Responsabilidade Social e Meio Ambiente Tema 3: O Caminho da Sustentabilidade Autores: Nayra de Moraes Gonçalves e João Luiz de Moraes Höeffel
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- Mikaela Sousa Canela
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1 Responsabilidade Social e Meio Ambiente Tema 3: O Caminho da Sustentabilidade Autores: Nayra de Moraes Gonçalves e João Luiz de Moraes Höeffel Como citar este material: HÖEFFEL, João Luiz de Moraes. GOLÇALVES, Nayra de Moraes. Responsabilidade Social e Meio Ambiente: O Caminho da Sustentabilidade. Caderno de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, Nos últimos anos, termos como sustentabilidade, desenvolvimento sustentável e responsabilidade corporativa tornaram-se comuns na sociedade, mas, por serem bastante abrangentes, ainda são pouco compreendidos. Assim, o conteúdo apresentado neste tema consiste em uma análise da evolução histórica do conceito de sustentabilidade e da importância da sinergia entre suas três dimensões Econômica, Social e Ambiental. Além disso, é investigado como os stakeholders ou partes interessadas afetam e são afetados pelo desempenho socioambiental de uma organização. Espera-se, com este tema, estimular reflexões, de modo que se reconheça a necessidade de mudanças no atual modelo de exploração e uso dos recursos naturais, no direcionamento de investimentos, na orientação do desenvolvimento tecnológico e de valores institucionais, em sintonia com as necessidades das gerações atuais e futuras. Fundamentos da Sustentabilidade e Desenvolvimento Sustentável Olá! Seja bem-vindo(a) à terceira aula da disciplina Responsabilidade Social e Meio Ambiente. Anteriormente, discutimos sobre as mudanças climáticas, como elas podem influenciar nossas vidas e o que pode e tem sido feito para contê-las ou para minimizar seus efeitos. Neste contexto, surgem estratégias e ações que devem ser desenvolvidas sob a ótica da sustentabilidade e do desenvolvimento sustentável, temas que, ao lado da responsabilidade empresarial, tornaram-se atuais e presentes em todos os âmbitos sociais. Contudo, mesmo que essas expressões tenham se tornado comuns no cotidiano das pessoas, em razão de sua complexidade, elas ainda são pouco compreendidas. Na verdade, são novos 1
2 paradigmas, valores e regras sociais, políticas e econômicas que vêm se desenvolvendo e que iremos entender um pouco mais nesta aula. Mas qual é a diferença entre sustentabilidade e desenvolvimento sustentável? Os termos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável são, na realidade, complementares. O primeiro se relaciona ao fim, ao objetivo, ou seja, aonde se quer chegar, enquanto o segundo diz respeito ao meio, ou seja, à forma como se pretende chegar àquele objetivo. A sustentabilidade visa contribuir para o desenvolvimento sustentável por meio de processos, sistemas ou interações cujas características permitam que eles ocorram por certo período de tempo ou por tempo indeterminado. Nas últimas décadas, o termo tornou-se um princípio segundo o qual o uso dos recursos naturais para a satisfação das necessidades presentes não deve comprometer a satisfação das necessidades das gerações futuras. Uma sociedade sustentável é aquela que não coloca em risco os recursos naturais água, solo, vida vegetal, ar dos quais depende. Assim, desenvolvimento sustentável é um modelo de desenvolvimento que segue os princípios da sustentabilidade, ou seja, é diferente de um modelo tradicional de crescimento, que se fundamenta, quase exclusivamente, em aspectos econômicos, como aumento da produção e consumo. Neste ponto, surge uma indagação importante: qual é a diferença entre crescimento e desenvolvimento econômico? O crescimento econômico é puramente o crescimento da economia, ou seja, é o aumento do Produto Interno Bruto (PIB), representado pelo aumento da produção em uma região estudada, por exemplo, em um município, estado ou país. Isso pode ou não se refletir em melhoria das condições daquela região. Já o desenvolvimento econômico está, obrigatoriamente, relacionado à melhoria de condições, tais como educação, saúde e renda de determinada região. É comum apontar a Revolução Industrial, que ocorreu no século XVIII, como um marco importante na intensificação dos problemas ambientais. Mas apenas a partir do século XX foram evidenciados registros da evolução da preocupação com problemas ambientais em âmbito global. Assim, a proposta do desenvolvimento sustentável considera a finitude dos recursos naturais e o fato de que muitos danos ambientais, que vêm sendo causados pelos seres humanos, têm se mostrado irreversíveis. 2
