PERDAS ESTIMADAS EM ATIVOS (Impairment de Ativos)
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- Benedicta Antunes Gonçalves
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1 FEA / USP Departamento de PERDAS ESTIMADAS EM ATIVOS (Impairment de Ativos) 1 PERDAS ESTIMADAS EM ATIVOS e PROVISÕES Perdas estimadas em ativos: retificações de ativos decorrentes de perdas de benefícios econômicos futuros. Provisões de passivos: referem-se a obrigações presentes decorrentes de encargos e riscos conhecidos e calculáveis. Mudança de linguagem Brasil: costumava-se utilizar o termo provisão tanto para perdas estimadas de ativos quanto para aumentos de passivo. IFRS: o termo provisão é utilizado de forma restrita, segundo a IAS 37, e apenas para aumentos de passivo. 2
2 Impairment de Ativos Teste de Recuperabilidade de Custo ( Impairment ) ü Norma Internacional: IAS 36 Impairment of Assets ü Norma Brasileira: CPC 01 Redução ao Valor Recuperável de Ativos Objetivo: Assegurar que os ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior àquele passível de ser recuperado por uso ou por venda; Adequar o valor do ativo ao seu provável valor líquido de realização; ü Limitação do custo dos ativos ao seu valor econômico (valor que, pelo uso, possa ser obtido em termos de fluxos de caixa futuros); 3 Impairment de Ativos Teste de Recuperabilidade de Custo ( Impairment ) ü A entidade deve aplicar o teste de impairment para determinar se um item do ativo deve ser reduzido ao seu valor recuperável; ü Impairment se aplica sempre que o valor contábil do ativo for maior que o seu valor recuperável; ü Valor recuperável é o maior entre o valor líquido de venda (valor justo menos custo de venda) e o valor em uso (Valor Presente Líquido de fluxos futuros de caixa associados ao ativo); ü O reconhecimento da perda é classificada como uma conta credora, retificando o valor do ativo e a contrapartida da redução vai para o resultado do período despesa; ü Revisão deve ser feita a cada balanço. 4
3 PERDAS ESTIMADAS DE ATIVOS Representam estimativas de perdas em relação aos valores dos ativos: Valor estimado Data incerta Objetivo: adequar o valor do ativo ao seu valor líquido provável de realização. Exemplos: - Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa - EPCLD - Também conhecida como provisão para devedores duvidosos PDD - Norma internacional utiliza a expressão impairment of financial assets IAS 39 - Redução dos estoques a valor de realização - Também conhecida como provisão para redução dos estoques a valor de mercado - Norma internacional utiliza a expressão write down to net realisable value IAS 2 5 CONTABILIZAÇÃO DAS PERDAS COM ATIVOS Perdas com Estoques: Redução de estoques a valor de realização 300 ( b) Perda com estoques b) 300 6
4 PERDAS ESTIMADAS DE ATIVOS Estimativa para perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa EPCLD ou PDD ü representa a estimativa de perdas relacionada com o risco de não receber valores futuros, geralmente decorrentes de vendas a prazo ou de empréstimos concedidos em casos de bancos. ü O objetivo: ü ajustar os valores a receber ao valor mais provável de realização, devendo ser identificado os riscos associado a um recebimento futuro. 7 FORMA DE CÁLCULO DA EPCLD: Deve ser efetuada com base em estudos específicos sobre as contas a receber, como por exemplo: a) Análise do aging list ; b) Perdas históricas; c) Estudos de situações isoladas; d) Experiência de cobrança; e) Estudo do departamento jurídico dos casos em juízo; f) Modelos de Avaliação de Risco. 8
5 CONSTITUIÇÃO DA EPCLD Como regra geral, é constituída com base na identificação do risco e ajustada ao final de cada exercício. NATUREZA DA CONTA É uma conta credora, apresentada no balanço no lado do ativo, retificando a conta Clientes. OBJETIVO Adequar as contas a receber ao seu valor líquido de realização. 9 Contabilização: 1. No momento da venda: Ø D - Duplicatas a Receber (pelo aumento de ativo) Ø C - Receita de Vendas (Conta de Resultado) 2. Da provável perda (estimativa) Ø D - Despesa com Estimativa de perdas com Créditos (Conta de Resultado) Ø C - Estimativa de perdas com Créditos de Liquidação duvidosa EPCLD (Conta retificadora de ativo) 10
