ENTRANDO NO ARCO-ÍRIS: RUPTURAS, REARRANJOS OU REPRODUÇÃO DA DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO ENTRE CASAIS HOMOSSEXUAIS?

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1 ENTRANDO NO ARCO-ÍRIS: RUPTURAS, REARRANJOS OU REPRODUÇÃO DA DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO ENTRE CASAIS HOMOSSEXUAIS? Fabio Pessanha Bila 1 A divisão sexual do trabalho é um tema que foi discutido nas Ciências Sociais desde seus autores clássicos. A ideia que dominou o debate sobre a temática, principalmente no século XIX, compreendia a questão a partir do pressuposto da complementaridade natural entre os sexos e do tabu do incesto. Estas eram percebidas enquanto norma que organizava todas as sociedades. Entretanto, profundas transformações sociais ocorreram no final do século XX. Tais mudanças questionaram todas as premissas referentes às relações entre homens e mulheres. Consequentemente as ideias clássicas sobre a divisão sexual do trabalho e o tabu do incesto foram interrogadas. As perguntas colocadas a esses temas abalaram a ideia de uma natureza como reguladoras das normas entre os sexos, demonstrando que o que se entendia como funções harmônicas ditadas pela natureza, mascarava uma hierarquia. Esta produz uma violenta desigualdade social, política e econômica entre homens e mulheres. Um novo paradigma foi criado para explicar tal divisão sexual do trabalho demonstrando que, ela é socialmente e culturalmente produzida, derrubando qualquer explicação vinculada à natureza. Dentre essas transformações vivenciamos o reconhecimento jurídico das uniões entre casais homossexuais, no Brasil, desde o ano de Este feito foi um marco na luta do movimento LGBT Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - no Brasil. Com isso, nosso objetivo é discutir como os casais homoafetivos fraturam a ideia de complementaridade entre os sexos e do tabu do incesto. Palavras Chave: Casamento Homoafetivo; Divisão Sexual do Trabalho; Cidadania; Poder Introdução O presente artigo é um desdobramento das reflexões, ainda em processo de amadurecimento, do meu projeto de tese em desenvolvimento. Apresentarei os principais objetivos de minha pesquisa e os caminhos teóricos que darão suporte a 1 Doutorando em Sociologia Política pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro UENF e Professor Assistente de Ciência Política da Universidade Estadual de Santa Cruz UESC. fpbila@gmail.com.

2 mesma. O intuito de apresentar esse texto é dialogar para amadurecer as questões suscitadas no trabalho de doutorado. Um breve percurso As indagações apresentadas são um desdobramento das pesquisas sobre a temática de gênero, em especifico a homossexualidade, desenvolvidas por mim desde a graduação em Ciências Sociais. Tais estudos foram realizados no Atelier de Estudos de Gênero ATEGEN - da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Os questionamentos que conduziram tais trabalhos buscaram compreender as consequências que a homofobia acarreta a cidadania dos homossexuais. A luta do movimento homossexual teve inicio com a Rebelião de Stonewall, 2 ocorrida na noite de 28 de junho, de 1969, nos Estados Unidos. Tal fato teve repercussões internacionais e consolidou a organização dos homossexuais, em grupos de luta pela cidadania, nos países ocidentais. As bandeiras levantadas por este movimento tiveram por objetivo romper com os valores heteronormativos, ou seja, desconstruir o mito da heterossexualidade como norma natural da sexualidade humana. Tal norma busca explicar o mundo, definir os desejos e as formas de afetos considerando-as naturais e normais. A legitimação da heterossexualidade tem como intuito garantir a estabilidade dos valores morais como: o casamento monogâmico, a definição jurídica e social que considera família apenas aquela formadas por um homem e uma mulher e a hierarquia entre os gêneros, a divisão sexual do trabalho e o controle sobre a sexualidade humana. Podemos, então, definir que o movimento homossexual buscava lutar pela dissolução da heteronormatividade. 3 2 Tal rebelião resultou da ação policial que tinha como objetivo interditar o bar chamado Stonewall Inn, localizado em Christopher Street, alegando que o estabelecimento havia descumprido a lei seca que proibia a venda de bebidas alcoólicas. Os frequentadores do bar reagiram à ação da polícia e iniciaram um protesto que durou todo o fim de semana. Protestaram com palavras de ordem como Poder Gay, Sou bicha e me orgulho disso, Eu gosto de rapazes. In: FRY, Peter e MACRAE. O que é homossexualidade. São Paulo : Abril Cultural/Brasiliense, P Ver GREEN, James N. Além do Carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo : UNESP, 2000, Et Al (orgs). Homossexualismo em São Paulo e outros escritos. São

