OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BANCO DE DADOS REGIONAL. Variável: Produção Agropecuária 1
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- Adelino Faro Felgueiras
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1 OBSERVATÓRIO DO DESENVOLVIMENTO REGIONAL BANCO DE DADOS REGIONAL Variável: Produção Agropecuária 1 A variável Produção Agropecuária do Banco de Dados Regional reúne dados estatísticos relativos aos principais aspectos do desenvolvimento regional da agropecuária no Vale do Rio Pardo, a saber: - Estrutura fundiária; - Lavouras temporárias; - Lavouras permanentes; - Produção animal; - Pecuária. Os dados secundários aqui reunidos, referente à produção agropecuária dos municípios que integram a região do Vale do Rio Pardo, foram obtidos junto ao IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, através dos Censos Agropecuários de 1995 e 2006, da Produção Agrícola Municipal de 2000 e 2010, e da Produção Animal Municipal de 2000 e A organização dos dados contempla um conjunto de planilhas, gráficos e mapas temáticos de modo a alcançar ao público distintas formas de apresentação dos dados relativos a essa temática. 1 Texto elaborado por Ângela Cristina T. Felippi, Rogério Silveira e Victor Oliveira (PPGDR-UNISC).
2 ESTRUTURA FUNDIÁRIA A variável Estrutura Fundiária da região do Vale do Rio Pardo é discutida abrangendo a estrutura fundiária propriamente dita, em que são apresentados o número de estabelecimento, sua área, estratos por grupo de área e a condição legal da terra. Os dados apresentados são oriundos dos censos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) dos anos de 1995 e Desta forma, as conceituações base são as mesmas da instituição 2. Segundo o IBGE, um estabelecimento agropecuário consiste em: toda unidade de produção dedicada, total ou parcialmente, a atividades agropecuárias, florestais e aquícolas, subordinada a uma única administração: a do produtor ou a do administrador. Independente de seu tamanho, de sua forma jurídica ou de sua localização em área urbana ou rural, tendo como objetivo a produção para subsistência e/ou para venda, constituindo-se assim numa unidade recenseável. De acordo com a condição legal das terras, o IBGE considera os seguintes casos: Terras próprias propriedade do produtor; Terras concedidas por órgão fundiário sem título definitivo, tais como: título de domínio ou concessão de uso, título de ocupação colonial, título provisório, etc; Terras arrendadas propriedade de terceiros que estava sendo explorada pelo produtor, mediante pagamento, previamente ajustado, de uma quantia fixa, em dinheiro ou sua equivalência em produtos; Terras em parceria propriedade de terceiros que estava sendo explorada pelo produtor, mediante pagamento de parte da produção (meia, terça, quarta, etc.), previamente ajustado entre as partes; 2
3 Terras ocupadas propriedade pertencente a terceiros, pela qual o produtor nada paga pelo seu uso (ocupação, posse ou cessão); e Produtor sem-área produtor obteve produção (vegetal ou de origem animal), porém não detinha área específica para a sua produção, na data de referência. Primeiramente irá se apresentar um panorama geral da estrutura fundiária da região, considerando o numero de estabelecimentos, a área total dos mesmos e a média fundiária dos municípios. - no ano de 1995 a região apresenta uma estrutura fundiária bem diferenciada. Municípios como Pantano Grande Encruzilhada do Sul e General Câmara têm média fundiária mais concentrada que a média da região, 30,02 ha/propriedade, e do Estado, 50,7 ha/propriedade, com respectivamente 237,53 ha/propriedade, 94,67 ha/propriedade e 57,94 ha/propriedade. Em contra partida, alguns municípios tem média fundiária centrada em pequenas propriedades, como Mato Leitão, 10,04 ha/propriedade, Venâncio Aires 11,04 ha/propriedade e Vera Cruz 12,87 ha/propriedade. - em 2006 há algumas variações na conjuntura regional, em especial a médias das propriedades, no geral, sofre um decréscimo. As médias do Estado e da região caem respectivamente para 45,76 ha/propriedade e 26,99 ha/propriedade. Na perspectiva municipal as principais modificações são acerca no número de estabelecimentos. No caso de Pantano Grande, contrariando a tendência dos demais municípios, há um decréscimo no número de estabelecimentos, caído de 329 para 234, por consequência, a estrutura média aumentou para 262,09 ha/propriedade. Em contra partida, em General Câmara, que em 1995 tinha uma média fundiária entre as maiores da região, tem uma queda para 29,28 ha/propriedade. Considerando os estratos por grupo de área e a condição da propriedade, algumas considerações gerais podem ser tecidas:
4 - em 1995, a região, frente ao Estado, apresenta duas características peculiares. O Vale do Rio Pardo tem uma porcentagem maior que o Estado entre as propriedades com até 10 ha, entretanto, após este estrato, todas as porcentagens o Rio Grande do Sul, em média, tem maior número de propriedades que a região. Entre os municípios que possuem média fundiária entre as maiores da região há um número considerável de propriedades com 100 ha ou mais, como, por exemplo, Pantano Grande que possui 34,95% de suas propriedades no estrato entre 100 e 500 ha, sendo que a região tem média de 3,41%. Em contrapartida, Mato Leitão, município com menor média fundiária, não possui nenhuma propriedade maior que 100 ha. - em 2006 ha um decréscimo percentual nos estratos que representam uma maior concentração fundiária e em um movimento proporcional, aumenta os estratos que representam pequenas propriedades. Nos municípios com média fundiária menor, Mato Leitão, por exemplo, 91,76% das propriedades têm até 20 ha, Venâncio Aires possui 89,32%. Pantano Grande, município com maior média fundiária, no mesmo estrato apresenta apenas 22,19% de suas propriedades. Segundo a condição legal das terras, a região do Vale do Rio Pardo apresenta as seguintes condições: - no ano de 1995 há algumas proporcionalidades entre a divisão do total de propriedade da terra segundo a sua condição. Os municípios de Boqueirão do Leão, Tunas e Vale do Sol apresentam menos propriedades na condição de proprietário, 61,02%, 65,07% e 67,98% respectivamente. Em contrapartida, apresentam o maior percentual de propriedades na condição de parceiros, com 22,74%, 16,24% e 18,58%. No total regional, comparando ao Estado, o Vale do Rio Pardo tem um percentual menor entre proprietários e maior nos parceiros.
5 - em 2006, os percentuais comparativos da região e do Estado modificam-se. Diminui a diferença entre o numero de parceiros, sendo este diluído nos produtores sem área e assentados sem título, variáveis não presentes no censo de 1995.
6 LAVOURAS TEMPORÁRIAS Os dados referentes à produção e área plantada das principais culturas temporárias na região do Vale do Rio Pardo, no período compreendido entre 1995 e 2010 permitem algumas considerações mais gerais, a saber: - Nesse período, com exceção da cultura do Feijão que apresenta grande oscilação na área e na produção, e da cultura da mandioca que se mantém estável em área e com forte oscilação na produção, todas as demais culturas apresentam um crescimento tanto em área quanto em produção. - Em relação à área plantada destaca-se o forte incremento na cultura da soja que no período ampliou a área plantada em novos hectares, representando um aumento da ordem de 205,58%. Essa cultura se destaca na região nos municípios de Rio Pardo, Pantano Grande, Estrela Velha, Candelária e Arroio do Tigre; - A tradicional cultura do fumo também apresenta continuo crescimento tanto em área quanto em produção. No período ocorreu um aumento de 83,72 %, representando um acréscimo de novos hectares na produção de fumo. Já em relação à produção o aumento no período foi de novas toneladas, representando um acréscimo de 72.80% na produção regional do fumo. Embora presente em todos os municípios destaca-se notadamente em Venâncio Aires, Candelária, Santa Cruz do Sul, Arroio do Tigre e Vale do Sol. - Em relação à cultura do arroz observamos um crescimento proporcional de área, produção e produtividade que se dá de modo gradual e sem oscilações. Essa cultura ganha destaque em Rio Pardo, Candelária e Pantano Grande.
7 LAVOURAS PERMANENTES Os dados de lavoura permanente incluem os produtos banana, erva-mate, laranja e uva e se referem ao período de 1995 a Em relação à produção de uva, cabe destacar o crescimento da produção e da área plantada no município de Encruzilhada do Sul ao longo do período. Em 1995, eram cultivados somente 2 hectares, enquanto que em 2010, foram 350 hectares, crescendo %. A produção, por sua vez cresceu de 22 toneladas para toneladas colhidas, uma alta de %. Este município desponta em relação aos demais em produção e área plantada. A área plantada e a produção da laranja se destacam nos municípios de Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, seguidos por Candelária e Pantano Grande. Na região, nos primeiros dez anos do estudo a produção foi crescendo ao longo do período, ocorrendo o contrário nos últimos cinco anos, sendo que a área cresceu no primeiro período e se manteve no segundo. O pico de produção ocorreu em 2000, com mil frutos; sendo a menor produção em 2010, com mil frutos. A área era de 989 hectares plantados em 1995, e de 1288 hectares em Com relação à banana, a área oscila menos ao longo dos anos estudados, porém a produção cresce significativamente, subindo de 117 mil cachos, em 1995, para 906 mil cachos, em 2010, totalizando 674% de aumento. Os municípios que tiveram alta na produção ao longo do período foram Santa Cruz do Sul, Venâncio Aires, Candelária e Vale do Sol, responsáveis pela maior parte da produção. Por fim, a erva mate tem destaque no município de Venâncio Aires, tradicional produtor. Nos anos em relevo, observa-se grande oscilação em área e produção, com ascensões e quedas em ambas. A área plantada na região oscilou de hectares, em 1995, para hectares em 2000, tendo quedas depois desse ano. O mesmo ocorre com a produção, que vai de toneladas, em 1995, para toneladas, em 2000, numa alta de 207,93%. Depois segue em queda, e em 2010 retoma o crescimento.
