Avaliação morfológica do estomago e duodeno de ratos Wistar induzidos a diabetes mellitus e tratados com a planta Equisetum pyramidale.
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1 Avaliação morfológica do estomago e duodeno de ratos Wistar induzidos a diabetes mellitus e tratados com a planta Equisetum pyramidale. Elisângela de Lima Silva 1 ; Patrícia Henrique Silva 3, Leda Márcia de Araújo Bento 3 ; Rosemary Matias 4 ; Maria Helena Fermiano 2 ; Doroty Mesquita Dourado 2 1 Acadêmica do Curso de Nutrição - Bolsista Pibic/CNPq. lisalimasilva@gmail.com; 2 Laboratório de Toxinologia e Plantas Medicinais; 3 Laboratório de Fisiologia experimental; 4 Laboratório de Produtos naturais. RESUMO O Diabetes Mellitus é caracterizado como um grupo de doenças metabólicas, resultante de defeitos na secreção de insulina e/ou em sua ação, acarretando hiperglicemia. Em situações crônicas, provoca disfunção e falência de vários órgãos. O objetivo deste trabalho foi avaliar a morfologia do estômago e duodeno de ratos Wistar induzidos a diabetes por estreptozotocina e tratados com Equisetum pyramidale. Os animais foram divididos e 4 grupos (N=5): Grupo controle, animais não diabéticos recebendo solução salina; Grupo controle tratado, animais não diabéticos tratados com extrato aquoso; Grupo diabético solução salina, induzidos com estreptozotocina, recebendo solução salina; Grupo diabético extrato, induzidos com estreptozotocina, recebendo extrato aquoso. Ao final de um período de tratamento de 40 e 60 dias os animais foram eutanasiados. Após a abertura da cavidade abdominal, o estômago e duodeno foi retirado e avaliado macroscopicamente, processados, incluídos em parafina para preparo de lâminas histológicas que foram coradas em hematoxilinaeosina, Reativo-Schiff e Tricrômico de Masson. Após avaliar os resultados obtidos, sugere-se que a E.pyramidale não causa lesão gástrica, nem mesmo alterações morfológicas. Apenas uma leve irritação, no grupo diabético tratado com E. pyramidale, caracterizado pelo aumento de células do sistema imune. Palavras-chave: histoquímica; fitoterapia; morfologia, digestório. INTRODUÇÃO Atualmente, o Diabetes mellitus (DM) é reconhecido como um grande problema de saúde pública, e acomete milhares de pessoas em todo mundo, adquirindo então características epidêmicas (ANDRADE et al, 2003). A doença está associada a complicações que comprometem a produtividade, qualidade de vida e sobrevida de seus portadores (MAIA; ARAÚJO, 2002). O Diabetes é uma síndrome de etiologia múltipla, causada por falta de insulina e/ou da resistência à ação da insulina nos tecidos-alvos (SILVA, 2001), resultando em hiperglicemia que após longos períodos pode levar a falência de vários órgãos (GROSS et al, 2002; GUIMARÃES; TAKAYANAGUI, 2002). Muitas espécies de plantas têm sido usadas em tratamentos experimentais para tratar dos sintomas do DM (LAMBA et al, 2000; ELDER, 2004). E as substâncias bioativas provenientes de plantas ou de substâncias isoladas pode ser considerada uma alternativa para o tratamento de doenças que acomete a população. No Cerrado e Pantanal Sul-matogrossense, muitas espécies de plantas medicinais carecem de estudos, quer seja de forma direta ou por meio de seus produtos isolados. Entre as espécies utilizadas para este fim esta a Equisetum pyramidale (Cavalinha). Esta planta apresenta em sua composição alguns tipos de Flavonóides, minerais (silício - em abundância, potássio, magnésio e cálcio), Saponina e Taninos. Com atividade diurética e remineralizante, permitindo a eliminação de substâncias tóxicas, além de sua ação adstringente, que auxilia em conjunto com substâncias coagulantes e silício melhorando os transtornos circulatórios (NOWACKI, 2005; OLISKOVICZ et al, 2006). Levando em consideração os poucos estudos que relaciona o uso da Equisetum pyramidale e alterações gastrointestinais. O estudo teve como objetivo, Avaliar a morfologia do
