comem os pequenos, não bastam cem nem cem nem mil pequenos para um só grande

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "comem os pequenos, não bastam cem nem cem nem mil pequenos para um só grande"

Transcrição

1 COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ PROFESSORA: CAMILA PASQUAL DISCIPLINA: LINGUA PORTUGUESA BARROC0: DOS ANOS 1600 E INÍCIO DOS ANOS CONTEXTO HISTÓRICO Renascimento e a Reforma de Lutero. A contra- Reforma da Igreja Católica (Concílio de Trento; Companhia de Jesus= padres jesuítas). Séculos XV e XVI. Teocentrismo Medieval X Antropocentrismo Renascentista mais Contra-Reforma = BARROCO = homem em conflito. MARCO INICIAL: Prosopopéia (1601)- poema épico de Bento Teixeira, tendo por assunto os feitos militares de Jorge de Alburquerque. CORRENTES CULTISMO: valorização dos aspectos externos, sensoriais, formais. (Preocupação com a forma. Uso exagerado de figuras de linguagem. Espetáculo aos sentidos. Predomina o jogo de palavras. Influência do poeta espanhol- Gôngora. Os mais bem elaborados textos cultistas de nossa literatura são de Gregório de Matos. Exemplo: Essa enchente gentil de prata fina, Que de rubi por conchas se dilata, (Gregório de Matos) Faz troca tão diversa peregrina CONCEPTISMO: Marcado pelo jogo de idéias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista, usando uma retórica aprimorada. Um dos principais cultores do Conceptismo foi o espanhol Quevedo. Os padres jesuítas desenvolviam de forma brilhante esse elaborado jogo de conceitos (conteúdo), com destaque para o Padre Antônio Vieira. Exemplo: fragmento do sermão do Padre Antônio Vieira: A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é esse, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastava um só grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem nem cem nem mil pequenos para um só grande [ ]. CARACTERÍSTICAS Pessimismo. Desequilíbrio entre razão e a emoção. Dualidade: contradição. Tendência à ilusão (fuga à realidade objetiva, subjetividade). Tendência à alusão (descrição indireta). Predomínio de figuras como a metáfora, a antítese, o paradoxo, a hipérbole, o hipérbato. Tematização da brevidade da vida e da efemeridade de tudo: juventude, beleza, poder, riqueza. O famoso "Carpie diem". RECORDANDO: RECURSOS COMUMENTE EXPLORADOS POR POETAS DO BARROCO 1) Metáfora: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece. "Meu pensamento é um rio subterrâneo." ( Fernando Pessoa) "Minha bela ingrata/ cabelo de ouro tem, fonte de prata,/ de bronze o coração, de aço o peito." (Jerônimo Baía) 2) Antítese: Afirmação contraditória de dois pensamentos contrários ( palavras ou frases). "Se os olhos vêem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o cisne é negro" (Vieira) 3) Paradoxo: afirmação contraditória. (Fusão dos opostos) "é dor que desatina sem doer" (Camões) "é um contentamento descontente" (Camões)."é ferida que dói e não se sente" (Camões) Antítese e paradoxo: coexistência angustiada de ideias e sentimentos opostos. 4) Hipérbole: expressão deliberadamente exagerada. (Expressão da perplexidade diante do mundo e da vida) "Gozava mil potentos de alegria" (Gregório de Matos). 5) Hipérbato: inversão violenta dos termos da frase. (Para refletir, na inversão da frase, as contorções da alma.) A quem tirar não pode o mundo nada" (Francisco Manuel de Melo) 1

2 PRINCIPAIS POETAS DO BARROCO Gregório de Matos Guerra : Conhecido como: "Boca do Inferno". Gregório de Matos foi poeta brasileiro. A figura mais importante da época colonial. O maior poeta do barroco brasileiro. Por suas críticas à sociedade baiana, recebeu o apelido de "Boca do Inferno". Gregório de Matos ( ) nasceu em Salvador, Bahia, no dia 23 de dezembro de Filho de pai português e mãe baiana, frequentou o Colégio da Companhia de Jesus. Foi estudar na Universidade de Coimbra. Em 1661 já está casado e formado em Direito. Neste mesmo ano, é nomeado juiz em Alcácer do Sal, no Alentejo. Volta a Salvador, nomeado procurador da cidade, junto a corte portuguesa. Fica viúvo e casa-se novamente. Além de grande poeta, fez também um trágico retrato da vida e da cultura baiana do século XVII. Como não havia imprensa no Brasil Colônia, seus poemas tiveram circulação escrita e oral. Sua produção poética pode ser dividida em três linhas: satírica, lírica e religiosa. Seus poemas líricos e religiosos revelam influência do barroco espanhol. Sua poesia satírica é do tipo que ataca sem compostura, toda a sociedade baiana (uma das características de suas poesias era criticar a sociedade como um todo e não apenas uma parcela Em 1694, por suas críticas violentas e debochadas às autoridades da Bahia, é degredado para Angola. Em 1695 recebe permissão para voltar ao Brasil, mas não para a Bahia. Vai viver na cidade do Recife. Gregório de Matos Guerra morreu no Recife, no dia 26 de novembro de Em 1650, viajou à Portugal com o objetivo de se formar na Universidade de Coimbra, onde pôde presenciar o fortalecimento da burguesia urbana em função do comércio de produtos brasileiros, e uma nova mentalidade mais comprometida com os fatores de ordem extrarreligiosa e o afastamento da influência castelhana. Foi nomeado arcebispo, mas destituído de seu cargo por não obedecer às ordens de autoridades nem aceitar usar batina. Essa experiência lhe proporcionou uma visão satírica do governo, do comércio e da religião, as quais são transmitidas ao leitor por meio de suas obras. Nunca foi considerado de fato brasileiro, já que todos que nasceram antes da independência eram considerados luso-brasileiros. Retomando. Poeta baiano. Produziu poesia satírica, pornográfica, amorosa, filosófica e religiosa. Através sobretudo de sua poesia satírica, traça um painel do Brasil Colônia de então. Incorpora características da linguagem popular. Na poesia amorosa: descrição idealizante da amada, convite ao prazer amoroso. Na poesia religiosa: homem pecador X Deus salvador. Obras: Poesia sacra; Poesia lírica; Poesia graciosa; Poesia satírica ( dois volumes); Últimas. Padre Antônio Vieira: Português de nascimento. Orador sacro famoso: cerca de 200 Sermões. Tendência conceptista de estilo. Grande domínio da Língua portuguesa. Além de temas religiosos, demonstrou preocupação com assuntos sociais, políticos e econômicos de seu tempo. Sermão da Sexagésima: aponta as três causas possíveis pelo fraco efeito das pregações: o próprio pregador, o ouvinte e Deus. Obras: Obra composta de sermões (15 volumes); Cartas e profecias. Algumas delas: Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda; Sermão da Sexagésima; Sermão da primeira dominga da Quaresma; Sermão de Santo Antônio (sermões). Bento Teixeira: Obra Prosopopéia. Manuel Botelho de Oliveira: Música do Parnasso A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR (Gregório de Matos) Pequei, senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal, e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História: Eu sou, senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. (Em Antônio Cândido e J.A Castello Op. Cit. P.60) 2

3 1) Identifique o tema do poema lido. 2) O poema é organizado a partir das oposições entre Deus e o pecador. Faça um pequeno quadro das antíteses das duas primeiras estrofes, extraindo delas as palavras ou expressões que caracterizam o eu- lírico e opondo- as às que caracterizam Deus. 3) É comum, no conceptismo, o emprego de parábolas que servem de exemplo ou de argumento para fundamentar um princípio. Parábola é uma narrativa curta que transmite um conteúdo moral sendo, normalmente, construída a partir de um encadeamento de metáforas. Identifique e explique a parábola existente nos dois últimos tercetos do poema. 4) Aos poucos se percebe uma mudança de tom na linguagem do poema, que se inicia respeitosa, mas gradativamente, vai se tornando mais direta e menos cerimoniosa. Ao mesmo tempo, o eu- lírico apresenta uma série de argumentos, procurando chantagear Deus e inverter a posição de ambos. a) Destaque da 1ª e da 2ª estrofes os versos- argumento que comprovam o esforço do eu-lírico em ser perdoado. b)identifique no texto os versos em que Deus é chantageado. Padre Antônio Vieira, nasceu em Lisboa (1608), filho de família humilde e veio para o Brasil com 6 anos de idade. Teve uma bisavó negra, e talvez isso tenha predisposto a defender a liberdade dos negros e índios. Estudou no colégio jesuíta, aos 15 anos, ouviu um sermão sobre horrores do inferno que o impressionou tanto que resolveu ser padre. Aos 19 anos, ministrava aulas retóricas. Tornou-se excepcional pela qualidade de seus sermões. Seus sermões tratam de assuntos morais e filosóficos, sociais e políticos, pregando contra a corrupção, a ganância, a injustiça a escravidão, unindo o engajamento aos problemas de seu tempo ao mais genuíno espírito cristão. Entre os sermões escritos pelo padre Antônio Vieira podemos destacar O Sermão do Bom Ladrão que foi escrito em 1655, Ele pronunciou este sermão na Igreja da Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha. Estavam presentes os maiores dignitários do reino, juízes, ministros e conselheiros. TEXTO O Sermão do Bom Ladrão [...] Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre por andar em tão mau ofício: porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades e interpretar as significações, a uns e outros definiu com o mesmo nome: Eodem loco ponem latronem, et piratam quo regem animum latronis et piratae habentem. Se o rei de Macedônia, ou de qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata: o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome. 3