8 PECUÁRIA Quanto à produção pecuária regional destaca-se o crescimento no período do gado bubalino cuja produção entre 1995 e 2010 ampliou em cerca de 77,60%, alcançando neste ano um rebanho de animais, com destaque para os municípios de Encruzilhada do Sul e Pantano Grande, os dois principais produtores da região. Outro rebanho que apresentou intenso crescimento foi o do gado suíno, que foi ampliado em 3.611%, entre 1995 e 2010, e cujos principais municípios produtores são, pela ordem, Venâncio Aires, Candelária e Santa Cruz do Sul. Em 2010 a produção regional representou 3,21% da produção estadual. A produção de aves na região apresenta-se relativamente estável no período, com uma produção em torno de 2 milhões e 100 mil animais. A produção regional respondeu em 2010 por 2,69% da produção estadual. Os principais municípios produtores de aves na região são Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul e Encruzilhada do Sul. Em relação à produção de gado bovino houve entre 1995 e 2010 uma redução de cabeças de gado, o equivalente a menos 11,68% no período. Dentre os principais municípios produtores encontram-se Rio Pardo, Encruzilhada do Sul e Pantano Grande. O rebanho bovino regional, em 2010, representava 4,00% do rebanho estadual. Já quanto à produção de gado ovino igualmente se observa uma progressiva ainda que irregular redução no rebanho regional. Entre 1995 e 2000, houve um decréscimo de 30,72%, com diminuição de animais. Já em 2006, ocorreu uma retomada da produção e a região alcançou, em relação a 2000, um forte acréscimo de 132,62%, alcançando a expressiva marca de animais. Mas já em 2010, ocorre nova redução na produção, com o decréscimo de 71,56% em relação a Em 2010, a produção regional de ovinos respondia por 3,12 do rebanho estadual, e os principais municípios produtores eram Encruzilhada do Sul, Pantano Grande e Rio Pardo. O mesmo processo de redução ocorre em relação aos rebanhos regionais de gado equino e caprino. Em relação ao gado equino que em 1995 apresentava um plantel de animais, entre 1995 e 2010 houve uma redução de 65,69%. Encruzilhada do Sul e Rio pardo são os principais municípios produtores da região. Já quanto ao gado caprino, houve intensa redução do rebanho da ordem de 92,98% entre 1995 e Os municípios que se destacam na produção desse rebanho são Sobradinho e Encruzilhada do Sul.
9 PRODUÇÃO ANIMAL Em relação à produção animal, com exceção do mel, a produção dos demais produtos (leite e ovos) têm dados disponíveis a partir de Sobre o mel, há disponibilidade de dados desde Sendo assim, a produção total de mel na região apresentou um crescimento gradativo de 1995 até 2006, representando um aumento de 37,74% nesse período. No entanto, ocorreu uma queda em 2010 de 35,20% em relação ao ano de Os municípios que despontam na produção ao longo do período avaliado são Encruzilhada do Sul, Candelária e Santa Cruz do Sul que juntos respondem em 2010, por 54,45% da produção regional. Outro dado que merece destaque é a relação entre a produção regional e a estadual. Em 1995, a região do Corede do Vale do Rio Pardo contribui com 9,04% na produção estadual de mel. O percentual de contribuição cai ao longo do período, passando de: 7,36% em 2000; 6,28% em 2006, e 4,10% em A produção de ovos sofre grande oscilação ao longo do período de 2000 a O que se mantém são mesmos municípios como maiores produtores, estando em primeiro lugar o município de Venâncio Aires, em segundo, Santa Cruz do Sul e em terceiro, Candelária, mas com alteração da quantidade produzida. Venâncio Aires é o município destaque, inclusive pela oscilação. Em 2000 produziu 1218 mil dúzias e em 2006, 594 mil dúzias e em 2010, 526 mil dúzias. O leite também sofre oscilações significativas. Na maior parte do período (2000 a 2010), se mantém despontando nos municípios de Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul, Arroio do Tigre e Rio Pardo. Porém, em 2010, cai a produção em Arroio do Tigre e em Santa Cruz do Sul e desponta em Candelária, mantendose em primeiro lugar em Venâncio Aires. Vale apontar a redução da participação da produção regional na produção estadual, que era de 2,79%, em 2000, e passou para 1,54%, em Enquanto há um crescimento gradativo da produção estadual de leite ao longo da década há uma redução na produção regional.
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