ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO APLICADOS NA COOPERATIVA C.VALE UNIDADE DE DIAMANTINO/MT
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- Gabriel Henrique Soares Gentil
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1 ANÁLISE DOS PRINCÍPIOS DO COOPERATIVISMO APLICADOS NA COOPERATIVA C.VALE UNIDADE DE DIAMANTINO/MT GODOI, Bárbara Weschenfelder 1 BILIBIO, Luana ² 2 MELO, Ângela Cristina de ³ RESUMO Os princípios do cooperativismo foram aplicados pela primeira vez na Inglaterra nos anos 40, por um grupo de tecelões que almejavam o mesmo objetivo, esse mesmo grupo que nomeou dos sete princípios até hoje utilizados, conhecidos como Princípios de Rochdale. Este trabalho tem como objetivo identificar os princípios do Cooperativismo, suas vantagens e aplicação na Cooperativa C. Vale localizada na unidade Diamantino/MT. O trabalho foi realizado através de um estudo de caso utilizando um questionário apontando os pontos fortes e fracos de cada princípio adotado pela cooperativa. Todos os princípios são aplicados na cooperativa, porém apresentam pontos fortes e fracos que dependem muito da característica de seus associados, estatuto da Cooperativa e cultura de sua comunidade. PALAVRAS-CHAVE: Cooperativismo, Princípios cooperativistas, Diamantino/Mato Grosso. 1. INTRODUÇÃO A ação cooperar significa praticar ações em conjunto na busca de resultados comuns a todos. Nesse sentido o surgiu a primeira cooperativa em meados do século XIX na cidade de Voucher, na Europa, quando os agricultores, artesões e operários perceberam a necessidade de maior união entre si para ficarem mais fortes diante das situações de mercado, assim melhorando a economia dos cooperados (IRION, 1997; QUEIROZ, 1998; JESUS, 2011). Assim que formou a primeira cooperativa, fundou-se a doutrina cooperativista, onde expressam as regras de funcionamento das cooperativas, nesta constitui os princípios que interpretam os valores e transformam as ideias em ação, conhecidos como Princípios de Rochdale. Durante os últimos anos ocorreu algumas adaptações nestes princípios, porém ainda são o alicerce de uma cooperativa bem-sucedida (ETGETO et al., 2005; IRION, 1997). Neste contexto, o objetivo deste trabalho é analisar a aplicação dos princípios cooperativistas na Cooperativa Agroindustrial C.vale - Unidade de Diamantino/MT e identificar sua relevância para atividade exercida por essa cooperativa. 2. COOPERATIVAS: TRANSFORMANDO IDEIAS EM NEGÓCIOS RENTÁVEIS 1 Pós-graduanda em Gestão do Agronegócio pela UNIC. Tangará da Serra - MT. barbara.bw@hotmail.com 2 Pós-graduanda em Gestão do agronegócio pela UNIC. Tangará da Serra MT. luanabilibio@gmail.com ³ Professora da UNIC, Mestre em Administração. Tangará da Serra MT. angela.melo0@gmail.com
2 2.1. COOPERATIVISMO Para enfrentar a crise industrial dos anos 40 na Inglaterra, um grupo de tecelões da cidade de Rochdale fundaram a primeira cooperativa de consumo através da Rochdale Society of Equitable Pioneers (Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale) buscando melhores condições aos seus associados (ANDRADE & SICSÚ, 2003). O cooperativismo nada mais é do que um movimento social, o qual procurou através de associações, unir todos têm interesses em comum, e buscar alternativas para melhorar a sua situação econômica. Segundo Costa (2007), cooperativismo é uma ideologia, e cooperativa é uma instituição em que as pessoas tem o mesmo objetivo final OS PRINCÍPIOS DE ROCHDALE Os princípios de Rochdale serviram de base para o cooperativismo, e sua aplicação contribuiu para o crescimento da sociedade cooperativista. Até nos dias de hoje a ação que os pioneiros cooperativistas fizeram é usada como exemplo de cooperativismo (ETGETO et al., 2005; IRION, 1997). Um dos princípios é a Adesão livre e voluntária, as cooperativas podem associar todo cidadão que esteja qualificado conforme o estatuto da cooperativa. O princípio também garante a liberdade de desligamento do cooperado em qualquer momento valorizando sua liberdade individual de escolha (QUEIROZ, 1998; BERTUOL, 2012). No princípio do Controle democrático pelos sócios, as cooperativas são democráticas e controladas por seus associados, cada sócio tem peso de um voto independente do capital investido. A gestão democrática é a essência operacional do cooperativismo (QUEIROZ, 1998). A Participação econômica dos sócios segundo Etgeto (2005), refere-se à contribuição dos cooperados para o capital de suas cooperativas. Ou seja, o associado tem o poder de opinar sobre valores que construirão o capital social da cooperativa, sobre onde, como, quando e quanto investir na cooperativa, orientados pelas sobras liquidas obtidas, lembrando que a cooperativa deve tirar suas despesas. O princípio da Independência e autonomia das cooperativas considera as cooperativas como organizações autônomas, onde devem se desenvolver de forma independente aos governos, democraticamente as decisões devem ser tomadas por elas mesmas. (IRION, 1997; BERTUOL, 2012). Educação, treinamento e formação é princípio que mostra os compromissos das cooperativas de promoverem a educação e formação de seus cooperados e/ou filhos, principalmente nas áreas afins em que a cooperativa atua. (IRION, 1997)