4 [...] O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam. Diógenes que tudo via com mais aguda vista que os outros homens viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos Ditosa Grécia que tinha tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas não padecerá a justiça as mesmas afrontas. Quantas vezes se viu em Roma ir enforcar um ladrão por ter furtado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em triunfo um cônsul ou ditador por ter roubado uma província! E quantos ladrões teriam enforcado estes mesmos ladrões triunfantes? Percebe-se que o autor preocupava-se com temas de caráter social e de dimensão política. Neste sermão, ele aproxima e compara a figura de Alexandre Magno, grande conquistador do mundo antigo, com a do pirata saqueador, evidenciando assim sua crítica aos valores morais e sua visão ideológica. 1) Qual passagem sintetiza o tema a ser tratado? 2) Padre Antônio Vieira cita algumas personalidades históricas. Explique por quê? 3) Segundo o texto há dois tipos de ladrão: a) Quais são eles? b) Dos dois tipos, quais são os verdadeiros ladrões? Justifique a resposta com argumentos do texto.... 4) Procure no texto figuras de linguagem próprias do estilo barroco (como as antíteses)... 5) Nesse sermão predomina o estilo cultista ou conceptista? Justifique sua resposta.... 6) Por meio desse sermão, podemos deduzir que Padre Antônio Vieira estava mais preocupado em reverenciar as instituições ou em reafirmar uma verdade essencial? Justifique sua resposta com base no texto lido. 7) Explique o sentido que esta passagem tem no texto: roubar com pouco poder pode fazer os piratas, a roubar com muito, os alexandres. 4

5 QUESTÕES DE VESTIBULAR 1)Eis um exemplo dos muitos retratos que Gregório de Matos compôs: Soneto cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana, e vinha, Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um frequentado olheiro, Que a vida do vizinho, e da vizinha Pesquisa. Escuta, espreita, e esquadrinha, Para levar à Praça, e ao Terreiro. Muitos mulatos desavergonhados, Trazidos pelos pés os homens nobres, Posta nas palmas toda picardia. Estupendas usuras nos mercados, Todos, os que não furtam, muito pobres, E eis aqui a cidade da Bahia. Nesse texto o poeta expõe os personagens que circulavam pela cidade de Salvador - conhecida como Bahia- desde as mais altas autoridades até os mais pobres escravos. Gregório de Matos. ( Descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa ) O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII, a) representa, de maneira satírica, os governantes e a desonestidade na Bahia colonial. b) critica a colonização portuguesa e defende, de forma nativista, a independência brasileira. c) tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de moradia na capital baiana. d) revela a identidade brasileira, preocupação constante do modernismo literário. e) valoriza os aspectos formais da construção poética parnasiana e aproveita para criticar o governo. 2) Leia aas estrofes abaixo: I. A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. II. Há coisa como ver um Paiaiá Mui prezado de ser Caramuru, Descendente do sangue de tatu Cujo torpe idioma e Cobepá? III. Rubi, concha de perlas peregrina, Animado cristal, viva escarlata, Duas safiras sobre lisa prata, Ouro encrespado sobre prata fina. Este o rostinho é de Catarina. IV. Ardor em coração firme nascido! Pranto por belos olhos derramado! Incêndio em mares de água disfarçado! Rio de neve em fogo convertido!. Conforme afirma o critico literário Alfredo Bosi, são conhecidas as críticas de Gregório de Matos contra algumas autoridades da colônia, mas também palavras de desprezo pelos mestiços e de cobiça pelas mulatas. A situação de intelectual branco não bastante prestigiado pelos maiores da terra ainda mais lhe pungia o amor próprio e o levava a estiletar às cegas todas as classes da nova sociedade. Essa afirmação pode ser comprovada apenas pelos fragmentos a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) III e IV 3) Texto para a próxima questão: 1Triste Bahia! Oh quão dessemelhante 2 Estás, e estou do nosso antigo estado! 3 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, 4 Rica te vejo eu já, tu a mi abundante. 5 A ti trocou-te a máquina mercante, 6 Que em tua larga barra tem entrado, 7 A mim foi-me trocando, e tem trocado 8 Tanto negócio, e tanto negociante. 9 Deste em dar tanto açúcar excelente 10 Pelas drogas inúteis, que abelhuda 11 Simples aceitas do sagaz Brichote. 12 Oh se quisera Deus, que de repente 13 Um dia amanhecerás tão sisuda 14 Que fora de algodão o teu capote! 5

6 A partir da leitura do texto de Gregório de Matos, considere as afirmativas a seguir. I. O poema faz parte da produção de Gregório de Matos caracterizada pelo cunho satírico, visto que ridiculariza vícios e imperfeições e assume um tom de censura. II. As figuras do desconsolado poeta, da triste Bahia e do sagaz Brichote são imagens poéticas utilizadas para expressar a existência de um triângulo amoroso. III. O poema apresenta a degradação da Bahia e do eu-lírico, em virtude do sistema de trocas imposto à Colônia, o qual privilegiava os comerciantes estrangeiros. IV. Os versos Que em tua larga barra tem entrado e Deste em dar tanto açúcar excelente conferem ao poema um tom erótico, pois, simbolicamente, sugerem a ideia de solicitação ao prazer. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são b) Somente as afirmativas I e III são c) Somente as afirmativas III e IV são d) Somente as afirmativas I, II e IV são e) Somente as afirmativas II, III e IV são 4)Texto para a próxima questão: Soneto Vês esse Sol de luzes coroado? Em pérolas a Aurora convertida? Vês a Lua de estrelas guarnecida? Vês o Céu de Planetas adorado? O Céu deixemos;vês naquele prado A Rosa com razão desvanecida? A Açúcena por alva presumida? O Cravo por galã lisonjeado? Deixa o prado; vem cá, minha adorada, Vês desse mar a esfera cristalina Em sucessivo aljôfar desatada? Parece aos olhos ser prata fina? Vês tudo isto bem? pois tudo é nada À vista do teu rosto, Catarina. O texto apresenta: a) Linguagem sensorial; b) ausência de rigor formal; c) pessimismo em relação ao sentimentalismo amoroso; d) preocupação com a fugacidade das coisas; e) tensão entre o erótico e o platônico no relacionamento amoroso. 5) O poema abaixo foi escrito por Gregório de Matos Guerra, no século XVII. Ao Governador Antônio de Sousa de Meneses, chamado vulgarmente o "Braço de Prata". Sôr Antônio. de Sousa de Meneses, Quem sobe ao alto lugar, que não merece, Homem sobe, asno vai, burro parece, Que a subir é desgraça muitas vezes. A fortunilha, autora de entremezes, Transpõe em burro herói que indigno cresce; Desanda a roda, e logo homem parece, Que é discreta a fortuna em seus reveses. Homem sei eu que foi Vossenhoria Quando o pisava da fortuna a roda; Burro foi ao. subir tão alto clima. Pois, alto! Vá descendo ande jazia, Verá quanto melhor se lhe acomoda Ser homem em baixo do que burro em cima Assinale a alternativa incorreta a respeito do poema acima. a) A forma do poema soneto em decassílabos, vinculado a uma tradição clássica de temas sublimes contrasta com o conteúdo de cunho satírico, vazado numa linguagem mais coloquial. É um contraste compreensível no âmbito do Barroco. b) Na primeira estrofe, o poeta utiliza metáforas para desqualificar aquele que assume alta posição de mando ( no caso, no governo) sem atributos e credenciais para tal. c) A segunda estrofe desenvolve a mesma tese da primeira: um homem só é digno se assume um lugar adequado a sua natureza; a pretensão à posição superior por meio de cobiça e bravata configurará a inépcia, a imoralidade, a corrupção. d) A roda da fortuna é metonímia para o destino da vida. E quando apela para que o governador desça de onde jazia, o poeta sugere que o político deve estar entre o povo para atender a suas necessidades e demandas. 6

7 COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ PROFESSORA: CAMILA PASQUAL DISCIPLINA: LINGUA PORTUGUESA BARROC0: DOS ANOS 1600 E INÍCIO DOS ANOS CONTEXTO HISTÓRICO Renascimento e a Reforma de Lutero. A contra- Reforma da Igreja Católica (Concílio de Trento; Companhia de Jesus= padres jesuítas). Séculos XV e XVI. Teocentrismo Medieval X Antropocentrismo Renascentista mais Contra-Reforma = BARROCO = homem em conflito. MARCO INICIAL: Prosopopéia (1601)- poema épico de Bento Teixeira, tendo por assunto os feitos militares de Jorge de Alburquerque. CORRENTES CULTISMO: valorização dos aspectos externos, sensoriais, formais. (Preocupação com a forma. Uso exagerado de figuras de linguagem. Espetáculo aos sentidos. Predomina o jogo de palavras. Influência do poeta espanhol- Gongora. Os mais bem elaborados textos cultistas de nossa literatura são de Gregório de Matos. Exemplo: Essa enchente gentil de prata fina, Que de rubi por conchas se dilata, (Gregório de Matos) Faz troca tão diversa peregrina CONCEPTISMO: Marcado pelo jogo de idéias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista, usando uma retórica aprimorada. Um dos principais cultores do Conceptismo foi o espanhol Quevedo. Os padres jesuítas desenvolviam de forma brilhante esse elaborado jogo de conceitos (conteúdo), com destaque para o Padre Antônio Vieira. Exemplo: fragmento do sermão do Padre Antônio Vieira: A primeira cousa que me desedifica, peixes, de vós, é que comeis uns aos outros. Grande escândalo é esse, mas a circunstância o faz ainda maior. Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastava um só grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem nem cem nem mil pequenos para um só grande [ ]. CARACTERÍSTICAS 1) Pessimismo. 2) Desequilíbrio entre razão e a emoção. 3) Dualidade: contradição. 4) Tendência à ilusão (fuga à realidade objetiva, subjetividade). 5) Tendência à alusão (descrição indireta). 6) Predomínio de figuras como a metáfora, a antítese, o paradoxo, a hipérbole, o hipérbato. 7) Tematização da brevidade da vida e da efemeridade de tudo: juventude, beleza, poder, riqueza. O famoso "Carpie diem".(aproveite o dia) RECORDANDO: RECURSOS COMUMENTE EXPLORADOS POR POETAS DO BARROCO 1) Metáfora: toda metáfora é uma espécie de comparação implícita, em que o elemento comparativo não aparece. "Meu pensamento é um rio subterrâneo." ( Fernando Pessoa) "Minha bela ingrata/ cabelo de ouro tem, fonte de prata,/ de bronze o coração, de aço o peito." ( Jerônimo Baía) 2) Antítese: Afirmação contraditória de dois pensamentos contrários ( palavras ou frases). "Se os olhos vêem com amor, o corvo é branco; se com ódio, o cisne é negro" (Vieira) 3) Paradoxo: afirmação contraditória. (Fusão dos opostos)"é dor que desatina sem doer" (Camões)" é um contentamento descontente" (Camões)."é ferida que dói e não se sente" (Camões) Antítese e paradoxo: coexistência angustiada de ideias e sentimentos opostos. 4) Hipérbole: expressão deliberadamente exagerada. (Expressão da perplexidade diante do mundo e da vida) "Gozava mil potentos de alegria" (Gregório de Matos). 5) Hipérbato: inversão violenta dos termos da frase. (Para refletir, na inversão da frase, as contorções da alma.) A quem tirar não 7

