As novas tecnologias de visão noturna, suas aplicabilidades para o Combatente Brasileiro do Futuro e seus reflexos sobre a Doutrina Militar Terrestre

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1 1 ESCOLA DE COMANDO E ESTADO MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO Maj Inf EWERTON SANTANA PEREIRA As novas tecnologias de visão noturna, suas aplicabilidades para o Combatente Brasileiro do Futuro e seus reflexos sobre a Doutrina Militar Terrestre Rio de Janeiro 2015

2 2 Maj Inf EWERTON SANTANA PEREIRA As novas tecnologias de visão noturna, suas aplicabilidades para o Combatente Brasileiro do Futuro e seus reflexos sobre a Doutrina Militar Terrestre Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ciências Militares. Orientador: Ten Cel Cav FÁBIO ALEXANDRO DOCKHORN DE OLIVEIRA Rio de Janeiro 2015

3 3 FICHA CATALOGRÁFICA P436n Pereira, Ewerton Santana As novas tecnologias de visão noturna, suas aplicabilidades para o Combatente Brasileiro do Futuro e seus reflexos sobre a Doutrina Militar Terrestre. / Ewerton Santana Pereira. 一 f. : il. ; 30 cm. Orientação: Fábio Alexandro Dockhorn de Oliveira. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Ciências Militares) 一 Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, Bibliografia: f EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA. 2. PROJETO COBRA. 3. DOUTRINA. I. Título. CDD 355.2

4 4 Maj Inf EWERTON SANTANA PEREIRA As novas tecnologias de visão noturna, suas aplicabilidades para o Combatente Brasileiro do Futuro e seus reflexos sobre a Doutrina Militar Terrestre Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ciências Militares. Aprovado em 04 de dezembro de COMISSÃO AVALIADORA FÁBIO ALEXANDRO DOCKHORN DE OLIVEIRA - Ten Cel Cav ALESSANDRO PAIVA DE PINHO Ten Cel Cav JORGE RICARDO DE PAULA LAMELLAS Ten Cel Art

5 5 À minha esposa Marcela e meus filhos Sophia e Cauê. homenagem pelo Uma sincera carinho e compreensão demonstrados durante a realização deste trabalho.

6 6 AGRADECIMENTOS Ao TC Dockhorn, pela orientação, como também, pelo incentivo e pela confiança evidenciados em várias oportunidades. Obrigado por sua dedicação que serviu de grande importância para que eu pudesse realizar o trabalho com tranqüilidade e eficiência. Aos TC Pinho e TC Lamellas pelas orientações no decorrer deste trabalho, contribuindo assim para o aperfeiçoamento dele.

7 7 RESUMO O PROJETO COBRA faz parte da Estratégia Braço Forte que elencou alguns vetores de modernização, dentre eles a Recuperação Operacional do Exército. Sendo assim, a aquisição das novas tecnologias vai ao encontro da intenção do Exército Brasileiro em se transformar. O programa COBRA, sendo concebido como projeto futurístico, não pode abrir mão do uso de tecnologias inovadoras e que podem agregar valor ao combatente brasileiro. Uma dessas tecnologias se refere à visão noturna que confere reconhecida vantagem ao combatente que a utiliza. Identificar os equipamentos de visão noturna, suas diferentes tecnologias e identificar os mais adequados a serem utilizados para o COBRA pode significar economia de recursos, melhor uso desses equipamentos, descobrir a melhor relação custo-benefício, além de dotar o combatente brasileiro de equipamento de ponta neste quesito, conferindo-lhe vantagem nas suas ações. No que se refere ao combate noturno, observa-se o incremento de operações sob estas condições especiais. A aquisição de equipamentos modernos de visão noturna, conferem ao seu detentor vantagens consideráveis nas operações. O objetivo geral deste estudo é o de apresentar as possibilidades oferecidas pelos óculos de visão noturna de 3a e 4a gerações e suas viabilidades de uso pelo Combatente Brasileiro do Futuro, conjugando-os com impactos sobre a doutrina de emprego da F Ter em operações noturnas. Palavras-chave: Equipamentos de visão noturna, COBRA, Doutrina.

8 8 ABSTRACT The COBRA Program is part of the Braço Forte Strategy that has listed some upgrading of vectors, including the Operational Army Recovery. Thus, the acquisition of new technology meets the intent of the Brazilian Army in turn. The COBRA program, being designed as a futuristic design, can not give up the use of innovative technologies that can add value to the Brazilian fighter. One such technology refers to night vision which gives advantage to recognized fighter who uses it. Identify night vision equipment, their different technologies and identify the most appropriate to be used for COBRA could mean resource savings, better use of such equipment, figure out the best value for money as well as providing the Brazilian fighter edge equipment in this regard, giving him an advantage in his actions. With respect to the night-fighting, it is observed increment operations under these special conditions. The acquisition of modern night vision equipment, give the holder considerable advantages in operations. The general objective of this study is to present the possibilities offered by the night vision goggles of 3rd and 4th generations and their viability for use by the Combatant Brazilian Future, combining them with impacts on employment doctrine of F Keep in Nocturnal Operations Keywords: Night Vision devices, COBRA, Doctrine.

9 9 LISTA DE FIGURAS Figura 1 Imagem de capa do PROFORÇA Figura 2 Logomarca do COBRA...20 Figura 3 Militares franceses usando o sistema FELIN...21 Figura 4 Concepção do sistema FELIN...24 Figura 5 Equipamento de visão noturna da geração Figura 6 EVN AN/ PV Figura 7 AN/PVS Figura 8 Exemplo de EVN de 3a geração ( AN/PNVS 14)...35 Figura 9 Exemplo de EVN de 4a geração ( PVS 14)...37 Figura 10 Produção dos óculos de visão noturna no AGR...38 Figura 11 Militares do AGR na produção de EVN LUNOS...39 Figura 12 Observação com EVN termal através fumaça...41 Figura 13 Visão noturna à esquerda e termal à direita...42 Figura 14 Sistema híbrido de visão noturna...43 Figura 15 PCONDOP...48 Figura 16 Diferentes EVN acoplados ao capacete...52 Figura 17 Efeito de halo originado por luzes de carro...55

10 10 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Códigos dos componentes de observação por prioridade...25 Tabela 2 Distância de segurança para cada tipo de operação...51

11 11 LISTA DE ABREVIATURAS AGR Arsenal de Guerra do Rio de Janeiro COBRA Combatente Brasileiro C² Comando e Controle CONDOP Condicionantes Doutrinárias e Operacionais EB Exército Brasileiro END Estratégia Nacional de Defesa EVN Equipamento de Visão Noturna FA Forças Armadas F Ter Força Terrestre FELIN Fantassin à Équipements et Liaisons Intégrés IV Infravermelho LBDN Livro Branco de Defesa Nacional MD Ministério da Defesa MEM Meio de emprego militar MTTF Tempo médio até a falha (sigla em inglês) PROFORÇA Projeto de Força do Exército Brasileriro PCONDOP Plano de Condicionantes Doutrinárias e Operacionais PND Política Nacional de Defesa RECOP Projeto de Recuperação Operacional da Força RO Requisitos Operacionais

12 12 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO O PROJETO COBRA GENERALIDADES DESENVOLVIMENTO DO PROJETO A NOVA GERAÇÃO DE ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA OS EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA AS DIFERENTES GERAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA Geração Geração Geração Geração Geração EQUIPAMENTOS DE VISÃO TERMAL CONCLUSÕES SOBRE AS INOVAÇÕES/MELHORIAS DAS NOVAS GERAÇÕES DE EVN CONSEQUÊNCIAS PARA A DOUTRINA MILITAR TERRESTRE DA ADOÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA DE 3a e 4a GERAÇÃO APLICADOS NO PROGRAMA COBRA GENERALIDADES Letalidade Seletiva Aproximação dos níveis de planejamento e condução das Operações Doutrina Material AS CONDOP PARA OS EVN Doutrinárias Operacionais

13 Detecção Reconhecimento Identificação REFLEXOS PARA A DMT DAS NOVAS CAPACIDADES DOS 52 EVN Menor peso Maior durabilidade e confiabilidade Maior alcance de observação Incorporação da função autogating Maior qualidade da imagem Maior campo de visão Melhor ergonomia Redução do efeito de halo Reduzido uso do infravermelho Nas Operações Ofensivas Nas Operações Defensivas Nas Operações de Pacificação e de Apoio à Órgãos Governamentais Outras Considerações CONCLUSÃO... 59

14 14 1 INTRODUÇÃO A Política Nacional de Defesa (PND) 1, documento de mais alto nível que se destina ao planejamento de ações voltadas à defesa nacional, indica que avanços de ordem tecnológica acabaram por trazer maior eficiencia às Forças Militares ao redor do mundo que se dedicaram a investir neste aspecto. Para superar o hiato tecnológico entre as Forças Armadas brasileiras e as mais avançadas tecnologicamente, a PND sugere que a persistência de ameaças à paz mundial requer a atualização permanente e o aparelhamento das nossas Forças Armadas. Para tanto, é necessário, segundo a PND (BRASIL, 2012) estruturar as Forças Armadas em torno de capacidades 2, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os planejamentos estratégicos e operacionais. A Estratégia Nacional de Defesa (END) 3 mostra que é necessário estruturar as Forças Armadas em torno de capacidades, dotando-as de pessoal e material compatíveis com os planejamentos estratégicos 4 e operacionais5. Cabe ao Exército Brasileiro (EB), segundo a Estratégia Nacional de Defesa, a produção (...) e o equipamento individual do combatente, entre outros, aproximando-os das tecnologias necessárias ao combatente do futuro. A END especifica que o Ministério da Defesa (MD)6 buscará mecanismos para assegurar a alocação de recursos financeiros, de forma continuada, que viabilizem o desenvolvimento integrado e a conclusão de projetos relacionados à defesa nacional, dentre outros, de equipamento individual e sistemas de comunicações do combatente do futuro. (END,2012,P. 31). 1 Política Nacional de Defesa (PND), é o documento condicionante de mais alto nível do planejamento de ações destinadas à defesa nacional coordenadas pelo Ministério da Defesa. 2 Significa que as Forças Armadas devem ser dotadas de pessoal e material compatíveis com os planejamentos estratégicos e operacionais; 3 Estratégia Nacional de Defesa (END), trata da reorganização e reorientação das Forças Armadas, da organização da Base Industrial de Defesa e da política de composição dos efetivos da Marinha, do Exército e da Aeronáutica. 4 Planejamentos estratégicos são os planos baseados nas hipóteses de empregos da Forças Armadas 5 Planejamentos operacionais são os relacionados à composição e articulação de pessoal e material no território nacional. 6 Ministério da Defesa (MD) órgão do Governo Federal incumbido de exercer a direção superior das Forças Armadas, articulando as açõs que envolvam a Marinha, o Exército e a Aeronáutica, individualmente ou em conjunto.

