Avaliação da Colonização de Sementes de Alface. e Cebola por Rizobactérias
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- Jorge Custódio Soares
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1 Avaliação da Colonização de Sementes de Alface. e Cebola por Rizobactérias Josiane Gonçalves Silva¹; Regina Cássia Ferreira Ribeiro²; Thaynara Thaissa Dias Guimarães¹; Fabíola de Jesus Silva²; Adelica Aparecida Xavier²; Candido Alves da Costa¹ ¹ UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais - Instituto de Ciências Agrárias, Avenida Universitária, Bairro Universitário, Montes Claros MG josianegoncalves@hotmail.com, thaynara.dias@hotmail.com, andialves@hotmail.com. 2 UNIMONTES Universidade Estadual de Montes Claros Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas Departamento de Ciências Agrárias. Av. Reinaldo Viana, 2630, Bairro Bico da Pedra, Janaúba MG. regina.ribeiro@unimontes.br, fa.agronomia@gmail.com, adelica@unimontes.br RESUMO Diversos são os efeitos que as rizobactérias exercem sobre o crescimento de plantas, como a produção de reguladores de crescimento, aumento da fixação de nitrogênio, aumento da permeabilidade das raízes, dentre outros. Este trabalho teve como objetivo avaliar a colonização de sementes de alface e cebola. por isolados de rizobactérias, in vitro. O experimento foi realizado no laboratório de Fitopatologia da Universidade Estadual de Montes Claros, campus Janaúba, MG. Os tratamentos consistiram dos seguintes isolados de rizobactérias: Paenibacillus lentimorbus 69; Paenibacillus lentimorbus - 17; Bacillus pumilus 76; Bacillus pumilus - 10 ; Bacillus pumilus 01 com 6 repetições. A testemunha constou de sementes tratadas com água destilada esterilizada. Os resultados foram avaliados após 15 dias, de forma qualitativa, onde se observou a formação do halo esbranquiçado em volta da raiz. Todos os isolados de rizobactérias promoveram melhor desenvolvimento das raízes quando comparados com a testemunha. Bacillus pumilus 76 e Paenibacillus lentimorbus 69 apresentaram maior índice de formação de halo esbranquiçado tanto para a alface quanto para a cebola., enquanto a Paenibacillus lentimorbus 17 apresentou o menor índice. PALAVRAS-CHAVE: rizobactérias, Lactuca sativa L., Allium cepa L. ABSTRACT There are several effects that rhizobacteria have on plant growth, as production of growth regulators, increased nitrogen fixation, increased permeability of the roots,among others. This study aimed to evaluate the in vitro colonization of five rhizobacteria on lettuce and onion seeds. The experiment was conducted in the laboratory of Plant Pathology, State University of Montes Claros, Janaúba campus, Minas Gerais state. Treatments were constituted by rhizobacteria isolate: Paenibacillus lentimorbus - 69; Paenibacillus lentimorbus - 17; Bacillus pumilus - 76; Bacillus pumilus - 10; Bacillus pumilus The treatments were replicated 6 times. The control was represented by seeds treated with sterile water. The results were evaluated after 15 days by qualitative way, where it was observed the formation of white halo around the root. All isolates of rhizobacteria promoted better root development when compared with the control. Bacillus pumilus - 76 and Paenibacillus lentimorbus - 69 showed a higher rate of formation of whitish halo both for lettuce and onion, while Paenibacillus lentimorbus - 17 showed a lower level. Keywords: rhizobacteria, Lactuca sativa L., Allium cepa L.. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2062
