Grupos Solúveis Finitos com Condições de Permutabilidade para seus Subgrupos Subnormais

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Grupos Solúveis Finitos com Condições de Permutabilidade para seus Subgrupos Subnormais"

Transcrição

1 Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Grupos Solúveis Finitos com Condições de Permutabilidade para seus Subgrupos Subnormais por Aline de Souza Lima Brasília 2005

2 Livros Grátis Milhares de livros grátis para download.

3 Agradecimentos A Deus, pelo dom da vida, pelo conhecimento e por me permitir mais essa conquista. A minha mãe, Maria Abadia, pelo apoio e pelo exemplo de luta e serenidade. A minha irmã, Joselaine, pela compreensão e amizade. Aos meus amigos, Allan, Daniel, Fausto, Fernando, Letícia, Marina, Raquel, Ricardo e Willian, pelos momentos de alegria, companheirismo e trocas de conhecimento. Ao Jhone e a Sandra, que como irmãos estiveram presentes em todos os momentos de alegrias e tristezas, dando apoio e estímulo. Aos professores, Claudiney, Douglas, Fátima, Flávio, Gecirley, Iron, Jaqueline, José Alfredo, Luciana, Lúcio, Marta, Ruy, Sônia e Tonires, por me ensinar que não só o conhecimento ciêntífico, mas também valores e atitudes são importantes para a formação de um professor. Ao professor Ivan pela colaboração para o término deste. Ao meu orientador professor Rudolf Maier, pela escolha do tema e pela ajuda na construção do meu conhecimento. Aos professores do Departamento de Matemática da UNB e a todos os funcionários, pela prestatividade e paciência que sempre demonstraram. Ao CNPq/Capes, pelo suporte financeiro.

4 Pedi e lhe será dado; buscai, e achareis; batei, e lhe será aberto. Lucas 11,9.

5 Ao meu pai, José Antônio de Souza ( in memoriam ).

6 Resumo Nesse trabalho realizamos um estudo dos grupos solúveis finitos nos quais as relações de normalidade, permutabilidade e Sylow - permutabilidade são transitivas, apresentando diversas caracterizações destes grupos. Nosso estudo está baseado nos trabalhos de Robinson [13], [14], [15], Agrawal [1] e Beidleman - Brewster - Robinson [4].

7 Abstract In this work we realize a study of the finite soluble groups in which the relations of normality, permutability and Sylow - permutability are transitive, presenting diverse characterizations of these groups. Our study is based on the papers of Robinson [13], [14], [15], Agrawal [1] and Beidleman - Brewster - Robinson [4].

8 Sumário Lista de Símbolos 1 Introdução 3 Nota Histórica Apresentação do Trabalho Preliminares Definições e Resultados Básicos da Teoria dos Grupos Grupos Supersolúveis Caracterização dos T, PT e PST - grupos Solúveis Definições e Resultados Preliminares P ST - grupos Solúveis P T - grupos Solúveis T - grupos Solúveis A diferença entre P T - grupos e T - grupos Caracterizações Locais dos PT e T - grupos solúveis Propriedade X p Propriedade C p Pronormalidade e os T - grupos Solúveis Referências Bibliográficas 47 7

9 Lista de Símbolos G, H, Conjuntos, grupos e subgrupos x, y, z, Elementos de um conjunto xα ou x α x y [x, y] Imagem de x por α y 1 xy O conjugado do elemento x por y x 1 y 1 xy O comutador dos elementos x e y [x, kg] = [x, g, g,, g] Comutador de x com g, k vezes }{{} k vezes H = G H é isomorfo a G H G, H < G H é um subgrupo, um subgrupo próprio de um grupo G. H G, H G H G H 1 H 2 H n H é um subgrupo normal, H um subgrupo normal próprio de G H é um subgrupo subnormal de G Produto de subconjuntos ou de subgrupos de um grupo X λ /λ Λ Subgrupo gerado por subconjuntos X λ de um grupo X/R x W = G Grupo apresentado por geradores X e relações R Grupo gerado por um elemento x W é isomorfo a G

10 H Ordem do subgrupo H G : H Índice do subgrupo H no grupo G x C G (H), N G (H) Z(G) H G, H G Aut(G) H 1 H n Ordem do elemento x Centralizador, normalizador de H em G Centro de G Fecho normal, núcleo normal de H em G Grupo dos automorfismos de G Produto direto de grupos G = [G, G] Subgrupo derivado de um grupo G G (n) γ n (G) Z n (G) γ (G) Z (G) F (G) φ(g) O p (G) π(g) J(P ) n ésimo termo da série derivada de G n ésimo termo da série central inferior de G n ésimo termo da série central superior de G Hipercomutador do grupo G Hipercentro do grupo G Subgrupo de Fitting de G Subgrupo de Frattini de G p subgrupo normal maximal de G Conjunto dos primos que dividem a ordem de G Subgrupo de Thompson de G

11 Introdução Nos últimos anos, nos trabalhos de vários autores, foi difundido o interesse por critérios para a transitividade de propriedades locais de subgrupos como normalidade, permutabilidade e Sylow - permutabilidade. Muitas características estruturais de grupos que satisfazem essas propriedades foram descobertas. Realizamos uma investigação na qual registramos resultados importantes dentro dessa teoria. Muitos deles devido a Agrawal, R. K.; Gaschütz, W.; Robinson, D. J. S. e Zacher, G.. Nota Histórica Dizemos que um subgrupo H de um grupo G é subnormal se existe uma série H = H 0 H 1 H n = G, onde H i H i+1, i = 0, 1,, n 1. Um grupo G é um T - grupo se H G implica que H G, ou seja, todo subgrupo subnormal de G é normal. O primeiro resultado referente ao estudo de T - grupos é devido a R. Dedekind [6], em 1896, que determinou todos os grupos finitos nos quais todo subgrupo é normal. Resultado este estendido por R. Baer [2] para grupos infinitos. A determinação dos T - grupos finitos ocorreu quando Dedekind buscava determinar os corpos dos números algébricos com a propriedade que todo subcorpo é normal. Hoje grupos com todos seus subgrupos normais são chamados grupos de Dedekind. Eles são abelianos ou o produto direto de um grupo quatérnio de ordem 8 e um grupo abeliano sem elementos de ordem 4. A primeira menção explícita de T - grupos na literatura está no documento de E. Best e O. Tausshy [5] de Eles mostram que qualquer grupo com subgrupos de Sylow 3

12 cíclicos é um T - grupo. Subseqüentemente, G. Zacher [19] caracterizou os T - grupos solúveis por meio da propriedade Torre de Sylow. O teorema que traz a estrutura precisa dos T - grupos solúveis foi demonstrado por W. Gaschütz [7] em Um subgrupo H de um grupo G é dito permutável se HK = KH para todo K G. Como generalização deste conceito, temos que H é S-permutável se HP = P H para todos subgrupos de Sylow P de G. Dizemos que um grupo G é um P T - grupo se a permutabilidade é uma relação transitiva em G, ou seja, se H é um subgrupo permutável em K, e K é um subgrupo permutável em G, então H é permutável em G. Análogamente, G é um P ST - grupo se a S-permutabilidade é transitiva em G. De acordo com um conhecido teorema de O. Ore [11], subgrupos permutáveis são subnormais. Logo, P T - grupos são precisamente os grupos nos quais cada subgrupo subnormal é permutável. A estrutura dos P T - grupos solúveis foi determinada por Zacher [18] em Um resultado semelhante ao dos P T - grupos para P ST - grupos foi estabelecido por O. Kegel [9] em 1962, mostrando que todo subgrupo S - permutável é subnormal. Portanto, um grupo é um P ST - grupo se, e somente se, todo subgrupo subnormal é S-permutável. A estrutura dos P ST - grupos solúveis foi determinada por R. Agrawal [1] em Apartir das caracterizações feitas por Gaschütz, Zacher e Agrawal dos T, P T e P ST - grupos, respectivamente, vários outros autores como Robinson, Ballester - Bolinches e Esteban - Romero, dentre outros, em trabalhos recentes, trazem resultados interessantes com caracterizações dos T, P T e P ST - grupos através de propriedades locais dos grupos. Apresentação do Trabalho Esta dissertação tem como objetivo principal realizar um estudo dos grupos finitos nos quais as relações de normalidade, permutabilidade e Sylow - permutabilidade são transitivas. Este estudo está baseado nos trabalhos de Robinson [13], [14], [15], Agrawal [1] e Beidleman - Brewster - Robinson [4]. No primeiro capítulo, são introduzidos conceitos básicos da teoria dos grupos, resultados conhecidos como a lei modular de Dedekind e o teorema do isomorfismo, além 4

13 das definições e resultados importantes sobre solubilidade e nilpotência. Finalizamos o capítulo com alguns resultados sobre grupos supersolúveis. O segundo capítulo apresenta novos conceitos e resultados acerca de subgrupos permutáveis. O principal trabalho aqui é demonstrar os teoremas de Agrawal, Zacher e Gaschütz, que caracterizam os T, P T e P ST - grupos, respectivamente. O capítulo é concluído com uma discussão sobre as diferenças entre os T e P T - grupos. O terceiro e último capítulo introduz as propriedades locais X p, C p e a pronormalidade. São apresentados resultados que estabelecem critérios para grupos finitos satisfazerem tais propriedades. Apartir desses critérios conseguimos caracterizar os T, P T e P ST - grupos, e ainda estabelecer relações entre as propriedades locais. 5

14 Capítulo 1 Preliminares Neste capítulo apresentamos algumas das definições e conceitos básicos relacionados com a teoria dos grupos, que são necessários para um bom entendimento do nosso trabalho. Desempenhando papel importante temos alguns resultados sobre grupos solúveis, nilpotentes e supersolúveis. Apresentamos a demonstração de vários destes resultados e para aqueles mais conhecidos trazemos apenas seus enunciados, já que suas demonstrações podem facilmente ser encontradas em [14], [17] e [16]. 1.1 Definições e Resultados Básicos da Teoria dos Grupos Teorema (Lei de Dedekind). Sejam H, K e L subgrupos de um grupo G com H L. Então HK L = H(K L). Demonstração: Seja x HK L, então x = hk onde h H e k K. Como H L, h, h 1 pertencem a L e h 1 x = k L, vale que k K L, ou seja, x = hk onde h H e k K L. Portanto, x H(K L). Conseqüentemente, temos HK L H(K L). Agora seja y H(K L). Então y = hx onde h H e x K L. Como H L, h e x pertencem a L, então y pertence a L. E ainda, h H e x K, logo y = hx HK. Portanto y HK L e temos H(K L) HK L. 6

15 Definição Um subgrupo H de um grupo G é chamado característico em G, se ϕ(h) = H para todo automorfismo ϕ de G. Lema Se H é característico em K e K é normal em G, então H é normal em G. Demonstração: Seja a G e seja ϕ : G G o automorfismo conjugação por a. Como K G, ϕ restrito a K, ϕ K, é um automorfismo de K; como H é característico em K, ϕ K (H) H. Isso diz que se h H, então aha 1 = ϕ(h) H. Teorema (isomorfismo). Sejam G um grupo, H G e N G. Então valem: (i) H, N = HN = NH; (ii) N HN, H N H; (iii) HN N = H H N ; (iv) N : N H = HN : H ; (v) Se N e H são subgrupos normais em G e N H, então H N G N e ( G N ) ( H N ) = G H. Demonstração: Veja [17], pág. 42. Definição Um automorfismo de um grupo G que deixa todo subgrupo invariante é chamado um automorfismo de potência. Podemos observar que o conjunto dos automorfismos de potência de G é um subgrupo do grupo de automorfismos de G e o denotaremos por P (G). Teorema Se A é um grupo abeliano finito e α é um automorfismo de potência de A, então existe um inteiro positivo m tal que a α = a m para todo a A. Demonstração: Veja [7], pág

