O Governismo na Política Brasileira
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- Nathalia Belo Canela
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1 Federal University of Rio Grande do Sul, Brazil From the SelectedWorks of Paulo S. Peres 2013 O Governismo na Política Brasileira Paulo S. Peres, Federal University of Rio Grande do Sul, Brazil Available at:
2 Fragmento de texto que será Capítulo de um Livro a ser Publicado em 2013 O Governismo na Política Brasileira Paulo Peres Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS Departamento de Ciência Política Programa de Pós-Graduação em Ciência Política Introdução U m dos fenômenos que se tornam cada vez evidentes na política é o governismo. Por governismo devemos entender um comportamento partidário que tem como objetivo principal a participação no governo, de algum modo. Nos regimes democráticos, para estar no governo, de algum modo, os partidos têm dois caminhos possíveis: (1) ou conquistam o Poder Executivo por meio da vitória eleitoral (2) ou procuram aderir à coalizão partidária que dá apoio ao Executivo no Legislativo. O governismo corresponde a adoção de uma estratégia que consiste em trilhar o segundo caminho. Ou seja, o governismo é uma estratégia possível para que um partido possa participar do governo numa situação em que ele não é o titular do Poder Executivo. Ao mesmo tempo, essa é a motivação crucial com a qual o governo poderá contar para tentar obter algum grau satisfatório de governabilidade, afinal, sempre que possível, os partidos tenderão a preferir fazer parte da coalizão de governo. 1 Mas, qual a razão dessa ambição governista? Ocorre que estar no governo traz vantagens óbvias, como a ocupação de cargos estatais, a garantia do controle de verbas e políticas públicas as mais variadas, influência e prestígio, e assim por diante. O controle de tais recursos, por sua vez, pode ser revertido em votos e, assim, suprir a organização dos meios necessários à sua sobrevivência e até promover seu crescimento. Se cresce, o partido detém maior número de cadeiras legislativas e cargos executivos, o que significa que aumenta seu poder no parlamento e seu peso nos mercados eleitorais de estados e municípios. Com isso, consegue negociar mais cargos e recursos, e, às vezes, até conquistar a posição de seu maior interesse: o Executivo. Tudo isso, obviamente, tem efeito retroalimentado. Portanto, ser governista pode significar a entrada num ciclo virtuoso que garante emprego, renda e poder aos partidários. 1 Sobre esse poder de atração que os recursos governamentais exercem sobre os partidos, ver: Katz and Mair (2002, 1995). 2 Sobre as mudanças estruturais na Europa confira Mair (1997), Bartolini and Mair (1990) e Inglehart (1977, 1990). 3 Para maiores detalhes sobre tais aspectos confira Katz and Mair (2002, 1995, 1993). 4 Esse debate foi iniciado por Abranches (1988) e desenvolvido pela área de estudos legislativos, por Figueiredo e Limongi (1998), Santos (2003), entre outros. Para provar a eficácia do presidencialismo de coalizão na geração de governabilidade para o Executivo diante do Legislativo, os pesquisadores recorreram à mensuração da disciplina partidária, a qual apreende a coesão dos votos dos parlamentares em relação às indicações de posicionamento das lideranças de -1-
3 Não por acaso, esse é um fenômeno vem chamando a atenção dos pesquisadores de política comparada que se dedicam a analisar as democracias europeias. Segundo eles, em decorrência das recentes mudanças nos ambientes eleitoral e social daqueles países, 2 suas organizações partidárias evoluíram no sentido da formação de uma espécie de cartel que controla a máquina estatal para extrair seus recursos. Trata-se do surgimento de um novo tipo de organização partidária, o cartel party, orientado à busca de cargos e verbas estatais e, por isso, com maior ênfase no que foi denominado party in public office, ou seja, o investimento do partido na captura dos recursos do Estado. Em realidade, essa evolução ter-se-ia mostrado inevitável nas democracias representativas, dependentes dos partidos, uma vez que a participação no governo se tornou algo crucial para a sobrevivência da organização partidária contemporânea, com seus políticos profissionais, sua burocracia altamente especializada e volumosa e seus assessores de alto custo, como os profissionais de relações públicas e de marketing, os publicitários, os jornalistas, economistas, cientistas políticos, etc. 3 Ademais, esse fenômeno seria