15 15 A aprovação da END em 2008 estimulou novas abordagens e demandas sobre os temas ligados à Defesa7. O diploma citado lista princípios, eixos estruturantes e diretrizes, dentre outras orientações, que orientam o planejamento das Forças Armadas (FA), no sentido de conceber novas formulações de articulação e equipamentos. No Exército Brasileiro, o planejamento decorrente denominou-se Estratégia BRAÇO FORTE (EBF/2009)8, constituída por 02 (dois) Planos Articulação e Equipamento 9 desdobrados por sua vez em 04 (quatro) Programas Amazônia Protegida e Sentinela da Pátria (Articulação) 10; e Mobilidade Estratégica e Combatente Brasileiro (Equipamento)11. O padrão tecnológico incorporado aos equipamentos deve constituir-se em fator determinante para o sistema de aquisições do Exército, pois é por meio da tecnologia que poderemos racionalizar nossas estruturas, enquanto ampliam-se suas capacidades. (ESTRATÉGIA BRAÇO FORTE8, 2009, P. 21) Todos os supramencionados documentos oficiais de alto nível: a PND e a END indicam a necessidade premente de se modernizar a Força Terrestre. No que tange ao combatente individual, percebe-se a intenção de dotá-lo de equipamentos de elevado valor tecnológico. Em relação ao equipamento, o planejamento deverá priorizar, com compensação comercial, industrial e tecnológica a produção de munições e o armamento e o equipamento individual do combatente, entre outros, aproximando-os das tecnologias necessárias ao combatente do futuro. 7 Defesa conjunto de medidas e ações do Estado, com ênfase na expressão militar, para a defesa do território, da soberania e dos interesses nacionais contra ameaças preponderantemente externas, potenciais ou manifestas (LBDN, 2012) 8 Estratégia BRAÇO FORTE (EBF/2009), documento do EME onde constam 823 projetos organizados em quatro grandes programas, a serem desdobrados em curto, médio e longo prazos ( ). 9 Planos Articulação e Equipamento planos estruturantes constantes da Estratégia Braço Forte. 10 Programa Amazônia Protegida programa que abrange três projetos principais: Pelotões Especiais de Fronteira, o Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira (SISFRON) e Reestruturação das Brigadas de Selva, completando e modernizando seus sistemas operacionais; Programa Sentinela da Pátria (Articulação) destinado à reestruturação e à modernização de todas as Brigadas e estruturas dos demais Comandos Militares de Área. 11 Mobilidade Estratégica que incidirá sobre o Exército do presente, por meio do qual se pretende completar e modernizar os equipamentos e as dotações de suprimentos. e Combatente Brasileiro (Equipamento) destinado a equipar o Exército do futuro. Por intermédio de projetos de Ciência e Tecnologia, desenvolverá os sistemas de armas a serem adotados a partir de 2014, dando cumprimento a um dos três chamados eixos estruturantes contidos na END.

16 16 O Projeto de Força do Exército Brasileriro (PROFORÇA) 12, fiel à metodologia de planejamento, programação e orçamentação, apresenta as diretrizes para a concepção e a evolução da Força para 2031, com marcos temporais em 2015 e Nesse Projeto, busca-se inserir o EB na Era do Conhecimento, completamente adaptado às novas exigências do conflito assimétricos modernos. Para tanto, prevê que o novo combatente individual esteja apto a combater com base na proteção/sobrevivência, bem-estar, comunicações e transmissão de dados digitalizados, armamento com flexibilidade de emprego e operações continuadas (dia-noite);. (BRASIL, EME, PROFORÇA12, 2010, P. 6). Destaca-se o uso de equipamentos de visão noturna como fator primordial para a consecução desse objetivo. O PROFORÇA ressalta, ainda, que a tendência dos conflitos armados do futuro será caracterizado pelo elevado grau de incertezas, provocando a necessidade de antecipação e adaptação por parte dos combatentes, exigindo, portanto a capacidade destes em reagir e se moldar às novas missões. Para fazer face a este cenário, o PROFORÇA explica que as novas ameaças devem ser combatidas pela elevada capacidade dissuasória da Força, exigindo que ela disponha de capacidades, dentre as quais a de letalidade seletiva (grifo nosso), caracterizada pela precisão e reduzido efeito colateral, o que exigirá novas demandas em equipamentos que permitam, também, observar de dia e de noite com precisão. 12 Projeto de Força do Exército Brasileiro (PROFORÇA) apresenta as diretrizes para a concepção e a evolução da Força para 2031, com marcos temporais em 2015 e É dinâmico, interativo, inovador, permeia todo o Exército e é adaptável às incertezas que os conflitos do futuro impõem.

17 17 Figura 01 - Imagem de capa do PROFORÇA Fonte: Portaria do Comandante do Exército nº 001-Res, de 27 de fevereiro de Brasília, O PROFORÇA traça um perfil do EB e do profissional do futuro que o integrará determinando a esse homens e mulheres que operem utilizando produtos com alta tecnologia agregada (PROFORÇA12, 2012, P. 12), o que sugere a inserção de tecnologias avançadas como os equipamentos de visão noturna (EVN) de 3 a e 4a geração. O Manual de Transformação do Exército Brasileiro 13, documento surgido em 2010, eleborado pelo Estado-Maior da Força Terrestre, determina que a solução para a necessidade de manter o preparo e o emprego do Exército à frente dos novos desafios é, então, encontrada no conceito de transformação, pois exige o desenvolvimento das novas capacidades para cumprir novas missões. Neste momento, cita a END, particularmente a Estratégia Braço Forte, da qual deriva o Programa Combatente Brasileiro do Futuro. COBRA14 destinado a equipar o Exército do futuro. 13 Manual de Transformação do Exército Brasileiro documento de mais alto nível do EME de 2010, que descreve as estratégias para a transformção do EB até 2035.

18 18 Por intermédio de projetos de Ciência e Tecnologia, desenvolverá os sistemas de armas a serem adotados desde 2014, dando cumprimento a um dos três chamados eixos estruturantes contidos na END: fortalecer a Indústria Nacional de Material de Defesa. Para transformar o EB, o Manual de Transformação indicou vetores de transformação, dentre eles destacam-se a Doutrina, que tem como tarefa ajudar o Exército a sair da era industrial, transformando-o em uma instituição da era da informação; O Preparo e o Emprego, cujo destaque para este estudo é a concepção de que a complexidade dos novos sistemas de armas, a serem adotados ou já em processo de incorporação, passará a exigir muito maior qualificação, maturidade e experiência dos recursos humanos e a Ciencia e Tecnologia e Modernização de Material que determina que o padrão tecnológico incorporado aos equipamentos deve constituir-se em fator determinante para o sistema de aquisições do Exército, pois é por meio da tecnologia que poderemos racionalizar nossas estruturas, enquanto ampliam-se suas capacidades. Já o Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN)15, editado em 2012, prevê a articulação de Projetos Estratégicos para as três FA. Para o Exército Brasileiro, destaca-se que os projetos estratégicos prioritários têm por objetivo dotar as Brigadas do EB com equipamentos, armamentos, meios de transporte e suprimentos em quantidade compatível com a demanda e o nível de modernização desejados. Neste sentido, a Força Terrestre elencou o Projeto de Recuperação Operacional da Força (RECOP)16 que incluiu, dentre outras necessidades a modernização de armamento individual tecnologicamente superior ao atualmente utilizado, de munição, armamento e equipamentos coletivos. 14 Programa Combatente Brasileiro do Futuro COBRA - programa destinado a equipar o Exército do futuro. Por intermédio de projetos de Ciência e Tecnologia, desenvolverá os sistemas de armas a serem adotados a partir de 2014, dando cumprimento a um dos três chamados eixos estruturantes contidos na END: fortalecer a Indústria Nacional de Material de Defesa. 15 Livro Branco de Defesa Nacional (LBDN) marco de transparência nos assuntos de defesa, por meio do qual nossas cidadãs e nossos cidadãos poderão conhecer as ações do Estado nessa área, bem como os desafios do País para aprimorar sua Defesa nas próximas décadas. 16 Projeto de Recuperação Operacional da Força (RECOP) - projeto prioritário com a finalidade de transformar a Força Terrestre, dotando suas brigadas com os meios de transporte, equipamentos, armamentos e suprimentos, de modo a adequar as capacidades operativas à demanda e ao nível de modernização desejados

19 19 Sendo assim, derivado do projeto estratégico RECOP, o mesmo foi dividido em subprojetos, dos quais destacamos o Subprojeto Recompletamento do equipamento individual do combatente do presente Programa COBRA, cujo lapso temporal prevê sua consecução entre 2012 até Os equipamentos de visão noturna são meios de emprego militar imprescindíveis, portanto, para dotar o COBRA de capacidade de observação noturna desejável a este combatente. Em face do acima exposto, definiu-se o seguinte problema: De que forma as novas tecnologias de visão noturna, aplicadas no Programa COBRA, podem alterar a doutrina de emprego da Força Terrestre (F Ter) em Operações Noturnas? O Objetivo Geral deste estudo é o de apresentar as possibilidades oferecidas pelos óculos de visão noturna de 3a geração e suas viabilidades de uso pelo Combatente Brasileiro do Futuro, conjugando-os com impactos sobre a doutrina de emprego da F Ter em Operações Noturnas. Para tanto, foram criados os seguintes objetivos específicos: apresentar o projeto COBRA, apresentar a 3 a e 4a gerações dos óculos de visão noturna, identificar as inovações tecnológicas de 3 a e 4a gerações desses equipamentos, analisar a viabilidade de uso dessas novas tecnologias pelo COBRA e analisar os possíveis impactos dessas novas tecnologias sobre a doutrina de emprego da F Ter em Op Noturnas. Já as questões do estudo abordarão: o histórico do programa COBRA, o que se considera tecnologia 3a e 4a gerações para EVN de visão noturna, por que essas novas tecnologias são viáveis para serem utilizadas pelo COBRA e a doutrina vigente no EB sobre Op Noturnas e como os novos Eqp Visão Noturna podem alterá-la. O estudo estará delimitado no programa COBRA com ênfase nas suas capacidades de observação, letalidade e consciência situacional. Com relação aos equipamentos de visão noturna, o trabalho limitar-se-á a estudar apenas os óculos de visão noturna de 3 a geração. O método de pesquisa adotado sofrerá limitações em razão da escassa bibliografia disponível, por se tratar de assunto pouco tratado em nossos documentos internos. Além disso, os dados disponíveis serão analisados sob a ótica