16 Definição Se H é um subgrupo de um grupo G, um subgrupo K é chamado um complemento de H em G se podemos escrever G = HK onde H K = 1 Definição Seja G um grupo finito. Um subgrupo de Hall de G é um subgrupo H cuja ordem e o indíce em G são relativamente primos, ou seja, ( H, G : H ) = 1. Teorema (Schur - Zassenhaus - Feit - Thompsom). Seja N um subgrupo normal de um grupo finito G. Suponha que N é um subgrupo de Hall de G. Então, N possui complemento em G e quaisquer dois deles são conjugados. Demonstração: Veja [14], pág. 253 Definição Seja H subgrupo de um grupo G. O núcleo normal de H em G, denotado por H G, é definido como o subgrupo gerado pelos subgrupos normais de G contidos em H. Com essa definição podemos escrever o núcleo normal de um grupo G também da forma H G = g 1 Hg. Claramente, H G é normal em G. g G Definição Um subgrupo normal H de um grupo G é normal minimal se H 1 e não existe subgrupo normal K de G com 1 < K < H. Seja G um grupo. Dizemos que H/K é um fator principal de G se H/K é um subgrupo normal minimal de G/K. E H é um subgrupo maximal de G se 1 H < G e não existe subgrupo próprio de G contendo H. O próximo teorema exibe uma relação entre subgrupos maximais e fatores principais. Teorema Seja G um grupo. Assuma que G = HA onde H é um subgrupo próprio e A é um subgrupo abeliano normal de G. Então H é um subgrupo maximal em G se, e somente se, A H A é um fator principal de G. Também G : H = A : H A. Demonstração: Note que H A H e H A A pois A é abeliano. Assim, H A HA = G. Assuma que H é um subgrupo maximal em G. Se existe L A tal que H A < L e L G, temos que G = HL pois L H. 8 Logo, pela lei de Dedekind, vale que

17 A = (HL) A = (H A)L = L. Portanto, é um fator principal de G. Reciprocamente, suponha que A H A A H A é um fator principal de G. Seja K um subgrupo de G tal que H < K G. Novamente, pela lei de Dedekind, K = K (HA) = H(K A) > H. Então, H A < K A G e conseqüentemente A = K A e G = K, o que mostra que H é um subgrupo maximal em G. Grupos Solúveis Seja G um grupo. Uma série subnormal de G é uma cadeia de subgrupos, 1 = G 0 G 1 G n = G, onde G i G i+1 para 0 i n 1. Se G i+1 /G i é abeliano para todo 0 i n 1, então tal série é denominada abeliana. Um grupo G é dito solúvel se possui uma série subnormal abeliana. Como exemplos importantes e conhecidos podemos citar: (i) Todo grupo abeliano é solúvel; (ii) Os grupos simétricos S n, n 4 são solúveis; (iii) Os grupos S n, n 5 não são solúveis; (iv) Todo p - grupo finito é solúvel. Podemos ainda definir grupo solúvel através da série derivada: Sejam G um grupo e G = [G, G] = x 1 y 1 xy : x, y G (o grupo comutador de G). A série dos subgrupos G (0) = G, G (1) = [G, G],, G (n) = [G (n 1), G (n 1) ], onde n 1 é chamada série derivada de G. Logo, um grupo G é solúvel se, e somente se, existe um inteiro r 0 tal que G (r) = 1. Se G r 1 > G r = 1, então r é o comprimento derivado de G. Proposiçao Subgrupos, imagens homomórficas e produtos diretos (de um número finito) de grupos solúveis são solúveis. Observação Seja G um grupo. Se N é um subgrupo normal de G, então G é solúvel se, e somente se, N e G/N são solúveis. 9

18 Definição Dizemos que um grupo solúvel com comprimento derivado igual a 2 é metabeliano. Teorema Se G é um grupo finito solúvel, então todo subgrupo normal minimal é abeliano elementar. Demonstração: Seja V um subgrupo normal minimal de G. Como V é característico em V, pelo lema 1.1.1, V = 1 ou V = V, mas V é solúvel, logo V = 1 e V é abeliano. Então um p-subgrupo de Sylow P de V, para qualquer primo p, é característico em V. Portanto V é um p-grupo abeliano. Mas {x V : x p = 1} é característico em V, e assim V é abeliano elementar. Teorema Um grupo finito G que não tem subgrupos característicos diferentes de G e 1 é simples ou é o produto direto de grupos simples isomorfos. Demonstração: Escolha um subgrupo normal minimal não trivial H de G. Escreva H = H 1, e considere todos os subgrupos de G da forma H 1 H 2... H n, onde n 1, H i G e H i = H. Seja M um desses subgrupos de maior ordem possível. Mostraremos que M = G utilizando o fato que M é característico em G. Para isso é suficiente mostrar que ϕ(h i ) M para todo i e todo automorfismo ϕ de G. É claro que ϕ(h i ) = H = H 1, ϕ Aut(G) e assim temos ϕ(h i ) G. Se a G então a = ϕ(b) para algum b G, e aϕ(h i )a 1 = ϕ(b)ϕ(h i )ϕ(b) 1 ϕ(h i ), pois H i G. Se ϕ(h i ) M, então ϕ(h i ) M < ϕ(h i ) e ϕ(h i ) M < ϕ(h i ) = H. Mas ϕ(h i ) M G, e assim, pela minimalidade de H, ϕ(h i ) M = 1. Logo o subgrupo M, ϕ(h i ) = M ϕ(h i ) é do mesmo tipo de M mas de maior ordem, uma contradição. Então M é característico em G e, por hipótese, M = G. E finalmente H = H i tem que ser simples. Suponha que N é um subgrupo normal não trivial de H, então N é um subgrupo normal de M = G, e isso contradiz a minimalidade de H. 10

19 Corolário Um subgrupo normal minimal H de um grupo finito G é simples ou é o produto direto de subgrupos simples isomorfos. Demonstração: Se N é um subgrupo característico de H então N G, logo N = 1 ou N = H. Portanto H não tem subgrupos característicos próprios, e o resultado segue do teorema acima. Observação Com esse corolário e o teorema temos que um grupo simples finito é soluvel se, e somente se, ele é cíclico de ordem prima. Grupos Nilpotentes Dizemos que um grupo G é nilpotente se G possui uma série subnormal 1 = G 0 G 1 G n = G tal que G i+1 /G i Z(G/G i ) para i = 0, 1, 2,, n 1 Teorema Todo p - grupo finito é nilpotente. Demonstração: Seja G um grupo tal que G = p n. Como G > 1, sabemos que Z(G) > 1. Coloquemos G 0 = 1, G 1 = Z(G). Se G k G já foi definido, definamos G k+1 por G k+1 /G k = Z(G/G k ). Como G/G k é um p - grupo finito teremos que se G/G k > 1, então G k+1 /G k = Z(G/G k ) > 1 e daí G k < G k+1 G. Depois de (no máximo) n passos temos 1 = G 0 G 1 G n 1 G n = G, com G k G e G k /G k 1 = Z(G/G k 1 ) k = 1,, n. Portanto G é nilpotente de classe n. Proposiçao Subgrupos, imagens homomórficas e produtos diretos finitos de grupos nilpotentes também são nilpotentes. Observamos que todo grupo nilpotente é solúvel, mas em geral um grupo solúvel não é nilpotente. Como exemplo temos o grupo S 3 que é solúvel e tem centro trivial. 11

20 Observação Podemos definir a série central superior de G da forma 1 = Z 0 (G) Z 1 (G) Z i (G), onde 1 = Z 0 (G), Z 1 (G) = Z(G), Z 2 (G) G Z 1 = Z( ),, Z i (G) G (G) Z 1 (G) Z i 1 = Z( ),. (G) Z i 1 Esta série não atinge o grupo G (G) necessariamnete, mas se G é finito a série termina em um grupo chamado hipercentro de G, que denotaremos por Z (G). E a série central inferior de G como G = γ 1 (G) γ 2 (G) γ j (G), onde γ 1 (G) = G, γ 2 (G) = [G, G], γ 3 (G) = [G, γ 2 (G)],, γ s+1 (G) = [G, γ s (G)],. Se G é um grupo nilpotente, existem n e r inteiros positivos tal que Z n (G) = G e γ r+1 (G) = 1. Teorema Seja G um grupo nilpotente. Suponha que N é um subgrupo normal não trivial de G. Então Z(G) N 1. Demonstração: Seja 1 = Z 0 (G) Z 1 (G) Z n (G) = G a série central superior de G, onde Z 1 (G) = Z(G). Suponha que Z(G) N = 1. Seja i o menor número tal que N contém um elemento x 1 de Z i (G). Como x N e N G, decorre que [G, x] N. Por outro lado [G, x] Z i 1 (G). Pela minimalidade de i, decorre que [G, x] = 1. Então x Z(G). Teorema Seja G um grupo finito. Então, G é nilpotente se, e somente se, G é o produto direto de seus subgrupos de Sylow. Demonstração: Veja [16], pág. 116 Definição O subgrupo F (G) gerado por todos os subgrupos normais nilpotentes de um grupo G é chamado o subgrupo de Fitting de G. Definição O subgrupo de Frattini de um grupo G, denotado por Φ(G), é a interseção de todos os subgrupos maximais de G. Se G não possui subgrupos maximais, então Φ(G) = G. 12

21 Observação O subgrupo de Frattini de um grupo G também pode ser visto como o conjunto dos elementos não geradores de G, ou seja, se x Φ(G) e M G é tal que x, M = G, então M = G. Teorema Seja G um grupo finito. Então G/Φ(G) é nilpotente se, e somente se, G é nilpotente. Demonstração: Sejam p um primo e P um p - subgrupo de Sylow de G, temos que P Φ(G)/Φ(G) G/Φ(G). Considere em G o subgrupo N = P Φ(G). Temos, pelo argumento de Frattini, que G = NN G (P ) = P Φ(G)N G (P ) = Φ(G)N G (P ). Mas Φ(G) é o conjunto dos elementos não geradores de G, então G = N G (P ) e P é normal em G. Pelo teorema , vemos que G é nilpotente. Observe que a recíproca do teorema segue da proposição Dizemos que um grupo finito G é p - nilpotente, onde p é um primo, se ele tem um p - subgrupo de Hall normal. Observemos que todo grupo nilpotente finito é p - nilpotente. Reciprocamente, um grupo finito que é p - nilpotente para todo primo p, é nilpotente. Um dos resultados mais conhecidos sobre p - nilpotência é devido a Burnside e sua demonstração pode ser encontrada em [14] (pág. 289). Apresentamos este resultado no teorema abaixo. Teorema (Critério de Burnside). Se para algum primo p um p - subgrupo de Sylow de um grupo finito G está no centro de seu normalizador, então G é p - nilpotente. 1.2 Grupos Supersolúveis Um grupo G é dito supersolúvel se existe uma série 1 = G 0 G 1 G n = G, com G i G e tal que G i /G i 1 é cíclico para cada i, 0 i n. Podemos observar que todo grupo supersolúvel é solúvel. E o grupo alternado A 4 é um exemplo de grupo solúvel que não é supersolúvel. 13

22 Proposiçao Subgrupos, imagens homomórficas e produtos diretos (de um número finito) de grupos supersolúveis são também supersolúveis. Demonstração: Seja G um grupo supersolúvel. Então existe uma série 1 = G 0 G 1 G n = G tal que G i G e G i+1 G i é cíclico para todo i. Vamos mostrar que se H G, então H é supersolúvel. Considere a série 1 = H 0 H G 1 H G 2 H G n = H (I). Temos que H G i H. Logo (I) é uma série normal de H. Pelo teorema do isomorfismo 1.1.2, vale: H G i+1 H G i = H G i+1 G i (H G i+1 ) = G i+1 (H G i+1 ) G i G i G i Como G i+1 G i é cíclico para todo i, segue que H G i+1 H G i é um grupo cíclico. Portanto H tem um série normal onde os quocientes são cíclicos, ou seja, H é supersolúvel. Agora, seja N um subgrupo normal de G. Mostraremos que G/N é supersolúvel. Seja N i = NG i e considere N NG 1 NG 2 N N N NG n 1 N NGn N = G N (II) Temos que NG i NG para todo i, logo a série (II) é normal em G. Além disto, pelo N teorema 1.1.2, vemos que NG i+1 /N NG i /N = NG i+1 NG i = (NG i)g i+1 NG i = G i+1 G i+1 NG i = G i+1 (G i+1 NG i )G i = G i+1 /G i (G i+1 N)G i /G i que é cíclico. Logo, G/N é supersolúvel pois tem um série normal onde os quocientes são cíclicos. Finalmente, para provar que o produto direto de um número finito de grupos supersolúveis é supersolúvel, é suficiente considerar o caso de dois fatores. Sejam H e K grupos e sejam 1 = H 0 H 1 H m = H e 1 = K 0 K 1 K m = K séries normais onde os quocientes são cíclicos. Então: 1 = H 0 K 0 H 1 K 0 H m K 0 H m K 1 H m K n = H K 14

