Manual do Educador Orientações Gerais

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1 Neste manual apresenta-se o Projeto Pedagógico Integrado (PPI) do Projovem Urbano que, em constante evolução, mantém e reforça a finalidade precípua de promover a inclusão social dos jovens brasileiros de 18 a 29 anos que, apesar de alfabetizados, não concluíram o ensino fundamental, buscando sua reinserção na escola e sua introdução ao mundo do trabalho, de modo a propiciar-lhes oportunidades de desenvolvimento humano e exercício efetivo da cidadania. Este Manual do Educador oferece subsídios para a atuação docente preparando-o para as funções simultâneas de professor especialista e de professor orientador. Seu objetivo é ajudar o educador do ProJovem Urbano a se apropriar do PPI do Programa. MANUAL DO EDUCADOR ORIENTAÇÕES GERAIS PROJOVEM URBANO Manual do Educador Orientações Gerais

2 Manual do Educador Orientações Gerais

3 Presidência da República Secretaria-Geral da Presidência da República Ministério da Educação

4 Presidência da República Secretaria-Geral Secretaria Nacional de Juventude Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão Manual do Educador Orientações Gerais Brasília, 2012

5 2008 Secretaria-Geral da Presidência da República Secretaria Nacional de Juventude Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. (Reservam-se os direitos autorais patrimoniais à Secretaria-Geral da Presidência da República Secretaria Nacional de Juventude Ministério da Educação Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão e os direitos autorais morais, individualmente, aos seus autores) Todos os Direitos Reservados Proibida a reprodução total e/ou parcial desta obra e seu uso, derivação, sob qualquer linguagem, forma, meio, processo e em qualquer suporte, ambiente ou sistema, sem a permissão escrita de sua titular e, quando permitido, desde que citada a fonte. Essas proibições aplicam-se, também às marcas utilizadas na obra. Coleção Projovem Urbano Elaboração e Organização Organização Maria Umbelina Caiafa Salgado Elaboração Ana Lúcia Amaral Cláudia Veloso Torres Guimarães Maria Umbelina Caiafa Salgado Regina Célia Reyes Novaes Revisão Ortográfica Rafael Paixão Barbosa Projeto Gráfico Marcello Araujo Editoração eletrônica PS Editora Ltda-EPP 2a Edição - 1a Impressão - Impresso no Brasil ISBN: ISBN: M294 Manual do Educador: Orientações Gerais / [organização: Maria Umbelina Caiafa Salgado; Revisão Ortográfica: Rafael Paixão Barbosa] Brasília: Programa Nacional de Inclusão de Jovens Projovem Urbano, p.: il. (Coleção Projovem Urbano) 1. Educação Brasil. 2. Ensino Fundamental 3. Qualificação Profissional 4. Participação Cidadã. 5. Informática. I. Título. II. Secretaria Nacional de Juventude III. Programa Nacional de Inclusão de Jovens (Projovem Urbano). IV. Salgado, Maria Umbelina Caiafa. V. Barbosa, Rafael Paixão. CDD 370

6 5 SUMÁRIO Introdução Capítulo 1. Gênese histórica do Projovem Urbano 2012 / O Projovem Original / O Projovem Urbano / 14 Contextualização / 14 Perfil do jovem atendido no Projovem Urbano / 16 Facilidades e dificuldades para a permanência no Projovem Urbano / 16 Transformações pessoais e aprendizagens / 18 Eficácia da proposta pedagógica / O Projovem Urbano/2012 / 21 Vinculação ao MEC/SECADI / 21 O público-alvo do Projovem Urbano 2012 / 21 Ampliação da base territorial do Programa / 22 Divulgação e democratização do acesso / 22 Novas estruturas de gestão local / 23 O novo esquema de Qualificação Profissional / 24 Capítulo 2. O Projeto Pedagógico Integrado / Finalidades do Projovem Urbano 2012 / Referências psicopedagógicas e sociopolíticas / 26 O currículo integrado / 26 O significado de inclusão social / Proposta curricular do Projovem Urbano / 34 Processo de elaboração / 35 Objetivos gerais do Projovem Urbano / 36

7 6 Manual do Educador Orientações Gerais Diretrizes curriculares / 37 Desenho do currículo / 39 Detalhamento do currículo as Unidade Formativas / 49 Material de ensino, aprendizagem e avaliação / 63 Organização pedagógica / 64 Capítulo 3. Gestão do Projovem Urbano / A gestão da rede / 75 Nível nacional / 75 Nível local / Gestão da sala de aula / 79 Professores de Formação Básica / 81 Educadores de Qualificação Profissional / 83 Educadores de Participação Cidadã / 84 Capítulo 4. Projovem Urbano em ação / Como exercer a função de professor especialista / 85 O trabalho com os textos específicos dos Guias de Estudo / 85 Considerações sobre o processo de ensino e aprendizagem dos diversos componentes curriculares / Como exercer a função de professor orientador / 104 A Agenda do Estudante / 105 A Informática no Projovem Urbano / 106 O trabalho com os temas integradores / Como usar estratégias dinamizadoras comuns às funções de professor especialista e professor orientador / 111 O trabalho de grupo e o trabalho coletivo / 111 Problematização / 115 O método de projetos / 115 Pesquisas / 117

8 7 Excursões e visitas guiadas / 117 Entrevistas / Como avaliar o desempenho do estudante / 118 O processo de avaliação: objetos, momentos e instrumentos / 118 Como usar os instrumentos de avaliação de desempenho do estudante / 122 As provas das Unidades / Sistema de pontos para a avaliação da aprendizagem / 126 Distribuição da pontuação / 126 Certificação / A utilização pedagógica das informações geradas no processo de avaliação / 129 Como encaminhar a resolução de dificuldades específicas de aprendizagem / 129 Por que estudos complementares em formato de oficinas de Língua Portuguesa e de Matemática? / 133 Capítulo 5. A formação dos educadores / Formação continuada e processo identitário do educador / Saberes necessários para atuar no Projovem Urbano / 136 Anexo II Glossário de conceitos básicos / 141 Anexo II Perfil do jovem estudante do Projovem Urbano / 147 Levantamento da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO participante do grupo de universidades do SMA. Anexo III Exemplos de horários para as aulas / 153 Anexo IV Exemplos de trabalho com grupos diferenciados / 156 Anexo V Exemplo de desenvolvimento de uma síntese integradora / 179 Anexo VI Qualificação Profissional: Arcos Ocupacionais / 189 Anexo VII Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos / 192 Referências / 215

9 8 Manual do Educador Orientações Gerais

10 Introdução Investir em programas e ações voltados para o desenvolvimento integral do jovem brasileiro representa uma dupla aposta: criar as condições necessárias para romper o ciclo de reprodução das desigualdades e restaurar a esperança da sociedade em relação ao futuro de sua juventude. Com essa perspectiva, em 2005, o Governo Federal lançou a Política Nacional de Juventude, vinculada à Secretaria Geral da Presidência da Republica, que compreendeu a criação da Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), do Conselho Nacional de Juventude e do Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária Projovem. A gestão do Programa coube à Secretaria Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Juventude, sendo compartilhada com o Ministério da Educação, o Ministério de Desenvolvimento Social e o Ministério do Trabalho e Emprego. Dois anos depois, em 2007, o Programa tornou-se uma referência, e seus resultados motivaram a integração de outras ações voltadas para juventude que se desenvolviam nos ministérios citados. Nasceu assim o Projovem Integrado, com suas quatro modalidades: o Projovem Adolescente, o Projovem Campo, o Projovem Trabalhador e o Projovem Urbano, este resultante do Projovem original. Além de manter o mesmo Projeto Pedagógico Integrado (PPI) que representa um novo paradigma de educação, articulando conclusão do Ensino Fundamental, Qualificação Profissional Inicial e experiências de Participação Cidadã, o Projovem Urbano reafirmou as seguintes características do Programa original: (i) a proposta inovadora de gestão intersetorial, compartilhada; (ii) a estratégia desafiadora de implantação em regime de cooperação com o Distrito Federal e com os estados e municípios envolvidos; (iii) a inédita combinação do caráter emergencial pois os jovens em situação de exclusão social e educacional têm urgência de uma nova

11 10 Manual do Educador Orientações Gerais chance para refazer suas trajetórias de vida, com o caráter experimental, que implica a busca de novas estratégias de ensino e aprendizagem capazes de levar em conta as vivências e os sonhos dos jovens que interromperam precocemente seu percurso escolar; (iv) os materiais pedagógicos inovadores especialmente produzidos para atender a essas características do Programa e de seu público-alvo, constando de guias, manuais, vídeos e outros, destinados a estudantes, educadores, gestores e instituições de formação de educadores; (v) a organização bem-sucedida do trabalho dos educadores considerando as funções de professor especialista (PE), que atua na perspectiva de cada componente curricular, e de professor orientador (PO), que trabalha com as atividades de integração do currículo e que, no caso da dimensão de Formação Básica, torna-se responsável também pela orientação pedagógica de uma das cinco turmas do Núcleo. Em sua implementação, contudo, o Programa original enfrentou dificuldades principalmente advindas de recorrentes substituições de gestores nas secretarias e instâncias responsáveis por sua execução local; resistência de uma parcela de diretores de escolas que criavam restrições para a integração dos jovens do Projovem Urbano na comunidade escolar; desistência desses jovens ainda na fase inicial das atividades alegando questões pessoais geralmente ligadas a mudanças de endereço ou ao surgimento de oportunidades de trabalho e consequente dificuldade operacional de alcançar as metas quantitativas desejadas. O balanço, contudo, é muito positivo: a despeito dos desafios enfrentados na implementação e na gestão, o Projovem Urbano é uma experiência exitosa que deve ser ampliada em suas fortalezas e aperfeiçoada em suas estratégias de superação de dificuldades. Com esse objetivo, ultrapassando sua fase de Programa emergencial e reafirmando sua condição de política pública, em 2012, o Projovem Urbano foi vinculado à estrutura do sistema educacional brasileiro. A decisão do Governo Federal de promover essa transferência tomada em conjunto com a Secretaria Geral da Presidência, a Secretaria Nacional de Juventude e o Ministério da Educação visa a garantir a atualização, o aperfeiçoamento e a expansão do Programa. É uma estratégia para superar os obstáculos encontrados na implantação e, ao mesmo tempo, uma aposta que reafirma a potencialidade já demonstrada.

12 Introdução 11 A abertura de novas turmas no início de 2012, sob a coordenação nacional do MEC, faz-se após um intenso trabalho interministerial visando à consolidação do Projovem Urbano, agora compreendido como uma modalidade da Educação de Jovens e Adultos, vinculada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI) do MEC. Contando agora com toda a estrutura do Sistema Educacional do MEC para sua implantação e funcionamento, o Projovem Urbano poderá ultrapassar obstáculos e experimentar outras inovações. Entre elas podemos destacar a ampliação do atendimento para os municípios com habitantes ou mais e a contratação de até dois profissionais de nível médio, modalidade magistério, para acolher os filhos dos jovens e das jovens estudantes do Projovem Urbano. O Programa contará, em âmbito nacional, com um comitê gestor composto por representantes da SECADI/MEC, da SNJ e do Conselho Nacional da Juventude. O comitê gestor local, em âmbitos estadual, municipal ou distrital, deve envolver as secretarias estaduais, municipais ou distrital de educação, o Conselho de Juventude, quando existir na localidade, e os órgãos ou organismos locais de política de juventude. Nos estados e no Distrito Federal, deverá envolver também a Agenda de Desenvolvimento Integrado de Alfabetização e a EJA. A cooperação entre a SECADI/MEC e a SNJ fortalecerá o Projovem Urbano como meio de assegurar aos jovens das cidades o acesso ao direito universal à Educação e também reforçará seu caráter de instrumento fundamental de consolidação da Política Nacional de Juventude. À SNJ caberá coordenar a avaliação externa do Programa, identificando seus efeitos na vida dos jovens. Além disso, ficará incumbida, nas atividades de formação de gestores, formadores e educadores, de contribuições direcionadas para a compreensão das características da juventude de hoje. Nesse novo ciclo do Projovem Urbano, reafirma-se o jovem como sujeito de direitos, valorizando suas expressões culturais, seus saberes, suas emoções, sensibilidades, sociabilidades, ações éticas e estéticas. Assumindo a perspectiva geracional, o Programa pressupõe um diálogo produtor de escutas e aprendizados mútuos e espera contar com as contribuições das organizações juvenis, das universidades, de especialistas em políticas de juventude e de gestores de Políticas Públicas de Juventude nos estados, nos municípios e no Distrito Federal.

13 12 Manual do Educador Orientações Gerais No que diz respeito à aprendizagem, ao assumir um currículo integrado, interdisciplinar e interdimensional, espera-se que o jovem atue como sujeito, construtor de aprendizagens integradas formando um todo que faça sentido para ele. A aprendizagem só se efetiva realmente quando o estudante consegue relacionar os novos conhecimentos com suas experiências prévias e situá-los nas diferentes dimensões de sua vida. Para garantir situações que favoreçam esse tipo de aprendizagem, é necessário articular a ação criadora dos atores envolvidos com os princípios e diretrizes do Projeto Pedagógico Integrado (PPI), evitando que o Programa se descaracterize e perca o sentido. A ideia é que cada instituição ou sujeito colabore ativamente, na instância em que participa, para a obtenção de objetivos definidos coletivamente e para o desenvolvimento de ações planejadas de modo solidário. É na sala de aula que as propostas pedagógicas se concretizam ou não... É nela que se constrói o currículo real, e cabe aos educadores definir estratégias de atuação com vistas a integrar as três dimensões do currículo, de acordo com os fundamentos e diretrizes do Programa. Ao propor estratégias inovadoras de organização do trabalho escolar, de organização dos tempos e dos espaços pedagógicos, busca-se favorecer o encontro entre educador e educando, o que exige considerar as experiências e conhecimentos dos jovens, bem como seu percurso escolar anterior. Quando chegam ao Projovem Urbano, os estudantes trazem experiências pessoais e conhecimentos prévios que não podem ser ignorados, mas que, ao contrário, devem constituir uma referência para cada educador definir formas de trabalhar e de relacionar-se com a turma. Neste Manual, apresenta-se o Projeto Pedagógico Integrado (PPI) do Projovem Urbano, com as orientações necessárias para o desenvolvimento do curso. Parte integrante de um processo de formação continuada, o manual oferece subsídios para a atuação dos docentes preparando-os para as funções simultâneas de professor especialista (PE) e de professor orientador (PO), mas sua finalidade mais relevante é ajudar o educador do Projovem Urbano a ter acesso ao Projeto Pedagógico Integrado, a compreendê-lo e apropriar-se dele.

14 Capítulo 1 Gênese histórica do Projovem Urbano/2012 Neste primeiro capítulo, resgata-se sinteticamente o processo histórico de desenvolvimento do Projovem Urbano, e analisam-se os problemas identificados e as alterações implantadas, desde o início do Programa original, com base na avaliação do projeto pedagógico e de sua implementação. > > 1. O Projovem Original Em junho de 2005, a Medida Provisória n o 238/2005, que instituiu o Projovem, foi convertida na Lei n o /2005, regulamentada pelo Decreto n 5.557, de 05/10/2005, o qual definiu, em seu artigo 2 º, a finalidade do Programa: executar ações integradas que propiciem aos jovens brasileiros, na forma de curso previsto no art. 81 da Lei n o 9.394/96, a elevação da escolaridade dos jovens, visando à conclusão do Ensino Fundamental, à qualificação profissional, em nível de formação inicial, voltada a estimular a inserção produtiva cidadã e ao desenvolvimento de ações comunitárias com práticas de solidariedade, exercício de cidadania e intervenção na realidade local. O Programa foi aprovado pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (Parecer CNE/CEB n º 2/2005, de 16/03/2005 e Resolução CNE/CEB n º 3/2006, de 15/08/2006) como um curso experimental, de acordo com o artigo n 81 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, com 12 meses de duração. Dessa forma, o Projovem viabilizou, por meio dos sistemas de educação, a certificação de conclusão do ensino fundamental e a qualificação profissional (formação inicial). A meta inicial do Programa foi atender a cerca de jovens, de 18 a 24 anos de idade, no período de 2005 a 2008, atuando em todas as capitais brasileiras e no Distrito Federal. Em 2006 ampliou-se o atendimento

15 14 Manual do Educador Orientações Gerais aos municípios das regiões metropolitanas que possuíam habitantes ou mais, tendo havido a adesão de 29 cidades. A iniciativa alcançou resultados importantes e promissores, indicando a propriedade de ampliar, reforçar e integrar ações voltadas para a juventude que se desenvolviam em diferentes ministérios. Para articular essa experiência acumulada, em um programa integrado, constituiu-se, no início de 2007, o grupo de trabalho GT Juventude, que reuniu representantes da Secretaria-Geral da Presidência da República, da Casa Civil e dos Ministérios da Educação, do Desenvolvimento Social, do Trabalho e Emprego, da Cultura, do Esporte e do Planejamento. Os resultados do GT Juventude indicaram caminhos para a realização do propósito da Presidência da República de promover um programa amplo e diversificado de inclusão social dos jovens brasileiros. Assim, lançou- -se o Projovem Integrado, que articulava duas noções básicas: a) OPORTUNIDADES para todos; b) DIREITOS universalmente assegurados. Em conjunto, essas noções propiciam que o jovem se torne protagonista de sua inclusão social, na perspectiva da cidadania. Ao longo do desenvolvimento do Projovem, muito se pôde conhecer sobre o perfil do jovem brasileiro atendido pelo Programa, por meio do Sistema de Monitoramento e Avaliação (SMA), integrado por nove universidades públicas. Atuando em parceria com a Coordenação Nacional, esse grupo acompanhou o processo e os resultados do Programa, no período de 2005 a 2011, oferecendo subsídios para sua gestão e aperfeiçoamento. > 2. O Projovem Urbano > 2.1. Contextualização Em 10 de junho de 2008, a Medida Provisória n º 411/ 2007 foi convertida na Lei n º /2008, que dispõe sobre o Programa de Inclusão de Jovens Projovem e determina, em seu art. 2º: O Projovem, destinado a jovens de 15 a 29 anos, com o objetivo de promover sua reintegração ao processo educacional, sua qualificação profissional e seu desenvolvimento humano, será desenvolvido por meio das modalidades: (I) Projovem Ado-

16 Gênese histórica do Projovem Urbano/ lescente Serviço Socioeducativo; (II) Projovem Urbano; (III) Projovem Campo - Saberes da Terra; e (IV) Projovem Trabalhador descritas a seguir. Projovem Adolescente, visando a complementar a proteção social básica à família, oferecendo mecanismos para garantir a convivência familiar e comunitária e criar condições para a inserção, reinserção e permanência do jovem no sistema educacional. Surgiu da reestruturação do Programa Agente Jovem e destinava-se aos jovens de 15 a 17 anos. Projovem Urbano, com a finalidade de elevar o grau de escolaridade dos jovens, visando ao desenvolvimento humano e ao exercício da cidadania, por meio da conclusão do Ensino Fundamental, da Qualificação Profissional e do desenvolvimento de experiências de Participação Cidadã. Nasceu de uma reformulação do Projovem original. Projovem Campo, com o intuito de fortalecer e ampliar o acesso e a permanência dos jovens agricultores familiares no sistema educacional, promovendo elevação da escolaridade com a conclusão do Ensino Fundamental qualificação e formação profissional, como via para o desenvolvimento humano e o exercício da cidadania. Valendo-se do regime de alternância dos ciclos agrícolas, originou-se de uma reorganização do Programa Saberes da Terra. Projovem Trabalhador, unificando os Programas Consórcio Social da Juventude, Juventude Cidadã e Escola de Fábrica, com vistas à preparação dos jovens para o mercado de trabalho e para ocupações alternativas geradoras de renda, passando a atender jovens de 18 a 29 anos, em situação de desemprego e membros de famílias com renda mensal per capita de até um salário mínimo. A Lei n º /2008 estabelece, ainda, em seu artigo 12: O Projovem Urbano atenderá a jovens de 18 (dezoito) a 29 (vinte e nove) que saibam ler e escrever e não tenham concluído o Ensino Fundamental. O novo Programa foi regulamentado pelo Decreto n º 6.629, de 4 de novembro de Em 12 de novembro de 2008, foi publicado no Diário Oficial da União o Parecer CNE/CEB n º 18/2008 aprovando a proposta de implantação, execução e gestão compartilhada do Projovem Urbano, em continuidade ao Projovem original.

17 16 Manual do Educador Orientações Gerais Conforme determina a Lei n º /2008, a faixa etária de atendimento foi ampliada para 18 a 29 anos e aumentou-se a duração do curso para 18 meses. O SMA sistematizou as informações colhidas ao longo desse tempo, referentes a: desempenho e perfil dos jovens atendidos; permanência/evasão; perfil dos educadores; execução do Projovem Urbano. Nesse trabalho, foram abordadas também as percepções dos jovens estudantes quanto a suas motivações para ingresso no curso, suas dificuldades para nele permanecer e suas expectativas para o futuro. > perfil do jovem atendido no projovem urbano De modo geral, o trabalho do SMA nos mostra um perfil de estudante predominantemente feminino, de cor/raça parda/negra, caracterizado por uma trajetória escolar acidentada, com baixa renda familiar e/ou individual, baixo poder aquisitivo e com oportunidades precárias de inserção no mercado do trabalho e de participação em redes e associações da sociedade. A maioria das mulheres era casada ou tinha união estável, com filhos, o que dificultava sua permanência no curso. Já os homens eram predominantemente solteiros. A maioria desses estudantes entrou precocemente e de forma precária no mercado do trabalho e passou por longos períodos de desemprego. > Facilidades e dificuldades para a permanência no projovem urbano Algumas barreiras de ordem pessoal foram relatadas nas pesquisas como dificuldades para a permanência do jovem no processo formativo, tais como as obrigações cotidianas e a distância entre o Núcleo e a residência ou o local de trabalho. De outro lado, os estudantes afirmaram que suas expectativas se mantiveram positivas no decorrer do curso, citando, como importantes fatores de permanência no Programa, o tratamento que lhes era dado, principalmente pelos educadores, e a flexibilidade de horários, que respeitava sua condição de trabalhadores. Mencionaram, ainda, mudanças positivas em relação a atitudes, comportamento e autoestima como resultado da convivência com sua comunidade escolar.

18 Gênese histórica do Projovem Urbano/ As avaliações demonstraram, também, que os jovens atendidos consideraram o Programa como uma oportunidade de reconstrução de suas trajetórias escolares, reinserção no mundo do trabalho e reposicionamento diante de suas comunidades. Apontaram a Qualificação Profissional, em nível de formação inicial, como uma das principais motivações para o ingresso no Programa. Consideram importantes a conclusão do Ensino Fundamental em 18 meses, a oportunidade de qualificação profissional, o desenvolvimento de ações comunitárias, as aulas de informática, a bolsa, o ensino voltado para a realidade dos estudantes e o fato de o professor estar mais próximo deles. (Dados da pesquisa com os docentes do Projovem Urbano Práticas Docentes 2011, a ser publicada). Ainda de acordo com dados do Sistema de Monitoramento e Avaliação do Projovem Urbano, abrangendo as entradas até 2010, tanto o ingresso como a permanência no curso eram afetados pelas condições pessoais dos jovens. Por vezes, eles não tinham informações suficientes sobre o Programa, não se sentindo incentivados a retornar para a escola ou, apesar de interessados, não estavam na faixa etária exigida para a matrícula. Depois de iniciar o curso, as razões indicadas para a não permanência dos jovens foram inúmeras, tanto de ordem pessoal como ligadas à implementação do Programa. Apareceram entre essas razões: a distância entre o Núcleo e o local de trabalho ou a residência, o trabalho em horário incompatível com o curso, o cansaço resultante do trabalho, a necessidade de cuidar dos filhos ou de outros parentes, o acesso difícil ao Núcleo, o medo da violência, a falta de apoio familiar. Além dessas razões, a necessidade de trabalhar, ainda que sem carteira profissional assinada ou em atividade autônoma informal, mostrou-se como uma das principais barreiras para a matrícula e a permanência do jovem no curso. Em alguns casos, a obtenção de emprego com carteira assinada foi indicada como causa de evasão do Programa. No entanto, para esses jovens, ainda que a colocação no mercado formal seja positiva é, na maioria das vezes, precária e conjuntural. A análise das informações sobre o ingresso e a permanência dos jovens no Programa evidencia um processo dinâmico com características que remetem para as especificidades do público-alvo e indicam a necessidade de se criarem estratégias que evitem o abandono e facilitem o retorno daqueles que desistiram temporariamente.

19 18 Manual do Educador Orientações Gerais Entre as estratégias eficazes para o sucesso e a permanência, no curso, dos jovens atendidos pelo Programa, foi de fundamental importância a boa relação entre educador e educando existente no Projovem Urbano. A maioria dos jovens afirmou que, sem o apoio e o incentivo dos professores, não teria sido possível fazer o curso. Uma outra pesquisa, esta com os egressos do Programa, coordenada pela Universidade Federal da Bahia e realizada pelo Grupo de Trabalho do Subsistema de Avaliação do Projovem Urbano, em 2011, demonstra que a permanência do jovem até a conclusão do curso se deve a diversos aspectos positivos do Projovem Urbano, tais como a metodologia de ensino, o material didático, a infraestrutura do Núcleo, a oferta de Ensino Fundamental de forma simultânea à Qualificação Profissional, o incentivo e o apoio dos educadores e dos familiares, a oportunidade de concluir o Ensino Fundamental em 18 meses, a necessidade de adquirir novos conhecimentos e ainda seu próprio esforço e persistência. O educador é geralmente apontado como quem incentiva o jovem a concluir o curso e alcançar a certificação, mostrando-lhe as novas possibilidades que se abrirão para sua vida e seu trabalho, quando for certificado. O auxílio financeiro não é apresentado como principal motivo para o ingresso no Programa, mas como um apoio necessário ao pagamento do transporte para chegar ao Núcleo, facilitando a permanência do estudante até o fim do curso. Concluindo essas considerações, podemos dizer que a atitude positiva dos educadores faz com que os estudantes do Programa se sintam acolhidos e incluídos, modifica a má impressão que muitos levam do ensino regular, promove a elevação da autoestima desse grupo e da sua esperança no futuro. Pode-se concluir, também, que a conjugação da escolarização com a Qualificação Profissional Inicial e Participação Cidadã tem feito do Projovem Urbano uma opção bastante atrativa para os jovens. > transformações pessoais e aprendizagens Segundo a referida pesquisa com egressos do Programa, os jovens afirmam que ter participado do Projovem Urbano trouxe transformações para suas vidas tanto no âmbito dos estudos como na relação consigo mes-

20 Gênese histórica do Projovem Urbano/ mos e com os outros. Percebe-se que os impactos positivos nas vidas dos que concluíram o curso foram, em primeiro lugar, a melhoria da autoestima, seguida pelo crescimento pessoal e pela mudança da situação de trabalho/emprego. A consciência social e a relação com a comunidade também foram apontadas como importantes mudanças experimentadas. Os egressos destacaram que a conclusão do Ensino Fundamental, com a construção efetiva dos conhecimentos correspondentes, proporcionou-lhes a chance de continuidade dos estudos com perspectiva de ensino médio e de universidade. A conclusão da pesquisa é que o Programa trouxe aos egressos muito mais do que eles ou o próprio Governo esperavam: possibilitou-lhes o sentimento de exercício da cidadania e de autovalorização. Passaram a sentir- -se melhores pais e mães, estudantes, donos de seus negócios e cidadãos ativos em suas comunidades. Quanto à aprendizagem dos estudantes, a avaliação do SMA mostrou que a proficiência alcançada por eles equiparou-se, de modo geral, aos resultados que os estudantes da 8 ª série regular diurna obtiveram no Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Esse resultado pode ser considerado muito bom, mas poderia e deveria ser ainda melhor caso esses estudantes permanecessem no curso até a conclusão. A desistência no início e ao longo do curso mostrou-se bastante significativa, o que acabou por restringir a eficiência e eficácia do Programa. Essas análises de resultados têm respaldado as alterações e ajustes no Programa, sempre com o intuito de fortalecer a integração das três dimensões do curso Ensino Fundamental, Qualificação Profissional e Participação Cidadã, estimular a permanência do estudante, valorizar a proficiência adquirida e, consequentemente, oferecer-lhe condições para reposicionar-se ativamente diante da exclusão e da desigualdade social, buscando superá-las. > Eficácia da proposta pedagógica Como foi dito, desde sua criação, ainda como Programa Nacional de Inclusão de Jovens: Educação, Qualificação e Ação Comunitária (Projovem original), o Projovem Urbano teve o caráter de intervenção emergencial, destinada a atender parcela significativa dos jovens com o perfil socioe-

21 20 Manual do Educador Orientações Gerais conômico tipificado como público-alvo, que têm necessidade de retomar a trajetória escolar e prosseguir nos estudos. Assumiu também caráter experimental ao basear-se em novos paradigmas, constituindo sua proposta curricular com base em conceitos inovadores que dão suporte à articulação entre o Ensino Fundamental, a Qualificação Profissional e a Participação Cidadã, visando à formação integral do jovem, considerado como protagonista de sua formação. Ao integrar Ensino Fundamental, Qualificação Profissional e Participação Cidadã, o Programa buscou oferecer oportunidade para que os jovens experimentassem novas formas de interação, se apropriassem de novos conhecimentos, reelaborando suas próprias experiências e sua visão de mundo e, ao mesmo tempo, se reposicionando quanto a sua inserção social e profissional. A análise dos resultados dos grupos focais, realizada pelo Sistema de Monitoramento e Avaliação, com base em depoimentos colhidos de estudantes e educadores em todo o país, bem como das avaliações de 2007 e de 2011, mostraram o acerto da proposta pedagógica adotada pelo Programa. Sempre que foi solicitada aos estudantes a comparação dessa proposta com a das escolas regulares, as referências mais marcantes foram a qualidade das relações estudante/educador e o reconhecimento do interesse e dedicação que os educadores demonstram em relação aos jovens. Segundo estudantes e educadores, as dificuldades de aprendizagem com a metodologia usual nas escolas regulares têm sido ultrapassadas, no Projovem, com a dedicação dos professores, a nova forma de ensinar, a facilidade de compreender o material didático e o método de ensino integrado com atividades que fazem parte do cotidiano de cada um. A Qualificação Profissional tem-se apresentado como um dos fatores principais de atração para o Programa representando fator decisivo para o ingresso no curso e uma chance de aprender uma profissão. A Participação Cidadã tem sido avaliada muito positivamente pelos estudantes e educadores que já participaram do Programa, indicando que representou oportunidade significativa de aprendizagem, resgate da cidadania e desenvolvimento social. Os materiais de ensino e aprendizagem receberam avaliação bastante positiva tanto pelos estudantes quanto pelos educadores, mas é interessante lembrar a importância de se fazerem eventuais adaptações para o uso de cada um, observando as especificidades locais.

22 Gênese histórica do Projovem Urbano/ > 3. O Projovem Urbano/2012 > Vinculação ao MEC/SECadI Com o intuito de ampliar o escopo do Programa e de incorporá-lo efetivamente às políticas nacionais de educação, em 21 de dezembro de 2011, o Decreto n º alterou o Decreto n º 6.629/2008, determinando que a execução e a coordenação nacional do Projovem Urbano ficassem no âmbito do Ministério da Educação (MEC). Assim, o Programa passou a ser executado, em âmbito nacional, no Ministério da Educação, por intermédio da SECADI (Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão), ficando integrado à modalidade Educação de Jovens e Adultos. Em março de 2012, o Decreto n º aprova a criação da Diretoria de Políticas de Educação para a Juventude que entre suas atribuições é responsável pela coordenação nacional do Projovem Urbano. Em âmbito local, passou a ser coordenado pelas secretarias de educação dos estados e/ou dos municípios e do Distrito Federal, que a ele fizeram adesão. > o público-alvo do projovem urbano 2012 Segundo dados da PNAD de 2009, a população de jovens no Brasil atinge a marca de pessoas na faixa etária de 18 a 29 anos, das quais (23,5%) não possuem instrução ou Ensino Fundamental completo. Os negros nessa condição somam (69,4%) e a população no campo chega a O Censo IBGE 2010 apresenta pouca variação desses dados e aponta uma população total de , na faixa etária de 18 a 29 anos. O público-alvo do Projovem Urbano é constituído por esses jovens de 18 a 29 de anos que sabem ler e escrever e que não concluíram o Ensino Fundamental. Para subsidiar a definição das metas de atendimento para 2012, a SE- CADI solicitou ao Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada IPEA - uma estimativa da população de 18 a 29 anos, com 1 a 7 anos de estudo, por cor/ raça, para cada município brasileiro. O IPEA calculou para cada unidade da federação os valores pretendidos, utilizando, como base de cálculo, o número de jovens do Censo 2010 e as proporções da PNAD 2009.

23 22 Manual do Educador Orientações Gerais De acordo com o estudo, as metas possíveis do Projovem Urbano para 2012, correspondem a apenas 2% dessa população. Isso reforça a ideia de que são insuficientes as atuais ofertas educacionais para esse tipo de público, cuja dependência em relação a políticas específicas ficou evidenciada nas pesquisas do SMA. Com base nelas, pode-se afirmar que os jovens considerados não tiveram, anteriormente, oportunidades educacionais adequadas nem chances de preparar-se para os desafios do mundo do trabalho. Com a transferência para o MEC, o estudante do Projovem Urbano, passa a ser contabilizado no Censo Escolar/INEP, o que torna a gestão do Programa parte integrante da gestão da escola pública e facilita o atendimento das metas. > ampliação da base territorial do programa A base territorial do Projovem Urbano foi ampliada, possibilitando a adesão dos municípios com população de habitantes ou mais e permitindo que os estados atendam àqueles com população inferior a esse número de habitantes. Essa ampliação territorial permite que sejam alcançados pelo Programa muitos jovens moradores de municípios menores que nunca tiveram oportunidade de participar de uma política pública especialmente pensada para eles. Para a entrada de 2012, aderiram ao PJU 123 municípios, 17 estados e o Distrito Federal. A condição para que os municípios parceiros iniciem suas atividades é a existência de pelo menos um Núcleo com 200 estudantes. > divulgação e democratização do acesso Democratizar as vagas disponíveis em cada município tornou-se um dos grandes desafios para garantir o sucesso do Projovem Urbano, pois é preciso que todos os jovens com o perfil do público-alvo tenham acesso às informações sobre o Programa e encontrem condições igualitárias e transparentes para inscrever-se e garantir seu ingresso. A dispersão geográfica do público potencial demanda ações efetivas não só para identificar os jovens a serem atendidos como também para acompanhá-los ao longo da jornada formativa, buscando sua permanência no curso.

24 Gênese histórica do Projovem Urbano/ Tendo em vista que, segundo a avaliação do Programa, sua divulgação teve maior capilaridade quando as ações de mobilização foram desenvolvidas pelos municípios e estados parceiros, as secretarias e seus órgãos regionais foram orientados a planejar um esquema de ação próprio para informar aos jovens de sua localidade sobre a oferta do Programa. As matrículas dos estudantes passaram a ser feitas diretamente nas escolas públicas escolhidas pelos entes federados parceiros para desenvolver o curso. > novas estruturas de gestão local As estruturas de gestão local também sofreram alterações: a coordenação local do Programa passou a ser composta por um Coordenador Geral, um Assistente Administrativo e um Assistente Pedagógico, e ficou diretamente vinculada ao departamento de Educação de Jovens e Adultos das secretarias de educação (municipais, estaduais e do Distrito Federal). As aulas do Programa ocorrem em Núcleos que podem compor Polos, no Distrito Federal e nos estados e municípios onde há órgãos regionais das Secretarias de Educação. Cada Polo congrega os municípios que, tendo ao menos um Núcleo, estejam situados na área de abrangência de determinada Regional de Ensino. Os Núcleos continuarão como um espaço pedagógico constituído por cinco turmas e sete educadores. Os educadores de Qualificação Profissional e de Participação Cidadã ficarão lotados em apenas um Núcleo, ampliando-se seu tempo de permanência nesse espaço, para melhor execução das atividades pedagógicas propostas. Cada Núcleo poderá funcionar em até duas unidades escolares (dois endereços), desde que os educadores tenham como se locomover entre um e outro local sem prejudicar o andamento das aulas. Sempre que necessário, o Núcleo deve contar com um profissional tradutor e intérprete de Libras e um educador para atendimento educacional especializado. Finalmente, haverá um serviço de atendimento, durante os horários de aula, aos filhos e filhas de estudantes do Projovem Urbano, de modo que pais e mães, se necessário, possam levar as crianças para o Núcleo e, assim, tenham tranquilidade para participar das aulas.

25 24 Manual do Educador Orientações Gerais > o novo esquema de Qualificação profissional A Qualificação Profissional, composta pela Formação Técnica Geral FTG, pela Formação Técnica Específica FTE e pelo Projeto de Orientação Profissional POP, ganha uma nova possibilidade de execução em 2012: a FTE poderá ser desenvolvida por meio dos Arcos Ocupacionais ou dos cursos de Formação Inicial e Continuada FIC do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego PRONATEC naqueles estados ou municípios onde exista o desenvolvimento desse Programa e a oferta específica de cursos para os estudantes do Projovem Urbano.... Com base na análise da gênese histórica do Programa, pode-se concluir que o Projovem Urbano tem-se mostrado um Programa pertinente e de ação pedagógica eficaz. Com ele, o jovem, efetivamente, adquire as competências próprias do Ensino Fundamental, previstas nas Diretrizes Curriculares Nacionais, e amplia seus saberes e práticas nas demais dimensões do currículo. O Programa opera positivamente para a promoção da equidade, proporcionando ganhos de proficiência em nível individual e ampliando o contingente de jovens com melhora de rendimento escolar. Nessa perspectiva, a conclusão do Projovem Urbano pelo estudante não deve ser encarada como um fim em si mesma, mas como etapa da desejável elevação ao patamar seguinte do percurso escolar, que é o ensino médio ou o técnico de nível médio.