3 Saiba Mais! Documentário: A História das Coisas The Story of Stuff A História das Coisas é um documentário de aproximadamente 20 minutos que expõe as conexões entre um grande número de questões ambientais e sociais, e nos estimula a criarmos juntos um mundo mais sustentável e justo. Ele ressalta que, desde sua extração até a venda, uso e disposição, todas as coisas em nossas vidas afetam comunidades, até mesmo nossas casas, mas a maior parte disso está escondida de nossas vistas. Esse documentário vai te ensinar algo, vai fazer você rir e pode mudar a maneira como você olha para todas as coisas em sua vida para sempre. Está disponível para download em vários idiomas, em diversos sites. A HISTÓRIA das Coisas (The Story of Stuff). Direção Annie Leonard, Jonah Sachs, Documentário. 21min25seg. Disponível em: watch?v=7qfigmsnnjw (legendas em português). Disponível também em: (em inglês, no site oficial do projeto). Acessos em: 22 maio Em 1972, em Estocolmo, na Suécia, ocorreu a primeira grande reunião internacional, em que lideranças mundiais discutiram questões relacionadas ao meio ambiente: a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, que reuniu 113 países e 250 Organizações Não Governamentais e Organismos da ONU. Seu documento final, chamado de Declaração de Estocolmo sobre o Ambiente Humano, apontava para a necessidade de defender e melhorar o ambiente humano para as atuais e próximas gerações, e começou a delinear o conceito de sustentabilidade. A partir daí teve início uma mobilização no âmbito da ONU e em vários países, o que levou à difusão de novas ideias em relação ao modelo de crescimento econômico fundamentado na exploração irrestrita dos recursos naturais. Neste momento, começa a crescer a consciência em relação a problemas, como degradação ambiental, poluição e a necessidade de se buscar um modelo capaz de assegurar o equilíbrio entre a preservação ambiental e o desenvolvimento econômico. Dando continuidade a essas discussões e debates, em 1983, a ONU criou a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida como Comissão Brundtland, que teve como resultado a publicação do relatório Our Common Future (Nosso Futuro Comum), em Esse relatório reforçava a crítica ao modelo de crescimento fundamentado na exploração excessiva de recursos naturais e difundiu o conceito de desenvolvimento sustentável, definindo-o como aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades, que gradativamente passou a se tornar conhecido. 3
4 Nos termos do relatório Nosso Futuro Comum, a definição de desenvolvimento sustentável envolve dois aspectos: A ideia de que as necessidades, principalmente as essenciais, das pessoas mais pobres do mundo devem ser priorizadas. As limitações impostas pelo estágio de desenvolvimento da tecnologia e pela organização social sobre a capacidade de o meio ambiente atender às necessidades do presente e do futuro. Desta forma, o conceito de desenvolvimento sustentável deve fundamentar as políticas públicas, de modo que os objetivos do desenvolvimento econômico e social sejam definidos em termos de sustentabilidade. Nesta perspectiva, os governos, as empresas e as organizações, ao planejarem e executarem suas ações, devem considerar o equilíbrio entre três aspectos, a saber: Econômicos (crescimento e desenvolvimento da economia). Sociais (atendimento das necessidades humanas). Ambientais (capacidade de regeneração/recuperação do ambiente natural). Deste modo, considerando o desenvolvimento sustentável, os objetivos das políticas públicas devem: Mudar a lógica do crescimento econômico, com enfoque exclusivamente produtivo para o desenvolvimento sustentável fundamentado na busca pela sinergia ótima entre as três dimensões da sustentabilidade. Proporcionar acesso sistêmico às necessidades essenciais, por exemplo, emprego, alimentação, energia, água e saneamento básico. Manter o crescimento populacional em níveis sustentáveis de convivência em um planeta com recursos escassos. Preservar e fortalecer as fontes dos recursos naturais. Promover o desenvolvimento de tecnologias limpas e o gerenciamento