Responsabilidade Civil e a Gestão de Áreas Contaminadas. Annelise Monteiro Steigleder
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- André Veiga Ximenes
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1 Responsabilidade Civil e a Gestão de Áreas Contaminadas Annelise Monteiro Steigleder
2 Áreas Contaminadas Local onde há poluição ou contaminação, potencial ou efetiva, causada pela introdução de substâncias ou resíduos que nela tenham sido depositados, acumulados, enterrados ou infiltrados de forma planejada ou não, produzindo danos materiais e extrapatrimoniais ao meio ambiente
3
4 Ingá Mercantil - RJ
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6 Causas Obsolescência dos processos industriais Falência das empresas Transferência para outras áreas em virtude de novos zoneamentos urbanos
7 Problemas urbanísticos As áreas abandonadas desvalorizam o entorno deterioração da imagem da cidade favorecimento do depósito clandestino de resíduos invasões por populações de baixa renda riscos à segurança, à saúde pública e ao meio ambiente
8 Danos ambientais históricos Degradação praticada no passado, quando ausente norma protetiva ambiental ou conforme padrões de emissão da época Dificuldade na identificação da fonte poluidora adequada à produção do dano Desaparecimento da fonte poluidora Efeito cumulativo de vários poluentes
9 A tomada de consciência A Tribuna (Santos) 27/12/1989
10 A Tarde (Santos) 26/05/2000
11 Políticas Públicas para enfrentamento do problema 1. Negligência 2. Reativa: 3. Corretiva 4. Preventiva 5. Proativa
12 2.904 áreas contaminadas em São Paulo CETESB novembro/ % - postos de combustíveis 13% - indústrias 4% - comércio 3% resíduos 1% acidentes/fontes desconhecidas
13 Shopping Center Norte São Paulo
14 Condomínio Barão de Mauá Condomínio formado por 54 prédios, com 7 mil pessoas A área foi contaminada pela COFAP, a partir de 1974 Sentença determinou demolição dos prédios e indenização aos moradores
15 Fonte: CETESB
16 Jardim das Oliveiras Fonte: CETESB
17 Jardim Keralux 8 mil pessoas em área de propriedade do BB
18 Problemas jurídicos a serem resolvidos Quem paga a conta da descontaminação? Qual o montante dessa conta? Qual o grau de risco aceitável? Qual a partilha de custos entre as gerações presentes e as futuras? Como integrar as autorizações urbanísticas e ambientais para definir usos futuros?
19 Problemas técnicos Como se define um sítio contaminado? Quantos sítios contaminados existem na cidade, no Estado? Como identificá-los? Como evitar a utilização das áreas que apresentem riscos? Como gerenciar a descontaminação?
20 Legislação incidente Áreas Contaminadas Lei Federal /2010 Resolução 420/2009, CONAMA Lei Estadual/ SP /09 Abastecimento de combustíveis: Lei 9847/99 Resolução 273/2000, CONAMA
21 Inovações da Res. 420/09 do CONAMA Criou sistema de gerenciamento de áreas contaminadas Valores de Prevenção e de Investigação Empreendimentos potencialmente contaminantes devem monitorar água e solo como condição do licenciamento princípio da prevenção
22 Remediação de acordo com o uso pretendido Comunicação dos riscos - Princípio da informação Averbação da contaminação na matrícula imobiliária Publicidade para as AC, ACI, AMR e AR
23 Sistema de Gestão de Áreas Contaminadas Cadastro de ACs Processo de identificação de ACs Definição da região de interesse AP Priorização 1 Identificação de áreas com potencial de contaminação Exclusão Classificação 1 Avaliação preliminar AS Priorização 2 Exclusão AC Classificação 2 Priorização 3 Investigação confirmatória Processo de recuperação de ACs Investigação detalhada Avaliação de risco Exclusão Classificação 3 Concepção da remediação Projeto de remediação AP: AS: AC: áreas com potencial de contaminação cadastradas. áreas suspeitas de contaminação cadastradas. áreas contaminadas cadastradas. Remediação da AC Exclusão: áreas excluídas do cadastro de áreas contaminadas. Monitoramento
24 Pendências da Res. 420/09 Ignorou as áreas potencialmente contaminadas Ausência de publicidade para as áreas suspeitas de contaminação Tratamento para as áreas órfãs Instrumentos de garantias para a futura remediação e monitoramento da área
25 Remediação da área Remediação X Princípio da reparação integral do dano Remediar é atender aos valores de prevenção, conforme uso pretendido Admite contaminação residual
26 Art. 3º, parágrafo único, Lei 6766/79 Não será permitido o parcelamento do solo: (...) II em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, sem que sejam previamente saneados; (...) V em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.
