UMA ANÁLISE DA CONCESSÃO DAS RODOVIAS PARANAENSES E SEUS EFEITOS SOBRE A ECONOMIA

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1 UMA ANÁLISE DA CONCESSÃO DAS RODOVIAS PARANAENSES E SEUS EFEITOS SOBRE A ECONOMIA RESUMO: Neste trabalho de pesquisa faz-se uma análise da concessão das rodovias paranaenses para a iniciativa privada e seus impactos sobre a economia. Embora o estado de conservação das rodovias tenha melhorado muito, a cobrança de pedágios provocou o encarecimento dos fretes e descontentamento nos usuários das rodovias. Uma análise das rodovias brasileiras e seu estado de conservação são feitos neste trabalho para averiguar os benefícios da concessão para a iniciativa privada. PALAVRAS-CHAVE: rodovias concedidas; empresas concessionárias; recuperação de rodovias; pedágios. ABSTRACT: In this work of research an analysis of the concession of the highways from Parana for the private initiative and its impacts becomes on the economy. Although the state of conservation of the highways has improved very, the collection of tolls provoked price increasing of the freights and dissatisfaction in the users of the highways. An analysis of the Brazilian highways and its state of conservation are made in this work to inquire the benefits of the concession for the private initiative. KEY-WORDS: granted highways; concessionaires companies; recovery of highways; tolls. 1 INTRODUÇÃO Faz-se, neste trabalho de pesquisa, uma análise da situação das rodovias brasileiras que, em virtude de seu precário estado de conservação, geram ineficiências econômicas, onerando os custos do transporte. Uma das saídas para a recuperação da malha rodoviária tem sido concedêlas para a iniciativa privada, mediante a cobrança de pedágios, o que gerou grandes descontentamentos nos usuários, já que, mesmo com rodovias melhor conservadas, os valores dos pedágios oneram os custos. Os demonstrativos contábeis das empresas concessionárias do chamado anel de integração do Paraná evidenciam os resultados financeiros auferidos pelas mesmas no período de 1998 a 09, bem como, os serviços prestados, o número de empregos gerados e os impostos recolhidos. Foram, por isso, pesquisadas neste trabalho. 2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa foi realizada por meio da análise do estudo de conservação das rodovias brasileiras feito pela Confederação Nacional dos Transportes CNT -, por ser considerado o mais amplo estudo do ramo realizado no Brasil. A avaliação das empresas concessionárias de rodovias foi feito por meio da

2 análise das demonstrações contábeis divulgadas pela Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias - ABCR. Fez-se, também, uma leitura dos contratos de concessão das rodovias com o objetivo de averiguar a legalidade da cobrança dos pedágios. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO UM ESTUDO DO ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS RODOVIAS BRASILEIRAS Segundo dados do Departamento Nacional de Infra-estrutura dos Transportes, existem no Brasil Km de rodovias, distribuídas conforme a Tabela 01. TABELA 01 - MALHA RODOVIÁRIA EXTENSÃO EM KM Pavimentada Não Pavimentada Total Federal Estadual Coincidente Estadual Municipal TOTAL Fonte: DENIT Da malha rodoviária brasileira, uma extensão de km são concedidos para a cobrança de pedágios, conforme a Tabela 02. TABELA 02 - MALHA RODOVIÁRIA CONCESSIONADA EXTENSÃO EM KM Administrada por Iniciativa Privada 9.39 Administrada por Operadoras Total

3 Fonte:DENIT Em uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Transportes CNT -, em km das principais rodovias brasileiras, avaliou-se o estado de conservação e trafegabilidade destas rodovias, conforme a Tabela 03. TABELA 03 - EXTENSÃO PESQUISADA KM TOTAL Gestão Pública 6.56 Gestão Concessionada Federal Estaduais Fonte:CNT Os itens considerados na avaliação das rodovias feita pela CNT foram os constantes da Tabela 04. TABELA 04 - TÓPICOS CONSIDERADOS NA AVALIAÇÃO DAS RODOVIAS Pavimento em estado crítico (regular,ruim, péssimo) 54,5 % 4. km Sinalização com problemas 65,3 % km Sem acostamento 42,5 % km Placas encobertas por mato 1,0 % 80 km Trechos com afundamentos, ondulações ou buracos 12,1% km Predominância de pista de rolamento simples de mão dupla 89,6% km Fonte:CNT A situação geral das rodovias avaliadas pode ser averiguada na Tabela 05. TABELA 05 - SITUAÇÃO DAS RODOVIAS AVALIADAS Ótimo km 10,5 % Bom km 15,6 % Regular km 40,8 % Ruim km 22,1 % Péssimo km 11,0 % TOTAL km 100 % A avaliação das rodovias sob gestão pública, 6.56 km, é o constante na Tabela 06. TABELA 06 - AVALIAÇÃO DAS RODOVIAS SOB GESTÃO PÚBLICA