23 é uma série normal de H K onde os quocientes são cíclicos. Portanto H K é supersolúvel. Observação Seja G um grupo finito supersolúvel. Se N é um subgrupo normal minimal de G, então N = p, onde p é um número primo. Proposiçao Seja G um grupo finito supersolúvel. Se P é um p - subgrupo de Sylow de G, onde p é o maior primo que divide a ordem de G, então P é um subgrupo característico de G. Demonstração: Seja G um contra - exemplo de ordem mínima. Seja N um subgrupo normal minimal de G. Pela observação 1.2.1, N = q, onde q é um número primo. Temos que P N/N é um p - subgrupo de Sylow de G/N e, como G/N < G, segue pela minimalidade da ordem de G, que P N G. Além disso, P é um p - subgrupo de Sylow de P N. Podemos então considerar dois casos: 1 o Caso: p = q. Pelo Teorema de Sylow P N = P e assim P G, o que implica que P é característico em G, uma contradição. 2 o Caso: Consideramos p q. Neste caso, novamente pelo Teorema de Sylow, P N : N P N (P ) 1 (mod p), onde N P N (P ) é o normalizador de P em P N, isto é, P N : N P N (P ) = 1 + kp. Ainda, P N : N P N (P ) = N = q. Como por hipótese temos p > q, segue que, k = 0. Logo P P N, o que implica que P é característico em P N. Portanto, pelo lema 1.1.1, P é normal em G e conseqëntemente, característico em G, uma contradição. Podemos observar, com esta proposição, que se G é um grupo supersolúvel, então G possui uma torre de Sylow. Ou seja, para todo subgrupo normal N de G, o p - subgrupo de Sylow de G/N é normal quando p denota o maior primo dividindo a ordem de G/N. Particularmente, G é q - nilpotente, quando q é o menor primo que divide a ordem de G. Observação Sejam G um grupo, N, M G. Se G N e G M Então G é supersolúvel. N M são grupos supersolúveis. 15

24 Teorema Se todo subgrupo maximal de um grupo finito G é supersolúvel, então G é solúvel. Demonstração: Suponha que G não é solúvel e seja p o menor primo dividindo a ordem de G. Se G é p - nilpotente, então O p (G) G pois O p (G) é maximal em G e O p (G) é supersolúvel. Como G/O p (G) é um p - grupo, a solubilidade de G segue. Portanto, G não é p - nilpotente. Em outras palavras, um subgrupo H maximal em G é supersolúvel e portanto p - nilpotente. Seja P um p - subgrupo de Sylow de G. Temos que H é O p (H) H nilpotente, pois H é p - nilpotente, e é nilpotente enquanto P O H P p (H) = 1. Assim, H é nilpotente. Logo, todo subgrupo maximal de G é nilpotente e conseqüentemente G é solúvel. Teorema Um subgrupo maximal de um grupo supersolúvel tem índice primo. Demonstração: Sejam G um grupo supersolúvel e M um subgrupo maximal de G. Temos que G é solúvel e M G, logo existe um maior inteiro i tal que para o i - ésimo termo da série derivada de G, temos A = G (i) M. Então A M e M/A é maximal em G/A. Sem perda de generalidade podemos assumir que A = 1 e A é abeliano. Como M é maximal, G = MA. Então, pelo teorema 1.1.5, A é minimal normal em G. Como G : M = A, o resultado segue da observação Mencionaremos a seguir o famoso Teorema de Huppert, onde a recíproca do teorema acima também é verdadeira. Teorema (huppert). Um grupo finito G é supersolúvel se, e somente se, todo subgrupo maximal de G tem índice primo. Demonstração: Veja [14], pág. 276 Outro resultado importante é o seguinte: 16

25 Teorema Se G é um grupo supersolúvel, então G é nilpotente. Demonstração: Veja [14], pág

26 Capítulo 2 Caracterização dos T, PT e PST - grupos Solúveis Neste capítulo apresentamos os resultados que caracterizam os T, P T e P ST - grupos solúveis finitos. Estes resultados foram estabelecidos por W. Gaschütz [7], G. Zacher [18] e R.K. Agrawal [1], respectivamente. Para tanto introduzimos os conceitos de grupos permutáveis e grupos S-permutáveis, e demonstramos alguns resultados referentes a estes grupos. Na segunda seção deste capítulo, demonstramos o teorema de Agrawal. Para a demonstração dos teoremas de Gaschütz e Zacher, nas terceira e quarta seções, fazemos uso dos resultados obtidos sobre P ST - grupos. E por fim, na quinta seção, identificamos a diferença entre as estruturas dos P T e T - grupos e demonstramos um resultado que diz quando um P T - grupo é um T - grupo. 2.1 Definições e Resultados Preliminares Seja G um grupo. Dois subgrupos H e K de G permutam se HK = KH. E se um subgrupo H permuta com todos os subgrupos de G dizemos que H é permutável em G. Como uma generalização desse conceito, se H permuta com todos os subgrupos de Sylow de G, H é chamado S-permutável. Em [9], Kegel mostra que um subgrupo 18

27 S-permutável é também um subgrupo subnormal. Estudaremos apartir de agora em que estruturas de grupos a permutabilidade e a normalidade são relações transitivas. Um grupo onde a S-permutabilidade é transitiva é chamado de P ST - grupo. Ou ainda, de acordo com Kegel [9], um grupo G é um P ST - grupo se, e somente se, todo subgrupo subnormal de G é S-permutável em G. Já um grupo onde a permutabilidade é uma relação transitiva é chamado de P T - grupo. De maneira semelhante, dizemos que um grupo G é um P T - grupo se, e somente se, todo subgrupo subnormal de G é permutável em G. Finalmente, dizemos que um grupo G é um T - grupo se todo subgrupo subnormal de G é normal em G. Sejam T, P T e P ST as classes correspondentes aos grupos definidos acima. Claramente percebemos que T P T P ST. Adiante mencionaremos alguns resultados onde alguma dessas inclusões pode inverter. Lema Se H K G e H é S-permutável em G, então H é S-permutável em K. Demonstração: Seja P 1 um p - subgrupo de Sylow de K. Pelo teorema de Sylow P 1 P, onde P é um p - subgrupo de Sylow de G e P K = P 1. Logo pela Lei de Dedekind, teorema 1.1.1, temos HP 1 = H(P K) = HP K = P H K = (P K)H = P 1 H. Portanto H é S-permutável em K. Lema Um subgrupo subnormal de um P ST - grupo é também um P ST - grupo. Mas um subgrupo não subnormal de um P ST - grupo não é necessariamente um P ST - grupo. Demonstração: Seja G um P ST - grupo e H um subgrupo subnormal de G. Seja K um subgrupo de G subnormal em H. Logo, K é subnormal em G, o que implica que 19

28 K é S-permutável em G. Pelo lema 2.1.1, K é S-permutável em H. Portanto, H é P ST - grupo. Expomos aqui o grupo A 5 como exemplo de um P ST - grupo, pois ele é simples,ou seja, não possui subgrupos normais próprios. O subgrupo A 4, não subnormal em A 5, não é um P ST - grupo. Percebemos que o grupo A 5 também é P T e T - grupo, e da mesma forma o subgrupo A 4 não satisfaz as condições para ser um P T ou T - grupo. Mencionamos que, em grupos solúveis, as propriedades T, P T e P ST são herdadas por subgrupos. Este fato está demonstrado adiante neste trabalho. Lema Um grupo quociente de um P ST - grupo é um P ST - grupo. Demonstração: Sejam G um P ST - grupo e N um subgrupo normal de G. Temos que todo subgrupo de Sylow de G/N é da forma P N/N, onde P é um subgrupo de Sylow de G. Seja H/N um subgrupo subnormal de G/N. Como H é subnormal em G, temos (P N)H = P H = HP H(P N). Logo (H/N)(P N/N) = (P N/N)(H/N). Portanto G/N é um P ST - grupo. Proposiçao Se G 1 e G 2 são dois P ST - grupos e ( G 1, G 2 ) = 1, então G = G 1 G 2 é também um P ST - grupo. Demonstração: Sejam H um subgrupo subnormal de G = G 1 G 2 e G p um p - subgrupo de Sylow de G. Para provar que G é um P ST - grupo temos que mostrar que H e G p comutam. Como ( G 1, G 2 ) = 1 temos G 1 G 2 = 1. Observe que (H G 1 ) (H G 2 ) H. Agora, seja h H. Então h G e h = (g 1, g 2 ) com g 1 G 1 e g 2 G 2. Temos que G 1 e G 2 são finitos, logo existe n inteiro positivo tal que g1 n = 1 e h n = (1, g2 n ) H. Como H é um subgrupo, temos que h n (h n 1 ) 1 = (1, g 2 ) H. Análogamente, g 1 pertence a H. Portanto, g 1 (H G 1 ) e g 2 (H G 2 ) e assim h (H G 1 ) (H G 2 ). Podemos então escrever H = (H G 1 ) (H G 2 ). 20

29 Agora vamos assumir sem perda de generalidade que G p G 1. Como H é subnormal em G, existe uma série subnormal H = H 0 H 1 H n = G. Fazendo a interseção com G 1 obtemos H G 1 = H 0 G 1 H 1 G 1 H n G 1 = G G 1 = G 1. Logo H G 1 é subnormal em G 1 e como G 1 é um P ST - grupo temos que H G 1 permuta com G p. Além disto, seja x G 1 e y G 2 e considere o elemento xyx 1 y 1. Observe que xyx 1 y 1 = (xyx 1 )y 1 = y x 1 y 1 G 2, mas por outro lado temos que xyx 1 y 1 = x(yx 1 y 1 ) = x(x 1 ) y 1 G 1. Então xyx 1 y 1 G 1 G 2 = 1, o que implica que xy = yx para todos x G 1 e y G 2. Logo G 2 centraliza G 1 e então H G 2 centraliza G p. Portanto, H = (H G 1 ) (H G 2 ) permuta com G p. Isto prova a proposição. No resultado acima a condição que ( G 1, G 2 ) = 1 é necessária. O seguinte exemplo mostra isto Exemplo Sejam G 1 = S 3 = x, y x 3 = y 2 = 1, yx = x 2 y e G 2 = z z 3 = 1. Então xz é subnormal em G 1 G 2. Mas como xz não permuta com y, não é S - permutável em G 1 G 2. Portanto, G 1 G 2 não é um P ST - grupo. Observação Note que os grupos nilpotentes são P ST - grupos, mas não são necessariamente P T - grupos. 2.2 P ST - grupos Solúveis Nesta seção apresentamos a caracterização dos P ST - grupos solúveis, a qual foi estabelecida de forma conclusiva por R.K. Agrawal [1], em Antes de demonstrar o principal teorema referente a essa caracterização, introduzimos dois resultados preliminares importantes. Lema Seja G um P ST - grupo. Se N é um subgrupo normal minimal solúvel de G, então a ordem de N é um primo. 21

30 Demonstração: Como N é um subgrupo normal minimal solúvel de G, vale que N = p n para algum primo p, onde n é um inteiro positivo. Logo, todo subgrupo de N é subnormal em G e portanto S-permutável em G. Seja G p qualquer p - subgrupo de Sylow de G. Então N é um subgrupo normal de G p e N Z(G p ) 1, conforme o teorema Seja g um elemento não trivial pertencente a N Z(G p ). Logo g é um subgrupo subnormal em G e portanto S-permutável. Seja q primo tal que q p. Como g G p então g G q = 1 e g G q G. Logo g é subnormal em g G q. Disto e do fato que g é um p - subgrupo de Sylow de g G q, obtemos que g é normal em g G q, para todo q p. Por outro lado g é normal em G p, pois g Z(G p ). Portanto, g é normal em G. Pela minimalidade de N temos que N = g e assim N = p. Teorema Um P ST - grupo solúvel é supersolúvel. Demonstração: Usamos indução sobre a ordem de G. Seja N um subgrupo normal minimal de G. Como G/N é um P ST - grupo solúvel, G/N é supersolúvel por indução. Mas pelo lema 2.2.1, N é um primo e assim G é supersolúvel. O próximo teorema apresenta a estrutura dos P ST - grupos solúveis determinada por R.K. Agrawal [1], em Teorema Seja G um P ST - grupo solúvel e γ (G) seu subgrupo hipercomutador (o menor subgrupo normal de G tal que G/γ (G) é nilpotente). Então (i) γ (G) é um subgrupo de Hall de G de ordem impar, e (ii) todo subgrupo de γ (G) é normal em G. Neste caso em particular, γ (G) é abeliano. Observação Note que todo complemento de γ (G) em G é nilpotente. Demonstração: Suponha que G é um contra exemplo de ordem mínima tal que G é um P ST - grupo solúvel mas não satisfaz (i). Temos que G é supersolúvel, logo G é 22

