Encontro 3 Oficina de leitura
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- Esther Aires Jardim
- 7 Há anos
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1 Tópicos Tipologia Textual Gêneros Textuais Inteligência Artificial Encerrando Ciclos Conteúdo Tipologia Textual Um texto pode ter várias características. Entre elas, estão a tipologia e o gênero textual. A relação é a seguinte: cada tipologia textual possui diversos gêneros textuais. Além disso, geralmente um texto não é escrito com base em apenas uma tipologia, ou seja, podem ser encontradas várias tipologias num texto, mas sempre há alguma que se torna predominante. As tipologias mais importantes que devemos estudar são: narração, descrição, dissertação, injunção, predição, dialogal. Narração Modalidade textual que tem o objetivo de contar um fato, fictício ou não, que aconteceu num de- terminado tempo e lugar, e que envolve personagens. Geralmente, segue uma cronologia em relação à passagem de tempo. Nesse tipo de texto, predomina o emprego do pretérito. Os gêneros textuais mais comuns são: conto, fábula, crônica, romance, novela, depoimento, piada, relato, etc. Descrição A descrição consiste em fazer um detalhamento, como se fosse um retrato por escrito de um lugar, uma pessoa, um animal ou um objeto. O adjetivo é muito usado nesse tipo de produção textual. As abordagens podem ser tanto físicas quanto psicológicas (que envolvem sentimentos, emoções). Esse tipo de texto geralmente está contido em textos diversos. Os gêneros textuais mais comuns são: cardápio, folheto turístico, anúncio classificado, etc. Dissertação Dissertar significa falar sobre algo, explicar um assunto, discorrer sobre um fato, um tema. Nesse sentido, a dissertação pode ter caráter expositivo ou argumentativo. Dissertação-Expositiva O texto expositivo apresenta dias sobre um determinado assunto. Há informações sobre diferentes temas, em que o autor expõe dados, conceitos de modo objetivo. O objetivo principal é informar, esclarecer. 1
2 Os gêneros mais comuns em que encontra esse tipo de texto são: aula, resumo, textos científicos, enciclopédia, textos expositivos de revistas e jornais, etc. Dissertação-Argumentativa Um texto argumentativo defende ideias ou um ponto de vista do autor. Além de trazer explicações, esse tipo de texto busca persuadir, convencer o leitor de algo. O texto, além de explicar, também persuade o interlocutor, objetivando convencê-lo de algo. O mais importante é haver uma progressão lógica e coerente das ideias, sem ficar no que é vago, impreciso. É comum encontrar essa tipologia textual em: sermão, ensaio, monografia, dissertação, tese, ensaio, manifesto, crítica, editorial de jornais e revistas. Injunção/Instrucional Com uma linguagem objetiva e concisa, esse tipo de texto orienta como realizar uma ação. Predominantemente, os verbos são empregados no modo imperativo, todavia há também o uso do infinitivo e do futuro do presente do modo indicativo. Temos como gêneros textuais mais comuns: ordens; pedidos; súplica; desejo; manuais e instruções para montagem ou uso de aparelhos e instrumentos; textos com regras de comportamento; textos de orientação (ex: recomendações de trânsito); receitas, cartões com votos e desejos (de natal, aniversário, etc.). Predição A predição tem por características a informação e a probabilidade. O intuito é predizer algo ou levar o interlocutor a crer em alguma coisa que ainda irá ocorrer. Os gêneros em que mais são encontrados essa tipologia são: previsões astrológicas, previsões meteorológicas, previsões escatológicas/apocalípticas. Dialogal / Conversacional A base para esta tipologia textual é o diálogo entre os interlocutores. Nesse tipo de texto, temos um locutor (quem fala), um assunto, um receptor (quem recebe o texto). Ou seja, temos um diálogo entre os interlocutores (locutor e receptor). Os gêneros em que essa tipologia ocorre são: entrevista, conversa telefônica, chat, etc. Gêneros Textuais Os gêneros textuais podem ser textos orais ou escritos, formais ou informais. Eles possuem características em comum, como a intenção comunicativa, mas há algumas características que os distinguem uns dos outros. Carta Pode ter caráter argumentativo quando se trata de uma carta aberta ou carta do leitor. Quando se trata de carta pessoa, há a presença de aspectos narrativos ou descritivos. Propaganda Caracterizado como um texto expositivo, o objetivo é propagar informações sobre algo, para influenciar o leitor com mensagens que despertam as emoções e a sensibilidade. Editorial 2