2 As rizobactérias estão se tornando cada vez mais conhecidas por possuírem a capacidade de aumentar consideravelmente o crescimento e desenvolvimento das plantas e por auxiliarem no controle de doenças radiculares e foliares. As bactérias que colonizam raízes são denominadas de rizobactérias promotoras de crescimento vegetal (RPCV). O uso de rizobactérias é considerado uma alternativa sustentável para o aumento da produtividade, pois desempenham efeitos favoráveis, como a produção de sideróforos e a indução de resistência. Como afirma Harthmann et al. (2009) a microbiolização de rizobactérias em sementes de cebola pode promover respostas significativas. Os efeitos na promoção de crescimento incluem aumentos na altura, no número de folhas, na biomassa da parte aérea e da raiz, e na produção de bulbos. Para Andrews et al. apud Marcuzzo (2010) as bactérias são consideradas microorganismos de maior capacidade competitiva de colonizar que outros microorganismos do solo, porque esse processo se inicia na semente, ou após a emissão da radícula e sua distribuição deve acompanhar o crescimento das raízes, principalmente nas células epidérmicas, onde se encontram as maiores concentrações de exsudatos e de nutrientes e menor oscilação de temperatura e de umidade. Os efeitos observados são o aumento da taxa de germinação, crescimento de raízes, crescimento de caule, aumento do rendimento e bioproteção a patógenos. Diante de tantos benefícios esse trabalho teve como objetivo avaliar a colonização in vitro de sementes de alface e cebola por cinco rizobactérias. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido no laboratório de Fitopatologia da Universidade Estadual de Montes Claros, campus Janaúba, MG onde se avaliou in vitro a colonização radicular a partir de sementes de alface cultivar Brasil 221 e cebola cultivar baia periforme tratadas por rizobactérias. Foram utilizados cinco isolados de rizobactérias provenientes da rizosfera de bananeiras Prata-Anã de alguns Municípios do Norte de Minas Gerais. A identificação das bactérias foi realizada no laboratório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA/CMPA) descrito por Sanhueza e Melo (2007). Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2063
3 Em câmara de fluxo laminar, as células bacterianas, foram repicadas em meio líquido Trypic Soy Broty (TSB) e levadas ao agitador orbital Shaker onde permaneceram por agitação constante por 48 horas, rotação de 100 rpm a 28 C. Após esse período as células foram centrifugadas a rpm por 15 minutos. O sobrenadante foi descartado. As células bacterianas contidas no tubo foram retiradas com água destilada esterilizada e posteriormente calibradas no espectrofotômetro para OD 540 = 0,5 de absorbância. A limpeza das sementes foi feita em câmara de fluxo laminar, com solução de hipoclorito de sódio 2,5% por um minuto. Em seguida as sementes foram transferidas para erlenmeyers contendo água destilada para retirar o excesso do hipoclorito. Após esse processo, as sementes de alface e cebola foram colocadas para a germinação em placas de petri contendo algodão e papel filtro umedecido em água destilada esterilizada e envolvidas com papel alumínio por 24 horas. Após esse período as sementes foram imersas na suspensão de células bacterianas obtidas a partir da calibração por 10 minutos em agitação constante e filtradas, em tubos contendo meio de cultura de ágarágua. Foi adicionada uma semente em cada tubo. Os tratamentos consistiram de 6 repetições, constituídos por sementes de alface e cebola tratadas com os seguintes isolados de rizobactérias P. lentimorbus 69; P. lentimorbus - 17; B. pumilus 76; B. pumilus - 10 ; B. pumilus Sendo a testemunha sementes tratada com água esterilizada e autoclavada. Os resultados foram avaliados após 15 dias quando se observou a formação do halo esbranquiçado em volta da raiz. RESULTADO E DISCUSSÃO Verificou-se que os isolados de B. pumilus 76 e P. lentimorbus 69 apresentaram-se com maior frequência de formação do halo esbranquiçado em volta da raiz tanto para a alface quanto para cebola. A microbiolização de sementes com rizobactérias possibilita a ocorrência de efeitos promotores significativos na emergência de semente (REDDY & RADE, 1989). As bactérias quando aplicadas em sementes de cebola podem favorecer com aumentos na altura das mudas de cebola variando de 22 a 80% obtidos, Pulido et al. (2003). Resultados encontrados para o isolado de P. lentimorbus 17 relatam uma baixa incidência na formação de halos e comprovam os resultados de Benizri et al., (2001) onde o efeito desejado pela microbiolização de sementes com rizobactérias Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2064