31 nilpotente. Segue que γ (G) é nilpotente, pois γ (G) G. Como G é 2 - nilpotente, γ (G) tem ordem impar. Analizemos, agora, três possibilidades quanto ao número de primos que dividem a ordem de γ (G). 1 o caso: Suponha que dois primos distintos, p e q, dividem a ordem de γ (G). Sejam P e Q os p - subgrupo e q - subgrupo de Sylow de γ (G), respectivamente. Como γ (G) é nilpotente, P e Q são normais em γ (G), logo são característicos em γ (G). Portanto P e Q são normais em G. Pelo lema 2.1.3, G/P e G/Q são P ST - grupos e ainda, pela minimalidade da ordem de G, a propriedade (i) vale. Então, γ (G/P ) é um subgrupo de Hall de G/P. Como γ (G/P ) = γ (G)P/P = γ (G)/P temos que γ (G)/P é um subgrupo de Hall de G/P, onde q divide a ordem de γ (G)/P. Logo q não divide a ordem de G/γ (G). Analogamente, γ (G)/Q é um subgrupo de Hall de G/Q e p não divide a ordem de G/γ (G). Portanto, se existirem mais primos dividindo a ordem de γ (G), indutivamente, temos que γ (G) é um subgrupo de Hall de G. 2 o caso: Suponha que γ (G) é um p - grupo, ou seja, γ (G) = p s, onde s é um inteiro positivo. Considere N um subgrupo normal minimal de G com N γ (G). Como G é supersolúvel, N = p. Pela minimalidade da ordem de G, a propriedade (i) vale em G/N, ou seja, γ (G/N) é um subgrupo de Hall de G/N. Mas γ (G/N) = γ (G)N/N = γ (G)/N. Logo, ( G/γ (G), γ (G)/N ) = 1. Se N < γ (G), então p divide a ordem de γ (G)/N mas não divide a ordem de G/γ (G). Segue que ( G/γ (G), γ (G) ) = 1. Portanto γ (G) é um subgrupo de Hall de G. Resta - nos o 3 o caso: Considere que γ (G) = p. Em outras palavras, que γ (G) = N é um subgrupo normal minimal de G. Suponha que γ (G) Φ(G). Então G/Φ(G) é nilpotente, e pelo teorema , G é nilpotente. Absurdo. Então γ (G) Φ(G), por conseqüência existe um complemento M para γ (G) em G o qual não é normal. Se p divide a ordem de M existe um subgrupo normal Y de M, de ordem p, e portanto central em M. Então T = Y γ (G) é um subgrupo abeliano elementar de G do tipo (p, p), e Y é um fator central em G = γ (G)M. Como γ (G) não é central em G, existe um primo q p e um q - subgrupo de Sylow Q de G que não centraliza γ (G). Seja W um subgrupo de T de ordem p com γ (G) W Y. Como W é subnormal em G, W permuta com Q. Logo W Q G e W W Q, ou seja, Q normaliza W. Daí, temos os Q - isomorfismos 23

32 γ (G) = Q T/W = Q Y. Como Y é centralizado por Q e γ (G) não é, p não pode dividir a ordem de M e γ (G) é um subgrupo de Hall de G. Agora vamos mostrar que todo subgrupo de γ (G) é normal em G. Claramente, basta mostrar que todo subgrupo cíclico de γ (G) é normal em G. Para tanto, note que todos os subgrupos de γ (G) são subnormais em γ (G), e portanto são subnormais em G. Logo, são S-permutáveis, ou seja, permutam com todos os subgrupos de Sylow de G. Seja M um complemento de γ (G) em G. Temos que M é nilpotente e assim sendo, M é o produto direto de seus subgrupos de Sylow, que são também subgrupos de Sylow de G. Seja c um subgrupo cíclico de γ (G). Dado que c permuta com M e ( c, M ) = 1, vale que c é normalizado por M. Como M é um complemento arbitrário de γ (G) em G, temos que c é normalizado por todos os conjugados de M. Portanto, c é normal em M G. Mas o fecho normal de M em G é normal em G e G M G é nilpotente o que é uma contradição com a definição de γ (G). Portanto, temos M G = G e c é normal em G. Observe que a condição (ii) do teorema acima nos diz que os elementos de G induzem automorfismo de potência em γ (G). O próximo teorema dá condições suficientes para um grupo G ser um P ST - grupo. Mesmo não exigindo que G seja solúvel. Teorema Suponha que o grupo G tem um subgrupo de Hall normal N tal que: (i) G/N é um P ST - grupo, e (ii) Todo subgrupo subnormal de N é normal em G. Então G é um P ST - grupo. Demonstração: Seja H um subgrupo subnormal de G. Temos então que mostrar que H é S-permutável em G. Suponha que G é um grupo de menor ordem tal que vale (i) e (ii) mas não é um P ST - grupo Considere primeiramente o caso K = N H 1. Como H é subnormal em G existe uma série subnormal H H 0 H n = G. Fazendo a interseção com N obtemos a série H N H 0 N H n N = N. Portanto, K é subnormal em N e por (ii) é normal em G. Logo, G/K é um P ST - grupo e H/K é subnormal em G/K e portanto 24

33 S-permutável em G/K. Segue que H é S-permutável em G. Agora suponha que N H = 1. Pelo teorema de Schur - Zassenhaus 1.1.4, N tem um complemento em G e todos os complementos são conjugados. Seja M um complemento de N em G. Então M é um P ST - grupo. Como H é subnormal em G e ( N, M ) = 1 temos que H = (H M)(H N). Mas H N = 1, assim H = H M. Isto significa que H M. Portanto, todo complemento M de N em G é um P ST - grupo que contém H e sendo ( N, M ) = 1, temos também ( H, N ) = 1. Considere o subgrupo HN. Como H é subnormal em HN e ( H, N ) = 1, segue que H é característico em HN. Portanto, H permuta com todos os subgrupos de Sylow de N. Sejam p um divisor primo da ordem de G e G p um p - subgrupo de Sylow de G. Se p divide a ordem de N, então G p N e assim HG p = G p H. Em outras palavras, se p não divide a ordem de N, então existe um complemento L de N em G tal que G p L. Como H é um subgrupo subnormal de L e L é um P ST - grupo, os subgrupos H e G p permutam. Portanto H é S - permutável em G. Isto prova o teorema. Uma conseqüência do teorema acima que mostra que as condições (i) e (ii) do teorema não são somente necessárias mas são também suficientes é o Corolário Se o grupo G tem um subgrupo de Hall normal N tal que: (i) G/N é um P ST - grupo solúvel, e (ii) N é solúvel e todos os seus subgrupos subnormais são normais em G. Então G é um P ST - grupo solúvel. Demonstração: Como G/N e N são solúveis, G é solúvel. Portanto, pelo teorema 2.2.3, G é um P ST - grupo solúvel. Observação A condição (i) do corolário é automaticamente satisfeita se o grupo quociente é nilpotente. Corolário Seja G um P ST - grupo solúvel. Então seus subgrupos são também P ST - grupos solúveis. 25

34 Demonstração: Seja K um subgrupo de G e considere K γ (G). Segue, pelo teorema 2.2.2, que K γ (G) é um subgrupo de Hall normal em K e seus subgrupos subnormais são normais em K. Temos também que γ (G)K γ (G) = K, e como G K γ (G) γ (G) é nilpotente, então K K K γ (G) é nilpotente. Portanto, é um P ST - grupo solúvel. Ainda, K γ K γ (G) (G) é solúvel e todos os seus subgrupos subnormais são normais em K. Pelo corolário 2.2.1, segue que K é um P ST - grupo solúvel. 2.3 P T - grupos Solúveis O primeiro teorema desta seção caracteriza os P T - grupos solúveis, ele foi estabelecido por G. Zacher [18]. Antes de apresentar este resultado observamos que um p - grupo ou um grupo nilpotente é modular se seus subgrupos são permutáveis. Demonstramos esse resultado utilizando o teorema Teorema Um grupo solúvel G é um P T - grupo se, e somente se, ele tem um subgrupo de Hall normal abeliano L de ordem impar tal que G/L é um grupo modular nilpotente e os elementos de G induzem automorfismos de potência em L. Demonstração: Suponha que o grupo G é um P T - grupo solúvel. Temos que G é um P ST - grupo solúvel. Faça L = γ (G). Portanto, pelo teorema 2.2.2, L é um subgrupo de Hall abeliano normal em G de ordem impar, e os elementos de G induzem automorfismos de potência em L. Resta-nos então mostrar que G/L é modular. Mas como G/L é nilpotente e todo subgrupo de G/L é permutável, então G/L é modular. A condição de suficiência do teorema acima segue do próximo resultado, apesar de não exigirmos a solubilidade do grupo G. 26

35 Lema Seja N um subgrupo de Hall normal de um grupo G e assuma que valem: (i) G/N é um P T - grupo, e (ii) todo subgrupo subnormal de N é normal em G Então G é um P T - grupo. Demonstração: Seja H um subgrupo subnormal de G. Temos que mostrar que H é permutável em G. Considere o subgrupo H N, e suponha que H N 1. Suponha, ainda, que G seja o grupo de menor ordem tal que valem (i) e (ii) mas não seja um P T - grupo. Temos que H N é subnormal em N, logo pelo item (ii), H N é normal em H G. Então, é permutável em G H N é permutável em G., pela minimalidade da ordem de G. Segue que H H N Agora suponha que H N = 1. Pelo teorema 1.1.4, N tem um complemento em G e todos os complementos são conjugados. Seja M qualquer complemento de N em G. Então M é um P T - grupo. Como H é subnormal em G e ( N, M ) = 1, podemos escrever H = (H N)(H M). Mas H N = 1 e assim H = H M. Isto significa que H é um subgrupo de M. Portanto todo complemento de N em G é um P T - grupo e contém H. É suficiente mostrar que H permuta com qualquer subgrupo T de G de ordem p n, onde p é um primo e n é um inteiro positivo. Se p divide a ordem de N, então T N. Considere o subgrupo HN. Temos que H é subnormal em HN e ( H, N ) = 1. Segue então que H é característico em HN. Logo, H é normal em HN e H permuta com T. Assuma agora que p não divide a ordem de N. Então T está contido em algum conjugado de M; digamos M x, onde x G. Pelo item (i), M x é um P T - grupo e H M x, assim H permuta com T e o resultado segue. O próximo corolário dá características interessantes para os P T - grupos solúveis. Corolário Seja G um P T - grupo solúvel. Então as seguintes afirmações valem: (i) G é metabeliano. (ii) O subgrupo de Fitting de G, F (G), é igual a γ (G) Z (G). (iii) Se H é um subgrupo de G, então H é um P T - grupo solúvel. 27

36 (iv) Se G Z(G) = 1, então G é um T - grupo. Em particular se Z(G) = 1, então G é um T - grupo. Demonstração: Faça L = γ (G). Pelo teorema 2.3.1, L é abeliano e tem um complemento B, em G. Então, G = LB e G = [L, B ]. Mas [L, B ] L, visto que B induz automorfismo de potência em L, e [L, B ] B. Portanto G = [L, B ] = 1. Isto estabelece (i). Seja π = π(g/l) e note que L é um π - subgrupo de Hall abeliano de F (G). Portanto, temos F (G) = L F π. Agora, [F π, i G] F π L = 1, para algum i, o que significa que F π Z (G). Também note que γ (G) Z (G) = 1, pois do contrário γ (G) Z(G) 1, o que é uma contradição com a definição de γ (G). Portanto, F π = Z (G) e (ii) está demonstrado. Seja H um subgrupo de G e considere o subgrupo H L. Temos, pelo teorema 2.3.1, que H L é um subgrupo de Hall abeliano normal em H e tem ordem impar. H Conseqüentemente, H L = HL é um grupo modular nilpotente e todos os subgrupos L subnormais de H L são normais em H. Portanto, pelo lema 2.3.1, H é um P T - grupo. Finalmente, assuma que G Z(G) = 1. Pelos itens (i) e (ii), temos que L G L Z (G). Assim G = L e G/L é abeliano. Portanto, G é um T - grupo, pelo lema Logo (iv), segue. Observemos que o item (iv) do corolário acima não é verdadeiro para P T - grupos não solúveis. Exemplo Existe um P T - grupo G não solúvel com centro trivial o qual não é um T - grupo. Seja D = P SL 8 (25). Então D tem um automorfismo diagonal σ de ordem 8, e um automorfismo α de um corpo de ordem 2. Coloque Q = σ, α e note que σ α = σ 5 = σ 1+4. Portanto Q é um 2 - grupo modular de ordem 16. Seja G o produto semidireto de D por Q. Então G é semisimples. Seja H um subgrupo subnormal não trivial de G. Então D H, e H é permutável em G pois G/D é um P T - grupo. Assim, G é um P T - grupo com centro trivial, mas não é um T - grupo pois Q não é. 28

