Projecto de Intervenção Comunitária Coordenação de Internato Emílio Peres. Passo Activo. Um passo pela saúde! Alice Jeri USF BARÃO NOVA SINTRA
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- Mikaela Garrau Cunha
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1 Projecto de Intervenção Comunitária Coordenação de Passo Activo Um passo pela saúde! USF BARÃO NOVA SINTRA
2 1 1. Enquadramento e fundamentação 1.1 Atividade física e saúde A atividade física é percebida, actualmente, como umcomportamento fortemente determinante da saúde e da capacidade funcional, cuja restrição tem potenciado o aparecimento de numerosas doenças hipocinéticas. (1) A inatividade física encontra-se entre os seis principais factores de risco de doenças não transmissíveis, responsáveis por 60% da mortalidade global e 47% da carga de doença. Apesar dos efeitos interativos, particularmente em relação à obesidade, a prática de atividadefísica propicia benefícios à saúde física e mental independentes da nutrição e da dieta, reduzindo o risco de doença cardiovascular (DCV) e de diabetes tipo II (DM II), com benefícios importantes em muitas doenças não estritamente relacionadas com a obesidade, uma vez que ocontrolo de peso não constitui o único mediador dos seus efeitos. Outros benefícios relacionam-se com a redução da pressão arterial (PA), melhoria dos níveis de colesterol, das LDH e de controlo de da glicemia, mineralização óssea, reduçãodo risco de cancro do cólon e da mama. Por outro lado,contribui para a preservação da função cognitiva e diminui o risco de depressão e de demência, diminui o stress e melhora a qualidade do sono, melhora a auto-imagem e a auto-estima, aumentando o bem-estar e o optimismo, e diminui o absentismo. Nas pessoas idosas a atividade física está igualmente associada a uma redução do risco de queda e diminuição das limitações funcionais. 1.2 Recomendações para a prática de atividade física As recomendações internacionais (1,2) indicam que crianças e adolescentes, dos 6 aos 17 anos, devem acumular diariamente (prática intermitente com breves períodos de pausa ou recuperação) 1 hora de atividade física de intensidade pelo menos moderada, dos quais 20 a 30 minutos devem ser de atividade vigorosa Ser suficientemente ativo na idade adulta (18-64 anos) significa acumular pelo menos 150 minutos por semana de atividade de intensidade moderada (30 minutos por dia, 5 dias por semana), ou minutos por semana de atividade aeróbia de intensidade vigorosa (20 a 25 minutos por dia, 3 dias por semana), ou alguma combinação equivalente. Os adultos devem ainda praticar exercícios de força de intensidade moderada a elevada que envolvam grandes grupos musculares, 2 a 3 vezes por semana. As recomendações para as pessoas adultas também se aplicam aos adultos mais idosos ( 65 anos). Nesta população, deve ser tida em conta a necessidade adicional de treino de outras capacidades funcionais como a flexibilidade e o equilíbrio/coordenação. A práticade quantidades superiores proporciona benefícios de saúde ainda maiores. Mesmo não atingindo as metas para a faixa etária, é importante o ênfase na luta
3 2 contra a inatividade promovendo tanto quanto possível todo o tipo de atividades. A atividade não tem de ser realizada de forma contínua, podendo ser fraccionada em períodos mínimos de 10 minutos, realizada ao longo da semana. 1.3 A Atividade física na população da zona Norte O dados nacionais (4) relativos à atividade diária acumulada em períodos de tempo iguais ou superiores a 10 minutos de prática de intensidade pelo menos moderada, na zona Norte, é ilustrada na Figura 1.Os valores médios observados, quer por grupopopulacional quer por sexo são inferiores ao que é recomendado (blocos de pelo menos 10 minutos). Fig 1: Atividade física moderada e vigorosa por períodos iguais ou superiores a 10 minutos Norte 2. Objectivos específicos A. Promover a atividade física moderada, pontualmente em contexto de lazer, através da organização de caminhadas colectivas B. Estimular de forma contínua a atividade física de diferentes intensidades através de estratégias motivacionais (intervenção escrita e oral inserida ou não nas ações referidas) C. Incrementar os conhecimentos sobre o impacto da atividade física na saúde e bem-estar. D. Promover o controlo da glicemia e a perda de peso. 3. Abrangência O projecto pretende abranger um intervalo de utentes do ACES Porto Oriental (VI) portadores de diabetes tipo II, codificados com o problema ativo Diabetes não insulinodependente (T90) ou Diabetes insulinodependente (T89), bem como respectivosacompanhantes.