de riscos socioambientais. Integrar aspectos sociais e ambientais à economia. Outro evento de suma importância foi a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, que ocorreu no Rio de Janeiro em 1992 (conhecida como Rio-92 ou Eco 92) e aprovou a Agenda 21, um programa que deveria ser implementado pelos 175 países participantes, com o objetivo de incorporar os princípios do desenvolvimento sustentável em suas políticas públicas. A Agenda 21 corresponde a um plano de ação e planejamento global que deve ser adotado em nível internacional, nacional e local, além de envolver diversos atores sociais (governos, empresas, organismos internacionais e Organizações Não Governamentais) que podem cooperar para a solução dos problemas socioambientais. 4
5 A Agenda 21 deve subsidiar ações em quatro dimensões: Dimensão socioeconômica. Conservação e gestão dos recursos para o desenvolvimento. Fortalecimento do papel dos grupos principais. Meios de execução. Com base no documento global, cada país criou sua própria Agenda 21. No Brasil, foram definidas como ações prioritárias, a saber: A implantação de programas de inclusão social. A sustentabilidade urbana e rural. A preservação dos recursos naturais e minerais. A ética política para o planejamento rumo ao desenvolvimento sustentável. Como um desdobramento, Agendas 21 estaduais, municipais e de organizações produtivas e prestadoras de serviço foram elaboradas, divulgadas e até mesmo implantadas. Saiba Mais! A Agenda 21 pode ser definida como um instrumento de planejamento para a construção de sociedades sustentáveis, em diferentes bases geográficas, que concilia métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. A Agenda 21 Brasileira é um instrumento de planejamento participativo para o desenvolvimento sustentável do país, resultado de uma vasta consulta à população brasileira. Para maiores detalhes e aprofundamentos, consulte os sites: BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21. Disponível em: gov.br/responsabilidade-socioambiental/agenda-21. Acesso em: 26 maio LEMOS, Haroldo Mattos. A Agenda 21 no Brasil. In: PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, Disponível em: saibamais/agenda21.html. Acesso em: 26 maio Em 1997, a ONU promoveu uma Conferência realizada no Rio de Janeiro, a qual ficou conhecida como Rio+5, com o objetivo de avaliar a implementação da Agenda 21. Em 2002, foi realizada a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (conhecida como Rio+10), em Johanesburgo, com o mesmo objetivo de avaliar os avanços alcançados. Este encontro 5
6 ocorreu em um momento turbulento, em razão do atentado terrorista ocorrido nos EUA em Em 2012, foi realizada no Rio de Janeiro a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (conhecida como Rio+20), que buscou apontar estratégias para implementar o desenvolvimento sustentável, integrando plenamente a necessidade de promover prosperidade, bem-estar e proteção do meio ambiente. Nesses três encontros internacionais mencionados 1997, 2002 e 2012, concluiu-se que ocorreram poucos avanços em comparação ao pretendido, e que deveriam ser fortalecidas políticas e ações capazes de operar mudanças econômicas, políticas, sociais e culturais para viabilizar um novo modelo de desenvolvimento e organização social fundamentado na sustentabilidade. Saiba Mais! A Rio+20, uma das maiores conferências convocadas pelas Nações Unidas, foi uma oportunidade para o mundo concentrar-se em questões de sustentabilidade para examinar ideias e criar soluções. Houve vários desfechos para a Rio+20, entre eles: Um documento final de 53 páginas, acordado por 188 países, que aponta o caminho para a cooperação internacional sobre desenvolvimento sustentável. A elaboração de mais de 700 compromissos com ações concretas, elaborados por governos, empresários e outros parceiros da sociedade civil que proporcionem resultados para necessidades específicas, como energia sustentável e transporte. Para analisar com mais detalhes os resultados e desdobramentos da Conferência Rio+20, acesse o site: Rio+20: Conferências das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. In: ONU Organização das Nações Unidas (site oficial). Disponível em: Acesso em: 26 maio Contudo, a responsabilidade em relação ao futuro depende de mudanças de modelos e atitudes efetuadas no presente. Assim, vamos analisar com mais alguns detalhes o que abrange o desenvolvimento sustentável. 6
