiência prática no ramo de construção, a cidade do Recife ganha um demolidor e ao mesmo tempo um construtor das redes de saneamento e abastecimento d água (OUTTES, 1997). Em 1908 cria-se a Comissão de Saneamento, através da qual o engenheiro Francisco Saturnino Rodrigues de Britto elabora um plano de abastecimento d água e evacuação de esgoto (MOREIRA, 1994). A reforma dos bairros centrais da cidade do Recife ( ) acontece paralelamente à reforma do porto e ao plano de saneamento, apresentando uma significativa influência do discurso higienista do momento, onde são priorizadas, as derrubadas de pardieiro e casarios antigos além da igreja do Corpo Santo e dos Arcos da Conceição e Santo Antônio abrindo-se avenidas para melhorar a acessibilidade ao porto(outtes, 1997). Uma das características desta reforma foi promover o comércio de luxo no centro, criando com isso uma segregação social no local (OUTTES, 1997). Figura 51: Praça da Independência Fonte: MORAES, José Figura 52: Vista panorâmica da avenida Guararapes em Fonte : MORAES, José 2004.

4 Nesta ocasião a cidade com sua característica colonial (ruas estreitas, escuras e sem ventilação), era vista como sinal de atraso e proliferação de doenças (OUTTES, 1997). Figura 53:Rua Nova Fonte : MORAES, José No final da década de 1920 o Recife absorve as idéias dos urbanistas franceses além da ecologia urbana defendida pelos sociólogos da escola de Chicago. E é dentro destas idéias que a cidade é vista como um organismo vivo com funções vitais que precisam ser tratadas. O corpo vira metáfora para a cidade (OUTTES, 1997). O urbanista Ulhôa Cintra entre os vários outros urbanistas e engenheiros como José Estelita, Domingos Ferreira, Nestor de Figueiredo entre outros envolvidos no projeto de revitalização da cidade, inicia uma série de sugestões para o desenvolvimento do Recife, propondo a abertura de algumas avenidas para o centro urbano (OUTTES, 1997).

5 Figura 1. Plano de remodelação do bairro de Santo Antônio,1927 Fonte: OUTTES 1997

6 Figura 2. Segundo plano proposta de arruamento do bairro de Santo Antônio,1927 Fonte: Menezes 1988

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8 Figura 56:Ponte Duarte Coelho, ligando os bairros de Santo Antônio ao da Boa Vista. Fonte: ADEMI- PE, 2006.

9 Figura 57: avenida 10 de Novembro, 1950 atual Guararapes.- nesta época ainda era permitida a entrada de carros de passeio.

10 Figura 59: Presença expressiva do comércio informal ao longo da avenida Guararapes Figura 58: Grande circulação de coletivos na Guararapes Fonte: CUNHA, Ana Fonte: CUNHA, Ana 2003.

11 Figura 60: Fachada do Bar Savoy Fonte: CUNHA, Ana Figura 61: A sobre loja foi o que restou do Bar Savoy, agora Canto do Poeta Fonte: a autora, 2006.

12 Figura 63: Proprietário do Bar Savoy Joaquim Esteves Pereira e o político Jarbas Vasconcelos. Fonte: COUTINHO, Edilberto, Livro:Bar Savoy, p.21,1995. Figura 62: Proprietários e staff comemoram o cinqüentenário do Bar Savoy Fonte: COUTINHO, Edilberto, Livro:Bar Savoy, p.34, 1995.

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14 Figura 70: A diversidade do comércio informal, junto com as lojas dos prédios da avenida Guararapes, contribui para a poluição visual Fonte:da autora,2006. Figura 71: Conflito de uso nas calçadas reafirma a criação de territórios neste espaço Fonte: da autora, 2006 Figura 72: Os ambulantes negociam ao redor dos transportes coletivos, Fonte: da autora, Figura 73: Prestadores de serviços informal invadem as calçadas da Guararapes Fonte:da autora, 2006.

15 Figura 74: avenida Guararapes ao entardecer 17:h As sombras causadas pelos prédios não atenuam as altas temperaturas do lugar Figura 75: Os usuários buscam proteção nos poucos abrigos existentes na avenida Guararapes. Fonte: da autora, Fonte: da autora, 2006.

16 Projeto atual e não implementado a Av. Guararapes.