26 Capítulo 2 O Projeto Pedagógico Integrado Como se viu na introdução deste documento, o Projeto Pedagógico Integrado (PPI) do Projovem Urbano mostrou-se pertinente, como política pública, e eficaz, como proposta pedagógica e curricular. Em decorrência disso, como foi afirmado, o Projovem Urbano/2012 mantém as mesmas finalidades e os mesmos princípios filosóficos, políticos e pedagógicos que fundamentaram as versões anteriores, mas buscando sempre superar os aspectos que ainda apresentam desafios e dificuldades para a concretização mais efetiva das finalidades pretendidas. Nos tópicos a seguir, relembram-se as finalidades do Programa e retomam-se, de forma sumária, os referenciais psicopedagógicos e sociopolíticos que estão em seus fundamentos e que são reafirmados no Projovem Urbano/2012. > > 1. Finalidades do Projovem Urbano/2012 O Projovem Urbano/2012 reitera a finalidade geral das versões precedentes, que é proporcionar formação integral aos jovens, por meio de uma efetiva associação entre (i) Formação Básica, para elevação da escolaridade, tendo em vista a conclusão do Ensino Fundamental/EJA; (ii) Qualificação Profissional, com a certificação de formação inicial; (iii) Participação Cidadã, com a promoção de experiência de atuação social na comunidade. Nessa perspectiva, o Programa mantém como finalidades específicas: a reinserção dos jovens no processo de escolarização; a identificação de oportunidades potenciais de trabalho e a capacitação dos jovens para o mundo do trabalho;

27 26 Manual do Educador Orientações Gerais a participação dos jovens em ações coletivas de interesse público; a inclusão digital como instrumento de inserção produtiva e de comunicação; a ampliação do acesso dos jovens à cultura. > 2. Referências psicopedagógicas e sociopolíticas > o currículo integrado Os referenciais psicopedagógicos do Projovem Urbano, que fundamentam a proposta curricular do Programa, em suas três versões, e orientam a organização dos tempos e espaços pedagógicos do curso dizem respeito principalmente à visão do aprendiz como agente ativo do seu próprio conhecimento, isto é, sujeito que constrói significados e define o seu próprio sentido e representação da realidade, de acordo com suas experiências e vivências, mas, sempre em um contexto sociocultural definido. A aprendizagem é vista como um processo socialmente construído por meio da participação ativa, do diálogo, da troca de experiências e significados e da colaboração entre as pessoas, implicando envolvimento ativo e multidirecional do sujeito. Nessa perspectiva, o aprendiz age sobre as mensagens recebidas, transformando-as ativamente para integrá-las, tanto quanto possível, aos seus próprios conhecimentos pré-existentes. A aprendizagem se vincula essencialmente, portanto, a situações problematizadoras que permitam ao estudante, por meio da reflexão e da ação, articular novos desafios, problemas e informações com fatos e experiências do cotidiano, os quais, nesse contexto de resolução de problemas, se diferenciam e se desprendem das vivências particulares, do senso comum, passando ao campo dos conceitos científicos. Esse referencial influi diretamente sobre a noção contemporânea de currículo e os processos por meio dos quais as propostas curriculares são organizadas e implementadas. > a noção de currículo A palavra currículo teve diferentes significados ao longo da história da Pedagogia. Numa perspectiva mais tradicional, significa a lista dos con-

28 O Projeto Pedagógico Integrado 27 teúdos de um curso. Em outras visões como a da Escola Nova, por exemplo, refere-se ao conjunto das experiências vividas pelo estudante sob a orientação da escola. No contexto do tecnicismo, reporta-se aos arranjos necessários para compatibilizar os objetivos com os conteúdos e as atividades do processo de escolarização. Esses significados não são simplesmente substituídos uns pelos outros, mas permanecem no imaginário dos educadores, até de forma inconsciente, o que leva à necessidade de refletir sobre as influências que eles exercem na prática pedagógica. As ideias mais atuais veem o currículo, não como algo feito, mas como algo que se faz ao longo do tempo, e é essa concepção que se adota no Projovem Urbano, considerando-se o currículo como um processo que envolve escolhas, conflitos e acordos que se dão em determinados contextos como os órgãos centrais de educação ou as próprias escolas com a finalidade de propor o que se vai ensinar. O resultado desse processo é chamado currículo formal, que, na escola e, principalmente na sala de aula, transforma-se em currículo real, ou seja, aquilo que efetivamente é ensinado/aprendido, nas interações com professores e colegas e, em geral, nas experiências vivenciadas no contexto escolar. O currículo real, portanto, se concretiza no cotidiano da escola, ao longo do tempo. É importante lembrar ainda as noções de currículo oculto (o que se ensina e se aprende, sem que seja explicitado ou planejado, ao vivenciar a cultura da escola) e de currículo nulo (o que é calado, omitido no processo de ensino e aprendizagem, intencionalmente ou não). Esses elementos podem influir no currículo formal e, especialmente, no currículo real, até mesmo gerando preconceitos e discriminações que devem ser explicitados e superados. Um currículo pode ser integrado ou não, mas hoje se acredita que a integração seja importante para a eficácia do processo de ensino e aprendizagem. Integrar significa interrelacionar dimensões ou ideias de modo a construir um todo que faça sentido. Por tudo isso, uma proposta curricular atual tem de abranger os diferentes aspectos do ser humano em sua interação com a cultura e a sociedade contemporâneas. > a questão dos conteúdos Alguns educadores esperam que um currículo integrado não tenha

29 28 Manual do Educador Orientações Gerais disciplinas distintas e se constitua unicamente pela análise de problemas vinculados ao cotidiano. No entanto, cada disciplina tem um modo específico de ver a realidade e o conhecimento desses diferentes pontos de vista é importante para que o jovem possa de fato construir sua subjetividade e conquistar sua inclusão social no mundo de hoje. A admissão dessas especificidades, porém, não implica separar, mas sim distinguir as contribuições de cada disciplina. O termo interdisciplinaridade é usado com diferentes sentidos por diferentes autores e, às vezes, se confunde com outras palavras como, por exemplo: pluridisciplinaridade, multidisciplinaridade e transdisciplinaridade. Coerentemente com a ideia de que o aprendiz é o sujeito de sua aprendizagem, a interdisciplinaridade é vista hoje como uma construção do estudante, que se faz com base em conhecimentos multidisciplinares. Ou seja, os estudantes têm aulas de diferentes conteúdos disciplinares, mas trabalham sobre eles para conectá-los entre si e com sua própria vida. Interdisciplinaridade não é sinônimo de integração, mas as relações entre os dois conceitos são múltiplas e fortes, pois a construção da interdisciplinaridade é uma poderosa ferramenta de integração, de articulação das diferentes dimensões do currículo. Isso deve ficar muito claro, pois alguns negam importância aos conteúdos com base em uma interpretação inadequada da afirmação de que, nos tempos atuais, o importante é aprender a aprender e não estudar conteúdos disciplinares. Interpretação inadequada, pois ninguém aprende a aprender no vazio. Ninguém consegue ampliar conhecimentos apenas refletindo sobre o que já sabe, já viveu ou está vivendo. É preciso que se trabalhe com um conteúdo organizado e sistematizado para que se possa avançar, para que se possa aprender a aprender. Esse uso do conteúdo não pode ser confundido com conteudismo, que dá importância ao conteúdo por si mesmo, como se o currículo fosse uma enciclopédia que abrangesse tudo de todas as áreas de conhecimento. Na perspectiva contemporânea, fica claro que, qualquer que seja a seleção de conteúdos para um currículo, feita por meio de debates e acordos entre grupos de educadores, ela não é a única possível. Dependendo de vários fatores, esses conteúdos poderiam ser outros. Nenhum deles se impõe

30 O Projeto Pedagógico Integrado 29 necessária e arbitrariamente, mas isso não dispensa conteúdos cientificamente corretos e socialmente relevantes para aprender a aprender. Os conteúdos têm de ser selecionados em função dos estudantes, segundo sua importância para o desenvolvimento de determinado projeto pedagógico. Nesse caso, os conteúdos tornam-se instrumentos da formação pretendida e compreendem, além dos cognitivos, os conteúdos procedimentais e atitudinais. > a seleção dos conteúdos curriculares Na atualidade, a seleção de conteúdos não pode mais ficar restrita a uma lista tradicional de disciplinas ensinadas na escola, na perspectiva do chamado currículo mínimo. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e a legislação conexa mostram que o currículo como lista de disciplinas e os programas de ensino detalhados e obrigatórios fazem parte do passado. Não se espera que ainda haja currículos com disciplinas especificadas e carga horária prefixada pelos conselhos de educação. As diretrizes curriculares têm-se limitado a orientações gerais. Em relação ao ensino fundamental, a LDB restringe-se a indicar grandes áreas de conhecimento importantes para a formação integral do estudante e para que ele compreenda o mundo físico e social. Como, então, selecionar conteúdos relevantes e válidos? Essa escolha deve ser resultado de um trabalho coletivo: educadores de diferentes áreas fazem suas propostas sobre o que realmente seria fundamental ensinar e aprender num determinado curso ou programa. Essas propostas devem ser analisadas, discutidas por todos os envolvidos e ser processualmente revistas na medida em que a participação se amplia aos educadores e estudantes que fazem o currículo real. É importante acentuar que, na elaboração de currículos, nenhum educador pode fazer escolhas gratuitas de conteúdos, mas, sim, fundadas nos critérios que orientam a proposta curricular como um todo e que permitem articular coerentemente os conteúdos com as expectativas de aprendizagem (capacidades, habilidades ou competências que os estudantes devem desenvolver) e com as diretrizes curriculares derivadas dos fundamentos psicopedagógicos e sociopolíticos do Projeto Pedagógico.

31 30 Manual do Educador Orientações Gerais > o significado de inclusão social Além das noções relativas ao papel do estudante no processo de ensino e aprendizagem, outro ponto essencial para situar contemporaneamente um currículo para jovens, é clarificar o sentido da expressão viver a juventude nos dias de hoje. Para isso, é necessário desvendar o mundo contemporâneo, no qual os dilemas e as perspectivas da juventude estão inscritos num tempo que conjuga um acelerado processo de globalização e crescentes desigualdades sociais que geram exclusão. No Brasil, tal como pelo mundo afora, os jovens são os mais atingidos, tanto pelas transformações sociais, que tornam o mercado de trabalho excludente e mutante, quanto pelas distintas formas de violência física e simbólica, que caracterizaram a sociedade do fim do século XX e persistem neste início do século XXI. > a perspectiva de geração Para compreender melhor o sentido de viver a juventude nos dias de hoje, é necessário assumir uma perspectiva de geração, que consiste numa nova forma de perceber a juventude em suas relações com outros grupos sociais. Assim como a perspectiva de gênero não está restrita às mulheres e diz respeito à equidade nas relações entre homens e mulheres, a perspectiva de geração necessariamente aponta para novas relações inter e intrageracionais e requer diálogos inter e intrageracionais que produzam novas escutas e aprendizados mútuos. O diálogo intergeracional, de um lado, refere-se às relações entre os jovens e os adultos que se encontram nas famílias, na escola, no mundo do trabalho, nos espaços públicos de cultura e lazer, nas instituições de abrigo e carcerárias, ou seja, em todos os lugares sociais onde existem relações (simétricas ou assimétricas) entre jovens e adultos. Esse diálogo implica escutar os jovens porque toda experiência geracional é inédita (só sabe o que é ser jovem hoje, quem é jovem no mundo de hoje). Desse ângulo, os adultos têm muito a aprender. Contudo, numa situação dialógica, os adultos também têm o que dizer, por dois motivos. Em primeiro lugar, porque a conquista dos direitos dos jovens não pode ser desvinculada de outras conquistas históricas das quais participaram muitos daqueles que são hoje adultos. Em segundo

32 O Projeto Pedagógico Integrado 31 lugar, porque o diálogo intergeracional visa a uma aliança ancorada em valores de justiça social. É uma aliança que se faz em contraposição à sociedade do espetáculo e do consumo que, dia a dia, disputa os corações e as mentes dos adultos e, sobretudo, dos jovens da atualidade. Em resumo, os adultos que trabalham com jovens são portadores de valores e experiências importantes para a construção do protagonismo dos jovens. Por outro lado, é preciso escutar o diálogo intrageracional, que reconhece a diversidade e amplia as possibilidades de participação dos jovens. Os brasileiros nascidos há 18 anos, por exemplo, estão próximos entre si quanto à data de nascimento, mas podem estar socialmente muito distantes de seus pares, afastados pela origem de classe; pelas relações subordinadas entre campo e cidade; pelas disparidades regionais; pela geografia das grandes cidades que discrimina suas favelas e periferias; por múltiplos preconceitos e discriminações. Os jovens brasileiros precisam encontrar-se e ouvir-se mais. Muitos participam nos movimentos sociais, fazendo parte do movimento estudantil, de ONGs, de projetos sociais de fundações empresariais, das pastorais católica e evangélica, das organizações de empreendedorismo, das chamadas minorias de gênero, raça, orientação sexual, de grupos de jovens com deficiência, de redes regionais e movimentos culturais, demarcando fronteiras simbólicas para construir suas identidades contrastivas (nós versus eles) no interior da própria juventude. Portanto, a participação social e o diálogo intrageracional não buscam produzir um todo homogêneo e insípido que desconhece as disputas de valores e concorrências organizacionais que marcam nossa história recente. Busca, antes, pontos de convergência que façam positiva diferença para a concepção e a implantação de políticas públicas voltadas para a juventude. Nesse sentido, aproximações inéditas precisam ser experimentadas. Para viabilizar o diálogo intrageracional dos jovens que participam, fronteiras ideológicas e preconceitos mútuos precisam ser relativizados e, por esse caminho, pode-se chegar a outros tantos sujeitos que não participam por falta de interesse ou de oportunidades.

33 32 Manual do Educador Orientações Gerais > a dupla exclusão O casamento que parecia indissolúvel entre escola e trabalho está em crise e precisa ser repactuado. A concepção moderna de juventude surgida de profundas transformações a partir do século XVIII e consolidada após a Segunda Guerra Mundial tornou a escolaridade uma etapa intrínseca da passagem para a maturidade. Idealmente, o retardamento da entrada dos jovens no mundo do trabalho, garantiria melhor passagem para a vida adulta. Na prática, essa passagem não aconteceu em ritmo e modalidades homogêneos nos diferentes países e no interior das juventudes de um mesmo país. Amplos contingentes juvenis de famílias pobres deixaram e deixam a escola para se incorporar prematura e precariamente ao mercado de trabalho informal e/ou experimentar desocupação prolongada. Assim, é urgente reconectar a escola com o mundo do trabalho. Jovens de todas as classes e situações sociais estão submetidos às transformações recentes no mercado de trabalho em que o diploma não é mais garantia de inserção produtiva condizente com os diferentes níveis de escolaridade atingidos. Certamente, os jovens sabem que os certificados escolares são imprescindíveis. Mas sabem também que as rápidas transformações econômicas e tecnológicas se refletem no mercado de trabalho, precarizando relações, provocando mutações, modificando especializações e sepultando carreiras profissionais. Isso apresenta o desafio de oferecer respostas diferenciadas para possibilitar distintos modos de acesso à escola e de continuidade na formação escolar. Nesse cenário, necessitamos não só de novos currículos, materiais escolares, equipamentos e recursos humanos, mas também de um novo casamento entre educação e qualificação profissional. O que está em jogo é uma nova perspectiva de cooperação interdisciplinar, voltada para o desenvolvimento de saberes, conhecimentos, competências e valores de solidariedade e cooperação condizentes com o século XXI. Assim como, frente à globalização dos mercados, redesenha-se o mundo do trabalho, constrói-se uma nova cultura de formação que deve permitir ao jovem tanto se adequar às demandas do mercado de trabalho quanto buscar formas de empreendedorismo individual, cooperativo e associativo.

34 O Projeto Pedagógico Integrado 33 > Exclusão e crise de confiança A juventude de hoje vive inúmeras situações de violência relacionadas ao tráfico de drogas, ao uso de armas de fogo e à falta de preparo das polícias para lidar com os jovens. Não há como negar que uma parcela deles está hoje bastante desestimulada. É muito difícil vencer o realismo advindo das experiências vivenciadas. Um jovem que parou de estudar e não consegue estabelecer vínculos estáveis no mundo do trabalho não é uma folha de papel em branco. Observa e conhece a atual dinâmica do mercado de trabalho mutante e restritivo. Muitas vezes tornou-se também refratário a iniciativas do poder público. Muitos partilham de desconfiança em relação a programas e ações governamentais, conhecidos pela descontinuidade administrativa, pela fragmentação e pelos grandes hiatos entre o que é prometido e o que é realizado. Por esses e outros motivos como as dificuldades de acesso às informações e o medo de deixar precárias fontes de renda (lícitas ou ilícitas), muitas vezes há também uma resistência emocional do jovem em se envolver com uma segunda chance de formação escolar.... Todas essas referências psicopedagógicas e sociopolíticas trazem uma série de desafios para programas como o Projovem Urbano. Do ponto de vista dos professores e coordenadores, é preciso muita criatividade, energia e habilidade para apostar no potencial dos jovens e fazê-los crer que vale a pena buscar alternativas de inserção social. É também necessário que educadores e gestores tenham abertura e empenho para trabalhar com as novidades curriculares. Afinal, conteúdos estanques e fronteiras disciplinares estão cristalizados nos livros didáticos e nas trajetórias pessoais dos profissionais de educação, tornando-se necessário um esforço deliberado para superar preconceitos e perceber novas formas de ação educativa. Todas as referências do Projovem apontam para um currículo integrado que, conscientemente, considere as dimensões humanas do conhecimento, da ação e do compromisso consigo mesmo e com os outros.

35 34 Manual do Educador Orientações Gerais É importante notar, entretanto, que o processo de construção interdisciplinar e interdimensional envolvido na integração curricular é uma condição importante, porém não suficiente para garantir a inclusão social dos estudantes excluídos. Do ponto de vista específico da proposta curricular, é preciso que se respeitem e se valorizem as culturas dos jovens, mas também que se criem contextos que lhes favoreçam, na posição de sujeitos, a efetiva apropriação crítica de conhecimentos e linguagens de outros grupos sociais e do mundo do trabalho. Reconhecer e valorizar as culturas dos jovens não significa, por exemplo, aceitar que não sejam bons leitores, que não saibam usar o computador, a Internet, e outras tecnologias usuais na vida cotidiana dos tempos atuais. É preciso que a educação faça sua parte, embora não se possa esperar que ela cumpra sozinha uma missão que é de toda a sociedade. > 3. Proposta curricular do Projovem Urbano A proposta curricular do Projovem Urbano tem como princípio fundamental a já afirmada integração entre Formação Básica, Qualificação profissional e participação Cidadã, tendo em vista a promoção da equidade e, assim, considerando as especificidades de seu público: a condição juvenil e a imperativa necessidade de superar a situação de exclusão em que se encontram esses jovens no que se refere aos direitos à educação, ao trabalho e à cidadania. Entende-se ainda que o acesso a esses direitos, assim como a outros direitos universais, só será pleno quando a sociedade reconhecê-los e, particularmente, quando os segmentos deles privados assumirem-se como cidadãos ativos, conscientes do seu direito a ter direitos e da necessidade de lutar por eles. Assim, o Projovem Urbano propõe aliar teoria e prática, formação e ação, explorando a dimensão educativa tanto do trabalho como da participação cidadã. E para que a Formação Básica, a Qualificação Profissional e a Participação Cidadã possam fortalecer-se mutuamente, cada uma delas deve desenvolver-se plenamente e em consonância com as demandas para uma inserção plena, criativa e produtiva na sociedade contemporânea. O currículo do Projovem Urbano foi concebido nessa perspectiva e pretende ultrapassar o campo das intenções para promover situações pe-

36 O Projeto Pedagógico Integrado 35 dagógicas que efetivamente favoreçam a construção do protagonismo juvenil. Isso implica criar estruturas, tempos e espaços de aprendizagem vinculados aos objetivos do Programa e planejar ações nas quais se concretizem as experiências julgadas fundamentais para o processo de inclusão pretendido. > processo de elaboração O currículo do Programa foi elaborado no início do ano de 2005, coletivamente, por meio de oficinas de que participaram especialistas em educação, qualificação para o trabalho e serviço social. Seus fundamentos são os descritos no tópico precedente. Inicialmente, especialistas das várias áreas do conhecimento em todas as dimensões do currículo detalharam habilidades e conteúdos a serem focalizados e escreveram a primeira versão dos Guias de Estudo. Os Guias foram analisados por outros especialistas e educadores, entre os quais os próprios educadores do Projovem Urbano. Do trabalho com esse material, no contexto da escola e da sala de aula, surgiu e se desenvolve, processualmente, o currículo real do curso. No Projovem Urbano, os critérios para a seleção dos conteúdos das disciplinas foram derivados da grande importância que o Programa dá ao protagonismo dos jovens e à cidade como espaço educativo e que permitiram identificar aspectos importantes para os sujeitos que vivem nas áreas urbanas e que, em algum momento de suas vidas, foram excluídos socialmente da escola, do mundo do trabalho, do exercício da cidadania. Esses aspectos Cultura, Cidade, Trabalho, Tecnologia, Comunicação e Cidadania, que serão detalhados adiante, permitiram não apenas selecionar conteúdos, mas, principalmente, articulá-los de modo coerente. Assim, reafirma-se que o cerne da proposta pedagógica do Projovem Urbano, que persistiu ao longo do caminho percorrido desde sua criação, mantém-se na nova fase do Programa, iniciada em As alterações agora propostas visam apenas a aperfeiçoar a execução do Programa, para melhor cumprir a finalidade de proporcionar ao jovem brasileiro, de 18 a 29 anos, ainda sem Ensino Fundamental, uma formação integral que lhe permita retomar seu caminho de estudante, de cidadão participativo,

37 36 Manual do Educador Orientações Gerais atuante em sua comunidade e inserido no mundo do trabalho. > objetivos gerais do projovem urbano Ao promover a integração de Formação Básica (Ensino Fundamental/ EJA), Qualificação Profissional (inicial) e Participação Cidadã (envolvendo ações comunitárias), o Projovem Urbano deve oferecer oportunidade para que os jovens experimentem formas diferentes de interação social, se apropriem de novos conhecimentos, reelaborem suas próprias experiências e sua visão de mundo e, ao mesmo tempo, se reposicionem quanto à sua inserção social e profissional. Nessa perspectiva, espera-se que os jovens concluintes do Programa sejam capazes de: afirmar sua dignidade como seres humanos, trabalhadores e cidadãos; utilizar a leitura e a escrita, assim como outras formas contemporâneas de linguagem, para se informar e aprender, expressar-se, planejar e documentar, além de apreciar a dimensão estética das produções culturais; compreender os processos sociais e os princípios científicos e tecnológicos que sustentam a produção da vida na atualidade; utilizar tecnologias de informática necessárias à busca de informações e à inserção cultural e profissional; desenvolver competências necessárias para o desempenho de uma ocupação que gere renda; estabelecer um projeto de desenvolvimento profissional, considerando suas potencialidades, suas necessidades de aprendizagem e as características de seu contexto de trabalho; acessar os meios indispensáveis para exercer efetivamente seus direitos de cidadania, tais como: obter ou renovar documentos pessoais, usar os serviços da rede pública disponíveis para os jovens e suas famílias etc.; assumir responsabilidades em relação ao seu grupo familiar e à sua comunidade, assim como frente aos problemas que afetam o país, a sociedade global e o planeta;

38 O Projeto Pedagógico Integrado 37 identificar problemas e necessidades de sua comunidade, planejar iniciativas concretas visando a superá-los e participar da respectiva implementação e avaliação; refletir criticamente sobre sua própria prática; conviver e trabalhar em grupo, valorizando a diversidade de opiniões e a resolução negociada de conflitos; exercitar valores de solidariedade e cooperação, posicionando-se contra quaisquer formas de racismo e discriminação e participando de ações afirmativas na promoção da igualdade de direitos de todos os grupos da sociedade; exercer direitos e deveres de cidadania, participar de processos e instituições que caracterizam a vida pública numa sociedade democrática; continuar aprendendo ao longo da vida, tanto pela inserção no sistema de ensino formal quanto pela identificação e o aproveitamento de outras oportunidades educativas. > diretrizes curriculares No Projovem Urbano, a elaboração dos materiais, a organização do trabalho pedagógico e a avaliação dos processos de ensino e aprendizagem foram orientados pelos objetivos expressos no tópico anterior e pelas diretrizes seguintes. > diretrizes gerais relativas às dimensões curriculares A Formação Básica deverá garantir as aprendizagens que correspondem às Diretrizes Curriculares Nacionais para (i) o Ensino Fundamental e (ii) a Educação de Jovens e Adultos e, ao mesmo tempo, fundamentar a Qualificação Profissional e a Participação Cidadã. A Qualificação Profissional inicial deverá possibilitar novas formas de inserção produtiva, correspondendo, na medida do possível, tanto às necessidades e potencialidades econômicas, locais e regionais, quanto às vocações dos jovens. A Participação Cidadã deverá garantir aprendizagens sobre direitos sociais, promover o desenvolvimento de uma ação comunitária e a formação de valores solidários.

39 38 Manual do Educador Orientações Gerais > diretrizes operacionais Valorizar as experiências e os conhecimentos prévios dos jovens, tomando-os como base e ponto de partida para novas aprendizagens. Reconhecer e valorizar as diferenças de gênero, de raça/etnia, cultura, religião etc. Orientar as atividades de ensino de acordo com as potencialidades, as dificuldades específicas, bem como as formas e os ritmos de aprendizagem dos participantes. Propiciar oportunidades de escolha e de tomada de decisão para resolução de problemas. Planejar vivências de construção de regras e definição de responsabilidades. Conjugar a unidade dos conteúdos de ensino propostos com a possibilidade de adaptação deles às peculiaridades regionais e/ou locais. Enfatizar os conceitos básicos e as funções sociais das diferentes ciências, focalizando os respectivos conteúdos na perspectiva da vida contemporânea. Adotar estratégias de ensino diversas (estudo de textos, vídeos e filmes, visitas programadas, pesquisa de campo, produção e revisão de textos escritos, exercícios práticos e orientados, roteiros para autocorreção etc.) que dialoguem com o mundo dos jovens, incentivando sua autonomia como aprendizes, despertando seu interesse por ampliar seus conhecimentos e suas experiências culturais. Enfatizar o desenvolvimento de habilidades básicas, que facilitem a adaptação dos jovens às mudanças na realidade da organização do trabalho e da vida na sociedade. Incluir espaços e tempos especialmente destinados a variadas formas de registro pessoal e à análise de suas próprias trajetórias familiares, comunitárias, escolares e profissionais, assim como à incorporação das novas informações e conhecimentos adquiridos. Estimular a dimensão instituinte da prática, orientando o jovem a ler os textos e fazer as atividades de estudo pensando na prática e, da

40 O Projeto Pedagógico Integrado 39 mesma forma, desenvolver essa prática refletindo sobre os conhecimentos que construiu ao estudar. Incluir no percurso formativo situações pedagógicas que propiciem a aprendizagem de trabalho coletivo, de práticas associativas, de ações reivindicativas e propositivas que contribuam para a construção da participação cidadã dos jovens e que fomentem o exercício da democracia, da solidariedade, da cooperação. Prever oportunidades para que os jovens tenham condição de participar ativamente da vida da comunidade em que moram. Organizar o currículo em grandes áreas temáticas articuladas por eixos estruturantes, de modo que os conteúdos das disciplinas não se esgotem na carga horária atribuída a cada componente curricular e que, em cada período, se tenha um espaço garantido para concretizar estudos teórico-práticos e interdimensionais ligados à construção do conhecimento escolar, ao trabalho e à participação cidadã. Tratar a avaliação como parte integrante e indispensável do processo de ensino e aprendizagem, que passa a ser considerado como processo de ensino, aprendizagem e avaliação. Centrar a avaliação no desempenho dos estudantes, de maneira contínua, progressiva e contextualizada, abrangendo todos os momentos e os diferentes aspectos do curso. Avaliar múltiplos aspectos do desempenho dos jovens, indo além da aferição de conhecimentos e considerando atitudes, comportamentos, compromisso com o estudo e com a participação cidadã. Utilizar diferentes procedimentos e instrumentos de avaliação, inclusive provas e trabalhos finais, para fundamentar a autoavaliação e a avaliação pelos colegas e pelos professores. > desenho do currículo > as dimensões do currículo Como vem sendo reiterado, são três as dimensões curriculares que caracterizam o paradigma educacional do Projovem Urbano: Formação Bá-

41 40 Manual do Educador Orientações Gerais sica, Qualificação Profissional Inicial e Participação Cidadã. Nos tópicos a seguir, descreve-se cada uma delas, explicitando seu papel no currículo e os componentes curriculares que compreende. a. Formação Básica A Formação Básica responde pelo direito subjetivo de todos os cidadãos à Educação e pelo dever do Estado de oferecê-la, com qualidade. Nessa dimensão, abordam-se, em nível de Ensino Fundamental, as áreas de conhecimento indicadas no parágrafo primeiro do Art. 26 da Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional: 1º. Os currículos a que se refere o caput devem abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa e da matemática, o conhecimento do mundo físico e natural e da realidade social e política, especialmente do Brasil. O nome Formação Básica lembra o compromisso com o nível de educação obrigatório para todos os cidadãos brasileiros e representa uma nova estratégia para promover a elevação da escolaridade do público do Programa até a conclusão do Ensino Fundamental. Essa estratégia parte da constatação de que não faz sentido obrigar o estudante a repetir, mais uma vez, da mesma forma, o Ensino Fundamental que não conseguiu concluir na idade esperada. Não se procura, portanto comprimir conteúdos em um tempo menor, mas sim apostar no desenvolvimento das habilidades básicas necessárias para tratar informações e construir conhecimento. Além das disciplinas Língua Portuguesa, Inglês, Matemática, Ciências Humanas e Ciências da Natureza, a Formação Básica inclui a elaboração de sínteses integradoras, articulando os conhecimentos das três dimensões do currículo com questões que perpassam o cotidiano do jovem. B. Qualificação profissional Inicial A concepção de Qualificação Profissional do Programa representa uma proposta singular que, sem chegar à profissionalização completa, oferece ao jovem uma formação inicial capaz de desenvolver suas aptidões profissionais proporcionando-lhe novas oportunidades e escolhas no mundo do trabalho. A Qualificação Profissional organiza-se em: (i) Formação Técnica Geral (FTG), que aborda conhecimentos neces-

42 O Projeto Pedagógico Integrado 41 sários a quaisquer atividades de trabalho e permite ao jovem compreender o papel do trabalho e da formação profissional no mundo contemporâneo; (ii) Formação Técnica Específica (FTE), que proporciona ao jovem a aprendizagem de conteúdos de uma ou mais ocupações, dependendo da estrutura da oferta em cada localidade. Assim a FTE, via Arco Ocupacional, aborda conhecimentos relativos a quatro ocupações articuladas dentro de uma base técnica comum, tanto no campo da produção, quanto da comercialização, enquanto a FTE, inscrita no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), proporciona ao jovem o aprendizado em uma ocupação. Ambas desenvolvem competências e habilidades que ampliam as possibilidades de atuação do jovem no mundo do trabalho; (iii) Projeto de Orientação Profissional POP instrumento de integração da FTG com a FTE e delas com as demais dimensões do currículo. C. participação Cidadã A Participação Cidadã é uma dimensão essencial do currículo integrado, permitindo a realização de trabalhos coletivos e associados a outros componentes curriculares. No desenvolvimento dessa dimensão curricular, os jovens aprendem a avaliar o alcance de suas ações, as formas de encaminhamento das demandas dos cidadãos/grupos sociais e os meios de resposta possíveis, sendo levados a compreender a importância e a eficácia do trabalho coletivo e solidário e tudo que isso pode representar em termos de aprendizado e desenvolvimento de competências e habilidades, visando à participação social e ao exercício da cidadania. Envolve aulas teórico-práticas e a elaboração/implementação/avaliação de um projeto de intervenção na comunidade em que vivem, o Plano de Ação Comunitária PLA. > Matriz curricular a. Eixos estruturantes, campos do conhecimento e unidades Formativas O currículo do Projovem Urbano organiza-se como uma rede resultante do cruzamento de eixos estruturantes com os campos de conhecimento

43 42 Manual do Educador Orientações Gerais envolvidos nas dimensões consideradas Formação Básica, Qualificação Profissional e Participação Cidadã. Os eixos estruturantes Cultura, Cidade, Trabalho, Comunicação, Tecnologia e Cidadania deram origem aos critérios de seleção dos conteúdos abordados no curso e permitiram estabelecer as seguintes Unidades Formativas: Unidade Formativa I Juventude e Cultura Unidade Formativa II Juventude e Cidade Unidade Formativa III Juventude e Trabalho Unidade Formativa IV Juventude e Comunicação Unidade Formativa V Juventude e Tecnologia Unidade Formativa VI Juventude e Cidadania Os eixos estruturantes, portanto, organizam os conteúdos e dão aos estudos uma perspectiva orgânica, na medida em que orientaram os educadores envolvidos no desenho do currículo na seleção de temas significativos para o público do Programa. Esse desenho resultou na matriz curricular apresentada a seguir. Matriz Curricular do Projovem Urbano Dimensões Curriculares e Áreas do Conhecimento Eixos Estruturantes Ciências Humanas Língua Portuguesa Formação Básica Inglês Matemática Ciências da Natureza Qualificação Profissional Participação Cidadã I. Juventude e Cultura Tópicos II. Juventude e Cidade Tópicos III. Juventude e Trabalho Tópicos IV. Juventude e Comunicação Tópicos V. Juventude e Tecnologia Tópicos VI. Juventude e Cidadania Tópicos

44 O Projeto Pedagógico Integrado 43 Como se observa, o cruzamento entre eixos estruturantes e áreas do conhecimento dá origem a células que devem ser preenchidas de acordo com a seguinte referência: cada eixo interage com cada componente curricular, de modo que, mesmo se mantendo o ponto de vista específico de cada campo de conhecimento, os eixos e os conteúdos dialogam entre si. Entretanto, existe o risco de esse diálogo não acontecer espontaneamente, o que torna necessário garantir espaços curriculares específicos para isso, ainda que a postura integradora perpasse todo o currículo. B. atividades de integração curricular Como foi dito, cada dimensão do currículo, além de abordar temas específicos dos respectivos campos de conhecimento, propõe o desenvolvimento de ações destinadas a estimular e facilitar a integração curricular do Projovem Urbano as sínteses integradoras, o POP e o PLA, que criam oportunidades adequadas para que o jovem construa a própria subjetividade, articulando suas dimensões de pessoa humana, trabalhador, estudante e cidadão. Além disso, o ensino de Informática contribui para que o jovem adquira um importante instrumento que perpassa todos os componentes curriculares. a) Sínteses integradoras As sínteses Integradoras são textos produzidos pelos estudantes como resultado de um trabalho específico com temas integradores. Esse processo deriva da concepção de interdisciplinaridade adotada no Projovem Urbano, que requer a criação de condições para os jovens se apropriarem dos conteúdos, não em si mesmos, mas como suporte para o desenvolvimento das habilidades de diferentes tipos, dos valores e atitudes, enfim, das competências buscadas pelo curso. Os temas integradores se relacionam muito de perto com a vida e as emoções dos jovens mobilizando-os ao mesmo tempo como pessoas e como estudantes, levando-os a organizar os novos conhecimentos (de natureza emocional, cognitiva, ética e estética) de modo a relacioná-los não apenas com suas experiências passadas (seus conhecimentos prévios), mas também com o que sonham e desejam ser no futuro. Para o currículo do Projovem Urbano, foram propostos cinco temas integradores: (i) Identidade do Jovem, (ii) Os Territórios da Juventude

45 44 Manual do Educador Orientações Gerais Urbana; (iii) Viver Relações Sociais Desiguais; (iv) Juventude e Qualidade de Vida; (v) Juventude e Responsabilidade Ambiental. Os temas se desdobram nas seis unidades, abordando, em cada uma, aspectos relacionados ao eixo estruturante, ou seja, cada eixo é retomado e ampliado diversas vezes ao longo do curso. Essa estratégia de desdobramento decorre da ideia de não ser indicado ampliar muito o número de temas focalizados no currículo, mas sim criar condições para que o estudante adquira desenvoltura em relação ao que foi selecionado. É necessário que os conteúdos tratados em cada componente das três dimensões do currículo sejam, repetidas vezes, objeto de diferentes ações e reflexões, de modo que passem a integrar o território cognitivo, afetivo e prático que o jovem domina. Assim, é mais adequado que ele refaça seu trabalho com cada tema integrador, acrescentando-lhe, a cada vez, novos aspectos e buscando estabelecer relação com o que foi visto desde o início, sobre o assunto. Por isso, é importante também que, à medida que o curso for avançando, os estudantes sejam encorajados a relacionar os próprios temas integradores entre si. Para que o estudante chegue a cada síntese, são desenvolvidas diferentes atividades, como: estudo de trechos dos textos especialmente elaborados para o curso, discussões em pequenos grupos, esclarecimento de dúvidas pelo professor orientador da turma, excursões e ou visitas, exibição e comentário de filmes, entrevistas e outras mais a serem planejadas de acordo com os interesses e necessidades do grupo. b) Projeto de Orientação Profissional POP O POP situa-se na linha do que se chama narrativa como técnica de ensino e aprendizagem, cuja finalidade principal é promover o crescimento pessoal do jovem, desenvolver sua visão crítica da realidade em que vive e avaliar a formação profissional que lhe foi oferecida no curso. Assim, implica uma visão integradora da Qualificação Profissional, relacionando-a com a Formação Básica e a Participação Cidadã. Não é um plano para ser desenvolvido durante o curso e nem mesmo depois dele, embora se espere que ajude o jovem a situar-se no mundo do trabalho e a planejar a sua inserção produtiva. Trata-se, antes, de uma reflexão individual continuada sobre todas as atividades curricula-

46 O Projeto Pedagógico Integrado 45 res: aprendizagens práticas e sociais, vivências, organização de conteúdos na relação teoria e prática. Para tanto, é preciso conhecer a cidade do ponto de vista das oportunidades que ela oferece para o desenvolvimento profissional, durante o Projovem Urbano e após sua conclusão. Apresenta um roteiro para a reflexão e a sistematização individual de informações e aprendizados do jovem, ao longo de todo o percurso formativo do Programa. Por meio dele, as trajetórias de vida e trabalho dos próprios jovens e de seus familiares mais próximos, além de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados ao trabalho, vão sendo registrados, dando forma a um projeto de continuidade da formação básica e profissional. Esses aspectos são tratados no POP, preparando o jovem para melhor compreender a dinâmica do mundo do trabalho e planejar a sua inserção produtiva. c) Plano de Ação Comunitária PLA O terceiro instrumento de integração do currículo do Projovem Urbano é constituído pelo PLA, que, como foi dito, é um plano a ser elaborado, desenvolvido, avaliado e sistematizado ao longo do curso, no componente curricular Participação Cidadã. Tem como referência a ideia de que participar e exercer cidadania são ações que se aprendem fazendo. Inicia-se pela construção de um mapa de desafios da comunidade, que exige o conhecimento da cidade, especialmente da realidade social (ou local) em que os jovens estão inseridos, para o que são usados conhecimentos desenvolvidos nos diversos componentes do currículo, quer os de Formação Básica, quer os de Qualificação Profissional e da própria Participação Cidadã. Além disso, o PLA implica uma experiência de trabalho cooperativo e de responsabilidade solidária com o grupo, essenciais para a formação de um jovem que se importa em participar de alguma mudança na sociedade em que vive. Nas aulas e oficinas, discutem-se questões como direitos humanos, direitos do consumidor, acesso aos bens e serviços públicos, ética e cidadania, assim como questões de saneamento, saúde pública, qualidade e acessibilidade dos serviços públicos, preservação do meio ambiente, violência, drogas, sexualidade, participação social, direito à cultura e ao lazer, entre tantos outros.

