Superior Tribunal de Justiça
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- Caio Ferretti Bugalho
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1 RECURSO ESPECIAL Nº RS (2014/ ) RELATORA RECORRENTE PROCURADOR RECORRIDO ADVOGADOS : MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS : PROCURADORIA-GERAL FEDERAL - PGF : NILVO PINTO DE TOLEDO : JAIRO JOSÉ FONSECA DORNELLES ALEXANDRE DORNELLES MARCOLIN E OUTRO(S) DECISÃO Trata-se de Recurso Especial, interposto pelo INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSS, com fundamento na alínea a do permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado: "PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. RENDA MENSAL INICIAL (RMI). SALÁRIO DE BENEFÍCIO. VERBAS TRABALHISTAS. RECONHECIMENTO. REVISÃO: POSSIBILIDADE. EFEITOS FINANCEIROS RESSALVADA A PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. AUSENTE A DECADÊNCIA. 1. O êxito do segurado em anterior reclamatória trabalhista, com relação ao reconhecimento de parcelas salariais, atribui-lhe o direito de postular a revisão dos salários de contribuição componentes do período de cálculo do benefício (PBC), ainda que a Autarquia Previdenciária não tenha participado da relação processual de conhecimento. O INSS tem acesso aos processos de liquidação de sentenças trabalhistas, nos quais há expressa previsão e levantamento das contribuições previdenciárias respectivas, garantindo-se a higidez da fonte de custeio. 2. O termo inicial das diferenças decorrentes da revisão da RMI do benefício deve ser a DIB, eis que o segurado não pode ser penalizado em razão de o empregador não ter recolhido corretamente as contribuições previdenciárias, tampouco, pelo fato de o INSS ter falhado na fiscalização da regularidade das exações. 3. Uma vez retificada a renda mensal inicial, o segurado tem direito às diferenças de proventos formadas desde a DER/DIB, ressalvada a prescrição qüinqüenal. Não há que se falar em decadência, quando a liquidação dos valores a serem adicionados aos salários de contribuição integrantes do período básico de cálculo ocorreu tardiamente, sendo que, o segurado propôs a ação revisional antes que se passassem 10 (dez) anos, contados a partir da data em que deles teve ciência. 4. Sucumbência bem fixada. Prequestionamento" (fl. 271e). Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 1 de 10
2 Alega o recorrente, no Recurso Especial, violação aos arts. 35, 37 e 41-A, 5º, todos da Lei 8.213/91, e 174 do Decreto 3.048/99. Sustenta, em síntese, "que no momento em que foi postulado o benefício na via administrativa não havia qualquer comprovação das parcelas remuneratórias obtidas na justiça do trabalho, o que só restou conhecido pela autarquia previdenciária após conhecimento do pedido revisional realizado na esfera administrativa. Frisa-se que tal situação somente restou comprovada em data bem posterior - por meio de documentos suficientes para tanto, agora em sede judicial, não podendo o INSS ser penalizado se o autor não conseguiu comprovar, na esfera administrativa na época do requerimento originário, o direito que postulava e ora teve reconhecido na esfera judicial" (fl. 281e). Conclui afirmando que, "não tendo o segurado cumprido com as exigências a seu cargo na época adequada para tanto, o termo inicial do benefício com a majoração de renda mensal deve ser fixado na data do requerimento judicial de revisão administrativa" (fl. 282e). Apresentadas contrarrazões (fls. 289/292e), o recurso foi admitido, na origem (fl. 295e). O Recurso Especial não merece conhecimento. Este é o teor do voto condutor do acórdão recorrido, no que interessa: "Da leitura dos autos, verifica-se que a segurada obteve êxito em reclamatória trabalhista, no que diz respeito ao reconhecimento de parcelas salariais que implicaram em alteração nos salários de contribuição componentes do período de cálculo do benefício (PBC). Tal alteração deve ser observada no cálculo do benefício, com efeitos financeiros desde a data do início do benefício, ressalvada a prescrição quinquenal, quando esta incidir. Como colocado pelo Juízo singular: 'A parte autora pretende sejam consideradas no período básico de cálculo do seu benefício de aposentadoria parcelas reconhecidas pela Justiça do Trabalho como integrantes da sua remuneração. O art. 28 da Lei n.º 8.212/91 assim dispõe acerca do salário-de-contribuição: Art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição: I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 2 de 10