8 pode o mundo nada" (Francisco Manuel de Melo) PRINCIPAIS POETAS DO BARROCO Gregório de Matos Guerra : Conhecido como: "Boca do Inferno". Gregório de Matos foi poeta brasileiro. A figura mais importante da época colonial. O maior poeta do barroco brasileiro. Por suas críticas à sociedade baiana, recebeu o apelido de "Boca do Inferno". Gregório de Matos ( ) nasceu em Salvador, Bahia, no dia 23 de dezembro de Filho de pai português e mãe baiana, frequentou o Colégio da Companhia de Jesus. Foi estudar na Universidade de Coimbra. Em 1661 já está casado e formado em Direito. Neste mesmo ano, é nomeado juiz em Alcácer do Sal, no Alentejo. Volta a Salvador, nomeado procurador da cidade, junto a corte portuguesa. Fica viúvo e casa-se novamente. Além de grande poeta, fez também um trágico retrato da vida e da cultura baiana do século XVII. Como não havia imprensa no Brasil Colônia, seus poemas tiveram circulação escrita e oral. Sua produção poética pode ser dividida em três linhas: satírica, lírica e religiosa. Seus poemas líricos e religiosos revelam influência do barroco espanhol. Sua poesia satírica é do tipo que ataca sem compostura, toda a sociedade baiana (uma das características de suas poesias era criticar a sociedade como um todo e não apenas uma parcela Em 1694, por suas críticas violentas e debochadas às autoridades da Bahia, é degredado para Angola. Em 1695 recebe permissão para voltar ao Brasil, mas não para a Bahia. Vai viver na cidade do Recife. Gregório de Matos Guerra morreu no Recife, no dia 26 de novembro de Em 1650, viajou à Portugal com o objetivo de se formar na Universidade de Coimbra, onde pôde presenciar o fortalecimento da burguesia urbana em função do comércio de produtos brasileiros, e uma nova mentalidade mais comprometida com os fatores de ordem extrarreligiosa e o afastamento da influência castelhana. Foi nomeado arcebispo, mas destituído de seu cargo por não obedecer às ordens de autoridades nem aceitar usar batina. Essa experiência lhe proporcionou uma visão satírica do governo, do comércio e da religião, as quais são transmitidas ao leitor por meio de suas obras. Nunca foi considerado de fato brasileiro, já que todos que nasceram antes da independência eram considerados luso-brasileiros. Retomando. Poeta baiano. Produziu poesia satírica, pornográfica, amorosa, filosófica e religiosa. Através sobretudo de sua poesia satírica, traça um painel do Brasil Colônia de então. Incorpora características da linguagem popular. Na poesia amorosa: descrição idealizante da amada, convite ao prazer amoroso. Na poesia religiosa: homem pecador X Deus salvador. Obras: Poesia sacra; Poesia lírica; Poesia graciosa; Poesia satírica ( dois volumes); Últimas. Padre Antônio Vieira: Português de nascimento. Orador sacro famoso: cerca de 200 Sermões. Tendência conceptista de estilo. Grande domínio da Língua portuguesa. Além de temas religiosos, demonstrou preocupação com assuntos sociais, políticos e econômicos de seu tempo. Sermão da Sexagésima: aponta as três causas possíveis pelo fraco efeito das pregações: o próprio pregador, o ouvinte e Deus. Obras: Obra composta de sermões (15 volumes); Cartas e profecias. Algumas delas: Sermão pelo bom sucesso das armas de Portugal contra as de Holanda; Sermão da Sexagésima; Sermão da primeira dominga da Quaresma; Sermão de Santo Antônio (sermões). Bento Teixeira: Obra Prosopopéia. Manuel Botelho de Oliveira: Música do Parnasso A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR ( Gregório de Matos) Pequei, senhor, mas não porque hei pecado, Da vossa alta clemência me despido; Porque quanto mais tenho delinqüido, Vos tenho a perdoar mais empenhado. Se basta a vos irar tanto pecado, A abrandar-vos sobeja um só gemido: Que a mesma culpa, que vos há ofendido, Vos tem para o perdão lisonjeado. Se uma ovelha perdida e já cobrada Glória tal, e prazer tão repentino Vos deu, como afirmais na Sacra História: 8

9 Eu sou, senhor, a ovelha desgarrada, Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. (Em Antônio Cândido e J.A Castello Op. Cit. P.60) 1) Identifique o tema do poema lido. R: O eu-lírico arrepende-se de seus pecados e pede a clemência a Deus. 2) O poema é organizado a partir das oposições entre Deus e o pecador. Faça um pequeno quadro das antíteses das duas primeiras estrofes, extraindo delas as palavras ou expressões que caracterizam o eu- lírico e opondo- as às que caracterizam Deus. R: Eu- lírico: delinguido, pecado, tanto pecado, culpa. Deus: clemência, perdoar, um só gemido, perdão. 3) É comum, no conceptismo, o emprego de parábolas que servem de exemplo ou de argumento para fundamentar um princípio. Parábola é uma narrativa curta que transmite um conteúdo moral sendo, normalmente, construída a partir de um encadeamento de metáforas. Identifique e explique a parábola existente nos dois últimos tercetos do poema. R: Nos dois tercetos, o eu-lírico lembra a parábola bíblica da ovelha perdida que foi recuperada por Deus. Em seguida, aplicaa a sua própria situação: equivalendo a uma ovelha perdida, deseja ser perdoado por Deus. 4) Aos poucos se percebe uma mudança de tom na linguagem do poema, que se inicia respeitosa, mas gradativamente, vai se tornando mais direta e menos cerimoniosa. Ao mesmo tempo, o eu- lírico apresenta uma série de argumentos, procurando chantagear Deus e inverter a posição de ambos. a) Destaque da 1ª e da 2ª estrofes os versosargumento que comprovam o esforço do eulírico em ser perdoado. R: Os versos são b) Identifique no texto os versos em que Deus é chantageado. R: Não queirais, Pastor Divino, Perder na vossa ovelha a vossa glória. Obs. Esse texto é predominantemente conceptista, dada a sua estrutura lógico argumentativa. O seu jogo de ideias e o emprego da parábola. Alguns poucos aspectos relacionados ao cultismo podem ser apontados como inversões sintáticas, como sonoridade, por exemplo. Padre Antônio Vieira, nasceu em Lisboa (1608), filho de família humilde e veio para o Brasil com 6 anos de idade. Teve uma bisavó negra, e talvez isso tenha predisposto a defender a liberdade dos negros e índios. Estudou no colégio jesuíta, aos 15 anos, ouviu um sermão sobre horrores do inferno que o impressionou tanto que resolveu ser padre. Aos 19 anos, ministrava aulas retóricas. Tornou-se excepcional pela qualidade de seus sermões. Seus sermões tratam de assuntos morais e filosóficos, sociais e políticos, pregando contra a corrupção, a ganância, a injustiça a escravidão, unindo o engajamento aos problemas de seu tempo ao mais genuíno espírito cristão. Entre os sermões escritos pelo padre Antônio Vieira podemos destacar O Sermão do Bom Ladrão que foi escrito em 1655, Ele pronunciou este sermão na Igreja da Misericórdia de Lisboa (Conceição Velha. Estavam presentes os maiores dignitários do reino, juízes, ministros e conselheiros. TEXTO O Sermão do Bom Ladrão [...] Navegava Alexandre em uma poderosa armada pelo mar Eritreu a conquistar a Índia; e como fosse trazido à sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores, repreendeu-o muito Alexandre por andar em tão mau ofício: porém ele, que não era medroso nem lerdo, respondeu assim: Basta, senhor, que eu, porque roubo em uma barca, sou ladrão, e vós, porque roubais em uma armada, sois imperador? Assim é. O roubar pouco é culpa, o roubar muito é grandeza: o roubar com pouco poder faz os piratas, o roubar com muito, os Alexandres. Mas Sêneca, que sabia bem distinguir as qualidades e interpretar as significações, a uns e outros definiu com o mesmo nome: Eodem loco ponem latronem, et piratam quo regem animum latronis et piratae habentem. Se o rei de Macedônia, ou 9