20 20 de outras experiências de outros Exércitos, não sendo possível avaliar qual o melhor equipamento para o COBRA. Com relação a isto, não se pretende ranquear estes equipamentos, tampouco compará-los entre si. O objetivo da pesquisa é tratar das inovações dessa geração de equipamentos que, segundo parâmetros definidos pela F Ter, podem ser úteis ao COBRA. Uma vez identificadas as vantagens potenciais desses meios de emprego militar, serão analizados os impactos sobre a doutina militar do EB em Operações Noturnas, particularmente no que tange ao emprego de elementos das armas base, quais sejam: os de Infantaria e os de Cavalaria. Especifica-se que este estudo visará tão somente aos óculos de visão noturna, sejam eles monóculos ou binóculos. O estudo terá como foco os equipamentos de uso de combatentes de infantaria e cavalaria dos Exércitos no mundo. Não serão alvo deste estudo equipamentos específicos para pilotos de aeronaves, elementos forças especias, os que equipam veículos e ou blindados entre outros. Este estudo, portanto pode servir de base para possíveis aquisições de OVN para o projeto COBRA, na medida em que realiza profundo estudo das capacidades desses equipamentos no mercado.

21 21 2. O PROJETO COBRA 2.1 GENERALIDADES O Projeto Combatente Brasileiro (COBRA), compreende os projetos dedicados à pesquisa e desenvolvimento de produtos de Defesa com estruturas do Exército e da Base Industrial de Defesa, sendo priorizada a progressiva nacionalização e as aquisições no mercado interno. (LBDN, 2012, P.124). O Combatente do Futuro se traduz em expressão motivacional com a finalidade de sintetizar as qualidades e capacidades de um soldado, considerado individualmente, apoiado por estruturas eficazes de alta tecnologia que combinam sistemas de informação, armas, mobilidade e proteção. (O PROCESSO DE TRANSFORMAÇÃO DO EB, 2010, GLOSSÁRIO) Figura 02 - Logomarca do COBRA Fonte: Manual da Transformação do EB 3a edição 2.2 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO A justificativa para a consecução deste programa é a de que, a exemplo de outros exércitos de países desenvolvidos, o Exército Brasileiro, passa por um processo de transformação, que inclui a modernização da sua tropa. Nesse contexto, seu planejamento estratégico incluiu o COBRA, que visa a equipar sua tropa com armamento avançado, produtos de defesa leves e resistentes, rede de comunicação e acesso instantâneo às informações sobre o campo de batalha. Deste modo, o combatente, entre todos os outros programas de modernização da Força Terrestre, não poderia deixar de ser considerado. Assim, o EB desenvolve o COBRA, baseado no programa FELIN (Fantassin à Équipements et Liaisons Intégrés), sigla em francês para Infantaria integrada com equipamentos de data-

22 22 link, que está pronto para a produção em massa. Figura 03 - Militares franceses usando o Sistema Felin Fonte: ARMY-TECHNOLOGY, Disponível em: < A Sagem, empresa francesa, fabricante do FELIN, planeja entregar sistemas até o final 2015, e algumas centenas de exemplares de pré-série já foram entregues ao Exército francês para avaliação, tanto no Afeganistão como na Guiana Francesa, enfrentando o calor desértico e a combinação calor e umidade. A adoção de um sistema baseado no FELIN pelo Exército Brasileiro trará vantagens táticas indiscutíveis ao futuro soldado, desde que empregado por tropas profissionais, pois não se trata de equipamentos para uso por recrutas. O Programa COBRA pretende ser o mais avançado programa de desenvolvimento para tornar o combatente individual totalmente integrado em rede, combinando capacidades de combate e sustentabilidade em campo de batalha. De acordo com o Cel João Denison Maia Correia, Gerente do Programa COBRA em 2007, o mesmo explicou que ele nasceu da necessidade de se modernizar o EB, desde 2007 quando observações de programas como o FELIN, Land Warrior and Infanterist der Zukunft1 já eram feitos. 1 Land Warrior and Infanterist der Zukunft - programas de transformação dos combatentes do Exército inglês e alemão respectivamente.

23 23 O programa então visa a diminiur o hiato tecnológico entre o combatente brasileiro de outros exércitos. É desenhado para expandir capacidades em áreas como proteção, letalidade, sustentabilidade, comunicações, mobilidade e observação. Tudo com o objetivo de obter a máxima eficiencia deste combatente. O programa COBRA deve ter como principal objetivo aumentar a capacidade de combater e de sobreviver em combate. A garantia para atingir este objetivo será aumentada a partir de novos meios que garantam melhor observação e tecnologia. Ver o inimigo primeiro garante vantagem, sendo isso crucial (CORREIA, 2007). O COBRA é um sistema de combate individual mas deve estar conectado e ligado a um comando central, aumentando a capacidade do combatente em se comunicar, posicionar, navegar, obter poder de fogo, proteger-se e sustentar-se em combate. O trabalho dessas necessidades pode ser dividido em dois ramos principais: sistemas eletrônicos e de monitoração e novos materiais mais letais e que ofereçam maior proteção ao combatente. Em 2007, o Exército iniciou os estudos sobre o COBRA, ainda na fase de pesquisa. Este estudo foi sucedido por uma fase de conceito, de mais ou menos 12 meses, que terminou no segundo semestre de Ao longo de 2009 e na primeira parte de 2010, o Brasil comprou uma série de equipamentos a partir de uma variedade de fontes, em particular através de uma visita à França, no segundo semestre de 2009, em que os sistemas FELIN relacionados foram fornecidos. Também em 2009, o Brasil realizou compras iniciais de equipamentos e começou a usá-los individualmente em combinação com uma fase de testes e avaliação continuada, pelo menos, até O COBRA também está sendo integrado a outros programas. Em 2009, o Brasil começou a trabalhar no desenvolvimento de novos veículos blindados. A partir de 2011, o COBRA começou a integração com este veículo. É neste ponto que COBRA deixará de ser um projeto e começará a se tornar parte de um sistema, pois integrará o combatente a um sistema de armas como um veículo blindado, por exemplo. Dentro de sua gênese, a capacidade futura do COBRA será construída em torno de seis módulos, definidos como conjuntos de equipamento específicos, utilizados para aumentar as habilidades. Cada módulo prevê o que é necessário para ser usado por combatentes em ação. Um módulo é composto por diversos

24 24 equipamentos de acordo com a missão e capacidade. Os módulos pretendem criar capacidades ou aumentar as já existentes. Os módulos são 7 (sete): observação, mobilidade, proteção, comunicações, consciência situacional, mobilidade e sobrevivência. Ao desenvolver o módulo de proteção do programa COBRA, ele está fazendo uso particular da capacidade endógena2 com relação a uniformes e proteção, como por exemplo novos materiais desenvolvidos no país, incluindo o têxtil Nylon 66 que fornece proteção UV3; o fio Nitya4, polímero de alta durabilidadee o têxtil Emana5,usado para diminuir a fadiga muscular, reduzindo o acúmulo de ácido láctico nos músculos. Em termos de capacidade de comunicações para o COBRA 6, o Exército Brasileiro recentemente testou operacionalmente um sistema que poderia cobrir as necessidades de comunicações modulares do COBRA. Esta malha de rede foi implementada em operações de socorro no Haiti com a principal estação rádio-base em Buttelier7 ligando para seis sub-sites e, em seguida, ligando voz e dados para fornecer comunicações realizadas e dispositivos de computação. Em entrevista com Exmo Sr Gen Moura, 4º Subchefe do Estado-Maior do Exército, concedida à Rádio Verde Oliva, sobre o Projeto COBRA, Combatente Brasileiro, por ocasião do III Workshop de Simulação em Tecnologia Militar 14 de novembro de 2013 Notícias, destaca-se: [ ] o Projeto COBRA dará mais proteção ao soldado, para que ele tenha mais controle do seu equipamento; que possa integrar a visão noturna com ampliação de visão, com mira holográfica, uma integração, computador para acompanhar seus homens o que nós chamamos de a parte situacional tem que ser contemplada, de modo que o combatente pode atuar de maneira melhor e com mais proteção. ( MOURA, 2013, P.37) 2 Capacidade endógena capacidade de desenvolver tecnologias próprias, nacionais. Proteção UV proteção contra raios ultra-violetas 4 Fio Nitya - polímero de alta durabilidade produzido pela Rodhia Brasil que tem como características ser altamente resistente a rasgos, à lavagem e à luz. 5 Têxtil Emana fio em poliamida é um filamento têxtil com propriedades terapêuticas. Funcionam como regulador térmico, reduzindo o acúmulo de ácido lático que conduz à fadiga muscular. 6 COBRA Sigla para Combatente Brasileiro - expressão motivacional com a finalidade de sintetizar as qualidades e capacidades de um soldado, considerado individualmente, apoiado por estruturas eficazes de alta tecnologia que combinam sistemas de informação, armas, mobilidade e proteção 7 Buttelier localidade do Haiti. 3

25 25 Com relação às referênciais comparativas, tomamos por base o programa de modernização do soldado francês, conhecido como Felin (Fantassin a Equipaments et Liaisons Integres), acrônimo para Infantaria integrada com equipamentos de data-link, que está pronto para a produção em massa. Figura 04 - Concepção do sistema FELIN Fonte: ARMY-TECHNOLOGY. Disponível em: < Acesso em: 13 de maio O Felin é, como seu congênere americano Land Warrior, um sistema centrado no homem para o campo de batalha centrado em redes. Ele é parte integrante um conceito maior, o Scorpion8 que congregará todas as plataformas do Exército Francês. O Felin é integrado a três plataformas de veículos: os veículos blindados de combate de infantaria(vcbi), o VAB9 e o carro de combate AMX 10P10, utilizando recarregadores móveis e kits de integração nos veículos Scorpion Programa do Exército francês que visa à modernizar a família de veículos blindados deste exército. 9 VAB veículo blindado francês sobre rodas, podendo ser 6x6 ou 8x AMX 10P - veículo blindado de infantaria francês. Kits de integração nos veículos incluem: tomadas para carregamento de baterias e conexões de comunicações entre a tripulação do veículo e cpmbatetes embarcados.