3 pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa; (...) 7º O décimo-terceiro salário (gratificação natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo de benefício, na forma estabelecida em regulamento. 8º Integram o salário-de-contribuição pelo seu valor total: a) o total das diárias pagas, quando excedente a cinqüenta por cento da remuneração mensal; 9º Não integram o salário-de-contribuição para os fins desta Lei, exclusivamente: (...) Reconhecidas em sentença trabalhista verbas remuneratórias que haviam sido sonegadas ao requerente durante o contrato de trabalho com seu ex-empregador, por lapso temporal coincidente com o período base de cálculo do benefício de aposentadoria em exame, é imperioso sejam consideradas como salários-de-contribuição, entendidos esses como sendo a remuneração efetivamente recebida ou creditada à parte autora a qualquer título, durante o mês, na dicção do art. 28 da Lei nº 8.212/91, já transcrito, e consoante os exatos termos da condenação trabalhista. Outra não é a orientação majoritária da jurisprudência conforme ementas abaixo transcritas exemplificativamente: PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. DIFERENÇAS SALARIAIS RECONHECIDAS EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. 1. O êxito do segurado em reclamatória trabalhista, no que pertine ao reconhecimento de diferenças salariais, lhe atribui o direito de postular a revisão dos salários-de-contribuição componentes do período básico de cálculo do benefício, os quais, por conseqüência, acarretarão novo salário-de-benefício, sendo que o recolhimento das contribuições pertinentes, tratando-se de empregado, é ônus do empregador. 2. Com relação ao termo inicial da revisão, deve retroagir à data da concessão do benefício, tendo em vista que o deferimento de verbas trabalhistas representa o reconhecimento tardio de um direito já incorporado ao patrimônio jurídico do segurado. Para o pagamento dos atrasados, impõe-se a observância da prescrição quinquenal. (TRF4, APELREEX Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 3 de 10
4 , Sexta Turma, Relator Celso Kipper, D.E. 12/01/2010) PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. PRESCRIÇÃO, REVISÃO. DIFERENÇAS SALARIAIS DECORRENTES DE RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL DO PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS. INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. 1. A prescrição das parcelas devidas a título de adicional de periculosidade não implica em prescrição do direito a tê-las incluídas quando do cálculo dos salários-de-contribuição. 2. O êxito do segurado em anterior reclamatória trabalhista, no que pertine ao reconhecimento de parcelas salariais, atribui-lhe o direito de postular a revisão dos salários-de-contribuição componentes do período de cálculo do benefício, ainda que a Autarquia Previdenciária não tenha participado da relação processual. Precedentes desta Corte. 3. Os valores devidos devem ser pagos desde a data da concessão do benefício, eis que o segurado não pode ser penal izado em razão do empregador não ter recolhido corretamente as contribuições previdenciárias, tampouco pelo fato do INSS ter falhado na fiscalização da regularidade das exações, além do que cientificado dos recolhimentos na própria Reclamatória Trabalhista, observada a prescrição qüinqüenal. 4. Tendo em vista a existência de requerimento administrativo de revisão em , que já configuraria causa interruptiva da prescrição naquela data, restam prescritas as parcelas anteriores a Honorários advocatícios mantidos em 10% (dez por cento) sobre as parcelas vencidas até a data da prolação da sentença, excluídas as parcelas vincendas, na forma das Súmulas nºs 111 do STJ e 76 deste Tribunal. 6. Apelação do INSS e Remessa Oficial improvidas e Apelação do autor parcialmente provida. (TRF4, AC , Quinta Turma, Relator Luiz Antonio Bonat, D.E. 20/07/2007) PREVIDENCIÁRIO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. AÇÃO TRABALHISTA. REFLEXOS NA RELAÇÃO PREVIDENCIÁRIA. TERMO INICIAL DE PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS. 1. Quando a Justiça do Trabalho, no exercício de sua competência constitucional, reconhece que determinada prestação de serviço, incontroversa, ostenta natureza trabalhista, a sentença produz efeitos Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 4 de 10