10 de qualquer outro, fizer o que faz o ladrão e o pirata: o ladrão, o pirata e o rei, todos têm o mesmo lugar, e merecem o mesmo nome. [...] O ladrão que furta para comer, não vai nem leva ao inferno: os que não só vão, mas levam, de que eu trato, são outros ladrões de maior calibre e de mais alta esfera; os quais debaixo do mesmo nome e do mesmo predicamento distingue muito bem São Basílio Magno. Não só são ladrões, diz o santo, os que cortam bolsas, ou espreitam os que se vão banhar para lhes colher a roupa: os ladrões que mais própria e dignamente merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos e legiões ou o governo das províncias, ou a administração das cidades, os quais já com manha, já com força, roubam e despojam os povos. Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos: os outros furtam debaixo do seu risco, estes sem temor nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam. Diógenes que tudo via com mais aguda vista que os outros homens viu que uma grande tropa de varas e ministros de justiça levavam a enforcar uns ladrões, e começou a bradar: lá vão os ladrões grandes a enforcar os pequenos Ditosa Grécia que tinha tal pregador! E mais ditosas as outras nações, se nelas não padecerá a justiça as mesmas afrontas. Quantas vezes se viu em Roma ir enforcar um ladrão por ter furtado um carneiro, e no mesmo dia ser levado em triunfo um cônsul ou ditador por ter roubado uma província! E quantos ladrões teriam enforcado estes mesmos ladrões triunfantes? Percebe-se que o autor preocupava-se com temas de caráter social e de dimensão política. Neste sermão, ele aproxima e compara a figura de Alexandre Magno, grande conquistador do mundo antigo, com a do pirata saqueador, evidenciando assim sua crítica aos valores morais e sua visão ideológica. 1) Qual passagem sintetiza o tema a ser tratado? R:Paradoxo: Roubar pouco é culpa; roubar muito é grandeza 2) Padre Antônio Vieira cita algumas personalidades históricas. Explique por quê? R: Para dar maior credibilidade a suas palavras, o orador vale-se do exemplo de personagens históricas. 3) Segundo o texto há dois tipos de ladrão: a) Quais são eles? R: Os ladrões que furtam para sobreviver e os ladrões de maior calibre e de mais alta esfera, ou seja, os que detêm o poder b) Dos dois tipos, quais são os verdadeiros ladrões? Justifique a resposta com argumentos do texto. R: Os verdadeiros ladrões são aqueles que detêm o poder, pois, eles roubam cidades e reinos[...] sem temor, nem perigo: os outros, se furtam, são enforcados, estes furtam e enforcam. 4) Procure no texto figuras de linguagem próprias do estilo barroco (como as antíteses) R:Todo o texto apoia-se na oposição pequeno ladrão versus grande ladrão o que já configura uma estrutura barroca. O autor vale-se de figuras de oposição e de ideias como paradoxos. 5) Nesse sermão predomina o estilo cultista ou conceptista? Justifique sua resposta. R Conceptista: pois, a partir do raciocínio lógico dos fatos concretos, apresentam-se argumentos que confirmam a ideia central do texto. Há portanto, uma preocupação em defender uma ideia e comprová-la. 6) Por meio desse sermão, podemos deduzir que Padre Antônio Vieira estava mais preocupado em reverenciar as instituições ou em reafirmar uma verdade essencial? Justifique sua resposta com base no texto lido. R: Pe Vieira estava mais preocupado em reafirmar uma verdade essencial e com esse objetivo, chega a atacar implacavelmente o poder a quem os reis encomendam exércitos e legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das cidades 7) Explique o sentido que esta passagem tem no texto: roubar com pouco poder pode fazer os piratas, a roubar com muito, os alexandres. R: O autor procura destacar o fato de que muitas vezes grandes conquistas não 10

11 passam de grandes furtos. No fundo, Alexandre e o pirata fazem a mesma coisa roubar. Mas um rouba em seu próprio nome e sob risco de vida o autor, em nome de um império e apoiado por gente poderosa. O fundamental, nessa passagem, é que o autor analisa as ações humanas de um único ângulo o da virtude e da justiça. Nesse sentido, Alexandre e o pirata não são diferentes. QUESTÕES DE VESTIBULAR 1)Eis um exemplo dos muitos retratos que Gregório de Matos compôs: Soneto cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana, e vinha, Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um frequentado olheiro, Que a vida do vizinho, e da vizinha Pesquisa. Escuta, espreita, e esquadrinha, Para levar à Praça, e ao Terreiro. Muitos mulatos desavergonhados, Trazidos pelos pés os homens nobres, Posta nas palmas toda picardia. Estupendas usuras nos mercados, Todos, os que não furtam, muito pobres, E eis aqui a cidade da Bahia. Nesse texto o poeta expõe os personagens que circulavam pela cidade de Salvador - conhecida como Bahia- desde as mais altas autoridades até os mais pobres escravos. Gregório de Matos. ( Descreve o que era realmente naquele tempo a cidade da Bahia de mais enredada por menos confusa ) O poema, escrito por Gregório de Matos no século XVII, a) representa, de maneira satírica, os governantes e a desonestidade na Bahia colonial. b) critica a colonização portuguesa e defende, de forma nativista, a independência brasileira. c) tem inspiração neoclássica e denuncia os problemas de moradia na capital baiana. d) revela a identidade brasileira, preocupação constante do modernismo literário. e) valoriza os aspectos formais da construção poética parnasiana e aproveita para criticar o governo. 2) Leia aas estrofes abaixo: I. A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. II. Há coisa como ver um Paiaiá Mui prezado de ser Caramuru, Descendente do sangue de tatu Cujo torpe idioma e Cobepá? III. Rubi, concha de perlas peregrina, Animado cristal, viva escarlata, Duas safiras sobre lisa prata, Ouro encrespado sobre prata fina. Este o rostinho é de Catarina. IV. Ardor em coração firme nascido! Pranto por belos olhos derramado! Incêndio em mares de água disfarçado! Rio de neve em fogo convertido!. Conforme afirma o critico literário Alfredo Bosi, são conhecidas as críticas de Gregório de Matos contra algumas autoridades da colônia, mas também palavras de desprezo pelos mestiços e de cobiça pelas mulatas. A situação de intelectual branco não bastante prestigiado pelos maiores da terra ainda mais lhe pungia o amor próprio e o levava a estiletar às cegas todas as classes da nova sociedade. Essa afirmação pode ser comprovada apenas pelos fragmentos a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) III e IV 3) Texto para a próxima questão: 1Triste Bahia! Oh quão dessemelhante 2 Estás, e estou do nosso antigo estado! 3 Pobre te vejo a ti, tu a mi empenhado, 4 Rica te vejo eu já, tu a mi abundante. 5 A ti trocou-te a máquina mercante, 6 Que em tua larga barra tem entrado, 7 A mim foi-me trocando, e tem trocado 8 Tanto negócio, e tanto negociante. 11

12 9 Deste em dar tanto açúcar excelente 10 Pelas drogas inúteis, que abelhuda 11 Simples aceitas do sagaz Brichote. 12 Oh se quisera Deus, que de repente 13 Um dia amanhecerás tão sisuda 14 Que fora de algodão o teu capote! A partir da leitura do texto de Gregório de Matos, considere as afirmativas a seguir. I. O poema faz parte da produção de Gregório de Matos caracterizada pelo cunho satírico, visto que ridiculariza vícios e imperfeições e assume um tom de censura. II. As figuras do desconsolado poeta, da triste Bahia e do sagaz Brichote são imagens poéticas utilizadas para expressar a existência de um triângulo amoroso. III. O poema apresenta a degradação da Bahia e do eu-lírico, em virtude do sistema de trocas imposto à Colônia, o qual privilegiava os comerciantes estrangeiros. IV. Os versos Que em tua larga barra tem entrado e Deste em dar tanto açúcar excelente conferem ao poema um tom erótico, pois, simbolicamente, sugerem a ideia de solicitação ao prazer. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas I e II são b) Somente as afirmativas I e III são c) Somente as afirmativas III e IV são d) Somente as afirmativas I, II e IV são e) Somente as afirmativas II, III e IV são 4)Texto para a próxima questão: Soneto Vês esse Sol de luzes coroado? Em pérolas a Aurora convertida? Vês a Lua de estrelas guarnecida? Vês o Céu de Planetas adorado? O Céu deixemos;vês naquele prado A Rosa com razão desvanecida? A Açúcena por alva presumida? O Cravo por galã lisonjeado? Deixa o prado; vem cá, minha adorada, Vês desse mar a esfera cristalina Em sucessivo aljôfar desatada? Parece aos olhos ser prata fina? Vês tudo isto bem? pois tudo é nada À vista do teu rosto, Catarina. O texto apresenta: a) Linguagem sensorial; b) ausência de rigor formal; c) pessimismo em relação ao sentimentalismo amoroso; d) preocupação com a fugacidade das coisas; e) tensão entre o erótico e o platônico no relacionamento amoroso. 5) O poema abaixo foi escrito por Gregório de Matos Guerra, no século XVII. Ao Governador Antônio de Sousa de Meneses, chamado vulgarmente o "Braço de Prata". Sôr Antônio. de Sousa de Meneses, Quem sobe ao alto lugar, que não merece, Homem sobe, asno vai, burro parece, Que a subir é desgraça muitas vezes. A fortunilha, autora de entremezes, Transpõe em burro herói que indigno cresce; Desanda a roda, e logo homem parece, Que é discreta a fortuna em seus reveses. Homem sei eu que foi Vossenhoria Quando o pisava da fortuna a roda; Burro foi ao. subir tão alto clima. Pois, alto! Vá descendo ande jazia, Verá quanto melhor se lhe acomoda Ser homem em baixo do que burro em cima Assinale a alternativa incorreta a respeito do poema acima. a) A forma do poema soneto em decassílabos, vinculado a uma tradição clássica de temas sublimes contrasta com o conteúdo de cunho satírico, vazado numa linguagem mais coloquial. É um contraste compreensível no âmbito do Barroco. b) Na primeira estrofe, o poeta utiliza metáforas para desqualificar aquele que assume alta posição de mando ( no caso, no governo) sem atributos e credenciais para tal. c) A segunda estrofe desenvolve a mesma tese da primeira: um homem só é digno se assume um lugar adequado a sua natureza; 12

13 a pretensão à posição superior por meio de cobiça e bravata configurará a inépcia, a imoralidade, a corrupção. d) A roda da fortuna é metonímia para o destino da vida. E quando apela para que o governador desça de onde jazia, o poeta sugere que o político deve estar entre o povo para atender a suas necessidades e demandas. 13

MARCO INICIAL: Prosopopeia (1601)- poema épico de Bento Teixeira, tendo por assunto os feitos militares de Jorge de Alburquerque.