37 2.4 T - grupos Solúveis A estrutura dos T - grupos solúveis foi estabelecida por W. Gaschütz, em 1957, através do seguinte resultado: Teorema Um grupo G é um T - grupo solúvel se, e somente se, ele tem um subgrupo de Hall abeliano normal L de ordem impar tal que G/L é um grupo de Dedekind e os elementos de G induzem automorfismos de potência em L. Demonstração: Como G é um T - grupo solúvel, então G é um P T - grupo solúvel e pelo teorema 2.3.1, L = γ (G) é um subgrupo de Hall abeliano normal de ordem impar de G. Além disto G/L é um grupo modular nilpotente e os elementos de G induzem automorfismos de potência em L. Basta então mostrar que G/L é um grupo de Dedekind. Temos que G/L é um T - grupo. Como ele é nilpotente todos os seus subgrupos são subnormais e portanto normais. Então G/L é um grupo de Dedekind. Observe que L = γ (G) = γ 3 (G) = [G, G]. Como no caso dos P T - grupos solúveis a condição de suficiência do teorema acima segue do próximo lema. Lema Seja N um subgrupo de Hall normal de um grupo G e assuma que vale: (i) G/N é um T - grupo, e (ii) todo subgrupo subnormal de N é normal em G Então G é um T - grupo. Demonstração: Seja H um subgrupo subnormal de G. Mostraremos que H é normal em G. Podemos assumir, sem perda de generalidade, que H K G. Como H é subnormal em G, temos que H N é subnormal em N. Logo, pelo item (ii), H N é normal em G. Assim, passando o quociente módulo H N, podemos supor que H N = 1. Isto implica que H e N são relativamente primos.considere o subgrupo HN e seja M = K HN. Pela Lei de Dedekind temos M = K HN = H(K N). Então, M é normal em G pois HN é normal em G, pelo item (i). Também H é normal em M. Portanto, se π é o 29

38 conjunto de todos os primos divisores de G : N, então H é o único π - subgrupo de Hall de M. Isto mostra que H é característico em M e normal em G. Construindo T - grupos Solúveis Finitos Seja A um grupo abeliano finito de ordem impar, e seja B um grupo de Dedekind finito cuja ordem é relativamente prima com a ordem de A. Além disto, existe um homomorfismo θ : B P (A) com a propriedade de que para cada primo p dividindo a ordem de A, existe um elemento b p de B tal que b θ p age trivialmente sobre os p - componentes de A. Agora forme o produto semidireto G(A, B, θ). Obviamente esse produto semidireto é um grupo solúvel finito. Para ver que ele é um T - grupo basta fazer A = N no lema Observe também, pelo teorema 2.4.1, que todo T - grupo solúvel finito é isomorfo com algum G(A, B, θ). Note que se G = G(A, B, θ), temos por construção A = [A, G] e A = γ 3 (G). Em geral, um subgrupo de um T - grupo não é necessariamente um T - grupo. Por exemplo, A 5 é simples, assim ele é certamente um T - grupo. Mas A 5 tem um subgrupo isomorfo a A 4 que não é um T - grupo. Contudo, a situação é diferente para T - grupos solúveis finitos. Teorema (Gaschütz). Um subgrupo de um T - grupo solúvel é um T - grupo. Demonstração: Seja L = γ (G) e seja H um subgrupo de G. Sabemos, pelo teorema 2.4.1, que L e G : L são relativamente primos, o que implica que H L e H : H L H são relativamente primos. Também, pelo teorema do isomorfismo, H L = HL G, logo L L é isomorfo a um subgrupo de um grupo de Dedekind e é certamente um T - grupo. H H L Subgrupos de H L são normais em G, e portanto em H. Assim, H é um T - grupo como conseqüência do lema Teorema Um grupo finito com subgrupos de Sylow cíclicos é um T - grupo solúvel. 30

39 Demonstração: Este resultado segue do lema e de um resultado devido a Hölder, Burnside e Zassenhaus ([14], pag - 290), que diz que um grupo cujos subgrupos de Sylow são cíclicos é uma extensão cíclica de um grupo cíclico. Grupos com esta propriedade são chamados metacíclicos. 2.5 A diferença entre P T - grupos e T - grupos Podemos observar que todo T - grupo é um P T - grupo e ainda que os teoremas de Zacher e Gaschütz mostram que as estruturas dos P T - grupos e T - grupos solúveis são bastante similares. Percebemos nos teoremas e uma única diferença no grupo quociente G/L. Antes de mencionar o teorema que mostra essa diferença entre os T e P T - grupos, enunciamos um resultado importante que utilizamos na sua demonstração. Teorema (Maier - Schmid). Se Q é um subgrupo permutável de um grupo finito G, então Q G /Q G está contido no hipercentro Z (G/Q G ) de G/Q G. A demosntração deste teorema pode ser encontrado em [10]. Finalmente, o resultado seguinte mostra que a diferença entre T - grupos e P T - grupos acontece nos fatores abelianos. Teorema Seja G um P T - grupo. Então G é um T - grupo se, e somente se, para cada fator subnormal abeliano elementar H K de ordem p2, com p um primo, N G( H K ) C G ( H K ) é um p - grupo. Demonstração: Assuma que G é um T - grupo e seja H um fator subnormal abeliano K elementar de ordem p 2. Como H é subnormal, H é subnormal em G e portanto normal. K Logo H e K são normais em G e cada p - elemento x de G age trivialmente sobre H, pois K H é p - grupo abeliano elementar e x fixa todo subgrupo de H. Logo os p - elementos de K K G estão no C G ( H ) e então N G( H K ) é um K C G ( H K ) p - grupo. 31

40 Agora, inversamente, considere G o grupo de menor ordem onde as condições do teorema valem mas G não é um T - grupo. Pela hipótese existe um subgrupo H de ordem mínima que é subnormal não normal em G. Seja H G o núcleo normal de H em G. Pela minimalidade da ordem de G, H G = 1. Portanto, como H é permutável, pelo teorema de Maier - Schmid, H Z (G). Usando a minimalidade da ordem de H, vemos que H é um p - grupo cíclico; digamos H = u. Como H G = 1, temos que H = p. Agora os p - elementos de G normalizam, e portanto centralizam H, pois H Z (G). Conseqüentemente, existe um p - elemento x tal que v = [u, x] 1. Também Z(G) 1, visto que HZ(G) é G - central. Portanto, v Z(G) e como v p = [u p, x] = 1, vale que Z(G) u, v = u v. Temos que x age não trivialmente sobre u v, pois não normaliza u. Agora, u, v Z (G), e como Z (G) é normal em G, u v é subnormal em G com ordem p 2. Mas isto contradiz a hipótese. Portanto, G é um T - grupo. No próximo resultado mostramos que um P T - grupo solúvel pode ser imerso no produto direto de um grupo modular nilpotente com um T - grupo. Teorema O grupo G é um P T - grupo solúvel se, e somente se, existe um grupo modular nilpotente M e um T - grupo solúvel W tal que: (i) ( M, γ (W ) ) = 1; (ii) Existe um monomorfismo α : G M W com G α subdireto em M W e γ (W ) G α ; (iii) Se p é um divisor primo de ( M, W ), então um p - subgrupo de Sylow de G é isomorfo a um p - subgrupo de Sylow de M. Demonstração: Primeiramente, assuma que G é um P T - grupo solúvel e coloque L = γ (G). Pelo teorema 2.3.1, L é um subgrupo de Hall abeliano de G, G/L é um grupo modular nilpotente e os elementos de G agem por conjugação sobre L como automorfismos de potência. Além disto, pelo corolário 2.3.1, temos F (G) = L K onde K é o hipercentro de G. Coloque M = G/L e W = G/K. Como Z(W ) = Z(G/Z (G)) = 1, pelo item (iv) do corolário 2.3.1, W é um T - grupo. Agora γ (W ) = LK/K = L, pois ( K, L ) = 1, e 32

Lista permanente de exercícios - parte de Grupos. As resoluções se encontram nas notas de aula A1, A2, A3.

Lista permanente de exercícios - parte de Grupos. As resoluções se encontram nas notas de aula A1, A2, A3. Lista permanente de exercícios - parte de Grupos. As resoluções se encontram nas notas de aula A1, A2, A3. 1. Seja x um elemento de ordem 24. Calcule a ordem de x 22, x 201, x 402, x 611 e x 1000. 2. Faça

Leia mais

O Teorema de P. Hall

O Teorema de P. Hall UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA O Teorema de P. all Rafael Bezerra dos Santos Disciplina: Seminário III - Tópicos Especiais em Teoria de Grupos

Leia mais

Conjuntos Abelianos Maximais

Conjuntos Abelianos Maximais Conjuntos Abelianos Maximais (Dedicado para meu filho Demetrius) por José Ivan da Silva Ramos (Doutor em Álgebra e membro efetivo do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Federal do

Leia mais

Produto semidireto. Demonstração. (1, 1) é o elemento neutro pois

Produto semidireto. Demonstração. (1, 1) é o elemento neutro pois Produto semidireto. Produto semidireto interno. Seja G um grupo e sejam N G, H G. Se NH = G e H N = {1} dizemos que G é o produto semidireto interno entre N e H. No grupo G todo elemento pode ser escrito

Leia mais

Notas de Aula Álgebra 3. Martino Garonzi. Universidade de Brasília. Segundo semestre 2018

Notas de Aula Álgebra 3. Martino Garonzi. Universidade de Brasília. Segundo semestre 2018 Notas de Aula Álgebra 3 Martino Garonzi Universidade de Brasília Segundo semestre 018 1 As pessoas que as pessoas que as pessoas amam amam amam. Conteúdo Capítulo 1. Grupos 5 1. Ação de um grupo sobre

Leia mais

LISTA CLASSES LATERAIS, TEOREMA DE LAGRANGE 17. Seja G um grupo e sejam H e K subgrupos de G cujas ordens sejam relativamente primas.

LISTA CLASSES LATERAIS, TEOREMA DE LAGRANGE 17. Seja G um grupo e sejam H e K subgrupos de G cujas ordens sejam relativamente primas. MAT5728 - Álgebra 2o. semestre/2008 LISTA 1 1. GRUPOS 1. Seja G um grupo. Mostre que se ab 2 = a 2 b 2, para quaisquer a, b G, então G é abeliano. 2. a Se G é um grupo no qual ab i = a i b i, para três

Leia mais

Automorfismos Coprimos em Grupos Profinitos

Automorfismos Coprimos em Grupos Profinitos Automorfismos Coprimos em Grupos Profinitos LIMA, Márcio Dias de; LIMA, Aline de Souza, CALDEIRA, Jhone Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal de Goiás, Campus II - Caixa Postal 131,

Leia mais

OS TEOREMAS DE JORDAN-HÖLDER E KRULL-SCHMIDT (SEGUNDA VERSÃO)

OS TEOREMAS DE JORDAN-HÖLDER E KRULL-SCHMIDT (SEGUNDA VERSÃO) ! #" $ %$!&'%($$ OS TEOREMAS DE JORDAN-HÖLDER E KRULL-SCHMIDT (SEGUNDA VERSÃO) Neste texto apresentaremos dois teoremas de estrutura para módulos que são artinianos e noetherianos simultaneamente. Seja

Leia mais

Conceitos Básicos sobre Representações e Caracteres de Grupos Finitos. Ana Cristina Vieira. Departamento de Matemática - ICEx - UFMG

Conceitos Básicos sobre Representações e Caracteres de Grupos Finitos. Ana Cristina Vieira. Departamento de Matemática - ICEx - UFMG 1 Conceitos Básicos sobre Representações e Caracteres de Grupos Finitos Ana Cristina Vieira Departamento de Matemática - ICEx - UFMG - 2011 1. Representações de Grupos Finitos 1.1. Fatos iniciais Consideremos

Leia mais

MAT5728 Álgebra Lista 1

MAT5728 Álgebra Lista 1 MAT5728 Álgebra Lista 1 2009 1. (a) Se G é um grupo no qual (ab) i = a i b i, para três inteiros consecutivos i e para quaisquer a, b G, demonstre que G é abeliano. (b) Vale o mesmo resultado se (ab) i

Leia mais

Lema. G(K/F ) [K : F ]. Vamos demonstrar usando o Teorema do Elemento Primitivo, a ser provado mais adiante. Assim, K = F (α).