sobejamente favorecido por certos desenhos constitucionais. Em sistemas eleitorais proporcionais e pluralistas haveria incentivos ainda mais fortes para o governismo, uma vez que existiriam mais espaços de poder a serem ocupados. Paralelamente, seria necessária a formação de coalizões partidárias para a obtenção de maiorias legislativas capazes de proporcionar governabilidade ao Poder Executivo. Juntando-se as duas peças, temos aí montado o quebra-cabeças do governismo contemporâneo. Inclusive, esse é o caso do Brasil, onde os governos formados a partir da Constituição democrática recente tiveram que recorrer às coalizões partidárias para a obtenção de governabilidade, o que veio a ser denominado presidencialismo de coalizão. 4 Sob tal perspectiva, minha intenção neste texto é analisar o governismo no processo democrático brasileiro recente, a partir das informações contidas no banco de dados organizado e disponibilizado publicamente pelo Estadão Dados, na plataforma virtual interativa chamada Basômetro. 5 Conforme será mostrado, 2 Sobre as mudanças estruturais na Europa confira Mair (1997), Bartolini and Mair (1990) e Inglehart (1977, 1990). 3 Para maiores detalhes sobre tais aspectos confira Katz and Mair (2002, 1995, 1993). 4 Esse debate foi iniciado por Abranches (1988) e desenvolvido pela área de estudos legislativos, por Figueiredo e Limongi (1998), Santos (2003), entre outros. Para provar a eficácia do presidencialismo de coalizão na geração de governabilidade para o Executivo diante do Legislativo, os pesquisadores recorreram à mensuração da disciplina partidária, a qual apreende a coesão dos votos dos parlamentares em relação às indicações de posicionamento das lideranças de seus respectivos partidos. Desse modo, poderíamos dizer que a mensuração da disciplina partidária, de certo modo, dava algum parâmetro para o dimensionamento do governismo da base de apoio legislativo ao Executivo. Para uma análise de revisão crítica dessa literatura, ver Peres e Carvalho (2012). 5 Essa é uma iniciativa digna de nota, pois seu resultado traz uma contribuição realmente significativa para a democracia brasileira. Se, conforme um dos principais teóricos da democracia -2-
4 no período coberto pelos dados, de fato, o governismo é a tônica dominante, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado. Para encerrar, discutirei algumas questões mais gerais a respeito do fenômeno do governismo nas democracias contemporâneas. As Bases Institucionais do Governismo Brasileiro Num discurso proferido em 24 de Março de 2004, o então Presidente Lula concluiu o seguinte: o bom de ser governo [vai] do dia em que você é eleito até a posse. Depois, são só problemas. Tal afirmação já era em si curiosa, uma vez que era proferida por um governante que parecia estar bem confortável com seus sapatos ; mas, era mais do que isso, era sobejamente contraditória, afinal, nunca antes na história deste país tivemos alguém que lutou com tanta tenacidade para chegar ao posto mais elevado do governo. A contradição fica ainda maior quando, pouco tempo depois como, aliás, já era esperado ele resolveu lançar-se candidato à reeleição, e acabou tendo que lidar com mais quatro anos de problemas. Mas, a contradição ganhou volume extra quando o próprio Lula, já constitucionalmente impedido de concorrer outra vez ao cargo, fez verdadeiro cavalo-de-batalha para impor, dentro de seu partido, a candidatura de Dilma Roussef para substitui-lo. Vitorioso, o PT assegurou outros quatro anos de governo ou de problemas, conforme o aforismo do ex-presidente. Obviamente, não restam dúvidas de que, mantidas as condições de temperatura e pressão entenda-se popularidade pessoal e aprovação de seu governo, a Presidente Dilma certamente também buscará a reeleição. Contudo, não nos enganemos, essa avidez pelo governo não se restringe apenas a Lula e ao PT. O PSDB, por exemplo, está no governo do estado de São Paulo praticamente desde o final da transição democrática, e ainda não há sinais visíveis de que deixará essa posição num futuro breve. Os próprios tucanos foram os que mais se empenharam na aprovação da emenda constitucional que tornou possível o estatuto da reeleição para os cargos executivos. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso foi o primeiro beneficiário dessa mudança nas regras do jogo, duplicando sua estadia no Palácio do Planalto. O mesmo do século XX, Robert Dahl (cf. Dahl, 1997), um dos requisitos fundamentais desse regime político é o acesso à informação, e especialmente à informação sobre o governo, disponibilizar para o público uma massa de dados tão importante sobre o comportamento parlamentar, e ainda de maneira aberta e interativa, seguramente colabora para o funcionamento mais efetivo desse regime político. Por meio do Basômetro é possível acompanhar, de forma dinâmica, as votações dos deputados, senadores, partidos, bancadas em relação aos projetos de interesse do governo, tendo uma ideia mais clara da consistência e da coerência dos governistas e da oposição. Tais informações são relevantes para qualquer cidadão numa democracia. -3-
