PARECER ÚNICO DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL GCA/DIAP Nº 246/2013

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1 PARECER ÚNICO DE COMPENSAÇÃO AMBIENTAL GCA/DIAP Nº 246/ DADOS DO EMPREENDIMENTO Empreendedor CNPJ / Endereço Empreendimento Localização Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais Rua Grão Pará, 882, Funcionários Belo Horizonte/MG Brasil CEP: Centro de tecidos biológicos de Minas Gerais CETEBIO Lagoa Santa/MG N o do Processo COPAM 13274/2007/001/2009 Código 74/04 DN Atividades Objeto do Licenciamento Classe 03 Fase de licenciamento da condicionante de compensação ambiental Nº da condicionante de compensação ambiental F LP+LI 04 Centros de pesquisas científicas e tecnológicas, não classificadas ou especificadas, exclusive de pesquisa nuclear. Fase atual do licenciamento LIC Nº da Licença 322/2009 Validade da Licença 22/12/2009 Estudo Ambiental Valor de Referência do Empreendimento - VR Grau de Impacto - GI apurado 0,50% Valor da Compensação Ambiental RCA/ PCA/ PUP R$ ,12 (Sete milhões, setecentos e noventa e quatro mil, seiscentos e noventa e sete reais e doze centavos) R$ ,49 (Trinta e oito mil, novecentos e setenta e três reais e quarenta e nove centavos) 2 ANÁLISE TÉCNICA 2.1- Introdução O empreendimento em análise, Centro de Tecidos Biológicos de Minas Gerais CETEBIO, fica localizado no município de Lagoa Santa, na bacia do rio das Velhas, subbacia do córrego Jaque. Página 1 de 16

2 Constitui na construção de espaço físico para abarcar o Banco de Sangue do Cordão Umbilical e Placentário - BSCUP; Banco de Sangues Raros BSR, o Banco de Medula Óssea BMO, Banco de Pele BP; Banco de Tecidos Musculoesqueléticos - BTME e Banco de Valvas Cardíacas - BVC. O CETEBIO será formado a partir da integração de seis bancos de sangues e tecidos biológicos, conforme descrito no item três. Os processos produtivos desses bancos podem ser divididos em quatro etapas, denominadas recepção processamento, distribuição e pesquisa. Seu objetivo geral é dotar a saúde pública do estade de Minas Gerais de procedimentos de alta complexidade, através da captação, seleção, coleta, processamento, armazenamento e distribuição de tecidos e materiais biológicos seguros e de alta qualidade técnica, retirados de doadores vivos e mortos, para os hospitais credenciados/ autorizados pelo Sistema Único de Saúde, tendo em vista a realização de transplantes e enxertais. Conforme processo de licenciamento COPAM nº 13274/2007/001/2009, analisado pela SUPRAM CM, em face do significativo impacto ambiental o empreendimento recebeu condicionante de compensação ambiental prevista na Lei 9.985/00, na Licença LP+LI - nº 322/2009, em Reunião da URC Rio das Velhas no dia 22/12/2009. A presente análise técnica tem o objetivo de subsidiar a CPB-COPAM na fixação do valor da Compensação Ambiental e forma de aplicação do recurso, nos termos da legislação vigente. Maiores especificações acerca deste empreendimento estão descritas no RCA/PCA e PCA, no Parecer Único SUPRAM Nº 415/ Caracterização da área de Influência A área de influência do empreendimento é definida pelos estudos ambientais de acordo com a relação de causalidade (direta ou indireta) entre o empreendimento e os impactos previstos, ou seja, se os impactos previstos para uma determinada área são diretos ou indiretos. Dentro desta linha, os estudos ambientais definem as seguinetes categorias de Área de Influência, descritas a seguir: Área Diretamente Afetada ADA: constitui um lote de 0,6 ha. Área de Influência Direta e Indireto: embora essa área não esteja definida nos estudos ambientais, ficou subentendido que esta abrange o município de Lagoa Santa 2.3 Impactos ambientais Considerando que o objetivo primordial da Gerência de Compensação Ambiental do IEF é, através de Parecer Único, aferir o Grau de Impacto relacionado ao empreendimento, utilizando-se para tanto da tabela de GI, instituída pelo Decreto /2009, ressalta-se que os Índices de Relavância da referida tabela nortearão a presente análise. Esclarece-se, em consonância com o disposto no Decreto supracitado, que para fins de aferição do GI, apenas serão considerados os impactos gerados, ou que persistirem, em período posterior a 19/07/2000, quando foi criado o instrumento da compensação ambiental. Página 2 de 16