4 quando não atingido é frequentemente associado à sua incapacidade de colonizar ou à ineficiente colonização das raízes de plantas. Vale ressaltar ainda que a ausência de fonte de carbono no meio utilizado, composto apenas por ágar e água, permitiu o desenvolvimento somente das bactérias que conseguem sobreviver utilizando os exsudatos radiculares da plântula de alface ou que são quimiotaticamente atraídas (HABE e UESUGI, 2000). Nos resultados obtidos todas as rizobactérias apresentaram colonização (Tabela 1.). É imprescindível o metabolismo ativo com condições favoráveis para o desenvolvimento da rizosfera. Em alguns tubos não ocorreu à germinação das sementes devido às características do poder germinativo de cada cultivar. O método de monitoramento in vitro da colonização radicular é eficiente para selecionar possíveis agentes de controle biológico in vivo ou promotores de crescimento (ROMEIRO et al., 1999; HABE e UESUGI, 2000) ressaltando a importância das bactérias testadas no trabalho. Todos os isolados de rizobactérias promoveram melhor desenvolvimento das raízes quando comparado com a testemunha. Bacillus pumilus 76 e Paenibacillus lentimorbus 69 apresentaram maior índice de formação de halo esbranquiçado tanto para a alface quanto para cebola, enquanto Paenibacillus lentimorbus 17 apresentaram-se com menor índice. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENIZRI, E.; BAUDOIN, E.; GUCKET, A Root colonization by inoculated plant growth promoting rhizobacteria. Biocontrol Science and Technology, v.11, p HABE, M.H.; UESUGI, C.H Método in vitro para avaliar a capacidade colonizadora de bactérias em raízes de tomateiro. Fitopatologia Brasileira, v. 25, p MARCUZZO, Leandro Luiz Efeita de rizobactérias sobre o biocontrole e promoção de crescimento de plantas. Revista de divulgação cientifica: Ágora. v.17, n.1. 2p. PULIDO, L.E.; MEDINA, N.; CABRERA, A La biofertilización con rizobactériasy hongos microrrízicos arbusculares en la producción de posturas de tomate (Lycopersicon esculentum Mill.) y cebolla (Allium cepa L.). I. Crecimiento vegetativo. Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2065
5 Cultivos Tropicales, v.24, n.1, p REDDY, M.S; RADE, J.E Bacillus subtilis B-2 and selected onion rhizobacteria in onion seedling rhizospheres: Effects on seedling growth and indigenous rhizosphere microflora. Soil Biology and Biochemistry, v.21, n.3, p ROMEIRO, R.S.; TAKATSU, A.; UESUGI, G.H.; MOURA, A. G.; SILVA, H.S.A Um método simples para seleção de rizobactérias com capacidade de promover colonização de raízes e suas implicações na indução de resistência a enfermidades e na promoção de crescimento de plantas. In: CONGRESSO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE FITOPATOLOGIA 32. HARTHMANN, O.E.L. Efeito da microbiolização de sementes com rizobactérias na produção de cebola f. Tese (Doutorado em Ciências Agrárias) - Pósgraduação em Agronomia, Setor de Ciências Agrárias, Universidade Federal do Paraná, Curitiba,PR. AGRADECIMENTOS Apoio: FAPEMIG, UNIMONTES e UFMG. Tabela 1. Avaliação da colonização de rizobactérias e germinação das sementes. Lactuca sativa L. Allium cepa L. Bacillus pumilus 76 Bacillus pumilus 76 R 5 Não germinou Paenibacillus lentimorbus 69 Paenibacillus lentimorbus 69 BACTÉRIA 01 Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2066
6 R 2 Não colonizou R 3 Não germinou R 5 Não colonizou R 6 Não colonizou Bacillus pumilus - 10 Bacillus pumilus - 10 R 5 Não germinou Paenibacillus lentimorbus - 17 Paenibacillus lentimorbus - 17 R 1 Não colonizou R 3 Não germinou R 5 Não Colonizou R 6 Não colonizou Testemunha Lactuca sativa L. Testemunha Allium cepa L. R 1 Germinou R 3 Não germinou R 5 Germinou R 6 Germinou R 1 Germinou R 3 Germinou R 4 Germinou R 5 - Germinou Hortic. bras., v. 30, n. 2, (Suplemento - CD Rom), julho 2012 S 2067
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