5 arrebatamento pelo governo se aplica aos demais partidos, desde os grandes até os pequenos, sejam eles de esquerda, centro ou direita. Bastaria conferir a história eleitoral de cada estado e município brasileiro para constatarmos que políticos individuais e partidos permanecem nos governos em cada um desses níveis da federação o máximo possível, ou à testa do Executivo ou como integrante da coalizão partidária pró-governo. 6 Tampouco o governismo é um fenômeno recente na realidade política brasileira. Mesmo desconsiderando o período imperial, quando ser saquarema ou luzia era indiferente, já é possível identificar essa estratégia na solução mandevilleana que Campos Salles encontrou para o problema da cooperação dos partidos estaduais no Legislativo, trazendo certa estabilidade e governabilidade para o Poder Executivo. 7 Ao mesmo tempo em que recorria a barganhas pouco recomendáveis e expedientes nada honestos, como a degola, 8 num sistema eleitoral amplamente aberto às manipulações e fraudes, essa política dos estados ou dos governadores, juntamente com o mecanismo coronelista nas bases eleitorais, 9 impôs o governismo não apenas com estratégia dominante, mas como a única capaz de garantir alguma efetividade aos partidos daquele período. Portanto, já na Primeira República, o governismo possibilitou a governabilidade, induzido pelas cooptações, manipulações e punições a quem se atrevesse a fazer oposição aos Executivos nacional e estaduais. No contexto da atual democracia brasileira, a solução para a cooperação entre Executivo e Legislativo também envolve o incentivo ao governismo. Esse incentivo está relacionado com o fato de que o Poder Executivo, que detém recursos imprescindíveis aos partidos, é identificado com o governo. Grosso modo, o governo compreende a arena ou o espaço político-institucional no qual são disponibilizados aos seus titulares poder e recursos para a administração estatal, a produção de legislação e seu enforcement, assim como a formulação, execução e fiscalização de políticas públicas. Quem está no governo tem tais recursos à sua disposição. É claro que, entendido dessa forma, o governo abrange os tradicionais três poderes constitucionais Executivo, Legislativo e Judiciário, mas, na 6 Analisando as coligações eleitorais nas eleições municipais, Dantas (2007) trouxe dados surpreendentes que evidenciam esse comportamento governista de todos os partidos. No nível local, inclusive, alianças consideradas impensáveis no nível federal, como entre o PT e o PFL/DEM, por exemplo, foram seladas para se tentar garantir ou a conquista ou a manutenção do governo, assim como a participação nele como membro da coalizão governamental. 7 Essa estratégia de indução do governismo por Campos Salles foi analisada argutamente por Lessa (1998), que sugeriu enquadrá-la nos moldes da fábula das abelhas, de Bernard Mandeville. 8 Sobre a degola, ver Carvalho (2001) e Ricci and Zulini (2012). Estes dois últimos autores trazem dados mais acurados e fazem uma interpretação não-convencional da utilização do mecanismo da degola. 9 Sobre o mecanismo coronelista, confira a obra clássica de Leal (1997). -4-
6 prática, em virtude do Poder Executivo sempre ter a prerrogativa de dispor ou de controlar os recursos mais preciosos, e em maior quantidade, entende-se, usualmente, que governo é sinônimo de Poder Executivo. Por sua vez, o Poder Executivo compreende uma pirâmide de poder em termos de recursos, como cargos, verbas, prerrogativas, prestígio, liderança, etc. Essa pirâmide está configurada da seguinte maneira, de forma ascendente. O Executivo municipal tem mais recursos do que o Legislativo municipal, mas menos recursos do que o Executivo estadual. Este tem mais recursos do que o Legislativo estadual, mas menos recursos do que o Executivo nacional, que, por sua vez, tem mais recurso do que todos os Legislativos e demais Executivos. Então, a conquista do Poder Executivo dá direito a uma série de recursos cobiçados por todos os partidos, e, conforme o Executivo conquistado, ter-se-á mais poder, na forma de recursos assimétricos, sobre os outros poderes e, consequentemente, sobre os outros partidos. Nesse jogo, o Executivo nacional é o prêmio máximo, e o governo, repito, é identificado com o Executivo, convertendo-se no centro de gravidade em torno do qual orbitam os partidos. 