3 Ocorrência de espécies ameaçadas de extinção, raras, endêmicas, novas e vulneráveis e/ou interferência em áreas de reprodução, de pousio ou distúrbios de rotas migratórias. De acordo com o PUP não foram identificadas espécies da flora ameaçadas de extinção, porém, de acordo com o documento Na área do CETEBIO existem duas espécies imunes de corte, o pequi (Caryocar brasiliense) e o ipê (Tabebuia Alba). O pequizeiro, pela Lei Estadual nº /1992, foi declarado de preservação permanente, de interesse comum e imune de coret no estado de Minas Gerais. O ipê, gênero Tabebuia, foi declarado de preservação permanente e imune de corte no Estado de Minas Gerais pela Lei Estadual nº 9743/1988 (...) Não foram encontradas espécies ameaçadas de extinção, no âmbito federal nem no estadual(pup, página 43). Entretanto, conforme o PUP o levantamento foi realizado no empreendimento e não apresentou espécies em extinção. Entretanto, considerando que o empreendimento se encontra inserido na APA Carste Lagoa Santa e utilizando-se de estudos realizados nesta unidade de conservação é possível verificar que existem espécies da fauna ameaçadas e migratórias, conforme estudos realizados por Rodrigues (2005) na referida APA com relação à avifauna aquática 1 Foram registradas 27 espécies de aves aquáticas, distribuídas em 12 famílias. Das 27 espécies registradas, 12 foram consideradas residentes ou prováveis residentes e oito visitantes. Sete espécies não apresentaram nenhum padrão distinto de presença sazonal. A família mais bem representada foi Ardeidae com seis espécies perfazendo 23% do total de espécies. Em seguida, a família Anatidae com cinco espécies (15%) e Scolopacidae sendo representada por três espécies (11% do total). Uma das espécies Platalea ajaja é considerada ameaçada de extinção no Estado de Minas Gerais, enquanto outras duas Mycteria americana e Ciconia maguari são consideradas raras. (...) A presença de espécies ameaçadas de extinção e local de parada de espécies migratórias faz com que a região da APA Carste de Lagoa Santa seja considerada uma área de extrema importância referente aos aspectos biológicos. Introdução ou facilitação de espécies alóctones (invasoras) O empreendimento não contribuirá na introdução ou facilitação de espécies alóctones (invasoras). Os plantios que serão realizados dizem respeito à compensação florestal com o plantio de mudas de árvores de pequi e ipê amarelo em áreas passíveis de recuperação no interior do Parque Estadual do Sumidouro. 2 Interferência /supressão de vegetação, acarretando fragmentação O empreendimento requereu a supressão de vegetação para uma área de 0,5074 hectares, onde existem 149 indivíduos arbóreos, sendo que 40 são da espécie Caryocar brasiliensis e 02 da espécie Tabebuia alba, ambas imunes de corte pelas respectivas Leis nº /1992 e Lei nº 9743/ É necessário destacar que, em função da supressão de vegetação, e conseqüente destruição de habitats, o empreendimento promoveu a eliminação de áreas de pousio e/ou reprodução de espécies da fauna. Conforme pode ser observado na imagem a 1 RODRIGUES, Marcos and MICHELIN, Vania B.. Riqueza e diversidade de aves aquáticas de uma lagoa natural no sudeste do Brasil. Rev. Bras. Zool. [online]. 2005, vol.22, n.4, pp. 2 PUP, página 44. Página 3 de 16

4 seguir o empreendimento se encontra em área fora da área de aplicação da Lei da Mata Atlântica Mapa 01. Interferência em Vegetação. Página 4 de 16

