DAS LEIS À FORMALIZAÇÃO DA DEMOCRACIA: AS CONTRIBUIÇÕES DE LOCKE, TOQUECVILLE E DAHL. Palavras Chaves: Leis, Democracia, Representação e Participação.

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1 177 DAS LEIS À FORMALIZAÇÃO DA DEMOCRACIA: AS CONTRIBUIÇÕES DE LOCKE, TOQUECVILLE E DAHL César Machado Carvalho 1 Geraldo J. Ferraresi de Araújo 2 RESUMO: Ciente da importância em se conceber as Leis liberais como instrumento para a consolidação da democracia como regime político, este artigo tem como objetivo levantar três importantes pensadores políticos (John Locke, Alexis Toquecville e Robert A. Dahl) para compreender o quão os debates sobre as questões como poder, participação, reconhecimento e representação foram significativos para o amadurecimento dos regimes democráticos. O artigo utiliza como método o levantamento bibliografia dos pensadores políticos citados anteriormente. Palavras Chaves: Leis, Democracia, Representação e Participação. ABSTRACT: Aware of the importance of knowing the Liberal Laws as an instrument for the consolidation of democracy as a political system, this article aims to raise three important political thinkers (John Locke, Alexis Toquecville and Robert A. Dahl) to understand how the debates on issues such as power, participation, recognition and representation were significant for the maturing of democratic regimes. The article uses as method the literature survey of political thinkers cited above. Keywords: Law, Democracy, Representation and Participation. 1 Mestrando em Ciência Política pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). cesarmc27@yahoo.com.br 2 Bacharel em Administração pela Universidade de São Paulo (USP). geraldoferraresi@gmail.com

2 178 INTRODUÇÃO O artigo tem como objetivo traçar uma linha de pensamento que contemplasse as questões: democracia, poder, participação reconhecimento e representação. Para tal proposito partimos do pressuposto que as populações dos estados estão cada vez mais plural, desejosos por maiores liberdades e equidade social e de terem voz na esfera pública. Deste modo, capturamos discussões do pensamento político em que se destacam por reflexões em que a formalização de Leis liberais fora importante para assegurar a maior inserção da sociedade na vida política. Por consequência, uma reformulação no pensamento político moderno de conceber a forma de poder e de valorizar o anseio da sociedade em participar da vida pública. Em vista disso, utilizamos três pensadores políticos (John Locke, Alexis Toquecville e Robert Dahl) de distintos períodos históricos que partiram da concepção que o governo para o povo teria como ponto de partida a formalização de leis que viessem assegurar a participação popular, a escolha de representantes e os demais direitos, as quais são símbolos ao se pensar e se caracterizar a democracia nos tempos atuais. Logo, através do levantamento bibliográfico e analises depreendida pelo autor, pretende-se produzir uma linha de pensamento político que associe as questões mencionadas acima. O PENSAR AS LEIS E SUAS CONTRIBUIÇÕES PARA A DEMOCRACIA Atualmente a democracia tornou-se slogan para muitos governos e lideranças políticas para solucionar problemas gerados por uma sociedade cada vez mais plural e desejosa por equidade. Visto que, a democracia está imbuída de preceitos em que poder político advém do reconhecimento da maioria, da participação ativa da população nos assuntos públicos e da liberdade de escolha de seus representantes. Preceitos estes resultado de um histórico de concepções teóricas em que as leis devem ser instrumentos para assegurar os interesses da maioria, a participação política, a escolha de representantes e a igualdade e a liberdade política e que com o passar dos tempos enriqueceram os discursos democráticos. Muitos foram os pensadores políticos e filósofos que se pautaram através da perspectiva das leis para prover o bem estar da comunidade e alcançar uma sociedade política justa. Logo, neste trabalho destacaremos três John Lokce, Alexis Tocqueville e Robert Dahl. Os dois primeiros tem como ponto em comum a formação de governos em que as leis emanam da comunidade, por consequência produzindo concepções de poder, representação e reconhecimento, sem a perspectiva de premissas religiosas e divinas e idealizando uma sociedade política onde os indivíduos possuem uma participação ativa