10 Paralelamente ao fato generalizável de que o Poder Executivo exerce um efeito atrativo sobre os partidos, temos ainda, no caso brasileiro, a existência de dois incentivos constitucionais para a manifestação atual do governismo: o sistema eleitoral-partidário e a forma de governo. 11 No presidencialismo, forma adotada no Brasil, a conquista do Executivo independe do aval do Legislativo. O Presidente da República é eleito diretamente pela população e, com base nisso, assume o governo mesmo nos casos em que seu partido seja minoritário no Parlamento. No parlamentarismo, o chefe do Executivo depende da maioria legislativa, pois sua ascensão ao cargo é promovida não diretamente pelo voto popular, mas sim pela vontade majoritária do Parlamento. Então, em princípio, no parlamentarismo, primeiramente, o Legislativo forma uma maioria, que pode ser a de um único partido ou de uma coalizão partidária, e, depois, institui o Executivo e seu gabinete ministerial. No presidencialismo, ao contrário, o Executivo é 10 percebido por esse ângulo, o governismo também pode abarcar o padrão de relações federativas; ou seja, essa estratégia de comportamento pode ocorrer tanto no eixo vertical como no horizontal do desenho constitucional algo que teria caracterizado a chamada política oligárquica da Primeira República brasileira. Quando tais relações se estabelecem entre executivos diferentes, podemos dizer que temos um governismo federativo, baseado na assimetria de poder, principalmente econômico, envolvendo, por ordem hierárquica decrescente, os executivos nacional, estaduais e municipais. Esse é um governismo que se estabelece no eixo vertical dos desenhos constitucionais. No eixo horizontal, temos um padrão de governismo que se estabelece entre os poderes Executivo e Legislativo, mas que pode caracterizar-se também ao longo do eixo vertical Legislativo e Executivo nacionais, estaduais e municipais podem apresentar tal padrão. 11 Sobre as distinções e efeitos institucionais das formas de governo presidencialista e parlamentarista e dos sistemas bipartidário e multipartidário ver Shugart and Carey (1992). -5-
7 empossado antes da formação do governo, pois sua legitimidade deriva dos eleitores e não do Parlamento. O governo, assim, é formado depois que o Executivo é instituído. Ou seja, no parlamentarismo, o Executivo é o produto da formação de governo; no presidencialismo, a formação do governo é produto da ação do Executivo. Esse processo de formação de governo, por sua vez, interage com o formato do sistema eleitoral-partidário. Em países bipartidários, governos tanto presidencialistas como parlamentaristas terão poucos incentivos para investir no governismo, pois as recompensas para as cooptações para alianças são praticamente inexistentes. Com apenas dois grandes partidos com pesos significativos no processo decisório, esses sistemas fazem com que governo e oposição coincidam plenamente com ambos. Assim, se o partido que conquistou o Executivo logra êxito na obtenção da maioria das cadeiras legislativas necessária à governabilidade, não faz o menor sentido tentar atrair seu adversário para a formação de uma coalizão governista. No parlamentarismo, o chefe do Executivo será facilmente empossado; no presidencialismo, formará seu governo mais tranquilamente. Ao partido minoritário sobrará apenas a estratégia oposicionista, com a qual tentará dificultar sua governabilidade, obliterando as políticas do governo, fiscalizando-o rigidamente, denunciando-o sempre que possível, judicializando o processo legislativo, e assim por diante. Com isso, procurará se capitalizar para vencer a próxima competição eleitoral. No caso em que o partido que venceu a competição pelo Executivo é minoritário no Legislativo, situação praticamente restrita ao presidencialismo, teremos os mesmos baixos incentivos ao governismo, só que de maneira inversa. O partido majoritário no Parlamento não terá qualquer incentivo maior para colaborar com o Executivo e, menos ainda, para formar uma coalizão que lhe dê sustentação legislativa. Agora, a estratégia