47 46 Manual do Educador Orientações Gerais d) Informática como instrumento de integração curricular Um aspecto importante do Projovem Urbano, que perpassa as três dimensões do currículo, é a proposta de inclusão digital, na qual se procura realçar o papel do conhecimento da Informática como um dos pilares da vida contemporânea, visando a proporcionar aos jovens uma oportunidade efetiva de aprender os princípios de funcionamento, os programas principais e os recursos técnicos essenciais para a operação de computadores, sistemas periféricos e tecnologias da informação. > avaliação como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem Na proposta curricular do Projovem Urbano, a avaliação interage continuamente com o ensino e a aprendizagem, superando suas tradicionais funções de rotular e excluir. Nessa perspectiva, constitui um processo cumulativo, contínuo, abrangente, sistemático e flexível de obtenção e análise de informações de natureza qualitativa e quantitativa sobre o ensino e a aprendizagem, de forma a obter subsídios para: (a) planejar as intervenções docentes; (b) criar formas de apoio aos estudantes que apresentem dificuldades; (c) verificar se os objetivos propostos são os mais pertinentes e se estão sendo alcançados; (d) obter subsídios para a revisão dos materiais e da metodologia do curso. Assim, é necessário que os educadores considerem como objeto de avaliação todos os elementos e recursos que constituem o trabalho pedagógico e entendam a avaliação final de uma ação como ponto de partida de uma nova ação. Isso significa criar e utilizar situações de apoio pedagógico ao estudante, durante todo o processo de ensino e aprendizagem, implicando que a avaliação: seja intencional, sistemática, contínua e processual; organize-se em eventos formais, porém considere e valorize as informações advindas de situações informais; contribua para uma aprendizagem efetiva dos estudantes; exerça funções diferenciadas; anteceda, acompanhe e finalize qualquer etapa do trabalho pedagógico;

48 O Projeto Pedagógico Integrado 47 utilize instrumentos de medida diversificados; considere os aspectos quantitativos e qualitativos, com preponderância dos últimos; enfatize o sucesso e não a reprovação ou o fracasso; enfatize o processo, mas valorize também o resultado final; envolva todos os sujeitos que participam do processo educativo, isto é estudantes, professores e gestores. Nessa perspectiva, a avaliação antecede, acompanha e sucede as atividades docentes e discentes, e cada um desses momentos requer uma ou mais modalidades especificas de avaliação: diagnóstica, formativa ou somativa. Essas modalidades possuem funções distintas, mas complementares. Abordar as diferentes modalidades de avaliação, caracterizando ou definindo cada uma delas, não é separá-las ou compartimentá-las. Ao contrário, é compreender o significado de cada uma para melhor perceber sua inter-relação. Se, em algum momento, a ênfase é colocada em uma delas, não se pode desvincular ou querer, forçadamente, relacionar determinados princípios da avaliação a determinada modalidade. A relação não é linear. Um plano de avaliação é o resultado do entrelaçamento modalidade-modalidade e modalidades-princípios. A avaliação diagnóstica é sempre lembrada como a que acontece antes, na fase inicial de um trabalho, com a função básica de obter informações sobre os sujeitos envolvidos no processo de ensino e aprendizagem e sobre o contexto em que a ação pedagógica se desenvolve, possibilitando a definição ou redefinição dos objetivos do trabalho e do caminho a ser percorrido para alcançá-los. Mas a avaliação diagnóstica não é importante apenas na fase inicial de um trabalho. Ela é necessária, também, ao longo de todo o desenvolvimento do curso, pois ajuda na compreensão dos resultados que vão sendo obtidos, sejam eles positivos ou negativos, fornecendo subsídios para as intervenções que se fizerem necessárias. O diagnóstico feito ao longo do processo de ensino e aprendizagem acha-se intimamente relacionado à avaliação formativa, que acompanha o estudante durante todo o curso. Com características bastante singulares, a avaliação formativa, como o próprio nome diz, tem natureza formadora. Sua função não é classificar, mas identificar os avanços da aprendizagem

49 48 Manual do Educador Orientações Gerais ou os pontos que constituem barreiras para esses avanços. É contribuir para melhorar, orientar, regular a ação didática. Ela fornece informações que permitem as correções a serem realizadas para o alcance dos resultados idealizados no projeto de ensino e no projeto pedagógico da escola ou do curso. A avaliação formativa é muito mais do que uma verificação de desempenho, é uma interrogação, uma reflexão constante sobre os resultados que evidencia, é uma tomada de consciência do progresso e das dificuldades dos estudantes. Tal reflexão é possível na interação das duas modalidades, a formativa e a diagnóstica. Essa interação favorece o reconhecimento dos diferentes ritmos de aprendizagem dos estudantes, das necessidades e dificuldades particulares de cada um e, ainda, a proposição de vários caminhos para a ação didática. A avaliação formativa, para cumprir suas funções, em um processo sistemático e contínuo, requer que o professor utilize procedimentos formais e informais para a obtenção das informações necessárias. Dentre esses procedimentos, destaca-se a autoavaliação do estudante, que lhe possibilita a conscientização de seus avanços e dificuldades, transformando-o no ator principal da aprendizagem ao conferir-lhe autonomia e responsabilidade na condução de seu percurso, com a ajuda do professor. A avaliação diagnóstica e a avaliação formativa, tomadas de forma articulada, possibilitam a efetivação de duas importantes características da avaliação: continuidade e ênfase no processo. Ações didáticas afirmativas, decorrentes de decisões que visem a ajudar os estudantes a aprender mais e melhor, garantirão resultados positivos na avaliação final, chamada avaliação somativa. Não se pode ter medo de falar em avaliação final, de falar em produto. A questão principal é ter clareza a respeito do que se define como produto, em consonância com a concepção de educação que norteia o projeto pedagógico do curso. Como a aprendizagem é um processo que tem caráter cumulativo, ela admite produtos parciais e finais. A avaliação somativa oferece uma dimensão do significado e da relevância do trabalho realizado. Tradicionalmente associada à ideia de classificação, aprovação ou reprovação, a avaliação final, muitas vezes, é desvalorizada ou desconsiderada, sobretudo no discurso sobre o trabalho pedagógico, em nome do privilégio (muitas vezes apenas formal) à avaliação do processo.

50 O Projeto Pedagógico Integrado 49 Mas a associação entre avaliação somativa e classificação, aprovação ou reprovação faz sentido apenas quando se tem o objetivo de classificar os sujeitos (um concurso, por exemplo). Numa proposta, como a do Projovem Urbano, que tem a aprendizagem efetiva como principal preocupação, na sala de aula, ela se dilui, passando a ser vista apenas como o ponto de conclusão de um processo, uma trajetória percorrida na realização de um trabalho completo. > detalhamento do currículo as unidades Formativas Como foi dito, cada Unidade Formativa do Projovem Urbano constrói- -se em torno de um eixo estruturante que orienta a seleção final dos conteúdos e sua organização em tópicos. Cada componente curricular enfoca o eixo estruturante com o olhar da disciplina ou campo de conhecimento correspondente, de modo a criar um ambiente pedagógico favorável à construção de noções fundamentais e ao desenvolvimento de habilidades básicas. E o processo de integração curricular perpassa as disciplinas e campos específicos, buscando relacionar o estudo atual com as aprendizagens escolares pré-existentes, as experiências cotidianas e os projetos dos jovens, que, assim, são desafiados a apropriar-se do conhecimento como sujeitos da educação. Essa dinâmica do currículo se traduz em ações curriculares ou situações de ensino e aprendizagem nas quais o estudante se apropria das informações e as incorpora ao seu repertório de aprendizagens por meio de atividades de interação e construção ativa, apoiando-se tanto nos conhecimentos específicos de cada campo quanto nas atividades de integração curricular. > unidade Formativa I: Juventude e Cultura Eixo estruturante Os jovens e a cultura como construção histórica e coletiva que atribui sentido ao mundo, forma identidades, produz linguagens e ferramentas, institui regras e costumes. Reposicionamento diante do fato de que o reconhecimento social de distintas culturas está sujeito às relações assimétricas de poder político e econômico. Ações curriculares As noções fundamentais, as habilidades e os va-

51 50 Manual do Educador Orientações Gerais lores básicos para o desenvolvimento integrado da Unidade Formativa I serão construídos em torno dos seguintes temas: Ciências Humanas Identidade juvenil: autoconhecimento do jovem, conhecimento da turma, história de vida, noção de sujeito histórico, juventude e seus significados. Concepções de História e tempo histórico, Geografia e espaço geográfico. As ciências humanas e a compreensão do mundo. Cultura, culturas juvenis, manifestações culturais, diversidade cultural, patrimônio cultural. Língua Portuguesa Habilidades de leitura de textos em verso e em prosa: identificar informações explícitas no texto. Noção de verso e prosa. Noção de rima. Produção de textos: bilhete. Verbos no presente, passado e futuro. Substantivos próprios. Noção de sílaba e separação de sílabas. Vogais e consoantes. Sons nasais. Ordem alfabética. Verbete de dicionário. Noção de artigo. Feminino e masculino, singular e plural. Adjetivos pátrios. Tipos de texto e respectiva finalidade. Ortografia. Inglês Introdução ao estudo da Língua Inglesa: apresentação de funções básicas da linguagem, como cumprimentar, apresentar-se, despedir-se, agradecer, desculpar-se, pedir as horas, expressar o que gosta de fazer etc. Vocabulário básico para utilização dessas funções: números, pronomes pessoais e possessivos, nomes de lugares, dias da semana, verbos etc. Verbo to be (incluindo there is/ there are) para formar frases afirmativas, negativas e interrogativas no tempo presente. Matemática A construção matemática nas diferentes culturas e o ensino e aprendizagem da Matemática a partir da diversidade cultural. Resolução de problemas. Geometria e arte. Sistemas de numeração e sistema de numeração decimal. As quatro operações fundamentais. Cálculo mental; cálculo por estimativa; uso da calculadora. Tabelas.

52 O Projeto Pedagógico Integrado 51 Ciências da Natureza Componentes principais dos alimentos: carboidratos, lipídios, proteínas e vitaminas. Técnicas tradicionais e atuais de conservação de alimentos. Transformações químicas: evidências macroscópicas; reagentes e produtos. Conservação da massa. Corpo e saúde: aspectos históricos e culturais. Corpo humano: funções de nutrição, relação e coordenação. Energia e transformação de energia. Calor e mudança de estado. Combustão. Ciclo de matéria e fluxo de energia. Qualificação Profissional Cultura e trabalho. Comunicação e cultura; a influência dos grandes meios de comunicação no mundo de hoje e os meios de comunicação comunitários. Cultura e técnica: arte e trabalho. Finalidade do trabalho: para que fazer; qualidade de vida e qualidade no trabalho. Relações de trabalho; conquistas dos trabalhadores. Formação Técnica Geral: preparação do trabalho e execução de tarefas específicas. A mobilidade profissional; a valorização do trabalhador. Técnica, Tecnologia e Ciência. Hierarquia organizacional; cargos e funções. Cadeias produtivas; organização, divisão e controle do trabalho. O crescimento do setor de serviços. A comunicação no trabalho: comunicação verbal e comunicação não verbal no trabalho. Participação Cidadã Acolhimento dos jovens, caracterização das potencialidades e interesses do grupo. Construção de vínculos de identidade e relação de pertencimento com a turma, o Núcleo e o Programa. Reconhecimento das culturas juvenis do município e dos espaços de inserção cultural, social, profissional e política das juventudes. Reflexão sobre a condição juvenil. Integração Curricular Elaboração dos temas integradores da unidade: 1. Ser jovem hoje. 2. A cultura da comunidade em que vivo (saberes, fazeres, crenças e expressões artísticas). 3. Sofrer preconceitos e discriminação...

53 52 Manual do Educador Orientações Gerais 4. Minha turma tem boa qualidade de vida? 5. Os hábitos culturais de minha comunidade respeitam a natureza? Ideia do POP como reflexão sobre a prática e instrumento de apoio à Qualificação Profissional. Experiência de vida e de trabalho: a mediação das dimensões curriculares pela cultura, considerando a história local, familiar e cotidiana. Ideia do PLA como ação social cidadã. Desenvolvimento da Participação Cidadã com base em reflexão sobre convivência social, identidades e diversidade cultural, respeito às diferenças e valorização do intercâmbio entre culturas. Informática: Introdução à Informática. Monitor, teclado, mouse. Digitação e gravação de textos. Desenho. Navegação na Internet: sites e links. > unidade Formativa II: Juventude e Cidade Eixo estruturante A juventude e as práticas de ocupação do espaço urbano pelos jovens (vivência na cidade globalizada). Reposicionamento diante das dinâmicas urbanas de inclusão e exclusão social. Ações curriculares As noções fundamentais, as habilidades e os valores básicos para o desenvolvimento integrado da Unidade Formativa II serão construídos em torno dos temas a seguir. Ciências Humanas População: movimentos e deslocamentos populacionais. Paisagens, territórios. Diferenças e desigualdades na produção e apropriação do espaço urbano. Exclusão e inclusão social no espaço da cidade. O tempo e as diferentes temporalidades na cidade. As faces da violência urbana. Qualidade de vida urbana: saneamento, moradia, lazer e educação. Cidade, cidadão e cidadania.

54 O Projeto Pedagógico Integrado 53 Língua Portuguesa Habilidades de leitura de textos em verso e em prosa. Produção de textos: resumo e carta. Sílabas. Rimas. Palavras proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas. Uso da vírgula. Mal x mau. Parágrafos. Sujeito. Parênteses e travessões. Adjetivos. Pronomes pessoais, possessivos, indefinidos, interrogativos. Inglês Novas funções da linguagem, como pedir ajuda, perguntar o que alguém está fazendo, responder o que se está fazendo, expressar seu estado de espírito, saber a quem pertence algo, descrever objeto(s), convidar alguém para realizar atividades diversas, aceitar ou recusar um convite, falar de sua família etc. Vocabulário relacionado a essas funções, como cores, adjetivos, objetos, novos verbos e membros da família. Verbo to be no presente contínuo e outros verbos no presente simples para afirmar, negar e fazer perguntas com do/ does/ don t/ doesn t. Matemática Noções de espaço e movimento. A comunicação matemática como forma de compreensão, pelo jovem, das dinâmicas do local em que vive e como estratégia para modificar sua forma de atuar nesse local. Resolução de problemas. Números e operações. Tabelas e gráficos. Formas geométricas espaciais e planas. Geometria e natureza. Ciências da Natureza Distribuição e usos da água. Misturas e soluções. Ciclo da água na natureza. Vasos comunicantes, pressão, princípio de Pascal. Filtração e decantação. Ecossistemas. Doenças veiculadas pela água contaminada. Tratamento de água. Rede de distribuição de água e água servida. Clima. Qualificação Profissional Mobilidade: adaptação e desafio; migração, um fenômeno coletivo. Cultura e imigração. O processo de urbanização e a questão do emprego; reestruturação produtiva e emprego; flexibilidade e mudan-

55 54 Manual do Educador Orientações Gerais ças; trabalho qualificado e precarização. Terceirização. Profissões que se transformam. Atividades industriais e atividades de serviços. O processo de trabalho; trabalho em linha e em grupo; trabalho artesão. O processo de trabalho na prestação de serviços. Trabalho de retaguarda e trabalho na linha de frente. A qualidade e o processo de produção. A necessidade de mudar a organização do trabalho. O planejamento da produção: porque planejar, controlar, programar. Controle no processo industrial. Participação Cidadã Noções básicas sobre participação social e pública. Direitos Humanos e Direitos de Cidadania. Diagnóstico da realidade social ( Mapa de Desafios ). Integração Curricular Elaboração dos temas integradores da Unidade: 1) Viver na cidade; 2) Meu bairro, meu território; 3) A violência urbana invade o dia a dia dos jovens? 4) Educação, trabalho e lazer ao alcance de todos? 5) Saneamento básico é importante... POP: Reconhecendo a trajetória socioespacial de trabalho da família. Trabalho, ocupação e relação intergeracional. PLA: Elaboração do Mapa de Desafios a partir de diagnóstico da realidade social em que os jovens estão inseridos. Identificação das necessidades e oportunidades de engajamento social no bairro, na comunidade ou na cidade. Manifestações artísticas. Informática: Pesquisa na Internet: sites de busca. Editores de texto. > unidade Formativa III: Juventude e trabalho Eixo estruturante O mundo do trabalho na sociedade contemporânea: transformações pelas quais vem passando e práticas de inserção dos jovens. Reposicionamento diante das dinâmicas de inclusão e exclusão no trabalho e na escola. Ações curriculares As noções fundamentais, as habilidades e os va-

56 O Projeto Pedagógico Integrado 55 lores básicos para o desenvolvimento integrado da Unidade Formativa III serão construídos em torno dos seguintes temas: Ciências Humanas Significados do trabalho para a juventude. Trabalho e transformações do espaço geográfico. As mudanças nas relações de trabalho. Emprego, subemprego e desemprego. Economia solidária, empreendedorismo e cooperativismo. Lutas sociais e direitos dos trabalhadores. Trabalho, lazer e tempo livre. Educação e trabalho. Desafios do mundo do trabalho. Língua Portuguesa Habilidades de leitura de textos em prosa e em verso. Compreensão das ideias do texto. Tipos de texto: narração, dissertação, argumentação, diálogo, poema. Produção de textos. Dígrafos. Verbos: presente, passado e futuro. Uso de aspas. Ortografia. Mas e mais. Singular e plural. Sinal de dois pontos. Inglês Novas funções da linguagem: falar do seu trabalho, da sua casa, parabenizar alguém, oferecer-se para fazer alguma coisa etc. Vocabulário relacionado: profissões, cômodos de uma casa, meses do ano, estações, meios de transporte etc. Frases afirmativas, negativas e interrogativas, ainda no presente contínuo com o verbo to be, e no presente simples com outros verbos. Matemática Contribuições matemáticas para o desenvolvimento da capacidade de enfrentar e resolver problemas relacionados com o trabalho. Resolução de problemas. Tabelas e gráficos. Números decimais. Medidas de comprimento e de área. Frações. Proporcionalidade. Ciências da Natureza Noções de ergonomia. Fatores patogênicos no ambiente de trabalho. Reações de oxirredução. Substância química e elemento químico. Linguagem simbólica para representação científica das substâncias. Partículas elementares dos átomos. O conceito de

57 56 Manual do Educador Orientações Gerais trabalho: energia potencial e cinética. Máquinas simples. Conservação de energia mecânica. Qualificação Profissional Formação Técnica Específica em uma das ocupações ofertadas pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) ou em um Arco Ocupacional relativo a quatro ocupações articuladas dentro de uma base técnica comum, tanto no campo da produção, quanto da comercialização. Participação Cidadã O planejamento como ferramenta de trabalho. Noções básicas de planejamento participativo e de formatação de um plano de ação (PLA). Procedimentos e instrumentos para distribuição de tarefas e comprometimento dos jovens com o PLA. Integração Curricular Elaboração dos temas integradores da Unidade: 1) Ser jovem: aprendendo e trabalhando; 2) Ser jovem é ser consumidor? 3) A violência e minha situação de trabalho; 4) Direitos de trabalhador: eu tenho? 5) Como meu trabalho pode prejudicar ou proteger o meio ambiente? POP: Refletir sobre preferências de trabalho e desenvolvimento profissional. Oportunidades de trabalho no município: como procurar opções de inserção no mundo do trabalho. PLA: Elaboração do Plano de Ação Comunitária. Organização de evento para apresentação pública da proposta do PLA. Manifestações artísticas. Informática: Apresentações eletrônicas: abrir e executar; modificar. Criar planilhas eletrônicas. > unidade Formativa IV: Juventude e Comunicação Eixo estruturante Informação e comunicação na sociedade contemporânea e as práticas dos jovens. Reposicionamento diante das dinâmicas de inclusão e exclusão no acesso à informação e à comunicação.

58 O Projeto Pedagógico Integrado 57 Ações curriculares As noções fundamentais, as habilidades e os valores básicos para o desenvolvimento integrado da Unidade Formativa IV serão construídos em torno dos seguintes temas: Ciências Humanas Informação, conexões e fluxos. Conhecimento e representação do mundo. Representações cartográficas (maquetes, plantas e mapas). Relações espaço-temporais. Meios de comunicação de massa. Inclusão e exclusão digital. Língua Portuguesa Habilidades de leitura de textos em prosa e em verso. Classes de palavras: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, artigo, numeral, advérbio, preposição, conjunção, interjeição. Inglês Novas funções da linguagem: falar da frequência com que se faz algo, sobre o local onde algo se encontra, pedir um favor, expressar mal-estar físico, descrever alguém, pedir informação etc. Vocabulário que permite o uso dessas funções, como adjetivos, partes do corpo, preposições de lugar etc. Afirmar, negar e fazer perguntas com frases também no passado, apenas com o verbo to be. Matemática A linguagem matemática como forma de desenvolver o pensamento matemático. A linguagem matemática como instrumento de comunicação. Resolução de problemas. Medida de volumes. Noções de lógica. A linguagem da Matemática. Generalizações matemáticas. Equações. Expressão algébrica de áreas e volumes. Comunicação estatística. Ciências da Natureza Biomassa como fonte alternativa de energia. Classificação de lixo. Reciclagem. Tratamento do lixo. Compostagem. Aterro sanitário. Classificação dos seres vivos. Níveis tróficos e relações ecológicas. Equipamentos de comunicação. Princípio de funcionamento de equipamentos. Conceito de onda, propagação ondulatória (veloci-

59 58 Manual do Educador Orientações Gerais dade e frequência). Ondas mecânicas e eletromagnéticas. O uso social das aplicações da radiação (agricultura, medicina, artes etc.). Espectro luminoso e cor. Propriedade das ondas: reflexão, refração, absorção. Espelhos planos e esféricos. Lentes. Instrumentos ópticos: microscópio, luneta e telescópio. Laser. Qualificação Profissional Formação Técnica Específica em uma das ocupações ofertada pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRO- NATEC) ou em um Arco Ocupacional relativo a quatro ocupações articuladas dentro de uma base técnica comum, tanto no campo da produção, quanto da comercialização. Participação Cidadã Relação entre comunicação e participação. O papel da comunicação na qualificação das ações participativas. Referências para a seleção, produção e o uso de meios de comunicação em ações sociais. Integração Curricular Elaboração dos temas integradores da Unidade: 1) Comunicação: importância para minha vida e meu trabalho; 2) Meios de comunicação: integração ou exclusão? 3) Sexualidade e responsabilidade; 4) Eu tenho acesso aos meios de comunicação? 5) Meio ambiente e comunicação no mundo globalizado. POP: Refletir sobre as formas de organização dos trabalhadores. Associações de classes e sindicatos. A continuação do processo formativo após o Projovem Urbano: quais os desejos despertados pela experiência atual. PLA: Desenvolvimento de meios de comunicação para implementação do PLA e para execução das ações previstas no PLA. Manifestações artísticas. Informática: Contas de correio eletrônico: criação. Receber e enviar s. Receber e enviar mensagens com anexos. Listas de discussão. Salas de bate-papo.

60 O Projeto Pedagógico Integrado 59 > unidade Formativa V: Juventude e tecnologia Eixo estruturante Ciência e tecnologia na sociedade contemporânea e suas repercussões na vida do jovem. Reposicionamento diante das dinâmicas de inclusão e exclusão social no acesso às novas tecnologias. Ações curriculares As noções fundamentais, as habilidades e os valores básicos para o desenvolvimento integrado da Unidade Formativa V serão construídos em torno dos temas a seguir. Ciências Humanas Produção e consumo. Técnica e tecnologia e natureza. Ciência, inovação e tecnologia. Circulação de mercadorias, pessoas e capitais. Globalização. Espaço/tempo e novas tecnologias. Tecnologias e meio ambiente. Língua Portuguesa Habilidades de leitura de textos em prosa e em verso. Compreensão e interpretação das ideias do texto. Inferência de informações implícitas no texto. Identificação de efeitos de sentido em expressões do texto. Identificação do tipo de texto e da respectiva finalidade. Produção de textos. Coesão textual e emprego dos pronomes. Emprego dos tempos verbais. Inglês Novas funções da linguagem: falar sobre algo que se fez ou se estava fazendo num tempo passado e sobre algo que ainda se vá fazer. Vocabulário relacionado com o contexto em que aparecem essas funções, como superlativos de adjetivos e verbos no passado. Afirmar, negar e fazer perguntas com frases no passado, com o uso de did/ didn t. Matemática Participação da Matemática na evolução da tecnologia e na utilização da tecnologia no processo de ensino e aprendizagem. A Matemática como ciência em evolução. Resolução de problemas. Medidas de área e comprimento. Tabelas e gráficos. Coordenadas cartesianas. Números negativos. Medidas de volume.

61 60 Manual do Educador Orientações Gerais Ciências da Natureza O papel social da divulgação científica. Noções de biotecnologia. Biologia celular: células eucariontes e procariontes. Destilação fracionada. Combustíveis fósseis: origem e usos. Poluição. Tipos e propriedades dos plásticos. Eletricidade, rede elétrica e motores elétricos. Qualificação Profissional Formação Técnica Específica em uma das ocupações ofertada pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRO- NATEC) ou em um Arco Ocupacional relativo a quatro ocupações articuladas dentro de uma base técnica comum, tanto no campo da produção, quanto da comercialização. Participação Cidadã Tecnologia social para a mobilização e a Participação Cidadã. A construção de instrumentos de registro, monitoramento e apoio ao PLA. Integração Curricular Elaboração dos temas integradores da Unidade: 1) A produção do meu corpo: saúde e beleza; 2) A tecnologia humaniza a cidade? 3) A dificuldade de acesso às tecnologias é uma violência contra o cidadão... 4) A tecnologia facilita a minha vida de jovem? 5) Como a tecnologia pode proteger/destruir o meio ambiente em que vivo? POP: Pesquisa sobre as possibilidades existentes no município para a continuidade da Qualificação Profissional. Avaliação dos conteúdos e do processo de ensino e aprendizagem desenvolvidos na sua formação técnica específica. PLA: Implementação das ações previstas no PLA. Manifestações artísticas. Informática: Programas de comunicação instantânea. Blogs. Construção de páginas na Internet. Construção e publicação de sites. > unidade Formativa VI: Juventude e Cidadania Eixo estruturante Diferenças socioculturais que segmentam a juventude brasileira: preconceitos e discriminações intra e intergeracionais. Reposicionamento diante das dinâmicas de inclusão e exclusão

62 O Projeto Pedagógico Integrado 61 sociais que expressam desigualdades e diferenças (geração, gênero, raça/etnia, deficiências físico-psíquicas). Ações curriculares As noções fundamentais, as habilidades e os valores básicos para o desenvolvimento integrado da Unidade Formativa VI serão construídos em torno dos temas a seguir. Ciências Humanas Cidadania e política. Ideologias e poder. Democracia e Estado. Unidade e diversidade: território e regionalização. População e diferenças regionais. Juventude e participação política. Movimentos sociais e políticos. Língua Portuguesa Habilidades de leitura de texto em prosa e em verso. Variação linguística. Texto dissertativo. Sujeito, predicado, objeto direto e indireto. Linguagem figurada: metáfora. Os diversos gêneros de texto. Ortografia. Emprego da vírgula e do ponto final. Emprego do sinal indicativo de crase. Produção de textos. Inglês Revisão e consolidação das funções, do vocabulário e dos tempos verbais apresentados ao longo do curso. Matemática A Matemática como instrumento de compreensão da realidade para o exercício da cidadania. Resolução de problemas com enfoques variados. Teorema de Pitágoras. Sistemas de equações. Probabilidades. Noções de funções. Ciências da Natureza Gênero, sexualidade e cidadania. Noções de saúde e autocuidado. Efeitos do uso de drogas e suas implicações para a saúde individual e coletiva. Acidez e basicidade. Conceito ácido-base de Arrhenius. Reações de neutralização. Chuva ácida: desequilíbrios ambientais pela introdução de SO2 na atmosfera. Concentração de soluções. Velocidade e aceleração. Impulso. Quantidade de movimento e coli-

63 62 Manual do Educador Orientações Gerais sões. Modelo explicativo do planeta. Modelo Sol-Terra-Lua: translação e rotação terrestres. Medidas de tempo. Distribuição de energia no planeta. Efeito estufa e sua importância para a vida. Aquecimento global e consequências. Obtenção de energia de fontes alternativas. Efeitos das tecnologias limpas no ambiente. Qualificação Profissional Articulação entre FTG e a FTE. Refletir sobre a questão do emprego, do empreendedorismo e outras possibilidades de trabalho: trabalhador autônomo, microempreendedor individual; cooperativas e empreendimentos solidários; coopergatos ou cooperfraudes; outras formas de inserção produtiva. Participação Cidadã Noções de avaliação participativa de ações cidadãs. Procedimentos e instrumentos para a sistematização do PLA e socialização de suas aprendizagens. Integração Curricular Elaboração dos temas integradores da Unidade: 1) Ser estudante do Projovem Urbano é uma experiência de cidadania? 2) Dá pra ser feliz morando na cidade? 3) Ser cidadão é ser ético! 4) Ser um jovem cidadão no pleno exercício da cidadania é... 5) Responsabilidade pelo meio ambiente é coisa de jovem? POP: Discussão, organização e realização de evento coletivo integrando FTG com a FTE. Elaboração do curriculum vitae com base da experiência do Projovem Urbano. Reflexão, avaliação e sistematização das reflexões sobre Qualificação Profissional no Projovem Urbano. Conclusão do PLA: avaliação e sistematização das experiências de ação comunitária realizadas; socialização das aprendizagens e mapeamento de possibilidades e propostas de continuidade da Participação Cidadã. Manifestações artísticas. Organização de evento público para apresentação do balanço do PLA. Informática: O Hardware. Entrada, processamento, armazenamento e saída de dados. Placa-mãe. Processador. Memória RAM

64 O Projeto Pedagógico Integrado 63 e HD. Drive de disquete. Unidade de CD-ROM ou DVD-ROM. Pendrives. Fonte de alimentação. Modem. Periféricos. Sistemas operacionais. programas antivírus. Cópias de segurança. > Material de Ensino, Aprendizagem e Avaliação A matriz curricular do Projovem Urbano foi sempre uma referência essencial para a elaboração dos materiais didáticos e complementares para o curso. Assim, com base nela, foram organizados seis Guias de Estudo multidisciplinares para traduzir o currículo em situações de ensino e de aprendizagem, norteando o percurso dos estudantes, orientando trabalhos individuais ou em grupo e dando apoio às atividades a distância. Os Guias contêm textos com aspectos básicos de todos os conteúdos tratados nas três dimensões do curso, que devem ser articulados com os conhecimentos prévios e as experiências que os estudantes trazem para as salas de aula. Foram também elaborados sete Manuais do Educador, sendo um Manual de Orientações Gerais (que corresponde a este documento) e seis específicos para as unidades formativas. A Qualificação Profissional conta com dois Guias de Estudo e dois Manuais do Educador, específicos para o desenvolvimento do conteúdo de Formação Técnica Geral e do Plano de Orientação Profissional POP, sendo um Guia e um Manual para as Unidades Formativas I e II e um Guia e um Manual para a Unidade Formativa VI. Conta ainda com 22 Guias de Estudo e 22 Manuais para os Arcos Ocupacionais oferecidos no curso. As atividades de integração curricular são trabalhadas com apoio dos seguintes materiais: Agenda do Estudante destinada a estimular a integração dos jovens ao curso e a ajudá-los a organizar seus próprios tempos de estudo. Seção denominada Agora você é o autor inserida na parte final de cada Guia de Estudo, que orienta o estudante na elaboração das sínteses integradoras da Unidade Formativa correspondente. A ideia é que cada síntese seja escrita pelo estudante em um caderno e, depois de corrigida, seja reescrita nas aulas de Informática. Projeto de Orientação Profissional (POP): roteiro específico em folheto apropriado para o registro das anotações e reflexões do jovem.

65 64 Manual do Educador Orientações Gerais Plano de Ação Comunitária (PLA): roteiro de trabalho em folheto com espaços reservados para os itens solicitados. Para registro do processo de avaliação de desempenho do estudante, foram criados os Cadernos de Registro de Avaliação 1º CRA (Unidades- Formativas I e II), 2º CRA (Unidades Formativas III e IV) e 3º CRA (Unidades Formativas V e VI). Neles se encontram também orientações específicas para uma avaliação formativa e processual. Para cada unidade formativa existem no CRA onze fichas de acompanhamento, sendo: cinco para os componentes da Formação Básica (Ensino Fundamental/EJA), duas para Qualificação Profissional, duas para Participação Cidadã, uma para as sínteses integradoras e uma para acompanhamento da formação de habilidades básicas. > Organização Pedagógica Na avaliação de currículos é comum encontrar-se um paradoxo: os aspectos da proposta curricular indicados como pontos avançados e inovadores são, ao mesmo tempo, apontados como os principais entraves na implementação do curso. A causa desse desencontro é provavelmente a ideia equivocada de que a implementação de qualquer proposta curricular pode ser feita dentro de uma organização escolar tradicional. Na verdade, para que se realizem as mudanças desejadas com um novo currículo, a respectiva proposta pedagógica deve conter concepções e diretrizes que orientem a criação de oportunidades de trocas e de interações entre estudantes e professores, bem como o planejamento do contexto em que tais interações se darão. Isso implica organizar os tempos e os espaços escolares de modo a atender ao que está previsto na proposta curricular. Assim, na medida em que o currículo do Projovem Urbano supõe construção ativa do estudante/sujeito, envolvendo aspectos multidisciplinares, interdisciplinares e interdimensionais, além de avaliação ampla e diversificada de processos e resultados, é necessário que o trabalho pedagógico se organize de forma a viabilizar espaços e tempos para isso. > Espaços Pedagógicos O Projovem Urbano organiza-se em Núcleos, cuja referência local são

66 O Projeto Pedagógico Integrado 65 as secretarias de educação municipais, estaduais e distrital, onde se localizam as coordenações locais. No Distrito Federal e nos estados e municípios que têm regionais de ensino, em sua organização administrativa, existem também os Polos, que se localizam nesses órgãos regionais. > núcleo O Núcleo constitui a unidade de organização pedagógica básica do Projovem Urbano, e nele se realiza a maior parte das atividades de ensino e aprendizagem. Os Núcleos funcionam nas escolas das redes públicas selecionadas pelos entes parceiros (Distrito Federal, estados e municípios). Os aspectos mais importantes na organização de um Núcleo dizem respeito a: (i) o número de estudantes atendidos e sua enturmação; (ii) os espaços de ensino e aprendizagem; e (iii) os demais espaços de atendimento. > número de Estudantes e Enturmação Cada Núcleo acolhe de 150 a 200 jovens, distribuídos em cinco turmas. Assim, cada turma deve ser composta de 30 a 40 estudantes. Preferencialmente, as cinco turmas devem funcionar na mesma escola. Quando absolutamente necessário, poderão funcionar em duas unidades escolares próximas ou, no caso de atendimento pelo estado, em dois municípios próximos. > Espaço Físico Os Núcleos devem dispor de espaços adequados e localizar-se, de preferência, próximo ao domicílio ou ao local de trabalho dos estudantes. Para o funcionamento de um Núcleo é necessário que se disponibilizem os seguintes espaços: a) Cinco salas de aula; b) Sala de professores; c) Espaços de apoio pedagógico: salas para atividades de ensino e aprendizagem comuns a todos os estudantes, como laboratório de informática, biblioteca, salas para os plantões pedagógicos e realização das oficinas dos Estudos Complementares; d) Sala para atendimento educacional especializado, quando necessário; e) Salas de acolhimento para crianças de 0 a 8 anos, filhas dos estudantes.

67 66 Manual do Educador Orientações Gerais SALA DE AULA TURMA 1 SALA DE AULA TURMA 2 SALA DE AULA TURMA 3 Esquema de um Núcleo SALA DE AULA TURMA 4 SALA DE AULA TURMA 5 Sala de professores Sala de acolhimento Espaços de apoio pedagógico Sala de atendimento educacional especializado > Salas de aula São espaços específicos para o desenvolvimento das atividades de ensino, aprendizagem e avaliação, devendo haver uma sala para cada turma. Consideram-se também espaços de ensino, aprendizagem e avaliação do Projovem Urbano os diferentes locais da cidade onde os estudantes vivem seu cotidiano e os recursos urbanos postos à disposição da população em geral. É importante que todos os educadores do Programa aproveitem intensamente a cidade como espaço educativo, incentivando estudos do meio urbano, pesquisas de campo, visitas e intervenções em locais diversos: a própria comunidade a que pertencem os jovens, além de empresas produtivas, órgãos públicos de prestação de serviços, centros culturais, associações e outros espaços de participação política e manifestação cultural. > Espaços de apoio pedagógico São locais destinados ao uso de todas as turmas, tornando-se necessário organizar seu uso. Os principais espaços de apoio pedagógico são: biblioteca; laboratório de informática; auditório; sala para plantões pedagógicos e para a realização das oficinas de estudos complementares.

68 O Projeto Pedagógico Integrado 67 > Sala de recursos multifuncionais para atendimento Educacional Especializado aee Quando necessário, o Núcleo deverá contar com espaço destinado à execução do AEE constituído de mobiliário, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade, equipamentos específicos e professor com formação para realizar o AEE. > Sala dos professores Essa sala deve propiciar espaço para reuniões de planejamento e, eventualmente, para atividades de formação continuada. > Sala de acolhimento A sala de acolhimento caracteriza-se como um serviço de apoio às famílias de jovens matriculados no Programa que necessitam deixar seus filhos em condições adequadas de proteção, bem-estar e desenvolvimento, no período em que estão frequentando as aulas. Seu objetivo é favorecer a continuidade do percurso escolar dos estudantes do Projovem Urbano que têm filhos ou são responsáveis legais por crianças de 0 a 8 anos e onze meses de idade. A sala de acolhimento difere de qualquer serviço equivalente à creche, à pré-escola e à escola de ensino fundamental, não sendo a frequência da criança obrigatória, diária e nem sistemática. Nesse sentido, ressalta-se que essas crianças acolhidas no período de estudo de seus pais, normalmente noturno, mantêm seu direito de acesso à educação infantil ou creche no período diurno, devendo os gestores educacionais e de assistência social criar as condições para a garantia dessa oferta. > polo Como foi dito, somente haverá Polo do Projovem Urbano quando a secretaria de educação de um ente parceiro for organizada em coordenadorias ou regionais de ensino. Os Núcleos, localizados nos municípios da área de abrangência de cada regional de ensino, independentemente de seu número, formam um Polo. O Polo é, portanto, uma instância de gestão

69 68 Manual do Educador Orientações Gerais do Projovem Urbano, que funciona no espaço físico da própria regional de ensino e responde à coordenação geral do Programa do ente parceiro. Cada Polo possui uma equipe composta por: (a) um diretor; (b) um assistente pedagógico; e (c) um assistente administrativo. > Coordenação Geral A coordenação local do Projovem Urbano, localizada nas secretarias estaduais, municipais ou do DF, é composta por uma equipe constituída por um coordenador geral, um assistente administrativo e um assistente pedagógico e deverá estar diretamente vinculada à coordenação de educação de jovens e adultos de cada secretaria. Além da equipe gestora, são lotados na coordenação geral (ou no Polo) os educadores que trabalham nos Núcleos: (i) educadores de Formação Básica, com licenciatura plena (um de cada área do Ensino Fundamental); (ii) educadores de Qualificação Profissional, com qualificação adequada e com experiência comprovada na área de educação profissional, técnica ou tecnológica; (iii) educadores de Participação Cidadã, com graduação em ciências humanas, ciências sociais aplicadas ou em educação; (iv) tradutor e intérprete de Libras, certificado pelo Prolibras ou com licenciatura em Letras/Libras; (v) educador responsável pelo acolhimento de crianças de zero a oito anos, filhas dos jovens atendidos pelo Programa, com formação mínima de nível médio na modalidade normal; (vi) educador para atendimento educacional especializado, com habilitação para docência e com formação continuada em Educação Especial. Embora os educadores das três dimensões curriculares sejam lotados na coordenação local (ou no Polo), a equipe de ensino organiza-se por Núcleo. Os professores orientadores (PO) de cada uma das cinco turmas são os mesmos cinco professores especialistas (PE), que se incumbem do ensino das diferentes áreas e disciplinas da Formação Básica. Os educadores de Participação Cidadã e de Qualificação Profissional, que integram a equipe docente, também desempenham a dupla função de PE (aulas) e PO (orientação do PLA e do POP).

70 O Projeto Pedagógico Integrado 69 Quando houver especialistas (Libras, Atendimento Educacional Especializado e outros), eles deverão integrar-se na equipe docente, participando do planejamento coletivo das atividades pedagógicas e da formação continuada. projovem urbano nos MunICípIoS Secretaria Municipal de Educação Coordenador Municipal de EJa CoordEnação local Coordenador Geral do projovem urbano assistente administrativo assistente pedagógico polo regionais Municipais de Ensino Diretor de Polo Assistente Administrativo Assistente Pedagógico Núcleo a 200 alunos Núcleo a 200 alunos Núcleo a 200 alunos Núcleo a 200 alunos Os Polos serão constituídos conforme o número de municípios atendidos pelo Programa na abrangência de cada regional. núcleo Diretor da Escola 5 turmas de 30 a 40 alunos 5 educadores de Formação Básica 1 educador de Qualificação profissional 1 educador de participação Cidadã + 2 educadores para as salas de acolhimento + 1 tradutor e intérprete de Libras + 1 educador para atendimento educacional especializado

71 70 Manual do Educador Orientações Gerais projovem urbano nos EStadoS Secretaria Estadual de Educação Coordenador Estadual de EJa CoordEnação local Coordenador Geral do projovem urbano assistente administrativo assistente pedagógico polo regionais Estaduais de Ensino Diretor de Polo Assistente Administrativo Assistente Pedagógico Núcleo a 200 alunos Núcleo a 200 alunos Núcleo a 200 alunos Núcleo a 200 alunos Os Polos serão constituí- dos conforme o número de municípios atendidos pelo Programa na abrangência de cada regional. núcleo Diretor da Escola 5 turmas de 30 a 40 alunos 5 educadores de Formação Básica 1 educador de Qualificação profissional 1 educador de participação Cidadã + 2 educadores para as salas de acolhimento + 1 tradutor e intérprete de Libras + 1 educador para atendimento educacional especializado Pedagogicamente, a coordenação (ou o Polo) funciona como espaço de desenvolvimento de ações de diferentes Núcleos. Nele, em princípio, se realizam atividades de formação continuada. Outras reuniões e atividades poderão ser organizadas em lugares definidos pela coordenação local, não se restringindo ao espaço físico do Polo ou da própria coordenação.

