i iiiiii um mu um um um um mu mi mi

Transcrição

1 PODER JUDICIÁRIO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO/DECISÃO MONOCRATICA REGISTRADO(A) SOB N i iiiiii um mu um um um um mu mi mi Vistos, relatados e discutidos estes autos de Agravo de Instrumento n , da Comarca de São Paulo, em que são agravantes VÂNIA LÚCIA TEODORO ARAI, LUIZ NOBUO ARAI, MITIO ARAI, ELIZABETH KAZUMI IWASA ARAI, JOÃO BATISTA ARTUR ARROIO, TÂNIA REGINA ALVES DE SÁ ARTUR ARROIO, AILTON OLIVEIRA DOS SANTOS e MAURISA RICALDINA DE OLIVEIRA SANTOS sendo agravado EDUARDO TAVARES BELTRÃO (NÃO CITADO). ACORDAM, em 30 a Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "DERAM PROVIMENTO AO RECURSO. V. U. n, de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores ANDRADE NETO (Presidente sem voto), LINO MACHADO E MARCOS RAMOS. São Paulo,05 de maio de 2010.

2 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SAO PAULO Voto n Agravantes: Vânia Lúcia Teodoro Arai; Luiz Nobuo Arai; Mitio Arai; Elizabeth Kazumi Iwasa Arai; João Batista Artur Arroio; Tânia Regina Alves de Sá Artur Arroio; Ailton Oliveira dos Santos; Maurisa Ricaldina de Oliveira Santos Agravado: Eduardo Tavares Beltrão (não citado) Locação de imóveis - Ação de despejo por denúncia vazia - Tutela antecipada - Presença dos requisitos legais - Reconhecimento - Decisão reformada - Recurso provido. Reconhecida a existência de prova inequívoca a gerar convicção acerca da verossimilhança da alegação, resultando ser também fundado o receio de dano irreparável ou de difícil reparação, justifica-se o acolhimento do pedido de tutela antecipada. Trata-se de recurso de agravo de instrumento interposto contra a respeitável decisão reproduzida às fls. 86/87 e que, em autos de ação de despejo por denúncia vazia, indeferiu o pedido formulado pelos autores objetivando a desocupação liminar do imóvel locado, ao argumento de ser incabível nas ações de despejo a antecipação da tutela de que trata o artigo 273 do Código de Processo Civil. Sustentam os agravantes, objetivando a atribuição de efeito ativo ao recurso e a reforma do decidido, que, conforme vasto entendimento jurisprudencial, embora já fosse possível antecipar os efeitos da tutela nas ações de despejo, a Lei n /2009 inseriu o inciso VIII no parágrafo 1 o do artigo 59 da Lei de Locações, estabelecendo a possibilidade de concessão de liminar para desocupação do imóvel locado em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária, nos casos de término do prazo contratual ou da notificação comunicando o intento da retomada, mediante caução equivalente a três meses de aluguel, requisitos estes preenchidos na hipótese vertente e que autorizam a concessão da tutela antecipada nos moldes pleiteados.

3 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO 2 O recurso processou-se sem o pretendido efeito ativo, sendo dispensável a resposta porque não houve intervenção da parte adversa nos autos. É o relatório. O recurso comporta provimento. Cuida-se de ação de despejo por denúncia vazia em que os autores, adquirentes do imóvel objeto da locação, pretendem obter a antecipação de tutela para fins de decretação imediata do despejo do réu e, ao final, ver integralmente acolhido o pedido inicial, confirmando-se a liminar deferida. Na hipótese dos autos, a medida antecipatória foi indeferida sob o fundamento de ser incabível nas ações de despejo a antecipação da tutela de que trata o artigo 273 do Código de Processo Civil. Todavia, referida disposição não merece prevalecer. Com efeito, a ação de que se cuida encontra fundamento no disposto no artigo 8 o da Lei n 8.245/91, segundo o qual "Se o imóvel for alienado durante a locação, o adquirente poderá denunciar o contrato, com o prazo de 90 (noventa) dias para a desocupação, salvo se a locação for por tempo determinado e o contrato contiver cláusula de vigência em caso de alienação e estiver averbado junto à matrícula do imóvel". E nada impede a concessão da tutela antecipada em ações de despejo, desde que comprovado o preenchimento dos requisitos legais, quais sejam, demonstração de prova inequívoca a permitir que o juízo se convença da verossimilhança da alegação, além do fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação, consoante previsão do artigo 273 do Código de Processo Civil, os quais, na hipótese, se fazem presentes. De fato, com o advento da Lei n /09, ocorreram alterações na Lei de Locação e que têm por escopo acelerar o processo de retomada do imóvel pelo locador. Tal procedimento afigura-se possível ante a inclusão de alguns incisos ao parágrafo primeiro do artigo 59 e que trouxeram ao magistrado a possibilidade de concessão de liminar para que o locatário desocupe o imóvel no prazo de quinze dias.

