AUTORES Aldo Vannucchi (Brasil) Ismar Capistrano Costa Filho (Brasil) Theodor Adorno (Alemanha) Max Horkheimer (Alemanha) Roberto DaMatta (Brasil)
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- Judite Botelho Conceição
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1 CULTURA POPULAR CULTURA ERUDITA E CULTURA INDUSTRIAL AUTORES Aldo Vannucchi (Brasil) Ismar Capistrano Costa Filho (Brasil) Theodor Adorno (Alemanha) Max Horkheimer (Alemanha) Roberto DaMatta (Brasil) Antonio Gramsci (Itália) Stuart Hall (Jamaica) Jesús Martin-Barbero (Colômbia)
2 CULTURA POPULAR A questão sobre o que é cultura popular por si só não é levada pelo povo. Cursos ou aulas sobre o tema já são por si mesmos cultura de elite. Para o povo interessa mesmo é o cotidiano. Daí surgem os rótulos: - técnicas domésticas de trabalho. - artesanato. - práticas de cura. - literatura oral. - crenças. - música.
3 Daí surgem os rótulos: - técnicas domésticas de trabalho. - artesanato. - práticas de cura. - literatura oral. - crenças. CULTURA POPULAR A questão sobre o que é cultura popular por si só não é levada pelo povo. Cursos ou aulas sobre o tema já são por si mesmos cultura de elite. Para o povo interessa mesmo é o cotidiano.
4 CULTURA POPULAR Será totalmente gratuito o interesse de determinadas instituições em determinar e utilizar a noção e as expressões de cultura popular?
5 CULTURA POPULAR IMPRECISÃO CONCEITUAL Cultura popular é tudo que não se enquadra na cultura erudita, acadêmica, científica. Conjunto de conhecimentos e práticas vivenciados pelo povo, embora possam também ser vividos e instrumentalizados pelas elites. (Candomblé, Carnaval, feijoada, usos folclóricos, jogo do bicho, capoeira). O que é espontâneo, livre de cânones e de leis (danças, crenças, ditos tradicionais). Tudo o que acontece no país por tradição e que merece ser mantido e preservado imutável. Tudo o que é do saber do povo, de produção anônima ou coletiva.
6 CULTURA POPULAR CONCEITO Uma cultura no tempo e no espaço de vida das classes subalternas do Brasil, marcadas pela opressão de toda sorte e, ao mesmo passo, bombardeadas pela cultura burguesa, tanto pelos meios de comunicação de massa, como pela influência da própria escola. Aldo Vannucchi
7 CULTURA POPULAR CRÍTICA AO ENFOQUE CONTEUDISTA A cultura popular não se identifica por um determinado conteúdo. Será preciso captala pela globalidade das condições de vida dos que lutam pela própria subsistência, sem deter o controle do próprio trabalho. Trata-se de cultura distinta e até oposta da cultura dominante, dentro de uma sociedade desigual. Uma cultura baseada muito mais no fazer do que no saber. Aldo Vannucchi
8 CULTURA POPULAR LIBERDADE E SOLIDARIEDADE O específico da nossa cultura popular será produzido no próprio processo de libertação das classes trabalhadoras, já que, em regime de opressão, a expressividade criadora aborta ou sofre muito para vir à luz. E daí decorre a convicção de que nossa cultura popular há de desabrochar e valorizar-se dentro de uma perspectiva libertadora, em realidades e comportamentos que concretizam o que é a experiência cotidiana e solidária do povo, muito mais ligado a fatos e pessoas do que a idéias e teorias. Aldo Vannucchi
9 CULTURA ERUDITA Ter cultura, numa visão originada do expansionismo colonial com base no Iluminismo da Modernidade, significa possuir conhecimentos letrados das ciências. Ter acesso aos bens intelectuais conquistados pela civilização européia. Quem não os possui não tem cultura.