3 179 nas questões públicas no Estado. Por último Robert Dahl, visto que seu método de análise para caracterizar se um país é democrático ou não está imbuído de algumas variáveis que estavam presentes nas discussões filosóficas políticas de Locke e Tocqueville. LOCKE: A CONSERVAÇÃO DA SOCIEDADE ATRAVÉS DAS LEIS John Locke ( ) foi um destacado político do parlamento britânico e defensor da liberdade e da tolerância religiosa, suas convicções o levaram a ser considerado como uns dos percussores da ideologia do liberalismo e fundador do empirismo, doutrina segundo a qual todo conhecimento deriva da experiência. A sua célebre teoria da Tábula Rasa o condecorou como um importante filósofo. Pois tal teoria determinava que as ideias, princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e existem independentemente das experiências humanas. Concepção que contrapunha as ideias inatas formulada por Platão e retomada por Descartes. (WEFFORT, 2001 p.83) No campo do pensamento político a sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil de 1689 exerceu uma forte influência sobre as revoluções liberais da época moderna, visto que nesta obra havia argumentações que refutavam a figura de um senhor soberano na condução do Estado e do direito divino concedidos aos reis. E que, nem a tradição nem a força serão fonte de legitimidade de poder, mas sim o consentimento dos indivíduos expresso aos governos assegurado pelas leis. Segundo Nobert Bobbio (2000), tal obra é a primeira e mais completa descrição do que venha ser um Estado Liberal. Aliás, Locke é reconhecido por ser um dos principais nomes da linha de pensamento político conhecida como jusnaturalismo: O Jusnaturalismo é uma doutrina segundo a qual existe e pode ser conhecido um "direito natural" (ius naturale), ou seja, um sistema de normas de conduta intersubjetiva diverso do sistema constituído pelas normas fixadas pelo Estado (direito positivo). Este direito natural tem validade em si, é anterior e superior ao direito positivo e, em caso de conflito, é ele que deve prevalecer. (BOBBIO, 1998 p. 655) Deste modo, Locke parte da concepção de que anteriormente a formação de uma sociedade política os homens encontram-se no estado de natureza, estágio em que os indivíduos gozavam de perfeita liberdade para regular suas ações e dispor de suas posses e pessoas de modo a julgarem acertados, dentro do limite da lei da natureza, sem pedir licença ou depender da vontade de qualquer outro homem. Um estado de igualdade em que é recíproco todo o poder e jurisdição, sem subordinação e sujeição. Porém, não é um estado de licenciosidade, visto que os homens são originários de um mesmo criador onipotente e infinitamente sábio. Logo, são regidos

4 180 pela lei de natureza, inerentes a eles, que a todos obriga e a razão, em que essa lei consiste, ensinam a todos aqueles que a consultem que, sendo todos iguais e dependentes, ninguém deveria prejudicar a outrem em sua vida, saúde, liberdade ou posses. Cada um está obrigado a preservar-se, e não abandonar sua posição por vontade própria; logo, pela mesma razão, quando sua própria preservação não estiver em jogo, cada um deve, tanto quanto puder, preservar o resto da humanidade, e não pode, a não ser que seja para fazer justiça a um infrator, tirar ou prejudicar a vida ou que favorece a preservação da vida, liberdade, saúde, integridade ou bens de outrem. (LOCKE, 1974 p.385). Logo, no estado de natureza cada homem terá a responsabilidade pela a execução da lei da natureza, com direito de punir os transgressores que violem a paz e a conservação de toda humanidade. Porém, tal punição não deve se caracterizar como um ato de arbitrariedade ou levado por paixões acalorados que se configurem numa espécie de crime, mas apenas como um ato cuja finalidade é reparar e restringir o mal praticado pelo infrator que não agiu de acordo a regra da razão e da equidade comum, que são fixadas por Deus às ações dos homens para a mútua segurança destes. Tratando-se assim de uma agressão contra toda a espécie e contra sua paz e segurança proporcionadas pela lei da natureza, todo homem pode, por essa razão e com base no direito que tem de preservar a humanidade em geral, restringir ou, quando necessário, destruir o que seja nocivo a ela; pode assim fazer recair sobre qualquer um que tenha transgredido essa lei um mal tal que o faça arrepender-se de o ter praticado e, dessa forma, impedi-lo e por seu exemplo a outros de praticar o mesmo mal. E neste caso, com base no mesmo fundamento, todo homem tem o direito de punir o transgressor e de ser o executor da lei de natureza. (LOCKE, 1974 p.387). Portanto, o estado de natureza para Locke os indivíduos são dotados de razão porque vivem sob o prisma da lei da natureza, cujos objetivos são a equidade, liberdade e a salvaguardar a humanidade, cabendo a cada indivíduo o poder de executar a lei da natureza que através do amor-próprio e da imparcialidade o fará agir em favor da preservação da humanidade. Logo, o abandono de estado de natureza a um Estado politicamente organizado e dotado de autoridade, segundo a doutrina jusnaturalista, advém da necessidade de melhor proteger e garantir os direitos naturais. O Estado será legitimado mediante a um pacto (contrato social) estipulado entre cidadãos e soberano, que delegará a este a função de preservar a humanidade. Para John Locke contrato social se caracterizaria como: Em Locke, o contrato social é um pacto de consentimento em que os homens concordem livremente em formar a sociedade civil para preservar e consolidar ainda mais os direitos que possuíam originalmente no estado de natureza. No estado civil os direitos naturais inalienáveis do ser humano à vida, a liberdades e