72 O Projeto Pedagógico Integrado 71 > tempos pedagógicos A organização dos tempos pedagógicos compreende a distribuição da carga horária do curso pelos componentes curriculares e a caracterização das especificidades dos tempos dos alunos e dos educadores. > a. Carga horária total e das dimensões curriculares do projovem urbano A carga horária do Projovem Urbano é de horas (1.440 presenciais e 560 não-presenciais), a serem cumpridas ao longo de 18 meses letivos (72 semanas). Considerando a necessária integração entre os componentes curriculares e a importância de desenvolver a Formação Básica de modo a apoiar a Qualificação Profissional e a Participação Cidadã, a distribuição da carga horária do curso pelas três dimensões do currículo se faz de acordo com o seguinte quadro: Carga horária das três dimensões curriculares Carga horária Formação Básica Qualificação Profissional Participação Cidadã Total Horas presenciais Horas não presenciais TOTAL > B. os tempos do estudante A organização dos tempos do estudante, no Projovem Urbano, está a cargo das equipes de coordenação local. Essa organização deve ser flexível, levando em conta a realidade de cada Núcleo, desde que se respeitem os pontos essenciais do Projeto Pedagógico Integrado (PPI). Cada semana de curso compreende 20 horas presenciais teórico-práticas distribuídas conforme se vê no quadro a seguir:

73 72 Manual do Educador Orientações Gerais Carga horária presencial semanal dos estudantes Dimensão 1º CICLO 2º CICLO 3º CICLO Unidade informativa UF 1 UF 2 UF 3 UF 4 UF 5 UF 6 Ensino Fundamental Trabalho Interdisciplinar/Integração Informática Total Formação Básica Formação Técnica Geral Formação Técnica Específica Total Qualificação Profissional Participação Cidadã Total Geral As seis unidades formativas do Projovem Urbano estão agrupadas em três ciclos. Não se trata de ciclos de desenvolvimento ou ciclos de aprendizagem, mas sim de uma forma de organização que dá suporte ao desenvolvimento das oficinas de Estudos Complementares, como será visto adiante. As horas presenciais compreendem, além das atividades em sala de aula, visitas, pesquisas de campo, participação em palestras, práticas relacionadas ao campo de Qualificação Profissional e à Participação Cidadã, sob a supervisão de um educador. Além dessas 20 horas presenciais, estão previstas, semanalmente, cerca de 8 horas de atividades não presenciais, distribuídas pelos componentes curriculares segundo os requerimentos das atividades presenciais,

74 O Projeto Pedagógico Integrado 73 incluindo as sínteses interdisciplinares, o POP e o PLA. As horas não presenciais são subsidiadas pelos Guias de Estudo e devem ser dedicadas às leituras e atividades das unidades formativas e à elaboração de planos e registros individualmente ou em pequenos grupos nos espaços e tempos mais convenientes aos estudantes. Assim, o tempo de dedicação dos jovens ao curso será de aproximadamente 28 horas semanais. O desenvolvimento de cada unidade formativa deve completar-se em 12 semanas. > C. os tempos dos educadores A organização dos tempos dos educadores tem como referência principal as atividades e as necessidades dos estudantes. Assim, é necessário pensar tanto nas horas em que os educadores de Formação Básica atuam como especialistas quanto nos tempos em que atuam como professores orientadores. Os horários podem ser organizados pelos próprios educadores, mas devem atender aos mínimos exigidos pelo currículo, para as diferentes disciplinas e atividades. Além disso, é necessário pensar o horário de modo que se organize o rodízio dos educadores de Formação Básica pelas turmas, como especialistas (PE) e como orientadores (PO), e se viabilize o uso do laboratório de informática por todas as turmas. Cumpre lembrar que esse laboratório, além de ser o local das aulas de Informática, pode ser usado nas aulas de Inglês e dos demais componentes curriculares. Da mesma forma, os horários de Qualificação Profissional e de Participação Cidadã devem viabilizar o rodízio dos respectivos educadores pelas turmas. Todos os educadores do Projovem serão contratados em regime de 30 horas semanais que serão distribuídas entre: (a) atividades docentes e de orientação pedagógica; (b) integração curricular; (c) atividades de avaliação, revisão e reforço; (d) planejamento de atividades de ensino e aprendizagem e de funcionamento do Núcleo; (e) formação continuada. É importante lembrar que essas 30 horas de trabalho são cumpridas nos Núcleos ou em atividades pedagógicas realizadas com os estudantes nos demais espaços da cidade, tais como visitas, pesquisas de campo, palestras etc. O quadro a seguir sintetiza a distribuição da carga horária semanal dos educadores do Projovem Urbano:

75 74 Manual do Educador Orientações Gerais Atividade Docente Carga horária presencial semanal dos educadores Educador de Formação Básica Educador de Participação Cidadã Educador de Qualificação Profissional Docência 14h 5h 20h/25h Planejamento 2h 2h 2h Formação Continuada 3h 3h 3h Outras Atividades Docentes (plantões, estudos complementares, correção e avaliação de trabalhos etc.) 11h 20h 5h/0h Total 30h 30h 30h Os educadores para atendimento educacional especializado e os tradutores e intérpretes de Libras serão contratados de acordo com as necessidades específicas dos Núcleos. O educador responsável pelas salas de acolhimento das crianças de 0 a 8 anos de idade, filhas dos jovens atendidos pelo Programa, será contratado por 20 horas semanais.

76 Capítulo 3 Gestão do Projovem Urbano Para viabilizar a concepção interdimensional do Projovem Urbano, é necessário que sua gestão seja intersetorial e compartilhada pelos órgãos de administração de políticas de juventude, educação, trabalho e desenvolvimento social, em todos os níveis de implementação. > > 1. A gestão da rede > > Nível nacional O Projovem Urbano conta com um comitê gestor coordenado pelo Ministério da Educação. Dele participam a Secretaria-Geral da Presidência da República/Secretaria Nacional de Juventude, o Ministério do Trabalho e Emprego, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e o CONJUVE Conselho Nacional de Juventude. A execução do Programa fica sob a responsabilidade do Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Cabe ao Ministério da Educação orientar as gestões locais com vistas a possibilitar o cumprimento dos princípios, fundamentos e diretrizes nacionais do Programa, bem como coordenar a produção dos materiais de ensino e aprendizagem, a formação dos gestores e formadores, a circulação de informações entre os participantes e o processo de monitoramento de todo o Projovem Urbano. > > Nível local Para garantir efetividade ao acompanhamento e apoio à execução das ações do Programa, o Distrito Federal e cada estado e município integrante do Projovem Urbano contará com:

77 76 Manual do Educador Orientações Gerais I. um comitê gestor local, formado por representantes das seguintes instâncias: Secretaria de Educação (estadual, municipal ou do DF); Conselho da Juventude, quando existir na localidade; órgãos locais de políticas de juventude. Nos estados e no DF, o comitê gestor deverá contar também com uma representação da Agenda de Desenvolvimento Integrado de Alfabetização e EJA; II. uma coordenação local (estadual, municipal ou do DF) incumbida da operacionalização do Programa na respectiva jurisdição, de modo a alcançar o maior número possível de jovens excluídos, assegurando-lhes a permanência no curso, com aprendizagem efetiva. A equipe de coordenação local (estadual, municipal ou do DF) será composta por um coordenador, um assistente pedagógico e um assistente administrativo, ficando vinculada à área da Educação de Jovens e Adultos, na Secretaria de Educação. Cabe a essa equipe, de acordo com diretrizes gerais do Programa, entre outras ações, articular-se com a administração do estado, município ou DF para: gerenciar a execução do Projovem Urbano no nível estadual/ municipal/df; participar da seleção de educadores de Formação Básica, de Qualificação Profissional, de Participação Cidadã, de tradutor e intérprete de Libras e de educador para o acolhimento de crianças; acompanhar a contratação dos educadores selecionados, quando necessário; organizar a mobilização e a matrícula dos jovens; definir os locais de aulas práticas para o desenvolvimento da formação técnica específica; promover a articulação com as instituições ofertantes dos cursos FIC quando a formação técnica específica for executada por meio do PRONATEC; atender às solicitações do Sistema de Matrícula, Acompanhamento de Frequência e Certificação do Projovem Urbano;

78 Gestão do Projovem Urbano 77 acompanhar a designação ou contratação dos formadores e/ou instituição formadora para a organização da formação continuada dos educadores sob sua jurisdição; receber, armazenar, guardar e distribuir o material didático enviado pelo Ministério da Educação, por meio da SECADI, para estudantes, educadores e formadores; monitorar o funcionamento das salas de acolhimento das crianças de 0 a 8 anos, filhas dos jovens estudantes do Projovem Urbano, solicitando à direção de Polo e/ou da unidade escolar informações sistemáticas sobre as dificuldades encontradas nessa atividade, promovendo a busca por soluções cabíveis e promovendo a socialização dos resultados obtidos; supervisionar o trabalho, a frequência e a pontualidade dos educadores e formadores contratados; acompanhar e validar os registros de frequência e de aproveitamento dos estudantes, que devem estar atualizados, conforme calendário previsto, no Sistema de Matrícula, Acompanhamento de Frequência e Certificação do Projovem Urbano; acompanhar o processo de formação dos educadores, bem como a atuação dos formadores e/ou instituição formadora no processo de formação dos educadores; providenciar o certificado de conclusão de formação para os educadores, que alcancem 75% de frequência nas atividades presenciais, desde que essa formação tenha sido realizada sob a responsabilidade dos formadores do quadro efetivo da Secretaria de Educação ou de pessoa física contratada por ela; organizar o processo de certificação de conclusão do Projovem Urbano Ensino Fundamental/EJA, Qualificação Profissional Inicial e Participação Cidadã dos estudantes que completarem o curso. No caso de existir Polo, farão parte da equipe gestora um diretor geral de Polo e dois assistentes - o administrativo e o pedagógico. A equipe de direção do Polo tem como principais atribuições: gerenciar o Projovem Urbano nos municípios da área de abrangência de sua regional de ensino, que acolhem Núcleos do Programa;

79 78 Manual do Educador Orientações Gerais atuar na mobilização e na matrícula dos jovens; organizar a distribuição do material didático para estudantes e educadores, bem como acompanhar sua utilização no desenvolvimento das atividades pedagógicas; coordenar o trabalho pedagógico e administrativo dos Núcleos, em comum acordo com os diretores das escolas envolvidas; promover e acompanhar as reuniões semanais de planejamento integrado das atividades de ensino e aprendizagem nos Núcleos sob sua responsabilidade; implementar e acompanhar as atividades de formação continuada dos educadores; supervisionar o trabalho, a frequência e a pontualidade dos educadores lotados no Polo; monitorar, juntamente com a direção da unidade escolar, o funcionamento das salas de acolhimento, mantendo a coordenação local informada sobre as dificuldades encontradas em sua execução para a busca de soluções cabíveis e socialização dos resultados positivos; acompanhar e validar registro atualizado do aproveitamento e frequência dos estudantes, conforme solicitação do Sistema de Matrícula, Acompanhamento de Frequência e Certificação do Projovem Urbano; manter a coordenação geral do Projovem Urbano informada sobre todas as ações acompanhadas em tempo hábil para os encaminhamentos necessários. A direção da escola que acolhe turmas de um Núcleo do Projovem Urbano é responsável, especialmente, por: manter constante interlocução com as equipes gestoras do Polo e/ou da coordenação geral; acompanhar o desenvolvimento do Programa na unidade escolar sob sua responsabilidade, mantendo a direção do Polo e/ou a coordenação geral devidamente informadas; efetuar a matrícula dos jovens no Sistema de Matrícula, Acompanhamento de Frequência e Certificação do Projovem Urbano;

80 Gestão do Projovem Urbano 79 acompanhar a distribuição do material didático para os estudantes e educadores, informando à direção de Polo e/ou coordenação geral sobre qualquer dificuldade nessa distribuição; promover a boa relação entre o estudante do Programa e os demais estudantes da escola e toda a comunidade escolar; incentivar a boa relação entre os educadores da escola e os educadores do Programa, promovendo a cooperação e solidariedade entre eles; promover e apoiar a participação da comunidade escolar nos projetos desenvolvidos pelos estudantes do Programa; apoiar o desenvolvimento da Qualificação Profissional e da Participação Cidadã do Projeto Pedagógico Integrado, que necessitam da utilização de espaços e tempos especiais para sua execução; apoiar o uso dos laboratórios de Informática e demais espaços escolares pelos estudantes e educadores do Projovem Urbano; monitorar a oferta de lanche para os jovens do Programa; apoiar o desenvolvimento das atividades pedagógicas específicas do Projeto Pedagógico; monitorar o funcionamento das salas de acolhimento das crianças de 0 a 8 anos, mantendo a direção do Polo e/ou coordenação local informadas sobre as dificuldades encontradas em sua execução para a busca de soluções cabíveis e socialização dos resultados positivos; supervisionar o trabalho, a frequência e a pontualidade dos educadores lotados no Núcleo; manter registro atualizado do aproveitamento e frequência dos estudantes, conforme solicitação do Sistema de Matrícula, Acompanhamento de Frequência e Certificação do Projovem Urbano; certificar por meio do referido Sistema os alunos concluintes do curso; arquivar toda a documentação do estudante segundo determinações de cada sistema de ensino e orientações do Programa. > 2. Gestão da Sala de Aula Na perspectiva do Projovem Urbano, a importância da gestão não se limita à coordenação local, aos Polos e aos Núcleos.

81 80 Manual do Educador Orientações Gerais Também na sala de aula é preciso repensá-la. A gestão da sala de aula diz respeito à ação do professor para criar, na turma, um clima que favoreça o ensino e a aprendizagem. Esse clima traduz-se em sensibilização dos estudantes; mobilização de seus conhecimentos prévios; estímulo à participação e à cooperação; respeito pelo outro; colocação de desafios à cognição e à criatividade. A gestão da sala de aula não deve, pois, ser confundida com a ideia tradicional de manter a disciplina, vista como subordinação às normas da escola que se traduz como silêncio e imobilidade dos estudantes. Não pode também significar liberalização sem limite que transforma a participação em tumulto. Cumpre lembrar também que a atuação dos educadores do Projovem Urbano no Núcleo e na sala de aula constitui questão da maior importância porque, como foi dito, é nesses espaços que as propostas pedagógicas se concretizam ou não, é neles que se constrói o currículo real. No caso do Projovem Urbano, isso significa sobretudo lidar com o múltiplo e o plural presentes nas experiências e conhecimentos prévios dos jovens A ideia de diferença alimenta hoje uma temática importante na área da educação. Os jovens são diferentes e essa diferenciação não acontece apenas do ponto de vista intelectual: ela diz respeito também ao nível socioeconômico, à constituição e ao modo de vida das famílias, aos valores compartilhados, às crenças, às diferentes maneiras de educar, de interpretar e acatar as normas sociais. Quando chegam à escola e no Projovem Urbano eles trazem experiências pessoais e conhecimentos prévios que não podem ser ignorados, e sim devem constituir uma referência para o professor definir formas de trabalhar e de se relacionar com a turma. Assim, é importante deixar claro que, quando se fala em diferenças, no Projovem Urbano, não se está pensando implicitamente que há um ideal e que diferentes são os que se afastam dele, mas sim que os estudantes são diferentes entre si, isto é, um é diferente do outro. No contexto do Programa, portanto, a diferença remete-se à pluralidade, à multiplicidade. Os jovens são plurais em vários sentidos, inclusive em relação ao nível de escolaridade: alguns sabem apenas ler e escrever; outros terminaram a 4ª. série, mas saíram da escola há muito tempo; outros tantos quase terminaram o Ensino Fundamental, mas seu rendimento foi muito fraco (alguns nem mesmo conseguem ler e interpretar o que leem...). E há os que esta-

82 Gestão do Projovem Urbano 81 vam indo bem no ensino regular ou na Educação de Jovens e Adultos, mas optaram por mudar para o Projovem Urbano. Nessa perspectiva, a implementação de um projeto como o Projovem Urbano requer novas concepções a respeito da gestão e da organização de tempos e espaços não apenas no Núcleo, mas na própria sala de aula considerando a dupla função do educador no Programa (o especialista e o orientador de aprendizagem). > professores de Formação Básica > a função de professor especialista Sendo habilitado em uma das áreas curriculares do ensino fundamental, (Língua Portuguesa, Matemática, Ciências Humanas, Ciências da Natureza e Língua Inglesa), cada professor especialista deve trabalhar com os jovens no processo de construção de conceitos básicos e de relações fundamentais entre conceitos, em seu campo de conhecimento. Para isso, tem como apoio o Guia de Estudo e o Manual do Educador, dos quais faz parte uma seção que trata do conteúdo específico de sua formação docente. Como professor especialista, o educador de educação básica dá duas horas de aulas semanais para cada turma, cabendo-lhe ainda acompanhar e avaliar o desempenho de todos os jovens do Núcleo, nesse aspecto. > a função de professor orientador de turma O professor orientador (PO) reporta-se ao jovem como estudante, sem distinguir áreas de conteúdo. Assim, o educador de Formação Básica orienta uma das cinco turmas, participando de todas as atividades dos jovens e promovendo o trabalho interdisciplinar e a integração de todas as ações curriculares. Nessas condições, pode estabelecer os vínculos necessários para uma efetiva orientação educacional de cada estudante individualmente e do grupo, cabendo-lhe duas funções principais. a. orientação das sínteses integradoras no projovem urbano Um dos aspectos mais importantes da orientação das sínteses integradoras diz respeito ao trabalho em equipe: ao serem estimulados a se organizarem em torno de ações coletivas para o desenvolvimento das atividades curriculares, os jovens são instigados à corresponsabilidade, à troca de

83 82 Manual do Educador Orientações Gerais conhecimentos e a experiências que proporcionam referências comuns e sentido de pertencimento, contribuindo para a construção da identidade pessoal, do respeito pelo outro, da corresponsabilidade e da solidariedade. Para isso, é crucial que os próprios educadores trabalhem cooperativamente e levem seus estudantes a fazê-lo também, planejando e executando coordenadamente as atividades de ensino e aprendizagem, de modo a favorecer, juntamente com a apropriação dos conteúdos básicos e a concretização da interdimensionalidade e da interdisciplinaridade, a formação das identidades dos jovens, o desenvolvimento de seus valores éticos e de cidadania. Para promover as ações interdisciplinares, o educador trabalha transversalmente com o Guia de Estudo (durante três horas semanais), criando situações de ensino e aprendizagem que favoreçam o desenvolvimento dos temas integradores. B. Ensino de Informática Considerando que a inclusão digital, hoje, é um aspecto fundamental da própria inclusão social, é importante que a informática seja ensinada como instrumento para todos os componentes curriculares, numa perspectiva integradora. Por isso, cada professor orientador dá uma aula de Informática por semana, para a turma que orienta. Esse tempo é importante para a construção da interdisciplinaridade e da interdimensionalidade: além de digitar suas sínteses integradoras, o POP e o PLA, os estudantes podem, entre outras coisas, fazer pesquisa na Internet e trocar s com colegas do mesmo Núcleo ou de outros. C. acompanhamento do desempenho dos orientandos Cabe ao professor orientador acompanhar de perto o processo de avaliação de desempenho dos estudantes sob sua responsabilidade. Para isso, deverá inteirar-se dos resultados obtidos por eles na resposta aos diferentes instrumentos de avaliação e analisar os pontos fortes e fracos de cada um, de modo a obter os subsídios necessários para ajudá-los a superar as dificuldades encontradas. É importante que, nos momentos de planejamento coletivo, os professores orientadores analisem conjuntamente os resultados dos jovens que apresentam dificuldades, de forma que cada PO tenha uma ideia clara da situação da turma que acompanha.

84 Gestão do Projovem Urbano 83 > Educadores de Qualificação profissional > planejamento e implementação da Qualificação profissional no núcleo Cabe ao educador de Qualificação Profissional planejar e orientar o desenvolvimento da Formação Técnica Geral (FTG) e a implementação dos Arcos Ocupacionais escolhidos pelo município. Incumbe-lhe também entrar em contato com empresas e outros tipos de organização relacionados aos referidos Arcos e agendar visitas guiadas, bem como a ida de profissionais ao Núcleo para serem entrevistados pelos estudantes. Deverá ainda pesquisar filmes, vídeos, livros etc. para auxiliar os jovens no contato com o mundo do trabalho e acompanhar a respectiva dinâmica local, de forma a poder dar orientação segura aos jovens do respectivo Núcleo e tentar encaminhá-los a um estágio. > orientação do pop É função importante do educador de Qualificação Profissional orientar e analisar os Projetos de Orientação Profissional (POP) dos jovens, de maneira a poder interagir efetivamente com os educadores de Participação Cidadã e com integrantes da equipe de Formação Básica, na coorientação aos jovens. Quando o jovem participar do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC), os educadores de Qualificação Profissional serão responsáveis, durante as UF III, UF IV e UF V, pelo acompanhamento, monitoramento e apoio que o jovem deverá ter nos Núcleos e no desenvolvimento do POP. Esse será um instrumento chave na busca da integração dos conteúdos das ocupações ofertadas nos cursos de FTE com as reflexões da FTG apresentadas na UF I e na UF II. Quando os jovens não participam do PRONATEC, os educadores de Qualificação Profissional desenvolverão os conteúdos dos Arcos Ocupacionais nas Unidades Formativas III, IV e V, tendo o POP também como um instrumento de integração. Na UF VI, os educadores retomam o processo de ensino e aprendizagem dos jovens, a partir dos conteúdos da FTG e o POP funcionará como elemento integrador em que se fazem os registros e sistematizações dos conhecimentos trabalhados no percurso da Qualificação Profissional.

85 84 Manual do Educador Orientações Gerais > Educadores de participação Cidadã O educador de Participação Cidadã deve orientar os estudantes na elaboração e execução do PLA, durante uma hora semanal por turma, totalizando, portanto, 5 horas semanais. Nesses momentos, deve apoiar e acompanhar a elaboração e a implementação do Plano de Ação Comunitária (PLA). Para isso, é necessário realizar inicialmente um mapeamento de oportunidades de engajamento social na comunidade, identificando organizações da sociedade, movimentos sociais, comunitários, juvenis e programas da rede pública (socioassistenciais, de saúde, de educação e de cultura). Cabe-lhe, ainda, articular contatos, visitas e possibilidades de parceria de interesse dos jovens para viabilizar os PLA. Na medida do possível, ele deve buscar relacionar essas atividades com os Arcos Ocupacionais selecionados pelo município, de modo a integrar Qualificação Profissional e Participação Cidadã. E, por fim, deve contribuir para a articulação entre os jovens de cada Núcleo em atividades de intercâmbio e apresentações públicas dos PLA. Além disso, ele deverá participar juntamente com o educador de Qualificação Profissional das aulas semanais de FTG que agrupam mais de uma turma num total de mais cinco aulas semanais. Nelas ele deverá participar das atividades de Qualificação Profissional desenvolvidas pelo educador de QP, buscando aproximá-las da realidade dos jovens estudantes e das possíveis oportunidades que a comunidade oferece para a continuidade de estudo e inserção no mundo do trabalho que deverão ser mapeadas pelo POP.

86 Capítulo 4. Projovem Urbano em ação > > 1. Como exercer a função de professor especialista > > O trabalho com os textos específicos dos Guias de Estudo Na função de especialista, os Guias de Estudo constituem o mais importante instrumento de trabalho do educador do Projovem Urbano. Em cada Unidade Formativa, apresentam-se dez tópicos organizados para desenvolver os temas selecionados para o currículo. Como foi dito na segunda parte deste documento, essa seleção visou a definir um conjunto de conteúdos cientificamente corretos e válidos, e socialmente significativos, que sirvam de base para o desenvolvimento das habilidades intelectuais e práticas, das atitudes, valores e compromissos com a cidadania que traduzem as competências consideradas fundamentais para a inclusão social dos jovens educandos. Essa é a perspectiva da ação pedagógica do professor especialista: os conteúdos não valem por si mesmos, e sim como base para o desenvolvimento de diferentes e numerosas aprendizagens. Mas, justamente por isso, o domínio desses conteúdos não pode ser negligenciado, pois é no processo de apropriar-se deles que se realizam as aprendizagens buscadas no curso. Por isso, é necessário usar efetivamente os Guias de Estudo e todo o processo de avaliação do curso tem neles a sua base. Observe-se, porém, que não se trata de um pacote, nem o docente é um mero executor. A simples leitura dos Guias de Estudo poderá mostrar que, neles, o processo está apenas delineado e que é o professor quem,

87 86 Manual do Educador Orientações Gerais na interação com os estudantes, desenvolve o currículo real. Além disso, grande número das atividades propostas nesses materiais só pode ser realizado graças à mediação do professor e às soluções que sua criatividade encontra para resolver os problemas do dia a dia. É essencial que os jovens apreendam o ponto de vista próprio de cada disciplina ou campo de conhecimento estudado. Por isso, é necessário que cada educador do Projovem Urbano, nas dimensões da Formação Básica, da Qualificação Profissional e da Participação Cidadã, em determinados momentos, atue como um especialista. E, como especialista, ele desempenha o papel já conhecido de ensinar, trabalhando os conteúdos por meio de diferentes recursos pedagógicos que facilitam a aprendizagem. Mesmo assim, algumas observações precisam ser levadas em consideração, uma vez que o Projovem Urbano é um curso diferenciado, para um público diferenciado. Por exemplo, é razoável esperar que muitos estudantes não tenham domínio de leitura suficiente para estudar, com autonomia, os textos dos Guias de Estudo, que se reportam às diferentes áreas do conhecimento. E esse é um grande desafio para o curso: tornar leitores competentes todos os estudantes do Projovem Urbano. Para isso, devem colaborar todas as áreas do conhecimento: qualquer que seja o assunto estudado, o educador deve criar situações em que os estudantes aprendam a dialogar com os textos. Os que ainda não dominaram os processos básicos de leitura precisarão de uma constante ajuda para desenvolver as estratégias necessárias à superação desse problema. No início, o educador deverá conduzir passo a passo o processo, explicitando e demonstrando os procedimentos. É conveniente que faça as primeiras leituras em voz alta, parando para comentar cada trecho; depois, paulatinamente, pode convidar os estudantes a fazerem a leitura individualmente, primeiramente dos textos mais curtos e simples, depois dos mais longos e complexos. Há certas estratégias de leitura que potencializam o processo de compreensão. O leitor proficiente normalmente lança mão dessas estratégias de forma automática. Entretanto, para que leitores pouco experientes possam apreendê-las, é preciso que sejam explicitadas em cada situação de leitura.

88 Projovem Urbano em ação 87 As seguintes propostas para o estudo de textos propiciam o desenvolvimento de estratégias de compreensão e fluência na leitura: Antes de iniciar a atividade, é necessário que o educador localize para os estudantes o início e o fim do texto a ser estudado. Devem-se explorar o título e os subtítulos, além de imagens e legendas (se houver). Esses elementos darão pistas sobre o assunto de que trata o texto; a partir delas, os estudantes podem formular hipóteses ou perguntas sobre seu conteúdo. Este questionamento inicial serve como elemento motivador para a leitura e também como uma orientação na construção do sentido do texto. Principalmente na fase inicial, pode-se fazer a primeira leitura em voz alta. A cada parágrafo, é aconselhável que se faça uma interrupção para verificar a compreensão dos estudantes, levantando-se novas questões para motivar a continuidade da leitura. Os comentários orais são a principal estratégia para garantir a compreensão do texto para leitores iniciantes: por meio deles se estabelecem vínculos entre o já conhecido e o novo, e a construção do sentido do texto é compartilhada pelo grupo. À medida que os estudantes avançam, o educador pode incentivá-los a fazer a leitura individualmente, partindo em seguida para os comentários com o grupo. Isso, porém, não dispensa a exploração inicial, mencionada no segundo item desta sequência. Em certas situações, pode-se convidar um estudante a fazer, em voz alta, a leitura de um trecho do texto, mas é preciso cuidado para não criar constrangimento para os que não tenham muita fluência ou que simplesmente não se sintam bem com a exposição em público. Uma boa estratégia é dividir a turma em pequenos grupos e sugerir que façam uma leitura em voz mais baixa, cada um lendo um parágrafo e, em seguida, fazendo seus comentários com os colegas. Se o texto precisa ser, de fato, estudado em maior profundidade, por apresentar vários conceitos e argumentos novos para os estudantes, é fundamental a retomada da leitura, parágrafo por parágrafo, com alguma proposta que induza os jovens a buscarem ativamente e

89 88 Manual do Educador Orientações Gerais identificarem os núcleos de sentido do texto. Nesse momento, pode- -se sugerir uma releitura sublinhando palavras-chave. Pode-se propor, também, que os estudantes anotem, na margem de cada parágrafo, uma frase que sintetize seu conteúdo. Outra estratégia pode ser a construção de esquemas com as ideias centrais expressas no texto. É importante que se explique aos estudantes que a compreensão dos textos vai ficando mais fácil à medida que eles próprios ganham fluência na leitura, ou seja, adquirem a capacidade de reconhecer rapidamente as palavras. Devem ser incentivados a ler textos curtos, como piadas ou pequenas histórias, de modo que possam ganhar cada vez mais fluência. Manchetes de jornal também podem ser um bom material para exercícios com esse fim. Com um caderno de jornal nas mãos, os estudantes podem ser incentivados a percorrê-lo rapidamente, lendo os títulos das matérias e legendas de fotografias, além do primeiro parágrafo das matérias que parecerem interessantes. > Considerações sobre o processo de ensino e aprendizagem dos diversos componentes curriculares > Ciências Humanas A área de Ciências Humanas compreende o ensino e a aprendizagem de conhecimentos históricos e geográficos que fazem parte do processo de formação dos jovens no nível de ensino fundamental da educação escolar brasileira. A área tem como objetivos: Conhecer as características da realidade brasileira nas dimensões sociais, culturais, materiais, históricas e geográficas. Desenvolver a compreensão de temas, problemas e conceitos relacionados à experiência histórica em diferentes tempos e lugares. Compreender o processo de produção e apropriação do espaço pelos homens. Identificar e analisar criticamente os problemas da juventude brasileira no espaço urbano. Proporcionar o exercício e a formação ética e cidadã dos jovens.

90 Projovem Urbano em ação 89 Nessa perspectiva, serão focalizados, em todas as unidades formativas, conceitos fundamentais das áreas de Geografia e História, de acordo com os princípios e objetivos da educação nacional, expressos nas diretrizes oficiais e na proposta pedagógica do Projovem Urbano. Dentre as várias noções básicas a serem tratadas, destacam-se: sujeito, identidade, juventude, tempo, espaço, território, paisagem, lugar, natureza, sociedade, trabalho, tecnologia, diversidade e diferença, poder, cultura, globalização, comunicação, meio ambiente, inclusão e exclusão social, movimentos sociais, étnicos e culturais, ética e cidadania. A proposta metodológica da área de Ciências Humanas tem como pressuposto a interdisciplinaridade compreendida como interpenetração de método e conteúdo, entre a História, a Geografia e as demais áreas do conhecimento. Isso não significa a fusão ou diluição dos objetos de estudo da História e da Geografia, mas a possibilidade da construção de um trabalho integrador que propicie aos estudantes estabelecer relações entre as diferentes experiências humanas no tempo e no espaço. A formação do estudante em uma perspectiva histórica e geográfica não acontece apenas no âmbito da educação escolar, mas ao longo de sua vida, nos diferentes espaços de socialização. Assim, propõe-se que o desenvolvimento das atividades valorize os conhecimentos prévios dos jovens, por meio da problematização do cotidiano, das vivências, da realidade sociocultural na qual estão inseridos. O estudo do local, do meio próximo no tempo presente, constituirá o ponto de partida da reflexão, do diálogo entre os problemas, as fontes e os saberes históricos e geográficos. Por meio de atividades de pesquisa, o estudante terá a oportunidade de questionar, problematizar, investigar, coletar dados e informações, selecionar fontes, sistematizar, produzir e analisar criticamente conhecimentos sobre diferentes aspectos da realidade. Realizar pesquisa com os estudantes não pode significar apenas o levantamento de informações, nem tampouco a cópia de trechos de livros, revistas, ou arquivos da Internet, mas a construção de conhecimentos a partir de exercícios que possibilitem a expressão, a reflexão, a criação. Enfim, o desenvolvimento da criatividade e da criticidade. Esse processo poderá ser enriquecido com a incorporação e utilização de diferentes fontes, registros e linguagens. Sugere-se o trabalho pedagógico com fontes orais, iconográficas (fotografias, desenhos, charges, pinturas

91 90 Manual do Educador Orientações Gerais e outras), imprensa, Internet, televisão, rádio, filmes (ficção e documentários), poemas e canções, literatura, museus etc., além da linguagem gráfica e cartográfica. No decorrer dos textos e atividades, esses registros serão utilizados e propostos não apenas para motivar os estudantes ou ilustrar os conteúdos. Eles constituem formas de expressão, modos de ver, sentir, pensar, retratar e viver a realidade. Foram produzidos por diferentes sujeitos em épocas e lugares distintos. Deste modo, eles são fontes de saberes que ajudam a pensar e compreender a realidade social e histórica. A História e a Geografia fazem parte da vida de todas as pessoas. Fazem-se história e geografia o tempo todo e em todos os lugares. Por isso, o educador atua como um mediador da produção de conhecimentos históricos e geográficos significativos e antenados com os interesses, desejos e necessidades dos jovens. Assim, o estudo da História e da Geografia contribui para a formação de cidadãos capazes de fazer e transformar suas histórias, e muitas outras histórias... > língua portuguesa Como ponto de partida para o ensino do componente, é importante tomar consciência do que parece óbvio: os jovens chegam ao Projovem Urbano já falando a Língua Portuguesa. Talvez não dominem a variedade socialmente prestigiada, e falem apenas em situações de informalidade, mas possuem uma linguagem rica e adequada para as situações em que a usam. O objetivo primordial do ensino da Língua Portuguesa no Projovem Urbano é ampliar o universo linguístico dos estudantes no que diz respeito a: ouvir, falar, ler, escrever e refletir sobre os fatos da língua. Os fatos da língua constituem as noções básicas tratadas neste componente curricular: vogais e consoantes, sons nasais, ordem alfabética, verbete de dicionário, sílaba e separação de sílabas; classes de palavras: substantivo, adjetivo, pronome, verbo, artigo, numeral, advérbio, preposição, conjunção, interjeição; flexão de gênero e número, flexão verbal: presente, passado e futuro; acentuação gráfica, palavras proparoxítonas, paroxítonas e oxítonas; sinais de pontuação: vírgula, parágrafos, parênteses, travessões, aspas, dois pontos, ponto final, crase; tipos e gêneros de texto e respectiva finalidade: bilhete, resumo, carta, narração, dissertação, argumentação, diálogo, poema; noção de verso, prosa e rima; lin-

92 Projovem Urbano em ação 91 guagem figurada: metáfora; coesão textual; variação linguística; sujeito, predicado, objeto direto e indireto. Como o ensino de uma língua tem uma perspectiva que pressupõe, ao mesmo tempo, articulação e trabalho específico com cada uma das dimensões nele implicadas (ouvir, falar, ler, escrever), os conceitos e noções são abordados do ponto de vista do seu uso adequado aos objetivos e ao contexto do sujeito. A sistematização dessas aprendizagens se faz por meio de reflexões a respeito do funcionamento da língua. Isso exige proposta metodológica que contemple cada uma dessas dimensões, em articulação com as demais. > ouvir É fundamental saber ouvir e compreender o que é dito. Há diversas habilidades cognitivas que devem ser desenvolvidas, em várias oportunidades, para que o indivíduo seja capaz de ouvir bem: atenção voluntária, interesse, memorização, associação etc. Devem-se propor oportunidades de exercício da audição para que o estudante tenha oportunidade de treinar sua atenção e sua habilidade de reprodução do que foi dito. Exemplos: ouvir uma palestra e reproduzir oralmente as ideias principais; ouvir uma entrevista ou uma reportagem e comentar; ouvir uma história e reproduzir por escrito ou oralmente. > Falar As pessoas falam em diversas situações, com diversos objetivos, e isso determina as características da fala em cada momento. No contexto de um curso, o estudante tem oportunidade de conviver com situações mais formais que o levam a tentar esmerar-se na produção de um discurso mais elaborado. Situações pedagógicas planejadas com esse fim levam o estudante a tomar consciência das diferenças e da necessidade de adaptar sua fala aos objetivos do momento e à situação. Toda intervenção sua, educador, deve ser discreta e cuidadosa, mostrando que a variação é um fato natural das línguas. Exemplos de situações pedagógicas que favorecem o desenvolvimento da capacidade de usar diferentes formas de linguagem: debate, júri simulado, apresentação de notícias, apresentação oral de trabalhos de pesquisa, dramatização, jogral etc.

93 92 Manual do Educador Orientações Gerais > ler A leitura pode ter vários objetivos: decodificar e compreender; formar habilidades cognitivas para uma leitura melhor; estimular o gosto pela leitura de textos de diversos gêneros; informar sobre a história literária e a cultura brasileiras. É muito provável que os estudantes do Projovem Urbano ainda precisem desenvolver uma base sólida para a decodificação segura, mas isso não dispensa o trabalho simultâneo com a compreensão mais ampla do texto. Portanto, é importante que o professor comece o trabalho do curso retomando a consciência da representação sonora da língua e a noção de convenção ortográfica. Todo texto merece inicialmente um trabalho ampliado que faça as ligações necessárias com a vida do autor. Quem escreveu, quando, como, em que gênero, com que objetivo, para passar que ideias, como essas ideias se relacionam com outras são as questões iniciais. Associadas à leitura e à compreensão, devem vir informações a respeito da produção do texto: autor, veículo, objetivo, editora etc. Só então, depois de bastante explorados, os textos podem prestar-se ao estudo da língua propriamente dita. Deve haver um grande esforço no sentido de proporcionar momentos de leitura livre, de forma que o estudante possa ir formando seu gosto por textos de diversos gêneros, principalmente o literário. Para isso, é interessante a formação de um cantinho de leitura : uma mala de livros e revistas, uma pequena estante podem oferecer interessantes oportunidades aos estudantes. Além dos textos sugeridos nos Guias de Estudo, você pode enriquecer o acervo e solicitar também aos estudantes que tragam textos de sua própria realidade para que sejam lidos e discutidos em aula. As atividades de leitura devem ser bem variadas: você lê em voz alta e os estudantes acompanham em silêncio; algum estudante lê em voz alta e os outros acompanham; todos fazem leitura silenciosa com debate posterior; o tema da leitura é discutido em duplas... > Escrever A produção de textos é uma prática social necessária em várias situações e com vários objetivos. As pessoas escrevem porque têm em mente

94 Projovem Urbano em ação 93 algum propósito definido: informar, solicitar, esclarecer, combinar ou debater. Cada uma das situações nos propõe um gênero de texto, com estrutura própria e estilo específico. Quando se escreve um cartão de felicitações se pode ser mais poético, quando se escreve um requerimento fica-se preso a uma forma fixa. É importante compreender que, para produzir um texto, as pessoas acessam conhecimentos de várias naturezas: da língua, do gênero, da forma de comunicação, do assunto, da situação. É preciso compreender também que o texto vai sendo composto pouco a pouco e exige diversas versões e reescritas, até ficar satisfatório. Essa prática da reescritura deve fazer parte dos procedimentos pedagógicos, e é necessário que sempre o professor faça comentários encorajadores que estimulem o estudante a aperfeiçoar seu texto várias vezes. É melhor escrever várias vezes o mesmo texto do que mudar de tarefa a cada produção de texto. Entre uma versão e outra o professor deve ler o texto do estudante para fazer um diagnóstico, apresentar sugestões de alterações e ensinar itens gramaticais. Com essa prática, o estudante vai-se tornando mais atento e esforçado em relação ao seu próprio texto, além do que vai aprendendo a partir dos próprios erros. > reflexões a respeito do funcionamento da língua As reflexões a respeito do funcionamento da Língua ajudam o estudante a generalizar algumas regras e a compreender que existe um sistema com infinitas possibilidades de combinação. Entretanto, essas reflexões devem estar atreladas à prática da leitura e da escrita e não devem vir isoladas como itens para memorização ou automatização. Uma das questões que mais preocupam os professores é a ortografia. O léxico da Língua Portuguesa é composto de cerca de palavras, das quais Guimarães Rosa utilizou apenas (2,25%). Um falante adulto de competência média chega a usar Uma pessoa de nível menos desenvolvido usa em torno de A ortografia é uma convenção, um acordo social, que cristaliza na escrita diferentes formas de fala, para tornar a comunicação possível, mesmo que exista liberdade de pronúncia.