3 Para o fortalecimento do cooperativismo, o princípio da Cooperação entre as cooperativas faz com que as relações entre cooperativas atendam seus sócios mais efetivamente, visando o desenvolvimento satisfatório dos cooperados, ocorrido pela troca de experiências, produtos, serviços entre as cooperativas (JESUS, 2011). O último princípio é o da Preocupação com a comunidade que tem como intuito o desenvolvimento sustentável de sua cooperativa, bem como, que essa faça trabalhos sócios econômicos na sua comunidade. (IRION, 1997) COOPERATIVA C. VALE A C.Vale é uma cooperativa agroindustrial com atuação nos estados do Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul e algumas cidades do Paraguai. Possui 141 unidades de negócios, mais de associados e funcionários. (C. Vale Agroindustrial, 2016). A Unidade de Diamantino atua na prestação de serviços, com profissionais que dão assistência agronômica e veterinária aos associados. Ela também financia produção, garantindo crédito aos cooperados, especialmente os pequenos produtores. Além disso, a cooperativa mantém uma rede de supermercados na cidade, e para manter os cooperados atualizados tecnologicamente, desenvolve cursos, palestras, treinamentos e dias de campo. 3. METODOLOGIA Este trabalho foi desenvolvido através de um processo qualitativo, e como base para os resultados utilizou o método de estudo de caso. Foi realizada uma revisão bibliográfica para se elaborar o instrumento utilizado na entrevista com o Subgerente da cooperativa C. Vale com base na cidade de Diamantino no estado do Mato Grosso. 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES Conforme a entrevista realizada com o subgerente da unidade de Diamantino/MT da cooperativa C. Vale, de um modo geral são aplicados todos os princípios cooperativistas. A importância de se adequar os princípios do cooperativismo nesta empresa, segundo o entrevistado, é a participação dos sócios e comunidade em todos os processos realizados pela cooperativa, além da troca de conhecimentos, desenvolvimento da comunidade local e de assegurar os direitos iguais para com todos, assim como apresentado no Quadro 1., a visão dos pontos fortes e pontos fracos de cada princípio praticado
4 Quadro 1 Comparações entre os pontos fortes e fracos dos princípios na cooperativa. (Dados entrevista com Cristiano, subgerente C. Vale - Unidade Diamantino-MT, 2016). Princípio Pontos Fortes Pontos Fracos Adesão Livre e Voluntária Controle democrático pelos sócios Participação de pessoas sem discriminações; Liberdade para entrar e sair da sociedade caso não desejar mais participar. Participação dos sócios nas decisões; Direção e fiscalização da cooperativa tornando as transações mais seguras; Várias ideias focadas em um mesmo objetivo. Enfraquecimento da cooperativa, caso seja pequena e muitos associados desejam sair ao mesmo tempo; Caso não tenha um Estatuto bem elaborado, pode surgir sócios aventureiros oportunistas. Por se sentirem donos, muitos sócios podem tentar tirar alguma vantagem particular. Participação Econômica dos sócios Autonomia Independência e Educação, Formação e Informação Participação nos resultados da cooperativa; Poder de decisão para novos investimentos; Conta Capital (valor que fica retido em sua movimentação) Poder fechar negócios com outras empresas mantendo sua autonomia e independência de escolha. Ensino da doutrina cooperativista; Disseminar conhecimento para os associados, familiares e comunidade; Ensinar princípios e valores. Ausência de discriminação entre os associados caso não se tenha um Estatuto bem elaborado. Falta de incentivo e conscientização dos sócios a respeito da importância de participar das questões ligadas a área. Falta de novos líderes e jovens sucessores. Intercooperação Fortalecimento das cooperativas; Troca de conhecimento; Distribuição de produtos em conjunto. Perda da identidade de alguma das cooperativas envolvidas. Interesse Comunidade pela Desenvolvimento da comunidade onde esta inserida; Assegurar direitos iguais a todos; Desenvolver projetos sociais. Dificuldade encontrada em algumas regiões para implantar o cooperativismo pela própria cultura regional. 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com tudo percebe-se que aplicação dos princípios cooperativistas na C. Vale Unidade Diamantino/MT é seguida conforme suas finalidades, porém têm alguns pontos de seus princípios são mais fortes do que outros, isso se deve à gestão da cooperativa, ao seu Estatuto e também da cultura local de sua comunidade, assim como os pontos fracos está relacionado a participação de cada associado. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
5 ANDRADE, I. D. de,; SICSÚ, A. B. Cooperativismo: um modelo associativista inovador. Anais XXIII Encontro Nac. de Eng. de Produção. Ouro Preto, MG, BERTUOL, R.; CANÇADO, A. C.; SOUZA, M. F. As práticas dos princípios cooperativistas: um estudo de caso Tocantins. Editora AOS, Brazil, v. 1, n.2, ago./dez. 2012, p COSTA, L. S. O cooperativismo: uma breve reflexão teórica. Ciências Sociais em Perspectiva (6) 11: º sem Acesso em: 17/03/2016. Disponível em: < C. Vale - Cooperativa Agroindustrial. Acesso em 21/03/2016. Disponível em: < ETGETO, A. A. et al. Os princípios do cooperativismo e as cooperativas de crédito no Brasil. Maringa Management: Revista de Ciências Empresariais, v. 2, n.1, p. 7-19, IRION, J. E. O. Cooperativismo e economia social. Editora STS, São Paulo, JESUS, W. L. Princípios cooperativistas: analisando sua aplicação na cooperativa de crédito Sicredi Araguaia Tocantins em Palmas TO. TCC (Graduação em Administração). Palmas: UFT: QUEIROZ, C. A. R. S. Manual da cooperativa de serviços e trabalho. São Paulo: Editora STS,
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