MARCO INICIAL: Prosopopeia (1601)- poema épico de Bento Teixeira, tendo por assunto os feitos militares de Jorge de Alburquerque. COLÉGIO ESTADUAL DO PARANÁ PROFª Drª. CAMILA PASQUAL DISCIPLINA: LINGUA PORTUGUESA BARROC0: DOS ANOS 1600 E INÍCIO DOS ANOS 1700- CONTEXTO HISTÓRICO Renascimento e a Reforma de Lutero. A contra- Reforma

Leia mais

A POÉTICA DO SÉCULO XVII

A POÉTICA DO SÉCULO XVII A POÉTICA DO SÉCULO XVII O Enterro do Conde de Orgaz (1586) El Greco Igreja de São Tomé, Toledo São Jerônimo (c. 1605). Caravaggio. Galeria Borghese, Itália Êxtase de Santa Teresa (1645-52) Igreja de

Leia mais

Barroco Gregório de Matos: o primeiro grande poeta brasileiro. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra

Barroco Gregório de Matos: o primeiro grande poeta brasileiro. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra Barroco Gregório de Matos: o primeiro grande poeta brasileiro Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra Contexto Gregório de Matos teve sólida formação cultural. Estudante de Direito em Coimbra,

Leia mais

aula Barroco LITERATURA

aula Barroco LITERATURA aula Barroco LITERATURA As Escolas Literárias Barroco 1601 Arcadismo 1768 Romantismo 1836 Realismo 1881 Naturalismo 1881 Parnasianismo 1882 Simbolismo 1893 Pré-modernismo 1902 Modernismo 1922 Barroco 1601

Leia mais

BARROCO. Vaidade, de Domenico Piola

BARROCO. Vaidade, de Domenico Piola BARROCO Vaidade, de Domenico Piola. HISTORICAMENTE - Realização do Concílio de Trento, entre os anos de 1545 e 1563; - Estabelecimento da divisão da cristandade entre protestantes e católicos; - Reforma

Leia mais

GREGÓRIO DE MATOS BOCA DO INFERNO

GREGÓRIO DE MATOS BOCA DO INFERNO GREGÓRIO DE MATOS BOCA DO INFERNO Profª Ivandelma Gabriel Características * abusa de figuras de linguagem; * faz uso do estilo cultista e conceptista, através de jogos de palavras e raciocínios sutis;

Leia mais

Bárbara da Silva. Literatura. Aula 12 - Barroco

Bárbara da Silva. Literatura. Aula 12 - Barroco Bárbara da Silva Literatura Aula 12 - Barroco Reforma protestante x contra-reforma Em 1517, na Alemanha, Martinho Lutero provocou uma cisão no seio da Igreja Católica apresentando suas teses sobre os abusos

Leia mais

https://www.youtube.com/watch?v=hiiydd ZIK4I

https://www.youtube.com/watch?v=hiiydd ZIK4I https://www.youtube.com/watch?v=hiiydd ZIK4I Pintura Composição assimétrica, em diagonal - substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista. * Acentuado contraste de claro-escuro,expressão

Leia mais

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 1º EM Literatura Klaus Av. Dissertativa 21/09/16 INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 1. Verifique, no cabeçalho desta prova, se seu nome, número e turma estão corretos. 2. Esta

Leia mais

Revisão com aprofundamento: Barroco e Arcadismo

Revisão com aprofundamento: Barroco e Arcadismo Revisão com aprofundamento: Barroco e Arcadismo Revisão com aprofundamento: Barroco e Arcadismo Texto para as questões 1 e 2. SONETO Carregado de mim ando no mundo, E o grande peso embarga-me as passadas,

Leia mais

Rebuscamento: reflexo do dilema em que vivia o homem

Rebuscamento: reflexo do dilema em que vivia o homem CONTEXTO HISTÓRICO Concílio de Trento Ocorre a censura eclesiástica às ciências e cultura em geral O Brasil destaca-se como produtor de cana-de-açúcar Desenvolvimento de uma arte de contrastes e oposições

Leia mais

BARROCO: características, influências, autores, obras e textos

BARROCO: características, influências, autores, obras e textos BARROCO: características, influências, autores, obras e textos BARROCO Contexto histórico (Europa) 1517: acontece a Reforma, que divide a Igreja entre católicos e protestantes; 1540: fundação da Companhia

Leia mais

Arte Barroca. século XVII (seiscentismo) Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Ouro Preto)

Arte Barroca. século XVII (seiscentismo) Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Ouro Preto) Arte Barroca século XVII (seiscentismo) Igreja de Nossa Senhora da Conceição (Ouro Preto) CONTEXTO HISTÓRICO Reforma Protestante * contra venda de indulgências * livre leitura da Bíblia CONTEXTO HISTÓRICO

Leia mais

LITERATURA BARROCA NO BRASIL

LITERATURA BARROCA NO BRASIL LITERATURA BARROCA NO BRASIL O que é o Barroco? O Barroco foi um período estilístico e filosófico da História da sociedade ocidental, ocorrido durante os séculos XVI e XVII (Europa) e XVII e XVIII (América),

Leia mais

Aula ao vivo de Literatura Barroco e Arcadismo 04/04/2014

Aula ao vivo de Literatura Barroco e Arcadismo 04/04/2014 Aula ao vivo de Literatura Barroco e Arcadismo 04/04/2014 Texto 1 Buscando a Cristo A vós correndo vou, braços sagrados, Nessa cruz sacrossanta descobertos Que, para receber me, estais abertos, E, por

Leia mais

Recursos para Estudo / Atividades

Recursos para Estudo / Atividades COLÉGIO NOSSA SENHORA DA PIEDADE Programa de Recuperação Paralela 3ª Etapa 2012 Disciplina: Literatura Ano: 2012 Professor (a): Felipe Amaral Turma: 1º ano Caro aluno, você está recebendo o conteúdo de

Leia mais

- - d) as tendências feministas. e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja.

- - d) as tendências feministas. e) os cristãos deviam preservar a instituição do casamento recorrendo exclusivamente aos ensinamentos da Igreja. 1. (Enem-MEC) - - cia na sociedade urbana colonial. Do ponto de vista da Inquisição, a) o problema dos métodos citados no trecho residia na dissimulação, que acabava por enganar o enfeitiçado. b) o diabo

Leia mais

Revisão Geral. Português Bernardo Soares #VaiTerEspecífica

Revisão Geral. Português Bernardo Soares #VaiTerEspecífica Revisão Geral TEXTO I Ladrões Navegava Alexandre 1 em uma poderosa armada pelo mar Eritreu a conquistar a Índia, e como fosse trazido a sua presença um pirata, que por ali andava roubando os pescadores,

Leia mais

LITERATURA COLONIAL - BARROCO

LITERATURA COLONIAL - BARROCO Lista de exercícios Aluno (a): Turma: 2 ano Professor: Daniel Disciplina: Literatura No Anhanguera você é + Enem Antes de iniciar a lista de exercícios, leia atentamente as seguintes orientações: É fundamental

Leia mais

Literatura. - Gregório de Matos (Boca do inferno) - Padre Antônio Vieira - (Admirado por Seus Sermões)

Literatura. - Gregório de Matos (Boca do inferno) - Padre Antônio Vieira - (Admirado por Seus Sermões) Literatura - Gregório de Matos (Boca do inferno) - Padre Antônio Vieira - (Admirado por Seus Sermões) SEISCENTISMO / BARROCO Imagem: Michelangelo / O dilúvio universal, entre 1508 e 1509 / Fotografia tirada

Leia mais

Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu na Bahia, em Com sete anos de idade, veio para o Brasil e entrou para a Companhia de

Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu na Bahia, em Com sete anos de idade, veio para o Brasil e entrou para a Companhia de Padre Antônio Vieira nasceu em Lisboa, em 1608, e morreu na Bahia, em 1697. Com sete anos de idade, veio para o Brasil e entrou para a Companhia de Jesus. Por defender posições favoráveis aos índios e

Leia mais

BARROCO LITERATURA - 1 ano A e B (3º Bim.)

BARROCO LITERATURA - 1 ano A e B (3º Bim.) COLÉGIO DIOCESANO SERIDOENSE BARROCO LITERATURA - 1 ano A e B (3º Bim.) Professora: Caroline Santos Conflitos dualistas entre o terreno e o celestial, o homem (antropocentrismo) e Deus (teocentrismo),

Leia mais

POESIA RELIGIOSA "A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR" Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado, Da vossa alta clemência me despido: Porque, quanto mais ten

POESIA RELIGIOSA A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR Pequei, Senhor; mas não por que hei pecado, Da vossa alta clemência me despido: Porque, quanto mais ten ANÁLISE DAS POESIAS DE GREGÓRIO DE MATOS Esta pesquisa tem por objetivo fazer uma análise de quatro poesias, sendo do autor, Gregório de Matos da escola literária Barroco e quatro liras do autor Tomás

Leia mais

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES Versão do Aluno 1º ciclo do 2º bimestre da 1ª série Eixo bimestral: POESIA NO BARROCO / TIRINHA E CHARGE Gerência de Produção Luiz Barboza

Leia mais

1. (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase abaixo:

1. (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase abaixo: Atividade / Barroco 1. (UNIV. CAXIAS DO SUL) Escolha a alternativa que completa de forma correta a frase abaixo: A linguagem, o paradoxo, e o registro das impressões sensoriais são recursos linguísticos

Leia mais

Flagelação de Cristo (Foto: Pintura: Caravaggio / Reprodução)

Flagelação de Cristo (Foto: Pintura: Caravaggio / Reprodução) O Barroco O Barroco foi um período do século XVI marcado pela crise dos valores Renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de lutas religiosas e dualismos entre espírito e razão. O movimento

Leia mais

Resumo Aula 4 e 5 de Literatura: Classicismo, Quinhentismo e Barroco.