5 Interferência em cavernas, abrigos ou fenômenos cársticos e sítios paleontológicos O empreendimento se insere em uma área de alta potencialidade de caverna (mapa 02). Entretanto, embora esteja no município de Lagoa Santa, o mapa geológico (mapa 03) demonstra que o local específico do empreendimento não está em área de ocorrência de fenômenos cársticos. Mapa 02. Potencialidade de Ocorrência de Caverna Página 5 de 16

6 Mapa 03. Geologia Fonte: RCA Página 6 de 16

7 Interferência em unidades de conservação de proteção integral, sua zona de amortecimento, observada a legislação aplicável. Conforme pode ser observado no mapa a seguir o empreendimento se encontra inserido na APA Carste Lagoa Santa e em um raio de dez quilômetros afeta as seguintes unidades de conservação de proteção integral: Parque Estadual Serra do Sobrado e Monumento Natural Lapa Vermelha. Mapa 04. Interferência em Unidades de Conservação Interferência em áreas prioritárias para a conservação, conforme Biodiversidade em Minas Gerais Um Atlas para sua Conservação O mapa a seguir demonstra que o empreendimento interfere em área prioritária na categoria extrema. Página 7 de 16

8 Mapa 05. Interferência em área prioritária para conservação Página 8 de 16

9 Alteração da qualidade físico-química da água, do solo ou do ar O empreendimento caracteriza-se pelas seguintes emissões: 1. Efluentes líquidos sanitários: estes efluentes são gerados pelo uso de sanitários e refeitório por cerca de 119 funcionários após a operação do empreendimento. Os efluentes serão pré-tratados em caixa de gordura e posteriormente encaminhados à ETE. 2. Efluentes líquidos não-domésticos: estão relacionados ao processamento das células e tecidos humanos e a higienização de materiais reutilizáveis (utilização de detergente neutro e desincrostante para limpeza geral, hipocloreto para desinfecção de vidrarias). Outra parcela dos efluentes gerados é oriunda da solução de lavagem, que emprega solução de soro fisiológico. Existe também a geração de efluentes inerente ao processamento do tecido cutâneo, devido à inserção do referido tecido em solução de glicerol com antibióticos e devido ao descarte de solução de cloreto de sódio, a qual teve contato com o tecido durante processamento nos bancos BP, BME e BVC. Outro efluente diz respeito às águas de manutenção do sistema de refrigeração, que terá seu descarte esporádico e essa água residuária será direcionada a tubulação do sistema coletor do efluente objetivando o encaminhamento à ETE. Ressalta-se que todos os efluentes oriundos do processamento e atividades fins, caracterizados como não-doméstico, serão destinados a rede interna específica de coleta de efluentes não-domésticos para, então, serem direcionados a ETE. Ainda assim, há de se considerar o impacto, uma vez que mesmo após tratamento os efluentes contribuem na alteração da qualidade das águas. Emissão de gases que contribuem efeito estufa Destaca-se nesse item a fase de implantação do empreendimento, em que é inerente à movimentação de máquinas e veículos que potencialmente emitem gases que contribuem para o efeito estufa. Aumento da erodibilidade do solo A erodibilidade do solo é o resultado do conjunto de características físicas e químicas que tornam o solo mais ou menos vulnerável à erosão. Assim o aumento da erodibilidade é a alteração de alguma característica do mesmo que o torne mais vulnerável à erosão. Na fase de implantação do empreendimento houve decapeamento do solo, terraplanagem e grande movimentação de terra,que alteram a estrutura do solo (eliminando horizontes e reduzindo partículas) e consequentemente alterando sua erodibilidade. Emissão de sons e ruídos residuais Embora o empreendimento em questão não tenha grande potencial de emitir níveis elevados de ruídos, há de se destacar a emissão de ruídos residuais. Apesar de não geraram grandes incômdos para populações humanas, destaca-se que o CETEBIO se encontra em uma APA e conforme imagem abaixo é possível perceber que a área do entorno é potencial para habitat de espécies da fauna, em especial aves e que com a movimentação e circulação de pessoas e que podem vir a sofrer com a instalação do empreendimento. Página 9 de 16