Lema. G(K/F ) [K : F ]. Vamos demonstrar usando o Teorema do Elemento Primitivo, a ser provado mais adiante. Assim, K = F (α). Teoria de Galois Vamos nos restringir a car. zero. Seja K/F uma extensão finita de corpos. O grupo de Galois G(K/F ) é formado pelos isomorfismos ϕ : K K tais que x F, ϕ(x) = x. Lema. G(K/F ) [K : F ].

Leia mais

Lema. G(K/F ) [K : F ]. Vamos demonstrar usando o Teorema do Elemento Primitivo, a ser provado mais adiante. Assim, K = F (α).

Lema. G(K/F ) [K : F ]. Vamos demonstrar usando o Teorema do Elemento Primitivo, a ser provado mais adiante. Assim, K = F (α). Teoria de Galois Vamos nos restringir a car. zero. Seja K/F uma extensão finita de corpos. O grupo de Galois G(K/F ) é formado pelos isomorfismos ϕ : K K tais que x F, ϕ(x) = x. Lema. G(K/F ) [K : F ].

Leia mais

Gabarito da primeira prova de Álgebra III - 29/04/2010 Prof. - Juliana Coelho

Gabarito da primeira prova de Álgebra III - 29/04/2010 Prof. - Juliana Coelho Gabarito da primeira prova de Álgebra III - 29/04/2010 Prof. - Juliana Coelho QUESTÃO 1 (2,5 pts) - Seja G um grupo e considere seu centro Z(G) = {a G ab = ba para todo b G}. (a) Seja H um subgrupo de

Leia mais

Grupos satisfazendo as condições (A, n) e (N, n)

Grupos satisfazendo as condições (A, n) e (N, n) Universidade Federal de Minas erais Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática rupos satisfazendo as condições (A, n) e (N, n) Willian Vieira de Paula Orientadora: Ana Cristina Vieira Dissertação

Leia mais

Automorfismos coprimos de 2-grupos finitos

Automorfismos coprimos de 2-grupos finitos Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática DISSERTAÇÃO Automorfismos coprimos de 2-grupos finitos Aluna: Maria de Sousa Leite Filha Orientador: Pavel Shumyatsky Brasília

Leia mais

MAT0313 Álgebra III Lista 5

MAT0313 Álgebra III Lista 5 MAT0313 Álgebra III Lista 5 2008 1. (a) Se G é um grupo no qual (ab) i = a i b i, para três inteiros consecutivos i e para quaisquer a, b G, demonstre que G é abeliano. (b) Vale o mesmo resultado se (ab)

Leia mais

XIX Semana Olímpica de Matemática. Nível U. Alguns Teoremas Básicos de Grupos e Suas Aplicações. Samuel Feitosa

XIX Semana Olímpica de Matemática. Nível U. Alguns Teoremas Básicos de Grupos e Suas Aplicações. Samuel Feitosa XIX Semana Olímpica de Matemática Nível U Alguns Teoremas Básicos de Grupos e Suas Aplicações Samuel Feitosa O projeto da XIX Semana Olímpica de Matemática foi patrocinado por: Semana Olímpica 2016 Alguns

Leia mais

Primeira prova de Álgebra III - 07/05/2015 Prof. - Juliana Coelho Entregar dia 09/05/2015 até as 11h00.

Primeira prova de Álgebra III - 07/05/2015 Prof. - Juliana Coelho Entregar dia 09/05/2015 até as 11h00. Primeira prova de Álgebra III - 07/05/205 Prof. - Juliana Coelho Entregar dia 09/05/205 até as h00. Justifique suas respostas citando o resultado ou exercício da apostila (quando permitido) que está sendo

Leia mais

A Influência dos Subgrupos Minimais na Estrutura de Grupos Finitos

A Influência dos Subgrupos Minimais na Estrutura de Grupos Finitos Centro de Ciências Exatas Universidade Estadual de Maringá Programa de Pós-raduação em Matemática (Mestrado) A Influência dos Subgrupos Minimais na Estrutura de rupos Finitos por Wilian Francisco de Araujo

Leia mais

Usando indução pode então mostrar-se o seguinte:

Usando indução pode então mostrar-se o seguinte: Proposição Sejam G e H grupos cíclicos finitos. Então G H é cíclico se e só se ord(g) e ord(h) forem primos entre si. Exercício Faça a demonstração da proposição anterior. Usando indução pode então mostrar-se

Leia mais

Mais uma aplicação do teorema de isomorfismo. Sejam G um grupo, H um subgrupo de G e N um subgrupo normal de

Mais uma aplicação do teorema de isomorfismo. Sejam G um grupo, H um subgrupo de G e N um subgrupo normal de Obs: tem exercícios na página 6. Mais uma aplicação do teorema de isomorfismo. Sejam G um grupo, H um subgrupo de G e N um subgrupo normal de G. Seja HN = {hn : h H, n N}. Então HN G, H N H e H/H N = HN/N.

Leia mais

Grupos livres e apresentações, grupos hopfianos e grupos residualmente finitos

Grupos livres e apresentações, grupos hopfianos e grupos residualmente finitos Grupos livres e apresentações, grupos hopfianos e grupos residualmente finitos Bárbara Lopes Amaral Professora Ana Cristina Vieira Tópicos Especiais em Teoria de Grupos Belo orizonte Dezembro de 2010 Grupos

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA JÚNIO MOREIRA DE ALENCAR GRUPOS COBERTOS POR SEIS SUBGRUPOS MAXIMAIS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA JÚNIO MOREIRA DE ALENCAR GRUPOS COBERTOS POR SEIS SUBGRUPOS MAXIMAIS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA JÚNIO MOREIRA DE ALENCAR GRUPOS COBERTOS POR SEIS SUBGRUPOS MAXIMAIS FORTALEZA 2011 JÚNIO

Leia mais

f(xnyn) = f(xyn) = f(xy) = f(x)f(y) = f(xn)f(yn).

f(xnyn) = f(xyn) = f(xy) = f(x)f(y) = f(xn)f(yn). Teoremas de isomorfismo. Teorema (Teorema de Isomorfismo). Seja f : A B um homomorfismo de grupos. Então A/ ker(f) = Im(f). Demonstração. Seja N := ker(f) e seja f : A/N Im(f), f(xn) := f(x). Mostramos

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS - UFAM INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS - ICE PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA SOBRE ELEMENTOS EM GRUPOS FINITOS CUJOS ÍNDICES DE SEUS CENTRALIZADORES SÃO POTÊNCIAS

Leia mais

1 Noções preliminares

1 Noções preliminares Álgebras, subálgebras e endomorfirsmos Ana Cristina - MAT/UFMG Durante este texto, vamos considerar F um corpo de característica zero. Iniciaremos com algumas definições da teoria de anéis que serão importantes

Leia mais

Grupos em que cada elemento comuta com sua imagem endomórfica

Grupos em que cada elemento comuta com sua imagem endomórfica Grupos em que cada elemento comuta com sua imagem endomórfica FERNANDES, Sérgio Reis; BUENO, Ticianne Proença Adorno; SERCONECK, Shirlei; Instituto de Matemática e Estatística, Universidade Federal de

Leia mais

Nilpotência e p-nilpotência de Grupos Finitos

Nilpotência e p-nilpotência de Grupos Finitos Universidade Federal de Campina Grande Centro de Ciências e Tecnologia Unidade Acadêmica de Matemática Curso de Graduação em Matemática Nilpotência e p-nilpotência de Grupos Finitos por Thiago Felipe da

Leia mais

O espaço das Ordens de um Corpo

O espaço das Ordens de um Corpo O espaço das Ordens de um Corpo Clotilzio Moreira dos Santos Resumo O objetivo deste trabalho é exibir corpos com infinitas ordens e exibir uma estrutura topológica ao conjunto das ordens de um corpo.

Leia mais

Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia

Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia Axiomatizações equivalentes do conceito de topologia Giselle Moraes Resende Pereira Universidade Federal de Uberlândia - Faculdade de Matemática Graduanda em Matemática - Programa de Educação Tutorial

Leia mais

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA SOBRE GRUPOS UNICAMENTE COBERTOS

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA SOBRE GRUPOS UNICAMENTE COBERTOS UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PRORAMA DE PÓS-RADUAÇÃO EM MATEMÁTICA JARDÊNIA SOBRINHO OES SOBRE RUPOS UNICAMENTE COBERTOS Fortaleza 2011 JARDÊNIA SOBRINHO

Leia mais

Sumário. 1 Ação de Grupos 3. 2 Teoremas de Sylow Aula 02/09/

Sumário. 1 Ação de Grupos 3. 2 Teoremas de Sylow Aula 02/09/ Sumário 1 Ação de Grupos 3 2 Teoremas de Sylow 5 2.1 Aula 02/09/2011................................ 5 2 SUMÁRIO Capítulo 1 Ação de Grupos Seja G um grupo e S um G-conjunto. No estudo de aç ao de grupos,

Leia mais

Um algoritmo para estimar o segundo grupo de homologia de algum grupo finitamente apresentado

Um algoritmo para estimar o segundo grupo de homologia de algum grupo finitamente apresentado Um algoritmo para estimar o segundo grupo de homologia de algum grupo finitamente apresentado VIEIRA, Flávio Pinto; BUENO, Ticianne Proença Adorno, SERCONECK, Shirlei Instituto de Matemática e Estatística,

Leia mais

Topologia de Zariski. Jairo Menezes e Souza. 25 de maio de Notas incompletas e não revisadas RASCUNHO

Topologia de Zariski. Jairo Menezes e Souza. 25 de maio de Notas incompletas e não revisadas RASCUNHO Topologia de Zariski Jairo Menezes e Souza 25 de maio de 2013 Notas incompletas e não revisadas 1 Resumo Queremos abordar a Topologia de Zariski para o espectro primo de um anel. Antes vamos definir os

Leia mais

Grupos: Resumo. Definição 1.1 Um grupo é um conjunto G juntamente com uma operação binária. G G G (a, b) a b. (a b) c = a (b c) a e = e a = a

Grupos: Resumo. Definição 1.1 Um grupo é um conjunto G juntamente com uma operação binária. G G G (a, b) a b. (a b) c = a (b c) a e = e a = a 1 Grupos: Resumo 1 Definições básicas Definição 1.1 Um grupo é um conjunto G juntamente com uma operação binária que satisfaz os seguintes três axiomas: 1. (Associatividade) Para quaisquer a, b, c G, G

Leia mais

1. Num grupo G, sejam a e b dois elementos diferentes da identidade e tais que a 3 = b 2 = e e ba = a 2 b.

1. Num grupo G, sejam a e b dois elementos diferentes da identidade e tais que a 3 = b 2 = e e ba = a 2 b. Problema 1 1. Num grupo G, sejam a e b dois elementos diferentes da identidade e tais que a 3 b 2 e e ba a 2 b. (a) Indique, justificando, se: i. a é sempre igual a b; ii. a nunca é igual a b; iii. a pode

Leia mais

Um estudo sobre p-grupos nitos powerful e potent

Um estudo sobre p-grupos nitos powerful e potent Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Um estudo sobre p-grupos nitos powerful e potent Nathália Nogueira Gonçalves Brasília 2017 Nathália Nogueira Gonçalves Um

Leia mais

obs: i) Salvo menção em contrário, anel = anel comutativo com unidade. ii) O conjunto dos naturais inclui o zero.

obs: i) Salvo menção em contrário, anel = anel comutativo com unidade. ii) O conjunto dos naturais inclui o zero. Lista 1 - Teoria de Anéis - 2013 Professor: Marcelo M.S. Alves Data: 03/09/2013 obs: i) Salvo menção em contrário, anel = anel comutativo com unidade. ii) O conjunto dos naturais inclui o zero. 1. Os conjuntos

Leia mais

Capítulo 1 Conceitos e Resultados Básicos

Capítulo 1 Conceitos e Resultados Básicos Introdução à Teoria dos Grafos (MAC-5770) IME-USP Depto CC Profa. Yoshiko Capítulo 1 Conceitos e Resultados Básicos Um grafo é um par ordenado (V, A), onde V e A são conjuntos disjuntos, e cada elemento

Leia mais

Parte I - Grupos. Sumário. 1.1 Grupos, subgrupos, ordem. Exercício Se H é um subconjunto nito de um grupo G, estável pela operação.