95 94 Manual do Educador Orientações Gerais Esse acordo se consolida pela escola, pela imprensa e pelos meios de comunicação de massa. Os gramáticos e lexicógrafos vêm depois. Se a ortografia é uma convenção, necessita de ensino sistemático, mas o aprendiz deve ser ativo e refletir o tempo todo acerca do que está aprendendo. Assim, é importante: estimular a curiosidade, o prazer na reflexão, a atenção voluntária, o interesse, o capricho, a consciência da necessidade da convenção, a consciência da memória visual; enfatizar os casos mais importantes e as palavras mais frequentes; reforçar as palavras referentes aos assuntos de estudo atual; criar oportunidades de reflexão, discussão, reelaboração. Erro não é só falta de atenção: pode ser indicador do processo de amadurecimento e diagnóstico para o ensino. A Língua é um objeto de conhecimento em suas diferentes unidades: textos, parágrafos, orações, palavras, morfemas, sílabas, letras. Pode-se dizer que uma proposta metodológica geral para o ensino da Língua implica: selecionar problemas nos textos dos estudantes /analisar ocorrências; planejar atividades; organizar o material; promover a discussão envolvendo toda a turma; provocar a reflexão e a construção da regra, quando possível; desenvolver atividades em grupo, em dupla e individualmente; registrar por escrito as conquistas; rever o conhecimento adquirido para fixação. É importante aceitar heterogeneidade no desenvolvimento da turma, bem como evitar o controle excessivo e a censura à escrita espontânea. > Inglês O material de Inglês do Projovem Urbano, tal como nos demais componentes curriculares, foi concebido especialmente para o curso. Procurou-se fazer dele um material agradável, objetivo, desafiador, útil e, so-

96 Projovem Urbano em ação 95 bretudo, que atendesse aos interesses dessa população diferenciada que constitui o corpo discente do Programa. O objetivo fundamental do curso que vai-se processar no espaço de 18 meses, é o estudo e a automatização das estruturas básicas da Língua Inglesa, de modo a permitir que o estudante não somente compreenda como também seja capaz de se expressar utilizando corretamente as estruturas aprendidas. As noções básicas que orientam o processo de ensino e aprendizagem de Inglês dizem respeito às funções da linguagem no cotidiano. Entre elas, destacam-se: cumprimentar, apresentar-se, despedir-se, agradecer, desculpar-se, pedir as horas, expressar o que gosta de fazer, pedir ajuda, perguntar o que alguém está fazendo, responder o que se está fazendo, expressar seu estado de espírito, saber a quem pertence algo, descrever tal(is) objeto(s), convidar alguém para realizar atividades diversas, aceitar ou recusar um convite, falar de sua família, falar do seu trabalho, da sua casa, parabenizar alguém, oferecer-se para fazer alguma coisa, falar da frequência com que se faz algo, sobre o local onde algo se encontra, pedir um favor, expressar mal-estar físico, descrever alguém, pedir informação etc. A proposta metodológica combina procedimentos de natureza indutiva que devem levar à apreensão da estrutura fundamental da Língua Inglesa e atividades de fixação que pretendem levar aos automatismos essenciais à comunicação em Inglês. Procuramos elaborar um curso divertido, dinâmico e estimulante, sem a perda da qualidade adquirida pelos estudantes em um bom curso. O material reúne elementos do ensino regular e estratégias de conversação, que são características de cursos específicos de língua estrangeira. A finalidade dessa fusão é um ensino não discriminatório que evite subestimar as potencialidades dos estudantes do Projovem Urbano. Além disso, o caráter inovador do material manifesta-se nas conexões estabelecidas com os temas e subtemas do Programa como um todo. Às vezes essa conexão se torna um pouco difícil pela ausência de vocabulário específico e/ou pela necessidade de dar sequência às dificuldades da língua. Entretanto, nenhuma das unidades de Inglês passou ao largo dos temas integradores.

97 96 Manual do Educador Orientações Gerais Há também preocupação com a atualidade e jovialidade das situações exploradas, nas conexões com a linguagem computacional e, sobretudo, na ancoragem em quarenta vídeos especialmente produzidos para o curso. O desenvolvimento das aulas poderá prescindir desses vídeos, caso não haja possibilidade de uso adequado para eles, desde que o educador chame a si a tarefa de falar as tirinhas para os estudantes, substituindo, ele próprio, o audiovisual. Sendo assim, as aulas terão como ponto de partida a leitura de tirinhas que contêm pequeninas histórias em quadrinhos (reproduzindo trechos dos vídeos), e a partir das quais as atividades propostas poderão ser trabalhadas. O livro do Projovem Urbano não se limita a ser apenas um caderno de atividades, mas incorpora as explicações que são dadas de viva voz no vídeo, tornando-se, assim, um livro didático por excelência. Cada lição apresenta sugestões de diferentes possibilidades para abordar os textos e brincar com as funções, o vocabulário e, sobretudo, as estruturas básicas com as quais os estudantes devem, aos poucos, se familiarizar, de modo a serem capazes de utilizá-las. Como recurso extra, são sugeridos filmes de Língua Inglesa, músicas da atualidade etc. Uma das facilidades da aprendizagem da língua em questão é o fato de ela ser muito divulgada, seja em livros, filmes, músicas etc. Uma das preocupações do curso é tornar os estudantes capazes de construir frases afirmativas, negativas e interrogativas nos tempos verbais focalizados. Afirmar, negar e interrogar são habilidades constantemente solicitadas no desenvolvimento do curso. Ao longo dos dezoito meses serão trabalhados o verbo to be e alguns outros de uso mais frequente, no presente, passado e futuro. Almeja-se que os estudantes do Projovem Urbano se tornem aptos a dar continuidade aos seus estudos com uma base interessante de Inglês. Que eles venham a compreender o trunfo que é ter conhecimento de uma língua tão falada no mundo inteiro! Ao professor, cabe, a partir das sugestões dadas e dentro da ideia geral de conduzir as aulas com o foco na linguagem oral, propor suas próprias variações dos temas de acordo com o grupo específico que ninguém melhor do que ele conhecerá, bem como criar situações dinâmicas que estimulem a participação de todos, de tal forma que a aprendizagem seja não só eficiente, como também (por que não?) divertida e prazerosa.

98 Projovem Urbano em ação 97 > Matemática A Matemática no Ensino Fundamental é uma importante ferramenta, cujo objetivo principal é ajudar o estudante a resolver situações diversas do dia a dia que exijam o raciocínio matemático e a ampliar seus conhecimentos matemáticos. Assim, ela não se configura como um bloco isolado. É necessário fazê-la funcionar em novas situações interligando-a às outras áreas do conhecimento, tendo como um outro e não menos importante objetivo, o desenvolvimento global dos estudantes. Entre os conceitos básicos trabalhados ao longo do curso destacam-se: sistemas de numeração e sistema de numeração decimal, as quatro operações fundamentais, estimativa, números decimais, frações, proporcionalidade, números negativos; noções de espaço e movimento, formas geométricas espaciais e planas, medidas de comprimento, de área e de volume, teorema de Pitágoras; noções de lógica, a linguagem da Matemática, generalizações matemáticas, equações, expressões algébricas, sistemas de equações, probabilidades, noções de funções; tabelas e gráficos, comunicação estatística, coordenadas cartesianas. A metodologia proposta a resolução de problemas 1 é essencial para o ensino da Matemática e contribui para a construção de conceitos matemáticos, levando o estudante a estabelecer relações e a fazer as conexões necessárias. Habilidades tais como investigar, lidar com situações novas, argumentar, fazer inferências, validar situações diversas, compreender e ampliar a linguagem matemática podem ser desenvolvidas por meio da resolução de problemas. No entanto, para que as aulas de Matemática não se reduzam a um resolver problemas sem um objetivo definido, é imprescindível que o professor tenha claro o que significa gerir os diversos momentos da aprendizagem e planejar sequências didáticas com intenções claras e conhecimento dos caminhos que a metodologia de resolução de problemas lhe proporciona. A metodologia de resolução de problemas lança um novo olhar para a construção de conceitos em Matemática. A construção de conceitos exige uma problematização: para tanto, mobilizam-se as representações que se 1 A resolução de problemas é uma estratégia de ensino que pode e deve ser usada em todas as áreas do conhecimento.

99 98 Manual do Educador Orientações Gerais fazem do objeto do conhecimento, bem como dos conhecimentos prévios que ajudem a estabelecer relações para construir uma rede de significados. O problema deixa de ser um fim em si mesmo e passa a ser um meio de construção de novos conhecimentos. Para tanto, o professor tem de ter uma nova postura ao gerir a sala de aula, dando espaço para que os estudantes possam colocar suas ideias e experiências vivenciadas em aula e no dia a dia, possam compartilhar angústias e sucessos e saibam lidar com situações novas para as quais não têm pronta a solução, de forma a se tornarem agentes da construção de um novo conceito. Na estratégia da resolução de problemas, os conceitos e procedimentos da Matemática deverão ser trabalhados ativamente, tratando-se a sala de aula como um espaço para pensar. A linguagem tanto do professor como dos estudantes deve girar em torno do processo de construção de significados compartilhados entre todos em sala de aula. Assim, a linguagem, escrita e oral, tanto do professor como do estudante, nos diversos momentos da aprendizagem, tem um papel preponderante no fazer e pensar a Matemática. Devem-se valorizar os momentos de troca nos quais os estudantes compartilham suas estratégias de resolução dos problemas, colocam suas dúvidas e tomam consciência de seus erros e acertos, validando também as soluções dos colegas. Os momentos de aula ou de orientação devem valorizar os conhecimentos prévios dos estudantes com enfoques diferenciados que colaborem na reelaboração destes conhecimentos e na construção de novos. Para estes enfoques diferenciados devem ser utilizados jogos diversos, a informática, materiais manipulativos ou outros que possam contribuir nesse processo. Os materiais manipulativos (como, por exemplo, o Material Dourado) devem ser vistos como instrumentos muito úteis para auxiliar os estudantes a entenderem o sistema de ideias que é a Matemática. Entretanto, por si sós, não garantirão o desenvolvimento de um conceito. Deve-se deixar claro que a manipulação, que pressupõe experimentação, é um início de ações que estruturam o pensamento matemático. Aprender a usar recursos diferenciados, tais como a calculadora, não é a mesma coisa que aprender Matemática. Recursos precisam ser usados de forma correta e no tempo certo. Por isso se faz necessária uma prepa-

100 Projovem Urbano em ação 99 ração eficaz e, para ajudar nesta preparação, podem-se utilizar sequências didáticas que auxiliem na visualização de como as atividades começarão, se desenvolverão e terminarão, sendo fundamental que os objetivos, metodologia e tempo de realização das atividades estejam bem claros. O trabalho via resolução de problemas pressupõe uma preparação para a autonomia intelectual. O sucesso da resolução de problemas nas aulas de Matemática, utilizando jogos, materiais manipulativos e problemas variados, passa por acreditar naquilo que se pensa e tentar provar que está certo. A metodologia de resolução de problemas faz com que os estudantes sejam encorajados a pensar autonomamente e a construir seus conhecimentos sabendo gerir o que aprendem de forma ativa e autoconfiante. Esse trabalho exige que os momentos de sala de aula ocorram com certa harmonia para que se chegue aos resultados esperados. Isso significa que, após trabalhos em grupo ou individuais, devem ocorrer momentos coletivos de discussão para que os estudantes compartilhem suas soluções, estabeleçam relações e validem os caminhos corretos. No entanto, é imprescindível que o professor, periodicamente, faça sínteses dos conteúdos trabalhados e discutidos para que o estudante possa organizar seus conhecimentos e ter claros os conceitos focalizados. > Ciências da natureza No que se refere ao componente curricular Ciências da Natureza, a abordagem dinâmica que se deu ao material do Projovem Urbano pretendeu articular as fronteiras entre os campos da Biologia, Física, Química e Geologia. O objetivo fundamental da interação desses domínios é a construção de conhecimentos que propiciem maior compreensão dos fenômenos naturais e a percepção de que o ser humano é parte integrante do ambiente natural e social. Pode-se perceber que a abordagem das noções básicas de Química, Física e Biologia não privilegiou os limites entre essas áreas do conhecimento. Ao contrário, buscou uma visão integrada e abrangente dos conteúdos, relacionando-os com questões ligadas ao meio ambiente e à saúde. Temas como a alimentação, a saúde e as fontes de energia são tratados numa dimensão mais ampla, que engloba as condições físicas, mentais e sociais do indivíduo, da coletividade e do ambiente como um todo.

101 100 Manual do Educador Orientações Gerais Evidentemente, essas discussões estão situadas num determinado contexto cultural e, portanto, marcadas por princípios, valores, dilemas e controvérsias presentes no tempo presente. Assim, percebendo o conhecimento científico como uma construção humana, produzida num determinado contexto histórico e cultural, procurou-se, o tempo todo, relacionar as noções científicas com temas de interesse geral, presentes no dia a dia das famílias brasileiras e nos meios de comunicação. Isso permite reconhecer a relação indissociável que se estabelece entre os ambientes natural e social. É bom ressaltar que tal opção não se caracteriza como uma visão utilitária da ciência, mas, sim, reforça a percepção do caráter histórico e cultural do conhecimento científico. Os temas abordados são atuais e suscitam debates interessantes, que podem levar os estudantes a assumirem uma postura mais crítica e responsável diante do ambiente em que vivem. Entre os principais conceitos e noções tratados, destacam-se: transformações químicas, reagentes e produtos, massa; carboidratos, lipídios, proteínas e vitaminas; água, misturas e soluções, ciclo da água na natureza; biomassa, lixo, reciclagem, compostagem, aterro sanitário; oxirredução, substância química e elemento químico; destilação fracionada, combustíveis fósseis; acidez e basicidade, neutralização, chuva ácida, concentração de soluções; saúde, corpo humano, nutrição, relação e coordenação; ecossistemas; doenças, água contaminada, tratamento de água, ergonomia; fatores patogênicos; classificação dos seres vivos, níveis tróficos, relações ecológicas; células eucariontes e procariontes; gênero, sexualidade e cidadania, saúde e autocuidado; drogas; energia e transformação de energia, calor e mudança de estado, combustão, ciclo de matéria e fluxo de energia; vasos comunicantes, pressão, princípio de Pascal, filtração e decantação; partículas elementares dos átomos; conceito de trabalho: energia potencial e cinética, conservação de energia mecânica, onda, propagação ondulatória (velocidade e frequência), ondas mecânicas e eletromagnéticas; espectro luminoso e cor, reflexão, refração, absorção; eletricidade, rede elétrica e motores elétricos; velocidade e aceleração, impulso, modelo Sol-Terra-Lua: translação e rotação terrestre; efeito estufa aquecimento global, energia alternativa, tecnologias limpas, clima, divulgação científica.

102 Projovem Urbano em ação 101 A metodologia proposta se concretiza em atividades que têm como objetivo o desenvolvimento de habilidades básicas relacionadas ao ensino e aprendizagem de Ciências, tais como: observação, comparação, análise crítica, uso de conhecimentos em situações cotidianas, compreensão e utilização da linguagem científica, bem como desenvolvimento de habilidades técnicas relacionadas ao manuseio de instrumentos de medida e de equipamentos (simples e seguros para o estudante). As atividades deverão ter um caráter investigativo, ora partindo do relato de situações cotidianas a serem problematizadas, ora partindo de experimentos simples e de dados acerca de fenômenos naturais ou sociais. Caberá ao professor incentivar e orientar os estudantes no desenvolvimento dessas atividades disponibilizando-lhes o instrumental necessário para que possam extrair o máximo proveito dos estudos individuais e coletivos. Ao selecionar os tópicos de conteúdo a serem abordados, tinha-se a convicção de que o acesso ao conhecimento historicamente produzido é, antes de tudo, um direito do jovem cidadão brasileiro. Tem-se a expectativa, com isso, de contribuir para que os jovens passem a ter uma compreensão ainda mais ampla, crítica e responsável acerca do mundo em que vivem, trabalham, produzem e que também sonham transformar para melhor. Esperamos que o professor fomente e enriqueça a discussão das temáticas selecionadas com elementos da cultura juvenil local e regional. Nessa perspectiva, espera-se que ensinar e aprender os conteúdos de Ciências da Natureza seja uma tarefa agradável e instigante, com impactos positivos sobre a vida dos jovens, suas famílias e comunidades. > Qualificação profissional Como se viu, o componente curricular da Qualificação Profissional é constituído por três conjuntos de conhecimentos que se complementam no processo formativo: a Formação Técnica Geral (FTG), a Formação Técnica Específica (FTE) que será desenvolvida por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego PRONATEC ou por meio dos Arcos Ocupacionais escolhidos pelo estado, município ou DF e o Projeto de Orientação Profissional (POP). A FTG visa preparar o jovem para desenvolver um olhar mais crítico e abrangente do mundo do trabalho. Tem como premissas (i) a adoção de

103 102 Manual do Educador Orientações Gerais uma abordagem interdisciplinar das questões tratadas nas atividades do material didático, no lugar da fragmentação do saber pela especialização dos conteúdos; (ii) uma formação teórico-prática; em lugar da separação teoria e prática no processo de conhecer; (iii) o desenvolvimento de uma visão crítica a respeito de noções parciais ou ideológicas sobre transformações em curso no mundo do trabalho e uma abordagem didática dos conteúdos, que estimule uma atitude emancipatória fundada nos valores da autonomia e da solidariedade, face a um público composto de jovens diretamente suscetíveis à cooptação pelo tráfico de drogas e a outras atividades ilícitas, ou mesmo desestimulados diante a dificuldade de acesso ao mercado de trabalho formal, vis-à-vis os seus baixos níveis de escolaridade. (Zamberlan, 2009) O mundo do trabalho é o mundo das técnicas e processos produtivos, dos códigos e linguagens próprias, e também o mundo dos deveres e direitos das responsabilidades e atitudes profissionais, por um lado, e dos direitos trabalhistas e da conquista de um saber técnico, por outro. É o mundo do trabalhador que requer tempo para conviver com a sua família e educar os seus filhos, e do cidadão que participa dos problemas político-sociais. O mundo do engenho e arte, da dignidade e do respeito ao ser humano. O mundo do trabalho é esse amplo espaço de múltiplas atividades, sejam elas formais ou informais, onde o ser humano busca meios para viver e realizar-se. Não é um mundo isolado das outras dimensões da sociedade, ao contrário, é seu próprio centro dinâmico sem menosprezar a atual discussão sobre a sua centralidade. O trabalho é relação entre classes e deve sempre ser analisado tendo em vista o seu contexto histórico. (Zamberlan, 2009) Possibilitar, portanto, novas formas de inserção produtiva, com a devida certificação, correspondendo tanto às necessidades e potencialidades econômicas, locais e regionais, quanto às vocações dos jovens é tarefa de todos que fazem parte do Projovem Urbano. A FTG tem início nas duas primeiras Unidades Formativas. Durante as Unidades Formativas III, IV e V, o jovem cursa a Formação Técnica Específica. Uma orientação importante: caso o educador de Qualificação Profissional esteja atuando com a formação do jovem no Arco Ocupacional (UF

104 Projovem Urbano em ação 103 III, IV e V), não pode perder de vista a perspectiva de integração curricular. Embora os conteúdos da FTG, da FTE e o POP tenham uma organização própria, devem-se aproveitar todas as oportunidades para que os jovens relacionem esses conhecimentos da Qualificação Profissional entre si e com os componentes das outras dimensões do currículo. Vale lembrar que o Arco Ocupacional é um conjunto de ocupações relacionadas entre si, pois têm uma base técnica comum. O Arco Ocupacional pode abranger ocupações das esferas da produção, da circulação de bens e da prestação de serviços, garantindo uma formação mais ampla e aumentando as possibilidades de atuação do jovem no mundo do trabalho. De outra forma, caso o jovem esteja cursando uma ocupação oferecida no âmbito do PRONATEC, o papel, não menos importante do educador de Qualificação Profissional, é o de planejar os tempos e espaços de integração curricular, junto com o professor orientador, para que, nesse período, se mantenha a perspectiva da integração curricular através do monitoramento da aprendizagem desses jovens na Formação Técnica Específica. O POP deve ser potencializado como um importante instrumento para esse fim. Na Unidade Formativa VI, os conteúdos da FTG estão voltados para a construção de estratégias locais de inserção produtiva do jovem. O educador deve procurar ser dinâmico e atuar como elemento mobilizador das capacidades de organização individual e coletiva dos estudantes, canalizando-as para as iniciativas de busca de emprego ou mesmo para as ações de geração de trabalho e renda, em empreendimentos solidários ou não. > participação Cidadã O componente curricular Participação Cidadã tem como objetivo primordial a aquisição, por parte dos cursistas, de aspectos conceituais relacionados a democracia participativa e participação social, bem como a elaboração, a implementação, a apresentação de resultados e a avaliação de planos de intervenção social. Nesse componente, são focalizados conceitos básicos para o desenvolvimento da ação a ser eleita, planejada e desenvolvida pela turma. Entre eles, ressaltam-se: culturas juvenis, espaços de inserção cultural, social, profissional e política das juventudes, condição juvenil; participação

105 104 Manual do Educador Orientações Gerais social e pública, direitos humanos e direitos de cidadania; diagnóstico, planejamento, planejamento participativo, comunicação e participação; avaliação de ações cidadãs, sistematização de processos, socialização de aprendizagens. Planejar é acreditar na capacidade humana de transformar ideias e sonhos em realidade. Planeja-se para construir o futuro, traçando o caminho entre o momento presente e o que se quer alcançar com determinada ação. Assim, a metodologia proposta pretende levantar problemas da comunidade e caracterizá-los no Mapa dos Desafios, bem como preparar as mudanças que se espera sejam realizadas com a ação social que os jovens irão desenvolver. Essa ação social será estabelecida no PLA Plano de Ação Comunitária que deve prever cada passo dessa caminhada; por isso ele é uma ferramenta importante para tornar a atuação dos cursistas organizada e com melhores possibilidades de sucesso. Na Unidade Formativa VI, será importante que o professor ajude os jovens a sistematizarem organicamente os aspectos conceituais e as aquisições da prática e os oriente a realizarem um levantamento de oportunidades de continuidade de engajamento em ações de participação social e cidadã, apresentando uma proposta de atuação futura. > 2. Como exercer a função de professor orientador No Projovem Urbano, se o educador especialista tem a seu cargo a tarefa de ensinar uma determinada disciplina a todos os estudantes do Núcleo, ao professor orientador cabe dinamizar as atividades da turma que orienta, no sentido de ensinar aos jovens como aprender. Move-se, então, o foco do ensino para a aprendizagem: os estudantes devem aprender a aprender. Nessa perspectiva, é importante que o estudante desenvolva uma série de habilidades e de atitudes em relação ao estudo, e que se crie no Núcleo um clima favorável à expressão e à interação dos estudantes. Os principais instrumentos de trabalho do educador, no exercício da função de professor orientador, são a Agenda do Estudante, os textos de Informática e os temas das sínteses interdisciplinares.

106 Projovem Urbano em ação 105 > a agenda do Estudante Embora todos os educadores do Projovem Urbano devam estar atentos ao desenvolvimento de um conjunto de procedimentos de estudo essenciais para os estudantes, cabe especialmente ao professor orientador (PO), trabalhar sistematicamente esse tema. A Agenda do Estudante constitui um precioso instrumento para ajudar o estudante a organizar seu tempo e seu espaço de estudo, o que envolve habilidades de suma importância para o processo de aprender a aprender. Além de um calendário, que ajudará o estudante a organizar suas tarefas de estudo, a Agenda traz um conjunto de textos que discutem as características e o valor desses procedimentos. Provavelmente, grande parte dos estudantes, no início do curso, ainda não saberá usar uma Agenda e não terá adquirido o hábito de fazer isso. Será necessário acompanhá-los passo a passo, até que consigam dominar esse instrumento. O texto introdutório da Agenda do Estudante, que traz informações sobre o Projovem Urbano, deve ser trabalhado logo na semana de acolhida (primeira semana), de modo que o estudante consiga situar-se no Programa. Especial atenção deve ser dada à compreensão, por parte de todos, do horário semanal destinado às diferentes atividades. Os textos subsequentes estão distribuídos ao longo das unidades e discutem procedimentos de estudo. O trabalho com esses textos e o preenchimento da Agenda devem ser revistos pelo PO, no fim de cada unidade. Uma vez lido um texto da Agenda, seu conteúdo poderá ser retomado sempre que necessário, inclusive lançando mão de releituras, já que esses procedimentos de estudo precisam ser insistentemente trabalhados até que sejam de fato incorporados como hábitos que serão valiosos para os jovens ao longo de toda a sua trajetória como estudantes. Um trabalho a ser feito com a Agenda é o preenchimento dos quadros das semanas de cada mês, de acordo com os dias do calendário corrente (que vão variar conforme a data em que a turma iniciou o curso). Depois, a cada atividade ou entrega de tarefa que for marcada, o PO deverá incentivar os estudantes a anotarem um lembrete no dia correspondente. A fim de que a Agenda se torne ainda mais familiar, pode sugerir-se que anotem também datas de aniversário dos amigos e familiares, além de outras in-

107 106 Manual do Educador Orientações Gerais formações marcantes, como os endereços dos colegas e dos professores. A Agenda contém várias páginas para anotações. > a Informática no projovem urbano São objetivos do ensino da Informática, no Projovem Urbano, familiarizar os estudantes com o computador e capacitá-los a utilizarem essa ferramenta para apoiar a construção de conhecimentos relacionados aos componentes curriculares do Ensino Fundamental e, principalmente, ao trabalho com os temas integradores de cada unidade. O Manual da Unidade Formativa I traz uma orientação bem detalhada para que o PO desenvolva as aulas de Informática, de modo que, neste texto, serão tratados apenas alguns aspectos mais gerais do papel desse componente no currículo do Projovem Urbano. Embora a tecnologia esteja presente no mundo de hoje e que não seja possível evitar o contato com ela, há evidências de ser ainda bem grande no Brasil a exclusão digital, tornando-se necessário que o Projovem Urbano ofereça meios para diminuir a distância entre a juventude e o computador. Isso se faz de duas maneiras principais: (i) promovendo a inserção dos estudantes neste mundo digital e globalizado, colocando-os em contato com os aplicativos mais comumente utilizados (editores de textos, planilhas eletrônicas e navegadores de Internet); (ii) utilizando essas ferramentas para potencializar a aprendizagem dos conteúdos discutidos e apresentados em sala de aula. Assim, além do material específico para o ensino de Informática (Guias de Estudo) sugere-se que ela seja articulada com todo o processo pedagógico, como se vê no esquema a seguir. CoMputador Pode ser utilizado por meio de Ambientes virtuais de aprendizagem Jogos educacionais Softwares educacionais Utilizações da internet como apoio à apreendizagem Preparação de aulas multimídia

108 Projovem Urbano em ação 107 É possível incorporar ao computador diversos recursos que ampliam as possibilidades de usá-lo para facilitar a aprendizagem respeitando o ritmo de desenvolvimento de cada estudante. > o trabalho com os temas integradores Como foi dito, os temas integradores dizem respeito a situações desafiadoras relacionadas ao eixo estruturante de cada Unidade Formativa. São temas ligados diretamente às vivências e às práticas dos jovens, bem como ao seu reposicionamento diante das dinâmicas atuais de inclusão e exclusão social. No Projovem Urbano os temas integradores são utilizados como via de construção da interdisciplinaridade e da interdimensionalidade, pelo próprio estudante, em seu processo de aprendizagem. Para isso, contudo, é fundamental que toda a equipe de educadores (Formação Básica; Qualificação Profissional e Participação Cidadã) assuma uma postura de trabalho conjunto, em que todos contribuam com seus próprios conhecimentos para que também a equipe construa previamente o que vai pedir aos estudantes, de modo que todos se sintam seguros ao orientar as sínteses interdisciplinares. No contexto do Projovem Urbano, considera-se a interdisciplinaridade como um conceito pedagógico relacionado à multidisciplinaridade e que diz respeito à metodologia de trabalho: diferentes disciplinas são orquestradas para tratar de temáticas selecionadas, os eixos estruturantes, mas as disciplinas não se descaracterizam, não mudam o seu estatuto: os professores trabalham em conjunto, relacionando teoria e prática, alargando os horizontes dos estudantes e os seus próprios: é a multidisciplinaridade. A interdisciplinaridade propriamente surge do trabalho dos estudantes quando incorporam as visões das diferentes disciplinas e os conteúdos aprendidos nas reflexões sobre temas integradores, que traduzem questões da realidade e experiências do cotidiano. Como se pode perceber, a interdisciplinaridade vai um passo além da multidisciplinaridade, ou seja, é necessária a construção de uma síntese pelo próprio estudante, a partir de um tema provocativo que fale não apenas às mentes, mas à sensibilidade, aos projetos, às vivências dos jovens. Assim, foi elaborada uma estratégia destinada a garantir tempos e espaços curriculares para a construção da interdisciplinaridade: como cada

109 108 Manual do Educador Orientações Gerais Unidade Formativa compreende 12 semanas de aula e considerando a necessidade de tempos para ajustamento das atividades à dinâmica dos Núcleos e às características dos estudantes, foram propostos, em cada unidade, cinco subtemas resultantes do desdobramento dos cinco temas integradores gerais, que foram apresentados no tópico: A Matriz Curricular. O quadro a seguir apresenta esses subtemas. TEMAS INTEGRADORES DESDOBRAMENTO AO LONGO DAS UNIDADES FORMATIVAS 1. Identidade do jovem UF I. Ser jovem hoje UF II. Viver na cidade UF III. Ser jovem: aprendendo e trabalhando UF IV. Comunicação: importância para minha vida e meu trabalho UF V. A produção do meu corpo: saúde e beleza UF VI. Ser estudante do Projovem Urbano é uma experiência de cidadania? 2. Os territórios da juventude urbana 3. Relações sociais desiguais e vida do jovem 4. Juventude e qualidade de vida UF I. A cultura da comunidade em que vivo (saberes, fazeres, crenças e expressões artísticas) UF II. Meu bairro, meu território UF III. Ser jovem é ser consumidor? UF IV. Meios de comunicação: integração ou exclusão? UF V. A tecnologia humaniza a cidade? UF VI. Dá para ser feliz morando na cidade? UF I. Sofrer preconceitos e discriminação... UF II. A violência urbana invade o dia a dia dos jovens? UF III. A violência e minha situação de trabalho UF IV. Sexualidade e responsabilidade UF V. A dificuldade de acesso às tecnologias é uma violência contra o cidadão... UF VI. Ser cidadão é ser ético! UF I. Minha turma tem boa qualidade de vida? UF II. Educação, trabalho e lazer ao alcance de todos? UF III. Direitos de trabalhador: eu tenho? UF IV. Eu tenho acesso aos meios de comunicação? UF V. A tecnologia facilita a minha vida de jovem? UF VI. Ser um jovem cidadão no pleno exercício da cidadania é...

110 Projovem Urbano em ação 109 TEMAS INTEGRADORES 5. Juventude e responsabilidade ambiental. DESDOBRAMENTO AO LONGO DAS UNIDADES FORMATIVAS UF I. Os hábitos culturais de minha comunidade respeitam a natureza? UF II. Saneamento básico é importante... UF III. Como meu trabalho pode prejudicar ou proteger o meio ambiente? UF IV. Meio ambiente e comunicação no mundo globalizado UF V. Como a tecnologia pode proteger/destruir o meio ambiente em que vivo? UF VI. Responsabilidade pelo meio ambiente é coisa de jovem? Foram reservadas três horas semanais (portanto, um total de seis por tema) para a elaboração de cada síntese interdisciplinar. Apresenta-se a seguir uma orientação para o trabalho com as sínteses integradoras, desdobrando-o em quatro momentos. Obviamente, o PO pode alocar as horas semanais de forma diferente do exemplo, mas a proposta sugerida desenvolve-se em quatro dias diferentes, no decorrer da quinzena. primeiro dia (1 hora) O PO reúne a turma e começa por sensibilizar os estudantes para o estudo do tema em pauta, procurando mobilizar-lhes os conhecimentos prévios e levando-os a proporem questões sobre esse tema. Os estudantes, individualmente (ou em duplas, no início ou enquanto houver estudantes com dificuldade de leitura), leem pequenos trechos do Guia de Estudo, extraídos, se possível, de todas as seções (ou áreas do conhecimento), tendo como critério sua relevância para o tema integrador e sem preocupação com o fato de já terem sido ou não tratadas nas aulas com os especialistas. Nas primeiras Unidades Formativas, o PO pode indicar as páginas em que se encontram os trechos a serem lidos. Posteriormente, os jovens poderão trabalhar com palavras-chave, procurando os trechos em todo o Guia de Estudo. Segundo dia (2 horas) O PO retoma com a turma as questões levantadas no início do trabalho.

111 110 Manual do Educador Orientações Gerais Em pequenos grupos, os estudantes analisam a importância de cada trecho em relação ao tema estudado, tendo em vista as questões propostas no grande grupo; verificam também a existência de concordâncias ou de discordâncias entre os autores, de repetições ou de lacunas; apreciam a importância de cada texto para o estudo desejado; fazem um esquema ou síntese dessa análise. O professor coordena os estudantes na discussão dos resultados dos grupos e na identificação de lacunas ou pontos a serem aprofundados ou complementados; os estudantes dão ideias para realizar essas tarefas. terceiro dia (1 hora) Nesse dia, a programação deve ser o mais possível conduzida pelos estudantes (mas o PO deve fazer as intervenções que julgar necessárias). Podem-se exibir filmes ou vídeos relacionados ao tema integrador, discutir a respeito deles, entrevistar pessoas, assistir às performances dos estudantes ou de pessoas que eles queiram convidar. É o momento de dar o tom local, sem perder de vista a dialética entre o local e o global. Quarto dia (2 horas) O professor começa discutindo com a turma e incorporando ao estudo do tema as contribuições do dia anterior; todos ajudam a tirar conclusões e a avaliar o trabalho. Os estudantes individualmente (ou em duplas, no início) produzem um texto síntese do tema integrador, relacionando os novos conhecimentos construídos com a sua própria vida. Note-se que, nesse processo todo, o papel do PO é criar situações dinamizadoras que promovam a interação dos estudantes e levem à integração dos diferentes conteúdos. Nessas situações, regidas pela interdisciplinaridade, os estudantes estarão aprendendo a aprender, auxiliando-se uns aos outros, pisando na zona de desenvolvimento proximal descrita por Vygotsky. É importante que o PO leia as sínteses, faça comentários e indicações de reescrita, de modo que cada estudante digite a sua (no trabalho em duplas, o estudante que não conseguir escrever pede ajuda ao colega) e cole no seu caderno.