5 também na relação previdenciária, de modo que impositiva, se for o caso, a revisão do benefício deferido pelo INSS. 2. O recolhimento das contribuições, no caso, é obrigação do empregador, nos termos do art. 30, I, 'a', da Lei 8.213/91, de obrigação do empregador, não podendo a eventual ausência se prestar como argumento para inviabilizar a revisão do benefício 3. Reconhecido o direito à revisão, as diferenças são devidas desde a DIB do benefício, observada a prescrição qüinqüenal, até porque a parte não pode ser prejudicada pela omissão do empregador e o INSS não estará sendo penalizado, mas apenas instado a pagar valores eram devidos. (TRF4, AC , Turma Suplementar, Relator Ricardo Teixeira do Valle Pereira, D.E. 01/06/2007) PREVIDENCIÁRIO. SEGURADO EMPREGADO. RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO. RESPONSABILIDADE. EMPREGADOR. REVISÃO DE BENEFÍCIO. INCLUSÃO DE VERBAS RECONHECIDAS EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. DECRETO N /1999, ARTIGO 144. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Em se tratando de segurado empregado, cumpre assinalar que a ele não incumbe a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições. Nessa linha de raciocínio, demonstrado o exercício da atividade vinculada ao Regime Geral da Previdência, nasce a obrigação tributária para o empregador. 2. Uma vez que o segurado empregado não pode ser responsabilizado pelo não recolhimento das contribuições na época própria, tampouco pelo recolhimento a menor, não há falar em dilatação do prazo para o efetivo pagamento do benefício por necessidade de providência a seu cargo. 3. A interpretação dada pelas instâncias ordinárias, no sentido de que o segurado faz jus ao recálculo de seu benefício com base nos valores reconhecidos na justiça obreira desde a data de concessão não ofende o Regulamento da Previdência Social. 4. Recurso especial improvido. (REsp /RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 16/06/2009, DJe 03/08/2009). No que diz respeito aos valores dos salários de contribuição a serem considerados pelo INSS na revisão do benefício de Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 5 de 10
6 aposentadoria da parte autora, é matéria que fica relegada para liquidação de sentença, sendo desnecessário provimento jurisdicional imediato sobre a matéria na medida em que nem sequer existe pretensão resistida, até o momento, sobre o ponto. Observe-se, contudo, que no recálculo da RMI da aposentadoria esta não poderá ultrapassar o teto do RGPS. Por fim, o termo inicial da revisão deverá ser a data da implantação do benefício (DIB). Isso porque a decisão proferida na Justiça do Trabalho tem natureza declaratória e não constitutiva em relação ao valor dos salários de contribuição. A majoração dos salários de contribuição do demandante ocorreu porque, em sede de reclamatória trabalhista, foram reconhecidos valores que não haviam sido pagos em tempo ao autor, o qual não pode ser penalizado duplamente, por não ter recebido corretamente os seus direitos trabalhistas, necessitando recorrer à via judicial, e por não poder computar os valores devidos no seu benefício previdenciário. Da mesma forma, como é responsabilidade da empresa o recolhimento das contribuições e sendo passível de execução nos próprios autos da reclamatória, desnecessária a comprovação do efetivo recolhimento do tributo pelo segurado para fins previdenciários. No presente caso as diferenças remuneratórias decorrentes do processo /00-1, 27ª Vara do Trabalho - Porto