10 CULTURA ERUDITA A superioridade é um princípio que marca a ascensão burguesa denominada de Cultura Erudita. O resgate dos valores humanísticos da Antigüidade Clássica da Grécia caracteriza esta expressão. A nova classe dominante quer mostrar para o mundo, através de sua nova forma de explica-lo (a ciência) e de admira-lo (a arte renascentista), que o homem é o senhor de sua história.
11 CULTURA ERUDITA Nesta visão, Cultura Popular pertence a um conjunto de práticas inferiores, dos subalternos. Não há, no popular, capacidade de autoconsciência e de emancipação. Só pela arte e pela ciência, é possível atingir os valores humanísticos da liberdade, justiça e igualdade.
12 CULTURA INDUSTRIAL Uma nova estratégia de dominação surge com o advento da Industrialização gráfica. Os jornais, os livros e posteriormente os meios de comunicação eletrônicos (como rádio, tv e cinema) passam, conforme a definição de Theodor ADORNO e Max HORKHEIMER (1985), a serem responsáveis pela identidade entre os particulares (as pessoas) e o universal (o mundo).
13 CULTURA INDUSTRIAL Esta nova cultura industrial voltada para a venda, produzida em série e padronizada se choca com a Cultura Erudita, pois a reprodutibilidade é sua característica fundamental. Na Cultura Industrial, o valor está condicionado a quantidade de cópias. A qualidade, ou melhor, o sucesso, torna-se sinônimo de numeroso. Quanto mais exposto ou copiado mais valorizado, pois significa a possibilidade de maior lucro.
14 CULTURA INDUSTRIAL A Cultura Industrial confunde-se, nesta concepção, com a Cultura Popular autodenominando-se de pop. Todas as produções populares podem tornar-se produto industrializado. O que os produtores da cultura industrial detectam como possibilidade de lucro, por ter um provável público alvo, transformam em mercadoria com a pretensão de ser pop porque pode vender bastante. Por isso, as principais fontes de inspiração da Industria Cultural são as manifestações populares.
15 TRADIÇÃO? Preservar, por exemplo, a tradição das quadrilhas juninas engessando suas danças, regras e passos não tem sentido porque as próprias quadrilhas vêm de uma origem bem diversa à prática contemporânea. Surgiram da reprodução das danças da corte européia por escravos, índios e camponeses.
16 TRADIÇÃO? O carnaval é outro exemplo de que as tradições se modificam com o tempo. Originalmente, a festa tinha um sentido religioso quando padres, freiras e leigos se despediam dos prazeres da carne antes das penitências da Quaresma. As práticas culturais ganham novos usos e significados quando passam para outras culturas, gerações ou até mesmo entre indivíduos.
17 TRADIÇÃO? Segundo Roberto DAMATTA (1987), não se pode, como se quer no ideal folclorista, preservar e engessar alguns traços típicos populares porque são, na realidade, tradições vivas, mudam e se transformam no tempo adquirindo novos sentidos e significados.
18 CULTURA POPULAR REPRODUÇÃO Mesmo assim, ainda cabe questionar se a Cultura Popular se resume a essas tradições vivas. Para os ilustrados, conforme MARTIN- BARBERO (1998), o povo reproduz a cultura burguesa não só porque induzido por esse modo de vida, mas porque encontra falsamente na imitação a seus superiores uma capacidade de superação. Muito do que é produzido pelo povo é uma reprodução da cultura industrial de mercado ou dos ideais eruditos da burguesia.
19 CULTURA POPULAR SUBVERSÃO Por isso, Antonio GRAMSCI propõe um novo conceito que diferencie a reprodução cultural do popular autêntico. A cultura popular não se determina por sua origem, mas por suas práticas. HALL (2003) considera, nesta linha de pensamento, que o popular é um espaço de subversão. A cultura dos dominados tem sua existência própria interdependente da dos dominantes. É lugar de inversão de valores.
regulação e comunicação nos seres vivos e nas máquinas. c. apenas pode ser visualizada; arte se resume apenas a obras que podem ser vistas.
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