oposicionista não é um restolho que lhe foi atirado pelo governo; nessa situação, a estratégia oposicionista é a mais indicada para pavimentar seu caminho rumo à conquista do governo na corrida eleitoral vindoura. Sendo majoritário no Legislativo, o partido oposicionista conseguirá mais facilmente criar dificuldades para o partido que detém o Poder Executivo e, assim, sabotar seu governo ao máximo. Com baixa governabilidade, esse governo sofrerá sérios impactos em sua popularidade, sofrerá desgastes que poderão tirá-lo do páreo na próxima disputa. Em países com sistemas multipartidários, presumivelmente, há maiores incentivos ao governismo. Com muitos partidos em competição, é de se esperar que os votos sejam fragmentados, em certa medida. Quanto mais dispersos forem os votos nos partidos, mais distribuídas serão as cadeiras legislativas, o que -6-
8 significa que será relativamente difícil que um partido obtenha, sozinho, a maioria das cadeiras do Parlamento. Sem haver um partido claramente majoritário em relação ao total de cadeiras do Legislativo, torna-se necessária a formação de coalizões partidárias para que se atinja a maioria que seja capaz de sustentar o Primeiro-Ministro, nos governos parlamentares, ou o Presidente, nos governos presidencialistas. Num regime parlamentarista, a própria formação do governo e a indicação do chefe do Executivo dependerão da construção dessa coalizão majoritária no parlamento. No presidencialismo, embora o Presidente tenha direito ao exercício do cargo sem qualquer indicação ou apoio do Legislativo, haverá sempre o incentivo à formação de coalizão majoritária com a finalidade de assegurar-lhe a governabilidade necessária ao bom desempenho de suas funções e à implementação de sua agenda. Portanto, no Brasil, onde temos um Poder Executivo com consideráveis recursos à sua disposição, constituindo-se como verdadeiro polo de atração dos partidos, temos também um presidencialismo multipartidário, o qual demanda a formação de coalizões majoritárias para a obtenção de governabilidade. 12 Os incentivos para a estratégia governista ficam assim postos na mesa de negociações: o Executivo detém recursos, mas não têm votos suficientes no Legislativo para assegurar a governabilidade; os partidos que estão no Legislativo têm votos, mas não detêm recursos suficientes para a sustentação de suas atividades, de seus membros e de sua organização. A troca de recursos por apoio será então a moeda dessa transação e o governismo será a melhor solução para os partidos que não conquistaram o Executivo, mas que querem ou precisam dos recursos controlados pelo governo. 13 CONTINUA... O restante do texto poderá ser lido no livro a ser publicado. Quando lançado, suas referências serão indicadas aqui neste site. 12 Na verdade, a maioria legislativa é apenas uma parte da governabilidade, que, em princípio, pode ser dividida em três tipos: (1) governabilidade legislativa, (2) governabilidade administrativa e (3) governabilidade fiscal. Sem maioria no Congresso, torna-se muito difícil governar, pois é custosa ou inviável a aprovação de projetos, sem contar o poder que os parlamentares ganham no que se refere à fiscalização e denúncias em relação ao Executivo. Mas, é igualmente importante a capacidade administrativa dos ministros, secretários e, principalmente, da burocracia estatal. Sem isso, a administração da máquina do Estado e a execução e avaliação das políticas públicas ficam seriamente comprometidas. Não menos importante é a capacidade fiscal do governo, sem a qual não há cumprimento das obrigações financeiras nem investimentos. Entretanto, para a finalidade da presente discussão, atenho-me, neste texto, apenas à governabilidade legislativa. 13 O governismo não é uma estratégia possível nas seguintes circunstâncias: (a) quando o sistema é bipartidário, obrigando a relação entre governo e oposição a ser, invariavelmente, uma relação entre os dois maiores partidos; (b) quando, em sistemas multipartidários, há prejuízos eleitorais ou constrangimentos morais para a adesão de algum partido ao governo; (c) quando a coalizão governamental já atingiu o ponto ideal para a obtenção dos votos da maioria necessários às suas políticas, cabendo nesse montante, obviamente, alguma margem de manobra para suplantar possíveis infidelidades; (d) quando o partido tem pouco poder de coalizão, ou seja, quando possui poucas cadeiras e tem pouca importância nas negociações políticas. -7-
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