5 181 aos bens estão protegidos sob o amparo da lei, do arbitro e da força comum de um corpo político unitário. (WEFFORT, 2001 p 86). Deste modo, a aceitação unanime dos indivíduos ao contrato social selaria a passagem do Estado de natureza para a sociedade política ou civil, sendo o próximo passo seria a escolha de governo realizado pela comunidade, através do princípio da maioria. Deste modo, na sociedade política o poder social seria consentido pelos indivíduos a um grupo de representantes que teriam a responsabilidade de organizar um Estado onde fossem garantidos a todos os membros da comunidade os preceitos da Lei de Natureza. Por isso, Locke defende a concepção que de que o poder legislativo de um Estado deve ser supremo, pois as leis são concebidas mediante a um consentimento comum da comunidade, elas são destinadas para assegurar o bem-estar da população. Assim, o poder legislativo é sagrado e inalterável numa sociedade constituída, sendo os outros poderes, como o Executivo e o Judiciário, teriam a importante tarefa de aplicar e fiscalizar as leis em toda a comunidade e de punir aqueles que de alguma forma tendessem violar as leis concebidas por decisão da maioria dos cidadãos da comunidade. Em vista disso, Locke concebia que os poderes teriam de ser compostos por representantes escolhidos pela comunidade que agiriam pela preservação e zelariam pelo bem comum desta, sendo corretos e imparciais ao exercer sua função de representante da comunidade. Deste modo, Locke é avesso a premissa de que o Estado deva ser autoritário e centralizado. Para ele, o Estado não deve ter todos os poderes concentrando nas mãos de uma única pessoa, já que uma atitude errada desta levará todas as outras pessoas a padecerem. Para evitar tal problema o filósofo defende a concepção de que os poderes de um Estado devem estar em diferentes mãos e com representantes eleitos de tempos em tempos, pois assim evitaria abusos e distorções do poder. Portanto, Locke, juntamente como outros celebres jusnaturalista, concebe o reconhecimento da representação através do consentimento entre todos os membros da comunidade, através do contrato social, ou seja, o poder político não se dá mais por concepções divinas e religiosas. Concebe uma sociedade política em que os indivíduos possuem uma participação ativa nas questões públicas do Estado, visto que são eles os responsáveis por elaborar e assentir sobre as leis e de reconhecer seus representantes públicos que zelarão para a preservação da comunidade. Todavia, embora Locke não tenha discorrido diretamente sobre o tema democracia na sua obra Segundo Tratado sobre o Governo Civil, mas tratou de conceber um pensamento político em que Estado deva agir para a conservação da sociedade e de seus membros e através de leis que tenham como norte, a garantia da vida, a propriedade e a liberdade, mas acima de tudo, que assegure a soberania ao povo e não ao legislativo.