Resumo Aula 4 e 5 de Literatura: Classicismo, Quinhentismo e Barroco. Resumo Aula 4 e 5 de Literatura: Classicismo, Quinhentismo e Barroco. Classicismo Período literário que surgiu na época do Renascimento. Teve inicio na Itália e difundiu-se ao longo na Europa, séc. XV

Leia mais

Gregório de Matos Guerra. (Boca do Inferno)

Gregório de Matos Guerra. (Boca do Inferno) Usina de Açúcar Franz Post Barroco Século XVII - Bahia Gregório de Matos Guerra (Boca do Inferno) Lírico-Amoroso: estabelece um jogo oposições, apela para os sentidos, explora imagens fugidias para retratar

Leia mais

ÍNDICE EDITORIAL 4. PROSAS 18 Loucura para judeus, escândalo para gentios 19

ÍNDICE EDITORIAL 4. PROSAS 18 Loucura para judeus, escândalo para gentios 19 ÍNDICE EDITORIAL 4 POESIAS 6 Lá vai o Profeta 7 Oração-Poema ao Crucificado 8 Acreditar de acreditar 9 Pode ser que sim 9 Uma Encíclica 10 IIª Encíclica 11 Os Mártires 12 Habacuc 13 Transfiguração 14 Novas

Leia mais

( ) A literatura brasileira da fase colonial é autônoma em relação à Metrópole.

( ) A literatura brasileira da fase colonial é autônoma em relação à Metrópole. 3º EM Literatura Carolina Aval. Subs. / Opt. 23/04/12 1. Sobre o Quinhentismo brasileiro, assinale V para verdadeiro e F para falso. Em seguida, explicite o erro das afirmações julgadas falsas. (Os itens

Leia mais

Aula 6 A lírica camoniana

Aula 6 A lírica camoniana Aula 6 A lírica camoniana Lírica Camoniana Poemas em medida velha: Poemas em medida nova: - Tradição popular medieval - Doce estilo novo -- Influência de Petrarca: soneto - Redondilha Menor: pentassílabo

Leia mais

Gregório de Matos POEMAS SELECIONADOS

Gregório de Matos POEMAS SELECIONADOS Gregório de Matos POEMAS SELECIONADOS Características da linguagem barroca Quanto ao conteúdo Conflito entre fé e razão (visão antropocêntrica e teocêntrica); Oposição entre mundo material e mundo espiritual;

Leia mais

3) As primeiras manifestações literárias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a:

3) As primeiras manifestações literárias que se registram na Literatura Brasileira referem-se a: ATIVIDADES DE RECUPERAÇÃO PARALELA - LITERATURA PROFESSOR: Renan Andrade TURMA: 1ª Série EM REVISÃO 1) Comente a respeito das vertentes lírica e épica da poesia de Camões. 2) Não se relaciona à medida

Leia mais

SUPERIOR DE LICENCIATURA EM LETRAS, COM HABILITAÇAO EM LÍNGUA PORTUGUESA, NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

SUPERIOR DE LICENCIATURA EM LETRAS, COM HABILITAÇAO EM LÍNGUA PORTUGUESA, NA MODALIDADE DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA PLANO DE DISCIPLINA IDENTIFICAÇÃO CURSO: SUPERIOR DE LICENCIATURA EM LETRAS COM HABILITAÇÃO EM LÍNGUA PORTUGUESA DISCIPLINA: LITERATURA BRASILEIRA I PRÉ-REQUISITO: TEORIA LITERÁRIA I UNIDADE CURRICULAR:

Leia mais

Antologia, de Gregório de Matos

Antologia, de Gregório de Matos Antologia, de Gregório de Matos As obras de Gregório de Matos Guerra permanecem como uma das mais malditas e rebeldes da história da literatura bresileira. É o que comprova esta obra, Antologia, cuidadosamente

Leia mais

FÍSICA 1.(UNESP/2018) 2.(UNESP/2016) 3.(UNESP/2013) 4.(UEL/2017) 5.(MACK/2017) 6.(MACK/2016) 7.(UNICAMP/2018) SOCIOLOGIA 8.(UNESP/2018) 9.(UNESP/2018) 10.(UNESP/2018) 11.(UNESP/2018) SOCIOLOGIA 12.(UNESP/2018)

Leia mais

FÍSICA 1.(UNESP/2018) 2.(UNESP/2016)

FÍSICA   1.(UNESP/2018) 2.(UNESP/2016) FÍSICA 1.(UNESP/2018) 2.(UNESP/2016) 3.(UNESP/2013) 4.(UEL/2017) 5.(MACK/2017) 6.(MACK/2016) 7.(UNICAMP/2018) SOCIOLOGIA 8.(UNESP/2018) 9.(UNESP/2018) 10.(UNESP/2018) 11.(UNESP/2018) SOCIOLOGIA 12.(UNESP/2018)

Leia mais

Quando eu, senhora...

Quando eu, senhora... Quando eu, senhora... Sá de Miranda Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho, e vejo o que não vi nunca, nem cri que houvesse cá, recolhe-se a alma em si e vou tresvariando, como em sonho. Isto passado,

Leia mais

Êxtase de Santa Teresa, Bernini

Êxtase de Santa Teresa, Bernini Êxtase de Santa Teresa, Bernini O Barroco foi, nos países católicos, a arte da Contrarreforma. Barroco Broatki pérola irregular com coloração mesclada em tons de branco e escuros. Na arte, o termo foi

Leia mais

Prof. Eloy Gustavo. Aula 4 Renascimento

Prof. Eloy Gustavo. Aula 4 Renascimento Aula 4 Renascimento Renascimento ou Renascença O florescimento intelectual e artístico que começou na Itália no século XIV, culminou nesse país no século XVI e influenciou enormemente outras partes da

Leia mais

PADRE ANTÓNIO VIEIRA

PADRE ANTÓNIO VIEIRA PADRE ANTÓNIO VIEIRA Vida Nasceu em Lisboa no ano de 1608 e quando tinha 6 anos a família Vieira veio para o Brasil, pois seu pai foi convidado a trabalhar como escrivão no Tribunal da Relação da Bahia.

Leia mais

QUANDO EU, SENHORA...

QUANDO EU, SENHORA... QUANDO EU, SENHORA... Sá de Miranda Quando eu, senhora, em vós os olhos ponho, e vejo o que não vi nunca, nem cri que houvesse cá, recolhe-se a alma em si e vou tresvariando, como em sonho. Isto passado,

Leia mais

BARROCO BRASILEIRO. O Homem em Conflito (século XVII)

BARROCO BRASILEIRO. O Homem em Conflito (século XVII) BARROCO BRASILEIRO O Homem em Conflito (século XVII) ARQUITETURA BARROCA Igreja de S. Carlos Barromeu - Áustria ESCULTURA BARROCA Bernini Êxtase de Santa Tereza PINTURA BARROCA Caravaggio Judith degola

Leia mais

Colégio XIX de Março Educação do jeito que deve ser

Colégio XIX de Março Educação do jeito que deve ser Colégio XIX de Março Educação do jeito que deve ser 2017 3ª PROVA PARCIAL DE LITERATURA QUESTÕES FECHADAS Aluno(a): Nº Ano: 1º Turma: Data: 22/11 /17 Nota: Professor(a) Diego Guedes Valor da Prova: 20

Leia mais

Quinhentismo (Século XVI)

Quinhentismo (Século XVI) Aula 01 A Literatura no Período Colonial Brasileiro Estudar literatura é, basicamente, ampliar nossas habilidades de leitura do texto literário. No Ensino Médio, esse estudo é acrescido da história literária,

Leia mais

A Literatura no Período Colonial Brasileiro

A Literatura no Período Colonial Brasileiro Aula 01 A Literatura no Período Colonial Brasileiro Estudar literatura é, basicamente, ampliar nossas habilidades de leitura do texto literário. No Ensino Médio, esse estudo é acrescido da história literária,

Leia mais

SERMÃO SEXAGENÁRIO. Artur Ledur Bernardo Barboza Eduardo Oliveira Gustavo Johnson Leonardo Valcarenghi Thomas Ricardo

SERMÃO SEXAGENÁRIO. Artur Ledur Bernardo Barboza Eduardo Oliveira Gustavo Johnson Leonardo Valcarenghi Thomas Ricardo SERMÃO SEXAGENÁRIO Artur Ledur Bernardo Barboza Eduardo Oliveira Gustavo Johnson Leonardo Valcarenghi Thomas Ricardo QUEM FOI PADRE ANTÔNIO VIEIRA? Padre Antônio Vieira nasceu em 1608, em Lisboa, e representa,

Leia mais

DATA: 26 / 09 / 2014 II ETAPA AVALIAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 1.º ANO/EM ALUNO(A): Nº: TURMA:

DATA: 26 / 09 / 2014 II ETAPA AVALIAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 1.º ANO/EM ALUNO(A): Nº: TURMA: SOCIEDADE MINEIRA DE CULTURA Mantenedora da PUC Minas e do COLÉGIO SANTA MARIA DATA: 26 / 09 / 2014 1 UNIDADE: II ETAPA AVALIAÇÃO DE RECUPERAÇÃO DE LÍNGUA PORTUGUESA 1.º ANO/EM ALUNO(A): Nº: TURMA: PROFESSOR(A):

Leia mais

SANTA MISSA EM PORTUGUÊS Domingo, 17 de dezembro de :00 p.m. 3º. Domingo do Advento CANTOS CANTO DE ENTRADA: Reunidos Aqui

SANTA MISSA EM PORTUGUÊS Domingo, 17 de dezembro de :00 p.m. 3º. Domingo do Advento CANTOS CANTO DE ENTRADA: Reunidos Aqui SANTA MISSA EM PORTUGUÊS Domingo, 17 de dezembro de 2017 5:00 p.m. 3º. Domingo do Advento CANTOS CANTO DE ENTRADA: Reunidos Aqui Reunidos aqui (reunidos aqui) Só pra louvar ao Senhor (só pra louvar ao

Leia mais

BIOLOGIA QUESTÕES DE 01 E 02

BIOLOGIA QUESTÕES DE 01 E 02 BIOLOGIA QUESTÕES DE 01 E 02 QUESTÃO N o 01 Com relação aos envoltórios celulares e à troca de substâncias entre a célula e o meio, responda: a) Quais são as duas principais substâncias que compõem a membrana

Leia mais

Século XVII - Bahia. Usina de Açúcar Franz Post

Século XVII - Bahia. Usina de Açúcar Franz Post Barroco Século XVII - Bahia Usina de Açúcar Franz Post Gregório de Matos Guerra (1633 1696) Eu sou aquele que os passados anos Cantei na minha lira maldizente Torpezas do Brasil, vícios e enganos. Poesia

Leia mais

Gêneros Literários OBRAS LITERÁRIAS: QUANTO À FORMA = VERSO & PROSA QUANTO AO CONTEÚDO = GÊNEROS LITERÁRIOS

Gêneros Literários OBRAS LITERÁRIAS: QUANTO À FORMA = VERSO & PROSA QUANTO AO CONTEÚDO = GÊNEROS LITERÁRIOS GÊNEROS LITERÁRIOS Gêneros Literários OBRAS LITERÁRIAS: QUANTO À FORMA = VERSO & PROSA QUANTO AO CONTEÚDO = GÊNEROS LITERÁRIOS Gêneros Literários GÊNERO ÉPICO (NARRATIVO) = Quando é contada uma história.