3 Cabe ressaltar, que o movimento gay, nasceu no contexto da revolta da contracultura, de maio de 1968, que questionava os padrões morais cultuados pela sociedade da época. Dentre os movimentos que se destacaram neste período estavam o dos hippies, o dos negros e o feminista. A chamada contracultura dos hippies buscava transgredir todas as normas da sociedade burguesa. Ela queria a transformação do modelo econômico de mercado, o sexo livre, a defesa de um estilo de vida contrário ao consumismo, a busca do autoconhecimento humano através do contato com a natureza. Os negros lutavam contra o racismo que impedia que brancos e negros tivessem os mesmo direitos civis, políticos e sociais. As mulheres buscavam o controle do seu próprio corpo, o direito ao aborto, o direito a carreira profissional e a punição da violência doméstica. O que havia de comum a esses movimentos era o desejo de transgredir os padrões morais da época. 4 Na contemporaneidade o movimento homossexual se tornou visível e teve impacto sobre mundo ocidental como ressaltou Elisabeth Badinter. 5 Uma das conquista mais significativas da luta dos homossexuais, no Brasil, é sem dúvida o reconhecimento jurídico das uniões homoafetivas pelo Supremo Tribunal Federal no dia 05 de maio de Tal fato foi amplamente divulgado e discutido na mídia televisiva e escrita brasileira, o que evidenciou a importância social desta temática. Tal fato me despertou o interesse acadêmico de compreender se as relações homoafetivas rompem com a norma heterossexual da divisão sexual do trabalho, com os papéis sociais tradicionais de gênero e qual importância destas para os estudos de gênero. Busco, então, analisar de que forma os casais homossexuais (gays e lésbicas) estruturam sua vida conjugal. Minhas inquietações foram aguçadas, ainda mais, quando no ano de 2012 os programas da Rede Globo de Televisão como o Mais Você da apresentadora Ana Maria Braga, o Programa Encontro apresentado por Fátima Bernardes e o programa Na Moral do jornalista Pedro Bial discutiram o tema do que se chama popularmente de casamento gay. Foram convidados para falar, nos referidos programas, casais que Paulo : UNESP, 2005 e. POLITO, Ronald. Frescos Trópicos: Fontes sobre a homossexualidade Masculina no Brasil ( ). Rio de Janeiro : José Olimpio, BADINTER, Elisabeth. XY sobre a identidade masculina. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, BADINTER, Elisabeth. Op. Cit. pp. 114

4 fizeram o reconhecimento jurídico de suas uniões no ano de As discussões nestes programas foram centradas em dois pontos. O primeiro no fato do reconhecimento jurídico, das uniões homofetivas, ser uma afirmação da cidadania dos homossexuais, o segundo sobre o cotidiano dos casais de gays ou de lésbicas. Os casais que estavam presentes nesses programas eram perguntados sobre como é a divisão das tarefas domésticas. No geral as perguntas eram feitas de seguinte forma: quem tem mais jeito para cozinhar? Para cuidar dos filhos, caso haja? A decoração da casa quem faz? Entre outras questões. As respostas a essas questões eram quase sempre tangenciadas. Um fato, que nos chamou a atenção, no programa Na Moral, foi um casal de lésbicas que celebrou o reconhecimento civil da união no programa. A produção do programa organizou a cerimonia e vestiu as noivas. Uma delas passou por todos os processos de beleza de uma noiva heterossexual culminando no uso do vestido de noiva branco, e a outra fez apenas um penteado no cabelo e usou um terno. É nesse ponto que nosso projeto se faz relevante e original, pois buscaremos pensar se há uma reprodução ou reformulação do padrão heteronormativo entre os casais homoafetivo. Nesse sentido, o cerne da nossa questão é: se a homofobia 6 é uma forma de controle da rígida fronteira de gênero, ela teria alguma influência sobre os casais homossexuais? Seria ela um instrumento de normatização do padrão das uniões homoafetivas, com o intuito de regular a homossexualidade dentro normas aceitáveis pela heteronormatividade? Em que medida a legalização da união estável entre pessoas do mesmo sexo possibilitou uma transgressão à ordem tradicional de gênero? Compreender essas questões na atualidade nos parece de fundamental importância para se pensar formas de luta contra a homofobia e avançar nos estudos de gênero. O termo homofobia carrega um vasto número de sentidos e fenômenos que ultrapassam a sua inicial descrição conceitual. Formulado em 1972 o termo foi definido como aversão, desprezo, ódio ou medo em relações às homossexualidades. No entanto, a partir da formulação do conceito de gênero o significado do termo mudou. Os 6 Segundo Daniel Welzer-Lang a homofobia é a discriminação contra as pessoas que mostram, ou a quem se atribui, algumas qualidades (ou defeitos) atribuídos ao outro gênero. A homofobia engessa as fronteiras do gênero. In: WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. In: Estudos Feministas. Florianópolis: UFSC, Vol. 09, nº 02, Esse conceito será mais discutido no quadro teórico deste trabalho.