4 3 Serão excluídos utentes com patologia cardiovascular concomitante ou diabetes gravemente descontrolada. 4. Responsabilidade do projecto, colaborações e parcerias O projecto é da responsabilidade da interna com apoio da respectiva Orientadora de formação, Dra. Ana Bessa Monteiro. Deverão seractivamente envolvidos na promoção do projectooutros profissionais de saúde, nomeadamente: internos do ACES - permitindo alargar a abrangência da ação a outras Unidades; administrativos, profissionais de enfermagem, fisioterapia e educação física, cujas competências traduzirão valorização adicional. Pretende-se estabelecer parcerias com entidades públicas, privadas ou do sector social relevantes, nomeadamente a direção e Unidades Funcionais do ACES, Junta de Freguesia do Bonfim, centros de dia locais, estruturas desportivas. 5. Metodologia 5.1 Descrição das fases O projecto desenrolar-se-á em 4 fases: FASE 1.Estabelecimento da equipa e parcerias(18 de Fevereiro a 8 de Março) Serão recrutados e formados os profissionais de saúde motivados para integrar a equipa promotora e estabelecidas as entidades parceiras. Esta fase poderá envolver ações específicas para formação da equipa promotora e ações de divulgação do projecto nas várias unidades que decidam integra-lo, com vista a esclarecer e motivar os profissionais. FASE 2. Recrutamento e caracterização da população (9-27 de Março) Serão mobilizados diversos meios de divulgação: / contacto telefónico com os utentes-alvo, cartazes e panfletos em locais públicos, bem como a promoção por parte do médico e enfermeiro de família durante as consultas de rotina. Os participantes serão recrutados de entre os utentes portadores de diabetes tipo II, codificados com o problema ativo Diabetes não insulinodependentes (T90) ou Diabetes insulinodependentes (T89). Cada utente diabético poderá, se desejado, inscrever acompanhante (s) à escolha. A participação deve ser formalizada perante os serviços administrativos da unidade mediante o preenchimento de ficha de inscrição e contacto.
5 4 Os participantes receberão desde logo material informativo relativo aos benefícios da atividade física, bem como o calendário previsto das ações. Serão recolhidos e registados, no acto de inscrição, os seguintes dados: se o utente é ou não diabético, os valores da última HbA1c (para os utentes diabéticos) e se é portador de outras doenças, nomeadamente cardiovascular e osteoarticular. Se necessário o registo efetuar-se-á durante a primeira caminhada. FASE3. Implementação(28 de Março a 26 de Setembro) Os utentes inscritos serão contactados telefonicamente e via- na semana anterior a cada caminhada, no sentido de conhecer a respetiva disponibilidade para participação e fornecer indicações de hora e local. Serão realizadas 14ações consistindo em caminhadas de intensidade moderada (4-5km/h) em trajetos a definir (ex: Parque Oriental da Cidade do Porto, Marginal/Ribeira, Quinta do Covelo) com a presença de um mínimo de 2 membros da equipa promotora. Esta será iniciada com um período curto de exercícios de aquecimento e finalizada com um período semelhante de alongamento, e preferencialmente acompanhada por um instrutor de educação física, por forma a maximizar os resultados e benefícios. Calendarização das ações: 28de Março 11de Abril 25de Abril 9de Maio 23de Maio 6 de Junho 20de Junho 4 de Julho 18de Julho 01 de Agosto 15de Agosto 29de Agosto 12de Setembro 26de Setembro Durante a primeira caminhada, será registado o peso e IMC inicial de cada utente, bem como dados relativos à HbA1c e a patologia concomitante, se não tiverem sido registados aquando da inscrição. Poderão ser introduzidas outras atividades tendentes à promoção de um estilo de vida saudável (atividades lúdicas, refeições partilhadas, palestras sobre cuidados na diabetes, exercício e alimentação ). A informação e motivação dos participantes quanto à importância de aumentar os níveis de atividade em todos os contextos serão transversais. FASE 4. Quantificação do impacto e avaliação (20 de Setembro a 30 de Outubro) A metodologia de avaliação do impacto das ações incluirá nova aplicação do IPAQ, revisão do peso e IMCe HbA1c do 2º semestre (nos utentes diabéticos), bem como quantificação da participação dos utentes. Os valores iniciais e finais serão sujeitos a comparação estatística avaliando a evolução destes indicadores.
6 5 5.2 Material de suporte Ficha de inscrição e contacto (Nome, USF, nº utente, idade, sexo, dados para contacto, diagnóstico de diabetes, última HbA1c) Anexo I Panfletos informativos: recomendações de atividade física, exercícios práticos, entre outros Cartazes (A1) e panfletos (A4/A5) para divulgação Fichas de presença nas caminhadas- Anexo II Formulário de Dados Anexo III Questionário internacional de avaliação da atividade física, IPAQ - Anexo IV Computador com acesso ao programa SPSS e Exel Fase1 Fase2 6. Calendário de ações Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X Fase Fase4 X X X X X Referências: (1) 2. WHO, Steps to health - A European Framework to Promote Physical Activity for Health. Copenhagen: WorldHealth Organization - Regional Office for Europe (2) WHO, Global strategy on diet, physical activity and health. World Health Organization, (3) 11. IDP, Orientações Europeias para a Atividade Física - Políticas para a Promoção da Saúde e Bem-Estar. Instituto do Desporto de Portugal (4) Livro verde da Atividade Física, IDP, 2011 ANEXOS: Anexo I: Ficha de inscrição e contacto Anexo II : Fichas de presença nas caminhada Anexo III: Formulário de Dados Anexo IV: Questionário internacional de avaliação da atividade física, IPAQ -
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