Áreas Contaminadas. Gerenciamento Estratégico. Renata Campetti Amaral Sócia Walter Hellmeister Consultor. Março/2016
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- Vanessa Rosa Miranda
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1 Áreas Contaminadas Gerenciamento Estratégico Renata Campetti Amaral Sócia Walter Hellmeister Consultor Março/ Trench, Rossi e Watanabe Advogados
2 Introdução
3 Direito Ambiental Cenário Atual e Tendências Especialização das Normas (normas específicas sobre licenciamento, questões florestais, contaminação, etc.). Tendência de maior enforcement e cobertura da mídia. Criação de fundos para investimentos em melhorias ambientais, inclusive para reabilitação de áreas contaminadas. Aumento de instrumentos de informação (cadastros de áreas contaminadas, listas de áreas embargadas, etc.). Maior especialização das autoridades envolvidas (Promotores, Juízes, etc.). Envolvimento mais intenso de órgãos de saúde e do trabalho. Implementação de instrumentos de controle para a área rural (licenciamento, etc.). 3
4 Fonte: FIESP, Informações Básicas sobre Áreas Contaminadas,
5 Responsabilidade Ambiental RESPONSABILIDADE CIVIL objetiva, independe da licitude da conduta. baseada no risco da atividade. RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA objetiva/subjetiva (controvérsia), conduta ilícita. RESPONSABILIDADE CRIMINAL subjetiva, conduta ilícita. TRÊS ESFERAS DE RESPONSABILIDADE INDEPENDENTES, QUE PODEM SE APLICAR CUMULATIVAMENTE 5
6 Áreas Contaminadas
7 Áreas Contaminadas Aspectos Gerais Constituição Federal Art. 225 dever de proteção e preservação. Lei Federal nº 6.938/81 conceito de poluidor, responsabilidade objetiva. Lei Federal nº 9.605/98 lei de crimes ambientais Art. 54. Resolução CONAMA nº 420/09 gerenciamento de áreas contaminadas. Lei Estadual nº /09 (São Paulo) gerenciamento de áreas contaminadas no Estado de São Paulo. Decreto Estadual nº /13 (São Paulo) Quando comunicar?; garantias bancárias; averbação na matrícula do imóvel; restrição à ampliação de atividades; etc. 7
8 Áreas Contaminadas Aspectos Gerais Decisão de Diretoria nº 103/07 da CETESB procedimentos para gerenciamento de áreas contaminadas no Estado de São Paulo. Também adotada por outros órgãos ambientais. Outros estados com legislação sobre áreas contaminadas: Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Exigência de elaborar Plano de Desativação de plantas, como avaliação de aspectos de contaminação; Controle cada vez maior pelas autoridades (órgãos ambientais e MP, principalmente). 8
9 Áreas Contaminadas Responsabilidade Lei Estadual nº /09 (São Paulo) São responsáveis pela contaminação: o poluidor e seus sucessores o proprietário o arrendatário o possuidor quem se beneficia direta ou indiretamente Conceito de poluidor: Toda pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por atividade causadora de degradação do ambiente. (Lei Federal nº 6.938/81). Determina: o responsável legal, ao detectar indícios ou suspeitas de que uma área esteja contaminada, deverá imediatamente comunicar tal fato aos órgãos ambiental e de saúde competentes. 9
10 Áreas Contaminadas DD nº 103/07 Processo de identificação de áreas contaminadas: definição da região de interesse identificação de áreas com potencial de contaminação avaliação preliminar investigação confirmatória Processo de reabilitação de áreas contaminadas: investigação detalhada avaliação de risco concepção da remediação projeto de remediação remediação monitoramento 10
11 Mitos sobre Áreas Contaminadas - Sucessão de responsabilidade: obrigação propter rem? - Trâmite do processo administrativo: se a empresa não é notificada, não precisa se preocupar? Acompanhamento técnico e legal. - Comunicação ao órgão ambiental sobre a contaminação: um caminho sem volta? - Interdisciplinariedade da matéria: não limitar-se a solo e água subterrânea. - Etapas do processo de investigação e remediação: atender às diretrizes. 11
12
13 trazidas pelo Decreto /13 Classificação das áreas Decisão de Diretoria nº 103/07 Decreto nº /13 Área com Potencial de Contaminação (AP) Área com Potencial de Contaminação (AP) Área Suspeita de Contaminação (AS) Área Contaminada sob Investigação (AI) Área contaminada (AC) Área em Processo de Monitoramento para Reabilitação (AMR) Área Reabilitada para o Uso Declarado (AR) Área Suspeita de Contaminação (AS) Área Contaminada sob Investigação (ACI) Área Contaminada com Risco Confirmado (ACRi) Área Contaminada em Processo de Remediação (ACRe) Área em Processo de Monitoramento para Encerramento (AME) Área Contaminada em Processo de Reutilização (ACRu) Área Reabilitada para o Uso Declarado (AR) Área Contaminada Crítica (AC crítica) 13