10 O RCA destaca que durante a fase de construção da unidade serão gerados ruídos no âmbito interno do lote, produzidos por máquinas, movimentação de veículos pesados, montagem eletromecânica, soldagem, escavação, demolição e usinagem de peças, entre outras atividades. Já na fase de operação, o ruído incômdo será proveniente das atividades do grupo gerador, que será acionado somente em casos emergenciais quando da falta de energia elétrica distribuída pela rede pública. CAVALCANTE (2009) 3, em sua revisão da literatura, destaca estudos que apontam a interferência de ruídos na ecologia e inclusive a biodiversidade de passariformes: Esta alteração do campo acústico em hábitats de passeriformes, como conseqüência das ações do homem, pode produzir o mascaramento de nichos espectrais, afetando a comunicação dos animais. Se vocalizações de acasalamento não forem ouvidas podem resultar na redução do número de indivíduos ou até mesmo na extinção de espécies (KRAUSE, 1993). Fonte: RCA Adaptado (destaque da presença de vegetação) 2.5 Indicadores Ambientais Índice de Temporalidade A temporalidade de um empreendimento para fins de Grau de impacto, é definida pelo Decreto /2009, como o tempo de persistência dos impactos gerados pelo mesmo empreendimento no meio ambiente. 3 CAVALCANTE, K. V. S. M. Avaliação acústica ambiental de háitats de passariformes expostos a ruídos antrópicos em Minas Gerais e São Paulo. UFMG. Belo Horizonte Página 10 de 16

11 Assim, considerando os impactos relacionados à alteração da paisagem local e supressão de vegetação este Parecer considera que o Índice de temporalidade do empreendimento é de duração longa Índice de Abrangência Considerando que os impactos relacionados à geração de efluentes estão no nível da bacia hidrgoráfica, entende-se que o empreendimento possui abrangência regional. De acordo com a definição do Decreto 45175/2009: Abrangência regional: Área de influência abrangendo um raio superior a m e/ou que interfira a nível de bacia hidrográfica. 3- APLICAÇÃO DO RECURSO 3.1 Valor da Compensação ambiental O valor da compensação ambiental foi apurado considerando o Valor de Referência do empreendimento informado pelo empreendedor e o Grau de Impacto GI (tabela em anexo), nos termos do Decreto /09 alterado pelo Decreto /11: Valor de referência do empreendimento: R$ ,12 Valor do GI apurado: 0,5% Valor da Compensação Ambiental (GI x VR): R$ , Unidades de Conservação Afetadas Uma vez que as unidades MONA Lapa Vermelha e Parque Estadual Serra do Sobrado foram consideradas afetadas, de acordo com os critérios técnicos e critérios do POA/2013, a mesma foi submetida à metodologia prevista no mesmo instrumento para cálculo do índice de distribuição, que estipula a percentagem de recusos previstos para a unidade de acordo com os critérios sintetizados a seguir: Página 11 de 16

12 Nome da UC: Espécies Ameaçadas de Extinção MONA ESTADUAL LAPA VERMELHA Fator Biológico LC = não ameaçadas VU = vulnerável EN = em perigo de extinção CR = criticamente em perigo Situação x Categoria de importância biológica Especial Extrema Muito alta Alta Sem classificação x Fator Biológico = Menor ou igual a 500 ha. Maior que 500 e menou ou igual a 1000 ha. Maior que 1000 e menou ou igual a 2000 ha. Maior que 2000 ha. Fator Físico 4 Muito Elevado Área da UC afetada x Resultado do fator físico = 6 Especial Índice bio-físico x categoria de manejo Uso sustentável (1) (APA, RPPN, APEs) Uso sustentável (2) (FLONA, FLOE, Reserva de Fauna, Reserva Extrativista., Res. de Des. Sust.) Proteção Integral (1) (Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre) Proteção Integral (2) (Parque, Reserva Biológica e Estação Ecológica) Categori a de Manejo x Resultado do fator biológico x fator físico e o índice de distr. = 6 100,00% Página 12 de 16