27 Res. 420/09, CONAMA Art Para fins de reabilitação da área contaminada, o proprietário informará o uso pretendido à autoridade competente, que decidirá sobre sua viabilidade ambiental, com fundamento na legislação vigente, no diagnóstico da área, na avaliação de risco, nas ações de intervenção propostas e no zoneamento do uso do solo.
28 Res. 420/09, CONAMA Art Os responsáveis pela contaminação da área devem submeter ao órgão ambiental competente proposta para a ação de intervenção a ser executada sob sua responsabilidade, devendo a mesma, obrigatoriamente, considerar:
29 Res. 420/09 I - o controle ou eliminação das fontes de contaminação; II - o uso atual ou futuro da área objeto e sua circunvizinhança; III - a avaliação de risco à saúde humana; IV - as alternativas de intervenção consideradas técnica e economicamente viáveis e suas consequências; V - o programa de monitoramento da eficácia das ações executadas; VI - os custos e os prazos envolvidos na implementação das alternativas de intervenção propostas para atingir as metas estabelecidas.
30 Imputação da responsabilidade Poluidor: Art. 3º, inc. IV, Lei 6938/81 Responsabilidade civil objetiva Adquirente da Área Fonte geradora dos resíduos art. 27, Lei /10 Poder Público: Áreas órfãs art. 41, Lei /10
31 Adquirente de Áreas Degradadas Obrigação propter rem decorrente da função social da propriedade Dever de evitar o agravamento do dano ambiental Responsabilidade pela situação do bem ambiental
32 STJ - Resp GO ACP. Dano ambiental. Construção de hidrelétrica.. 1. A responsabilidade por danos ambientais é objetiva e, como tal, não exige a comprovação de culpa, bastando a constatação do dano e do nexo de causalidade. 2. Excetuam-se à regra, dispensando a prova do nexo de causalidade, a responsabilidade do adquirente de imóvel já danificado porque, independentemente de ter sido ele ou o dono anterior o real causador dos estragos, imputa-se ao novo proprietário a responsabilidade pelos danos
33 TJSP - Apelação com Revisão Ação de nulidade de auto de infração. Tratando-se de responsabilidade solidária e propter rem, não há como se afastar as autuações efetuadas contra a autora. Comprovada a degradação do meio ambiente e a propriedade do imóvel por parte do apelante, clara sua responsabilidade em responder pelos danos causador ao meio ambiente, em virtude de se tratar de obrigação propter rem. Recurso de apelação da autora improvido (Rel. Des. Lineu Peinado, j. em ).
34 TJSP AI /3...Há, por um lado, indícios veementes de que o solo de propriedade da agravante está contaminado e só por isso mostra-se adequada a exigência apresentada, no sentido de que se faça uma investigação detalhada com análise de risco e elaboração de proposta de sua recuperação.é obrigação propter rem e, por isso mesmo, irrelevante o fato de ser a contaminação anterior à aquisição da área...
35 Orphan Sites Responsabilidade civil do Poder Público pela remediação das áreas Omissão no exercício do poder de polícia, à época em que produzido o dano Utilização de verbas do Fundo de Recuperação de Bens Lesados art. 13, Lei 7347/85
36 A responsabilidade dos geradores A responsabilidade do gerador não cessa com a contratação de terceiros para transporte e destinação final Solução adotada pela CETESB e pelo MP/SP no passivo do Aterro Industrial Mantovani S/C Ltda. e da CETRIN, localizado no sítio Pirapitingui, que operou de 1974 a 1987.
37 Aterro Mantovani - Cetrin
38 Conclusões Importância da adoção da abordagem preventiva, com o objetivo de impedir a geração dos passivos Consideração das áreas potencialmente contaminadas e suspeitas de contaminação nos processos decisórios Necessidade de integração das exigências ambientais e urbanísticas, com vistas à solução de passivos quando do licenciamento de novas atividades
39 Conclusões Importância da averbação da área contaminada Necessidade de previsão de garantias financeiras que assegurem a futura remediação da área ao longo do tempo Solução para as áreas órfãs através da criação de Fundos específicos
40 Obrigada!
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