Parte I - Grupos. Sumário. 1.1 Grupos, subgrupos, ordem. Exercício Se H é um subconjunto nito de um grupo G, estável pela operação. Estruturas Algébricas 2012-1 Mestrado Matemática UFRJ Parte I - Grupos Sumário 1 Grupos, morsmos 1 1.1 Grupos, subgrupos, ordem.................................. 1 1.2 Morsmos, subgrupos normais, grupos

Leia mais

(Ciência de Computadores) 2005/ Diga quais dos conjuntos seguintes satisfazem o Princípio de Boa Ordenação

(Ciência de Computadores) 2005/ Diga quais dos conjuntos seguintes satisfazem o Princípio de Boa Ordenação Álgebra (Ciência de Computadores) 2005/2006 Números inteiros 1. Diga quais dos conjuntos seguintes satisfazem o Princípio de Boa Ordenação (a) {inteiros positivos impares}; (b) {inteiros negativos pares};

Leia mais

Limitac a o inferior para o grau de comutatividade de um p-grupo de classe maximal

Limitac a o inferior para o grau de comutatividade de um p-grupo de classe maximal Universidade Federal da Bahia Instituto de Matema tica Programa de Po s-graduac a o em Matema tica Dissertac a o de Mestrado Limitac a o inferior para o grau de comutatividade de um p-grupo de classe maximal

Leia mais

Universidade Federal de Goiás Câmpus Catalão Aluno: Bruno Castilho Rosa Orientador: Igor Lima Seminário Semanal de Álgebra

Universidade Federal de Goiás Câmpus Catalão Aluno: Bruno Castilho Rosa Orientador: Igor Lima Seminário Semanal de Álgebra Universidade Federal de Goiás Câmpus Catalão Aluno: Bruno Castilho Rosa Orientador: Igor Lima Seminário Semanal de Álgebra Notas de aula 1. Título: Subgrupos finitos de. 2. Breve descrição da aula A aula

Leia mais

MAT Resumo II. Andrew Kurauchi Henrique Stagni Igor Montagner. 25 de Setembro de s k gij X,s k = + 1} g ik

MAT Resumo II. Andrew Kurauchi Henrique Stagni Igor Montagner. 25 de Setembro de s k gij X,s k = + 1} g ik MAT0213 - Resumo II Andrew Kurauchi Henrique Stagni Igor Montagner 25 de Setembro de 2008 1 Geradores Seja G um grupo e X G um subconjunto. O grupo gerado por X é {H H < G,X H} e é denotado por (menor

Leia mais

Generalizando um teorema de P. Hall sobre grupos finitos-por-nilpotentes

Generalizando um teorema de P. Hall sobre grupos finitos-por-nilpotentes Universidade de Brasília Departamento de Matemática Programa de Pós-Graduação em Matemática DISSERTAÇÃO Generalizando um teorema de P. Hall sobre grupos finitos-por-nilpotentes Aluno: Leandro Araújo Castro

Leia mais

Testando Propriedades de Grupos em Subgrupos pequenos. Raul Moreira Behs

Testando Propriedades de Grupos em Subgrupos pequenos. Raul Moreira Behs Testando Propriedades de Grupos em Subgrupos pequenos Raul Moreira Behs Brasília, Brasil - Março de 2008 Resumo Seja G um grupo. Na literatura há uma gama bastante ampla de teoremas que ensinam como inferir

Leia mais

Generalizações do Teorema de Wedderburn-Malcev e PI-álgebras. Silvia Gonçalves Santos

Generalizações do Teorema de Wedderburn-Malcev e PI-álgebras. Silvia Gonçalves Santos Generalizações do Teorema de Wedderburn-Malcev e PI-álgebras Silvia Gonçalves Santos Definição 1 Seja R um anel com unidade. O radical de Jacobson de R, denotado por J(R), é o ideal (à esquerda) dado pela

Leia mais

Conjuntos Engelianos em um Grupo

Conjuntos Engelianos em um Grupo UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA (Mestrado) Conjuntos Engelianos em um Grupo CLEILTON APARECIDO CANAL Orientadora:

Leia mais

Anéis quocientes k[x]/i

Anéis quocientes k[x]/i META: Determinar as possíveis estruturas definidas sobre o conjunto das classes residuais do quociente entre o anel de polinômios e seus ideais. OBJETIVOS: Ao final da aula o aluno deverá ser capaz de:

Leia mais

Introdução à Teoria de Grupos Grupos cíclicos Grupos de permutações Isomorfismos

Introdução à Teoria de Grupos Grupos cíclicos Grupos de permutações Isomorfismos Observação Como para k > 1 se tem (a 1, a 2,..., a k ) = (a 1, a k )(a 1, a k 1 ) (a 1, a 2 ), um ciclo de comprimento par é uma permutação ímpar e um ciclo de comprimento ímpar é uma permutação par. Proposição

Leia mais

Problemas envolvendo automorsmos de grupos e pontos xos

Problemas envolvendo automorsmos de grupos e pontos xos Problemas envolvendo automorsmos de grupos e pontos xos Emerson Ferreira de Melo Universidade de Brasília 9/11/2016 - V Workshop de Álgebra da UFG-CAC Subgrupo dos pontos xos Denições 1. Seja G um grupo

Leia mais

Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a

Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a Exemplo (U(n)) Dado um inteiro positivo n, definimos U(n) como sendo o conjunto dos inteiros positivos menores que n e primos com n. Não é difícil ver que a multiplicação módulo n é uma operação binária

Leia mais

Sobre pe-grupos e pa-grupos finitos

Sobre pe-grupos e pa-grupos finitos Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Sobre pe-grupos e pa-grupos finitos Marina Gabriella Ribeiro Bardella Orientador: Prof. Noraí Romeu Rocco Brasília, 07 de

Leia mais

e tutor do Programa de Educação Tutorial/SESU Matemática UFMS Campus de Três Lagoas. E MAIL:

e tutor do Programa de Educação Tutorial/SESU Matemática UFMS Campus de Três Lagoas. E MAIL: Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 22 a 25 de outubro, 2012 56 SOBRE A AÇÃO DE AUTOMORFISMOS DE GRUPOS Natália Caroline Lopes da Silva 1 ; Marco Antonio Travassos 2 ; Antonio

Leia mais

Sobre Centralizadores de Automorfismos Coprimos em Grupos Profinitos e Álgebras de Lie

Sobre Centralizadores de Automorfismos Coprimos em Grupos Profinitos e Álgebras de Lie UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA MÁRCIO DIAS DE LIMA Sobre Centralizadores de Automorfismos Coprimos em Grupos Profinitos e Álgebras de Lie Goiânia 2011 MÁRCIO DIAS DE

Leia mais

Conhecer um pouco mais de perto as propriedades do grupo das permutações de nível.

Conhecer um pouco mais de perto as propriedades do grupo das permutações de nível. Aula 07 MAIS SOBRE O GRUPO SIMÉTRICO META Conhecer um pouco mais de perto as propriedades do grupo das permutações de nível. OBJETIVOS Reconhecer elementos de Reconhecer os subgrupos e de Aplicar propriedades

Leia mais

Reticulados e Álgebras de Boole

Reticulados e Álgebras de Boole Capítulo 3 Reticulados e Álgebras de Boole 3.1 Reticulados Recorde-se que uma relação de ordem parcial num conjunto X é uma relação reflexiva, anti-simétrica e transitiva em X. Um conjunto parcialmente

Leia mais

Apresentar o conceito de grupo, as primeiras definições e diversos exemplos. Aplicar as propriedades dos grupos na resolução de problemas.

Apresentar o conceito de grupo, as primeiras definições e diversos exemplos. Aplicar as propriedades dos grupos na resolução de problemas. Aula 04 O CONCEITO DE GRUPO META Apresentar o conceito de grupo, as primeiras definições e diversos exemplos. OBJETIVOS Definir e exemplificar grupos e subgrupos. Aplicar as propriedades dos grupos na

Leia mais

Notas de Aula de Algebra Avan cada ver ao de 2019

Notas de Aula de Algebra Avan cada ver ao de 2019 Notas de Aula de Álgebra Avançada verão de 2019 Sumário 1 Grupos 4 1.1 Definições e exemplos.......................................... 4 1.2 Subgrupos................................................. 5

Leia mais

Grupos Admitindo 2-Grupos Elementares de Automorfismos

Grupos Admitindo 2-Grupos Elementares de Automorfismos Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Grupos Admitindo 2-Grupos Elementares de Automorfismos por Karise Gonçalves Oliveira Brasília 2010 Universidade de Brasília

Leia mais

Enumerabilidade. Capítulo 6

Enumerabilidade. Capítulo 6 Capítulo 6 Enumerabilidade No capítulo anterior, vimos uma propriedade que distingue o corpo ordenado dos números racionais do corpo ordenado dos números reais: R é completo, enquanto Q não é. Neste novo

Leia mais

i : V W V W é o produto tensorial de V e W se, ao considerarmos um outro espaço vetorial U sobre o mesmo corpo K e B também uma aplicação bilinear:

i : V W V W é o produto tensorial de V e W se, ao considerarmos um outro espaço vetorial U sobre o mesmo corpo K e B também uma aplicação bilinear: 3 Produto Tensorial Sistemas quânticos individuais podem interagir para formarem sistemas quânticos compostos. Existe um postulado em Mecânica Quântica que descreve como o espaço de estados do sistema

Leia mais

DESIGUALDADES DETECTANDO CICLICIDADE E NILPOTÊNCIA DE GRUPOS F

DESIGUALDADES DETECTANDO CICLICIDADE E NILPOTÊNCIA DE GRUPOS F DESIGUALDADES DETECTANDO CICLICIDADE E NILPOTÊNCIA DE GRUPOS FINITOS. Martino Garonzi Trabalho conjunto com Massimiliano Patassini Brasília 13 de março 2015 Antes de começar vamos clarificar o que significa

Leia mais

Teoria dos Conjuntos. (Aula 6) Ruy de Queiroz. O Teorema da. (Aula 6) Ruy J. G. B. de Queiroz. Centro de Informática, UFPE

Teoria dos Conjuntos. (Aula 6) Ruy de Queiroz. O Teorema da. (Aula 6) Ruy J. G. B. de Queiroz. Centro de Informática, UFPE Ruy J. G. B. de Centro de Informática, UFPE 2007.1 Conteúdo 1 Seqüências Definição Uma seqüência é uma função cujo domíno é um número natural ou N. Uma seqüência cujo domínio é algum número natural n N

Leia mais

GRUPOS Maria L ucia Torres Villela Instituto de Matem atica Universidade Federal Fluminense Revisto em dezembro de 2008

GRUPOS Maria L ucia Torres Villela Instituto de Matem atica Universidade Federal Fluminense Revisto em dezembro de 2008 GRUPOS Maria Lúcia Torres Villela Instituto de Matemática Universidade Federal Fluminense Revisto em dezembro de 2008 Sumário Introdução... 3 Parte 1 - Conceitos fundamentais... 5 Seção 1 - O conceito

Leia mais

Notas sobre os anéis Z m

Notas sobre os anéis Z m Capítulo 1 Notas sobre os anéis Z m Estas notas complementam o texto principal, no que diz respeito ao estudo que aí se faz dos grupos e anéis Z m. Referem algumas propriedades mais específicas dos subanéis

Leia mais

Eliana Carla Rodrigues, Jhone Caldeira. Universidade Federal de Goiás, CEP , Brasil

Eliana Carla Rodrigues, Jhone Caldeira. Universidade Federal de Goiás, CEP , Brasil Eliana Carla Rodrigues, Jhone Caldeira Universidade Federal de Goiás, CEP 74001-970, Brasil elianacarlarodri@gmail.com, jhone@mat.ufg.br Uma Introdução às Álgebras de Lie e suas Representações Palavras-chave:

Leia mais

O Teorema de Ramsey e o Último Teorema de Fermat em Corpos Finitos.