6 182 TOCQUEVILLE: IGUALDADE E LIBERDADE ATRAVÉS DAS BOAS LEIS Outro importante filósofo político, de contextos históricos distinto de Locke, que concebia a formação de um sistema político em que as leis preservassem os direitos dos indivíduos contra a imposição do poder político, a descentralização do poder, garantira da participação dos indivíduos na vida pública e formas, mais ou menos amplas, de representação política. Foi Alexis Tocqueville ( ). De acordo com Aron (1999), a democracia, para Tocqueville, consiste na igualização das condições dos indivíduos que pertencem a uma comunidade. Um estado político em que não se encontram distinções de ordem e de classes, em que todos os indivíduos que compõem a coletividade são socialmente iguais, inexistem as diferenças hereditárias de condições. No entanto, tal igualdade não condiciona que todos os indivíduos sejam semelhantes no que tange ao conhecimento e na condição econômica, o que para Tocqueville seria impossível. Logo, uma sociedade em que a lei social fundamenta-se na igualdade e a democracia é o sistema vigente do Estado, temos então uma sociedade que tem por prioridade o bem-estar do maior número possível de indivíduos pertencente a ela. Ademais, será uma sociedade que não terá como princípio prioritário o poder e a glória, mas sim a prosperidade e a tranquilidade. Assim, tais condições terá por consequência uma sociedade de pequeno-burgueses. (ARON, 1999) Segundo Weffort (2001), a democracia para Tocqueville seria um processo universal em que cada país ou nação teria seu próprio desenvolvimento democrático, todos caminharão para uma situação cada vez mais ampla de igualdade de condições. Democracia seria um estágio em que haveria um constante aumento da igualdade de condições entre os indivíduos, um processo inevitável e mesmo providencial, visto que seria fruto da vontade divina e dos anseios dos homens em viverem em comunhão. Assim, a democracia para Toqueville é a existência de um processo igualitário, como se fosse uma lei necessária para compreender a historia da humanidade. (WEFFORT 2001 p.154) Decerto, um país onde se presenciou o amadurecimento de um regime democrático, em que a liberdade e igualdade caminham em comunhão para o bem-estar da população é nos Estados Unidos da América. Segundo Tocqueville, os nortes americanos vivem uma organização política e social impar até então no mundo ocidental, possibilitados pelos seguintes motivos: geográfico e histórica, costume e as boas leis. Os Estados Unidos era um país cercados por vizinhos inexpressivos politicamente e militarmente, portanto, sem ameaças de guerras, sem a necessidade de sustentar um exercito e sem a possibilidade de grandes crises financeira motivada pelo confronto com os vizinhos. Sendo assim, não havia motivos externo que gerasse a necessidade de

7 183 centralização do poder e da administração com objetivo de arrecadar impostos para manter a autonomia e a soberania do país. Por outro lado, era um país rico em recursos naturais que garantia a prosperidade em geral. Por outro lado, o povoamento desta região do Novo Mundo deu-se por imigrantes ingleses que tinham em comum a religião, a doutrina puritana, a condição intelectual e econômica e o anseio por formar uma nova sociedade. Logo, se formou no território americano uma sociedade uniforme, com indivíduos inclinados a tomarem em suas mãos as decisões referentes ao bem estar da sua família e da comunidade, a prosperidade de seus negócios e das questões políticas locais. Tal espirito cívico e juntamente o aprecio pela liberdade destes imigrantes tornariam fatores decisivos para que, na prática, a democracia fosse instalada e a soberania popular fosse realmente exercida. Eram hábitos e costumes que esses emigrantes adquiriram em suas experiências sócio-política na Metrópole, pois lá tinham aprendido a tomar parte nos negócios públicos em sua pátria mãe; estavam todos habituados ao julgamento pelo júri, à liberdade de palavra e de imprensa, à liberdade pessoal, à noção de direitos e à prática de os afirmar. (TOCQUEVILLE, 1969, p. 341) Logo, com a promulgação de leis com escopo de preservar os costumes e os valores religiosos dos norte americanos ao recém-estado, ou seja, a junção entre costume, religião e lei favoreceu para uma situação social impar dos Estados Unidos levando-o a formação de um regime político distinto até então naquele período, na qual não havia resquício do poder absoluto, a liberdade e igualdade a todos eram proclamadas e a soberania popular o princípio deste regime. Os norte-americanos formariam um estado onde o desenvolvimento da igualdade não inibiria a liberdade, um país onde seriam respeitadas as diferenças locais e se promulgaria uma constituição que aplicaria uma estrutura federativa ao novo estado, em que seriam contemplados não só os interesses comuns existentes entre as comarcas, mas também as diversas aspirações sociais. Portanto, ao analisarmos a obra Democracia na América de Tocqueville temos a real dimensão da importância das Leis para dar suporte ao sistema federativo democrático e da incorporação de novas concepções sobre temas como participação, representação, reconhecimento e poder. Visto que, nos Estados Unidos do século XIX a participação dos cidadãos era o fator primordial para o florescimento da liberdade e da atividade democrática, a população determinava quais seriam as leis e escolhia aquele que a executaria, bem como os seus representantes em diversas instâncias da atividade pública. A concepção de que os cidadãos deveriam zelar por seus interesses e em comunhão com seus concidadãos assegurar a segurança pública, preservar os valores morais e religiosos e a prosperidade econômica. Assim, nos Estados Unidos as Leis ajudaram a afirmar uma estrutura política

