DESENVOLVIMENTO URBANO DAS POLÍTICAS EUROPEIAS À REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO
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- Ana Beatriz Borges Mirandela
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1 DESENVOLVIMENTO URBANO DAS POLÍTICAS EUROPEIAS À REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO SÉRGIO BARROSO 7 NOVEMBRO
2 Referenciais de Partida da Reflexão Há uma trajetória, mais ou menos consistente, de construção de uma política urbana à escala europeia, que reconhece a centralidade das cidades no desenvolvimento territorial europeu. Há um catálogo de novas problemáticas e de novas formas de intervenção no desenvolvimento urbano que marcarão a execução dos Fundos Estruturais até 2020 o que reflete uma crescente harmonização das formas de intervenção em todo o espaço europeu. Se o impulso externo europeu, foi/é decisivo para a modernização do ordenamento do território e do urbanismo em Portugal, as insuficiências de política, de governança, de conhecimento/prática e de aprendizagem limitam, cada vez mais, um uso competente dos fundos estruturais. Apesar das limitações contextuais, as autarquias e os atores locais têm sido capazes de superar problemas e gerar intervenções inovadoras. Estrutura da Reflexão 1. Trajetória e tendências de uma política urbana na UE 2. A emergência de novos temas, prioridades e formas de intervenção urbana na política de coesão 3. Política urbana em Portugal: experiências, inconsistências e descontinuidades 4. Experiências inspiradoras para um novo ciclo 2
3 Trajetória e tendências de uma política urbana na UE 1 1. TRAJETÓRIA E TENDÊNCIAS Ordenamento do Território na União Europeia O Ordenamento do Território não é uma competência formal da União Europeia: do princípio da subsidiariedade à última fronteira da soberania e da cidadania Quatro linhas de intervenção da UE: Através de políticas comunitárias vinculativas (ambiente, agricultura, ) e por via das diretivas e normas transpostas para a regulamentação nacional; Através da regulamentação associada à utilização dos Fundos Europeus Estruturais e de Investimento; Através da prossecução da Coesão Territorial como um dos 3 objetivos da EU; Através de um lento processo de criação de uma cultura comum de ordenamento do território nos vários Estados Membros (regulamentação da política de coesão, orientações especificas, aprendizagem em rede ESPON, URBACT, INTERACT) 3
4 1. TRAJETÓRIA E TENDÊNCIAS Ordenamento do Território vs Desenvolvimento Urbano O Ordenamento do Território vs Desenvolvimento Urbano -duas linhas de ação da abordagem territorial com evoluções distintas, mas fortes interligações Desenvolvimento urbano mais integrado na Política Regional e promovido pela Comissão Europeia Atores-chave no desenvolmento: Cooperação intergovernamental entre os Estados-Membros; Comissão Europeia (DG REGIO); Parlamento Europeu, Conselho da Europa, Comité das Regiões TRAJETÓRIA E TENDÊNCIAS : da Política Regional ao EDEC : Do Ato Único Europeu fundador da política regional e do reforço das competências da CE em matéria de ambiente : Caminho para a criação do Esquema de Desenvolvimento do Espaço Comunitário (EDEC). Para um desenvolvimento espacial equilibrado e sustentável do território da União Europeia