Alegre, apuradas no cálculo de liquidação juntado no evento 1, OUT7, estão compreendidas no período básico de cálculo da aposentadoria, sendo que houve desconto das contribuições previdenciárias do empregado, demonstrando que são parcelas integrantes do salário de contribuição'. Isso porque, se o INSS tem direito a cobrar as contribuições previdenciárias, desde a época em que devidas as verbas reconhecidas pela Justiça Laboral (art. 43 da Lei 8.212/91), afrontaria o senso de justiça uma interpretação anti-isonômica que admitisse a implantação do recálculo da RMI (renda mensal inicial) em período distinto ao da concessão, já que, nesse, são levados em conta os valores componentes do PBC. O segurado e seus dependentes, ademais, não podem ser penalizados em razão de o empregador não ter recolhido, corretamente, as contribuições previdenciárias, tampouco, pelo fato de o INSS ter falhado na fiscalização da regularidade das exações. Nesse sentido: Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 6 de 10
7 PREVIDENCIÁRIO. PRESCRIÇÃO. REVISÃO DE RMI. SALÁRIOS-DE-CONTRIBUIÇÃO. ACRÉSCIMO DE PARCELAS SALARIAIS. RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL DE PAGAMENTO DAS DIFERENÇAS. CONSECTÁRIOS. 1. A prescrição não atinge o fundo de direito, mas somente os créditos relativos às parcelas vencidas há mais de cinco (5) anos da data do ajuizamento da demanda. 2. Acertada a determinação de recálculo da renda mensal inicial, considerando-se a inclusão de parcelas salariais obtidas em reclamatória trabalhista, sobre os salários-decontribuição computados no período básico de cálculo alusivo aos proventos de inativação do segurado falecido. 3. Reconhecido o direito à revisão, as diferenças são devidas desde a DIB do benefício, haja vista que a parte não pode ser prejudicada pela omissão do empregador e o INSS não estará sendo penalizado, mas apenas instado a pagar valores eram devidos. 4. A atualização monetária das parcelas vencidas deverá ser feita pelo IGP-DI (Lei n.º 9.711/98, art. 10), desde a data dos vencimentos de cada uma, inclusive daquelas anteriores ao ajuizamento da ação, em consonância com os Enunciados nº 43 e 148 da Súmula do STJ. 5. Nos termos da Súmula nº 75 do TRF 4ªR, 'Os juros moratórios, nas ações previdenciárias, devem ser fixados em 12% ao ano, a contar da citação'. 6. A Autarquia Previdenciária pagará honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da condenação, excluídas as parcelas vencidas após a prolação da sentença, na forma da Súmula nº 76 desta Corte. 7. No Foro Federal, é a Autarquia isenta do pagamento de custas processuais, a teor do disposto no art. 4º da Lei nº 9.289, de , sequer adiantadas pela parte autora em razão da concessão do benefício da Assistência Judiciária Gratuita. (TRF4, APELAÇÃO/REEXAME NECESSÁRIO Nº , Turma Suplementar, Des. Federal Luís Alberto d'azevedo Aurvalle, D.E. 16/12/2008) Cumpre observar que, ainda que o INSS não tenha participado da relação processual, é responsável pelo pagamento correto do benefício. Não obstante, quando do cálculo da liquidação trabalhista, sempre há a apuração dos valores devidos a título de contribuições previdenciárias que são depositadas na conta da Autarquia Previdenciária, preservando-se, assim, a fonte de custeio respectiva. Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 7 de 10
8 A sentença guardou identidade de fundamentos de fato e de direito com os expendidos no curso da fundamentação deste voto, não cabendo reparos à excelente decisão, por decorrência da remessa oficial e do recurso do INSS" (fls. 264/267e). O entendimento da Tribunal de origem vai ao encontro da jurisprudência desta Corte, no sentido de que o termo inicial dos efeitos da revisão de benefício previdenciário, em decorrência de verbas salariais reconhecidas em sentença trabalhista, deve retroagir à data da concessão do benefício, tendo em vista que o deferimento de tais verbas representa o reconhecimento tardio de direito já incorporado ao patrimônio jurídico do segurado (REsp /RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA TURMA, julgado em 25/11/2014, DJe 19/12/2014). Sobre a questão, confiram-se: "PROCESSUAL CIVIL E PREVIDENCIÁRIO. VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. VERBAS SALARIAIS RECONHECIDAS EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. EFEITOS FINANCEIROS. TERMO INICIAL. DATA DA CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. PRECEDENTES. 