Leia mais

BARROCO. Definição do amor. Mandai-me, Senhores, hoje que em breves rasgos descreva do Amor a ilustre prosápia, E de Cupido as proezas.

BARROCO. Definição do amor. Mandai-me, Senhores, hoje que em breves rasgos descreva do Amor a ilustre prosápia, E de Cupido as proezas. 1. (Unesp 2010) A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana, e vinha, Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o mundo inteiro. (...) Estupendas usuras nos mercados, Todos,

Leia mais

CEMAS - REVISTA ARCADISMO REVISTA CEMAS 1º ANO A

CEMAS - REVISTA ARCADISMO REVISTA CEMAS 1º ANO A ARCADISMO REVISTA CEMAS 1º ANO A 1 ARCADISMO O Arcadismo, também conhecido como Setecentismo ou Neoclassicismo, é o movimento que compreende a produção literária brasileira na segunda metade do século

Leia mais

Anjo no nome, Angélica na cara, Isso é ser flor, e Anjo juntamente, Ser Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformara?

Anjo no nome, Angélica na cara, Isso é ser flor, e Anjo juntamente, Ser Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformara? Anjo no nome, Angélica na cara, Isso é ser flor, e Anjo juntamente, Ser Angélica flor, e Anjo florente, Em quem, senão em vós se uniformara? Quem veria uma flor, que a não cortara De verde pé, de rama

Leia mais

Professor: Luiz Romero Disciplina: Literatura Conteúdo: Arcadismo Aula: 01

Professor: Luiz Romero Disciplina: Literatura Conteúdo: Arcadismo Aula: 01 Professor: Luiz Romero Disciplina: Literatura Conteúdo: Arcadismo Aula: 01 O Arcadismo no Brasil A Conjuração Mineira (1789); Literatura com forte ligação sócio-política; AUTOR OBRA - PÚBLICO O nascimento

Leia mais

BARROCO BRASIL. Disciplina: História da Arte PROFª:DANIELLI P.

BARROCO BRASIL. Disciplina: História da Arte PROFª:DANIELLI P. BARROCO "INCÊNDIO EM MARES DE ÁGUA DISFARÇADO! RIO DE NEVE EM FOGO CONVERTIDO!" (GREGÓRIO DE MATOS) BRASIL Disciplina: História da Arte PROFª:DANIELLI P. BARROCO NO BRASIL O Barroco no Brasil teve início

Leia mais

Classicismo. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra

Classicismo. Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra Classicismo Literatura brasileira 1ª EM Prof.: Flávia Guerra Contexto O século XV traz o ser humano para o centro dos acontecimentos, relegando para segundo plano o deus todopoderoso do período medieval.

Leia mais

Missa da Ceia do Senhor

Missa da Ceia do Senhor Missa da Ceia do Senhor Entrada 1: Venham comigo Vamos comer minha Páscoa Isto é meu corpo Isto também é meu sangue Eis o meu testamento Até que se cumpra o Reino de Deus 1. Todo dia é preciso lembrar

Leia mais

FIGURAS DE LINGUAGEM

FIGURAS DE LINGUAGEM FIGURAS DE LINGUAGEM Figuras de linguagem figura do latim aspecto, forma, aparência. Exercem papel preponderante na construção do sentido do texto literário. QUAIS AS FIGURAS DE LINGUAGEM MAIS COMUNS?

Leia mais

LITERATURA, ESTILOS E ÉPOCAS

LITERATURA, ESTILOS E ÉPOCAS LITERATURA, ESTILOS E ÉPOCAS Não é significativo que o que é considerado como o início da literatura brasileira é uma carta escrita por um português? Ali veríeis galantes, pintados de preto e vermelho,

Leia mais

Planificação Anual. Disciplina de Português

Planificação Anual. Disciplina de Português Planificação Anual Disciplina de Português N.º e nome Módulo Horas Tempos (45 ) Conteúdos de cada módulo 1. Poesia trovadoresca - Contextualização histórico-literária - Espaços medievais, protagonistas

Leia mais

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM XXVI DOMINGO DO TEMPO COMUM Perdão, Senhor. Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas veredas. Leitura da Profecia de Ezequiel Ez 18, 25-28 Eis o que diz o Senhor: «Vós dizeis: A maneira

Leia mais

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUISTA FILHO Campus Experimental de Itapeva. Literatura aula 04 22/03/ Profº Rafael Semensi

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO DE MESQUISTA FILHO Campus Experimental de Itapeva. Literatura aula 04 22/03/ Profº Rafael Semensi Literatura aula 04 22/03/2.010 Profº Rafael Semensi 1 Classicismo (1527 ~ 1580) (pág. 36) 1527 Volta de Sá de Miranda da Itália. 1580 Domínio espanhol sobre Portugal e morte de Luís Vaz de Camões. 2 Transformações:

Leia mais

Barroco. Barroco. séc. XVI. Pietro da Cortona: O triunfo da Divina Providência, Afresco em teto do Palazzo Barberini, Roma.

Barroco. Barroco. séc. XVI. Pietro da Cortona: O triunfo da Divina Providência, Afresco em teto do Palazzo Barberini, Roma. Barroco Barroco séc. XVI Pietro da Cortona: O triunfo da Divina Providência, 1633-1639. Afresco em teto do Palazzo Barberini, Roma. Igreja da Ordem Terceira de São Francisco da Penitência, Rio de Janeiro.

Leia mais

QUESTÃO 2 INDIQUE os elementos da tela que retratam uma caracterização da Idade Média. (Não descreva a tela)

QUESTÃO 2 INDIQUE os elementos da tela que retratam uma caracterização da Idade Média. (Não descreva a tela) Literatura Linguagens, códigos e suas Tecnologias Edilaine Araújo Atividade de Recuperação Rec. Final 35 pontos 1 º A/B Leia os textos a seguir e responda à questão Notícia de jornal Tentou contra a existência

Leia mais

Questões de Vestibular: Língua Portuguesa - Figuras e vícios de linguagem

Questões de Vestibular: Língua Portuguesa - Figuras e vícios de linguagem Questões de Vestibular: Língua Portuguesa Figuras e vícios de linguagem (URJ) Universidade do stado do Rio de Janeiro Questão 141: linguagem figurada, conhecida característica de textos literários, encontrase

Leia mais

Literatura Literatura Brasileira Barroco Difícil [09 Questões]

Literatura Literatura Brasileira Barroco Difícil [09 Questões] Literatura Literatura Brasileira Barroco Difícil [09 Questões] 01 - (UNICE CE) São caracteristicas próprias do estilo Barroco: a) Oposição entre o mundo material e o espiritual, versos em tríades, teocentrismo.

Leia mais

Ela colhia margaridas quando eu passei. As margaridas eram os corações de seus namorados. (Carlos Drummond de Andrade)

Ela colhia margaridas quando eu passei. As margaridas eram os corações de seus namorados. (Carlos Drummond de Andrade) As figuras de linguagem ou de estilo são empregadas para valorizar o texto, tornando a linguagem mais expressiva. É um recurso linguístico para expressar experiências comuns de formas diferentes, conferindo

Leia mais

Língua Portuguesa. Respostas das Atividades

Língua Portuguesa. Respostas das Atividades Língua Portuguesa Respostas das Atividades LL.01 2. d 3. a) Em ambos os textos, a amada procura desprezar o amante ou aquele que a admira. b) Texto I: e me non falou Texto II: e nem escuta quem apela c)

Leia mais

Entrada: Quem É Esta Que Avança Como Aurora

Entrada: Quem É Esta Que Avança Como Aurora Entrada: Quem É Esta Que Avança Como Aurora Quem é esta que avança como aurora Temível como exército em ordem de batalha Brilhante como o sol e como a lua Mostrando os caminhos aos filhos seus Ah, ah,

Leia mais

Texto para a questão 1

Texto para a questão 1 3º EM Literatura Dina Aval. Rec. Par. 18/04/11 Texto para a questão 1 AUTO DA LUSITÂNIA Entra Todo o Mundo, homem como rico mercador, e faz que anda buscando - Outra adição nos acude: alguma cousa que

Leia mais

Colégio Santa Dorotéia

Colégio Santa Dorotéia ISTRUES Prezado(a) aluno(a), Área de Códigos e Linguagens Disciplina: Ano: 2º - Ensino Médio Professora: Ana Lúcia Atividades para Estudos Autônomos Data: 8 / 5 / 2018 Aluno(a): N o : Turma: As atividades

Leia mais

maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas

maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas Exercícios preparatórios para P7 Literatura Prof. Ítalo Puccini 1) I. A terra Esta terra, Senhor, me parece que, da ponta que mais contra o sul vimos até outra ponta que contra o norte vem, de que nós

Leia mais

O Evangelismo é a força que move a Igreja! O Discipulado, Consolida. Pág. 1

O Evangelismo é a força que move a Igreja! O Discipulado, Consolida. Pág. 1 O Evangelismo é a força que move a Igreja! O Discipulado, Consolida. Pág. 1 LIÇÃO 8 ARREPENDIMENTO Ponto de partida: O Arrependimento é uma das chamadas Doutrinas da Salvação. É essencial ao evangelho

Leia mais

Literatura: Barroco/ Arcadismo

Literatura: Barroco/ Arcadismo Literatura: Barroco/ Arcadismo Barroco ou seiscentismo séc. XVII Barroco = pérola irregular NO BRASIL, INICIA EM 1601 Destaques para Minas Gerais e Bahia Bahia = ciclo da cana de açúcar Principais características:

Leia mais

Literatura. Exercícios sobre Literatura Colonial. Exercícios 1. TEXTO I

Literatura. Exercícios sobre Literatura Colonial. Exercícios 1. TEXTO I Exercícios sobre Colonial Exercícios 1. TEXTO I A feição deles é serem pardos, maneira d avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura, nem estimam nenhuma cousa

Leia mais

CONTEXTO O Barroco foi um período do século XVII marcado pela crise dos valores Renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de lutas relig

CONTEXTO O Barroco foi um período do século XVII marcado pela crise dos valores Renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de lutas relig BARROCO CONTEXTO O Barroco foi um período do século XVII marcado pela crise dos valores Renascentistas, gerando uma nova visão de mundo através de lutas religiosas e dualismos entre espírito e razão. O

Leia mais

QUÃO GRANDE É O MEU DEUS (Chris T./Jesse R.)