2 estômago de ratos Wistar induzidos a diabetes por estreptozotocina e tratados com a planta Equisetum pyramidale MATERIAL E MÉTODOS A planta Equisetum pyramidale é proveniente da Universidade Anhanguera - Uniderp e preparada no laboratório de Produtos Naturais. Para a indução da Diabetes mellitus (DM) foram utilizados 40 animais e após permanecerem em jejum por 12 horas, foram administrados por injeção intraperitoneal 55 mg/kg de estreptozotocina (Sigma ) (GRANDO, 2007; LOPES, 2007), dissolvida em solução tampão citrato 0,1M, ph 4,5. Decorridos 48 horas foi determinado a glicose capilar e somente os animais com glicemia de jejum superior a 200mg/dL foram considerados diabéticos e selecionados para o experimento (GUIMARÃES, 2005). Os animais foram divididos em 4 grupos (N=5): Grupo controle (SS), animais não diabéticos, recebendo solução salina; Grupo controle tratado (CT), animais não diabéticos tratados com extrato aquoso; Grupo diabético solução salina (DSS), induzidos com estreptozotocina, recebendo solução salina; Grupo diabético extrato (DT), induzidos com estreptozotocina, recebendo extrato aquoso. O grupo controle e o grupo diabético controle receberam diariamente água e ração ad libitum. E uma única dose (1 ml) via gavagem, tanto de solução salina (grupo diabético e controle e sem tratamento) como de extrato aquoso (grupos diabéticos e controles com tratamento). Ao final de um período de tratamento de 40 e 60 dias os animais foram submetidos à eutanásia. Após a abertura da cavidade abdominal, o estômago e duodeno foi retirado e avaliado macroscopicamente, depois fixados em formol tamponado 10% à temperatura ambiente por 24 horas. Posteriormente, foram processados, incluídos em parafina e submetidos a cortes seriados (5 m), escolhendo-se aleatoriamente cortes e colocados em lâminas previamente albuminizadas. Secções foram coradas em hematoxilina-eosina (HE), Reativo-Schiff (PAS) e Tricrômico de Masson (TM) para observações da morfologia do tecido em microscópio de luz (Carl Zeiss). Todos os procedimentos com os animais foram realizados de acordo com as normas previstas pelo Brazilian Council on Animal Care (COBEA). Pesquisa autorizada pela Comissão de Ética no Uso de Animais da Anhanguera Educacional Ltda CEUA/AESA - parecer: 795. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram observados sinais clínicos típicos de pacientes diabéticos nos animais como ingesta aumentada de alimentos pelos grupos diabéticos. Gomes (2006) diz que esse estado se dá em função do centro da saciedade estar localizado no núcleo hipotalâmico ventro-medial, que é insulino dependente e a falta da insulina impede que o sentimento de fome seja inibido. Observaram-se também sinais de poliúria, que leva a desidratação que pode dar-se pelo aumento da osmolaridade do sangue promovido pela hiperglicemia fazendo com que a água do meio intracelular passe para o meio extracelular a fim de manter a homeostase osmótica, resultando em desidratação intracelular, com isso os osmorreceptores cerebrais desencadeiam uma intensa sede para poder regularizar a hidratação corporal (LERCO et al, 2003; GOMES, 2006) A B C D Figura 1. Controle extrato (A);Controle SS (B);Diabético extrato (C);Diabético SS (D) aos 40 dias. seta preta: células oxinticas, seta azul: linfócitos, seta verde: células principais.