112 Projovem Urbano em ação 111 > 3. Como usar estratégias dinamizadoras comuns às funções de professor especialista e de professor orientador Já foram citadas várias estratégias dinamizadoras para desenvolver o trabalho com os temas integradores. São bem conhecidas dos professores e facilmente encontráveis em livros diversos. Todas elas são estratégias de dinamização do processo de aprendizagem ao despertar o interesse dos estudantes com atividades diferenciadas e ricas de participação efetiva, o bom professor saberá canalizar o interesse despertado para a busca de soluções, para a construção do conhecimento, para o desenvolvimento de habilidades, para a formação de bons hábitos de estudo e participação, para a internalização de normas e valores desejáveis. Lembre-se de que todas essas técnicas, quando bem selecionadas e desenvolvidas, propiciam a construção dos conhecimentos esperados, mas, também, a formação e o desenvolvimento de hábitos, habilidades e atitudes. Sobretudo, constituem uma excelente estratégia para ensinar o estudante a aprender. Não falamos tanto na importância de aprender a aprender? Essa é a razão pela qual se torna importante lançar mão de estratégias que, trabalhando de forma especial os conteúdos selecionados, permitem aos estudantes adquirirem hábitos e habilidades que são ferramentas indispensáveis àqueles que se propõem a aprender a aprender. Seguem-se algumas delas. > o trabalho de grupo e o trabalho coletivo No Projovem Urbano, enfrentamos o problema de superação de diferentes tipos de dificuldades, com diferentes tipos de estudantes. Uma das boas estratégias ou técnicas didáticas para trabalhar com turmas heterogêneas e problemas de aprendizagem diversificados é a técnica conhecida como trabalho de grupo. Antes de avançarmos na exploração do tema, façamos duas distinções importantes: Algumas pessoas confundem o trabalho de grupo com técnicas conhecidas como dinâmicas de grupo, que são algo bem diferente. As dinâmicas de grupo, muito usadas por psicólogos e terapeutas, têm um fim em si mesmas: são usadas para resolver problemas referentes às relações entre os membros de um grupo. O trabalho de grupo, entretanto, é uma

113 112 Manual do Educador Orientações Gerais técnica didática utilizada com a finalidade de promover a aprendizagem de determinados conteúdos, sejam eles de natureza cognitiva, afetiva ou social, ou mesmo de superar dificuldades de aprendizagem. A propósito, um bom trabalho de grupo deve procurar atuar simultaneamente sobre as diferentes dimensões da aprendizagem. Uma segunda distinção diz respeito a trabalho de grupo e trabalho coletivo. Embora o trabalho de grupo seja, por definição, um trabalho coletivo, o trabalho coletivo, neste contexto, refere-se a um dos pressupostos teóricos do Projovem Urbano. A ideia de coletivo perpassa todo o projeto: coordenadores, professores e estudantes estarão sempre trabalhando coletivamente, numa perspectiva sociointeracionista, valorizando a diversidade de opiniões e a resolução negociada de conflitos. Trata-se, portanto, de uma opção e uma postura pedagógica. O trabalho de grupo é uma técnica didática muito adequada ao contexto de trabalho coletivo e seu objetivo pontual é a aprendizagem ou a superação de algumas dificuldades que se manifestam no processo de aprender. Embora a técnica do trabalho de grupo tenha uma longa tradição, sob diferentes concepções pedagógicas, hoje, na escola pública, ele se desenvolve sob o signo da multiplicidade e da pluralidade que marcam os tempos atuais. No caso do Projovem Urbano, as histórias dos jovens estudantes nos levam à constatação de que a heterogeneidade é uma constante entre eles. É bom lembrar que a homogeneidade de turmas é um conceito que tem sido desmitificado ao longo das últimas décadas, ou seja, a possibilidade de homogeneização foi-se revelando muito mais um mito do que uma realidade. E a heterogeneidade das turmas é um fato devido não somente às diferenças intelectuais mas decorre também da diferenciação socioeconômica, da constituição e modo de vida da família, dos valores compartilhados, das crenças, das diferentes maneiras de educar, de interpretar e acatar as normas sociais. Isso nos reporta à controvertida questão das diferenças. Estudantes são, sim, diferentes entre si e, para lidar com os diferentes, é interessante nos valermos da experiência trazida pela Pedagogia da Diferença. A maneira como tratamos os diferentes pode levar a resultados desejá-

114 Projovem Urbano em ação 113 veis e indesejáveis: podemos favorecer os favorecidos, desfavorecer os desfavorecidos ou, como seria desejável, favorecer os desfavorecidos. Levar em conta a pluralidade dos estudantes não significa optar pelo ensino individual, que isola cada estudante, mas sim pelo acompanhamento individualizado. Portanto, estamos falando de avaliação formativa. No mundo atual, as sociedades têm-se mostrado, cada vez mais, plurais. Daí muitos autores preferirem utilizar a ideia de pluralidade, mais do que a de diferença. Como os estudantes do Projovem Urbano constituem, considerando-se n fatores, um público plural, podemos deduzir que seus problemas serão diversificados e plurais. Como lidar com isto? Uma vez identificadas as dificuldades individuais, uma ótima estratégia é a formação de grupos de trabalho, que podem ser homogeneizados segundo uma dificuldade ou situação específica, ou heterogêneos. Há algumas décadas, os educadores já sabiam que os estudantes diferiam entre si. Eles continuam diferindo e os educadores ainda não sabem como agir face às diferenças. Houve progressos? Sim, houve progressos, realizaram-se novas pesquisas. Os resultados parecem favorecer o trabalho com grupos heterogêneos e até mesmo com grupos multietários (com o sistema de tutoria), mas muitos professores e pais ainda se mostram céticos a respeito. A questão é que esses pais e professores acreditam que os estudantes com menor grau de proficiência em uma habilidade se beneficiam do trabalho com os estudantes que a dominaram, mas que a recíproca não é verdadeira. Essa é uma interpretação errônea, visto que a interação é um importante e positivo fator na aprendizagem: a troca de experiências é altamente benéfica para ambos os lados e a comunicação enriquece sobremaneira a qualidade da aprendizagem ao organizar suas ideias para explicar o que já aprendeu, o estudante com maior proficiência se beneficia enormemente, clarificando para si mesmo suas ideias, buscando exemplos e situações que tornam mais vívidas as noções que pretende esclarecer. Há professores que acham muito penoso o trabalho com grupos heterogêneos: significa ter de estar atento para o desenvolvimento de estudantes em diferentes estágios de aprendizagem, misturados entre si. Isso sem falar nos pais de estudantes mais jovens que entendem que os seus filhos se sen-

115 114 Manual do Educador Orientações Gerais tirão ameaçados pelas habilidades e comportamentos dos estudantes mais adiantados. Os estudos de Vygotsky trouxeram uma importante contribuição ao tema, com o estabelecimento da zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre o nível de desenvolvimento real (identificado através da capacidade de solução de problemas de maneira independente) e o nível de desenvolvimento potencial, isto é, a capacidade de resolução de problemas sob a orientação de um adulto ou de colegas mais experientes. No Projovem Urbano, destaca-se, portanto, o papel desempenhado por educadores (PE e PO) e estudantes mais proficientes na condução dos estudantes menos proficientes a níveis mais complexos de aprendizagem. Como recurso pedagógico, o trabalho de grupo é a maneira mais simples e viável de colocar os estudantes em interação. Os grupos podem ser formados para o estudo coletivo de um texto, para resolver diferentes problemas, para debater um tema, para planejar tarefas e outras diversas finalidades. Os grupos podem ser organizados por critérios de semelhança ou de diferença. Por exemplo: pode-se organizar um grupo de estudantes que tenham, todos eles, dificuldades de leitura. Isso facilita o trabalho para o professor, pois ele pode selecionar tarefas especiais e materiais adequados para a maioria da turma trabalhar independentemente, enquanto dá uma atenção específica àqueles estudantes. A outra possibilidade é a formação de grupos com níveis diferenciados de rendimento, reunindo estudantes mais proficientes e menos proficientes em determinada área ou habilidade. A grande troca, nesse caso, é entre os próprios estudantes: os mais proficientes estarão auxiliando os colegas. Nesse caso, ao contrário do que muitos pensam, beneficiam- -se todos: muitas pesquisas já foram conduzidas e mostram que, ao ensinar, os estudantes fortes crescem em seu aprendizado, na medida em que, ao organizarem seu pensamento e seus conhecimentos para ensinar, aprendem mais e em níveis mais complexos: é a força pedagógica da comunicação! O trabalho em grupo deve contemplar temas interessantes, polêmicos, desafiadores para os seus componentes. É importante notar que, além de ser um importante recurso pedagógico o trabalho de grupo, por seu caráter coletivo, é uma estratégia

116 Projovem Urbano em ação 115 socioeducativa na qual os jovens vivenciam experiências cooperativas, solidárias e de respeito às diferenças entre eles mesmos. A valorização da convivência, do intercâmbio de experiências, do trabalho coletivo e dos espaços de sociabilidade entre os jovens em cada turma são estratégias socioeducativas importantes para a formação ética e o alcance dos propósitos do Programa. Nessas situações, o jovem desenvolve capacidade de ouvir o outro e de expressar suas opiniões e emoções; de exercitar a flexibilidade e a tolerância diante das diferenças; de mediar conflitos e negociar interesses e necessidades diversos; de construir consensos superando postura individualista e valorizando o coletivo; de vivenciar relações de cooperação e de solidariedade ao invés de competitividade; de construir relações de confiança e assumir compromissos. Ao serem estimulados a se organizarem em torno de ações coletivas para o desenvolvimento das atividades curriculares, os jovens são instigados à corresponsabilidade, à troca de conhecimentos, experiências, subjetividades que proporcionam referências comuns e sentido de pertencimento, contribuindo para construção de sua identidade pessoal. > problematização Uma das estratégias de ensino que mais estimulam os estudantes é o ensino por meio de problemas, isto é, a problematização da aprendizagem. Problematizar um tema é levantar questões que interessam aos estudantes e os estimulam a encontrar soluções. O problema cria um desequilíbrio de ordem mental que mobiliza a intelectualidade do estudante, de tal modo que ele envida esforços no sentido de resolver a situação. O problema age, portanto, como uma mola propulsora. O chamado método de problemas ou ensino por meio de problemas pode ser utilizado em diferentes campos do conhecimento: Matemática, Geografia, Ciências Humanas, Ciências da Natureza etc., sobretudo em temáticas interdisciplinares. Pode também ser prático ou teórico. A problematização é apenas o momento detonador de uma série de atividades que enriquecem sobremaneira o aprendizado. > o método de projetos O método de projetos é uma das metodologias que mais mobilizam a atividade dos estudantes. Seu ponto de partida é um problema (que

117 116 Manual do Educador Orientações Gerais pode ser disciplinar, como um problema matemático, ou interdisciplinar, como Como anda o mercado de trabalho no campo do turismo? ). O método de projetos foi criado por John Dewey e desenvolvido por seu discípulo, William Kilpatrick. Supõe o desenvolvimento de algumas fases: Problematização O tema do projeto pode ser levantado pelos estudantes, tanto quanto pelo professor, mas nesse caso, o professor deve ser capaz de vender o peixe bem vendido, isto é, os estudantes devem internalizar a importância do mesmo. Entretanto, a problematização que, como já foi dito, é o momento de mobilização, deve ser realizada coletivamente e consiste no levantamento de questões relativas ao tema em pauta, que interessam a todos e para as quais ainda não se têm respostas. Planejamento momento coletivo de programação das atividades que podem ser desenvolvidas no sentido de encontrar as respostas para as questões formuladas. Desenvolvimento fase de execução das atividades que foram planejadas: pesquisas em jornais, revistas, bibliotecas; excursões; entrevistas; consultas a pessoas-chave; visitas a locais estratégicos; elaboração de relatórios parciais; avaliações intermediárias etc. Síntese e avaliação é o momento de culminância dos trabalhos realizados. Pode se efetivar com a realização de uma exposição, a confecção de um jornal ou mural, a apresentação de uma peça teatral ou de um jogral, ou mesmo um seminário integrador. Uma síntese final é bem-vinda, seja ela coletiva ou realizada por grupos ou feita individualmente. A avaliação deve ser coletiva, mas pressupõe autoavaliação também. Como se pode ver, um projeto de trabalho pode ser uma fonte riquíssima de aprendizagem, abrangendo as mais variadas tarefas e atividades, tendo a grande vantagem de poder envolver diferentes professores das diferentes disciplinas.

118 Projovem Urbano em ação 117 > pesquisas A pesquisa é outra excelente estratégia de aprendizagem. Também pode ser usada em diferentes situações de ensino e aprendizagem. Pode ser uma pesquisa bibliográfica ou uma pesquisa de campo, quando se examina in loco o objeto do estudo. Não confundir essa estratégia de trabalho com a pesquisa científica: aqui se trata daquilo que Pedro Demo chamou de pesquisa como princípio educativo. Também ela se inicia a partir de uma situação problemática: deve desencadear um trabalho cuidadoso que pode passar por consultas a pessoas-chave, consultas a documentos, visitas a sítios, monumentos, prédios históricos, museus, arquivos e, sobretudo, a bibliotecas. > Excursões e Visitas Guiadas São excelentes fontes de aprendizagem podem ser visitadas fábricas, oficinas, lojas, padarias, museus, repartições públicas, sindicatos, escolas profissionais, praças e monumentos históricos, parques etc. A excursão não é um passeio que se faz a determinados lugares, pois ela tem propósitos específicos e, para tal, as pessoas devem ter bem claros os objetivos visados. Para que o procedimento conduza a bons resultados, é necessário, portanto, um bom planejamento, feito com antecedência: contatar os responsáveis, combinar horários de visita, negociar transporte para todos. Sobretudo, organizar com os estudantes, um roteiro de visita e uma ficha de observação em que se destaque o que deve ser observado. É muito importante que, após a excursão, seja redigido um relatório detalhado do que foi visto e aprendido. A princípio, esse relatório pode ser coletivo, mas progressivamente deve se individualizar, uma vez que pode ser um excelente auxiliar no aperfeiçoamento da linguagem escrita. > Entrevistas As entrevistas são, também, excelentes fontes de aprendizagem. Normalmente, são programadas para promover o contato entre estudantes e especialistas num determinado assunto, uma testemunha viva de determinado momento histórico, um bom profissional, um artista popular, uma pessoa da comunidade... Para produzirem bons resultados, as entrevistas

119 118 Manual do Educador Orientações Gerais devem ser planejadas com antecedência. O entrevistado deve ser consultado e informado do que se espera dele. Horário e local serão agendados. Coletivamente, deverão ser elaboradas as perguntas a serem feitas, o que não impede que alguma outra surja espontaneamente no decorrer da entrevista. Podem ser gravadas (se o entrevistado o permitir) ou simplesmente anotadas. Após a conclusão, as entrevistas gravadas deverão ser transcritas e, quando apenas escritas, deverão ser objeto de uma reescrita mais organizada. Podem ser usadas como recurso em qualquer situação de ensino e aprendizagem. > 4. Como avaliar o desempenho do estudante A avaliação do Projovem Urbano, que se faz desde o início até o fim do curso, de forma sistemática, formativa, contínua, processual e cumulativa de modo a obter uma ampla gama de informações sobre os sujeitos que participam do curso, criando condições para que os educadores ofereçam um atendimento qualitativo e individualizado às necessidades de aprendizagem de cada um dos estudantes. É essa dinâmica que permite tratar a avaliação como parte integrante do processo de ensino e aprendizagem. > o processo de avaliação: objetos, momentos e instrumentos No Projovem Urbano, a progressão continuada do estudante deve ser buscada num trabalho conjunto entre educadores e jovens, utilizando todos os momentos do curso (ensino aprendizagem avaliação atividades dos estudos complementares e plantões pedagógicos) para promover o desenvolvimento das habilidades básicas previstas no Programa. Um primeiro objeto de avaliação formal será o conjunto de atividades ou questões dos próprios textos dos Guias de Estudo. Como as respostas não estão no material do estudante, o educador deve, ao longo da quinzena, fazer essa avaliação variando as formas de discussão da correção das respostas com os estudantes, para que esse momento seja também de aprendizagem. Embora essas avaliações sejam feitas ao longo da quinzena, no fim desse período, deverá ser dada a pontuação correspondente ao aproveitamento do jovem, o que se faz nas fichas do

120 Projovem Urbano em ação 119 Caderno de Registro de Avaliação preparadas para essa finalidade. Um segundo objeto de avaliação corresponde às atividades de integração curricular: sínteses integradoras, Projeto de Orientação Profissional POP e Plano de Ação Comunitária PLA. As sínteses integradoras são registradas em um caderno comum conforme apresentado na Parte II do Guia de Estudo, enquanto os registros do POP e do PLA se fazem em cadernos específicos. A avaliação formal desses componentes demanda instrumentos que possibilitem o registro de seus aspectos processual e cumulativo. Nesse sentido, assim como ocorre com os Guias de Estudo, a avaliação desses três componentes se faz por meio das fichas correspondentes do Caderno de Registro de Avaliação - CRA, além da pontuação que é atribuída ao POP e ao PLA. No que se refere ao processo de avaliação dos estudantes na construção do seu POP, ele será desenvolvido de maneira gradual, ao longo de todo o percurso formativo e composto tanto dos registros das fichas correspondentes do Caderno de Registro de Avaliação, quanto das produções parciais, fruto de pesquisas, visitas técnicas e atividades individuais e coletivas que, sistematizadas, configuram demonstrativos dos avanços do processo de ensino e aprendizagem. A cada Unidade Formativa deverão ser organizados encontros de turmas de Núcleo para a realização de seminários temáticos para sistematizar o conhecimento adquirido na Formação Técnica Geral ou na Formação Técnica Específica. Nesses encontros, os educadores devem promover a discussão sobre as possibilidades de inserção do jovem no mundo do trabalho, considerando a realidade local. Outra possibilidade é a realização de feiras de produtos/serviços criados pelo jovens estudantes ou encontros com representantes da sociedade civil local para dar visibilidade às demandas de geração de trabalho e renda e de continuidade da formação escolar e técnica dos jovens do Projovem Urbano. A definição sobre o formato desses eventos deverá ser discutida entre os jovens e os educadores de Qualificação Profissional em oficinas de preparação, que poderão ocorrer aos sábados, fora do horário regular das aulas. Poderá também ser organizado a partir do Núcleo ou do Polo. O impor-

121 120 Manual do Educador Orientações Gerais tante é que esse acúmulo de conhecimentos seja sistematizado e sirva de objeto de avaliação individual e coletiva dos estudantes. No caso do PLA, como se trata de plano a ser elaborado e implementado por grupos de alunos ao longo de todo o curso, o processo deverá ser acompanhado pelo educador de Participação Cidadã, que fará registros periódicos do trabalho, em cada unidade. No entanto, apenas no fim do processo, haverá atribuição de pontos aos grupos, que valerão para o conjunto dos integrantes respectivos, ou seja, cada aluno terá anotado em seu histórico a nota obtida pelo grupo que integrou. O terceiro objeto de avaliação é o desenvolvimento de habilidades básicas dos estudantes, que também será registrado em uma ficha do Caderno de Registro de Avaliação CRA adequada à observação dos aspectos considerados. Além das fichas do Caderno de Registro de Avaliação, as provas das Unidades Formativas são outro instrumento de avaliação formal no Projovem Urbano. Ao término da cada Unidade Formativa, há uma prova que versa sobre o conhecimento e as habilidades adquiridos e desenvolvidos no período. Essa prova tem caráter formativo e somativo e deve ser utilizada também como diagnóstico, identificando o sucesso e as dificuldades dos estudantes, orientando novas ações didáticas que se fizerem necessárias. O quadro a seguir resume os objetos e respectivos instrumentos de avaliação associando-os aos momentos previstos para sua aplicação. Essa previsão, no entanto, não é rígida, podendo ser adequada à dinâmica de cada Núcleo, desde que sejam preenchidos todos os instrumentos constantes do quadro. O diagnóstico mencionado no quadro é informal, feito na primeira semana de aula pelos próprios educadores do Núcleo, com base em atividades desenvolvidas nos primeiros dias de aula e na observação dos estudantes.

122 Projovem Urbano em ação 121 avaliação de conhecimentos e habilidades relacionados aos textos de estudo e às atividades desenvolvidas no projovem urbano SEMANAS FORMAÇÃO BÁSICA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARTICIPAÇÃO CIDADÃ INTEGRAÇÃO 1 Diagnóstico feito na 1ª primeira semana de aula pelos próprios educadores do Núcleo, com base em atividades desenvolvidas nos primeiros dias de aula e na observação dos estudantes. Diagnóstico feito na 1ª primeira semana de aula pelos próprios educadores do Núcleo, com base em atividades desenvolvidas nos primeiros dias de aula e na observação dos estudantes. Diagnóstico feito na 1ª primeira semana de aula pelos próprios educadores do Núcleo, com base em atividades desenvolvidas nos primeiros dias de aula e na observação dos estudantes. Na Unidade Formativa I, primeiro preenchimento da Ficha 11 pelo conjunto de educadores. Na Unidade Formativa I, revisão da Agenda preenchida. 2 Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Fichas 1 a 5. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 6. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 8. Síntese integradora escrita 1 Ficha 10 POP Ficha 7 PLA Ficha 9. 4 Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Fichas 1 a 5. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 6. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 8. Síntese integradora escrita 2 Ficha 10 POP Ficha 7 PLA Ficha 9. 6 Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Fichas 1 a 5. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 6. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 8. Síntese integradora escrita 3 Ficha 10 POP Ficha 7 PLA Ficha 9. 8 Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Fichas 1 a 5. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 6. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 8. Síntese integradora escrita 4 Ficha 10 POP Ficha 7 PLA Ficha 9.

123 122 Manual do Educador Orientações Gerais SEMANAS FORMAÇÃO BÁSICA QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL PARTICIPAÇÃO CIDADÃ INTEGRAÇÃO 10 Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Fichas 1 a 5. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 6. Desempenho quinzenal no trabalho com o Guia de Estudo Ficha 8. Síntese integradora escrita 5 Ficha 10 POP Ficha 7 PLA Ficha 9 Revisão da Agenda preenchida na parte relativa à unidade em curso. 11 Prova da Unidade correção pelos educadores de Formação Básica. Prova da Unidade correção pelo educador de Qualificação Profissional. Reescrita e digitação das sínteses integradora. 12 Revisão coletiva da prova - Guia de Estudo. Revisão coletiva da prova Guia de Estudo e avaliação do POP. Avaliação do PLA.w Reescrita e digitação das sínteses integradora. Revisão POP e PLA Novo preenchimento preliminar individual da Ficha 11 (O preenchimento definitivo será incumbência do conjunto de educadores). > Como usar os instrumentos de avaliação de desempenho do estudante Como dito anteriormente, os instrumentos de avaliação do desempenho do estudante, no Projovem Urbano são constituídos por três Cadernos de Registro de Avaliação e por provas das Unidades. > Cadernos de registro de avaliação O Caderno de Registro de Avaliação é composto pelas 11 fichas para cada Unidade Formativa, listadas a seguir e que são preenchidas por diferentes educadores.

124 Projovem Urbano em ação 123 Ficha 1: Ciências Humanas Ficha 2: Língua Portuguesa Ficha 3: Inglês Ficha 4: Matemática Ficha 5: Ciências da Natureza Ficha 6: Qualificação Profissional Ficha 7: Projeto de Orientação Profissional POP Ficha 8: Participação Cidadã Ficha 9: Plano de Ação Comunitária PLA Ficha 10: Sínteses Interdisciplinares Ficha 11: Habilidades Básicas > a. Fichas relativas ao desempenho do estudante em cada componente curricular As fichas de acompanhamento específicas dos componentes curriculares, em número de sete, destinam-se a acompanhar de perto a leitura e as atividades dos Guias de Estudo. Essas fichas apresentam itens referentes aos tópicos que compõem cada Unidade Formativa. Os itens são redigidos pelos próprios autores dos textos e apresentam uma síntese do que esperamos que o estudante aprenda em cada tópico. Obviamente, esse resumo não diz muito, por si mesmo e, para cumprir sua finalidade, o preenchimento da ficha não deve ser uma tarefa burocrática, que termina quando é realizada. Ao contrário, as fichas já preenchidas pelo educador devem ser usadas para criar uma oportunidade de trabalho coletivo, fazendo com que os estudantes confiram as notas dadas e entendam que elas são o registro do aproveitamento de cada um. É importante que o educador ganhe a confiança do estudante no sentido de que ele não sinta essa atividade como punição ou discriminação contra quem não aprendeu, mas sim como um momento de busca de caminhos para superar as dificuldades. Por isso mesmo, o registro dos pontos deve ser provisório,

125 124 Manual do Educador Orientações Gerais pois poderá ser mudado quando o jovem mostrar que superou a dificuldade. Mas como integrar esse processo de planejamento do educador? Será que isso não roubaria um tempo precioso para adiantar o ensino das unidades? A resposta é NÃO, pois o processo coletivo de análise do preenchimento das fichas, se feito de forma adequada, é uma situação de aprendizagem e das melhores. Além de levar o estudante a rever partes dos tópicos, estimula uma leitura guiada pela busca ativa da resposta. E constitui oportunidade privilegiada para que ele desenvolva a capacidade de julgamento sereno de suas dificuldades e aprenda a pedir socorro específico ao educador e aos colegas. Para desenvolver a tarefa (aula!) de conferência do preenchimento da ficha relativa à disciplina ou área que ensina, o educador pode dividir a turma em grupos, para que os jovens possam discutir entre si o que mais erraram, que tópicos foram mais fáceis para eles etc. Não é necessário que esse trabalho dure mais do que 20 minutos. Cabe ao educador fazer as anotações que julgar necessárias para levar à próxima reunião de planejamento coletivo do Núcleo. > B. Fichas relativas às atividades de integração curricular As fichas de acompanhamento das sínteses interdisciplinares, do POP e do PLA, também devem ser preenchidas pelos próprios educadores (o PO, o educador de QP e o de PC, respectivamente). Mas é importante que, no período final de cada unidade, o PO e os educadores de QP e PC organizem uma atividade em que cada jovem possa analisar sua própria ficha e pedir algum esclarecimento ou orientação, seja ao PO ou aos educadores de QP e PC. > C. Ficha relativa ao desenvolvimento das habilidades básicas A ficha de acompanhamento das habilidades básicas deve ser preenchida pelo PO, no início do curso e no fim de cada unidade. Em seguida, o conjunto dos educadores do Núcleo deve discutir a nota dada em cada item da ficha e levantar a possibilidade de mantê-la ou não. Caso haja discrepância entre a avaliação do PO e a avaliação do grupo, é necessário que se analisem tais discrepâncias e se proponha um encaminhamento.

126 Projovem Urbano em ação 125 > as provas das unidades As provas das Unidades Formativas são organizadas pelos educadores com base no banco de questões disponibilizado no Sistema de Matrícula, Acompanhamento de Frequência e Certificação do Projovem Urbano. Poderão ser aplicadas em dias diferentes, caso seja considerada extensa para apenas um dia. Os próprios educadores se incumbem de corrigi-las e registrar a pontuação nos diários. A direção da escola é responsável pelo lançamento dessa pontuação no Sistema para posterior validação da direção do Polo e/ ou coordenação local. Embora a pontuação das provas não tenha um peso decisivo no conjunto da avaliação do desempenho do estudante, a experiência mostra que elas constituem um elemento poderoso de motivação para a leitura e o estudo. Se não houver um apelo direto, o jovem tenderá a colocar o trabalho com os Guias de Estudo como algo secundário. Dado que no Projovem Urbano se quer que o estudante aprenda verdadeiramente, inclusive a estudar, faz-se necessário que as notas das provas não possam ser mudadas pelos educadores e, sim, que haja outras maneiras de recuperação dos estudantes que garantam seu sucesso no curso. É muito importante, contudo, que as provas das unidades sejam revistas pelos jovens e confrontadas com os Guias de Estudo, pois essa atividade oferece uma oportunidade de revisão ativa dos tópicos avaliados, envolvendo leitura, análise, confronto de informações, julgamento, objetividade e busca de saída para as dificuldades encontradas. Cada especialista promove a revisão das questões relacionadas a sua disciplina ou área. Essa atividade pode ser feita com a turma reunida em grupos e o educador orientando e ajudando. Pode também ser feita com o coletivo da turma. O educador pode pedir aos estudantes que identifiquem o trecho do Guia de Estudo que justifica aceitar como correto ou não cada item das questões, ou seja, eles não devem procurar apenas a justificativa da resposta correta, mas tentar descobrir por que as outras são falsas. Veja que, nesse caso também, a atividade não é uma perda de tempo, não rouba o lugar de uma aula, pois ela própria é uma aula.

127 126 Manual do Educador Orientações Gerais > 5. Sistema de pontos para a avaliação da aprendizagem > distribuição da pontuação Para sintetizar os resultados das avaliações realizadas ao longo do processo (a pontuação das provas das Unidades Formativas, dos registros nas fichas, do POP e do PLA), elaborou-se um sistema de pontuação apresentado no quadro a seguir. Unidades Formativas Provas Fichas POP PLA Subtotal Total Geral UF I UF II Total 1º Ciclo UF III UF IV Total 2º Ciclo UF V UF VI Total 3º Ciclo Total Geral As provas terão um valor de 240 pontos em cada uma das Unidades Formativas I, II e VI, e serão constituídas por questões relativas aos cinco componentes do Ensino Fundamental/EJA e à Qualificação Profissional. Cada componente, conforme quadro a seguir, apresentará oito questões, cada questão com o valor de cinco pontos (oito questões cinco pontos = 40 pontos por componente 6 componentes = 240 pontos). Alternativamente, poderão ser 5 questões valendo 8 pontos cada uma (8 5=40 pontos 6 componentes = 240 pontos).

128 Projovem Urbano em ação 127 UNIDADES FORMATIVAS I, II E VI Componente Curricular Pontos Ciências Humanas 40 Língua Portuguesa 40 Inglês 40 Matemática 40 Ciências da Natureza 40 Qualificação Profissional 40 Total 240 Nas Unidades Formativas III, IV e V, o valor das provas será de 200 pontos cada, pois não existem as questões de Qualificação Profissional. Assim cada componente apresentará 4 questões valendo 10 pontos cada uma = 40 5 componentes curriculares = 200 pontos. Alternativamente poderão ser 10 questões 4 pontos = 40 5 componentes = 200 pontos, conforme se vê no quadro a seguir. UNIDADES FORMATIVAS III, IV E V Componente Curricular Pontos Ciências Humanas 40 Língua Portuguesa 40 Inglês 40 Matemática 40 Ciências da Natureza 40 Total 200

129 128 Manual do Educador Orientações Gerais > Certificação Como se viu, por meio dos diferentes instrumentos de avaliação, são distribuídos pontos ao longo do curso. Para serem certificados no Projovem Urbano, os estudantes deverão: (i) obter no mínimo pontos, ou seja, 50% da pontuação distribuída; (ii) comparecer a 75% das atividades presenciais, isto é, horas. Cabe ao conselho de classe constituído pelo diretor, educadores e coordenadores do Projovem Urbano, quando necessário, analisar e decidir sobre a certificação dos estudantes que atingirem 75% de frequência, mas não atingirem a pontuação exigida e daqueles que, ao contrário, atingirem a pontuação mas não atingirem os 75% de frequência. > o histórico escolar e o certificado do projovem urbano O histórico escolar do jovem estudante será gerado pelo Sistema de Matrícula, Acompanhamento de Frequência e Certificação do Projovem Urbano. Depois de impresso, deverá ser assinado pelo diretor da escola e o secretário escolar. Consta do verso do histórico, o Certificado de Conclusão do Projovem Urbano que também deverá ser assinado pelo Diretor e Secretário Escolar. Os certificados de conclusão também serão gerados por meio do Sistema de Matrícula, Acompanhamento de Frequência e Certificação do Projovem Urbano e deverão ser assinados pelo Diretor e o Secretário Escolar da escola certificadora. Para fazer jus ao certificado, o estudante deverá cumprir todas as condições estabelecidas no curso. Como o Projovem Urbano compreende as dimensões de Ensino Fundamental, Qualificação Profissional e Participação Cidadã nos termos da Lei n º de 20 de dezembro de 1996, Lei n º , de 10 de junho de 2008, Decreto Federal n º de 4 de novembro de 2008 e Parecer CNE/ CEB n º 18/2008 de 6 de agosto de 2008, os estudantes deverão receber certificado de conclusão de: (i) Projovem Urbano, Ensino Fundamental/ EJA; (ii) Qualificação Profissional Inicial para o trabalho, no correspondente Arco Ocupacional; e (iii) Participação Cidadã.

130 Projovem Urbano em ação 129 A escola certificadora está apta a assinar o certificado de Ensino Fundamental/EJA e Qualificação Profissional Inicial com Participação Cidadã, pois o curso integra as três dimensões, conforme o Parecer CNE/CEB nº 18/2008. Todas as escolas deverão providenciar o arquivamento dos documentos escolares dos estudantes concluintes. Os conselhos estaduais e/ou municipais deverão ser informados sobre a oferta do Projovem Urbano, no âmbito de sua jurisprudência, e da fundamentação legal do curso, para a devida socialização e articulação. Quando o estudante desenvolver a sua formação técnica específica por meio dos cursos FIC/PRONATEC, ele receberá da instituição ofertante um certificado da ocupação cursada, conforme a carga horária dessa ocupação. O Certificado de Conclusão do Ensino Fundamental/EJA do Projovem Urbano habilita ao prosseguimento de estudos no Ensino Médio, enquanto a certificação em Qualificação Profissional Inicial para o trabalho no correspondente Arco Ocupacional ou em curso FIC constitui um primeiro passo na profissionalização do jovem. > o desligamento do projovem urbano Serão desligados do curso do Projovem Urbano e deixarão de receber o correspondente auxílio financeiro os estudantes que: Apresentarem, sem justificativa, frequência inferior a 75% da carga horária prevista para as atividades presenciais de todo o curso; Prestarem informações falsas ou, por qualquer outro meio, cometerem fraude contra o Projovem Urbano; Solicitarem o seu desligamento; Forem obrigados ao desligamento por decisão judicial. > 6. A Utilização pedagógica das informações geradas no processo de avaliação > Como encaminhar a resolução de dificuldades específicas de aprendizagem > diagnóstico das dificuldades Um dos grandes problemas enfrentados pelos professores do Projo-

131 130 Manual do Educador Orientações Gerais vem Urbano são as dificuldades de aprendizagem que surgem ao longo do curso, muito em função do desnível de entrada apresentado pelos estudantes, isto é, a heterogeneidade das turmas, especialmente no que se refere ao nível de aprendizado de cada um. Se essas dificuldades não forem sanadas ao longo do caminho, os jovens chegarão ao fim do curso sem atingir os patamares almejados. Estariam, então, delineadas aquelas duas terríveis possibilidades: a reprovação ou a promoção automática. E onde ficaria a inclusão? Para solucionar essas dificuldades, os professores precisam partir de um diagnóstico que lhes dará subsídios para o enfrentamento do problema. Muitos professores, como já foi dito, associam o diagnóstico ao quadro que lhes é oferecido pela avaliação inicial. Na verdade, o professor pode fazer uso dos resultados de qualquer das modalidades da avaliação para fazer frente às dificuldades de aprendizagem de seus estudantes. > Subsídios oferecidos pela avaliação formativa Alguns autores colocam a avaliação diagnóstica como parte integrante da avaliação formativa, porque ambas possibilitam a efetivação de duas importantes características do processo de avaliação: a continuidade e a ênfase no processo. Na verdade, as duas estão a serviço do fornecimento de informações que subsidiem as ações pedagógicas com vistas à recuperação da aprendizagem dos estudantes. Tanto a avaliação diagnóstica quanto a formativa podem processar-se com o auxílio de instrumentos próprios e variados ou acontecer também de maneira informal, por meio da observação do professor, de entrevistas professor/estudantes, de autoavaliação orientada e outros procedimentos. Um bom indicador do desenvolvimento dos estudantes são as atividades propostas nos Guias de Estudo. Elas podem ser discutidas em grupos ou coletivamente, e até mesmo individualmente, quando o professor perceber alguma dificuldade particularizada. Tanto o resultado do diagnóstico inicial como os resultados apurados por meio dos variados instrumentos (Guias de Estudo, provas, fichas de avaliação) podem subsidiar o trabalho de reforço da aprendizagem, seja ele coletivo ou em grupos. O trabalho deverá ser coletivo quando toda a turma não se saiu bem em determinada situação. Quando as dificuldades forem

132 Projovem Urbano em ação 131 variadas, podem ser organizados grupos de estudantes que apresentaram as mesmas dificuldades (grupo homogeneizado pelo critério de dificuldade). O professor deverá percorrer os grupos, dedicando a cada um deles a devida atenção. Em todas as situações, o professor deverá planejar cuidadosamente as suas intervenções, variando materiais e estratégias de ensino. A avaliação diagnóstica e a formativa (muitas vezes elas se confundem) têm como objetivo primordial captar informações que permitam ao professor auxiliar com maior efetividade o processo de aprendizagem dos estudantes. > organização pedagógica como recurso para o atendimento a dificuldades de aprendizagem a. Grupos de estudo formados segundo critérios que atendam as dificuldades evidenciadas pelos estudantes Ao analisar o trabalho de grupo, podemos ter a impressão de que, dada a característica plural de nossas escolas, o trabalho com grupos heterogêneos ou diversificados seria a melhor opção para atender às dificuldades dos estudantes. Mas essa alternativa pode não ser necessariamente a melhor. Certamente a opção por grupos diversificados ou homogeneizados segundo problemas específicos vai depender da situação e das dificuldades evidenciadas pelos estudantes. Alguns autores acreditam que há situações em que as diferenças de aprendizagem têm de ser levadas em conta. Na verdade, quando falamos em grupos homogêneos, estamos considerando apenas um fator de homogeneização. O fator (ou critério) pode ser de diversas naturezas, mas o mais frequente é tomar dificuldades de aprendizagem comuns a um grupo de estudantes, ou seja, os estudantes são agrupados quanto aos níveis de proficiência em determinada habilidade. A melhor opção de trabalhar as dificuldades de aprendizagem dos estudantes é provê-los com material especialmente preparado para o trabalho com elas. À medida que elas vão sendo superadas, o grupo passa a trabalhar com os outros materiais. Quando os professores do Núcleo não dispõem de recursos para a or-

133 132 Manual do Educador Orientações Gerais ganização de diferentes tipos de material, podem optar por dividir a turma em grupos e atribuir à maioria atividades mais independentes, enquanto ele próprio dá atenção especial a um ou dois grupos que tenham apresentado problemas específicos de aprendizagem. B. plantões pedagógicos Os plantões pedagógicos são tempos/espaços que ficam a cargo dos educadores, quer na função de PO, quer na de especialista, para atender, mediante agendamento, a estudantes com diferentes tipos de dificuldades. Uma boa maneira de planejar esse trabalho é valer-se dos resultados das diferentes avaliações para planejar as atividades de complementação e reforço. Para o plantão pedagógico, o educador deve ter em mãos diferentes materiais oferecidos pelo curso ou previamente preparados junto com os colegas das diferentes disciplinas, com base nos resultados obtidos nas avaliações formativas. Os componentes curriculares nos quais os alunos apresentam maiores dificuldades, bem como os itens de prova mais errados pelos estudantes devem merecer maior atenção por parte dos professores e, para eles, devem ser preparados materiais e/ou leituras suplementares a serem utilizados durante as sessões. Deve-se permitir que os estudantes troquem ideias, auxiliando-se mutuamente, ainda que as dificuldades não sejam exatamente as mesmas. C. oficinas de Estudos Complementares Os Estudos Complementares de Língua Portuguesa e de Matemática são atividades que possuem relação direta com o sistema de avaliação formal do Projovem Urbano. Destinam-se à superação de dificuldades de aprendizagem evidenciadas pelos jovens nas avaliações formativas, ao longo do ciclo. A concepção de currículo integrado do Projovem Urbano implica o acompanhamento permanente das dificuldades de aprendizagem dos estudantes, durante todo o processo formativo, de forma a viabilizar intervenções pedagógicas no momento adequado para obter resultados efetivos. Assim, os estudos complementares buscam criar novas situações de aprendizagem que viabilizem e estimulem a construção das habilidades

134 Projovem Urbano em ação 133 que os jovens não dominaram ao longo do ciclo focalizado. Na perspectiva da integração curricular, os temas e conceitos trabalhados nesse ciclo, em todos os componentes curriculares, devem ser retomados e estruturados em oficinas de Língua Portuguesa e de Matemática. Devem ser encaminhados aos estudos complementares os jovens que obtiverem pontuação inferior a 50% do total distribuído no primeiro e no segundo ciclos. Após realização dos estudos complementares, os estudantes participantes que alcançarem uma avaliação positiva terão sua pontuação alterada no sistema para 50% dos pontos distribuídos no ciclo, ou seja 365 pontos no 1º Ciclo e 330 no 2º Ciclo, de modo a alcançarem a média prevista no primeiro e no segundo ciclos. Caso eles não alcancem avaliação positiva ou não participem das oficinas dos estudos complementares, a pontuação não será alterada. > por que Estudos Complementares em formato de oficinas de língua portuguesa e de Matemática? A proposta curricular do Projovem Urbano pode ser sintetizada nos seguintes termos: trabalhando sobre um conteúdo multidisciplinar limitado, porém cientificamente correto, socialmente pertinente e vinculado às experiências da juventude urbana, no tempo e no espaço do curso, os jovens aprendem a interagir criticamente com a informação, transformando-a em conhecimentos e habilidades relacionados às diferentes dimensões do ser humano: lógica e cognitiva, prática e operativa, afetiva e social, identitária e cidadã. Isso implica o desenvolvimento de competências e habilidades voltadas para busca e apreensão de informações, análise, seleção, síntese, contextualização, expressão e uso dos novos conhecimentos, integrando-os às suas experiências prévias e incorporando-os à construção de estratégias para a realização de seus projetos para o futuro. Nesse processo, por meio de interações com interlocutores diversos, o estudante constrói tanto uma visão de mundo interdisciplinar quanto seu protagonismo como sujeito da educação. Essas interações fundamentais para a atribuição social e subjetiva de sentido ao mundo e à vida se valem de diferentes linguagens: verbal, visual, lógico-matemática etc.

135 134 Manual do Educador Orientações Gerais No desenvolvimento de uma proposta pedagógica como a do Projovem Urbano, os estudos complementares têm o sentido de criar novas oportunidades de interação que ajudem os jovens a completar o processo de construção de habilidades e conhecimentos, em relação aos quais não adquiriram independência, necessitando ainda de ajuda para consolidá-los. A estruturação das oficinas de estudos complementares em torno de Língua Portuguesa e de Matemática, sob a coordenação de educadores, na função de professores orientadores, apoia-se, pois, nas ideias de Vygotsky sobre a ação pedagógica na zona de desenvolvimento proximal, como elemento fundamental para que o aprendiz conclua o processo visado e se torne independente em relação a ele. Os educadores têm carga horária prevista para o atendimento de dificuldades específicas dos estudantes, pois são contratados para 30 horas semanais. Conforme se pode observar no quadro Carga horária presencial semanal dos educadores, apresentado no PPI, todo educador de formação básica terá 11 horas disponíveis para atendimento aos estudantes. Dentro dessa carga horária, na fase inicial do 2º e 3º ciclos, deverá ser previsto o desenvolvimento das oficinas (Estudos Complementares) para os estudantes que não alcançaram 50% da pontuação distribuída no ciclo. Essas oficinas serão oferecidas entre o 2º e 4º mês do segundo e do terceiro ciclos. Para realizá-las, os educadores dispõem de manuais, organizados na forma de oficinas, distribuídas em dois volumes. Cada volume compreende cinco oficinas de Língua Portuguesa e cinco de Matemática, com a mesma duração, organizadas segundo conjuntos de habilidades a serem especialmente focalizadas. As oficinas do Volume I têm menor complexidade que as do Volume II. Para os estudantes, os educadores poderão reproduzir as atividades das oficinas que lhes serão disponibilizadas em CD.