13 Nome da UC: Espécies Ameaçadas de Extinção Parque Estadual Serra do Sobrado Fator Biológico Situação LC = não ameaçadas VU = vulnerável x EN = em perigo de extinção CR = criticamente em perigo Categoria de importância biológica Fator Biológico = Especial Extrema Muito alta Alta Sem classificação Menor ou igual a 500 ha. Maior que 500 e menou ou igual a 1000 ha. Maior que 1000 e menou ou igual a 2000 ha. Maior que 2000 ha. Resultado do fator físico = Fator Físico Índice bio-físico x categoria de manejo x 4 Muito Elevado 6 Especial Uso sustentável (1) (APA, RPPN, APEs) Uso sustentável (2) (FLONA, FLOE, Reserva de Fauna, Reserva Extrativista., Res. de Des. Sust.) Proteção Integral (1) (Monumento Natural e Refúgio de Vida Silvestre) Proteção Integral (2) (Parque, Reserva Biológica e Estação Ecológica) Área da UC afetada x Categori a de Manejo x Resultado do fator biológico x fator físico e o índice de distr. = 6 100,00% 3.3 Recomendação de Aplicação do Recurso Desse modo, obedecendo a metodologia prevista, bem como as demais diretrizes do POA/2013, este parecer faz a seguinte recomendação para a destinação dos recursos: Página 13 de 16

14 Valores e distribuição do recurso Valor do grau de Impacto (GI) 0,5000% Valor de referência do empreendimento (VR): R$ ,12 Regularização fundiária (50%) + remanescente (quando for o caso): R$ ,76 Plano de manejo, bens e serviços (10%): R$ 3.897,35 Bens e serviços para prevenção e combate a incêndios florestais (5%) R$ 1.948,67 Estudos para criação de UCs (5%): R$ 1.948,67 Valor a ser distribuído nas UCs afetadas (até 30%): R$ ,05 UC 1: MONA LAPA VERMELHA R$ 5.846,02 UC 2: Parque Estadual Serra do Sobrado R$ 5.846,02 Valor total da compensação: R$ ,49 Os recursos deverão ser repassados ao IEF em até 04 parcelas, o que deve constar do Termo de Compromisso a ser assinado entre o empreendedor e o órgão. 4 CONTROLE PROCESSUAL Trata-se o expediente de processo visando o cumprimento da condicionante de compensação ambiental nº 4, requerida pela empresa Fundação Centro de Hematologia e Hemoterapia de Minas Gerais, fixada na fase de LP + LI, certificado nº 322/2009, para a atividade de Centros de pesquisas científicas e tecnológicas, não classificadas ou especificadas, exclusive de pesquisa nuclear, visando, assim, compensar ambientalmente os impactos causados pelo empreendimento/atividade em questão. O processo encontra-se formalizado e instruído com a documentação exigida pela Portaria IEF 55/2012. O valor de referência do empreendimento foi apresentado sob a forma de planilha, vez que o empreendimento foi implantado após 19/07/2000 e está devidamente assinada por profissional legalmente habilitado, competente, acompanhada da anotação de responsabilidade técnica - ART de seu elaborador, em conformidade com o Art. 11, 1º do Decreto Estadual /2009 alterado pelo Decreto /2011: 1º O valor de Referência do empreendimento deverá ser informado por profissional legalmente habilitado e estará sujeito a revisão, por parte do órgão competente, impondo-se ao profissional responsável e ao empreendedor as sanções administrativas, civis e penais, nos termos da Lei, pela falsidade da informação. Assim, por ser o valor de referência um ato declaratório, a responsabilidade pela veracidade do valor informado é do empreendedor, sob pena de, em caso de falsidade, submeter-se às sanções civis, penais e administrativas, não apenas pela prática do crime de falsidade ideológica, como também, pelo descumprimento da condicionante de natureza ambiental, submetendo-se às sanções da Lei 9.605/98, Lei dos Crimes Ambientais. No processo, o empreendedor não sugeriu aplicação para os recursos advindos da compensação ambiental. Entretanto, afirmamos que a sugestão de aplicação dos recursos financeiros a serem pagos pelo empreendedor a título de compensação ambiental neste Parecer estão em conformidade com a legislação vigente, bem com, com as diretrizes estabelecidas pelo Plano Operativo Anual POA/2013. Página 14 de 16