26 26 O Felin foi desenvolvido com a ajuda de observações da tropa. Os principais desafios técnicos foram a redução do peso, do consumo de energia, a ergonomia e problemas de ordem cognitiva e física 12. Com o equipamento, que inclui alças óticas, vestimenta e equipamentos de C4I (Comando, Controle, Comunicações e Inteligência, cada soldado fica conectado ao comando e situado no campo de batalha. A partir do histórico do projeto COBRA, traçado nas páginas anteriores, o EB chegou ao escopo desse projeto onde destacamos as seguintes ideias para este trabalho. O projeto Combatente Brasileiro tem sua concepção em torno de 07 (sete) capacidades, tratadas no presente documento como subsistemas: observação; mobilidade; proteção; comunicações; consciência situacional, letalidade; e sobrevivência. O projeto aumentará a efetividade de combate do soldado brasileiro inserido em sua área de operação. No campo da observação, objeto de estudo deste trabalhio, observa-se a tabela abaixo: CÓDIGO COMPONENTES PRIORIDADE O1 Baterias 6 O2 Binóculo de visão diurna 1 O3 Binóculo de visão diurna e noturna 1 O4 Binóculo de visão termal 6 O5 Câmera fotográfica/filmadora, acoplável ao Capacete de Combate 6 O6 Designador laser com luz visível/invisível 6 O7 Lanterna Tática, acoplável ao Capacete 1 O8 Lanterna Tática, acoplável ao Fz 1 12 Problemas de ordem cognitiva e física como por exemplo: dficuldades de observação espacial e elevado peso, dificultando a mobilidade.

27 27 O9 Luneta de visão noturna 6 O10 Luneta de visão termal 6 O11 Luneta intensificadora 3X 6 O12 Mira de Visada Rápida 6 O13 Monóculo de visão noturna 6 O14 Óculos de visão noturna 1 Tabela 01 - Códigos dos componentes de observação por prioridade. Fonte: BRASIL, EME, Escopo do projeto COBRA, 2014 Observando a tabela acima, depreende-se a importância dada aos equipamentos de visão noturna sendo elencado como prioridade Nr 1, no caso de óculos e binóculos. O escopo do programa COBRA indica, ainda, que este componente, assim como os demais devem primar pela avançada tecnologia, o que sugere modernos meios disponíveis. Ainda, elenca que todos os equipamentos devem preocupar-se com a ergonomia, interoperabilidade e peso reduzido. Tudo com o objetivo de permitir ao combatente deslocar-se e combater nas melhores condições, evitando assim restrições, principalmente de mobilidade. O escopo do COBRA prevê ainda que os equipamentos do combatente Brasileiro serão utilizados por combatentes de várias armas e distintas funções, nas áreas de operações previstas doutrinariamente. Sendo assim, equipamentos como óculos de visão noturna terão que ser possíveis de serem utilizados, principalmente nas diferentes regiões do país, exigindo assim uma característica peculiar deste material militar. Ressalta-se a importância dada, no escopo do projeto, a inserção de tecnologias de vanguarda em todos os equipamentos dos COBRA, assim, destacase: A tecnologia deve estar presente em todos os componentes do Sistema COBRA. Equipamentos de comunicações, equipamentos miniaturizados de Tecnologia da Informação (TI), proteção balística, equipamentos de observação, sensores, armamentos, munição e até vestuário e calçados devem indicar a existência de tecnologias modernas que contribuam para a ergonomia, a segurança, a proteção, o conforto e a eficiência de todos os componentes. (BRASIL, EME, ESCOPO PROGRAMA COBRA, 2014, P. 10).

28 28 O COBRA prima-se por ser um sistema que, por intermédio de adestramento e TI, permite que o combatente obtenha consciência situacional dentro do ambiente tático da fração considerada. O projeto deve ter como objetivo principal a inserção da tecnologia para melhorar as capacidades do combatente, incluindo a de sobrevivência. A garantia da consecução desse objetivo está no aumento de sua capacidade de observação/sensoriamento (detecção), diminuição da possibilidade de ser rastreado e aumento da proteção balística para os engajamentos. Sua capacidade de comunicação é vital ao comando e controle (C²) e às suas condutas de combate. Sendo assim, o escopo do COBRA atem-se a premissas básicas, da qual destacam-se: tecnologias de equipamentos; interconectividade, ergonomia/conforto; interoperabilidade; integração ao C 2; consciência situacional; adequar-se às diversidades das regiões, climas e condições de emprego; modularidade (define a natureza da tropa e o ambiente operacional); facilidade de operação e manutenção dos equipamentos; e eficiência e efetividade. O destaque das premissas permite ao escopo do projeto determinar as capacidades dele. Dentre as capacidades, destaca-se a do objeto deste estudo, ou seja a OBSERVAÇÃO. Deve incluir os itens associados à capacidade de observar, realizar sensoriamento, iluminar alvos e mapear, digitalmente, ambientes táticos. Deve integrar-se ao COBRA ou ser utilizado remotamente, por intermédio de Sistemas Aéreos Remotamente Pilotados (SARP) ou outros dispositivos, inclusive satélites. Para o comandante de fração, esse módulo pode incluir computador para processamento de informações. A observação deve destinar-se, prioritariamente, à Função de Combate Movimento e Manobra, pelos níveis de complexidade que compõem esse sistema e pela maior possibilidade de contato com o inimigo. A tecnologia atual permite conectividade entre dispositivos monoculares de observação e o armamento, permitindo realizar fogo preciso sem emprego da técnica clássica de pontaria. O emprego nobre dessa capacidade deve ser o mapeamento do ambiente tático e a transmissão em tempo real a um centro de C², para apoio à decisão ou

29 29 subsídio ao Apoio de Fogo. Outra capacidade, não menos nobre, seria a de permitir que o Combatente possa receber informações relevantes do sistema de C² e visualizar diretamente no equipamento optrônico, tendo esses dados fundidos ao cenário real. A dotação dos itens de observação deve se adequar à missão de cada combatente dentro da fração. Em caso de missões noturnas, todos os integrantes de uma fração poderão ser dotados de optrônicos para visão noturna, alguns com visão termal, outros com aparelhos de intensificação da luz, respeitando-se o planejamento da operação. Tais itens devem compor um sistema de enlace de dados (datalink) que permita a troca de , fotos, dados, voz e imagens entre os combatentes e entre estes e seus meios de apoio ao combate e apoio logístico, além do enlace entre as Forças Armadas em um ambiente conjunto. (BRASIL, EME, ESCOPO DO PROJETO COBRA,2014, P. 12) Referente à capacidade CONSCIÊNCIA SITUACIONAL, que consiste na noção espaço-tempo-inteligência de combate que o soldado deve possuir do contexto imediato e dos acontecimentos que são relevantes em determinado momento, deprende-se que tal capacidade é obtida por meio de um adestramento de alto nível técnico e operacional, baseado em Sistemas de Simulação que integre todos os meios tecnológicos existentes no cenário real como os meios de Tecnologia da Informação (TI) por ele empregados, associados aos módulos de observação, comunicações e armamento. Com relação à LETALIDADE, que se refere às armas que devem dotar determinado combatente e à possibilidade de agressão, estes podem constituir-se de fuzil de assalto com lançador de granadas acoplado e faca-baioneta ou simplesmente de uma pistola. Os implementos de pontaria, qualquer que seja a tecnologia empregada, tais como equipamento de visão termal e equipamento para visão noturna residual, podem pertencer ao módulo Letalidade ou Observação. O COBRA deve privilegiar tecnologias de armas com elevado agregado tecnológico na área de pontaria. Dispositivos como aimpoint ou propoint 13 aumentam a precisão de tiro em militar treinado, mesmo sob fadiga de combate. 13 Aimoint e Propoint dispositivos de pontaria que podem ser acoplados a fuzis e pistolas e que emitem ponto luminoso para direcionamento de alvos

30 30 Dentre as diretrizes estratégicas para o Projeto COBRA, assinala-se que as capacidades observação, comunicação e consciência situacional deverão ser interoperáveis com outros sistemas de comando e controle do EB. A facilidade de manutenção do COBRA deverá ser outra característica a ser alcançada. O sistema deverá ser construído de forma a assegurar a facilidade, precisão, segurança e economia na execução de ações de manutenção. Quando observado o cenário internacional considera-se que os países desenvolvidos em todo o mundo tem buscado continuamente modernizar suas forças terrestres. Sendo assim, todo periférico que o soldado precisa levar tradicionalmente está sendo melhorado além de novidades tecnológicas modernas como equipamentos de visão noturna. Conclui-se, portanto, que ao se tratar do Programa COBRA, o EB valoriza essa iniciativa, elencando-o como projeto estratégico. Dos subsistemas que integrarão o COBRA, destacam-se a OBSERVAÇÃO, LETALIDADE e CONSCIÊNCIA SITUACIONAL. Para que estes tragam respostas ao projeto, a premissa é a utilização de equipamentos de última geração que atendam a prérequisitos como: tecnologia, interconectividade, ergonomia/conforto, interoperabilidade; consciência situacional; adequar-se às diversidades das regiões, climas e condições de emprego; modularidade, facilidade de operação e manutenção dos equipamentos; e eficiência e efetividade. Sendo assim, os equipamentos de visão noturna de 3a e 4a geração poderão dotar o COBRA em boas condições a fim de atender suas necessidades.

31 31 3. A NOVA GERAÇÃO DE ÓCULOS DE VISÃO NOTURNA 3.1 OS EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA Com relação ao uso dos equipamento de visão noturna, (PRUGH, 2000) nos informa que dominar a noite é um processo que engloba um compromisso por parte do Exército e dos seus líderes. Esse processo inclui a aquisição do equipamento e o treinamento para saber usá-lo. O uso desses equipamentos é sobejamente comprovado nos diversos conflitos. Possuí-los garante ao combatente vantagem considerável sobre seu oponente. Comprova-se esta assertiva quando vimos o avanço das forças sírias sobre os israelenses na Guerra do Yom Kippur nos combates noturnos.( HERZOG, 1977). Sobre a classificação dos óculos de visão noturna, a literatura nos mostra a divisão deles em gerações. Este estudo se debruçará sobre os de 3 a e 4a gerações, considerados os mais modernos, segundo The Defense Advanced Research Project Agency (DARPA)1. A guerra do futuro consiste em um conflito que exige a aplicação do poder militar da nação e cujas características exigirão a adoção de novos conceitos, capacidades, técnicas e equipamentos. Significa, genericamente, um cenário futuro a ser prospectado permanentemente. Nesse contexto, a inovação (novos conceitos e/ou tecnologias úteis para aplicação prática) são fundamentais para aumentar o poder militar de uma Nação. Um Equipamento de Visão Noturna (EVN) é um instrumento óptico que permite reproduzir imagens a partir de níveis de luz que se aproximam da escuridão total. São meios de emprego militar usados fequentemente por tropas ao redor do mundo. O EVN incluiu um equipamento completo, incluindo um tubo intensificador de imagem, conjuntos de proteção, em geral resistente à água, e normalmente podem ser encaixados sobre capacetes. Muitos EVN também incluem lentes de sacrifício, que são lentes montadas à frente das lentes principais, a fim de protegêlas, iluminadores infravermelhos e lentes telescópicas. 1 The Defense Advanced Research Project Agency (DARPA) Agência norte-americana para Projetos de Pesquisas Avançadas de Defesa.