8 184 que permitia à ativa e continuada participação dos indivíduos na esfera pública e o florescimento da soberania popular. Logo, era nas esferas locais que se presenciava o desenvolvimento de uma sociedade democrática, onde ocorria a experiência e a prática da educação cívica e política e a participação do cidadão nas arenas decisórias da comarca, bem como o objetivo público de ter poder de voz nas questões política e social da nação fortalecendo, assim, os princípios básicos da democracia: a liberdade e a igualdade. Como afirma Tocqueville:... a experiência, os costumes e a instrução quase sempre acabam por criar na democracia aquela espécie de sabedoria prática de todos os dias e aquela percepção dos pequenos acontecimentos da vida que chamamos de bom senso (...) e num povo cuja educação está completa, a liberdade democrática aplica os negócios interiores do Estado, produz mais bens do que os males acarretados pelos erros no governo da democracia. (TOCQUEVILLE, 1998, p.177). Então, para Tocqueville a essência da Democracia norte-americana estaria nos costumes e nas leis que favoreceram para o desenvolvimento da igualdade sem inibir a liberdade, o povo seria a expressão máxima do poder (o governo da soberania popular), que através da participação política no interior das esferas locais os cidadãos reconheciam-se como igual e como responsáveis em conduzir o destino político de suas comarcas elegeriam seus representantes para atuarem em uma estrutura política descentralizada e federativa. DAHL: DEMOCRACIA UM PRINCÍPIO IDEAL Robert Dahl em nossa atual contexto se dedicou a pensar as transições de regimes políticos, com o foco ou não em regimes democráticos. Em sua obra Poliarquia: Participação e oposição (1971) entedia a democracia como: um sistema político que tenha, como uma de suas características, a qualidade de ser inteiramente, ou quase inteiramente, responsivo a todos os seus cidadãos. (DAHL, 1997, p.26). Porém, o autor relata que não convém investigar se existe ou pode existir um regime democrático com tal concepção, mas sim que esta analise tem que se basear por um sistema hipotético que dará a sustentação em confirmar que tal governo é democrático. Logo, Dahl não condena os princípios clássicos da democracia, argumenta que estes princípios estão distante das reais possibilidades de configuração da política moderna, para ele os homens devem enxergar a democracia como princípio moral ou ideal. Entre os padrões da política real e ideal não há, assim, uma relação de antagonismo. As várias formas de organização da política deverão ser avaliadas conforme a maior ou

9 185 menor proximidade com relação ao sistema hipotético da democracia. (HOLLANDA, 2011) O sistema hipotético proposto por Dahl é composto por algumas variáveis (oportunidades e garantias) que julga indispensáveis para se pensar o seu modelo, são elas: a contestação pública e o direito de participação, esta consiste na possibilidade de participar de eleições, cargos públicos, de expressar preferencias e aquela se entende por liberalização, competição política, política competitiva e oposição política. As oportunidades são três: formular preferencias, exprimir preferencias e ter preferencias igualmente consideradas na conduta do governo. As três oportunidades abarcam outras oitos garantias: Liberdade de formar e aderir a organizações, liberdade de expressão, direito ao voto, elegibilidade para os cargos públicos, direitos de líderes políticos disputarem apoio e votos, fontes alternativas de informação, eleições livres e idôneas instituições para fazer com que as politicas governamentais dependam de eleições. No entanto, como foi citado acima, Dahl não se atem a uma definição de democracia, visto que para ele não existe um regime totalmente democrático como o pensamos. Sendo assim, Dahl propõem um termo substituto para democracia que é a Poliarquia, que segundo ele: {...} são regimes relativamente (mas incompletamente) democratizados, ou, em outros termos, as poliarquias são regimes que foram substancialmente popularizados e liberalizados, isto é, fortemente inclusivos e amplamente abertos à contestação pública.(dahl, 1997, p.31). Deste modo, a partir das duas principais variáveis Dahl criará um modelo que acredita ser o que mais se aproxima daquele plenamente democrático e idealizado por muitos, ou seja, as poliarquias são regimes que conseguem, de uma única vez, possuir taxas elevadas de contestação política e inclusividade, bem como abraçar todas as garantias propostas. Embora Dahl, diferente de Tocqueville e John Locke, não discorra sobre a importância das Leis para o amadurecimento de um governo voltado aos interesses da sociedade, por ser um tema superado em seu tempo. Porém, em seu sistema hipotético as questões participação, reconhecimento e representação são preceitos que devem estar expressos nas legislações dos Estados para que se possam ser reconhecidos como uma democracia. De acordo com Hollanda (2011), a participação popular e a competição entre os representantes na esfera pública, para Dahl, produz um movimento político virtuoso, com vantagens reais para os homens, pois, em linhas gerais, produzem um efeito de retroalimentação que tende a produzir um ambiente político plural, com a representação crescente de preferencias e interesses, renovação de lideranças políticas, incremento da