5 1. TRAJETÓRIA E TENDÊNCIAS EDEC: Conceitos de Política Urbana Desenvolvimento territorial equilibrado e policêntrico na UE Desenvolvimento policêntrico: um conceito para uma melhor acessibilidade Parceria cidade-campo Cidades e regiões urbanas dinâmicas, atrativas e competitivas 1. TRAJETÓRIA E TENDÊNCIAS : Abrandamento, impactes e aceleração Coesão territorial:primeira vida de um conceito, referida nos Relatórios do Estado da Coesão, mas sem qualquer relevância na Estratégia de Lisboa (2000); Consolidação dos modelos macro-regionais: reforço da cooperação territorial (INTERREG III) e das unidades macro-regionais como instrumento de intervenção europeia Reforço da criação de uma cultura comum de ordenamento do território: European Spatial Planning Observatory Network(ESPON): investigação aplicada e estudos sobre desenvolvimento territorial e ordenamento do território numa perspetiva europeia de apoio ao desenvolvimento de políticas. URBACT:programa de intercâmbio e aprendizagem Europeia promover o desenvolvimento urbano sustentável Impactes nacionais: surgimento de Estratégias de Planeamento nacionais/regionais criação (Irlanda, Portugal, Eslovénia, Irlanda do Norte, Wallonia) Retoma da Cooperação Intergovernamental: Reuniões Interministeriais de Roterdão (2004), Luxemburgo (2005), Leipzig (2007) = Agenda Territorial da UE 5
6 1. TRAJETÓRIA E TENDÊNCIAS EDEC NO PNPOT: EVIDÊNCIAS DE UMA CULTURA COMUM DE OT OBJETIVO ESTRATÉGICO 3 Promover o desenvolvimento policêntrico dos territórios e reforçar as infraestruturas de suporte à integração e à coesão territoriais Desenvolvimento territorial equilibrado e policêntrico na UE Desenvolvimento policêntrico: um conceito para uma melhor acessibilidade Promover um desenvolvimento urbano mais compacto e policêntrico no Continente, contrariar a construção dispersa, estruturar a urbanização difusa e incentivar o reforço das centralidades intraurbanas Cidades e regiões urbanas dinâmicas, atrativas e competitivas Reforçar a capacidade de as cidades se afirmarem como motores de internacionalização e Desenvolvimento / Promover pólos regionais de competitividade e qualificar o emprego Estruturar e desenvolver as redes de infraestruturas de suporte à acessibilidade e à mobilidade, favorecendo a consolidação de novas centralidades urbanas e de sistemas urbanos mais policêntricos. 1. TRAJETÓRIA E TENDÊNCIAS : da Coesão Territorial à Agenda Urbana QEC Regulamentos Política de Coesão 14/ /13 6
7 1. TRAJETÓRIA E TENDÊNCIAS A Dimensão urbana nas Políticas Europeias A emergência de novos temas, prioridades e formas de intervenção urbana na política de coesão 2 7
8 2. TEMAS, PRIORIDADES FORMAS DE INTERVENÇÃO Objetivos Temáticos: da Estratégia Europa 2020 ao QEC 2. TEMAS, PRIORIDADES FORMAS DE INTERVENÇÃO Prioridades de Investimento (Com relevância nas Políticas Urbanas) OT 4. Transição para uma economia assente num baixo nível de emissões de carbono: 4.3. A concessão de apoio à eficiência energética, à gestão inteligente da energia e à utilização das energias renováveis nas infraestruturas públicas, nomeadamente nos edifícios públicos, e no setor da habitação; 4.5. A promoção de estratégias de baixo teor de carbono para todos os tipos de territórios, nomeadamente as zonas urbanas, incluindo a promoção da mobilidade urbana multimodal sustentável e medidas de adaptação relevantes para a atenuação; 8
9 2. TEMAS, PRIORIDADES FORMAS DE INTERVENÇÃO Prioridades de Investimento (Com relevância nas Políticas Urbanas) OT 5. Gestão e prevenção de riscos e adaptação às alterações climáticas 5.1. Concessão de apoio ao investimento para a adaptação às alterações climáticas, incluindo abordagens baseadas nos ecossistemas 5.2. Promoção de investimentos para fazer face a riscos específicos, assegurar a capacidade de resistência às catástrofes e desenvolver sistemas de gestão de catástrofes OT 6. Proteção do ambiente e eficiência na utilização dos recursos: 6.3. A conservação, proteção, promoção e o desenvolvimento do património natural e cultural; 6.5. A adoção de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconversão, a