32 32 Os primeiros dispositivos de visão noturna militares foram introduzidos pelo exército alemão já em Os primeiros aparelhos foram sendo desenvolvido pela empresa alemã Aus Erfahrung Gut (AEG), a partir de Em meados de 1943, começaram os primeiros testes com equipamentos infravermelhos de visão noturna conhecidos como Nacht Jager. Dispositivos telescópicos montados em veículos blindados alemães Panther. Do final de 1944 até março de 1945, alguns aparelhos montados em Panzerkampfwagen V Panther Ausf G (e outras variantes) 2 foram testados com sucesso. Até o final da II Guerra Mundial, o exército alemão tinha equipado cerca de 50 (ou 63) tanques Panther, empregados em ambas as frentes Ocidental e Oriental, com equipamentos de visão noturna. O sistema homem-portátil "Vampir" ( visto na figura 05) para soldados de infantaria foi usado com rifles de assalto Sturmgewehr 44. O desenvolvimento de sistemas de visão noturna alemão ocorreu em paralelo nos EUA. Os dispositivos de observação noturna infravermelha M1 e M3, também conhecidos como o "sniperscope" ou "snooperscope", foram introduzidas pelo Exército dos EUA na Segunda Guerra Mundial. Foi também usado na Guerra da Coréia, para ajudar os snipers. Eram dispositivos ativos, usando uma grande fonte de luz infravermelha para iluminar alvos. A tecnologia evoluiu muito desde a sua introdução, levando a várias "gerações" de equipamento de visão noturna com desempenho crescente e preço decrescente. Os EVN existem a mais de 70 anos. Eles são classificados por geração. Cada mudança substancial na tecnologia dos EVN normalmente estabelece uma nova geração. 3.2 AS DIFERENTES GERAÇÕES DOS EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA Geração 0 - Os sistemas de visão noturna dessa geração foram largamente utilizados pelo Exército dos Estados Unidos na Segunda Guerra Mundial e na Guerra da Coréia. Esses EVNs normalmente usavam infravermelho (IV) ativo. Isto significa que uma unidade de projeção, chamado de iluminador de IV, é conectada ao EVN. 2 Panzerkampfwagen V Panther Ausf G (e outras variantes) veículos blindados alemães utilzados na II Guerra Mundial

33 33 A unidade projeta um feixe de luz perto do infravermelho, semelhante ao feixe de uma lanterna normal. Invisível a olho nu, esse facho se reflete em objetos e volta para a lente do EVN. Estes sistemas usam um ânodo em conjunto com o cátodo para acelerar os elétrons. O problema com esta abordagem é que a aceleração dos elétrons distorcia a imagem e diminui muito a vida do tubo. Outro grande problema com esta tecnologia em seu uso militar original é que ela foi copiada rapidamente por nações hostis, o que permitiu soldados inimigos usassem seus próprios EVNs para verem o feixe infravermelho projetado pelo dispositivo. Figura 05 Equipamento de visão noturna de geração 0 Fonte: Night Optics USA. Disponível em: < Acesso em: 13 de maio Geração 1 - A próxima geração de EVNs se afastou de infravermelho ativo ao usar o infravermelho passivo. Apelidados Starlight pelo Exército dos EUA, e utilizados em larga escala na Guerra do Vietnã, esses EVNs usavam a luz ambiente fornecida pela Lua e as estrelas para aumentar as quantidades normais de infravermelho refletidas pelo ambiente. Isto significa que eles não necessitavam de uma fonte de luz infravermelha projetada. Isto também significava que eles não funcionavam muito bem em noites nubladas ou sem luar. A Geração 1 de EVN

34 34 usavam a mesma tecnologia tubo intensificador de imagem da Geração 0, com cátodo e o ânodo, de modo que a distorção da imagem e a vida de tubo curto continuavam ainda um problema. Exemplos dessa geração de EVN são os AN / PVS - 2 e PNV 57A. Figura 06 - EVN AN / PVS 2 Fonte: Night Optics USA. Disponível em: < Acesso em: 13 de maio Geração 2 Os dispositivos de segunda geração apresentam um tubo intensificador de imagem melhorado utilizando um fotocatodo 3 resultando numa imagem mais brilhante, especialmente em torno das bordas da lente. Isto leva a um aumento da iluminação em ambientes de baixa luz ambiente, tais como noites sem lua. A amplificação de luz é de cerca de vezes. O maior ganho na Geração 2 é a capacidade de ver em condições de luz extremamente baixas, como uma noite sem luar. Esta sensibilidade aumentada é devido à adição da placa de microcanais para o tubo intensificador de imagem. Sendo assim, as imagens são significativamente menos distorcidas e mais brilhantes do que EVN da geração anterior. Os exemplos são os EVN AN / PVS-4, AN / PVS-5 e PNV 57E. 3 Fotocatodo - dispositivo sensível à luz capaz de emitir elétrons sob a ação de energia radiante ou superfície emissora de elétrons quando iluminada.

35 35 Figura 07 - AN / PVS-5 Fonte : Night Optics USA - Disponível em:< Acesso em: 09 de março Geração 3 - É usada atualmente pelos militares dos EUA e de outros países. Esses EVNs possuem melhor resolução e sensibilidade, quando comparados ao de tecnologia de base de Geração 2. Isso ocorre porque o fotocatodo é feito usando arseneto de gálio, que é muito eficiente na conversão de fótons em elétrons. Além disso, a vida útil do tubo ganhou mais durabilidade. Além disso, a MCP4 é revestida com uma película de barreira de íons para aumentar a vida do tubo. No entanto, a barreira de íons permite a passagem de menos elétrons, diminuindo as melhorias esperadas provenientes do fotocátodo arseneto de gálio. Por causa da barreira de íons, o efeito "halo"5 em torno de pontos brilhantes ou fontes de luz é menor também.a amplificação de luz também é aumentada para cerca de a vezes. O consumo de energia é maior do que os tubos geração 2. Alguns exemplos são: AN / PVS -7, AN / PVS -14, A e CNVS Microchannel plate detector (MCP) dispositivo usado para detecção de elétrons e íons usado para intensificar poucas partículas de fótons em elétrons. 5 Efeito "halo" efeito visual sobre objetos provocando um anel circular sobre pontos luminosos, dificultando sua identificação

36 36 Figura 08 - Exemplo de EVN de 3 geração ( AN / PNVS -14) Fonte: Night Opitcs USA - disponível em:< Acesso em: 09 de março Geração 4 - O que é geralmente conhecido como Geração 4 ou tecnologia "sem película e controlada"6 mostra uma melhora global significativa em ambientes de pouca luz e de alto nível. A remoção da barreira de íons a partir da MCP, que foi adicionada nos equipamentos de Geração 3, melhorou a tecnologia que reduz o ruído de fundo7 e obtendo, portanto, significativa melhora em relação sinal-ruído. Retirar a película de íons permite realmente que mais elétrons atinjam o estágio de amplificação de modo a que as imagens são significativamente menos distorcidas e mais brilhantes. A adição de um sistema de alimentação automática permite que a voltagem do fotocátodo para ligar e desligar rapidamente, permitindo assim que o EVN responda a uma flutuação em condições de iluminação em um instante. Esta capacidade é um avanço crítico nos sistemas EVN, na medida em que permite que o usuário EVN a movimentação rápida de luz sem quaisquer efeitos vacilantes. 6 "Sem película e controlada" - termo utilizado para identificar esta tecnologia que reduz o uso de uma película de barreira de íons para aumentar a vida do tubo. Isto permite a passagem de mais elétrons, aumentando as melhorias esperadas provenientes do fotocátodo arseneto de gálio 7 Ruído de fundo - distorções nas imagens observadas através de equipamentos de visão noturna.

37 37 Por exemplo, considerando o cenário em que um agente usando óculos de visão noturna fica "cego" quando alguém acende uma luz nas proximidades, com o novo recurso de alimentação controlada, a mudança na iluminação não teria o mesmo impacto; o EVN otimizado responderia imediatamente à mudança de iluminação. O Diretório para Sensores Eletrônicos e Visão Noturna, subordinado ao Centro de Pesquisas em Comunicações-Eletrônica, Desenvolvimento e Engenharia do Exército dos EUA é parte do órgão que dita o nome da geração de tecnologias de visão noturna. Embora o aumento do desempenho recente associado com os componentes Geração 3 OMNI-VI-VII8 seja impressionante, o Exército dos EUA ainda não autorizou o uso do nome GEN-IV para esses componentes. Os dispositivos GEN-OMNI III-V-VII, podem diferir dos EVN de Geração 3 de uma ou duas maneiras importantes. Em primeiro lugar, um sistema de fornecimento de energia automático fechado regula a tensão fotocátodo, permitindo que o EVN adaptar instantaneamente às mudanças nas condições de luz. A segunda é uma barreira de íons removidos ou muito diluído, o que diminui o número de elétrons que são normalmente rejeitados pelo Padrão Geração 3 MCP, daí resultando em menor ruído de imagem e capacidade de operar com uma sensibilidade luminosa baixa. A desvantagem uma barreira de íon fino ou removido é a diminuição na vida útil de um tubo de horas que é o tempo médio até a falha (MTTF) para o tipo de Geração 3, para horas MTTF para o tipo geração 4. Enquanto o mercado de vendas de armas e equipamentos bélicos classifica este tipo de sistema como Geração 4, o exército dos Estados Unidos descreve esses sistemas como tubos Generation 3 Autogated (GEN-III OMNI-VII). Além disso, como as fontes de alimentação AUTOGATING 9 podem agora ser adicionadas a qualquer geração anterior de visão noturna, a capacidade de "autogating" não são automaticamente os dispositivos de classe como um GEN-III OMNI-VII. 8 Geração 3 OMNI-VI-VII denominação dada aos EVN de terceira geração que usam o sistema autogating, não clasificados como de 4a geração. 9 AUTOGATING sistema que permite substancial aumento no alcance de detecção de imagens, bem como na resolução, mesmo em ambientes pouco iluminados.