6 Contabilização: 3. No momento da perda efetiva: Ø D - Estimativa de perdas com Créditos de Liquidação duvidosa EPCLD (pela utilização de parte da estimativa efetuada) Ø C - Duplicatas a Receber (pela baixa do ativo) 4. Quando a estimativa feita é menor do que a perda: Ø D - Prejuízo com Clientes (pelo valor da perda efetiva que ultrapassar a estimativa constituída anteriormente) Ø C - Duplicatas a Receber (pela baixa do ativo) 11 Contabilização: 5. Quando há sobra de estimativa no final do período: Ø D - Estimativa de perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa (pelo estorno do saldo de estimativa de perda não ocorrida) Ø C Reversão de Estimativa de Perdas com Créditos de Liquidação Duvidosa (conta de Resultado - Receita) 6. Quando há recuperação de perda já reconhecida: Ø D Caixa ou Depósitos Bancários Ø C- Recuperação de Prejuízos (conta de Resultado - Receita) 12
7 Exemplo: 1. A empresa X vendeu R$10.000,00 a prazo: Duplicatas a receber (10.000) (aumento de ativo) Receita de vendas (10.000) (aumento de receita) 2. A empresa X estima que 3% das vendas a prazo não serão recebidas: Despesa com EPCLD (300) (aumento de despesa) EPCLD (300) (conta redutora de ativo) 13 Situação 1: a PCLD é suficiente: 3. Durante o período a empresa X não recebeu R$100,00 de seu cliente Y: EPCLD (100) (pela utilização da estimativa) Duplicatas a receber (100) (pela baixa do ativo) 5. Como a empresa não utilizou toda a PCLD, no final do período: EPCLD (200) (baixa do saldo remanescente) Reversão de EPCLD (200) (resultado receita, pela reversão da despesa constituída inicialmente) 14
8 Situação 2: a PCLD é insuficiente 3. Durante o período a empresa X não recebeu R$400,00 de seu cliente Z: EPCLD (300) (pela utilização da estimativa) Prejuízo com Clientes (100) (despesa adicional) Duplicatas a receber (400) (pela baixa do ativo) 15 Pela recuperação de crédito considerado incobrável: 6. A empresa X recebeu R$400 do cliente J, que já havia sido considerável incobrável: Caixa/Bancos (400) Recuperação de Prejuízo (400) (resultado receita) 16
9 PECLD - Aspectos Fiscais A legislação fiscal (Lei 9430/96) não admite a figura da EPCLD ou PDD como dedutível do Imposto de Renda. As perdas somente são consideradas dedutíveis quando efetivamente incorridas e conforme condições estabelecidas na lei, tais como: Ø existência de declaração de insolvência do devedor, emanada pelo Poder Judiciário ; Ø créditos sem garantias de valor conforme o prazo decorrido desde o vencimento ; Ø com garantia e com processo judicial em andamento após 2 anos de vencidos. 17 IMPOSTO DE RENDA - CÁLCULO DO IR e LALUR O Livro de Apuração do Lucro Real corresponde a uma obrigação acessória eminentemente fiscal para as entidades tributadas pelo Lucro Real, cuja principal função é determinar a base de cálculo para a aplicação das alíquotas de IRPJ. Este livro é formado por duas partes, a saber: Parte A: destinada aos lançamentos de ajuste do lucro líquido do período (adições, exclusões e compensações); e Parte B: destinada exclusivamente ao controle dos valores que não constem da escrituração comercial, mas que devam influenciar na determinação do lucro real de períodos futuros. 18
10 DRE Exemplo de Cálculo do IR DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXERCÍCIO Receita Bruta (-) Dedução da Receita Devoluções de Vendas (1.800) Abatimentos sobre Vendas (200) Receita Líquida (-) CMV (3.000) Lucro Bruto Despesas Operacionais Vendas (1.000) Multas (350) Desp/Rec.Financeiras (1.450) Reversão de EPCLD 500 Outras Receitas 750 LAIR Desp. IR (825) Lucro Líquido CÁLCULO DO IR LAIR (+) Adições Multas 350 (-) Exclusões Rev. EPCLD (500) BASE DE CÁLCULO PARA IR IR ( 25%) Contabilização do IR / CS Passo 1: efetuar o cálculo do IR/CS, com base no LAIR/ CS e possíveis ajustes (receitas e/ou despesas não aceitas pelo fisco) Passo 2: contabilizar o IR/CS: D Desp. IR/CS C IR/CS a Pagar Passo 3: quando houver o pagamento: D IR/CS a Pagar C Caixa / Bancos 20
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