QUÃO GRANDE É O MEU DEUS (Chris T./Jesse R.) QUÃO GRANDE É O MEU DEUS (Chris T./Jesse R.) Com esplendor de um rei Em majestade e luz Faz a terra se alegrar, faz a terra se alegrar Ele é a própria luz E as trevas vão fugir Tremer com sua voz, tremer

Leia mais

C8_COMP_PORT_Prof_Alu 4/8/10 11:05 AM Página I

C8_COMP_PORT_Prof_Alu 4/8/10 11:05 AM Página I C8_COMP_PORT_Prof_Alu 4/8/10 11:05 AM Página I C8_COMP_PORT_Prof_Alu 4/8/10 11:05 AM Página II C8_COMP_PORT_Prof_Alu 4/8/10 11:05 AM Página 1 Linguagens, Códigos e suas Tecnologias PORTUGUÊS MÓDULO 15

Leia mais

GREGÓRIO DE MATOS. O poeta descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia

GREGÓRIO DE MATOS. O poeta descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia GREGÓRIO DE MATOS O poeta descreve o que era naquele tempo a cidade da Bahia A cada canto um grande conselheiro, Que nos quer governar cabana e vinha; Não sabem governar sua cozinha, E podem governar o

Leia mais

Romantismo no Brasil: 1ª geração. Literatura brasileira 2ª EM Prof.: Flávia Guerra

Romantismo no Brasil: 1ª geração. Literatura brasileira 2ª EM Prof.: Flávia Guerra Romantismo no Brasil: 1ª geração Literatura brasileira 2ª EM Prof.: Flávia Guerra O discurso da nacionalidade Na primeira metade do século XIX, várias missões estrangeiras vieram ao Brasil. Foram os estrangeiros

Leia mais

Colégio Santa Dorotéia Área de Ciências Humanas Disciplina: História Ano: 7º - Ensino Fundamental Professora: Letícia

Colégio Santa Dorotéia Área de Ciências Humanas Disciplina: História Ano: 7º - Ensino Fundamental Professora: Letícia Área de Ciências Humanas Disciplina: História Ano: 7º - Ensino Fundamental Professora: Letícia Atividade para Estudos Autônomos Data: 6 / 11 / 2018 Aluno(a): N o : Turma: Querido(a) aluno(a), as atividades

Leia mais

1ª Leitura - Dn 3,

1ª Leitura - Dn 3, 1ª Leitura - Dn 3,25.34-43 De alma contrita e em espírito de humildade, sejamos acolhidos. Leitura da Profecia de Daniel 3,25.34-43 Naqueles dias: 25 Azarias, parou e, de pé, começou a rezar; abrindo a

Leia mais

Os Lusíadas Luís Vaz de Camões /1580

Os Lusíadas Luís Vaz de Camões /1580 Os Lusíadas 1572 Luís Vaz de Camões +- 1524/1580 Influências Grandes navegações: período dos descobrimentos (séc. XV ao XVII): financiadas pela Igreja Católica, que buscava domínio em terras distantes

Leia mais

A arte de escrever um soneto

A arte de escrever um soneto A arte de escrever um soneto Em primeiro lugar, não se ensina um poeta a escrever. Ele tira da alma o que sua mão escreve. Porém, a tarefa de escrever um soneto, uma obra considerada pelos intelectuais

Leia mais

(Traduzido de SAVATER, Fernando. "Criaturas del aire". Barcelona: Ediciones Destino,1989.)

(Traduzido de SAVATER, Fernando. Criaturas del aire. Barcelona: Ediciones Destino,1989.) Atividade extra Fascículo 3 Linguagens Unidade 8 Literatura: a arte da palavra Questão 1 Comenta-se, um pouco rápido demais, que a predileção que os leitores sentimos por um ou outro personagem vem da

Leia mais

Colégio FAAT Ensino Fundamental e Médio

Colégio FAAT Ensino Fundamental e Médio Colégio FAAT Ensino Fundamental e Médio Recuperação do 3 Bimestre disciplina Gramática 1º EM Conteúdo: Texto / pronomes Carinhoso Meu coração Não sei por que Bate feliz Quando te vê E os meus olhos ficam

Leia mais

I Domingo do Advento Ano B 30 de novembro de 2014

I Domingo do Advento Ano B 30 de novembro de 2014 I Domingo do Advento Ano B 30 de novembro de 2014 Caríssimos Irmãos e Irmãs: Deus fez a criatura humana para a plenitude em todos os seus aspectos. Fê-lo à sua imagem e semelhança. Entretanto, com a queda

Leia mais

ROTEIRO DE ATIVIDADES 1º bimestre da 3ª Série do Ensino Médio: 2º CICLO EIXO BIMESTRAL: POESIA E ROMANCE NO MODERNISMO / MANIFESTO

ROTEIRO DE ATIVIDADES 1º bimestre da 3ª Série do Ensino Médio: 2º CICLO EIXO BIMESTRAL: POESIA E ROMANCE NO MODERNISMO / MANIFESTO ROTEIRO DE ATIVIDADES 1º bimestre da 3ª Série do Ensino Médio: 2º CICLO PALAVRAS-CHAVE: Modernismo; Carlos Drummond de Andrade; concordância nominal; manifesto. EIXO BIMESTRAL: POESIA E ROMANCE NO MODERNISMO

Leia mais

O ELITE RESOLVE UNESP ª FASE

O ELITE RESOLVE UNESP ª FASE UNESP-018 el i t ecampi nas. com. br www. LÍNGUA PORTUGUESA QUESTÃO 01 Examine a tira Hagar, o Horrível do cartunista americano Dik Browne (1917-1989). (Hagar, o Horrível, vol 1, 014.) O ensinamento ministrado

Leia mais

Literatura Literatura Brasileira Barroco Fácil [20 Questões]

Literatura Literatura Brasileira Barroco Fácil [20 Questões] Literatura Literatura Brasileira Barroco Fácil [20 Questões] 01 - (UNP RN) Assinale a opção correta em relação à seguinte afirmação: O período barroco, movimento que acaba por refletir os conflitos e o

Leia mais

01. SENHOR AMADO (GERMANO GUILHERME) PARA OS TEMPOS QUE ESTAVAS NO MUNDO

01. SENHOR AMADO (GERMANO GUILHERME) PARA OS TEMPOS QUE ESTAVAS NO MUNDO 01. SENHOR AMADO (GERMANO GUILHERME) PARA OS TEMPOS QUE ESTAVAS NO MUNDO MANDARAM TE CHAMAR NA CASA DA MÃE SANTÍSSIMA, PARA TI, PARA TI TE APRESENTAR. SENHORA MÃE SANTÍSSIMA, EU VIM ME APRESENTAR. ATENDER

Leia mais

Literatura 1º ano João J. Classicismo

Literatura 1º ano João J. Classicismo Literatura 1º ano João J. Classicismo LITERATURA 1º ANO Tema: CLASSICISMO O Classicismo, terceiro grande movimento literário da língua portuguesa, marca o início a chamada Era Clássica da Literatura. A

Leia mais

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA

FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA FORMAÇÃO CONTINUADA EM LÍNGUA PORTUGUESA ROTEIRO DE ATIVIDADES 1ª SÉRIE 3º BIMESTRE AUTORIA GLORIA GONCALVES DE AZEVEDO Rio de Janeiro 2012 TEXTO GERADOR I Artigo enciclopédico Este texto gerador é um

Leia mais

*O Amor é o principal tema de toda a lírica camoniana - como é n'os Lusiadas, uma das grandes linhas que movem, organizam e dão sentido ao universo,

*O Amor é o principal tema de toda a lírica camoniana - como é n'os Lusiadas, uma das grandes linhas que movem, organizam e dão sentido ao universo, * *O Amor é o principal tema de toda a lírica camoniana - como é n'os Lusiadas, uma das grandes linhas que movem, organizam e dão sentido ao universo, elevando os heróis à suprema dignidade de, através

Leia mais

LITERATURA CONCEITOS GERAIS

LITERATURA CONCEITOS GERAIS LITERATURA CONCEITOS GERAIS Palavra minha Matéria, minha criatura, palavra (Chico Buarque) Lutar com palavras é a luta mais vã. Entanto lutamos mal rompe a manhã. (Carlos Drummond de Andrade) O quadrado

Leia mais

"Lábios impuros x impuros lábios" 22 de Agosto de 2011 Ministério Loucura da Pregação. "Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido;

Lábios impuros x impuros lábios 22 de Agosto de 2011 Ministério Loucura da Pregação. Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; "Lábios impuros x impuros lábios" 22 de Agosto de 2011 Ministério Loucura da Pregação "Então disse eu: Ai de mim! Pois estou perdido; porque sou um homem de lábios impuros, e habito no meio de um povo

Leia mais