REVISTA FÓRUM IDENTIDADES Ano V, v. 12, n. 12, jul dez ISSN APRESENTAÇÃO
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- Ilda Affonso de Santarém
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1 REVISTA FÓRUM IDENTIDADES Ano V, v. 12, n. 12, jul dez ISSN APRESENTAÇÃO O GEPIADDE apresenta o volume 12 da Revista Fórum Identidades com ênfase nas questões de gênero e na violência no espaço da escola. O dossiê deste volume traz uma reflexão sobre processos pedagógicos de inclusão social e da construção de identidades de professores e professoras no espaço escolar: Desafios da Educação na contemporaneidade. Na Seção livre, abre-se espaço para artigos sobre diversas abordagens culturais e literárias. Os artigos aqui reunidos ressaltam a interdisciplinaridade deste periódico acadêmico com destaque para as áreas de Educação, Ciências Sociais, Letras e Psicologia da Educação. O Dossiê Desafios da Educação na contemporaneidade traz reflexões sobre como resolver as questões de gênero e de violência no espaço da escola e fecha com um inovador artigo sobre o uso do celular como recurso didático. Além dessas preocupações, há artigos que reforçam a importância de novas abordagens étnico-raciais para democratizarmos o espaço da escola. No primeiro artigo do dossiê, VIOLÊNCIA ESCOLAR: PROBLEMATIZANDO A RELAÇÃO ENTRE O BULLYING E A HOMOFOBIA, Joilson Pereira da Silva e Nayana Santana Barreto apresentam uma pesquisa sobre o espaço da escola como local de formação de identidades e imposição de valores. Os dois pesquisadores ressaltam que muitas vezes esse processo não respeita a diferença e pode acontecer o bullying. Com tal constatação, este artigo analisa como esse tipo de violência acontece em relação à homofobia. O estudo ressalta que a
2 heteronormatividade reforça valores tradicionais de forma opressora, gerando violência contra jovens homossexuais no espaço da escola. O segundo artigo do dossiê ressalta a importância das questões de gênero na melhoria da condição de trabalho no espaço escolar. Em A CONSTRUÇÃO DAS RELAÇÕES SOCIAIS DE GÊNERO ENTRE TRABALHO DOCENTE E FAMÍLIA, Alfrancio Ferreira Dias traz uma abordagem de gênero sobre construção das relações de trabalho no ensino básico, analisando como os professores e as professoras integram seu desempenho profissional à vida doméstica. O pesquisador constata que, na relação entre trabalho e família, a dimensão da alteridade tem contribuído para a ampliação da cidadania e dos direitos das mulheres e dos homens nesta relação. Dando sequência às questões de gênero, mas agora pelo prisma étnico-racial, em MULHER E PODER: A PERSPECTIVA DE ALUNAS (OS) E PROFESSORAS (ES) DO COLÉGIO MODELO LUÍS EDUARDO MAGALHÃES SALVADOR, Rosivalda dos Santos Barreto apresenta narrativas de educadores (as) e educandos (as) do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, de Salvador. Neste artigo, ela analisa as representações de poder de líderes femininas afrosoteropolitanas. A autora usa a metodologia afrodescendente de pesquisa, ligada ao conhecimento específico da história da África e dos afrodescendentes. No artigo seguinte, o tema volta a ser a questão da violência no espaço da escola. Em VIOLÊNCIA ESCOLAR: UM DESAFIO AOS PROFESSORES E GESTORES, Liliane Pereira de Souza e Edinelson Vilalba Queirós apresentam um estudo sobre as diferentes manifestações da violência escolar. Entre os mais relevantes, destacam a construção de subsídios para a discussão da temática, em virtude de ser um dos grandes desafios da contemporaneidade. Como saída, os autores apresentam o diálogo e a participação efetiva dos gestores, do Estado e da sociedade, o que é fundamental para ações de combate à violência.