1. Inexistente a alegada violação do art. 535 do CPC, pois a prestação jurisdicional foi dada na medida da pretensão deduzida, como se depreende da leitura do acórdão recorrido, que enfrentou os temas abordados no recurso de apelação. 2. Os efeitos financeiros decorrentes do reconhecimento das verbas que compõe o salário de benefício, em reclamatória trabalhista, retroage à data da concessão do benefício. Precedentes: (AgRg no REsp /RS, Rel. Haroldo Rodrigues (Desembargador Convocado do TJ/CE), Sexta Turma, DJe ); (REsp /RS, Rel. Min. Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 03/08/2009); (REsp /MG, Rel. Min. José Arnaldo da Fonseca, Quinta Turma, julgado em , DJ 09/05/2005). 3. O segurado empregado não pode ser responsabilizado pela inadimplência do empregador ao não recolher o tributo ou recolher a menos, cabendo à autarquia a incumbência de fiscalização e regularidade fiscal das empresas no tocante às Contribuições Previdenciárias. (REsp /RS, Rel. Ministro Jorge Mussi, Quinta Turma, DJe 03/08/2009). Recurso especial improvido" (STJ, REsp /RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, SEGUNDA TURMA, DJe de 07/03/2012). "PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO ESPECIAL. SEGURADO EMPREGADO. RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO. RESPONSABILIDADE DO Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 8 de 10
9 EMPREGADOR. REVISÃO DE BENEFÍCIO COM INCLUSÃO DE VERBAS RECONHECIDAS EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL FIXADO NA DATA DE CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE DECADÊNCIA E PRESCRIÇÃO. INOVAÇÃO RECURSAL. AGRAVO DO INSS DESPROVIDO. 1. A alegada decadência do direito do agravado e de prescrição da pretensão correspondente não foram objeto do Raro Apelo interposto pela Autarquia Previdenciária, configurando, dest'arte, inovação em sede de Agravo Regimental, inviável de análise, portanto. 2. Agravo Regimental desprovido" (STJ, AgRg no REsp /SC, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, PRIMEIRA TURMA, DJe de 04/04/2014). "PREVIDENCIÁRIO. SEGURADO EMPREGADO. RECOLHIMENTO DE CONTRIBUIÇÃO. RESPONSABILIDADE. EMPREGADOR. REVISÃO DE BENEFÍCIO. INCLUSÃO DE VERBAS RECONHECIDAS EM RECLAMATÓRIA TRABALHISTA. TERMO INICIAL. CONCESSÃO DO BENEFÍCIO. DECRETO N /1999, ARTIGO 144. VIOLAÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Em se tratando de segurado empregado, cumpre assinalar que a ele não incumbe a responsabilidade pelo recolhimento das contribuições. Nessa linha de raciocínio, demonstrado o exercício da atividade vinculada ao Regime Geral da Previdência, nasce a obrigação tributária para o empregador. 2. Uma vez que o segurado empregado não pode ser responsabilizado pelo não recolhimento das contribuições na época própria, tampouco pelo recolhimento a menor, não há falar em dilatação do prazo para o efetivo pagamento do benefício por necessidade de providência a seu cargo. 3. A interpretação dada pelas instâncias ordinárias, no sentido de que o segurado faz jus ao recálculo de seu benefício com base nos valores reconhecidos na justiça obreira desde a data de concessão não ofende o Regulamento da Previdência Social. 4. Recurso especial improvido" (STJ, REsp /RS, Rel. Ministro JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, DJe de 03/08/2009). Assim, estando o acórdão recorrido em sintonia com o entendimento desta Corte Superior, incide, na espécie, a Súmula 83 do STJ. Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 9 de 10
10 Em face do exposto, com fundamento no art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao Recurso Especial. I. Brasília (DF), 12 de maio de MINISTRA ASSUSETE MAGALHÃES Relatora Documento: Despacho / Decisão - Site certificado - DJe: 28/05/2015 Página 10 de 10
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