reduzir a poluição do ar e a promover medidas de redução de ruído; 2. TEMAS, PRIORIDADES FORMAS DE INTERVENÇÃO Prioridades de Investimento (Com relevância nas Políticas Urbanas) OT 9. Inclusão social e combate à pobreza: 9.1. Inclusão ativa, incluindo com vista à promoção da igualdade de oportunidades e da participação ativa e a melhoria da empregabilidade; 9.7.Investimentos na saúde e nas infraestruturas sociais que contribuam para o desenvolvimento nacional, regional e local, a redução das desigualdades de saúde, a promoção da inclusão social através da melhoria do acesso aos serviços sociais, culturais e recreativos, e da transição dos serviços institucionais para os serviços de base comunitária; 9.8. A concessão de apoio à regeneração física, económica e social das comunidades desfavorecidas em zonas urbanas e rurais; 9.6./9.10 Estratégias de desenvolvimento local de base comunitária 9
10 2. TEMAS, PRIORIDADES FORMAS DE INTERVENÇÃO Desenvolvimento Urbano na Política de Coesão Prioridade a abordagens integradas: Apoiar o desenvolvimento urbano sustentável através de estratégias integradas: Utilizar o FSE, em sinergia com o FEDER, para apoiar medidas relacionadas com emprego, educação, inclusão social e capacidade institucional, no âmbito das estratégias integradas. Instrumentos melhorados para executar ações integradas: Investimento Territorial Integrado (ITI)-nova forma de execução que conjuga o financiamento de várias prioridades de um ou mais programas operacionais. O desenvolvimento local de base comunitária (DLBC)-instrumento destinado a promover estratégias de desenvolvimento local ascendentes preparadas e implementadas por grupos de ação locais que envolvam representantes de todos os setores de interesse local. 2. TEMAS, PRIORIDADES FORMAS DE INTERVENÇÃO Desenvolvimento Urbano na Política de Coesão Instrumentos financeiros: Incentiva-se os Estados-Membros a que usem dos instrumentos financeiros de forma ampla. Reservar fundos para um desenvolvimento urbano sustentável integrado: Cada Estado-Membro deve utilizar, no mínimo, 5 % dos fundos do FEDER. Maior responsabilidade para as autoridades urbanas: Maior delegação a nível das autoridades urbanas que serão responsáveis, no mínimo, pela seleção das operações. Ações urbanas inovadoras: Reservar 330 milhões de euros para ações urbanas inovadoras no âmbito europeu 10
11 2. TEMAS, PRIORIDADES FORMAS DE INTERVENÇÃO Política Urbana no Acordo de Parceria Portugal 2020 Ações Integradas de Desenvolvimento Urbano Sustentado (AIDUS) Pactos para o Desenvolvimento e Coesão Territorial das duas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto Desenvolvimento de estratégias de baixo carbono, de prevenção e gestão de riscos e de proteção do ambiente e a adaptação às alterações climáticas; Estruturação do sistema urbano nacional (incluindo a reorganização, a gestão em rede e o aumento da qualidade de prestação dos serviços públicos e coletivos); modernização da administração pública local; promoção do emprego (sustentável e com qualidade) e reforço da coesão e inclusão social; As Áreas Metropolitanas são responsáveis pela elaboração e concretização dos Pactos. 2. TEMAS, PRIORIDADES FORMAS DE INTERVENÇÃO Política Urbana no Acordo de Parceria Portugal 2020 Ações Integradas de Desenvolvimento Urbano Sustentado (AIDUS) Operações Integradas de Regeneração e Revitalização Urbana em Centros Urbanos de Nível Superior Focalizada nos centros urbanos que estruturam o sistema urbano nacional (centros de nível superior do PNPOT/ PROT); Incidência em Áreas de Reabilitação Urbana. Reforçar a capacidade de regenerar e valorizar as áreas construídas, qualificar os espaços públicos, reabilitar a habitação e fomentar novas funções urbanas em áreas obsoletas ou em risco (PI 9.8, PI 6.5 e PI 4.5) 11