136 Capítulo 5 A formação dos educadores Uma proposta pedagógica como a do Projovem Urbano realmente exige grandes mudanças, tanto na gestão do sistema, quanto no Núcleo e na sala de aula. É provável que os educadores que iniciam sua participação no curso não estejam preparados para tantas mudanças, sendo necessário que se formem especialmente para isso, pois a formação tradicional costuma considerar o professor responsável pelo ensino concebido como mera transmissão de conteúdos. O Projovem Urbano propõe uma reviravolta nesse esquema: o ensino não é entendido como transmissão e acúmulo de informações nem só o professor ensina e o estudante aprende, nem há ensino sem aprendizagem. Por sua vez, a aprendizagem é vista como construção ativa do estudante, na interação com seus professores e colegas. Isso pressupõe uma nova perspectiva de cooperação interdisciplinar, voltada para o desenvolvimento de saberes e competências dos jovens, articulando, mobilizando e colocando em ação seus conhecimentos, habilidades e valores de solidariedade e cooperação e valores éticos e estéticos, para responder aos constantes desafios do dia a dia de sua vida cidadã e do mundo do trabalho. Ou seja, o Projovem Urbano enfatiza o desenvolvimento do jovem como sujeito e, portanto, de sua capacidade de pensar e agir com autonomia. Obviamente, o educador deve incorporar esses novos interlocutores ao seu processo identitário, investindo também no desenvolvimento de suas próprias subjetividade e autonomia. > > 1. Formação continuada e processo identitário do educador Pelos pré-requisitos da contratação, os educadores do Projovem Urbano já fizeram formação inicial para a área ou disciplina do currículo em

137 136 Manual do Educador Orientações Gerais que atuam. Muitos já têm, até mesmo, formação continuada em escolas de diferentes redes. Mas, na formação demandada pelo projeto pedagógico do Projovem Urbano, a formação assume características peculiares e deverá apoiar-se em princípios e pressupostos comuns, considerando o estudante/professor como sujeito, valorizando suas experiências pessoais e seus saberes da prática. Embora não se pretenda que o educador do Projovem Urbano faça uma formação inicial, no sentido estrito do termo, considera-se necessário que ele tenha condições efetivas de apropriar-se dos fundamentos, princípios, conceitos e estratégias metodológicas do desenho curricular, bem como dos conteúdos dos diversos componentes curriculares, ou seja, ele deve diplomar-se em Projovem Urbano. Daí a primeira etapa da formação. Por sua vez, as demais etapas de formação continuada devem permitir que o educador se aproprie, como sujeito, dos conhecimentos que ele mesmo gera, de modo a poder rever sua prática no curso, atribuir-lhe novos significados do contexto da proposta pedagógica do Projovem Urbano e obter maior espaço para a compreensão das mudanças implicadas nessa proposta. Assim, nas atividades destinadas à formação continuada, deverão predominar momentos de discussão e de encaminhamento em relação aos problemas e às questões do cotidiano da sala de aula, especialmente quanto à aprendizagem dos estudantes. Por meio das diferentes etapas da formação continuada busca-se a construção de um processo identitário em que cada educador se veja simultânea e inseparavelmente como: (a) um perito que domina o instrumental de trabalho próprio de sua área de conhecimento e de sua atividade docente e sabe fazer uso dele; (b) um pensador capaz de repensar criticamente sua prática e as representações sociais sobre seu campo de atuação; (c) um cidadão que faz parte de uma sociedade e de uma comunidade (MIRANDA, G.V. e SALGADO, M.U.C., 2000). > 2. Saberes necessários para atuar no Projovem Urbano O Projovem Urbano é um Programa que busca ser inclusivo. Então, não basta desenvolver os conteúdos com os estudantes nem mesmo trabalhar sobre a construção teórica da aprendizagem.

138 A formação dos educadores 137 É preciso considerar as diferentes dimensões do jovem como ser humano. Por isso, o educador precisa ir além da condição de especialista em uma disciplina ou campo de conhecimento. Ele deve ser educador no sentido mais amplo da palavra, capaz de fazer a mediação entre o projeto de educação da sociedade e os projetos individuais dos estudantes. Além disso, ele tem de fazer a mediação entre os estudantes e o conhecimento. Tanto a mediação característica do olhar de cada disciplina, quanto aquela de construir a interdisciplinaridade estabelecendo inter-relação de conhecimentos teóricos, práticos, sociais, emocionais, éticos, estéticos etc. Portanto, no Projovem Urbano, todo professor é especialista em sua área de conhecimento, mas é também orientador da aprendizagem vista como elemento de construção da autonomia intelectual do sujeito e de uma visão mais ampla do processo educacional. Mas isso não significa, por exemplo, que o professor de Matemática tenha de dar aulas de Ciências Humanas ou que o educador de Participação Cidadã tenha de ensinar Ciências da Natureza. O professor especialista conduz o processo específico de aprendizagem de sua disciplina ou campo de conhecimento e deve garantir que os conceitos e suas relações sejam construídos pelos estudantes de forma correta e segundo o olhar científico de cada área. Nessa função, cabe-lhe desenvolver aulas bem preparadas, com ampla participação dos estudantes, promovendo situações desafiadoras e relacionando os conteúdos com os conhecimentos prévios do jovem. Seu principal instrumento de trabalho é o Guia de Estudo, cujo conteúdo deve ser apropriado ativamente pelos jovens. Na função de professor orientador, o educador de Formação Básica orienta mais de perto cada estudante da turma que lhe cabe e se torna sua referência na articulação do conjunto de conhecimentos do curso. Seu principal instrumento de trabalho é também o Guia de Estudo, porém explorado em função dos temas integradores, o que implica buscar, analisar avaliar e organizar informações dos diferentes componentes curriculares, mas nunca dar aulas sobre eles. Da mesma forma, os educadores de Participação Cidadã e Qualificação Profissional desempenham a função de

139 138 Manual do Educador Orientações Gerais orientador neste caso, para os estudantes de todas as turmas quando acompanham o desenvolvimento do PLA e do POP, respectivamente. Outro instrumento de trabalho importante para o desempenho da função de orientador pelos educadores é a Agenda do Estudante, que contém informações básicas sobre a organização do ambiente e dos tempos de estudo bem como dos métodos e técnicas mais eficientes para a apropriação do conhecimento pelos estudantes. Finalmente, também para os educadores do Núcleo, as provas feitas pelos estudantes na avaliação formativa são de grande importância no desempenho, tanto da função de professor orientador, quanto da função de professor especialista. Sua correção e confronto com o Guia de Estudo, feitos em grupo, podem ser excelentes instrumentos de aprendizagem. Deve ficar claro, porém, que, na função de orientador, os educadores não precisam dominar todos os componentes curriculares como especialistas ou professores de disciplinas ou áreas específicas. Devem sabê-los como cidadãos educadores na chamada sociedade do conhecimento. Em síntese: cada educador precisa conhecer todos os conteúdos dos Guias de Estudo no que é desejável e esperado para qualquer cidadão, pois esses Guias estão elaborados em nível de Ensino Fundamental. Os educadores também são cidadãos e supõe-se que tiveram acesso à Educação Básica. Assim, independente de sua área de formação, devem ser capazes de compreender a realidade social, a comunidade, o mundo do trabalho e a ciência e tecnologia do mundo atual o que a LDB define como objetivos gerais do Ensino Fundamental. Em consequência disso, um objetivo importante da formação dos educadores no Projovem Urbano é garantir que todos leiam inteiramente e com atenção os Guias de Estudo e procurem apropriar-se dos conceitos- -chave do currículo: multidisciplinaridade, interdisciplinaridade, integração dos conhecimentos entre si, da pessoa com o conhecimento e da pessoa com o seu grupo e, naturalmente, inclusão social. Em resumo, os educadores do Projovem Urbano deverão ter competência para: Promover a equidade e ter sempre presentes as especificidades do público do Projovem Urbano: a condição juvenil e a imperativa necessidade de superar a situação de exclusão em que se encontram no que se refere aos direitos à educação e ao trabalho.

140 A formação dos educadores 139 programar, coordenar e realizar, junto com a equipe do Núcleo, as atividades das respectivas disciplinas e as atividades integradoras das dimensões e disciplinas do curso, adequando as sugestões do Guia de Estudo às necessidades dos estudantes. Monitorar, orientar e avaliar o percurso pessoal de estudo e aprendizagem de cada estudante sob sua responsabilidade, considerando todas as dimensões da pessoa, do estudante, do trabalhador, do cidadão. Identificar as diferentes ferramentas de estudo de que os jovens necessitam e orientá-los quanto ao seu uso. Criar contextos desafiadores para a aprendizagem, estimular a atitude crítica e planejar situações que favoreçam a síntese dos estudos desenvolvidos nos vários componentes curriculares. Conceber e utilizar a avaliação como etapa do processo de ensino e aprendizagem, que compreende um momento de diagnóstico inicial, um percurso de acompanhamento formativo e um momento de balanço, concluindo uma etapa e, simultaneamente, dando início à seguinte. Favorecer o trabalho cooperativo e a troca de experiências entre os jovens. Acompanhar, junto com os outros educadores, o desenvolvimento do POP, do PLA e das sínteses integradoras, fazendo apreciações sobre os progressos feitos e a capacidade dos jovens de incorporar nesses trabalhos os estudos realizados no Projovem Urbano. Relacionar-se adequadamente com a instituição, o diretor e outras pessoas do local onde funciona o Núcleo. Utilizar novas tecnologias para seu próprio aperfeiçoamento e para o desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem no Projovem Urbano. Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão, buscando promover a inclusão efetiva dos jovens sob sua responsabilidade profissional. Administrar a própria formação contínua e aprimorar sua prática profissional.

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142 Anexo I Glossário de conceitos básicos > > Aprendizagem Na perspectiva delineada no Projeto Pedagógico Integrado, a aprendizagem consiste na construção de saberes, competências e capacidades por meio da ressignificação de elementos sociais e culturalmente transmitidos e da construção/reconstrução pessoal. É uma forma de apropriação e de ressignificação da cultura pelo sujeito e interage com seu desenvolvimento psíquico. Como processo articulado à construção da subjetividade, mobiliza elementos cognitivos, afetivos, estéticos, lúdicos, sociais e físicos. > > Atendimento Educacional Especializado AEE Serviço de Educação Especial que organiza atividades, recursos pedagógicos e de acessibilidade, de forma complementar ou suplementar à escolarização dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação, atendidos nas classes comuns do ensino regular e da Educação de Jovens e Adultos. Esse serviço, instituído pelo projeto político pedagógico da escola, é realizado individualmente ou em pequenos grupos, em turno contrário ao da escolarização em sala de aula comum. > > Avaliação do ensino e aprendizagem A avaliação do ensino e aprendizagem é vista no Projovem Urbano como um processo cumulativo, contínuo, abrangente, sistemático e flexível de obtenção e julgamento de informações de natureza qualitativa e quantitativa sobre o ensino e a aprendizagem, de forma a obter subsídios para: a) planejar as intervenções docentes; b) criar formas de apoio aos estudantes que apresentem dificuldades de aprendizagem; c) verificar se os objetivos propostos estão sendo alcançados; d) obter subsídios para a revisão dos materiais, da metodologia do curso e da formação docente.

143 142 Manual do Educador Orientações Gerais > Ciclo Estratégia de organização do Projovem Urbano: as seis Unidades Formativas estão agrupadas em três ciclos e cada um deles é composto por duas Unidades Formativas. > Conhecimento escolar O conhecimento escolar é compreendido neste Projeto como uma construção baseada no encontro feito de conflitos e integrações de diferentes tipos de conhecimento: saberes cotidianos que estudantes e educadores trazem de suas vivências familiares e sociais, conceitos e leis científicas, elementos estéticos e culturais, reflexões filosóficas e, é claro, determinações legais sobre o currículo. Sua prática se faz em condições muito especiais, que são dadas pelas interações dos estudantes entre si e com o educador. > Cultura No Projovem Urbano, adota-se o conceito de cultura como conjunto de atividades, técnicas, linguagens, conhecimentos, normas, valores, crenças etc. que permitem a atribuição de sentido à existência e resultam da ordenação simbólica do mundo pelos grupos sociais. Há diferentes universos simbólicos dentro da mesma sociedade, de modo que as identidades culturais são parte de um sistema de significações relacionais. As identidades mudam com o tempo, em função do processo histórico do grupo e dos contatos e trocas que ele estabelece com outros grupos. Cada pessoa participa da cultura de seu grupo e da identidade cultural a ele associada de maneira específica, segundo sua própria história e características pessoais. Assim, no Projovem Urbano, o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural estão ligados ao respeito às identidades culturais de grupos sociais diferenciados, à convivência e promoção do diálogo e do intercâmbio entre os brasileiros expressos por meio das diversas linguagens e expressões culturais e à busca da solidariedade entre os povos. > diretrizes nacionais para a Educação em direitos Humanos As Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos foram homologadas pelo ministro da Educação, em 29 de maio de A Resolução CNE/CP nº 1, de 30 de maio de 2012, estabelece que as referidas diretrizes devem ser observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições (Art. 1º).

144 Glossário de conceitos básicos 143 > Educação No contexto do Projovem Urbano, concebe-se a educação como processo construtivo e permanente, que vai da vida para a escola e da escola para a vida, articulando conhecimentos formalmente estruturados e saberes tácitos. Tem caráter histórico e cultural, formando as novas gerações de acordo com o projeto histórico de uma sociedade e, ao mesmo tempo, promovendo a autorrealização e o desenvolvimento das pessoas. É atribuição e responsabilidade de múltiplas agências: a família, a igreja, a empresa, o sindicato, a associação profissional e, é claro, a escola. No Projovem Urbano é considerada como direito fundante da cidadania, apresentando-se como Formação Básica, Qualificação Profissional Inicial e Participação Social Cidadã. Busca o domínio das linguagens, dos conhecimentos e dos instrumentos necessários para compreender a vida social e o mundo do trabalho, de modo a participar deles como cidadão. > Educação inclusiva O movimento mundial pela educação inclusiva é uma ação política, cultural, social e pedagógica, desencadeada em defesa do direito de todos os alunos de estarem juntos, aprendendo e participando, sem nenhum tipo de discriminação. A educação inclusiva constitui um paradigma educacional fundamentada na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, e que avança em relação à ideia de equidade formal ao contextualizar as circunstâncias históricas da produção da exclusão dentro e fora da escola. Política Nacional de Ed. Especial na Perspectiva da Ed. Inclusiva - Documento elaborado pelo Grupo de Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial nº 555, de 5 de junho de 2007/Ministério da Educação > Ensino Neste Projeto, entende-se o ensino como uma intervenção educacional/ pedagógica, deliberada e planejada, que cria situações desafiadoras e propõe problemas que estimulem e orientem os estudantes na construção e reconstrução de suas aprendizagens. Como ação subordinada a um programa educacional, articula as demandas sociais por cidadãos escolarizados com as necessidades de autorrealização das pessoas. Como relação pedagógica, implica a mediação do educador entre o conhecimento e o estudante.

145 144 Manual do Educador Orientações Gerais > Formação continuada de educadores A formação continuada é aquela que nasce da prática e a ela retorna. É o saber criado pelo profissional no desempenho cotidiano de sua profissão. Não se confunde com reciclagem ou aperfeiçoamento, embora possa, complementarmente, lançar mão desses recursos. Sua característica distintiva consiste no afastamento crítico da prática para analisá-la à luz do projeto de ação profissional e ampliá-la ou aperfeiçoá-la por meio de leituras e debates. No contexto do Projovem Urbano, a formação continuada se reporta ao Programa, ou seja, busca a apropriação sistemática dos fundamentos e do Projeto Pedagógico Integrado, bem como dos materiais e processos de ensino, aprendizagem e avaliação. > Interdisciplinaridade No Projovem Urbano, a interdisciplinaridade é vista como uma abordagem integrada às questões contemporâneas sobre a produção do conhecimento, que enfatizam o rápido envelhecimento da informação factual e o esmaecimento das fronteiras entre as disciplinas tradicionais. Entretanto, as integrações possíveis entre áreas de conhecimento são parciais e têm de ser construídas em contextos e situações específicos. Assim, a integração entre Formação Básica, Qualificação Profissional e Participação Cidadã se faz em função da inclusão social dos jovens. > Juventude Juventude é uma noção que expressa sentidos culturais diversos e cambiantes, ao longo da história. Na perspectiva do Projovem Urbano, a juventude, com sua diversidade, é vista como fase singular da vida, que pressupõe o reconhecimento de direitos e deveres específicos. Portanto, o jovem já é um cidadão e sua vida escolar, sua preparação para o trabalho, bem como seu engajamento social são entendidos como exercício da cidadania. Assim, fica superada a concepção da sociedade ocidental moderna, que considera a etapa da juventude como um tempo de moratória social, de passagem entre a infância e o mundo adulto e, portanto, de preparação para a inserção no mercado de trabalho e para a constituição de nova família. > protagonismo O termo protagonismo é formado por duas raízes gregas: proto, que sig-

146 Glossário de conceitos básicos 145 nifica o primeiro, o principal e agon, que significa luta. Agonistes, por sua vez, significa lutador. Protagonista quer dizer, então, lutador principal, personagem principal. Portanto, protagonismo juvenil significa que o jovem tem que ser o ator principal em todas as etapas das propostas a serem construídas em seu favor. > redes de conhecimento Nem sempre se admitiu que o conhecimento científico pudesse ser perpassado por vivências e saberes cotidianos dos sujeitos que o produzem, aprendem e utilizam. No século XIX e em parte do século XX, quando as concepções da modernidade eram hegemônicas, o senso comum era visto como radicalmente separado do conhecimento científico. As ciências eram hierarquizadas de acordo com o respectivo poder de gerar conhecimento que pudesse ser empírica e matematicamente provado e significado. A representação do conhecimento ou do conjunto das ciências lançava mão de figuras verticalizadas e unidirecionais, como a árvore do conhecimento cartesiana, que resulta numa visão hierárquica dos conhecimentos em que alguns são considerados mais importantes do que outros e/ou pré- -requisitos dos demais. Desde meados do século XX, porém, essa representação vem sendo criticada pelos filósofos e pelos próprios cientistas, surgindo um novo paradigma de ciência. Nele não mais se separam, de forma estanque, o objetivo e o subjetivo, o todo e a parte, a natureza e a cultura. Surgem novas ciências e se tornam menos nítidos os limites entre as disciplinas tradicionais. Nesse contexto, a ideia da árvore tornou-se inadequada para representar o conjunto das ciências, que hoje se costuma simbolizar por uma rede, uma teia, um rizoma. No novo paradigma, as disciplinas não deixam de existir, mas suas inter-relações e suas ligações com outros tipos de saber tornam-se mais frequentes e necessárias e, ao mesmo tempo, mais fluidas e imprevisíveis. A ideia de pré-requisito perde a importância, pois, na rede, há múltiplos caminhos para chegar a múltiplos objetivos. > participação Cidadã A Participação Cidadã é compreendida como ação socioeducativa que abrange múltiplas aprendizagens nos âmbitos da convivência entre os jovens, da sociabilidade e da participação cidadã na vida pública. No currículo do

147 146 Manual do Educador Orientações Gerais Projovem Urbano, a Participação Cidadã visa a contribuir para o reconhecimento pelos jovens de seus direitos e deveres cidadãos, e para o desenvolvimento de potencialidades que resultem no exercício de uma cidadania ativa, criadora de novos direitos, de novos espaços participativos e comprometida com a democracia. > relação entre teoria e prática A relação entre teoria e prática tem sido marcada historicamente por uma divisão estanque, que coloca o momento da prática como posterior ao da teoria, sob a forma de ciência aplicada. Nesse quadro, a prática fica subordinada à teoria, desvalorizando-se os saberes do cotidiano. Hoje, contudo, o campo da prática é reconhecido como lócus da produção de saberes legítimos (e não apenas de sua aplicação), que dão origem a questões teóricas. Assim, o trabalho e a vida social tornaram-se cada vez mais articulados com teorias e tecnologias, sendo crescente a necessidade da educação como elemento fundante da cidadania e de preparação para o trabalho. No Projovem Urbano, entende-se que a relação entre teoria e prática permite a análise e a tomada de decisões in processu, fundamentando a ação coletiva e a gestão democrática. A capacidade de questionar a própria prática é vista como fonte de ação instituinte, transformadora. > trabalho Define-se aqui o trabalho como uma prática social específica, de caráter histórico e cultural, por meio da qual o ser humano constrói suas condições de existência. Nessa perspectiva, é constituinte do sujeito na sua totalidade; é o espaço onde ele se realiza como produtor de si mesmo e produtor de cultura. Na concepção deste Programa, a Qualificação Profissional, considerando também a dimensão subjetiva do trabalho, remete ao desenvolvimento de habilidades, ao autoconhecimento, à sociabilidade, à realização pessoal, simultaneamente à preparação para uma inserção ocupacional, que possa assegurar renda aos jovens participantes e levá-los à autonomia.

148 Anexo II O perfil do jovem estudante do Projovem Urbano Levantamento realizado pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro UNIRIO participante do grupo de universidades do SMA. Sexo (%) Cor/Raça (%)

149 148 Manual do Educador Orientações Gerais Idade (%) (anos) Mãe sabe ler e escrever (%) Acesso à internet (%) Local de acesso à internet (%)

150 O perfil do jovem estudante do Projovem Urbano 149 Auxílios recebido por 44,6%, além do ProJovem (%) Idade que entrou na escola (%) Frequência com que começou e parou de estudar, antes do término do período letivo (%)

151 150 Manual do Educador Orientações Gerais Frequiencia com que foi reprovado (%) Última série do Ensino Fundamental concluída (%) Se realiza trabalho remunerado (%)

152 O perfil do jovem estudante do Projovem Urbano 151 Tipo de vínculo empregatício(%) Dificuldades para conseguir trabalho (%) Quem ajudou a conseguir trabalho remunerado (%)

153 152 Manual do Educador Orientações Gerais Cargo/função do trabalho remunerado (%) Renda mensal do trabalho remunerado (%)

154 Anexo III Exemplos de horários para as aulas Exemplo 1 - Distribuição da carga horária dos estudantes Unidades Formativas I, II e VI aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex turma A 1ª aula INT QP ING CN QP 2ª aula MAT LP INT MAT Qp 3ª aula ING CN PC CH INT 4ª aula QP CH QP LP INF turma B 1ª aula CN lp ch pc int 2ª aula INT qp ing lp inf 3ª aula CH qp int mat qp 4ª aula QP mat cn qp ing turma c 1ª aula lp cn qp int ch 2ª aula pc mat qp inf ing 3ª aula qp int ch lp cn 4ª aula int qp ing qp mat aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex turma D 1ª aula pc mat int lp ING 2ª aula ch ing inf qp Cn 3ª aula cn lp qp qp Int 4ª aula int qp ch mat qp turma E 1ª aula qp pc cn qp int 2ª aula qp int lp ch mat 3ª aula lp ch mat int ing 4ª aula cn ing qp inf qp Unidades Formativas III, IV e V aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex turma A 1ª aula qp cn ch int mat 2ª aula qp int mat inf ch 3ª aula qp ing lp cn lp 4ª aula qp pc int ing 5ª aula qp aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex turma B 1ª aula lp qp ing mat int 2ª aula ch qp lp pc cn 3ª aula mat qp ch int in g 4ª aula int qp cn inf 5ª aula qp (cont.)

155 154 Manual do Educador Orientações Gerais Unidade Formativas III, IV e V (cont.) aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex turma c 1ª aula MAT ING QP LP INT 2ª aula LP PC QP CN INF 3ª aula INT CH QP ING ING 4ª aula CN INT QP MAT 5ª aula QP turma D 1ª aula LP INT QP CN 2ª aula MAT INT CH QP LP 3ª aula ING PC ING QP INT 4ª aula ING CN MAT QP INF 5ª aula QP turma E 1ª aula PC INT INT QP 2ª aula ING CN INF LP QP 3ª aula INT LP MAT CH QP 4ª aula MAT CH ING CN QP 5ª aula QP aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex turma D 1ª aula LP INT QP CN 2ª aula MAT INT CH QP LP 3ª aula ING PC ING QP INT 4ª aula ING CN MAT QP INF 5ª aula QP turma E 1ª aula PC INT INT QP 2ª aula ING CN INF LP QP 3ª aula INT LP MAT CH QP 4ª aula MAT CH ING CN QP 5ª aula QP Exemplo 2 - Distribuição da carga horária dos educadores Unidade Formativas I, II e VI aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex ciências HUmaNS 1ª aula A (PO) B CN QP 2ª aula D A (PO) QP 3ª aula B CN C A (PO) INT 4ª aula CH D A (PO) INF LÍNGUa POrtUGUESa 1ª aula C B CH D B (PO) 2ª aula B (PO) A ING B B (PO) 3ª aula E D B (PO) C 4ª aula A aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex INGLÊS 1ª aula A C (PO) B 2ª aula D B C (PO) C 3ª aula A C (PO) E 4ª aula C (PO) E C B matemática 1ª aula D D (PO) 2ª aula A C D (PO) A E 3ª aula E B D (PO) 4ª aula D (PO) QP D C (cont.)

156 Exemplos de horários para as aulas 155 Exemplo 2 - Distribuição da carga horária dos educadores Unidade Formativas I, II e VI (cont.) aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex PartIcIPaÇÃO cidadã 1ª aula D E B 2ª aula C 3ª aula A 4ª aula A+B C+D A+C D+C D+C ciências Da NatUrEZa 1ª aula B C E A E (PO) 2ª aula E (PO) D 3ª aula D A E (PO) C 4ª aula E B E (PO) aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex QUaLIFIcaÇÃO PrOFISSIONaL 1ª aula B C E A E (PO) 2ª aula E (PO) D 3ª aula D A E (PO) C 4ª aula E B E (PO) Unidade Formativas III, IV e V aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex ciências HUmaNaS 1ª aula A A(PO) 2ª aula B A(PO) D A(PO) A 3ª aula D C B E C 4ª aula E A(PO) LÍNGUa POrtUGUESa 1ª aula B D C B(PO) 2ª aula C B E D 3ª aula E A B(PO) A 4ª aula B(PO) B(PO) INGLÊS 1ª aula C B C(PO) 2ª aula E C(PO) 3ª aula C A D C B 4ª aula D C(PO) E A matemática 1ª aula C D(PO) B A 2ª aula D D(PO) A 3ª aula B E D(PO) 4ª aula E D C D(PO) aula/dia Seg Ter Qua Qui Sex ciências Da NatUrEZa 1ª aula A E(PO) E(PO) D 2ª aula E E(PO) C B 3ª aula E(PO) A 4ª aula C D B E QUaLIFIcaÇÃO PrOFISSIONaL 1ª aula A B C D E 2ª aula A B C D E 3ª aula a B C D E 4ª aula A B C D E 5ª aula A B C D E PartIcIPaÇÃO cidadã 1ª aula E 2ª aula C B 3ª aula D 4ª aula A

157 anexo IV Exemplos de trabalho com grupos diferenciados Neste anexo, apresentamos alguns exemplos de como os assuntos tratados no Guia de Estudo podem ser desenvolvidos pelo educador, levando em conta as dificuldades apresentadas pelos seus estudantes. Damos exemplos de trabalho com as Ciências Humanas, Língua Portuguesa, Inglês, Matemática, Ciências da Natureza, Participação Cidadã e Qualificação Profissional. Exploramos, sobretudo, o trabalho com grupos diferenciados (ou diversificados) partindo de situações-problema hipotéticas. > > 1. Ciências Humanas Situação-problema: os estudantes de uma determinada turma evidenciaram dificuldades com o entendimento do que seja o Registro Civil e as consequências da falta dele para o cidadão. A turma também apresentou problemas com a leitura dos textos: os níveis de leitura eram muito díspares. O que fazer? 1) Inicialmente, você pode dividir a turma em 4 grupos: Grupo 1: formado por estudantes que apresentem grandes dificuldades de leitura; Grupo 2: formado por estudantes que já leem, mas com alguma dificuldade; Grupo 3: formado por estudantes que leem, mas encontram dificuldades na interpretação dos textos; Grupo 4: formado pelos estudantes que apresentam maior fluência na leitura e facilidade na interpretação dos textos. 2) Em seguida faça uma breve explanação sobre o assunto que vai ser tratado: Registro Civil.

158 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 157 (Professor/a) Hoje nós vamos trabalhar um assunto extremamente importante e, ao mesmo tempo, desconhecido de muitas pessoas por esse Brasil afora: o Registro Civil. Alguém sabe o que é? (Dar oportunidade aos estudantes de se manifestarem.) Em seguida, complete as informações já levantadas, esclarecendo: (Professor/a) O Registro Civil realizado nos cartórios é a primeira ação realizada pelos pais ou pela família, para garantir a existência do indivíduo perante o Estado. Sem isso, o indivíduo fica impedido do acesso aos direitos mais básicos de cidadania: educação e saúde, por exemplo. Explique aos estudantes o que é o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), órgão do governo que faz pesquisas e estudos sobre a população. Explique ainda que, segundo estimativa do IBGE, em 2006, mais ou menos 410 mil crianças nascidas no Brasil não foram registradas. Indague se algum dos estudantes conhece alguém que não possui Certidão de Nascimento. 3) Peça aos estudantes que abram os Guias de Estudo no texto de Ciências Humanas, Unidade Formativa I. Leia em voz alta, devagar, com boa dicção e entonação adequada, o texto que consta do Guia e que reproduzimos a seguir: O drama de uma sem-registro Adriana Mendes de Almeida chega a 2008 sem realizar seu principal sonho. Apesar de todo o seu empenho ao lado do marido, Alex Fernandes da Silva, ela não conseguiu em 2007 ser reconhecida oficialmente como cidadã. Aos 32 anos, permanece sem registro, logo não existe para o Estado. Como Adriana, um grande número de brasileiros não tem registro de nascimento... Só na família de Adriana, há pelo menos mais cinco casos de pessoas não reconhecidas pelo Estado... Recentemente, Adriana descobriu que tem problemas na tireoide e não pode se tratar. Um dos exames, ela fez com o dinheiro do marido. Mas não tem como bancar o tratamento particular.

159 158 Manual do Educador Orientações Gerais Com Alex, foi tentar se tratar, onde uma amiga prometeu atendimento gratuito... Ao chegarem ao hospital, exigiram um documento. Perdeu o dia e o dinheiro da passagem. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 06 jan. 2008, p. A20. 4) Proponha tarefas diferentes a cada um dos grupos: GrUPo 1 a) Leia o texto para os estudantes do grupo, novamente. b) Distribua um conjunto de fichas das seguintes palavras, para cada estudante ler e separar em sílabas: Adriana Cidadã Cinco Reconhecidas Estado Recentemente Exames c) Peça-lhes para recortarem e misturarem todas as sílabas, recompondo as palavras em seguida. d) Peça-lhes também para discutirem, no grupo, os motivos que podem explicar a ausência do Registro por parte das pessoas.

160 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 159 GrUPo 2 a) Peça a um dos estudantes do grupo que faça novamente uma leitura do mesmo texto que você leu para a turma toda. Os demais devem acompanhar a leitura silenciosamente. b) Distribua um conjunto de sentenças embaralhadas para cada um dos componentes do grupo. Solicite que cada estudante recomponha o texto corretamente. Adriana Mendes de Almeida chega a 2008 sem realizar seu principal sonho. Aos 32 anos, permanece sem registro, logo não existe para o Estado. Com Alex, foi tentar se tratar, onde uma amiga prometeu atendimento gratuito. Mas não tem como bancar o tratamento particular. Ao chegarem ao hospital, exigiram um documento. Como Adriana, um grande número de brasileiros não tem registro de nascimento... Recentemente, Adriana descobriu que tem problemas na tireóide e não pode se tratar. Apesar de todo o seu empenho ao lado do marido, Alex Fernandes da Silva, ela não conseguiu em 2007 ser reconhecida oficialmente como cidadã.

161 160 Manual do Educador Orientações Gerais Um dos exames, ela fez com o dinheiro do marido. Só na família de Adriana, há pelo menos mais cinco casos de pessoas não reconhecidas pelo Estado... Perdeu o dia e o dinheiro da passagem. c) Solicite que façam uma leitura coletiva, verificando se cada um recompôs o texto na ordem correta. d) Peça ao grupo que discuta os motivos que podem explicar por que as pessoas não fazem o registro. GrUPo 3 a) Peça a um dos estudantes que faça uma leitura do texto em voz alta e que, em seguida, todos respondam às seguintes perguntas: Qual o nome completo da moça do texto? Qual a idade dela? Ela é uma moça solteira? Por que ela não existe para o Estado? Que problema de saúde ela descobriu recentemente? Por que razão, mesmo oferecendo atendimento gratuito, o hospital se recusou a tratar dela? b) Peça-lhes que discutam, no grupo, os motivos que podem explicar por que as pessoas não fazem o registro. GrUPo 4 a) Peça ao grupo que faça uma leitura silenciosa do texto. b) Comente com eles que os jornais são importantes fontes da História. Peça-lhes que discutam e respondam às perguntas: Qual jornal publicou a reportagem? Quando? Onde? Qual o objetivo da notícia?

162 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 161 c) Peça-lhes que discutam, no grupo, os motivos que podem explicar por que as pessoas não fazem o Registro. 5) Terminados os trabalhos em grupo, abra uma roda formando um grande grupo, onde serão apresentadas as opiniões de cada grupo sobre: As causas da falta do Registro. Para fechar o trabalho, proponha um debate com toda a turma: Qual a importância do Registro Civil para a nossa vida e a nossa história? > 2. Língua Portuguesa Situação-problema: alguns estudantes ouviram falar em Carlos Drummond de Andrade e ficaram interessados em saber mais sobre o autor. 1) Alguns dias antes desse trabalho com a turma, solicite aos estudantes que procurem informações sobre Carlos Drummond de Andrade: sua vida e sua obra. 2) Inicialmente, você pode dividir a turma nos mesmos quatro grupos formados para a atividade de Ciências Humanas. 3) Explique para os estudantes que, com este trabalho, irão retomar e reforçar os conhecimentos sobre a Língua Portuguesa, especialmente quanto à leitura e à escrita. Saliente que irão focalizar a noção de nomes próprios e outros itens da Língua Portuguesa, como sílabas e verbos. Explicar que com este estudo eles irão melhorar suas habilidades com as palavras. 4) Abra o Guia da Unidade Formativa I, na parte referente a Língua Portuguesa, na página onde figura o poema Quadrilha de Carlos Drummond de Andrade. a) Leia em voz alta para toda a turma. b) Levante as informações colhidas pelos jovens sobre a vida e a obra do autor. Complemente com as suas informações.

163 162 Manual do Educador Orientações Gerais Quadrilha João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. ANDRADE, Carlos Drummond de. Quadrilha. In: -. Poesia e Prosa. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, ) Distribua as tarefas diversificadas. GrUPo 1 a) Leia novamente o poema em voz alta para esse grupo e peça aos estudantes que copiem do texto todos os nomes próprios. b) Entregue para cada estudante um conjunto de fichas, pedindo-lhes que separem as sílabas nos quadros correspondentes. Lembre que cada sílaba corresponde a uma só emissão de voz. João Lili Teresa Raimundo Joaquim c) Peça-lhes para recortar as sílabas, embaralhá-las e tornar a formar os nomes.

164 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 163 GrUPo 2 Peça a um dos estudantes que leia o texto em voz alta para os colegas do grupo. Entregue para cada estudante do grupo um conjunto de fichas iguais às seguintes, para serem preenchidas. João amava Teresa amava Raimundo amava Maria amava Joaquim amava não amava ninguém. foi pra os Estados Unidos. foi para o convento. morreu de desastre. ficou para tia. suicidou-se. casou com J. Pinto Fernandes. GrUPo 3 a) Peça aos estudantes que façam uma leitura silenciosa do texto e respondam individualmente as seguintes perguntas:

165 164 Manual do Educador Orientações Gerais Quem amava Teresa? Quem amava Raimundo? Quem amava Maria? Quem amava Joaquim? Quem amava Lili? Quem foi para os Estados Unidos? Quem foi para o convento? Quem morreu de desastre? Quem se suicidou? Checar as respostas com os colegas. b) Responder sim ou não Pelos sentidos do texto: O amor tem uma organização de correspondência lógica. É fácil encontrar a pessoa certa para amar. Todo amor é correspondido pela pessoa amada. O amor correspondido é difícil de encontrar. c) A expressão ficou para tia significa que Maria GrUPo 4 a) Peça aos estudantes que façam uma leitura silenciosa do texto. b) Entregue a cada um deles um conjunto de fichas com perguntas para serem respondidas individualmente: Quantos nomes próprios aparecem no poema? Quais são eles? Que nome de país é mencionado no poema? Qual a única personagem que se casou? Por que o poema se chama Quadrilha? O que o poeta quis dizer com este pequeno poema? Que significa esse total desencontro? Discutir em grupo as respostas dadas. 6) Dramatização

166 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 165 Abrir uma grande roda, formando um grupão. Escolher alguém com boa leitura e interpretação para ser o leitor. Permitir que os estudantes se apresentem para ser cada um dos personagens do poema. Dê um tempo para que ensaiem o que o seu personagem vai fazer. Estimule a criatividade deles. O leitor vai lendo o poema com boa entonação, enquanto os personagens vão desempenhando os seus papéis... > 3. Inglês Situação-problema: no desenvolvimento da Unidade Formativa I, algumas dificuldades foram detectadas pelo professor de Inglês do Projovem Urbano. Ele, então, optou por elaborar algumas atividades de reforço, organizando grupos de modo a juntar estudantes com as mesmas dificuldades. E usou, também, uma técnica muito interessante: o saquinho de tarefas. 1) Inicialmente, você pode dividir a turma em 4 grupos: Grupo 1: estudantes com dificuldade em identificar a ordem das frases em determinados textos. Grupo 2: formado por estudantes com dificuldade no emprego de how, where, who, when. Grupo 3: formado por estudantes com dificuldade em formar frases negativas e interrogativas. Grupo 4: formado pelos estudantes com dificuldades em identificar a pergunta que gerou uma determinada resposta. GRUPO 1 a) Peça aos estudantes que leiam, em voz alta, este texto (Unidade Formativa I, Tópico 2: Knowing your friend...). Hi Júlia. How are you today? Not bad. And you? So so. Are you from Minas? No, I m not. Where are you from? I m from São Paulo.

167 166 Manual do Educador Orientações Gerais What is your phone number? b) Em seguida, entregue ao grupo um saquinho de papel com as frases soltas. Cada estudante do grupo deverá ir tirando do saquinho frase por frase, lendo-as e arrumando-as até reconstituir o texto Not bad. And you? No, I m not. I m from São Paulo What is your phone number? Where are you from? So so. Are you from Minas? Hi Júlia. How are you today? GrUPo 2 a) Coloque num saquinho de papel frases incompletas que requeiram o uso correto de how, where, when, what ou who. Cada estudante tira uma frase, lê a frase em voz alta e diz qual das palavras deve ser empregada ali. Em seguida, torna a ler a frase, agora completa. As frases: is that girl?

168 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 167 are you today? are you from? you go the movies? is your English teacher? are you studying? can I have lunch? do you go to school? are you going this Saturday? is your favorite movie? b) Num outro saquinho de papel, coloque várias fichinhas com as palavras: who, how, when, where, what. Cada estudante tira uma palavra e deve usá-la corretamente numa frase. Os colegas devem identificar se a frase está certa ou errada. Na dúvida, devem recorrer a você. GrUPo 3 a) Num saquinho de papel, coloque frases afirmativas. Cada estudante tira uma frase e deve dizê-la nas formas negativa e interrogativa. Exemplos de frases: Maria likes to go to the movies.

169 168 Manual do Educador Orientações Gerais Mauro studies in my school. Lucas works in a bakery. Laura goes to church every Sunday. You are late. She is my friend. He is from Recife. Cabe aos colegas dizerem se as frases elaboradas pelo estudante estão certas ou erradas. Contar sempre com sua ajuda ou a do monitor. GrUPo 4 a) Num saquinho de papel, coloque frases que são respostas a perguntas que devem ser adivinhadas pelos estudantes. Maria is nineteen years old. She is our theacher. I am from Rio de Janeiro. She is my friend. He has two brothers.

