Alimentação Fontes, Cultura e Sociedade Curso de Mestrado
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- Denílson Coelho Cortês
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1 Alimentação Fontes, Cultura e Sociedade Curso de Mestrado FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA O QUE É? É, antes de mais, uma aposta inovadora da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Constitui uma oferta única, no panorama português de estudos universitários, na área dos Estudos Culturais sobre a Alimentação. A temática geral da alimentação é abordada sob perspectivas diversas e complementares, a saber: a evolução que teve ao longo da história dos tempos, com particular destaque para a importância das fontes (orais, escritas e iconográficas) e metodologias para o conhecimento da história da alimentação; 1
2 papel da gastronomia na dinamização do turismo; presença da alimentação nas artes (em particular na literatura e no cinema); diálogo privilegiado que a alimentação sempre tem estabelecido com as religiões; as dimensões distintas que os alimentos assumem, quando empregues para fins terapêuticos ou agressores para a saúde. QUEM SE PODE CANDIDATAR AO CURSO? De acordo com as disposições gerais em vigor na Universidade de Coimbra, podem candidatar-se ao ciclo de estudos conducente ao grau de mestre: a) Titulares do grau de licenciado ou equivalente legal; b) Titulares de um grau académico superior estrangeiro conferido na sequência de um 1.º ciclo de estudos, organizado de acordo com os princípios do Processo de Bolonha por um Estado aderente a este Processo; c) Titulares de um grau académico superior estrangeiro que seja reconhecido como satisfazendo os objectivos do grau de licenciado pelo conselho científico responsável pelo ciclo de estudos de mestrado; d) Em casos devidamente justificados, podem aceder aos ciclos de estudos de mestrado os candidatos que apresentem um currículo científico e profissional relevante para a frequência deste ciclo de estudos e que, como tal, seja reconhecido pelo conselho científico responsável pelo ciclo de estudos de mestrado. COMO SE ORGANIZA O PLANO DE ESTUDOS? O curso tem a duração de dois anos. 1º Ano: o aluno frequenta 8 disciplinas semestrais, distribuídas em número de quatro por cada semestre. Em cada semestre as quatro disciplinas são leccionadas em um único dia da semana (a sexta-feira). Ao longo do ano serão realizadas Visitas de Estudo e/ou Conferências/Colóquios, também considerados como unidade curricular (4 ECTS). 2º Ano: há que optar por um dos 3 seguintes modelos de formação: dissertação de mestrado, trabalho de projecto ou estágio e respectivo relatório. Não obriga à presença do aluno em Portugal, excepto na data das provas públicas de defesa do trabalho elaborado. OBSV.: em vez de um ano completo, os alunos podem optar por completar uma formação de pósgraduação iniciada numa Universidade Brasileira, frequentando em Coimbra apenas um semestre do curso (1º semestre: Setembro-Janeiro; 2º semestre: Fevereiro-Junho) ou através de 2
3 estágios de investigação, coorientados por docentes de Coimbra e da universidade de origem. Neste caso o diploma será emitido pela Universidade Brasileira em que estiverem inscritos. Propina anual: 1250 PLANO DE ESTUDOS DO 1º ANO UNIDADES CURRICULARES DOCENTES (FLUC) ECTS 1º ANO 1º SEMESTRE Metodologia e Fontes para a História da Alimentação Mª. José Azevedo Santos 7 Sabores do Passado: a Cozinha Grega e Romana Carmen Isabel Leal Soares 7 A Mesa Medieval: Ritos e Interditos Mª. Helena da Cruz Coelho 7 Os Territórios da Alimentação: Rotas dos Saberes e Norberto Santos 7 dos Sabores 1º ANO 2º SEMESTRE Mesa e Imaginário Alimentar na Literatura Europeia Albano Figueiredo 7 Gastronomia e Sociabilidade na Época Rui Cascão 7 Contemporânea Eat Drink Man Woman: o Cinema e a Comida Jorge Humberto Seabra 7 Religiões e Alimentação OU Alimentos, Medicamentos e Venenos Paula Cristina Barata Dias Ana Leonor Pereira 7 Coordenação do Curso Coordenadora Científica: Maria Helena da Cruz Coelho Coordenadora Executiva: Carmen Soares (cilsoares@gmail.com) Apresentação de Candidaturas Datas previstas: 15 de Junho a 15 de Julho de 2013 Obsv.: este calendário pode estar sujeito a alterações, pelo que se recomenda a consulta do endereço ou das coordenadoras do curso. Local: online em PROGRAMAS DAS UNIDADES CURRICULARES Metodologia e Fontes para a História da Alimentação 1. Fontes: definição. 2. As fontes quanto ao suporte: orais, iconográficas, manuscritas, impressas, digitais. 3
4 3. As fontes quanto à natureza: gastronómicas, administrativas, legislativas, literárias, artísticas. 4. Acesso às fontes manuscritas. Leitura e transcrição de documentos originais. Referência especial ao mais antigo Livro de Cozinha português: O Livro de Cozinha da Infanta D. Maria de Portugal. 5. Metodologia para a elaboração de trabalhos científicos: definição de conceitos; fases da investigação; pressupostos a considerar na elaboração de um trabalho científico; recolha da bibliografia; sistematização das leituras; leitura do material recolhido; representação do plano da hipótese/tese; esquema geral do trabalho. Sabores do Passado: a Cozinha Grega e Romana 1. Breve contextualização histórico-cultural da Grécia e Roma Antigas. 2. Introdução ao estudo da cozinha grega e romana antigas: etimologia e significado de gastronomia e cozinha ; principais mitos relacionados com os alimentos básicos da chamada Dieta Mediterrânea. 