5 estudiosos das relações de gênero atentam que para compreender a homofobia é necessário pensá-la para além da subjetividade dos indivíduos. É preciso compreendê-la a partir das instituições sociais, da cultura e do Estado. Analisar como ela se articula e é reproduza na estrutura social. Faz-se necessário entender como a homofobia funciona. A homofobia, a partir da ressignificação feita pelos teóricos dos estudos de gênero, é entendida como preconceito, discriminação e violência física e simbólica contra pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais - LGBT. As práticas de homofobia têm por objetivo desumanizar o outro e torná-lo inexoravelmente diferente. O termo além de possuir uma definição conceitual teórica e analítica possui um papel politizador para o movimento homossexual. 7 Autores como Pierre Bourdieu, Daniel Welzer-Lang, Daniel Borrilo, Elizabeth Badinter entre outros, buscaram compreender como é produzida socialmente a homofobia, como ela é reproduzida e qual o papel político dela nas relações sociais de sexo. Há um consenso entre os autores (a) citados (a), o de que a homofobia é fruto do heterossexismo que é definido como um paradigma naturalista que considera a heterossexualidade normal e natural. A legitimação desse argumento é pautada na crença de que a sexualidade humana tem como finalidade última a reprodução da espécie. Tal explicação criou uma norma para sexualidade legitimada a partir de teorias cientificas e dogmas/mitos religiosos. Para entendermos a homofobia é preciso segundo Daniel Borrilo: Pensar a homofobia exige-nos compreender essas práticas do preconceito não como meramente individuais, mas, sobretudo, como consentimentos das práticas sociais, culturais e econômicas que constituem uma ideologia homofóbica. A homofobia pode ser pensada como um consentimento social praticado por indivíduos, grupos e ideologias que pactuam e algum nível um mundo do sensível que exclui e inclui! Exclui porque o consentimento sempre pressupõe a exclusão de outras sociabilidades. E inclui porque busca, através da política do armário e do preconceito, integrar nas bases do consentimento a subalternização de alguns grupos e indivíduos. 8 O objetivo da homofobia é defender a heterossexualidade como modelo natural de sexualidade e com isso justifica a exclusão e a dominação das outras sexualidades. Dessa forma, as lésbicas, os gays, os bissexuais, os travestis e os transexuais serão sempre considerados como marginais, bizarros, extravagantes etc. Não lhes são atribuídos o mesmo status de uma sexualidade aceitável, o que engessa a possibilidade 7 BORRILO, Daniel. Op. Cit., p Idem p. 11.

6 da pluralidade sexual. A homofobia reafirma o argumento da função sexualidade humana, a reprodução da espécie e considera a superioridade da heterossexualidade. 9 A norma política heterossexual regula o modelo de família e mesmo de reprodução. A família aceita e legítima é a que se pauta no modelo heterossexual, homem e mulher, que é vista como normal e natural. Dessa forma, são definidos os papéis sociais para homens e mulheres. A desigualdade entre os sexos é naturalizada se impondo ao social a partir das diferenças biológicas. A construção dessa ordem se pauta na diferença biológica entre homens e mulheres, e a sua divisão se faz a partir da socialização do biológico e a biologização do social, que naturaliza as relações desiguais entre homens e mulheres. A hierarquia dos sexos está presente em toda estrutura do social. Ela está presente, ao mesmo tempo, em estado objetivado nas coisas (na casa, por exemplo, cujas partes são todas sexuadas), em todo o mundo social e, em estado incorporado, nos corpos e nos habitus dos agentes, funcionando como esquemas de percepção, de pensamento e de ação. 10 A heteronormatividade constitui um conjunto de valores como a defesa do casamento e a união estável monogâmica pautada na fidelidade; a interpretação masculina da sexualidade feminina; a inferiorização das outras sexualidades; valorização da sexualidade genitalizada e impreterivelmente reprodutora. Esses valores estão na ordem das coisas e seria incorreto pensar que a homofobia manifesta-se de maneira fortuita ou isolada nas instituições. Podemos considerar que a homofobia organiza uma hierarquização das sexualidades e, dessa postura, extrai consequências políticas de inferiorização das sexualidades que transgridem a heterossexualidade como afirma Daniel Borrilo: A preservação do dispositivo político da distinção entre os sexos implica, igualmente, a conservação da diferença entre as sexualidades. A crença em uma natureza feminina e em outra natureza masculina, dessemelhantes e complementares, encontra-se na origem de uma opinião disseminada segundo a qual as relações heterossexuais são as únicas a desempenhar verdadeiro encontro dos seres que, por sua diferença sexuada, teriam a vocação para se completar. Nessa lógica, as uniões homossexuais são aceitas sob a condição de que elas não ameacem, por um igualitarismo desenfreado, o modelo de casal 9 Idem pp BOURDIEU, Pierre. Op. Cit., p. 17.