7 Conforme mencionado anteriormente, o desenvolvimento sustentável está estruturado em três dimensões Econômica, Ambiental e Social. Desta forma, deve ser economicamente viável, ambientalmente saudável e socialmente justo, conforme a ideia do tripé da sustentabilidade ou triple bottom line, de John Elkington (Figura 3.1): Figura 3.1 Tripé da sustentabilidade. Fonte: adaptada de Elkington (2011) A ideia central de Elkington (2011) é que as organizações devem avaliar não apenas o desempenho financeiro, mas o impacto que causam sobre a sociedade em que atuam, já as organizações sustentáveis devem apresentar um retorno positivo nas três dimensões: econômica, ambiental e social, assim como os benefícios transferidos aos stakeholders. A perspectiva social envolve um processo de desenvolvimento que gera um crescimento estável, com distribuição igualitária de renda, diminuindo as atuais diferenças entre os níveis sociais e melhorando as condições de vida das populações. A perspectiva econômica está relacionada à alocação e gestão mais eficiente dos recursos e a um fluxo regular de investimento público e privado, levando em consideração aspectos macrossociais, como o impacto do fluxo monetário entre empresas, governo e população, sendo de suma importância que a organização mantenha sua competitividade no mercado. A perspectiva ambiental tem como principal preocupação os impactos das atividades humanas sobre o ambiente. Assim, um modelo de negócios pautado na sustentabilidade deve desenvolver uma dinâmica com os stakeholders, propiciando maneiras por meio das quais os públicos afetados pela organização possam participar dos processos decisivos, gerando valores compartilhados entre todos os envolvidos. 7
8 O termo stakeholders foi criado em 1984 pelo filósofo e professor norte-americano R. Edward Freemam, que o define como referente a qualquer pessoa que seja afetada ou possa vir a ser afetada pelo desempenho de uma organização (PEREIRA; SILVA; CARBONARI, 2011). Os stakeholders podem ser classificados em: Stakeholders internos: os colaboradores, por exemplo. Stakeholders da cadeia de valor: principalmente fornecedores e clientes. Stakeholders externos: comunidades, investidores, ONGs, órgãos públicos, imprensa, entre outros. Saiba Mais! Documentário com Ignacy Sachs sobre Desenvolvimeto Sustentável. Economista e sociólogo polonês Ignacy Sachs Fonte: Agência Brasil. Disponível em: Ficheiro:IGNACY_SACHS_2004_crop.jpg. Acesso em: maio Ignacy Sachs, economista e sociólogo que ajudou a formular o conceito de desenvolvimento sustentável, faz parte da história das grandes conferências de Meio Ambiente e Desenvolvimento das Nações Unidas. Atualmente, Sachs coordena o Centro de Estudos sobre o Brasil Contemporâneo da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais da França. IGNACY SACHS, o economista e sociólogo que ajudou a formular o conceito que passou a se chamar sustentabilidade. Reportagem: TV Cultura. 5min09. Disponível em: Acesso em: 26 maio
9 Em uma perspectiva mais ampla, são considerados stakeholders os cidadãos beneficiados pelo desenvolvimento, incluindo pessoas de baixa renda, grupos como mulheres, crianças, grupos étnicos, religiosos e as comunidades complexas nas quais vivem. Esse conceito também abrange governos, setor privado e sociedade civil aí incluídos instituições de ensino superior e institutos de pesquisa, instituições religiosas, partidos políticos, a mídia e Organizações Não Governamentais (ONGs) em níveis local, estadual e nacional. Organismos internacionais e instituições financeiras, como a ONU e o Banco Mundial, também são stakeholders. Ao tomar a sustentabilidade como parâmetro e objetivo de suas atividades, as empresas modificam a maneira como se relacionam com os atores envolvidos em seu processo de produção. Neste novo cenário, a sustentabilidade de uma empresa não se resume à dimensão econômica, ou seja, à capacidade de manter seu bom desempenho econômico ao longo do tempo, mas deve englobar também o respeito ao meio ambiente e a equidade social. A implementação de um modelo de negócios pautado pela sustentabilidade perpassa o desenvolvimento de uma dinâmica com os stakeholders, por meio da criação de ambientes nos quais os públicos afetados pelos negócios da empresa possam manifestar suas