4 I PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO 3 Dispõe o artigo 59, 1 o, inciso VIII, da Lei de Locação, de acordo com a nova redação dada pela Lei n de 09 de dezembro de 2009, a possibilidade de concessão de liminar para desocupação do imóvel no prazo de quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento denúncia vazia de imóvel não residencial. Ressalte-se, por oportuno, que todas as hipóteses contempladas pela lei e que autorizam a concessão de liminar de despejo são taxativas (numerus clausus), de modo que estando inequivocamente comprovadas, a rescisão judicial se opera de forma cogente, por meio de concessão de liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária (inaudita altera parte), mediante prestação de caução no valor equivalente a três meses de aluguel vigente. Na hipótese vertente, os documentos acostados aos autos e que instruíram a petição inicial da ação demonstram que o imóvel objeto da locação foi adquirido pelos autores em 10 de fevereiro de 2009, através de Escritura de Venda e Compra, devidamente registrada em 19 de fevereiro de 2009, sob n 09 da matrícula n do 1 o Oficial de Registro de Imóveis da Comarca da Capital - SP (fls. 33/35). O imóvel foi locado ao agravado pela anterior proprietária Finambel Participações e Empreendimentos Ltda., através de contrato de locação firmado em 24 de setembro de 2003, com prazo de vigência de trinta e seis meses, e que já se encontrava prorrogado por prazo indeterminado quando da transação entabulada entre a antiga e os atuais proprietários (fls.36/42). Diante do desinteresse dos autores na continuidade da locação e restando frustrada a tentativa de notificação extrajudicial do locatário, procederam à notificação judicial, Processo n , que tramitou perante a 27 a Vara Cível da Comarca da Capital, regularmente efetivada por hora certa, consoante certidão do Sr. Oficial de Justiça lançada às fls. 72 e verso, inclusive, com envio de carta cujo aviso de recebimento foi juntado aos autos em (fls. 73/74). Decorrido o prazo de 90 (noventa) dias para a desocupação do imóvel, ingressaram os autores com a presente ação de despejo por denúncia vazia em 05 de março de 2010 (fls. 12).

5 PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE SÃO PAULO 4 Assim sendo, forçoso é reconhecer-se que existe prova inequívoca a gerar convicção acerca da verossimilhança da alegação, resultando ser também fundado o receio de dano irreparável ou de difícil reparação, na medida em que os agravantes encontram-se impedidos de usar e gozar livremente do imóvel de sua propriedade, além do que, como noticiado, o réu deixou de cumprir com a sua obrigação de pagar os aluguéis e demais encargos da locação após efetivada a notificação para desocupação, o que justifica o acolhimento do pedido de tutela antecipada pretendido. Consoante se vê, comprovados, de plano, os requisitos legais para possibilitar a antecipação da tutela pretendida, consistente na autorização da realização do despejo do réu, no prazo de quinze dias, mediante caução correspondente a três meses de aluguéis a ser depositada pelos autores, a reforma da decisão hostilizada é medida que se impõe. Pelo exposto, dá-se^ovimento ao recurso. / Orlando/Pisjror^si RêlatóK