7 heterossexual como espaço simbólico no âmago do qual se realiza a diferença entre os sexos enquanto valor político e cultural. 11 A homofobia produzida pela dominação masculina manifesta-se, através da violência, sobre os homens que fogem ao modelo viril imposto. O modelo de hierarquia do mundo masculino divide os homens, mesmo sendo eles os dominantes. Os homens que incorporam os códigos de virilidade e são vistos com mulheres bonitas, têm dinheiro e poder sobre homens inferiores, mulheres e etnias inferiores, são considerados os grandes homens. É nesse modelo que se estruturam as hierarquias masculinas. Desta forma, o modelo heterossexual é também uma forma de dominação sobre as outras sexualidades homossexuais, bissexuais, transexuais etc. A naturalização da heterossexualidade como normal também divide homens e mulheres, impondo à estas o papel passivo nas relações sócio-sexuais, e dando àqueles o papel ativo nestas relações. A heterossexualidade, segundo Welzer-Lang, é um modelo político de gestão de corpos e desejos. Desta forma, os homens que fogem à norma são associados às mulheres, pois significa que eles assumiram o papel passivo na relação sócio-sexual, traindo assim sua masculinidade e o comportamento sócio-sexual ativo. Os homens que se desviam das condutas socialmente aceita para seu sexo, ou que optam por viver de forma diversa à heterossexualidade, através de seus gostos, preferências sexuais, formas de se apresentar (vestuário, fala etc.) são excluídos da sociedade construída por esta tendência sócio-sexual, uma vez que não se submetem ao gênero dominador, à normatividade heterossexual, à doxa do sexo e são simbolicamente marginalizados do grupo dos homens, e comparados a grupos inferiores, como o das mulheres, crianças e outros. A legitimação da dominação masculina se faz através de discursos que procuram naturalizá-la. É pautada na divisão sexual do trabalho que divide os espaços: o público para os homens, já que seu órgão sexual é externo, conferindo a eles funções consideradas nobres e o privado para as mulheres, pois seu órgão sexual é interno, impondo a estas funções ditas inferiores. Essa percepção é incorporada ao todo social e 11 BORRILO, Daniel. Op. Cit., p. 93.

8 ao próprio corpo sendo justificada pela diferença anatômica entre os órgãos sexuais, em que o principio masculino se impõem como medida de todas as coisas. Segundo Welzer- Lang a reprodução humana e a paternidade são fenômenos construídos e manipulados socialmente pare reforçar a dominação masculina e a reprodução humana. A dominação masculina é naturalizada e reproduzida através da violência física e simbólica. Esta última constitui uma violência suave, insensível às suas próprias vítimas passando a ser encarada como natural pelas mesmas. 12 Os homossexuais são vítimas da violência simbólica e marcados por um estigma, que faz com que a homossexualidade seja negada publicamente. A violência simbólica faz com que o dominado assuma a respeito de si mesmo a visão do dominante sendo levado assim a aplicar a si mesmo e a aceitar, constrangido e forçado, as categorias ditas normais e construídas socialmente, passando a viver envergonhadamente a experiência sexual, pois a visão dominante o define como anormal. Essa violência pulveriza o movimento gay, e impede que o mesmo conquiste uma existência legítima na sociedade. A homossexualidade significa a traição ao principio ativo, dominante e ao poder que é conferido aos homens. A homossexualidade masculina significa abrir mão dos direitos, dos privilégios e do poder sobre as mulheres, tanto materiais quanto culturais, que a dominação masculina propõe, sendo então os homossexuais equiparados ao feminino. A homofobia busca a obscurecer as diversas sexualidades bissexualidade, transsexualidade dentre outras cristalizando as sexualidades em torno dos órgãos sexuais. Para reflexão sobre tal questão é proposto por vários autores, dentre eles Daniel Welzer-Lang, uma revisão epistemológica nos estudos de gênero através do movimento Queer, um movimento que tem por objetivo ultrapassar o limite binário da sexualidade e nossos valores morais. 13 O objetivo da homofobia é defender a heterossexualidade como modelo natural de sexualidade e com isso justifica a exclusão e a dominação das outras sexualidades. Dessa forma, as lésbicas, os gays, os bissexuais, os travestis e os transexuais serão sempre considerados como marginais, bizarros, extravagantes etc. Não lhes são 12 BOURDIEU, Pierre. Op. Cit. p WELZER-LANG, Daniel. Op. Cit. p. 473.