opiniões e visões de mundo, além de participarem de negociações e até da tomada de decisões. Além disso, a participação, muitas vezes, tem efeito multiplicador, promovendo o engajamento de um número maior de cidadãos, comunidades e organizações nos processos. Outro aspecto a considerar é que os investimentos feitos por uma organização em áreas afetadas por seu negócio recebem a denominação Investimento Social Privado, que se diferencia de ações assistencialistas, pois há uma preocupação com a obtenção de resultados, transformações e envolvimento da comunidade na qual a ação está se desenvolvendo. O Investimento Social Privado leva ao conceito de Responsabilidade Social Empresarial (RSE), que abrange duas dimensões: Relação ética e transparente da empresa com todos os seus stakeholders. Estabelecimento de metas empresariais que impulsionem o desenvolvimento sustentável da sociedade. Um componente essencial para a prática da responsabilidade social e que contribui efetivamente para que as formas de desenvolvimento sejam mais sustentáveis é a atuação das Organizações Não Governamentais (ou ONGs), organizações sem fins lucrativos que têm como objetivo o desenvolvimento de atividades de interesse público. As ONGs surgiram pela ineficiência por parte do poder público em atender às necessidades da sociedade. Desenvolvimento Sustentável: modelo de desenvolvimento econômico que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. 9
10 Investimento Social Privado: repasse voluntário de recursos privados de forma planejada, monitorada e sistemática para projetos sociais, ambientais e culturais de interesse público. Sociedade Sustentável: aquela cujo desenvolvimento está integrado à natureza, com respeito à diversidade biológica e sociocultural, exercício responsável e consequente da cidadania e com a distribuição equitativa das riquezas. Desta forma, uma sociedade sustentável deve equilibrar o crescimento econômico com a preservação do meio ambiente, a distribuição das riquezas, a justiça social e a qualidade de vida. Stakeholder: refere-se a qualquer pessoa que seja afetada ou possa vir a ser afetada pelo desempenho de uma organização. Sustentabilidade: envolve uma relação equilibrada com o ambiente na sua totalidade, considerando as escolhas sobre as formas de produção, consumo, habitação, comunicação, alimentação, transporte e também os relacionamentos entre as pessoas e delas com o ambiente, considerando os valores éticos, solidários e democráticos. Tripé da Sustentabilidade: envolve a interação entre as três dimensões do desenvolvimento sustentável: econômica, social e ambiental. Assim, um projeto de desenvolvimento deve ser economicamente viável, socialmente justo e ambientalmente adequado. Instruções Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido. Questão 1 Observa-se, em uma perspectiva global, uma crescente preocupação com os danos causados pelas atividades humanas sobre o meio ambiente. Nota-se, também, a indicação da sustentabilidade como base para ações e propostas que visam à construção de um modelo de sociedade ambientalmente adequado, economicamente sustentado e socialmente justo. A sustentabilidade, como proposta, visa: a) Apenas manter uma atividade econômica ao longo do tempo sem causar danos ao meio ambiente. b) Estimular o crescimento econômico acelerado e a utilização de fontes não renováveis de energia. c) A uma melhor interação dos seres humanos com o crescimento econômico, sem a 10
11 preocupação com a conservação dos recursos naturais. d) À manutenção das atividades de mineração, de tráfico de madeira e de espécies selvagens sem proteção da biodiversidade. e) À necessidade de se satisfazer as necessidades atuais colocadas pelo desenvolvimento sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atender suas próprias necessidades nos campos econômico, social e ambiental. Questão 2 A degradação ambiental decorrente do processo de desenvolvimento industrial é uma realidade que começa a se modificar a partir da defesa pública de um novo conceito: o desenvolvimento sustentável. O sentido desta expressão tem por finalidade: a) Sustentar a inevitável necessidade do desenvolvimento. b) Garantir que o desenvolvimento contemporâneo não se sustenta. c) Sustentar o meio ambiente em detrimento do desenvolvimento. d) Propor a conciliação do desenvolvimento com o meio ambiente. e) Divulgar