3 É um gênero textual dissertativo-argumentativo que apresenta o posicionamento de uma empresa, revista, jornal sobre determinado assunto. Notícia É um texto em que podem aparecer características narrativas e descritivas. Conta-se como ocorreu um determinado fato. Aparecem as seguintes informações: o que ocorreu, como, quando, onde e quem estava envolvido. Entrevista É um gênero textual em que aparece o diálogo entre o entrevistador e o(s) entrevistado(s), para obter informações sobre o entrevistado ou algum assunto. Podem aparecer elementos expositivos, argumentativos e narrativos. História em Quadrinhos É um gênero narrativo que consiste em contar algo por meio de pequenos quadros. Pode haver diálogos diretos entre personagens. É caracterizado pela linguagem verbal e não verbal. Charge É um gênero textual narrativo em que há uma ilustração, por meio de caricaturas, com o objetivo de realizar uma sátira, crítica ou comentário sobre algum acontecimento atual. Poema É um texto estruturado em versos (linhas) e pode também ter estrofes (conjunto de linhas). É muito comum haver a descrição e a narração. Gêneros Literários Os gêneros literários costumam ser cobrados em algumas provas. É importante saber que há a presença tanto da linguagem denotativa quanto da conotativa. Geralmente, as provas trazem fragmentos de textos. Alguns gêneros mais cobrados são: novela, conto, fábula, crônica, ensaio. Novela: é um texto narrativo longo, em que são narradas várias histórias. Sempre há uma história principal que caracteriza esse gênero. Exemplos: O Alienista, de Machado de Assis, e A Metamorfose, de Kafka. Conto: é um texto narrativo curto, em que há, geralmente um enredo (uma história) e poucos personagens. Fábula: é um texto narrativo em que há uma história curta que termina com uma lição de moral. Geralmente, há a personificação, pois há personagens que não são humanos (animais, objetos) que adquirem características humanas. Crônica: é uma narrativa breve, relacionada ao cotidiano. Pode ter um tom humorístico ou reflexivo (presença de críticas). Ensaio: é um texto com caráter também didático, em que são expostas ideias, críticas e reflexões morais e filosóficas a respeito de certo tema. É caracterizado pela defesa de um ponto de vista pessoal e subjetivo sobre um tema (humanístico, filosófico, político, social, cultural, moral, comportamental, etc.), sem a necessidade de comprovação científica. Inteligência artificial Mario Sergio Cortella Na segunda metade do século 20, de profundas e rápidas mudanças tecnológicas, o diabólico que, se tomado em sua acepção etimológica mais 3
4 simples, significa: jogar separado, desagregar parece ter-se metamorfoseado de muitas maneiras, ganhando ares mais eficazes e potentes: a magia do cinema, a companhia do rádio, o vício da televisão, a liberalidade antes do videocassete e depois do DVD, o ensimesmamento do walfynan, a narcotização do videogame. Mas, eis que surge a suprema metamorfose (por reunir em si todas as anteriores), a encarnação luciferina: o Computador. Aí foi demais. Se pudemos conviver de forma medianamente pacífica com as outras metamorfoses (às vezes ignorando-as, outras vezes nos deixando possuir), essa trouxe uma ameaça fatal: ele é especialista em inteligência, a nossa especialidade. Pior ainda, ele é especialista em algo impossível para muitos de nós: inteligência artificial, sem materialidade, sem peso, sem odores, sem carne, sem sentimentos; enfim, desumana. Pronto, aí estaria a saída para os que querem rejeitá-lo, combatê-lo e derrotá-lo: sua desumanidade. Ele sim, o computador, atemoriza, pois tem inteligência. Mas, ela é "artificial" e, por isso, diriam alguns, merece ser exorcizada, na busca de uma vida mais "humana". Nesse caso, o equívoco maior é mergulhar preventivamente na informatofobia, marcada pelo medo preconceituoso e gerador de rejeições que, sem dúvida, bloqueiam a exploração adequada desse instrumento humano. Porém, há ainda outro equívoco: supor que a informática é a "solução final" para os problemas da humanidade, entendendo que, sem o computador, não é possível produzir uma existência coletiva digna. Vivemos atualmente uma espécie de síndrome de modernidade: tudo o que estiver envolvido em uma aura de tecnologia em sua produção e disseminação é considerado de qualidade positiva. Sendo a informatização, com toda a razão, entendida como a marca mais significativa destes tempos, o que a ela estiver atrelado, ganha um pendão de moderno e, portanto, de imprescindibilidade. Ser imprescindível nos nossos dias é o quesito mais atraente para a aquisição de uma