4 Ótimo 4.23 km 5,5 % Bom km 13,3 % Regular km 43, % Ruim km 25,0 % Péssimo km 12,4 % A situação das rodovias concessionadas, num total de km, é a constante da Tabela 0. TABELA 0 - AVALIAÇÃO DAS RODOVIAS CONCESSIONADAS Ótimo 4.94 km 45,9 % Bom 3.43 km 31, % Regular km 19,8 % Ruim 232 km 2,1 % Péssimo 50 km 0,5 % A comparação entre as rodovias sob gestão pública e as rodovias concessionadas evidencia que enquanto 18,8%, ou seja, km, das rodovias de gestão pública se encontram em estado ótimo e bom, enquanto que,6%, ou seja, km das rodovias concessionadas foram consideradas ótimas e boas. Para que sejam recuperadas as rodovias brasileiras estima-se investimentos de 23,4 bilhões de reais. Os cálculos podem ser avaliados na Tabela 08. TABELA 08 - CÁLCULO DOS INVESTIMENTOS NECESSÁRIOS PARA RECUPERAÇÃO DO PAVIMENTO Investimentos necessários para recuperação do Pavimento Reconstrução (trechos totalmente destruídos-pavimento:péssimo) km R$ ,00 5,2 bilhões Restauração (trechos buracos,ondul e afund-pav.ruim e reg.) km R$ 4.000,00 1,1 bilhões Manutenção (trechos desgastados-pavimento:bom) km R$ ,00 1,02 bilhão Considerou-se que para a reconstrução de trechos totalmente destruídos são necessários investimentos de R$ ,00 por quilômetro. Para a restauração de trechos com buracos ou ondulações são necessários R$ 4.000,00 por quilômetro. A manutenção de trechos desgastados, mas que apresentam um pavimento ainda em boas condições, são necessários R$ ,00 por quilômetro. Uma vez restaurada a malha rodoviária nacional, os investimentos para a sua conservação seriam conforme o descrito na Tabela 09.

5 TABELA 09 - INVESTIMENTOS PARA CONSERVAÇÃO DAS RODOVIAS Pista simples km R$ R$ ,00 Pista Dupla 9.06 km R$ R$ ,00 TOTAL km R$ , INFORMAÇÕES FINANCEIRAS E DE DESEMPENHO DAS CONCESSIONÁRIAS DAS RODOVIAS DO ANEL DE INTEGRAÇÃO TABELA 10 - GERAÇÃO DE EMPREGOS Med ida Total Emprego s Diretos Indiretos Fonte: ABCR médi a unid ade unid ade TOT AL TABELA 11 - INFORMAÇÕES FINANCEIRAS (EM MILHÕES DE REAIS) Total de Receita Total de Despesas Gastos Operacionais Pagamento ao Poder Concedente Despesas Financeiras Total de Impostos , , , , , ,64 41, , , ,0 362,1 386, ,2 258,0 246, , , , 110, , ,2 38 3,88 48,15 60, , , , 99 11, , , , , , 4 16, , , , , , , , , , , , , , , , , , 164, 88 12, , 464 TOTA L 6.54, , , , , ,1 6

6 Impostos federais 1,3 1 18, , , , , , , , ,3 4 Impostos municipais 1,2 19, ,01 33, , , ,1 4 51,4 6 46, ,5 46 Total Investiment os 219, , , ,5 9 13, , , 244

7 criação de empregos e do recolhimento de impostos, principalmente municipais. Os benefícios para Estado do Paraná devem também ser ressaltados, já que o Estado recebeu R$ e nada precisou investir na recuperação e manutenção das rodovias. 5 REFERÊNCIAS ABCR - Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias. Disponível em: < CNT - Confederação Nacional dos Transportes. Disponível em: < WONNACOTT, Paul; WONNACOTT, Ronald: Economia. São Paulo, Books, Makron