15 Dessa forma, de acordo com as análises técnicas empreendidas e, conforme metodologia constante no POA/2013, a MONA Lapa Vermelha e o Parque Estadual Serra do Sobrado encontram-se aptos para receber os recursos, pois cumprem os requisitos POA/2013 e da Resolução CONAMA 371/2006, art. 11, 1º: Art. 11 A entidade ou órgão gestor das unidades de conservação selecionadas deverá apresentar plano de trabalho da aplicação dos recursos para análise da câmara de compensação ambiental, visando a sua implantação, atendida a ordem de prioridades estabelecidas no art. 33 do Decreto nº 4.340, de º Somente receberão recursos da compensação ambiental as unidades de conservação inscritas no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação, ressalvada a destinação de recursos para criação de novas unidades de conservação. Isto posto, a destinação dos recursos sugerida pelos técnicos neste Parecer atende as normas legais vigentes e as diretrizes do POA/2013, não restando óbices legais para que o mesmo seja aprovado. 5 - CONCLUSÃO Considerando a análise e descrição técnicas empreendidas, Considerando a inexistência de óbices jurídicos para a aplicação dos recursos provenientes da compensação ambiental a ser paga pelo empreendedor, nos moldes detalhados neste Parecer, Infere-se que o presente processo encontra-se apto à análise e deliberação da Câmara de Proteção à Biodiversidade e áreas protegidas do COPAM, nos termos do Art. 18, inc. IX do Decreto Estadual /2007. Ressalta-se, finalmente, que o cumprimento da compensação ambiental não exclui a obrigação do empreendedor de atender às demais condicionantes definidas no âmbito do processo de licenciamento ambiental. Este é o parecer. Smj. Belo Horizonte, 10 de outubro de Carla Fernanda Torres Ferreira MASP Carla Adriana Amado da Silva Antônio Eustáquio Rodrigues Faria OAB-MG OAB-MG De acordo: Samuel Andrade Neves Costa Gerente da Compensação Ambiental OAB/MG MASP: Página 15 de 16

16 Tabela de Grau de Impacto - GI Índices de Relevância Valoração Valoração Valoração Ocorrência de espécies ameaçadas de extinção, raras, endêmicas, novas e vulneráveis e/ou interferência em áreas de reprodução, de pousio ou distúrbios de rotas migratórias 0,0750 0,0750 x Introdução ou facilitação de espécies alóctones (invasoras) 0,0100 Interferência /supressão de vegetação, acarretando fragmentação ecossistemas especialmente protegidos (Lei ) 0,0500 outros biomas 0,0450 0,0450 x Interferência em cavernas, abrigos ou fenômenos cársticos e sítios paleontológicos 0,0250 Interferência em unidades de conservação de proteção integral, sua zona de amortecimento, observada a legislação aplicável. 0,1000 0,1000 x Importância Biológica Especial Interferência em áreas 0,0500 prioritárias para a Importância Biológica Extrema conservação, conforme 0,0450 0,0450 x Biodiversidade em Minas Importância Biológica Muito Alta Gerais Um Atlas para 0,0400 sua Conservação Importância Biológica Alta 0,0350 Alteração da qualidade físico-química da água, do solo ou do ar 0,0250 0,0250 x Rebaixamento ou soerguimento de aquíferos ou águas superficiais 0,0250 Transformação ambiente lótico em lêntico 0,0450 Interferência em paisagens notáveis 0,0300 Emissão de gases que contribuem efeito estufa 0,0250 0,0250 x Aumento da erodibilidade do solo 0,0300 0,0300 x Emissão de sons e ruídos residuais 0,0100 0,0100 x Somatório Relevância 0,6650 0,3550 Indicadores Ambientais Índice de temporalidade Duração Imediata 0 a 5 anos 0,0500 Duração Curta - > 5 a 10 anos 0,0650 Duração Média - >10 a 20 anos 0,0850 Duração Longa - >20 anos 0,1000 0,1000 x Total Índice de Temporalidade 0,3000 0,1000 Índice de abrangência Área de Interferência Direta do empreendimento 0,0300 Área de Interferência Indireta do empreendimento 0,0500 0,0500 x Total Índice de Abrangência 0,0800 0,0500 Somatório FR+(FT+FA) 0,5050 Valor do grau do impacto a ser utilizado no cálculo da compensação 0,5000% Valor de referencia do empreendimento R$ ,12 Valor da compensação ambiental R$ ,49 Página 16 de 16