9 atribuídos o mesmo status de uma sexualidade aceitável, o que engessa a possibilidade da pluralidade sexual. A homofobia reafirma o argumento da função sexualidade humana, a reprodução da espécie e considera a superioridade da heterossexualidade. 14 A norma política heterossexual regula o modelo de família e mesmo de reprodução. A família aceita e legítima é a que se pauta no modelo heterossexual, homem e mulher, que é vista como normal e natural. Dessa forma, são definidos os papéis sociais para homens e mulheres. A desigualdade entre os sexos é naturalizada se impondo ao social a partir das diferenças biológicas. A construção dessa ordem se pauta na diferença biológica entre homens e mulheres, e a sua divisão se faz a partir da socialização do biológico e a biologização do social, que naturaliza as relações desiguais entre homens e mulheres. A hierarquia dos sexos está presente em toda estrutura do social. Ela está presente, ao mesmo tempo, em estado objetivado nas coisas (na casa, por exemplo, cujas partes são todas sexuadas), em todo o mundo social e, em estado incorporado, nos corpos e nos habitus dos agentes, funcionando como esquemas de percepção, de pensamento e de ação. 15 A heteronormatividade constitui um conjunto de valores como a defesa do casamento e a união estável monogâmica pautada na fidelidade; a interpretação masculina da sexualidade feminina; a inferiorização das outras sexualidades; valorização da sexualidade genitalizada e impreterivelmente reprodutora. Esses valores estão na ordem das coisas e seria incorreto pensar que a homofobia manifesta-se de maneira fortuita ou isolada nas instituições. Podemos considerar que a homofobia organiza uma hierarquização das sexualidades e, dessa postura, extrai consequências políticas de inferiorização das sexualidades que transgridem a heterossexualidade. 16 As questões que norteiam nossa pesquisam são: uniões conjugais entre pessoas do mesmo sexo rompem com o modelo clássico, heteronormativo, da divisão sexual do trabalho? À guisa de Conclusão: 14 Idem pp BOURDIEU, Pierre. Op. Cit., p BORRILO, Daniel. Op. Cit., p. 93.

10 Os principais questionamentos apresentados aqui constituem uma reflexão, ainda em aberta, que vem sendo amadurecida mediante a leituras e diálogos em simpósios temáticos. Pensar se a legalização da união entre pessoas do mesmo sexo levaria os casais homossexuais a uma atitude crítica em relação à heteronormatividade. È sem dúvida importante para compreendermos como se travam as relações de gênero, sexualidade e poder. Indagar se a legalização das uniões civis estáveis entre pessoas do mesmo sexo tem repercussões na relação conjugal, ou seja, produz novas formas de relações conjugais que rompem com as heteronormativas? Qual a importância do reconhecimento jurídico dessas uniões para esses casais? Essas uniões desconstroem/deslegitimam o paradigma naturalista da heterossexual que legitima a clássica divisão sexual do trabalho e um único modelo de família? Tais questões nortearão nosso trabalho. Referencias Bibliográficas BADINTER, Elisabeth. XY sobre a identidade masculina. Rio de Janeiro : Nova Fronteira, BOURDIEU, Pierre. A Dominação Masculina. Rio de Janeiro : Bertrand Brasil, BORRILLO, Daniel. Homofobia história e crítica de um preconceito. Belo Horizonte : Autêntica, FRY, Peter e MACRAE. O que é homossexualidade. São Paulo : Abril Cultural/Brasiliense, GREEN, James N. Além do Carnaval: a homossexualidade masculina no Brasil do século XX. São Paulo : UNESP, 2000, Et Al (orgs). Homossexualismo em São Paulo e outros escritos. São Paulo : UNESP, POLITO, Ronald. Frescos Trópicos: Fontes sobre a homossexualidade Masculina no Brasil ( ). Rio de Janeiro : José Olimpio, WELZER-LANG, Daniel. A construção do masculino: dominação das mulheres e homofobia. In: Estudos Feministas. Florianópolis: UFSC, Vol. 09, nº 02, 2001.

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