38 38 Quaisquer novas descrições, como: ie, Gen II +, Gen III + não alteram o tipo de geração do dispositivo, mas em vez disso indicam um avanço nos requisitos da especificação original. Os exemplos são: AN / PVS-22 e o NVS Figura 09 - Exemplo de EVN de 4a geração( PVS -14) Fonte: Night Optics USA -Disponível em:< Acesso em: 09 de março A função autogating foi concebida para melhorar a funcionalidade dos EVN em busca de melhor resolução e contraste em todos os momentos. É particularmente adequada para óculos de visão noturna utilizados por aviador, operações em áreas urbanas ou para operações especiais. O autogating é uma característica única que tem como produto final proteger o utilizador de cegueira temporária. Os benefícios do autogating pode ser facilmente vistos não apenas durante as transições do dia-noite-dia, mas também em condições de iluminação dinâmica quando mudam rapidamente de pouca luz às condições de luz alta (acima de 1 lx), tais como iluminação súbita do quarto escuro. A vantagem típica do autogating é melhor sentida quando se observa a pontaria de uma arma após seu disparo. O autogating reduz a cegueira temporária que um tubo BSP padrão iria introduzir, permitindo-lhes manter continuamente "olhos no alvo". 10 AN / PVS-22 e o NVS-22 equipamentos de visão noturna considerados de geração 4

39 39 Observa-se, ainda, o esforço do Exército Brasileiro em atualizar seus meios de observação noturna. Esta iniciativa pode ser descrita pelo esforço do Arsenal de Guerra do Rio de Janerio (AGR) que no dia 13 de março de 2013, concluiu a montagem de 69 monoculos de Visão Noturna (OVN) do tipo LORIS,e de outros 57 binóculos de visão noturna do tipo LUNOS que foram distribuídos a várias unidades operacionais da Força Terrestre, melhorando as condições do combate noturno. O Exército Brasileiro, por intermédio da Comissão do Exército Brasileiro em Washington (CEBW), adquiriu, no exterior, os kits para montagem dos OVN LUNOS e LORIS, da empresa OIP, da Bélgica, que foram recebidos, montados e testados no Arsenal de Guerra do Rio, por pessoal técnico especializado e qualificado, em salas com ambiente controlado. O LORIS é um EVN que utiliza como tecnologia a ampliação de luz residual; alimentado por uma (01) bateria alcalina de 1,5 V AA, tem capacidade de ampliação de 1 vez com ajuste focal da objetiva de 25cm ao infinito e com ajuste focal da ocular de - 6 a + 2 dioptrias11. Figura 10 - Equipe de produção dos óculos de visão noturna do AGR Fonte: AGRJ. Disponível em: < Acesso em: 13 de junho DIOPTRIA unidade de medida da potência de uma lente corretiva (popularmente conhecida como grau). Como consequência, um observador que use óculos para correção visual poderá utilizar o EVN sem eles, regulando a imagem pelo ajuste focal da objetiva do EVN.

40 40 Já o LUNOS é um EVN que é um dispositivo de visão noturna intensificador de imagem, equipado com a objetiva 1X (aumento unitário). Sua operação é passiva: a luz disponível no cenário é eletronicamente intensificada no cenário, no modo que alvos possam ser observados sem qualquer iluminação adicional. Alimentado por duas (02) baterias alcalinas de 1,5 V AA, tem capacidade de ampliação de 1 vez com ajuste focal da objetiva de 0,24m ao infinito e com ajuste focal da ocular de - 6 a + 2 dioptrias. Funciona pelo princípio da intensificação de luz residual. Fornecido com uma objetiva de aumento unitário, sua operação é passiva: a luz residual disponível no ambiente é eletronicamente intensificada, de modo que o cenário pode ser observado sem a necessidade de iluminação adicional. O EVN LUNOS possui, também, uma fonte auxiliar infravermelha na parte frontal para permitir a sua utilização normal, em situações onde a luz ambiente for muito fraca ou estiver indisponível. Figura 11 - Militares do AGR na produção de EVN LUNOS Fonte: AGRJ. Disponível em: < Acesso em: 13 de junho O LUNOS se constitui em duas oculares e uma objetiva. A imagem captada pela lente objetiva é a mesma que chega aos dois olhos. Esses equipamentos sofrem de uma limitação inerente, que é a perda de sensação de espaço. Por outro lado, pelo fato de os dois olhos estarem constantemente sob a mesma quantidade

41 41 de iluminação, causam menos desconforto após muito tempo de uso (uma hora ou mais). Assim, são mais adequados para uso quando o combatente tenha que ficar estático, como em um posto de observação, mas podem ser utilizados para deslocamento, caso seja necessário. Como exemplos pode-se citar o LUNOS IX, de origem belga, que já foi utilizado em missões no Timor Leste e no Haiti por tropas brasileiras EQUIPAMENTOS DE VISÃO TERMAL A tabela 1 (página 26) - códigos dos componentes de observação por prioridade, códigos estes estipulados pelo EME e descritos no escopo do Projeto COBRA, contemplam a aquisição deste tipo de equipamento a ser utilizado pelo combatente brasileiro, que mesmo não estando em prioridade 1, possuem previsão de equiparem o militar do Exército Brasileiro. Sendo assim, este estudo descreve a seguir as características principais dos equipamentos de visão termal. A visão termal é uma tecnologia que utiliza a radiação térmica emitida pelos objetos para formar imagens. A visão termal não é, necessariamente, utilizada para fins de visualização noturna, apesar de ser a principal motivação militar. No meio civil e na indústria, essa tecnologia tem aplicação em áreas bem diversas, como na medição remota de temperatura, monitoramento do aquecimento em linhas de transmissão, manutenção elétrica, manutenção mecânica (visualização do desgaste em rolamentos, por exemplo) e outros. Os equipamentos de visão termal empregam outro tipo de sensor, diferente do infravermelho, que captam a radiação correspondente à faixa do infravermelho médio e distante. Esses equipamentos de visão termal possuem outra classificação em gerações, que não tem qualquer relação com a classificação da visão noturna. Os equipamentos de visão termal são preferíveis aos equipamentos de visão noturna em situações como direção e tiro de viaturas blindadas, por não serem afetados por condições de alta iluminação. Na aviação do Exército, porém, a visão noturna ainda é a tecnologia dominante. Com precisão, um termovisor pode ver as diferentes partes de calor e representar isso como uma imagem (ou thermogram) em uma tela. As diferenças de

42 42 temperatura detectáveis em alguns dos dispositivos mais sofisticados do mundo pode ser tão pequena como 0,01 C. Várias cores podem ser usadas para representar temperaturas diferentes. Por exemplo, quando se observa uma imagem térmica em preto e branco, quanto mais quente o objeto, pode-se representar partes de ste objeto em variedade de cores. Os seres humanos, animais e carros emitem calor e são geralmente mais quentes do que seu entorno, permitindo que o usuário de um termovisor possa identificá-los. Um animal de sangue frio, como uma cobra, torna-se de dificil identificação pois a temperatura de seu corpo se ajusta ao seu ambiente. Como eles detectam radiação, os termovisores não necessitam de qualquer luz visível para produzir uma imagem. Os termovisores podem, até certo ponto, permitirem a observação através da fumaça e detritos, permitindo que se observe a silhueta de pessoas, por exemplo, mesmo nessas condições de fraca visibilidade. Figura 12 - Observação com EVN termal através fumaça Fonte: Military.com. Disponível em:< Acesso em: 09 de março Outra importante característica de equipamentos de visão termal é a possibilidade de observação de objetos ou indivíduos que emitem calor mesmo quando estes estão cobertos por algum tipo de vegetação, o que torna possível o engajamento desses alvos mesmo que encobertos, o que não ocorreria com a utilização de equipamentos de visão noturna tradicionais.

43 43 Figura 13 - Visão noturna e esquerda e termal a direita. Fonte: Military.com. Disponível em:< Acesso em: 09 de março Quando se trata de vigilância, a imagem térmica é uma das ferramentas mais eficazes porque ela funciona igualmente bem, tanto de dia quanto à noite. A imagem infravermelha ou de luz residual é limitada pela sua necessidade de luz e a visão noturna não funciona durante o dia. A chance de ver através da fumaça e neblina também dá a térmica uma vantagem sobre outras técnicas de vigilância. O equipamento ideal seria aquele que pudesse conjugar o melhor de cada tecnologia: visão noturna e termal. Existem pesquisas nessa área, que buscam essa tecnologia conhecida como fusão de imagens. O Exército dos EUA estão se aproximando de tecnologia sem fio que irá conectar uma imagem infravermelha de um EVN a um equipamento de pontaria acoplado a um fuzil para a pontaria de visão noturna. Os primeiros ENV, forneciam imagens térmicas que amplificavam as assinaturas de calor, em vez de simplesmente reforçar a luz visível. Isto significava potenciais ameaças quando ocorriam substanciais contrastes, mesmo através de impedimentos visuais, tais como fumaça. A solução encontrada então foi a ligação desse sistema híbrido, o que permite ao combatente realizar a pontaria sem utilizar o mecanismo de pontaria de seu fuzil. O emparelhamento de equipamentos também melhora o conhecimento da situação através da retenção de campo mais vasto de cerca de 40 graus em comparação com graus do fuzil. ( JAHNER, 2015).

44 44 Figura 14 - Sistema híbrido de visão noturna Fonte: Armytimes.com. Disponível em:< Acesso em: 25 de agosto Com este sistema, um combatente pode ter três tipos de imagens ao emparelhar o óculos de visão noturna com o fuzil, e essas opções podem ser alteradas por meio de um de três botões, de forma remota ou montável no trilho Picatinny: a imagem do entorno da arma sobreposto na visão do EVN, a imagem do fuzil parado no canto, enquanto o resto da vista é do ENV e a imagem do fuzil direto ao EVN, ignorando a imagem ENV mais amplo. As duas últimas opções poderia ser particularmente úteis em ver e fotografar em torno de objetos, sem expor a cabeça de um combatente ou seu corpo. Outros recursos: O alcance das imagens térmicas do FWS-I 12 aumentou para metros, para além dos 550 metros de modelos mais antigos. Isso se estende além do alcance da utilização eficaz dos rifles carabina M-4 e M-16. Essa capacidade, permite que combatentes possam ver um inimigo e engajá-lo o mais longe possível. 12 FWS-I Family of Weapons Sight Individual - sistema de pontaria integrado desenvolvido pela empresa norteamericana BAE Systems.