mercadoria qualquer; a noção central é: você não pode ser completo sem isto, senão... estará ultrapassado e deixará de ser "up to date"! A novidade, mesmo aleatória, continua sendo o obscuro objeto do desejo de muita gente. É preciso cautela com a informatolatria. Tecnologia em si mesma não é requisito exclusivo para avaliar e fomentar a qualidade da produção e da vida humanas. Afinal, não é a utilização de avançados "editores de texto" que possibilitou, por exemplo, a elaboração de grandes obras na literatura; a maioria delas, até hoje, foi registrada com estiletes, penas de pato, grafites, canetas ou máquinas de escrever e pode, também, originar-se de computadores. Ademais, o impacto das tecnologias informatizadas em relação à qualidade de vida das pessoas pode ser medido no seguinte exemplo: nos anos 1970, uma datilografa trabalhava em um escritório, usava máquina de escrever manual, ganhava dois salários mínimos, trabalhava oito horas por dia e vivia mal; nos anos 1980, o escritório adquiriu ama máquina de escrever elétrica e ela continuou a ganhar dois salários mínimos, trabalhar oito horas por dia e a viver mal; nos anos 1990, o escritório informatizou-se e ela continuou com seu salário, jornada e condição de vida. Ou seja, continuou na mesma! Infelizmente, essa situação caricatural pode ser estendida a outros campos da atividade humana. 4
5 Será a inteligência artificial uma ferramenta demoníaca ou, finalmente, estamos prestes a redimir Prometeu por nos ter entregado o fogo roubado dos deuses? Encerrando Ciclos Gloria Hurtado Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver. Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos - não importa o nome que damos, o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram. Foi despedido do trabalho? Terminou uma relação? Deixou a casa dos pais? Partiu para viver em outro país? A amizade tão longamente cultivada desapareceu sem explicações? Você pode passar muito tempo se perguntando por que isso aconteceu. Pode dizer para si mesmo que não dará mais um passo enquanto não entender as razões que levaram certas coisas, que eram tão importantes e sólidas em sua vida, serem subitamente transformadas em pó. Mas tal atitude será um desgaste imenso para todos: seus pais, seu marido ou sua esposa, seus amigos, seus filhos, sua irmã, todos estarão encerrando capítulos, virando a folha, seguindo adiante, e todos sofrerão ao ver que você está parado. Ninguém pode estar ao mesmo tempo no presente e no passado, nem mesmo quando tentamos entender as coisas que acontecem conosco. O que passou não voltará: não podemos ser eternamente meninos, adolescentes tardios, filhos que se sentem culpados ou rancorosos com os pais, amantes que revivem noite e dia uma ligação com quem já foi embora e não tem a menor intenção de voltar. As coisas passam, e o melhor que fazemos é deixar que elas realmente possam ir embora. Por isso é tão importante (por mais doloroso que seja!) destruir recordações, mudar de casa, dar muitas coisas para orfanatos, vender ou doar os livros que tem. Tudo neste mundo visível é uma manifestação do mundo invisível, do que está acontecendo em nosso coração - e o desfazer-se de certas lembranças significa também abrir espaço para que outras tomem o seu lugar. Deixar ir embora. Soltar. Desprender-se. Ninguém está jogando nesta vida com cartas marcadas, portanto às vezes ganhamos, e às vezes perdemos. Não espere que devolvam algo, não espere que reconheçam seu esforço, que descubram seu gênio, que entendam seu amor. Pare de ligar sua televisão emocional e assistir sempre ao mesmo programa, que mostra como você sofreu com determinada perda: isso o estará apenas envenenando, e nada mais. Não há nada mais perigoso que rompimentos amorosos que não são aceitos, promessas de emprego que não têm data marcada para começar, decisões que sempre são adiadas em nome do momento ideal. Antes de começar um capítulo novo, é preciso terminar o antigo: diga a si mesmo que o que passou, jamais voltará. Lembre-se de que houve uma época em que podia viver sem aquilo, sem aquela pessoa - nada é insubstituível, um hábito não é uma necessidade. Pode parecer óbvio, pode mesmo ser difícil, mas é muito importante. Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo 5
6 já não se encaixa mais na sua vida. Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Palavras para pesquisar Pragmático Semântico Coesão Ciclo Referências bibliográficas/fontes Enciclopédia Abril Livro Não Espere pelo Epitáfio Mario Sergio Cortella 6
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