O Teorema de Ramsey e o Último Teorema de Fermat em Corpos Finitos. O Teorema de Ramsey e o Último Teorema de Fermat em Corpos Finitos. Leandro Cioletti Eduardo A. Silva 12 de setembro de 2011 Resumo O objetivo deste texto é apresentar a prova do Último Teorema de Fermat

Leia mais

1 Grupos (23/04) Sim(R 2 ) T T

1 Grupos (23/04) Sim(R 2 ) T T 1 Grupos (23/04) Definição 1.1. Um grupo é um conjunto G não-vazio com uma operação binária : G G G que satisfaz as seguintes condições: 1. (associatividade) g (h k) = (g h) k para todos g, h, k G; 2.

Leia mais

Definição 1. Um ideal de um anel A é um subgrupo aditivo I de A tal que ax I para todo a A, x I. Se I é um ideal de A escrevemos I A.

Definição 1. Um ideal de um anel A é um subgrupo aditivo I de A tal que ax I para todo a A, x I. Se I é um ideal de A escrevemos I A. 1. Ideais, quocientes, teorema de isomorfismo Seja A um anel comutativo unitário. Em particular A é um grupo abeliano com +; seja I um subgrupo aditivo de A. Como visto no primeiro modulo, sabemos fazer

Leia mais

ÁLGEBRA I. 1 o período de 2005 (Noturno)

ÁLGEBRA I. 1 o período de 2005 (Noturno) UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA Brasília, março de 2005 DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA -IE ÁLGEBRA I 1 o período de 2005 Noturno Exercícios de treinamento Observação : Os problemas que se seguem, marcados por *,

Leia mais

Variedades de p-grupos sem Base Finita

Variedades de p-grupos sem Base Finita Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Variedades de p-grupos sem Base Finita por Jorge Augusto Gonçalo de Brito Brasília 2008 Universidade de Brasília Instituto

Leia mais

Análise I Solução da 1ª Lista de Exercícios

Análise I Solução da 1ª Lista de Exercícios FUNDAÇÃO EDUCACIONAL SERRA DOS ÓRGÃOS CENTRO UNIVERSITÁRIO SERRA DOS ÓRGÃOS Centro de Ciências e Tecnologia Curso de Graduação em Matemática Análise I 0- Solução da ª Lista de Eercícios. ATENÇÃO: O enunciado

Leia mais

Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática. Grupos com restrições em classes de conjugação verbal

Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática. Grupos com restrições em classes de conjugação verbal Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Grupos com restrições em classes de conjugação verbal por Agenor Freitas de Andrade Brasília 2016 Grupos com restrições

Leia mais

Ideais em anéis de grupo

Ideais em anéis de grupo Ideais em anéis de grupo Allysson Gomes Dutra 19 de julho de 2014 Resumo: A proposta deste trabalho é apresentar algumas construções de ideais em um anel de grupos RG se utilizando de subgrupos normais

Leia mais

Aplicar as propriedades imediatas dos homomorfismos de grupos. Aplicar os teoremas dos homomorfismos na relação de problemas.

Aplicar as propriedades imediatas dos homomorfismos de grupos. Aplicar os teoremas dos homomorfismos na relação de problemas. Aula 06 HOMOMORFISMOS DE GRUPOS META Apresentar o conceito de homomorfismo de grupos OBJETIVOS Reconhecer e classificar os homomorfismos. Aplicar as propriedades imediatas dos homomorfismos de grupos.

Leia mais

Sobre Grupos Finitos e Profinitos Quase Engel

Sobre Grupos Finitos e Profinitos Quase Engel Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Sobre Grupos Finitos e Profinitos Quase Engel por Sara Raissa Silva Rodrigues Brasília 2017 Universidade de Brasília Instituto

Leia mais

Centralizadores em Grupos Localmente Finitos

Centralizadores em Grupos Localmente Finitos Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Francisco Enio do Nascimento Lima Centralizadores em Grupos Localmente Finitos Brasília 2013 Francisco Enio do Nascimento

Leia mais

correspondência entre extensões intermédias de K M e subgrupos de Gal(M, K) chama-se correspondência de Galois.

correspondência entre extensões intermédias de K M e subgrupos de Gal(M, K) chama-se correspondência de Galois. Aula 21 - Álgebra II Estamos finalmente em condições de explicar como é que a teoria de Galois permite substituir problemas sobre polinómios por um problema em princípio mais simples de teoria dos grupos.

Leia mais

Definir classes laterais e estabelecer o teorema de Lagrange. Aplicar o teorema de Lagrange na resolução de problemas.

Definir classes laterais e estabelecer o teorema de Lagrange. Aplicar o teorema de Lagrange na resolução de problemas. Aula 05 GRUPOS QUOCIENTES METAS Estabelecer o conceito de grupo quociente. OBJETIVOS Definir classes laterais e estabelecer o teorema de Lagrange. Aplicar o teorema de Lagrange na resolução de problemas.

Leia mais

Introdução à Teoria de Grupos Grupos cíclicos Grupos de permutações Isomorfismos Teorema de Lagrange Subgrupos normais e grupos quociente

Introdução à Teoria de Grupos Grupos cíclicos Grupos de permutações Isomorfismos Teorema de Lagrange Subgrupos normais e grupos quociente Classes laterais Sejam G um grupo, H um subconjunto de G e a um elemento de G. Usamos as seguintes notações: ah = {ah h H} e Ha = {ha h H}. Definição (Classe lateral de H em G) Seja H um subgrupo do grupo

Leia mais

2007/2008 Resolução do 1 o exame

2007/2008 Resolução do 1 o exame Introdução à Álgebra 2007/2008 Resolução do 1 o exame 1. Diga, em cada caso, se a afirmação é verdadeira ou falsa, justificando a sua resposta com uma demonstração, ou um contra-exemplo. Nesta questão,

Leia mais

Parte I - Grupos. Sumário. 1.1 Grupos, subgrupos, ordem. Exercício Se H é um subconjunto nito de um grupo G estável pela operação, mostre que

Parte I - Grupos. Sumário. 1.1 Grupos, subgrupos, ordem. Exercício Se H é um subconjunto nito de um grupo G estável pela operação, mostre que Estruturas Algébricas Mestrado Matemática 2013-1 UFRJ Parte I - Grupos Aula inaugural: teoria elementar das categorias. Sumário 1 Grupos, morsmos 1 1.1 Grupos, subgrupos, ordem..................................

Leia mais

Fundamentos de Matemática. Lista de Exercícios Humberto José Bortolossi

Fundamentos de Matemática. Lista de Exercícios Humberto José Bortolossi GMA DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA APLICADA Fundamentos de Matemática Lista de Exercícios Humberto José Bortolossi http://www.professores.uff.br/hjbortol/ 02 Demonstração direta, demonstração por absurdo e

Leia mais

1 Conjuntos, Números e Demonstrações

1 Conjuntos, Números e Demonstrações 1 Conjuntos, Números e Demonstrações Definição 1. Um conjunto é qualquer coleção bem especificada de elementos. Para qualquer conjunto A, escrevemos a A para indicar que a é um elemento de A e a / A para

Leia mais

Relações Binárias, Aplicações e Operações

Relações Binárias, Aplicações e Operações Relações Binárias, Aplicações e Operações MAT 131-2018 II Pouya Mehdipour 6 de dezembro de 2018 Pouya Mehdipour 6 de dezembro de 2018 1 / 24 Referências ALENCAR FILHO, E. Teoria Elementar dos Conjuntos,

Leia mais

Capítulo 6. Operadores Ortogonais. Curso: Licenciatura em Matemática. Professor-autor: Danilo Felizardo Barboza Wilberclay Gonçalves Melo

Capítulo 6. Operadores Ortogonais. Curso: Licenciatura em Matemática. Professor-autor: Danilo Felizardo Barboza Wilberclay Gonçalves Melo Capítulo 6 Operadores Ortogonais Curso: Licenciatura em Matemática Professor-autor: Danilo Felizardo Barboza Wilberclay Gonçalves Melo Disciplina: Álgebra Linear II Unidade II Aula 6: Operadores Ortogonais

Leia mais

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA PARA A COMPUTAÇÃO PROF. DANIEL S. FREITAS UFSC - CTC - INE Prof. Daniel S. Freitas - UFSC/CTC/INE/2007 p.1/30 3 - INDUÇÃO E RECURSÃO 3.1) Indução Matemática 3.2)

Leia mais

Resolução do 1 o exame

Resolução do 1 o exame Introdução à Álgebra, 2015-16 Resolução do 1 o exame 1. Diga, em cada caso, se a afirmação é verdadeira ou falsa, justificando a sua resposta com uma demonstração, ou um contra-exemplo. Nesta questão,

Leia mais

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico p.1/32

Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico p.1/32 Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico Waldeck Schützer www.dm.ufscar.br/ waldeck/ V Semana da Matemática da UFU FAMAT, 25 a 28 de Outubro de 2005 Aprendendo Álgebra com o Cubo Mágico p.1/32 Resumo 1. Conhecendo

Leia mais

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA

INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA INE5403 FUNDAMENTOS DE MATEMÁTICA DISCRETA PARA A COMPUTAÇÃO PROF. DANIEL S. FREITAS UFSC - CTC - INE Prof. Daniel S. Freitas - UFSC/CTC/INE/2007 p.1/31 7 - ESTRUTURAS ALGÉBRICAS 7.1) Operações Binárias

Leia mais

Produto Tensorial não Abeliano de Grupos

Produto Tensorial não Abeliano de Grupos UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA (Mestrado) Produto Tensorial não Abeliano de Grupos PATRICIA VILAR VITOR Orientadora:

Leia mais

MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo. Divisibilidade

MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo. Divisibilidade MA14 - Aritmética Unidade 1 Resumo Divisibilidade Abramo Hefez PROFMAT - SBM Julho 2013 Aviso Este material é apenas um resumo de parte do conteúdo da disciplina e o seu estudo não garante o domínio do

Leia mais

Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática

Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Universidade de Brasília Instituto de Ciências Exatas Departamento de Matemática Grupos Finitos com um Grupo Metacíclico de Automorsmos por Emerson Ferreira de Melo Brasília, 2015 EMERSON FERREIRA DE MELO

Leia mais

P-GRUPOS E O TEOREMA DE CAUCHY. Conceituar p-grupos e estabelecer o Teorema de Cauchy

P-GRUPOS E O TEOREMA DE CAUCHY. Conceituar p-grupos e estabelecer o Teorema de Cauchy Aula 08 P-GRUPOS E O TEOREMA DE CAUCHY META Conceituar p-grupos e estabelecer o Teorema de Cauchy OBJETIVOS Definir p-grupos e aplicar suas propriedades na resolução de problemas. Reconhecer o teorema

Leia mais

Polinômio Mínimo e Operadores Nilpotentes

Polinômio Mínimo e Operadores Nilpotentes Capítulo 9 Polinômio Mínimo e Operadores Nilpotentes Curso: Licenciatura em Matemática Professor-autor: Danilo Felizardo Barboza Wilberclay Gonçalves Melo Disciplina: Álgebra Linear II Unidade II Aula

Leia mais

Teorema (Teorema fundamental do homomorfismo)

Teorema (Teorema fundamental do homomorfismo) Teorema (Teorema fundamental do homomorfismo) Seja ϕ : G H um homomorfismo de grupos. Então G/ ker ϕ ϕ(g). Demonstração. Vamos mostrar que a correspondência ψ : G/ ker ϕ ϕ(g) dada por ψ(g ker ϕ) = ϕ(g)

Leia mais

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula

Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula Cálculo Diferencial e Integral Química Notas de Aula João Roberto Gerônimo 1 1 Professor Associado do Departamento de Matemática da UEM. E-mail: jrgeronimo@uem.br. ÍNDICE 1. INTRODUÇÃO Esta notas de aula

Leia mais

Produtos de potências racionais. números primos.

Produtos de potências racionais. números primos. MATEMÁTICA UNIVERSITÁRIA n o 4 Dezembro/2006 pp. 23 3 Produtos de potências racionais de números primos Mário B. Matos e Mário C. Matos INTRODUÇÃO Um dos conceitos mais simples é o de número natural e

Leia mais

Sobre Anéis Primos, Semiprimos e suas Relações

Sobre Anéis Primos, Semiprimos e suas Relações Sobre Anéis Primos, Semiprimos e suas Relações Mateus Medeiros Teixeira 17 de julho de 2014 Resumo Neste trabalho apresentamos os anéis primos e semiprimos, buscando suas caracterizações e relações com

Leia mais