45 45 A atual sistema de montagem sobre o capacete será capaz de receber o sistema de montagem do novo ENVG-III. A bateria-processador irá ser capaz de equilibrar a câmara na parte da frente do capacete. A transmissão sem fio de arma para o capacete oferece baixa possibilidade de detecção, devido ao seu curto alcance e baixo poder de emissão de ondas eletromagnéticas, só sendo possível detectar o equipamentos a poucos metros de distância. Após exposto o breve histórico, bem como as principais características das gerações dos equipamentos de visão noturna, aprofundaremos os estudos nos de terceira e quarta gerações, pois são o objeto desse estudo. Vale ressaltar que estes equipamentos resultam no que há de mais moderno, podendo assim servir ao COBRA. A atenção deste trabalho voltar-se-á ao estudo das características inovadoras ou melhoradas dessas tecnologias, retendo-se as de apllicação no campo militar. Face ao exposto, observa-se o que os equipamentos deste estudo trazem as seguintes vantagens tecnológicas: tecnologia autogating, diminuição do efeito de halo, melhor ergonomia, maior duração de vida útil do EVN, melhoria no contraste, melhor resolução, melhor sensibilidade, redução do ruído de fundo, maior alcance de observação, imagens mais nítidas, melhor uso da luz residual, reduzido uso de infravermelho, maior durabilidade e confiabilidade. Sobre estes itens descritos, pretende-se determinar quais tem consequências significativas para a evolução doutrinária das Operações do EB, estudo que será discutido no capítulo seguinte. 3.4 CONCLUSÕES SOBRE AS INOVAÇÕES/MELHORIAS DAS NOVAS GERAÇÕES DE EVN. Do estudo dos EVN descritos anteriormente, depreende-se que as novas tecnologias desses MEM apresentam as seguintes inovações/ melhorias:menor peso; maior durabilidade; maior confiabilidade; maior alcance de observação; incorporação do efeito autogating; maior nitidez; maior disponiibilidade de dioptrias; maior campo de visão; melhor utilização da luz residual; melhor ergonomia; melhor sensibilidade; redução do ruído de fundo; e reduzido uso do infravermelho;

46 46 Sendo assim, este estudo avaliará de que forma essas inovações e ou melhorias podem interferir na maneira de combater do COBRA, com vistas a propor reflexos sob a Doutrina Militar Terrestre atualmente em vigor, estudo este que será realizado no capítulo seguinte.

47 47 4. CONSEQUÊNCIAS PARA A DOUTRINA MILITAR TERRESTRE DA ADOÇÃO DE EQUIPAMENTOS DE VISÃO NOTURNA DE 3 a e 4a GERAÇÃO APLICADOS NO PROGRAMA COBRA 4.1 GENERALIDADES As bases para a Transformação do Exército Brasileiro, aprovadas pela Portaria Nº 197-EME, de 26 de setembro de 2013, descrevem que a Força Terrestre deve ser dotada de armamentos e de equipamentos com alta tecnologia agregada, sustentada por uma doutrina em constante evolução, integrada por recursos humanos altamente treinados e motivados, com o objetivo de integrá-la a Era do Conhecimento. Aspectos relacionados à dimensão humana (atividades, ações, comportamentos e peculiaridades de indivíduos ou grupos humanos) têm conduzido a significativas mudanças na atuação do combatente e na forma de lidar com a população das áreas conflagradas, com reflexos não só no armamento e equipamento empregados, mas também na forma de combater. A presença da população e de uma miríade de outros atores dificulta a identificação dos contendores e aumenta a possibilidade de danos colaterais decorrentes das operações militares. Isso não quer dizer que a letalidade de um Exército deva ser reduzida, mas que ela deve ser seletiva e efetiva. As novas tecnologias e sua proliferação quando aplicados às funcionalidades de combate e os novos recursos tecnológicos acessíveis à sociedade passaram a exercer influência direta no planejamento e na condução das operações militares. Dessa realidade, decorrem: o surgimento de novos sistemas e plataformas militares com alta tecnologia agregada; a ampliação da vulnerabilidade tecnológica de sistemas vitais para as forças armadas; a facilidade de permanente acompanhamento e o maior poder de influência dos diversos atores sobre as operações em curso; e a facilidade de acesso à tecnologia por atores aparentemente mais fracos, fatores que os tornam ameaças a considerar como: Letalidade Seletiva - As forças militares devem ser capazes de engajar alvos de natureza militar, com uma resposta proporcional à ameaça, mitigando os efeitos colaterais. Possuir letalidade seletiva implica possuir sistemas de armas precisos o

48 48 bastante para preservar a população e as estruturas civis Aproximação dos níveis de planejamento e condução das Operações - A incorporação de tecnologias ampliou a consciência situacional em todos os níveis de planejamento e condução das operações, possibilitando o controle de ações táticas por autoridades situadas nos níveis mais altos. Da mesma forma, as ações individuais ou de frações elementares podem repercutir consideravelmente nos níveis político, estratégico e operacional Doutrina - Este fator é base para os demais, estando materializado nos produtos doutrinários. Por exemplo, a geração de capacidades de uma Unidade inicia-se com a formulação de sua Base Doutrinária, que considera a gama de missões, atividades e tarefas que essa Unidade irá cumprir, em operações Material - Compreende todos os materiais e sistemas para uso na F Ter, acompanhando a evolução de tecnologias de emprego militar e com base na prospecção tecnológica. É expresso pelo Quadro de Distribuição de Material dos elementos de emprego e inclui as necessidades decorrentes da permanência e sustentação das funcionalidades desses materiais e sistemas, durante todo o seu ciclo de vida (permanência no inventário da F Ter). A Força Terrestre está incorporando capacidades com tecnologia agregada que irão inseri-la definitivamente na Era do Conhecimento. A obtenção dessas capacidades é tanto uma consequência da evolução doutrinária quanto um gerador de necessidades em novas capacidades e, portanto, em novos Produtos Doutrinários. É correto afirmar que o uso de alta tecnologia pelos exércitos não oferece, por si só, a solução para todos os problemas militares. Não obstante a evolução tecnológica dos meios de combate, o homem o combatente terrestre, em particular continua a ser fator primordial para engajar e derrotar forças terrestres oponentes, conquistar resultados decisivos e controlar a narrativa na área das operações, criando condições para que seja alcançado o Estado Final Desejado em uma operação. (BRASIL, EME, SISTEMA DE DOUTRINA MILITAR DO EB, 2014) O Plano de Desenvolvimento da Doutrina Militar Terrestre prevê a existência do Programa de Condicionantes Doutrinárias e Operacionais (PCONDOP) programa que estabelece as Condicionantes Doutrinárias e Operacionais (CONDOP) dos

49 49 Produtos de Defesa/Materiais de Emprego Militar previstos nos Quadros de Dotação de Material (QDM) a serem elaborados/revisados no período considerado. Para o biênio , o PCONDOP prevê, em segunda prioridade, a elaboração das Condicionantes Doutrinárias e Operacionais do COBRA, onde estão inseridos os equipamentos de visão noturna. Figura 15 PCONDOP Fonte: EME, Plano de Desenvolvimento da Doutrina Militar Terrestre As CONDOP, previstas no EB20-IR , 1ª Edição, 2014, constituem o documento inicial para modelagem conceitual e servem de base para a elaboração/revisão dos requisitos dos Materiais de Emprego Militar (MEM). Consideram as condicionantes doutrinárias de emprego e as características gerais obrigatórias e desejáveis de operação do sistema ou material a ser obtido. Elas contém os parâmetros que definem o emprego e o desempenho esperado de determina o MEM, considerada a Doutrina Militar Terrestre. Esse documento constitui a base para a elaboração dos Requisitos Operacionais Básicos (ROB). O Art.37 das Instruções Reguladoras da Sistemática para Elaboração/Revisão de Condicionantes Doutrinárias e Operacionais (EB20-IR ), 1ª Edição, 2014, em linhas gerais, a escrituração das condicionantes operacionais de um sistema ou MEM deverá abordar: o desempenho operacional (individual ou coletivo) esperado, decorrente das funções e dos efeitos desejados para o sistema ou material; o ambiente operacional no qual será empregado; as capacidades a serem alcançadas

50 50 com seu emprego; as missões e tarefas a serem realizadas; as ameaças reais ou potenciais ao seu desempenho; as restrições de ordem tecnológica, material ou humana que possam limitar sua operação; e outras informações julgadas úteis. 4.2 AS CONDOP PARA OS EVN Doutrinárias Da analise dos conflitos atuais, verifica-se um incremento das operações assimétricas tanto de dia quanto de noite. Uma das dificuldades do combate, neste tipo de cenário, é a coexistência da população civil com as forças adversas, sendo que na maioria dos casos não é possível se fazer distinção entre ambos. Como consequência, os planejadores e executantes de todos os níveis devem evitar ao máximo os danos colaterais, o que tem sido auxiliado pela evolução dos equipamentos e armamentos, que permitem cada vez mais ações com precisões. A fim de garantir a precisão, a segurança individual e proporcionar resultados decorrentes do efeito de surpresa e com possibilidades mínimas de danos colaterais a pessoal civil e instalações, os combatentes devem possuir equipamentos de observação e pontaria que permitam ações diurnas e noturnas, mesmo em condições de visibilidade restrita. O desenvolvimento e a utilização de EVN aumentam consideravelmente as possibilidades táticas dos exércitos no desenvolvimento de ações durante períodos de visibilidade restrita, reduzindo assim medidas restritivas de controle e a possibilidade da adoção de planos menos minuciosos do que no passado. O alcance a eficiência dos modernos EVN permitem, atualmente, realizar operações militares, em condições de baixa luminosidade, refletindo no ritmo das operações, aproximando as operações noturnas com as diurnas. A possibilidade de continuidade de operações de noite proporciona ao comandante uma vantagem decisiva sobre forças inimigas menos adestradas e equipadas para tais operações. Os recentes conflitos bélicos, dentre eles a Guerras do Golfo (1990), a Guerra do Kosovo (1999) e a do Iraque (2011) dão ideia da intensificação das operações noturnas. A demora em se implementar a valorização da atual capacidade para combater a noite poderá causar sérios retardos em se adaptar o