170 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 169 No, my house is small. No, there are few houses in my neighborhood. Yes, there are many students in my class. Os colegas devem dizer se a pergunta feita pelo estudante corresponde à resposta que se encontra na ficha sorteada. > 4. Matemática Situação-problema: uma das turmas do Projovem Urbano não se saiu muito bem nas tarefas matemáticas propostas pelo Guia, no que diz respeito à noção de simetria. Com alguma antecedência, o professor pediu aos estudantes que procurassem, em suas comunidades, trabalhos artesanais que contemplassem formas geométricas e simetrias. O professor de Matemática da turma, considerando que quatro estudantes tiveram ótimos resultados, resolveu trabalhar com a turma, valendo-se desses 4 estudantes na condição de monitores. Assim sendo, dividiu a turma em 4 grupos heterogêneos, tendo o cuidado de colocar um monitor em cada um dos 4 grupos. Simultaneamente, procurou distribuir os estudantes restantes nos grupos, de tal maneira que em cada um houvesse um monitor e estudantes com níveis de desempenho variados. Para começar o trabalho, o professor disse que, ao observarmos a natureza, o artesanato, a arquitetura, podemos perceber que um dos elementos mais utilizados para as criações é a simetria. Ela aparece em todos os lugares, a começar pelo nosso próprio corpo que é quase perfeitamente simétrico. Disse ainda que a forma mais comum de simetria é a simetria de reflexão que ocorre como se estivéssemos utilizando um espelho. E mostrou a todos os estudantes a figura seguinte, na página seguinte, identificando o eixo de simetria que, nesse caso, corre na vertical.

171 170 Manual do Educador Orientações Gerais Eixo de simetria A seguir, o professor distribuiu as tarefas pelos grupos, já organizados, como dissemos, de maneira heterogênea. Cada estudante recebeu uma cartela com uma tarefa que deveria ser resolvida individualmente. observação: O monitor não recebe nenhuma cartela: sua função é auxiliar os estudantes que estão com alguma dificuldade, chamando a atenção deles para o desenho, procurando fazer com que eles próprios reconheçam o padrão utilizado na simetria. GrUPo 1 cartela 1: A linha que está na posição do espelho é denominada eixo de simetria. Observe a figura a seguir: você deverá completá-la de modo que fique simétrica em relação ao eixo de simetria dado. Eixo de simetria Rony

172 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 171 GrUPo 2 cartela 2: Alguns elementos, sejam eles da natureza ou criados pelos homens, possuem mais de um eixo de simetria. Veja, por exemplo, um detalhe retirado de um dos cestos produzidos no Amazonas. Identifique e trace todos os eixos de simetria existentes na figura. Rony GrUPo 3 cartela 3: O cesto a seguir foi fabricado pelos Bora, povo residente na Amazônia Peruana. Identifique os eixos de simetria utilizados no trabalho:

173 172 Manual do Educador Orientações Gerais GrUPo 4 cartela 4: Veja um destaque de uma parte de um cesto fabricado pelos Bora, povo residente na Amazônia Peruana. Nele podemos perceber claramente as simetrias. Trace todos os eixos possíveis. Rony Quando todos terminaram os seus trabalhos, abriram uma roda, com cada grupo se mantendo reunido e foi feita uma apresentação dos trabalhos. Para fechar, foi feita uma exposição dos trabalhos de artesanato trazidos pelos estudantes, com uma tentativa coletiva de identificação dos eixos de simetria. > 5. Ciências da Natureza Para desenvolver um bom trabalho com as Ciências da Natureza, é aconselhável que, na medida do possível, possam utilizar-se os laboratórios das escolas ou, emergencialmente, transformar a sala de aula num pequeno laboratório Situação-problema: Suponhamos que os seus estudantes não se saíram bem no desenvolvimento da Unidade Formativa I, tópicos 1, 2 e 3. Para evitar que o mesmo acontecesse com o Tópico 4: Os alimentos atravessam o mundo: a necessidade da conservação dos alimentos, você resolveu mudar a estratégia. Possivelmente, o desenvolvimento dos tópicos 1, 2 e 3 se limitou à leitura dos textos, sem a oportunidade de serem levadas a cabo algumas experiências importantes para a constatação das afirmativas colocadas no texto.

174 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 173 Vamos tentar transformar nossos estudantes em pesquisadores, OK? 1) Organize previamente quatro grupos de trabalho, grupos heterogêneos formados de: pelo menos um estudante com bons resultados nas atividades de Ciências da Natureza; estudantes com níveis variados de desempenho. 2) Uma vez constituídos os grupos, solicite, com antecedência, o material que será usado nas experiências. Alguns deverão ser providenciados pelos estudantes; outros, por você próprio. GrUPo 1 Os estudantes devem ter trazido de casa uma lista de diferentes produtos, com os respectivos prazos de validade. Em grupo, os estudantes deverão organizar uma tabela de validade de cada um dos produtos e compará-las. Tempestade de ideias: levantar hipóteses sobre as diferenças de prazos encontrados e registrá-las numa folha de papel. Escrever a tabela numa folha de papel manilha e pregá-la no quadro ou na parede, com fita crepe. GrUPo 2 Os estudantes devem ter trazido de casa bananas verdes, bananas maduras e bananas estragadas. Comparar uma banana verde com uma madura. Comparar uma banana madura com uma banana estragada. Notar as diferenças na cor, no cheiro, na textura e até no sabor (provar as bananas verde e madura, mas ninguém vai experimentar a estragada, não é?) Tempestade de ideias: Por que os alimentos se estragam? Um estudante que escreva bem vai registrar no quadro as hipóteses levantadas pelos colegas.

175 174 Manual do Educador Orientações Gerais GrUPo 3 O grupo 3 deve ter trazido de casa uma lista de processos de conservação de alimentos adotados em sua casa ou por vizinhos. O grupo deve consolidar numa grande lista a contribuição de todos os estudantes e escrevê-la numa folha de papel manilha, pregando-a no quadro ou na parede, com fita crepe. Tempestade de ideias: levantar as possíveis explicações para o uso dos diferentes métodos de conservação. Registrar as ideias numa folha de papel e aguardar. GrUPo 4 O grupo deve ter trazido de casa algumas frutas para descascar (bananas e maçãs) e picá-las em duas vasilhas separadas. Apenas em uma das vasilhas, o grupo vai pingar umas gotinhas de limão sobre as frutas picadas. A outra vai ficar sem. Esperar algum tempo. Depois de uns vinte minutos, as frutas respingadas com o suco do limão vão permanecer como estavam. Na outra vasilha, as frutas vão começar a ficar amarronzadas (oxidadas). Tempestade de ideias: por que as frutas respingadas de limão não se oxidaram? Registrar as hipóteses levantadas numa folha de papel e aguardar. APresenTAÇÃo Dos GrUPos e AnÁLIse DAs HIPÓTeses 1) Cada grupo irá à frente da classe e apresentará, resumidamente, o resultado do seu trabalho. 2) Quando o grupo apresentar as hipóteses levantadas, convide todos os estudantes a analisá-las, uma a uma, com o grupo responsável. As hipóteses inviáveis vão sendo descartadas, permanecendo aquelas que realmente explicam o fenômeno estudado. Se os estudantes tiverem problemas, você deve ajudá-los, encaminhando o seu raciocínio, e mesmo dando a resposta certa quando os estudantes não forem capazes de encontrá-la. Observação: Em caso de dúvida, consulte o Manual do Educador.

176 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 175 > 6. Participação Cidadã A Unidade Formativa I, no que se refere ao conteúdo de Participação Cidadã, apresenta tópicos muito interligados, exigindo uma conexão permanente com a vida pessoal dos estudantes. Para tornar bem clara essa interconexão dos temas entre si e deles com a vida dos estudantes, sugerimos uma atividade bastante interessante e possivelmente conhecida de muitos: o painel integrado. Para melhor rendimento do trabalho, é aconselhável que os estudantes leiam previamente todo o texto que será trabalhado. No painel, trabalho desenvolvido em sala de aula com grupos que tratam de assuntos diferenciados embora relacionados, sugerimos a organização de 5 grupos, que abordarão, respectivamente: Grupo 1: Cultura e convivência Grupo 2: Identidade cultural Grupo 3: Diversidade cultural Grupo 4: Direito à diferença Grupo 5: Cultura e conhecimento É desejável que os grupos tenham, pelo menos, cinco elementos cada um. Assim, teremos cinco elementos no grupo 1, cinco elementos no 2, cinco no 3, cinco no 4 e cinco no 5. Se houver mais elementos em um ou mais grupos, não tem importância. Veja o esquema: G1 G2 G3 G4 G tema 1 tema 2 tema 3 tema 4 tema 5 Cada grupo deverá discutir o tema que lhe foi atribuído por mais ou menos 30 minutos, registrando: Aspectos conceituais. Conexão com a vida pessoal/social de cada um.

177 176 Manual do Educador Orientações Gerais A seguir, convide os estudantes a formarem novos grupos, agora constituídos de cinco novos elementos, cada um vindo de um grupo diferente. Os novos grupos, agora integrados (GI), terão, então, a seguinte composição: GI 1 GI 2 GI 3 GI 4 GI 5 Organizados os novos grupos, cada representante do grupo anterior deverá narrar, para os demais, o que se passou em seu grupo de origem, tornando-os conhecedores do tema discutido e suas conexões com os componentes do grupo. Assim, num tempo médio de 30 minutos, todos os componentes do novo grupo terão compartilhado as discussões do seu grupo original e tomado conhecimento das discussões dos quatro outros grupo. Num terceiro momento, que terá mais ou menos uma hora de duração, realiza-se o painel integrado, propriamente, com a apresentação dos resultados dos grupos integrados. Para desenvolver esta atividade, cada grupo integrado terá cinco minutos para expor suas conclusões para toda a turma (25 minutos no total). É interessante que cada grupo indique um relator. É importante, porém, que o tempo total do grupo seja observado. Dois ou três dos participantes ficarão incumbidos de consolidar as conclusões dos diferentes grupos integrados. Terminadas as apresentações, todos deverão apreciar a consolidação feita pelos participantes que dela se incumbiram, contribuindo para aperfeiçoá-la, se for o caso. Para concluir a oficina, sugerimos que a consolidação seja complementada por uma síntese que realce o papel da cultura como base de todas as dimensões enfocadas no trabalho. > 7. Qualificação Profissional Situação-problema: Suponhamos que, ao iniciar o Tópico 1 Atividades Econômicas na Sociedade da Unidade Formativa II, um educador per-

178 Exemplos de trabalho com grupos diferenciados 177 cebeu que os estudantes apresentavam dificuldades na compreensão de algumas noções básicas, necessárias à boa compreensão da unidade. Decidiu, então, trabalhar em grupo com os estudantes, organizando um painel simples. Distribuiu os estudantes em 6 pequenos grupos, de acordo com a maior dificuldade de cada um, e pediu-lhes que abrissem o Guia da UFII, nas primeiras páginas. Em seguida, entregou, a cada grupo, uma ficha com uma das noções a serem trabalhadas. Grupo 1: O processo de urbanização Grupo 2: Trabalho formal x trabalho informal Grupo 3: Reestruturação produtiva e emprego Grupo 4: Revolução Industrial Grupo 5: Globalização e mercados de trabalho Grupo 6: Automatização x automação A seguir foi passada aos grupos a seguinte orientação: 1) Cada grupo deve identificar, nas páginas indicadas, o trecho que trata do tema selecionado; 2) Cada grupo deve escolher um estudante com boa leitura, capaz de ler, em voz mais ou menos alta, para os demais, o trecho que trata do tema daquele grupo; 3) Os demais componentes do grupo devem acompanhar a leitura silenciosamente; 4) Sublinhar as palavras-chave; 5) Discutir o significado de cada uma; 6) Escolher um bom redator e redigir coletivamente o que entenderam do assunto; 7) Transcrever para uma folha de papel manilha (um estudantes de boa letra) o que redigiram; 8) Colar com fita crepe no quadro ou nas paredes;

179 178 Manual do Educador Orientações Gerais 9) Escolher um relator; 10) Abrir uma grande roda. Apresentação dos grupos: Cada grupo, por intermédio de seu expositor, expõe, para os demais, o resultado de seu trabalho, cabendo ao educador ir fazendo perguntas que auxiliem no estabelecimento de links entre os assuntos. A palavra deve ficar livre para perguntas e/ou esclarecimentos que outros estudantes dos demais grupos queiram fazer. Cabe ao professor fazer uma síntese ou esquema das produções dos seis grupos.

180 Anexo V Exemplo de desenvolvimento de uma síntese integradora > > Como desenvolver o primeiro tema integrador da Unidade Formativa I A título de esclarecimento sobre o processo da integração proposto no currículo integrado do Projovem Urbano, apresentamos uma sugestão de como desenvolver o primeiro tema integrador da Unidade Formativa I: Ser jovem hoje! Seleção de trechos do Guia de Estudo, contemplando os diferentes campos do conhecimento e dimensões do currículo. Primeiramente, é preciso que, em reunião de planejamento anterior (nesse caso, durante a semana de acolhida do estudante) toda a equipe de educadores do Núcleo selecione, em conjunto, os trechos que deverão ser trabalhados pelos estudantes. O exemplo que apresentamos para a Unidade Formativa I não é a única seleção possível: há possibilidade de outras escolhas que, direta ou indiretamente, permitem discutir o tema das identidades dos jovens. > > Ciências Humanas [...] Quem é você? Qual o seu nome? Qual é a sua história? De onde você veio? E sua família, de onde veio? Onde você vive? Em que lugares você já viveu? Quais as coisas que mais marcaram sua vida? O que mudou? E o que ficou do mesmo jeito? Tantas perguntas? Sabe por quê? Porque você faz a sua história. Tente lembrar-se da sua história. Fale de você para seus colegas e ouça as histórias que eles têm para contar. Vocês vão se conhecer melhor.

181 180 Manual do Educador Orientações Gerais [...] Talvez você não saiba muita coisa de seu passado. Nem sempre nos lembramos de coisas que aconteceram há muito tempo. Por isso, quando escrevemos História utilizamos as fontes, os registros das nossas ações. Todos os registros têm valor para a História. Não apenas os documentos oficiais como a Certidão de Nascimento e a Carteira de Identidade, o RG. Todos os documentos, os registros ou as evidências das experiências humanas, como as fotografias, objetos, roupas, obras de arte, escritos, imagens e depoimentos de pessoas são registros históricos. [...] Você é único, especial, mas não vive sozinho. Vivemos em grupos. Com a passagem do tempo, muitas coisas mudaram em sua vida. Outras permaneceram do mesmo jeito. Não só a sua vida mudou, mas a de sua família, de sua cidade, os lugares, as pessoas, o modo de viver. Não é mesmo? [...] Quais as histórias de seus colegas de grupo? São diferentes da sua ou parecidas com ela? Troque seu texto com os vizinhos, conheça as histórias dos outros [...] Tente perceber as diferenças das histórias e também aquilo que é comum. Vivemos em grupos e os grupos não são iguais, mas todos fazem história! [...] O que significa ser jovem hoje? No seu bairro, na cidade, no Brasil e no mundo! Somos iguais ou diferentes? Como somos? Como pensamos? O que temos em comum? > Participação Cidadã [...] O nosso jeito de pensar, sentir e de ver o mundo forma a nossa identidade individual e o jeito de vestir e de falar também dão referências do grupo, da tribo a que pertencemos. A identidade de um grupo, seja em uma pequena comunidade de um bairro, seja uma nação, é a sua autoconsciência, as características que as pessoas desse coletivo atribuem a si mesmas como lhes sendo comuns. Faz parte da identidade até mesmo o modo como as pessoas falam de si próprias por meio das roupas, das expressões verbais e gestuais. As diferenças de estilos e modos de vida entre as pessoas estão diretamente relacionadas com a história de vida na família, nos lugares em que moraram, com as suas condições econômicas, sociais e a convivência com outras pessoas ou grupos sociais de que participam. [...]

182 Exemplo de desenvolvimento de uma síntese integradora 181 > Língua Portuguesa Brazuca Gabriel O Pensador Futebol? Futebol não se aprende na escola No país do futebol o sol nasce para todos mas só brilha para poucos e brilhou pela janela do barraco da favela onde morava esse garoto chamado Brazuca Que não tinha nem comida na panela mas fazia embaixada na canela e deixava a galera maluca Era novo e já diziam que era o novo Pelé Que fazia o que queria com uma bola no pé Que cobrava falta bem melhor que o Zico e o Maradona e que driblava bem melhor que o Mané, pois é E o Brazuca cresceu, despertando o interesse em empresários e a inveja nos otários. Disponível em: < brazuca>. Acesso em: 10 jan > Matemática Vamos economizar água Um banho de 15 minutos em chuveiro elétrico consome 144 litros de água. Se o chuveiro ficar fechado enquanto nos ensaboamos e o tempo de banho for reduzido para 5 minutos, gastam-se 48 litros. Para regar o jardim com torneira aberta por 10 minutos, gastam-se 186 litros de água. Se for regado somente o necessário pela manhã ou pela noite, com esquicho revólver adaptado na mangueira, são gastos 90 litros. Lavar o carro com torneira aberta durante 30 minutos consome 216 litros de água. Ao se utilizar um balde para molhar, ensaboar e enxaguar o automóvel, gastam-se 40 litros.

183 182 Manual do Educador Orientações Gerais Ao lavar a louça com a torneira aberta durante 15 minutos, consumimos 243 litros de água. Se a torneira for fechada durante o ensaboamento, gastaremos apenas 46 litros. Disponível em: < vamos-economizar-agua.html>. Acesso em: 11 jan > Ciências da Natureza É possível que você não esteja satisfeito com o seu corpo. Quem não gostaria de se parecer com aquele herói saradão do cinema ou com aquela modelo exuberante da TV? Mas será que precisamos realmente parecer com outra pessoa? Estamos sempre brigando com o espelho e com a balança. Isso acontece porque vivemos numa sociedade que supervaloriza a imagem. Há pessoas que arriscam a saúde tentando parecer mais jovens e bonitas, mas nunca estão satisfeitas. Essas pessoas acabam ficando tristes, inseguras, e até endividadas. A oferta de produtos de beleza, roupas e acessórios, que prometem verdadeiros milagres, estimulou ainda mais o consumismo, que já se tornou uma marca de nossa sociedade, especialmente nos grandes centros urbanos. > Qualificação Profissional Ao decidirem migrar, as pessoas se perguntam para onde ir. E procuram um lugar onde esperam ter melhores oportunidades de trabalho, serviços de saúde, educação, moradia, tranquilidade. Enfim, buscam uma vida melhor. As coisas boas que esperam encontrar são chamadas fatores de atração. Quando o migrante já tem algum parente ou conhecido naquela cidade, terá quem o apoie. Esse também é um fator de atração. Fotos divulgação

184 Exemplo de desenvolvimento de uma síntese integradora 183 Outro exemplo são atividades econômicas nascentes. Ficam conhecidas, todos comentam a prosperidade da região ou do país, que há trabalho, que dá para ficar rico etc. E para lá vão milhares de pessoas. Foi o caso da borracha na Amazônia, da abertura de novas fronteiras agrícolas em Rondônia, de atividades extrativas em toda a região norte, da indústria no sudeste, da construção de Brasília etc. É o caso dos países desenvolvidos onde muitos esperam enriquecer. > Inglês [ ] Hi Júlia. How are you today? Not bad. And you? So so. Are you from Minas? No, I m not. Where are you from? I m from São Paulo. What is your phone number? [ ] Hi Pedro. How are you today? Good. And you? I m OK. Are you from Minas, Pedro? Yes, I am. Where are you from? I m from Belo Horizonte. What is your phone number? > Primeiro dia de aula (1 hora) Leitura do material. Os estudantes podem trabalhar em duplas ou grupos maiores, de modo que, em cada um, haja pelo menos um integrante com domínio básico de leitura. Peça que os grupos anotem as ideias principais de cada trecho, considerando o tema: Ser jovem hoje.

185 184 Manual do Educador Orientações Gerais > segundo dia de aula (2 horas) A) Em grupos, os estudantes devem trabalhar os textos para identificar: ideias explícitas sobre a condição de jovem na atualidade; ideias implícitas, que devem se identificadas por inferência; convergências e complementaridades entre os textos; divergências de ponto de vista entre os textos; complementações; ilustrações e exemplos. B) Discutir que trechos são essenciais para escrever um texto sobre o tema integrador e que trechos complementam a ideia principal. Identificar ainda os que apenas ilustram o tema e, no limite, até poderiam ser dispensados. C) Discutir no grande grupo. Reserve cerca de 60 minutos para isso. Essa discussão deve ser coordenada por você, pelo menos no início. Cada grupo deve apresentar os resultados que produziu sobre o tema e a importância de cada texto para construir sobre a experiência de ser jovem hoje. Crie situações que levem os estudantes a notar que a contribuição do trecho de Ciências Humanas é fundamental para a construção do conceito de identidade que perpassa o tema Ser jovem hoje. Somos sujeitos da história: cada um de nós é especial e único. Temos nossos documentos de identidade, que dizem quem somos. Mas por que temos necessidade de documentos de identidade? Neles o Estado reconhece a nossa existência e registra nossa condição de cidadãos. Isso mostra que, mesmo sendo sujeitos (ou por isso mesmo, uma vez que o sujeito é mais que o indivíduo de uma espécie), nossa identidade é construída socialmente, nas interações, tanto com pessoas, quanto com representações e instituições sociais. Não permanecemos sempre iguais. Temos uma história. Vivemos em sociedade, temos família e amigos e todos mudamos. Somos pessoas que têm história e fazem história. Nesse quadro, o jovem representa o novo, que tem de conviver com

186 Exemplo de desenvolvimento de uma síntese integradora 185 o velho e o antigo. E nem sempre a convivência é pacífica, mas expressa os múltiplos movimentos que fazem parte da construção das identidades plurais de nossa sociedade. O trecho de Participação Cidadã reforça e complementa o de Ciências Humanas. Nele, se chama a atenção para a ideia de pertencimento a um grupo, que marca nosso modo de ser e para a autoconsciência das características que nos são socialmente atribuídas. Aproveite para estimular os jovens a falarem da galera, das gírias e do gestual que identificam alguns grupos de jovens. Faça-os notar que esse trecho reforça a ideia da construção histórica e social das identidades. No trecho de Língua Portuguesa, temos parte da história do Brazuca, personagem criado por Gabriel, O Pensador, que pode ser visto como um símbolo do jovem brasileiro. Ele representa uma das identidades coletivas do brasileiro: o modo como somos vistos e como nos vemos nas representações sociais. Brazuca simboliza aquilo que o autor e muitas pessoas pensam dos jovens. Com ele, acontece o que muitos sonham. Mas seria importante você conseguir e ler com a turma toda a composição de Gabriel, O Pensador, pois ele contrapõe ao Brazuca seu irmão Zé Batalha, que é outra representação coletiva do jovem brasileiro: aquele que sonha com o sucesso, mas acaba vítima da violência. Você pode chamar a atenção para o contraste entre os dois irmãos, mostrando como são símbolos da dialética entre a realidade cruel e o sonho de muitos jovens. Pode também abrir uma discussão sobre possíveis saídas para o dilema colocado pelo autor, dando voz aos estudantes para que expressem seus pontos de vista. O texto de Língua Portuguesa contribui para complementar a noção de identidade como processo histórico que compreende múltiplas dimensões. No texto de Matemática, pergunte aos estudantes que contribuição eles pensam que o texto pode dar para o tema Ser jovem hoje, pois nele não há referência explícita ao assunto. Se não surgirem respostas, lance a ideia de que vivemos num mundo em que a escassez de água é uma ameaça constante para todos. Nos-

187 186 Manual do Educador Orientações Gerais sos pais e avós viveram outra experiência: no tempo deles, imaginava-se que a água era um recurso inesgotável, enquanto hoje somos continuamente alertados para economizar o precioso líquido. Converse com os estudantes sobre a relação entre as características do ambiente físico e social e aquilo que somos ou que nos tornamos. Você ainda pode explorar as próprias vivências dos estudantes. Pode lembrar que em cidades praianas, por exemplo, cabelos molhados fazem parte de um padrão de beleza e sensualidade, enquanto nos locais onde falta água, cabelos molhados podem ser um simples sonho ou não fazer parte do padrão de beleza preferido. Discuta com os estudantes como a abundância/escassez de água leva ao desenvolvimento de hábitos e de outros aspectos da cultura. E é até mesmo uma das causas de migração interna que, décadas atrás, levou à explosão das periferias nas cidades grandes. O trecho de FTG dá continuidade a essa ideia, focalizando o papel dos fatores de atração nos movimentos migratórios. Explore as experiências dos estudantes nesse sentido: alguns deles já migraram? Quando crianças ou depois de adultos? O que buscavam quando se mudaram? Quais foram as consequências da mudança para sua condição de jovens? Comente com eles como as migrações contribuem para a diversidade cultural. Esse assunto é retomado no trecho de Inglês, que mostra como, no Brasil, as pessoas que convivem na cidade grande se originam de locais diferentes. A discussão pode ser conduzida para algumas consequências desse fato, que produz o chamado caldeirão cultural : a interação de identidades múltiplas e plurais formadas em todos os recantos do país. Não está explícito no texto, mas você pode provocar os estudantes para fazerem inferências sobre a importância de aceitar e valorizar as diferenças, respeitar o modo de ser das outras pessoas e procurar trocar experiências que enriquecem o grupo e cada sujeito. O texto de Ciências da Natureza focaliza o corpo como parte da nossa identidade, enfatizando a necessidade que sentimos de mudá- -lo para que se adapte aos padrões de beleza vigentes, ao ponto até

188 Exemplo de desenvolvimento de uma síntese integradora 187 de nos prejudicarmos correndo atrás de recursos muitas vezes dispensáveis ou até perigosos. Para concluir essa discussão retome as apresentações dos grupos e o julgamento que fizeram da importância de cada texto. Mostre- -lhes que, embora os textos de Ciências Humanas e Participação Cidadã possam ser considerados básicos para o tema, os outros os complementam com importantes contribuições. Faça-os notar que algumas ideias se repetem, mas isso não prejudica a construção do conceito de identidade: ao contrário, o enriquecem e mostram diferentes aspectos da experiência de viver a juventude no momento presente, de Ser jovem hoje. Leve-os também a notar que a identidade de jovem representa apenas um momento do percurso do ser humano, mas que ele contribui com aspectos básicos para outras identidades que construiremos ao longo de nossas vidas. > Terceiro dia de aula (1 hora) No terceiro dia, você deve definir, junto com os estudantes, as atividades a serem feitas. Pode ser, por exemplo, ver e discutir um filme relacionado com a condição de jovem, convidar pessoas da comunidade para entrevistar ou para se apresentar (pode ser uma banda ou um músico, um artista plástico, um artesão etc. esportistas, estudiosos e pesquisadores, profissionais diversos, pessoas mais velhas que saibam histórias da cidade), levar notícias de jornais e revistas para trabalhar etc. O importante é que, nesse dia, a cultura local e as vivências dos estudantes sejam focalizadas em sua relação com os aspectos mais gerais do tema Ser jovem hoje. > Quarto dia de aula (2 horas) Inicie a aula com uma discussão com todo o grupo visando a recuperar e integrar tudo que foi trabalhado sobre o tema Ser jovem hoje. Coordene a representação das ideias principais por meio de esquemas, gráficos, desenhos feitos pelos próprios estudantes ou induzidos por você. Reveja com eles as ideias principais do tema estudado. Peça a alguns para fazerem resumos orais dos estudos

189 188 Manual do Educador Orientações Gerais feitos. Proponha ao grupo a escolha de um complemento para o título: Ser jovem hoje... Reserve cerca de 60 minutos para que os estudantes façam uma redação sobre o tema. Oriente-os para iniciar com um esquema das ideias principais que pretendem desenvolver. No início, você pode aceitar textos pequenos, complementados com desenhos, fotos etc. Pode, também, propor redação em duplas, de modo a conseguir apoio para os estudantes que ainda não dominam muito bem o processo leitura e escrita. Aos poucos, porém, as redações devem se tornar mais elaboradas e, de preferência, individuais (a partir da Unidade Formativa II, deverão ser sempre individuais). De qualquer modo, você deve encorajar sempre o uso de outras linguagens juntamente com a verbal. A redação deve ser corrigida por você mesmo, de acordo com a ficha de acompanhamento, reescrita, digitada (se possível) e colada no caderno do estudante.

190 Anexo VI Qualificação Profissional: Arcos Ocupacionais Ocupações e Código CBO 2008 ARCOS OCUPAÇÕES CÓDIGO CBO* 1. Administração a. Arquivador b. Almoxarife c. Contínuo (Office-Boy/Office-Girl). d. Auxiliar Administrativo Agroextrativismo a. Trabalhador em Cultivo Regional b. Extrativista Florestal de Produtos Regionais c. Criador de Pequenos Animais d. Artesão Regional 3. Alimentação a. Chapista b. Cozinheiro Auxiliar c. Repositor de Mercadorias d. Vendedor Ambulante (Alimentação). 4. Arte e Cultura I a. Assistente de Produção Cultural b. Auxiliar de Cenotecnia c. Assistente de Figurino d. DJ/Mc 5. Arte e Cultura II a. Revelador de Filmes Fotográficos b. Fotógrafo Social c. Operador de Câmera de Vídeo - Cameraman d. Finalizador de Vídeo / / / / / Sem CBO Construção e Reparos I (Revestimentos) 7. Construção e Reparos II (Instalações) a. Ladrilheiro b. Gesseiro c. Pintor d. Reparador (Revestimento). a. Eletricista de Instalações (Edifícios). b. Trabalhador da Manutenção de Edificações c. Instalador-Reparador de Linhas e Aparelhos de Telecomunicações d. Instalador de Sistemas Eletrônicos de Segurança /

191 190 Manual do Educador Orientações Gerais arcos OcUPaÇÕES código cbo* 8. Educação a. Auxiliar de Administração Escolar b. Contador de Histórias c. Inspetor de estudantes d. Recreador Gestão Pública e Terceiro Setor a. Agente Comunitário b. Agente de Projetos Sociais c. Coletor de Dados de Pesquisas e Informações Locais d. Auxiliar Administrativo Sem CBO Sem CBO Gráfica a. Guilhotineiro (Indústria Gráfica). b. Impressor Serigráfico c. Operador de Acabamento (Indústria Gráfica). d. Encadernador 11. Joalheria a. Ourives na Fabricação e Reparação de Joias b. Fundidor c. Auxiliar na Confecção de Bijuterias d. Vendedor de Comércio (Joias, Bijuterias e Adereços). 12. Madeira e Móveis a. Marceneiro b. Reformador de Móveis c. Auxiliar de Desenhista de Móveis d. Vendedor de Móveis 13. Metalmecânica a. Serralheiro b. Funileiro Industrial c. Auxiliar de Promoção de Vendas d. Assistente de Vendas (Automóveis e Autopeças). 14. Pesca e Piscicultura a. Trabalhador na Pesca Artesanal b. Trabalhador na Piscicultura c. Trabalhador em Unidades de Beneficiamento e Processamento de Pescados d. Vendedor de Pescados 15. Saúde a. Auxiliar de Administração em Hospitais e Clínicas b. Recepcionista de Consultório Médico e Dentário c. Atendente de Laboratório de Análises Clínicas d. Atendente de Farmácia Balconista / / / / Serviços Domésticos I a. Faxineira b. Porteiro c. Cozinheira no Serviço Doméstico d. Caseiro

192 Qualificação Profissional: Arcos Ocupacionais 191 arcos OcUPaÇÕES código cbo* 17. Serviços Domésticos ll 18. Serviços Pessoais a. Cuidador de Idosos b. Passador de Roupas c. Cuidador de Crianças (Babá). d. Lavadeiro a. Manicura e Pedicura b. Depilador c. Cabeleireiro d. Maquiador / Sem CBO / Telemática a. Operador de Microcomputador b. Helpdesk c. Telemarketing (Vendas). d. Assistente de Vendas (Informática e Celulares). 20. Transporte a. Cobrador de Transportes Coletivos b. Despachante de Tráfego c. Assistente Administrativo d. Ajudante Geral em Transportes Sem CBO 21. Turismo e Hospitalidade a. Organizador de Eventos b. Cumim (Auxiliar de Garçom). c. Recepcionista de Hotéis d. Monitor de Turismo Local Sem CBO 22. Vestuário a) Costureiro b) Montador de Artefatos de Couro c) Costureira de Reparação de Roupas d) Vendedor de Comércio Varejista Fonte: Classificação Brasileira de Ocupações/MTE

193 Anexo VII Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CONSELHO PLENO RESOLUÇÃO Nº 1, DE 30 DE MAIO DE 2012 (*) Estabelece Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. O Presidente do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais e tendo em vista o disposto nas Leis n os 9.131, de 24 de novembro de 1995, e 9.394, de 20 de dezembro de 1996, com fundamento no Parecer CNE/CP nº 8/2012, homologado por Despacho do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicado no DOU de 30 de maio de 2012, CONSIDERANDO o que dispõe a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948; a Declaração das Nações Unidas sobre a Educação e Formação em Direitos Hum nos (Resolução A/66/137/2011); a Constituição Federal de 1988; a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996); o Programa Mundial de Educação em Direitos Humanos (PMEDH 2005/2014), o Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3/Decreto nº 7.037/2009); o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (PNEDH/2006); e as diretrizes nacionais emanadas pelo Conselho Nacional de Educação, bem como outros documentos nacionais e internacionais que visem assegurar o direito à educação a todos(as), RESOLVE: Art. 1º A presente Resolução estabelece as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (EDH) a serem observadas pelos sistemas de ensino e suas instituições. Art. 2º A Educação em Direitos Humanos, um dos eixos fundamentais do direito à educação, refere-se ao uso de concepções e práticas educativas fundadas nos Direitos Humanos e em seus processos de promoção, proteção, defesa e aplicação na vida cotidiana e cidadã de sujeitos de direitos e de responsabilidades individuais e coletivas. 1º Os Direitos Humanos, internacionalmente reconhecidos como um conjunto de direitos civis, políticos, sociais, econômicos, culturais e ambientais, sejam eles individuais, coletivos, transindividuais ou difusos, referem-se à necessidade de igualdade e de defesa da dignidade humana. (*) Resolução CNE/CP 1/2012. Diário Oficial da União, Brasília, 31 de maio de 2012 Seção 1 p. 48.

194 Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos 193 2º Aos sistemas de ensino e suas instituições cabe a efetivação da Educação em Direitos Humanos, implicando a adoção sistemática dessas diretrizes por todos(as) os(as) envolvidos(as) nos processos educacionais. Art. 3º A Educação em Direitos Humanos, com a finalidade de promover a educação para a mudança e a transformação social, fundamenta-se nos seguintes princípios: I - dignidade humana; II - igualdade de direitos; III - reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades; IV - laicidade do Estado; V - democracia na educação; VI - transversalidade, vivência e globalidade; e VII - sustentabilidade socioambiental. Art. 4º A Educação em Direitos Humanos como processo sistemático e multidimensional, orientador da formação integral dos sujeitos de direitos, articula-se às seguintes dimensões: I - apreensão de conhecimentos historicamente construídos sobre direitos humanos e a sua relação com os contextos internacional, nacional e local; II - afirmação de valores, atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos em todos os espaços da sociedade; III - formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente em níveis cognitivo, social, cultural e político; IV - desenvolvimento de processos metodológicos participativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e materiais didáticos contextualizados; e V - fortalecimento de práticas individuais e sociais que gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da proteção e da defesa dos direitos humanos, bem como da reparação das diferentes formas de violação de direitos. Art. 5º A Educação em Direitos Humanos tem como objetivo central a formação para a vida e para a convivência, no exercício cotidiano dos Direitos Humanos como forma de vida e de organização social, política, econômica e cultural nos níveis regionais, nacionais e planetário. 1º Este objetivo deverá orientar os sistemas de ensino e suas instituições no que se refere ao planejamento e ao desenvolvimento de ações de Educação em Direitos Humanos adequadas às necessidades, às características biopsicossociais e culturais dos diferentes sujeitos e seus contextos. 2º Os Conselhos de Educação definirão estratégias de acompanhamento das ações de Educação em Direitos Humanos. Art. 6º A Educação em Direitos Humanos, de modo transversal, deverá ser considerada na construção dos Projetos Político-Pedagógicos (PPP); dos Regimentos Escolares; dos Planos de Desenvolvimento Institucionais (PDI); dos Programas Pedagógicos de Curso (PPC) das Instituições de Educação Superior; dos materiais didáticos e pedagógicos; do modelo de ensino, pesquisa e extensão; de gestão, bem como dos diferentes processos de avaliação. Art. 7º A inserção dos conhecimentos concernentes à Educação em Direitos Humanos na organização dos currículos da Educação Básica e da Educação Superior poderá ocorrer das seguintes formas:

195 194 Manual do Educador Orientações Gerais I - pela transversalidade, por meio de temas relacionados aos Direitos Humanos e tratados interdisciplinarmente; II - como um conteúdo específico de uma das disciplinas já existentes no currículo escolar; III - de maneira mista, ou seja, combinando transversalidade e disciplinaridade. Parágrafo único. Outras formas de inserção da Educação em Direitos Humanos poderão ainda ser admitidas na organização curricular das instituições educativas desde que observadas as especificidades dos níveis e modalidades da Educação Nacional. Art. 8º A Educação em Direitos Humanos deverá orientar a formação inicial e continuada de todos(as) os(as) profissionais da educação, sendo componente curricular obrigatório nos cursos destinados a esses profissionais. Art. 9º A Educação em Direitos Humanos deverá estar presente na formação inicial e continuada de todos(as) os(as) profissionais das diferentes áreas do conhecimento. Art. 10. Os sistemas de ensino e as instituições de pesquisa deverão fomentar e divulgar estudos e experiências bem sucedidas realizados na área dos Direitos Humanos e da Educação em Direitos Humanos. Art. 11. Os sistemas de ensino deverão criar políticas de produção de materiais didáticos e paradidáticos, tendo como princípios orientadores os Direitos Humanos e, por extensão, a Educação em Direitos Humanos. Art. 12. As Instituições de Educação Superior estimularão ações de extensão voltadas para a promoção de Direitos Humanos, em diálogo com os segmentos sociais em situação de exclusão social e violação de direitos, assim como com os movimentos sociais e a gestão pública. Art. 13. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. ANTONIO CARLOS CARUSO RONCA

196 Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos 195 PARECER HOMOLOGADO Despacho do Ministro, publicado no DOU de 30/5/2012, Seção 1, P. 33. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO CONSELHO NACIONAL DE EDUCAÇÃO INTERESSADO: Conselho Nacional de Educação/Conselho Pleno UF: DF ASSUNTO: Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos. COMISSÃO: Antonio Carlos Caruso Ronca (Presidente), Rita Gomes do Nascimento (Relatora), Raimundo Moacir Feitosa e Reynaldo Fernandes (membros) PROCESSO: / PARECER CNE/CP Nº: 8/2012 COLEGIADO: CP APROVADO EM: 6/3/2012 I RELATÓRIO apresentação Este parecer foi construído no âmbito dos trabalhos de uma comissão interinstitucional, coordenada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) que trata do assunto em uma de suas comissões bicamerais. Participaram da Comissão interinstitucional a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDHPR), Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), Secretaria de Educação Superior (SESU), Secretaria de Articulação com os Sistemas de Ensino (SASE), Secretaria de Educação Básica (SEB) e o Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos (CNEDH). Durante o processo de elaboração das diretrizes foram realizadas, além das reuniões de trabalho da comissão bicameral do Conselho Pleno do CNE e da comissão interinstitucional, duas reuniões técnicas com especialistas no assunto, ligados a diversas instituições. No intuito de construir diretrizes que expressassem os interesses e desejos de todos/as os/as envolvidos/as com a educação nacional, ocorreram consultas por meio de duas audiências públicas e da disponibilização do texto, com espaço para envio de sugestões, nos sites do CNE, MEC e SDH. Neste processo foram de grande importância as sugestões da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas; Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmem Bascarán de Açailândia, Maranhão; Diretoria de Cidadania e Direitos Humanos (DCDH) da Secretaria de Educação do Distrito Federal, Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de São Paulo, Grupo de Estudos e Pesquisas em Sexualidades, Educação e Gênero (GEPSEX) da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e do Observatório de Educação em Direitos Humanos dos campi da Universidade Estadual de São Paulo (UNESP) de Bauru e de Araraquara.

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