14 Sistema de Áreas Contaminadas e Reabilitadas (SIACR) e Cadastro Deverá conter informações relativas aos empreendimentos e atividades que: sejam potencialmente poluidoras de solo e águas subterrâneas no passado abrigaram atividades passíveis de provocar qualquer tipo de contaminação do solo e águas subterrâneas estejam sob suspeita de estarem contaminados sejam classificados como ACI, ACRi, ACRe, ACRu, AME, AR e Área Contaminada Crítica demais casos pertinentes à contaminação do solo e águas subterrâneas A CETESB poderá exigir do responsável legal por área com fontes potenciais de contaminação a manutenção de programa de monitoramento da área e de seu entorno. 14
15 Obrigatoriedade de Comunicação à CETESB e autoridades O responsável legal, ao detectar indícios ou suspeitas de que uma área esteja contaminada, deverá imediatamente comunicar tal fato à CETESB e ao órgão competente de saúde e realizar a Investigação Confirmatória. A realização da Investigação Confirmatória a que se refere o "caput" deste artigo, deverá ser precedida de Avaliação Preliminar. (Art. 23) Considera-se indício ou suspeita de contaminação a constatação da ocorrência de vazamentos ou o manejo inadequado de substâncias, matérias primas, produtos, resíduos e efluentes, bem como a presença das mesmas na superfície do solo ou nas paredes e pisos das edificações e a existência de instalações com projeto inadequado ou fora das normas existentes. (Art. 22, 1º) 15
16 Valores Orientadores Valores de Referência de Qualidade: orientar a prevenção de alterações da qualidade e o controle das funções do solo. Valores de Prevenção: prevenir a disposição inadequada de substâncias contaminantes no solo e águas subterrâneas. Valores de Intervenção: classifica área como Área Contaminada sob Investigação (ACI). Valores serão estabelecidos e revisados anualmente pela CETESB (Art. 29). 16
17 Avaliação de Risco Risco superior aos valores definidos para a saúde humana. Risco inaceitável para organismos presentes nos ecossistemas Avaliação de Risco Ecológico. Ultrapassagem de padrões legais para enquadramento dos corpos d'água e de potabilidade. Ultrapassagem dos padrões legais aplicáveis decorrente de modelagem do transporte dos contaminantes (águas superficiais e subterrâneas). Nas situações em que haja risco à saúde ou à vida em decorrência de exposição aguda a contaminantes ou à segurança do patrimônio público ou privado. 17
18 Alteração do Uso da Área A Área Contaminada sob Investigação (ACI) não poderá ter seu uso alterado até a conclusão das etapas de Investigação Detalhada e de Avaliação de Risco. Os órgãos públicos responsáveis pelo uso e ocupação do solo ou pela expedição de alvarás de construção, uma vez notificados da existência de uma Área Contaminada sob Investigação (ACI) só poderão autorizar uma alteração de uso do solo após manifestação da CETESB. 18
19 Plano de Remediação X Plano de Intervenção Plano de Intervenção: instrumento inexistente nas normas anteriores. Deve ser elaborado pelo responsável legal da área. Deve contemplar, dentre outros aspectos: o controle ou eliminação das fontes de contaminação o uso atual e futuro do solo da área a ser reabilitada, que poderá incluir sua vizinhança os custos das medidas de intervenção propostas Poderão ser admitidas medidas de remediação para tratamento e contenção dos contaminantes, medidas de controle institucional e medidas de engenharia. 19
20 Plano de Intervenção Reabilitação Encerrado o período de monitoramento para encerramento: Emissão do Termo de Reabilitação para o Uso Declarado Medidas de controle institucional ou de engenharia - a eficácia dessas medidas deverá ser avaliada por todo o período em que forem necessárias Averbação Comunicação às Prefeituras Municipais para que conste das licenças e alvarás emitidos que a área foi classificada como Área Reabilitada para o Uso Declarado (AR) Alteração do uso ou ocupação de uma Área Reabilitada para o Uso Declarado (AR), deverá ser efetuada nova Avaliação de Risco para o uso pretendido, a qual será submetida pelo responsável legal à aprovação da CETESB. 20
21 Desativação de Empreendimentos Empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental e potenciais geradores de contaminação: Comunicar a suspensão ou o encerramento das atividades à CETESB (Art. 56) Previsão já existia no Decreto Estadual nº /02 (Art. 5º) Apresentar Plano de Desativação do Empreendimento remoção e destino de materiais e caracterização da situação ambiental (Avaliação Preliminar e Investigação Confirmatória). Área classificada como Área Contaminada com Risco Confirmado (ACRi): Emissão da Declaração de Encerramento fica condicionada à execução dos planos de desativação e de intervenção e à obtenção do Termo de Reabilitação para o Uso Declarado 21
22 Reflexos no Licenciamento da Atividade O licenciamento de empreendimentos em áreas que anteriormente abrigaram atividades com potencial de contaminação, ou suspeitas de estarem contaminadas, deverá ser precedido de estudo de passivo ambiental, submetido previamente ao órgão ambiental competente. A obtenção de Licença de Instalação para ampliação de atividades implantadas em áreas classificadas como Área Suspeita de Contaminação (AS), Área Contaminada sob Investigação (ACI) ou Área Contaminada com Risco Confirmado (ACRi) estará condicionada ao equacionamento das pendências ambientais ou à aprovação do Plano de Intervenção. 22