3 Logo na sequência, há outro artigo que analisa o fenômeno da violência na escola. Em AS IMPLICAÇÕES DO APOIO SOCIAL NAS SITUAÇÕES DE VIOLÊNCIA ESCOLAR, Jackeline Maria de Souza e Renata Silva Teixeira trazem uma pesquisa sobre a necessidade de se repensar a violência escolar. As duas autoras apresentam reflexões teóricas acerca da violência no espaço escolar. Elas defendem a perspectiva de que a violência é um fenômeno multicausal que precisa ser analisado amplamente para além das fronteiras da escola. Logo depois, há um artigo que coloca em foco o desafio da educação de pôr em prática ações pedagógicas que valorizem questões étnico-raciais. Em LEI /03: POR UMA EDUCAÇÃO ANTIRRACISMO NO BRASIL, Tássia Fernanda de Oliveira Silva faz uma reflexão sobre as demandas que emergem por força da Lei Federal /03. A pesquisadora retoma o debate em torno da reivindicação de propostas de reparação à população negra. A saída é a construção de políticas afirmativas a partir da construção de um currículo que atenda a essas demandas. Fechando este dossiê, em LIGA ESSE CELULAR! PESQUISA E PRODUÇÃO AUDIOVISUAL EM SALA DE AULA, Gilberto Luiz Lima Barral apresenta uma proposta de uso do celular como uma prática diversificada de produção de material didático em sala de aula. Ele faz uma reflexão sobre a importância do audiovisual na educação atual. O artigo valoriza a produção e o consumo de produtos pedagógicos realizados com os recursos do celular e a defesa de uma estética do filme celular. Na seção livre, temos várias abordagens sobre questões identitárias e culturais. Os textos selecionados primam pela diversidade teórica e interdisciplinar de investigação científica. Abrindo a seção livre, temos uma análise antropológica do texto literário. Em SOB O VENTRE DOS FRUTOS: CORPOREIDADE EM ADÉLIA PRADO E PAULA TAVARES, Adriana Sacramento apresenta uma análise da poesia de Adélia Prado e de Paula Tavares a partir do instante culinário que marca um olhar inaugural da poesia contemporânea de autoria feminina.
4 Dando sequência, em DESLIZAMENTOS ENTRE IMAGINÁRIO E REALIDADE NA LITERATURA POP, Antonio Eduardo Soares Laranjeira faz uma leitura de Hotel Hell, de Joca Reiners Terron, para compreender como elementos da cultura pop produzem um imaginário de subjetividades que dão conta da pluralidade do imaginário global. Essa obra apresenta um repertório iconográfico oriundo de outras artes: fotografia e histórias em quadrinhos, ampliando a ideia de fragmentação. Em DO MITO À MEMÓRIA NA LITERATURA INFANTOJUVENIL DE ALINA PAIM, Ana Leal Cardoso faz uma estudo dos mitos na literatura infantojuvenil de Alina Paim. Ela analisa questões míticas e maravilhosas no conto A casa da coruja verde, (1962) a partir da mitocrítica defendida por Gilbert Durand e dos estudos de Tzvetan Todorov, Carolina Marinho e Nelly Novaes Coelho. No artigo seguinte, IDENTIDADE CULTURAL EM QUINCAS BERRO DÁGUA, Carlos Artur Conceição traz um estudo sobre a obra A morte e a morte de Quincas Berro Dágua (1961), de Jorge Amado. Ele parte da noção de identidade cultural, desenvolvida por Stuart Hall, e de dispositivo problematizado por Foucault e Agamben para discutir como o protagonista desta obra se constitui sociologicamente. Nessas mesmas pegadas, em A IDENTIDADE DO SUJEITO NA PÓS-MODERNIDADE: ALGUMAS REFLEXÕES, Sheila da Silva Monte apresenta uma discussão acerca da questão do sujeito na pós-modernidade a partir dos problemas da flexibilidade da identidade no novo mundo globalizado. Na sequência, no artigo ENTRE RECORDAÇÕES E TRAUMAS: CONCEIÇÃO EVARISTO E TONI MORRISON, Wellington Neves Vieira analisa a memória traumática de mulheres negras nos romances Ponciá Vicêncio, de Conceição Evaristo e Beloved, de Toni Morrison (1987). O autor identifica o poder da memória como uma forma de resistência das afrodescendentes.
5 Em LEITURA: PROPOSTA QUE MOTIVA, ENSINA, APRENDE E FAZ TODA DIFERENÇA, os autores Luciana Virgília Amorim de Souza, Isabel Maria Amorim de Souza e Wanderley Costa de Oliveira apresentam propostas pedagógicas para despertar o gosto pela leitura nos alunos do ensino fundamental. Retomando a perspectiva educativa, Celina Cassal Josetti e Rosi Valéri Corrêa Araújo fazem uma abordagem histórica da educação no Brasil em EDUCAÇÃO NAS DÉCADAS DE 1920 A 1950 NO BRASIL: ALFABETIZAÇÃO DE ADULTOS EM QUESTÃO. As autoras discutem a trajetória de políticas públicas voltadas à educação no Brasil. Elas destacam a importância do planejamento geral da Campanha de Educação de Adultos, de 1947, com a criação do supletivo e o estímulo ao voluntarismo para diminuir o analfabetismo. Concluindo a seção livre, em DA INOCÊNCIA À CONSCIÊNCIA AMOR E CRÍTICA SOCIAL EM ROMÃO E JULINHA, DE OSCAR VON PFUHL, Osmar Pereira Oliva analisa a perspectiva infantojuvenil da peça de teatro Romão e Julinha, de Oscar Von Pfuhl. Este artigo traz reflexões sobre o amor, o racismo e a ociosidade representados por meio de animais que simbolizam a luta de classes. Agradecemos aos autores que, gentilmente, cederam os direitos de seus textos para a publicação neste periódico acadêmico e desejamos boas reflexões a todos. Itabaiana, dezembro de Organizador Carlos Magno Gomes
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