12 Política urbana em Portugal: experiências, inconsistências e descontinuidades 3 3. EXPERIÊNCIAS, INCONSISTÊNCIAS E DESCONTINUIDADES Experiências de Política Urbana 12
13 3. EXPERIÊNCIAS, INCONSISTÊNCIAS E DESCONTINUIDADES Problemas estruturais na implementação da política urbana Avaliação-Falta de avaliação das políticas, dos instrumentos de política, das experiências e dos projetos (Polis, Regeneração Urbana, Redes Urbanas para a Competitividade); Articulação Falta de articulação entre as prioridades territoriais do desenvolvimento urbano (investimentos no centro) e as politicas de ordenamento do território (facilitação do crescimento disperso, fragmentado e periférico); Capacitação-Modelos de atribuição de fundos com base em processos concursais, sem capacitação prévia dos atores locais (públicos e associativos) e dos técnicos; Cooperação Incapacidade dos atores em construírem abordagens estratégicas intermunicipais que aprofundem os modelos de policentrismo, a especialização territorial, a complementaridade, a partilha de serviços e a competitividade supra-municipal; 3. EXPERIÊNCIAS, INCONSISTÊNCIAS E DESCONTINUIDADES Problemas estruturais na implementação da política urbana Descontinuidade Repetida descontinuidade das intervenções, especialmente em zonas urbanas desfavorecidas onde os ciclos de intervenção estão desfasados da perenidade dos problemas; Dispersão Incapacidade dos atores em definirem prioridades e em concentrarem investimentos em territórios de intervenção prioritária; Flexibilidade Persistência em modelos de abordagem pré-definidos top-down com graus de liberdade muito limitados, não permitindo o desenho de abordagens bottom-upadaptados aos desafios; Integração Grande dificuldade em fazer a integração de politicas ao nível dos territórios urbanos e em conseguir modelos de governação multinível em que a administração central se conjugue com as autarquias e as comunidades; Parceria público-privado Incapacidade em gerar projetos que envolvam de forma articulada investimento público e privado. 13
14 3. EXPERIÊNCIAS, INCONSISTÊNCIAS E DESCONTINUIDADES Da descoordenação entre o planeamento e a intervenção Modelo policêntrico sem instrumentos operacionais para o concretizar Instrumentos operacionais para apoiar o policentrismo sem modelo Experiências inspiradoras para um novo ciclo 4 14
15 4. EXPERIÊNCIAS INSPIRADORAS PARA UM NOVO CICLO Crescimento Sustentável: Adaptação às Alterações Climáticas 4. EXPERIÊNCIAS INSPIRADORAS PARA UM NOVO CICLO Regeneração e Reabilitação Urbana 15
16 4. EXPERIÊNCIAS INSPIRADORAS PARA UM NOVO CICLO Habitação e Eficiência Energética Promotor: Câmara Municipal da Amadora Implementação: Objetivos: Reabilitação urbana integrada Criação de imagem de conjunto forte sofisticada e coerente Criação da marca Av. Santos Mattos, reforçando o cariz comercial e lúdico da artéria Reforço do carácter sustentável da intervenção Valorização de espaços devolutos com carácter potenciador da atividades económica 4. EXPERIÊNCIAS INSPIRADORAS PARA UM NOVO CICLO Desenvolvimento Local de Base Comunitária Promotor: Câmara Municipal de Lisboa Período de Implementação: Objetivos: Fomentar a cidadania e a autoorganização dos moradores; Contribuir para uma imagem positiva destes territórios onde se desenvolvem; Criar um clima favorável ao empreendedorismo e à capacidade de iniciativa local. 16
17 DESENVOLVIMENTO URBANO DAS POLÍTICAS EUROPEIAS À REGIÃO DE LISBOA E VALE DO TEJO SÉRGIO BARROSO 7 NOVEMBRO
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