3 Figura 2. Controle extrato (A);Controle SS (B);Diabético extrato (C);Diabético SS (D) aos 60 dias. seta preta: células oxinticas, seta azul: linfócitos, seta verde: células principais. No grupo diabético tratado com extrato da planta Equisetum pyramidale na coloração HE observou-se maior concentração de linfócitos na base da camada mucosa do estômago (Fig. 1C). Através do método histoquímico de PAS para carboidrato neutro não foi observado nenhuma diferença entre os grupos o mesmo resultado foi visto nas amostras de estômago corado pelo Tricrômico de Masson para fibras colágenas. Avaliações morfológicas realizadas pelos métodos PAS e Tricrômico de Masson não foram observados nenhuma alteração tecidual no estômago e duodeno aos 40 e 60 dias. Em relação a análise realizada no duodeno aos 40 dias as alterações não foram vistas na coloração HE, porém aos 60 dias observou-se que no grupo de animais diabéticos tratado com extrato de E. pyramidale houve infiltração linfocitária. CONCLUSÃO Após avaliar os resultados obtidos, sugere-se que a E.pyramidale não causa lesão gástrica, nem mesmo alterações morfológicas. Apenas uma leve irritação, no grupo diabético tratado com extrato, caracterizado pelo aumento de células do sistema imune. AGRADECIMENTOS A instituição de fomento PIBIC/CNPq pelo incentivo financeiro. A Universidade Anhanguera- Uniderp, pelo espaço físico para realização da pesquisa. A Bióloga Ana Paula Machado pela grande ajuda, que foi essencial para o Desenvolvimento desse trabalho. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, G. K. P.; SILVA, R. P.; LOPES, E. C. S. Programa de educação alimentar para pacientes diabéticos. Diabetes Clínica, v. 7, n. 5, p , ELDER, C. Ayurveda for diabetes mellitus: a review of the biomedical literature. Alternative Therapies in Health Medicine, v. 10, n. 1, p , GOMES, D. A. S. Influência do estado diabético na doença periodontal induzida em ratos. Análise bioquímica, macroscópica, radiográfica e dos níveis de mieloperoxidase, 2006, 94 f. Dissertação (Mestrado em Periodontia) Faculdade de Odontologia do Campus de Araraquara da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho UNESP GRANDO, F. C. C. Avaliação morfológica e funcional de macrófagos de ratos Wistar diabéticos suplementados com lecitina de soja. 2007, 56 f. Dissertação (Mestre em Biologia celular) Setor de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Paraná GROSS, J. L.; SILVEIRO, S. P.; CAMARGO, J. L.; REICHELT, A. J.; AZEVEDO, M. J. Diabete Melito: diagnóstico, classificação e avaliação do controle glicêmico. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, v. 46, n. 1, p , 2002 GUIMARÃES, M. J. A. R. Avaliação dos efeitos do extrato aquoso da Bauhinia forficata (PATA- DE-VACA) no perfil glicêmico e lipídico de ratos Wistar machos em modelo de diabetes induzida por aloxano, 2002, 56 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas) Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de São José dos Campos da Universidade do Vale do Paraíba GUIMARÃES, F. P. M.; TAKAYANAGUI, A. M. M. Orientações recebidas do serviço de saúde por pacientes para o tratamento do portador de diabetes mellitus tipo 2. Revista de Nutrição, v. 15, n. 1, p , 2002.
4 LAMBA, S. S.; BUCH, K. Y.; LEWIS, H.; LAMBA, H. J. Phytochemicals as potential hypoglycemic agents. Studies in Natural Products Chemistry, v. 21, p LERCO, M. M.; PADELLA, C. T.; MACHADO, J. L. M.; SCHELLINI, A. S.; PADOVANI, C. R. Caracterização de um modelo experimental de diabetes mellitus, induzido pela aloxana em ratos. Acta Cirúrgica Brasileira, v. 18, n. 2, p LOPES, R. D.; NEVES, L. B.; D ALMEIDA, V.; CONCEIÇÃO, G. M. S.; JUNIOR, A. G. Homocisteína Plasmática Total e Fator von Willebrand no Diabete Melito Experimental. Arquivo Brasileiro de Cardiologia. p , MAIA, F. F. R.; ARAÚJO, L. R. Projeto Diabetes Weekend - Proposta de Educação em Diabetes Mellitus tipo I. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, v. 46, n. 5, p , NOWACKI, J. C. Efeitos de extratos vegetais no controle da galha das crucíferas em condições de casa de vegetação, 2005, 54 f. Dissertação (Mestrado em Ciências) Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo da Universidade Federal do Paraná OLISKOVICZ, K.; FACCO, G.; FAVERO, S.; AFFONSECA JARDIM, M. I.; MESQUITA DOURADO, D.; SARAGIOTTO, M. H.; MATIAS, R. Morfologia da reparação tecidual de feridas cutâneas de ratos Wistar tratados durante sete e catorze dias com extrato de Equisetum pyramidale cultivado. Rede de Revistas Científicas de América Latina Redalyc, v. 10, n. 1, p , SILVA, M. E. R. Diabete Mellitus tipo 2. Arquivo Brasileiro de Endocrinologia e Metabologia, v. 58, n.12, p , 2001.
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