a insustentável situação do meio ambiente. Questão 3 Os seres humanos construíram suas histórias por meio do constante processo de ocupação e transformação do espaço natural. O que diferencia os diversos momentos da experiência humana é a intensidade dessa exploração. Uma das consequências que pode ser atribuída à crescente intensificação da exploração de recursos naturais, facilitada pelo desenvolvimento tecnológico ao longo da história, é: a) A diminuição do comércio entre países e regiões, que se tornaram autossuficientes na produção de bens e serviços. b) A ocorrência de desastres ambientais de grandes proporções, como no caso de derramamento de óleo por navios petroleiros e acidentes em plantas industriais. c) A melhora generalizada das condições de vida da população mundial, a partir da eliminação das desigualdades econômicas na atualidade. d) O desmatamento, que eliminou grandes extensões de diversos biomas. e) O aumento demográfico mundial, sobretudo nos países mais desenvolvidos, que apresentam altas taxas de crescimento populacional. 11
12 Questão 4 Quando afirmamos que o desenvolvimento sustentável visa atender às necessidades do presente sem comprometer as possibilidades das gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades, estamos baseando esta proposição em que perspectivas? Questão 5 Que propostas e contribuições a Agenda 21, apresentada na Conferência da Rio-92, trouxe para as discussões sobre desenvolvimento sustentável? Neste tema, analisamos os termos sustentabilidade e desenvolvimento sustentável e a evolução histórica das suas definições. Apesar de terem se tornado muito comuns na sociedade contemporânea, esses conceitos ainda não são bem compreendidos e praticados. Outro elemento analisado diz respeito à importância das três dimensões da sustentabilidade Econômica, Social e Ambiental - e da necessidade de estes aspectos serem considerados e avaliados em conjunto. Analisamos, também, como os stakeholders, ou seja, as partes interessadas, afetam e são afetados pelo desempenho socioambiental de uma organização. Observa-se, em uma perspectiva global, conforme analisado nesta aula, a necessidade de a sustentabilidade ser incorporada nas mais diversas instâncias da sociedade. Espera-se, desta forma, a adoção de medidas que possibilitem as esperadas mudanças na forma como os recursos naturais são atualmente explorados e utilizados, o desenvolvimento de tecnologias ambientalmente adequadas e a incorporação de valores institucionais alinhados com a perspectiva do desenvolvimento sustentável. A História das Coisas The Story of Stuff. Direção: Annie Leonard, Jonah Sachs, Documentário. 21min25seg. Disponível em: (legendas em português). Disponível também em: (em inglês, no site oficial do projeto). Acesso em: 22 mai BRASIL. Ministério do Meio Ambiente. Agenda 21. Disponível em: responsabilidade-socioambiental/agenda-21. Acesso em: 26 maio ELKINGTON, J. Sustentabilidade - canibais com garfo e faca. São Paulo: M. Books, IGNACY SACHS, o economista e sociólogo que ajudou a formular o conceito que passou a se chamarsustentabilidade. Reportagem: TV Cultura. 5min09. Disponível em: Acesso em: 26 maio
13 LEMOS, Haroldo Mattos. A Agenda 21 no Brasil.In: Instituto Brasil PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente Disponível em: Acesso em: 26 maio PEREIRA, A. C; SILVA, G. Z; CARBONARI, M. E. E. Sustentabilidade, responsabilidade social e meio ambiente. São Paulo: Saraiva, Rio+20: Conferências das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável. In: ONU Organização das Nações Unidas (site oficial). Disponível em: Acesso em: 03 nov Questão 1 Resposta: E Questão 2 Resposta: D Questão 3 Resposta: B Questão 4 Resposta: O conceito de desenvolvimento sustentável está relacionado à finitude de diversos recursos naturais e ao fato de que muitos problemas ambientais, que vêm sendo causados pelo ser humano, têm se mostrado irreversíveis. Questão 5 Resposta: A Agenda 21 corresponde a um plano de ação e planejamento global que deve ser adotado em nível internacional, nacional e local, e envolver diversos atores sociais (governos, empresas, organismos internacionais e Organizações Não Governamentais) que podem cooperar para a solução dos problemas socioambientais e implantação do tripé da sustentabilidade. 13
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