23 Garantias Bancárias e Seguro Ambiental O responsável legal pela área contaminada deverá apresentar uma das garantias previstas na Lei (garantias bancárias e seguro ambiental), a fim de assegurar que o Plano de Intervenção aprovado seja implantado em sua totalidade e nos prazos estabelecidos, no valor mínimo de 125% (cento e vinte e cinco por cento) do custo estimado no respectivo Plano. (Art. 45) Seguro ambiental: Somente será exigido quando houver disponibilidade no mercado Poderá ser apresentado seguro-garantia em substituição, exceto nos casos em que sejam adotadas medidas de remediação por contenção ou isolamento 23
24 FEPRAC Fundo Estadual para Prevenção e Remediação de Áreas Contaminadas Destina-se à proteção do solo e águas subterrâneas contra alterações prejudiciais às suas funções, bem como à identificação e à reabilitação de áreas contaminadas no Estado de São Paulo. Formado a partir das receitas descritas no Art. 68. Administrado pelo Conselho de Administração: Secretário do Meio Ambiente o preside (+ repr.sociedade, do Estado e dos Municípios). 24
25 Prestadores de Serviço Obrigação de obter certificação do INMETRO aos prestadores de serviço que desenvolverem atividades no sentido de identificar e reabilitar as áreas contaminadas. Para a execução do Plano de Intervenção o prestador de serviços deverá adequar-se às normas técnicas específicas emitidas pelo Sistema Estadual de Administração da Qualidade Ambiental, Proteção, Controle e Desenvolvimento do Meio Ambiente e Uso Adequado dos Recursos Naturais - SEAQUA. 25
26 Compensação Ambiental Valor a ser recolhido ao FEPRAC em uma única vez, no momento da concessão ou renovação da LO. Exigível nos casos de licenciamento de empreendimento cuja atividade seja potencialmente passível de gerar área contaminada. Atividades serão definidas por resolução. Empreendedor será notificado do valor e poderá apresentar impugnação e recurso. Possibilidade de redução em até 100% pela adoção de procedimentos de mitigação do risco de contaminação. 26
27 Compensação Ambiental Procedimento: 7 dias para impugnar o valor definido 20 dias para recurso dirigido ao Diretor 30 dias para Diretoria Plena da CETESB deliberar 100 % de redução na hipótese de adoção de medidas de mitigação, proporcional à minoração do risco Valor será recolhido no momento da concessão ou renovação da Licença de Operação 27
28 Sanções Advertência. Multa simples no valor de 4 a 4 milhões de vezes o valor da UFESP (R$ 19,37). Multa diária no valor de 4 a 10 mil vezes o valor da UFESP. Embargo ou demolição serão aplicadas no caso de obras e construções executadas em desacordo com o Plano de Intervenção, ou quando sua permanência ou manutenção colocar em risco ou causar dano ao ambiente ou contrariar as disposições das normas aplicáveis. Suspensão de financiamento e benefícios fiscais. 28
29 Situações Atenuantes: Todas as circunstâncias e medidas implantadas para solucionar a contaminação (rol exemplificativo): Comprovação do empenho no cumprimento de exigência Possuir sistema voltado para a prevenção da contaminação Promover alterações nos processo produtivos para minorar emissões Adotar técnicas sustentáveis Realizar avaliação preliminar e Investigação confirmatória independentemente de notificação da CETESB (exceção feita às do Art. 27 não haverá notificação) 29
30 Situações agravantes Rol taxativo: Obstar ou dificultar a fiscalização (MP) Deixar de comunicar de imediato a ocorrência de contaminação (MP) Deixar de adotar medidas de gerenciamento nos prazos definidos pela CETESB Deixar de adotar medidas emergenciais para cessar situação de perigo (MP) Deixar de realizar a avaliação e investigação (Art. 27) Apresentar estudo ou relatório falso ou enganoso (MP) Reincidência 30
31 Comunicação com autoridades Havendo perigo à vida ou à saúde da população, em decorrência da contaminação de uma área, o responsável legal deverá comunicar imediatamente tal fato à CETESB e à Secretaria Estadual de Saúde. Devem ser comunicados também o Corpo de Bombeiros e as concessionárias de serviços públicos e de distribuição de água potável. Dependendo da classificação da área, caberá à CETESB: comunicar a Secretaria Estadual de Saúde, o Departamento de Água e Energia Elétrica, a Prefeitura e o Conselho Municipal de Meio Ambiente do município onde a área se insere a Secretaria Estadual de Saúde notificará, quando cabível, a Secretraia Municipal de Saúde 31
32 Comunicação com autoridades Obrigação da CETESB em comunicar o MP em caso de: incapacidade técnica, má-fé na prestação de informações ou descumprimento de exigências Na ocorrência das agravantes de obstar ou dificultar a fiscalização, deixar de comunicar de imediato a contaminação, deixar de adotar medidas emergenciais e apresentar estudo, laudo ou relatório total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão 32
33 Obrigado!
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