3. Fontes para o estudo da alimentação na Grécia e Roma antigas: livros de culinária, tratados agrícolas, tratados médicos e de dietética, tratados de zoologia e de botânica, textos enciclopédicos, epigrafia e graffiti, fontes materiais. 4. Refeições e alimentos: alimentos da refeição típica; o banquete: tradição greco-latina do convívio cultural privado. 5. Estabelecimentos de consumo de alimentos e bebidas: as tabernas romanas. 6. Os profissionais da comida 7. Alimentação e saúde: literatura filosófica, médica, botânica e zoológica. A Mesa Medieval: Ritos e Interditos 1. O abastecimento da mesa 2. A cozinha: práticas e gostos culinários 3. Interditos alimentares religiosos, sociais e dietéticos. 4. Espaços, oficiais e baixela da mesa 5. Ritos e cerimoniais dos banquetes. Os Territórios da Alimentação: Rotas dos Saberes e dos Sabores 1. Tomar conhecimento do modo de organização das rotas turísticas. 2. Organizar uma rota turística associada à gastronomia e alimentação. 3. Conhecer a realidade socioeconómica em que se desenvolve os processos de valorização das rotas turísticas associadas à alimentação, produtos agrícola e géneros alimentares. 4. Identificar os produtos gastronómicos e alimentares associados a territórios específicos. 4
5 5. Entender a relevância da certificação. 6. Conhecer as indicações geográficas e denominações de origem dos produtos agrícolas e dos géneros alimentícios. 7. Saber conceitos básicos de lazer e turismo. 8. Analisar as práticas de lazer. 9. Avaliar a diferentes escalas o mundo da alimentação na sua relação com o turismo. Mesa e Imaginário alimentar na Literatura Europeia 1- Conceitos operatórios: a latitude do conceito de Literatura; a linguagem ao texto literário;noções de periodologia e genologia literárias; da evolução periodológica literária no ocidente europeu (da Idade Média à atualidade); a criação literária e seu diálogo histórico com a mesa e o imaginário alimentar. 2- Mesa e Imaginário Alimentar: definição semântico-temática e delimitação operacional; repercussões na criação literária europeia; os autores, as obras e a integração da alimentação como área de exploração estética e ética. 3- Do imaginário alimentar na literatura medieval e do Renascimento. 4- Mesa e imaginário alimentar na literatura oitocentista europeia: um processo de tematização exemplar. O caso da produção realista e naturalista; espaço público e gastronomia: os romances queirosianos. 5- Alguns aspetos da literatura do séc. XX na Europa: a literatura neorrealista e sua dialética com o imaginário alimentar; o pós-modernismo. Gastronomia e Sociabilidade na Época Contemporânea 1- Introdução: questões teóricas e metodológicas; definição de conceitos (gastronomia, sociabilidade, comensalidade). 2- Identidades e representações alimentares: alimentos permitidos e alimentos proibidos (tabus alimentares); o lugar da alimentação nos vários sistemas civilizacionais; critérios alimentares diferenciais; a alimentação entre a tradição e a inovação; alimentação e hábitos culturais. 3- A evolução das práticas e dos hábitos alimentares no mundo ocidental: da civilização dos costumes aos modelos alimentares actuais. 4- Fases do processo de globalização alimentar à escala mundial da época moderna aos dias de hoje. Eat Drink Man Woman: o Cinema e a Comida A. CONCEPTUALIZAÇÃO I. O filme como fenómeno histórico-cultural 5
6 1. O filme como produto do tempo 2. O filme como memória 3. Filme, memória e identidade III. Metodologia de análise fílmica 1. O filme como narrativa 2. Filme e unidades narrativas 3. Processos de fundamentação e objectivação B. A ALIMENTAÇÃO NO CINEMA I. A alimentação como recurso narrativo: Charcutaria mecânica (Lumière, ), Refeição de crianças (Lumière, ), O bolo infernal (Méliès, 1903), A greve (Sergei Eisenstein, 1924), A noiva de Frankenstein (James Whale, 1935), A quimera de ouro (C. Chaplin, 1942) II. A alimentação como elemento narrativo principal: Eat, drink, man, woman (Ang Lee, 1994), Julie and Julia (Nora Ephron, 2009), O segredo de um cuscuz (Abdellatif Kechiche, 2007), A festa de Babete (Gabriel Axel, 1987) Religiões e Alimentação I Introdução: 1. Conceito de religião. As religiões do mundo. Breve apresentação. Origens, história e características das principais expressões religiosas: 2. O acto de comer fisiologia, sensação, percepção 3. Comer e ver caminhos para a experiência do sagrado 4. A religião e os rituais- o uso dos alimentos na observância religiosa: comparação e confronto II Alimentos nas religiões do Mediterrâneo O Egipto Antigo. O mundo greco-romano. O Judaísmo. A cultura cristã. O Islamismo. III Síntese 1. Religião e disciplina alimentar o jejum e a abstinência. A festa. 2. A cozinha do sacrifício. Os frutos da terra. Os animais. O canibalismo. 3. Os alimentos como via de acesso ao sobrenatural: entusiasmos; adivinhação; vidência; transmigração. 4. Dimensão metafórica dos alimentos como expressão do sagrado. 5. Dimensão identitária dos alimentos como expressão do colectivo. A fome e a abundância. Alimentos, Medicamentos e Venenos Época Contemporânea, Cultura Científica e Civilização Planetária 6
7 Instituições Científicas e Indústrias nas áreas da Nutrição, Farmácia e Toxicologia Biografias de Cientistas e História de Inovações em Alimentos, Medicamentos e Venenos Educação para a Saúde, Bioética e Biodiversidade A Era das Dietas, os seus Mitos, Publicidade e Comportamentos Alimentares Associações de Defesa da Saúde Alimentar nos séculos XX e XXI 7
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