51 51 combatente ao material e as técnicas resultantes Operacionais Os óculos de visão noturna devem proporcionar ao combatente, durante operações com visibilidade restrita, realizar operações como patrulhas de combate e reconhecimento, condução de viaturas, condução do tiro, designação de alvos, leituras de cartas e documentos operacionais, manutenção de armamento e MEM, aplicação de primeiros socorros, lançamento de obstáculos, dentre outras. Devem ainda, ser compactos, robustos, confiáveis, leves, proporcionar imagem com a maior claridade possível, nítida, brilhante e com contornos definidos. Seu uso constante não deve proporcionar grande fadiga ao combatente bem como proporcionar o máximo de comodidade. Deve ainda ter baixíssima assinatura óptica visível ou invisível e do espectro eletromagnético. Considerando a discriminação de alvos, chegam-se as seguintes definições: Detecção presênça ou ausência de alvo; Reconhecimento discenirmento da classe a qual o alvo pertence ( exemplo: edificação, viatura, pessoa, etc) Identificação descrição do alvo no limite do conhecimento do observador ( exemplo: tipo de viatura, tipo de armamento, militar, etc). Nesse nível, o alvo está completamente identificado, podendo-se classificá-lo como amigo ou inimigo, entre outras características, com segurança suficiente para cumprir a missão. Da observação das diversas condicionantes doutrinárias descritas na letra anterior, verifica-se que os combatentes individuais devem atuar com precisão elevada, a fim de evitar danos colaterais, tanto de dia quanto de noite. Desta maneira, decorre que o COBRA deve ser dotado de EVN, sejam eles de luz residual ou térmicos, capazes de atender este a quesito. No que se refere ao tiro e, segundo a Portaria N o 088 EME/Res de 03 de outubro de 2011, o optrônico deve permitir acoplamento mecânico aos armamentos no Exército Brasileiro, com precisão para a identificação de alvos dentro de distância de segurança para cada tipo de operação conforme tabela abaixo.

52 52 NÍVEL MISSÃO IDENTIFICAÇÃO RECONHECIMENTO DETECÇÃO Assalto 20m 40m 100m Caçador 100m 150m 250m - 400m 800m Observação Tabela 2 Distância de segurança para cada tipo de operação Fonte: EME - Portaria No 088 Res de 03 de outubro de Da análise do Teatro de Operações sul-americano, onde espaços são consideráveis e os exércitos possuem efetivos reduzidos, não se pode ignorar as vantagens da surpresa, da economia de forças e, sobretudo, da diminuição das perdas na execução do combate noturno, quando se dispõe de tropas adestradas e equipadas com EVN modernos. Do estudo das CONDOP extraem-se os ROB que servirão de base para este estudo, uma vez que servirão de referencial de comparação entre o que o EB deseja em termos de EVN com as características dos novos EVN. São eles: 1) utilizar como princípio de funcionamento a ampliação de luz residual; 2) operar com luz ambiente desde noites com céu nublado até o brilho de noites de lua cheia sem nuvens; 3) possuir fonte auxiliar que permita a utilização de equipamento em local fechado, em condições de ausência de luz ambiente, para utilização em trabalhos a curta distância; 4) possuir sistema ou dispositivo que evite danos, temporários ou permanentes, na visão do usuário, provocados por aumentos eventuais e bruscos da luminosidade, conseqüente de explosões, cargas de projeção de foguetes, granadas iluminativas, faróis de viaturas, etc; 5) não limitar a liberdade de movimento ou a capacidade de combate do operador, durante a utilização e o transporte; 6) permitir ao usuário, quando em operação, ter as mãos livres para realização de outras tarefas, tais como dirigir viaturas, primeiros socorros, leitura de cartas, manutenção, patrulhas, etc; 7) não emitir ruídos ou sinais luminosos, durante o funcionamento, em freqüência perceptível ao homem ou animais;

53 53 8) ser possível a sua operação e manutenção sob quaisquer condições climáticas e do terreno na América do Sul; 9) possuir índice de disponibilidade superior a 90%; e 10) possuir sistema de vedação que impeça a fuga de luz visível pelos óculos, evitando sua detecção quando em operação. 4.3 REFLEXOS PARA A DMT DAS NOVAS CAPACIDADES DOS EVN Menor peso Os EVN mais modernos possuem peso reduzido que podem chegar a poucos 323g no caso do monóculo LORIS MK6 (BRASIL, 2011). Isto representa a possibilidade de uso prolongado destes equipamentos evitando a fadiga prematura do combatente. Destaca-se que o uso desses equipamentos é largamente empregado com ele acoplado ao capacete do combatente ou apoiado sobre sua cabeça, através de uma máscara facial, adicionando assim sobrepeso nesta parte de seu corpo. Figura 16 Diferentes EVN acoplados ao capacete Fonte: Parush, Gauthier, Arseneau e Tang,The Human Factors of Night Vision Goggles: Perceptual, Cognitive, and Physical Factors, Estudos de Avi Parush, Michelle S. Gauthier, Lise Arseneau and Denis Tang em seu artigo The Human Factors of Night Vision Goggles: Perceptual, Cognitive, and Physical Factors (2011), indicam que o posicionamento dos EVN modificam o centro de gravidade, ocasionando a geração de força física adicional para suportar este peso. Como resultado, tensões musculares na região do pescoço

54 54 e dores de cabeça são relatados por combatentes que utilizam EVN por uso prolongado. A redução do peso, portanto, proporciona maior durabilidade em operações para os combatentes, refletindo na maior disponibilidade de pessoal em ação Maior durabilidade e confiabilidade Os EVN mais modernos possuem vida útil superior aos mais antigos. Estimase que estes equipamentos durem cerca de h, quando observadas sua manutenção periódica.(demenecis E CORDEIRO, 2001) Os reflexos para a DMT é a possibilidade de emprego de EVN mais rústicos e duráveis, permitindo o uso desse MEM por mais tempo, reduzindo necessidades de ressuprimento constante dele. As características de durabilidade e funcionabilidade de seus recursos transmitem aos EVN de 3a e 4a gerações maior confiabilidade durante seu uso. Isto significa dizer que o combatente pode contar com um MEM eficaz e eficente em suas ações, permitindo identificar alvos com maior precisão Maior alcance de observação Os estudos de DEMENECIS E CORDEIRO, indicam que a 4ª geração de EVN aumentou consideravelmente o alcance e a resolução dos equipamentos, sobretudo em condições de baixa iluminação. A vantagem principal dessa melhoria é a de perceber alvos cada vez mais distantes, possibilitando engajá-los prematuramente Incorporação da função autogating A função autogating é a inovação mais significativa dos novos EVN. Esta medida permite que o EVN possa ser utilizado em condições de baixa visibilidade bem como durante momentos de extrema luminosidade, como explosões de granadas, tiro de armas ou luzes de ambientes acesos. Essa inovação permite ao combatente utilizar o EVN, por exemplo, em ambientes confinados, que mesmo após a exposição de iluminação intensa, não alterará seu uso, permitindo ao combatente continuar utilizando o EVN sem a necessidade de retirá-lo, evitando cegueira temporária.

55 Maior qualidade da imagem Ganhos com a nitidez, a sensibilidade e o contraste trazem aos EVN melhores imagens ao seu usuário. Pode-se distinguir assim um objeto em relação ao cenário no qual está inserido. Como os equipamentos de visão noturna operam também na faixa do infravermelho próximo, objetos com baixo contraste com relação a um cenário de árvores, por exemplo, são percebidos mais claramente com o auxílio de um equipamento de visão noturna do que a olho nu. Essas possibilidades dos novos EVN permitem ao combatente, em última análise, a identificação exata do alvo que está engajando. O resultado é o ganho na qualidade da informação adquirida, bem como o ganho em letalidade, uma vez que pode engajar alvos previamente reconhecidos e com maior precisão. Destaca-se aqui os EVN que usam fontes termais, sendo estes mais precisos que os EVN de luz residual quando o assunto é o da identificação de alvos Maior campo de visão Os novos EVN possuem um campo de visão que, normalmente, se aproximam de 40o. Alguns, como os Panoramics Vision Googles (PNVGs), ou óculos de visão noturnos panorâmicos, largamente utilizados por pilotos ou tropas especiais possuem campos de visão maiores, de cerca de O campo de visão ampliado permite ao combatente enxergar seu entorno de maneira eficaz, proporcionando maior capacidade de enxergar em seu entorno. Em posições estáticas, como em postos de vigilância, um combatente pode fazer uso dessa possibilidade para vigiar uma área maior Melhor ergonomia Os modernos EVN procuram ser desenvolvidos de forma a dotar o combatente de um material que permita conforto e praticidade de seu uso. Neste sentido, os estudos de Avi Parush, Michelle S. Gauthier, Lise Arseneau e Denis Tang indicam que os de 3a e 4a gerações trazem inovações como regulação da distância interpupilar, da distância ao olho, redução do peso, entre outros. Essas mudanças facilitam a utilização desses MEM por parte dos combatentes tornando-os mais confortáveis. Como consequência, reduz-se sua fadiga de uso, proporcionando maior duração do combatente em ação por mais tempo utilizando o EVN.

56 Redução do efeito de halo Um dos efeitos causados por de luzes externas, quando se observa objetos por EVN, é o que se chama halo. Áreas muito iluminadas podem saturar EVNs, aumentando o brilho momentaneamente, podendo cegar o usuário temporariamente. Se a área de luz brilhante é um ponto pequeno (como um poste iluminado em uma rua), em seguida, ele aparecerá como um "halo"em torno da luz, uma área circular de brilho aumentado, que conduz a uma perda de contraste na imagem circundante e estimativa errada do tamanho e da distância (Reising, Martin, & Martin, 1997; Thomas et al., 2005). Figura 17 Efeito de halo originado por luzes de um carro, observado por um EVN de 3 a geração Fonte: Avi Parush, Michelle S. Gauthier, Lise Arseneau and Denis Tang, Reviews of Human Factors and Ergonomics 2011 Como os EVN das novas gerações tem tecnologias que reduzem este efeito, as consequências para o usuário é a diminuição de distorções nas imagens observadas e a anulação da cegueira temporária. Sendo assim, pode-se utilizar o EVN por mais tempo e em locais que possuam iluminação artificial sem comprometer a eficácia do EVN.

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