10 186 politização do eleitorado e ajuste retórico e político das práticas parlamentares às expectativas dos eleitores. Enfim, um cenário na qual existiria a maior responsividade dos políticos às preferencias dos eleitores e a garantia das liberdades políticas, conforme o modelo original de democracia. Poliarquias tendem a salvaguardar direitos civis e individuais e a rejeitar o uso injustificado da violência. Embora possam assumir formas diversas, quanto mais próximas do ideal democrático, mais distante do terror despótico. (HOLLANDA, 2011). CONCLUSÃO Ao discorrer sobre o debate de importantes pensadores políticos a respeito da importância das leis em por em prática um sistema político em que os cidadãos tenham maior participação das decisões políticas e da estrutura política. E que com a evolução deste debate para se pensar a organização de uma sociedade política fizeram com que temas como: democracia, poder, participação, reconhecimento e representação tomassem significativa repercussão no pensamento político contemporâneo. Como vimos, Locke concebe que o Estado deveria promulgar Leis que servissem de suporte para garantir a felicidade, a segurança e o bem-estar da população, logo Tocqueville relata que através da junção entre costumes e leis os norte-americanos alcançaram a democracia e Dahl elabora um sistema hipotético, na qual consta com um conjunto de diretrizes garantidas pelo Estado para se poder caracterizar se um país é ou não democrático. Tal trajetória nos levou a seguintes considerações: a concepção de poder baseado na divindade e no autoritarismo, combatido tanto por Locke e Tocqueville, fora substituída por premissas em que o poder está nas massas, na vontade popular. Com a consolidação do regime democrático a soberania popular tornou-se o princípio. O reconhecimento do poder tem sua origem na vontade popular, são os cidadão que decidiram quem irão lhes representar. Decerto, os representantes serão indivíduos eleitos pelo povo e terão como tarefa zelar pelo bem-estar da população e defenderem seus interesses, pois as sociedades democráticas modernas não poderão dedicar todo o seu tempo a vida política, visto que a dedicação a vida privada também é importante a alcançar a prosperidade. E a participação civil na esfera pública se torna uma espécie de fonte de sustento de um regime democrático, pois a sua prática resultará em um governo mais concatenado com a pluralidade de interesses e demandas existente no seio da comunidade.

11 187 Portanto, com a construção da perspectiva de que a Leis teriam que atender os anseios dos cidadãos que pertencem à comunidade, possibilitou a democracia fortalecer como um regime político capaz de prover a satisfação dos cidadãos. Pois, a formalização de leis liberais e da democracia acarretaria mudanças de se conceber o poder, a representação e a participação que estariam mais centradas na promoção do bem estar da comunidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARON, Raymond. As Etapas Do Pensamento Sociológico; trad. Sergio Bath. 5º edição, Martins Fonte, SP, BOBBIO, N. Liberalismo e Democracia. trad. Marco Aurelio Nogueira, Brasiliense, SP, Dicionário de Ciência Política. Trad. João Ferreira, Editora UNB, 11º edição, DF, DAHL, Robert A. Poliarquia: Oposição e Participação. Edusp, SP, HOLLANDA, C. B de. Teoria Das Elites. Zahar, RJ, 2011 LOCKE, J. Segundo Tratado sobre o Governo Civil. São Paulo, Abril (Coleção Os Pensadores) TOCQUEVILLE, A. A Democracia da América. Editora Universidade de São Paulo, SP, 1998.

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